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Aula 00 Curso: Informática – Teoria e Questões comentadas p/ TRF Professor: Gustavo Cavalcante Aula - LAI Curso: Análise de Informações Professor: Ramon Souza Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 2 de 69 www.exponencialconcursos.com.br ASSUNTOS PÁGINA 1. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO ..................................................... 3 1.1 Disposições Gerais .......................................................................... 3 1.2 Do acesso a informações e da sua divulgação ...................................... 8 1.3 Do procedimento de acesso à informação ......................................... 19 1.4 Das restrições de acesso à informação ............................................. 29 1.5 Das responsabilidades ................................................................... 42 1.6 Das disposições finais e transitórias ................................................. 48 2. RISCO EXPONENCIAL ................................................................. 51 3. LISTAS DE EXERCÍCIOS .............................................................. 63 4. GABARITO ................................................................................ 69 5. REFERÊNCIAS ........................................................................... 69 Para facilitar sua referência, abaixo listamos as esquematizações desta aula: Esquema 1 – Objetivo da LAI e entes subordinados. ............................................................ 4 Esquema 2 – Diretrizes da LAI. ......................................................................................... 4 Esquema 3 – Dever do Estado segundo a LAI. .................................................................... 6 Esquema 4 – Aspectos que cabem aos órgãos e entidades assegurar. ................................... 8 Esquema 5 – Direitos de obtenção segundo a LAI. ............................................................. 11 Esquema 6 – Procedimentos para informações sigilosas e extraviadas. ................................. 12 Esquema 7 – Informações a serem divulgadas pelos órgãos públicos. ................................... 13 Esquema 8 – Publicação das informações na Internet. ........................................................ 15 Esquema 9 – Meios para assegurar o acesso a informações. ................................................ 15 Esquema 10 – Do pedido de acesso a informação. ............................................................. 19 Esquema 11 – Prazos e condições para acesso a informação. .............................................. 21 Esquema 12 – Procedimentos para interposição de recurso contra negativa de acesso. ........... 25 Esquema 13 – Procedimento para desclassificação de informação como secreta ou ultrassecreta. ................................................................................................................................... 26 Esquema 14 – Informações que não poderão ser negadas. ................................................. 29 Esquema 15 – Classificações para as informações sigilosas. ................................................ 31 Esquema 16 – Proteção e controle das informações sigilosas. .............................................. 32 Esquema 17 - Classificações para as informações sigilosas e autoridades que podem classificar. ................................................................................................................................... 34 Esquema 18 – Desclassificação ou redução de prazo. ......................................................... 35 Esquema 19 – Publicação na Internet. .............................................................................. 36 Esquema 20 – Informações pessoais. ............................................................................... 38 Esquema 21 – Condutas ilícitas e penalidades para os agentes públicos ou militares. ............. 43 Esquema 22 – Sanções segundo a LAI. ............................................................................. 44 Aula – Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011): conceitos e aplicação. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 3 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 1. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO Caros, nesta aula vamos abordar a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, ou como é chamada a Lei de Aceso à Informação. Vamos apresentar seus principais pontos, sempre esquematizando aquilo que é mais importante para as questões de provas. Aconselho a leitura da lei “seca” como complemento desta aula, pois várias questões são literalmente retiradas do texto da lei. A lei está disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12527.htm> 1.1 Disposições Gerais Os primeiros artigos da lei tratam do objetivo e dos subordinados ao regime da lei. Vejamos: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas. Note que o objetivo da Lei é dispor sobre os procedimentos a serem adotados pelos entes federativos para garantir o acesso a informações. Subordinam-se aos ditames dessa lei tanto as entidades da administração direta quanto as da administração indireta ou controladas, estendendo-se, ainda, sua aplicação para às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 4 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Vamos esquematizar esses primeiros artigos: Esquema 1 – Objetivo da LAI e entes subordinados. O artigo 3º da Lei traz as diretrizes que devem ser observadas pelos procedimentos previsto na Lei de Acesso à Informação. Vejamos: Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública. Esquema 2 – Diretrizes da LAI. Administração direta (Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério Público) Administração indireta e controladas Entidades privadas sem fins lucrativosque recebam recursos públicos Diretrizes da LAI Publicidade (sigilo é exceção) Divulgação das informações de interesse público Uso dos meios de comunicação viabilizados pela TI Cultura da transparência Controle social Lei de Acesso a Informação Dispõe sobre procedimentos a serem adotados para garantir o acesso a informações. Aplica-se a: Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 5 de 69 www.exponencialconcursos.com.br O artigo 4º da LAI funciona como um verdadeiro glossário, trazendo os termos utilizados na lei e suas respectivas definições. Vejamos: Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato; III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural identificada ou identificável; V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação; VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema; VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. Para fechar as disposições gerais, o artigo 5º dispõe que: Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. Perceba que existem algumas obrigações para o estado, pois ele deve não só garantir o direito de acesso à informação, mas também garantir agilidade e objetividade para acessar essas informações, bem como as fornecer em linguagem clara e de fácil compreensão. Aqui o legislador deixou claro que o objetivo da LAI é não só o de divulgação das informações, mas também o da compreensão dessas informações por parte dos cidadãos. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 6 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Esquematicamente: Esquema 3 – Dever do Estado segundo a LAI. Vamos resolver algumas questões sobre as disposições gerais: 1- (FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte I - Economia) Nos termos da Lei n° 12.527/2011, que regula o acesso a informações, e dá providências correlatas, “a qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino”, denomina-se a) integridade. b) primariedade. c) autenticidade. d) disponibilidade. e) secundariedade. Resolução: Vejamos cada um dos itens e suas respectivas definições: a) Correto: integridade é a qualidade da informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino. b) Incorreto: primariedade é a qualidade da informação coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. c) Incorreto: autenticidade é a qualidade da informação que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema. d) Incorreto: disponibilidade é a qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados. e) Incorreto: secundariedade não está prevista na LAI como qualidade da informação. Gabarito: Letra A. Garantir o acesso a informação Procedimentos objetivos e ágeis Linguagem de fácil compreensão Forma transparente e clara Dever do Estado Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 7 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 2- (CESPE - 2017 - TCE-PE - Conhecimentos Básicos - Cargo 4) Com base na Lei n.º 12.527/2011 — Lei de Acesso à Informação —, julgue o item a seguir. Entre as diretrizes da referida lei inclui-se a utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação. Resolução: Assertiva de acordo com as diretrizes trazidas no artigo 3º da LAI, especificamente no inciso III. Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública. Gabarito: Certo. 3- (CESPE - 2015 - MPOG - Técnico de Nível Superior - Cargo 22) O direito de acesso à informação é um direito humano fundamental e está vinculado à noção de democracia. Com relação a controle social, a transparência e à Lei de Acesso a Informação, julgue o item subsequente. As entidades privadas sem fins lucrativos, dado seu alcance social, estão submetidas à lei em questão, independentemente da fonte de recursos que utilizem para a realização de ações, desde que estas sejam de interesse público. Resolução: É fato que de acordo com o art. 2º da LAI, as entidades privadas subordinam- se aos ditames da Lei. Contudo, somente se receberem recursos públicos, isto é, não cabe falar que são subordinadas independentemente da fonte de recursos utilizada para suas ações. Segundo a LAI, Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. Gabarito: Errado. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 8 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 1.2 Do acesso a informações e da sua divulgação Os artigos 6º, 7º, 8º e 9º dispõem sobre os direitos dos cidadãos e os deveres do Estado quanto a divulgação das informações. No art. 6º, temos que: Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. De maneira esquemática: Esquema 4 – Aspectos que cabem aos órgãos e entidades assegurar. Gestão transparente da informação Proteção da informação sigilosa e da informação pessoal Proteção da informação Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 9 de 69 www.exponencialconcursos.com.br No artigo 7º, a LAIdispõe sobre os direitos do acesso a informação, isto é, quais as informações podem ser obtidas e que atributos essas informações devem possuir. Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; Note que o inciso I do art. 7º dispõe sobre o direito de acesso à orientação sobre como obter acesso a informação, bem como o local onde pode ser encontrada. Assim, fica clara a intenção do legislador de que também cabe aos entes a função orientativa quanto à forma e local de acesso. O inciso II traz talvez uma das mais comuns formas de acesso a informação, que é a constante de registros ou documentos. Assim, o cidadão pode obter esses documentos para garantir seu acesso à informação. II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; As informações produzidas ou sob a custória de pessoa física ou entidade privada também podem ser acessadas pelos cidadãos. III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; Perceba que não são informações produzidas por quaisquer pessoas físicas ou entidades privadas, mas somente aquelas decorrentes de vínculos com órgãos ou entidades subordinados a LAI. O inciso IV apresenta os atributos que devem ser observados quando do fornecimento de informações. IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; Com base nesse inciso, a informação não só deve ser fornecida, mas também deve estar de acordo com estes atributos. Para relembrar, temos que: ▪ Informação primária: coletada na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. ▪ Informação íntegra: informação não modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino. ▪ Informação autêntica: produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipamento ou sistema. ▪ Informação atualizada: reflete o estado mais atual do seu conteúdo. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 10 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Os incisos V e VI se referem ao direito a acessar informações tanto sobre as atividades dos órgãos e entidades, quanto à administração do patrimônio público. Vejamos: V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e O inciso VII traz outros itens que podem ser objeto de pedido de acesso a informação. VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. Desde já, tenha em mente que embora a regra seja o acesso à informação, existem algumas restrições de acesso. Uma dessas restrições está disposta no § 1º do art 7º da LAI. Vejamos: § 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Assim, os projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado não livremente acessados. Isto é lógico, se o acesso puder prejudicar a segurança da sociedade ou do Estado, não cabe fornecer essas informações. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 11 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Vamos esquematizar esta primeira parte do artigo 7º: Esquema 5 – Direitos de obtenção segundo a LAI. Os procedimentos para os casos excepcionais de negativa de acesso a partes sigilosas ou extravio das informações solicitadas são tratados nos parágrafos seguintes do artigo 7º. § 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. § 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo. § 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei. O acesso a informação compreende o dieito de obter Orientação sobre Procedimentos para o acesso Local da informação Informações contidas em Registros ou documentos Produzidas ou custodiadas por Pessoas físicas ou entidades privadas com vínculo com órgãos subordinados a LAI. Informação primária íntegra autêntica atualizada Informações sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades administração do patrimônio público implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 12 de 69 www.exponencialconcursos.com.br § 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. Vamos facilitar o entendimento desses procedimentos com base em um fluxograma: Esquema 6 – Procedimentos para informações sigilosas e extraviadas. Informação concedida ou documento disponibilizado Solicitação de informações ou documentos Informação é sigilosa? Não Sim O sigilo é total? Pedido é negado com fundamentação Sim Não Assegurado o acesso com ocultação da parte sigilosa Informação foi extraviada? Não Sim Interessado pode requerer abertura de sindicância E Responsável pela guarda deve justificar fato e indicar testemunhas em 10 dias Em qualquer caso, se a informação for negada sem fundamentação, o responsável está sujeito à medida disciplinares. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 13 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Como temos visto já no estudo dos primeiros artigos, a LAI não só exige que as informações possam ser acessadas, como também requer que algumas características sejam observadas para que o acesso seja facilitado. O art. 8º, em seu caput, requer que a divulgação das informações deve ser em local de fácil acesso e deve ser realizada independente de requerimentos. O § 1º elenca quais são as informações mínimas que devem ser divulgadas. Vejamos o disposto na LAI: Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências,de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo: I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; III - registros das despesas; IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. De modo esquemático temos que: Esquema 7 – Informações a serem divulgadas pelos órgãos públicos. Dever dos órgãos e entidades públicas promover Independentemente de requerimentos Local de fácil acesso Informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, contendo, no mínimo: •I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; •II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros; •III - registros das despesas; •IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos celebrados; •V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e •VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 14 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Sendo a LAI de 2011, já em um contexto de pleno uso da internet como meio de comunicação, ela previu obrigações referentes a publicação das informações também na rede mundial de computadores. Vejamos: § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão; II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação; V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso; VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008. § 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 15 de 69 www.exponencialconcursos.com.br E que tal um esqueminha para esta parte: Esquema 8 – Publicação das informações na Internet. A LAI também visou criar meios para assegurar o acesso a informações, conforme disposto no art. 9º: Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante: I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para: a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades; c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação. Em esquema temos que: Esquema 9 – Meios para assegurar o acesso a informações. Obrigatória Publicação na Internet Sites devem Possuir ferramenta de pesquisa de conteúdo E Permitir Gravação de Relatórios Permitir o acesso de sistemas externos em formatos abertos E Divulgar os formatos utilizados Garantir a autenticidade e a integridade E Manter atualizadas as informações Indicar local e instruções para comunicação Adotar medidas para a acessibilidade ao conteúdo Dispensada para municípios com menos de 10000 habitantes Assegurar o acesso a informações Serviço de informações ao cidadão Audiências e consultas públicas Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 16 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 4- (CESPE - 2018 - CGM de João Pessoa - PB - Conhecimentos Básicos - Cargos: 1, 2 e 3) Com base nos dispositivos da Lei de Acesso à Informação — Lei Federal n.º 12.527/2011 —, julgue É vedado o acesso a informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Resolução: Embora a regra seja o acesso à informação, existem algumas restrições de acesso. Uma dessas restrições está disposta no § 1º do art 7º da LAI. Vejamos: § 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Gabarito: Certo. 5- (FCC - 2014 - SEFAZ-RJ - Auditor Fiscal da Receita Estadual - Prova 1) O acesso à informação de que trata a Lei nº 12.527/2011, compreende diversos direitos. Dentre eles NÃO se encontra o de obter informação a) pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação e contratos administrativos. b) contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por órgãos ou entidades da Administração Pública, recolhidos ou não a arquivos públicos. c) produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com órgãos ou entidades da Administração Pública, mesmo que esse vínculo já tenha cessado. d) referente a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos, independentemente de avaliação de necessidade de sigilo em nome da segurança da sociedade e do Estado. e) sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades da Administração Pública, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços. Resolução: Art. 7º, § 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Gabarito: Letra D. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 17de 69 www.exponencialconcursos.com.br 6- (FCC - 2016 - PGE-MT - Técnico - Técnico Adminstrativo) De acordo com a Lei de Acesso à Informação de 2011, uma vez informado o extravio da informação solicitada, o interessado poderá requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. Nesta situação, o órgão, ou entidade pública, responsável pela guarda da informação extraviada, deverá a) reconhecer o fato publicamente em 5 dias e justificar e identificar testemunhas que comprovem sua alegação 10 dias após o reconhecimento. b) justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação no prazo de 5 dias. c) justificar o fato em até 10 dias e indicar testemunhas que comprovem sua alegação no prazo de 20 dias, após a justificativa. d) reconhecer o fato publicamente em 5 dias e justificar e identificar testemunhas que comprovem sua alegação 5 dias após o reconhecimento. e) justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação no prazo de 10 dias. Resolução: Segundo a LAI, se a informação for extraviada, o responsável terá o prazo de 10 dias para justificar o fato e indicar testemunhas. Art. 7º: § 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. Gabarito: Letra E. 7- (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) A respeito do acesso à informação por parte dos cidadãos e do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, julgue os itens de que se seguem. Considere que determinado cidadão tenha apresentado petição no Ministério da Justiça insurgindo-se contra o fato de não ter sido divulgado no sítio oficial do órgão na Internet programa elaborado com vistas ao combate às drogas. Nesse caso, tem razão o requerente, haja vista que a divulgação do programa no sítio é obrigatória. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 18 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: A divulgação em sítio eletrônico é obrigatória segundo o artigo 8º da LAI, só sendo dispensada para Municípios com menos de 10.000 habitantes. Dentre as informações mínimas destaca-se aquelas sobre o acompanhamento dos programas, que é tratado na questão. Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. § 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo: V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet). Gabarito: Certo. 8- (CESPE - 2012 - ANCINE - Técnico Administrativo) Julgue os itens que se seguem, acerca do acesso à informação. A realização de audiências públicas para incentivar a participação popular constitui modo de garantir o acesso às informações públicas. Resolução: A LAI visou criar meios para assegurar o acesso a informações, conforme disposto no art. 9º: Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado mediante: I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para: a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações; b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades; c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popular ou a outras formas de divulgação. Gabarito: Certo. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 19 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 1.3 Do procedimento de acesso à informação Do Pedido de Acesso A seção I do Capítulo III da LAI apresenta as regras para o pedido de acesso a informações. Vejamos: Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. § 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. § 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. Vale frisar o § 1º, em que a identificação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação. O § 3º ressalta que são vedadas exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação. Assim, para fornecer a informação, o agente não deve exigir que o solicitante apresente qualquer justificativa para o porque de ele está pedindo. Esquema 10 – Do pedido de acesso a informação. Do Pedido de acesso Identificação não pode conter exigências que invibializem a solicitação Órgãos devem viabilizar alternativa para o acesso em seus sites São vedadas exigências relativas aos motivos para a solicitação Identificação do requerente e especificação da informação requerida Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 20 de 69 www.exponencialconcursos.com.br O artigo 11 da LAI disciplina questões sobre o tempo e local de acesso as informações. Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. § 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. § 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar. § 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação. § 5º A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. § 6º Caso a informação solicitada esteja disponívelao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 21 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Para facilitar as disposições desses procedimentos, vejamos um fluxograma: Esquema 11 – Prazos e condições para acesso a informação. Informação concedida ou documento disponibilizado Solicitação de informações ou documentos Acesso pode ser imediato? Sim Não 20 dias (prorrogáveis por mais 10) para: Comunicar o modo, data e local de consulta Se a informação estiver disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. Indicar as razões de fato ou de direito da recusa Comunicar que não possui a informação Conhece que tem a informação? Sim Indicar para o interessado OU submeter requerimento para o órgão Informação é sigilosa? Sim Informar requerente sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição e a autoridade competente para sua apreciação Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 22 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Os demais artigos trazem algumas disposições especiais sobre o serviço de busca e fornecimento da informação, sobre os documentos que podem ter a integridade prejudicada e sobre o acesso ao inteiro teor da negativo de acesso. Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados. Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983. Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original. Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original. Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. 9- (CESPE - 2017 - SEDF - Técnico de Gestão Educacional - Apoio Administrativo) Com base na Lei n.º 12.527/2011 — Lei de Acesso à Informação —, julgue o próximo item. A solicitação de acesso às informações requeridas deve ser atendida no prazo máximo e improrrogável de vinte dias. Resolução: Em regra, as informações devem ser fornecidas imediatamente, mas em caso de impossibilidade podem ser fornecidas em até 20 dias. Contudo, esse prazo pode ser prorrogado por mais 10 dias, mediante justificativa expressa. Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. § 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. Gabarito: Errado. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 23 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 10- (CESPE - 2015 - MPOG - Técnico de Nível Superior - Cargo 22) O direito de acesso à informação é um direito humano fundamental e está vinculado à noção de democracia. Com relação a controle social, a transparência e à Lei de Acesso a Informação, julgue o item subsequente. Pelo princípio da transparência, é facultado a qualquer pessoa, natural ou jurídica, formular pedido de acesso a informação, desde que informe nome, endereço, número de identificação válido e especificação da informação requerida, além de justificativa e finalidade da informação requerida. Resolução: A LAI veda a exigência de justificativa para a solicitação. Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de interesse público. Gabarito: Errado. 11- (CESPE - 2014 - ANATEL - Especialista em Regulação - Mídia Digital) Com base no disposto na Lei de Acesso à Informação, julgue o item que se segue. Em se tratando de acesso a informação em documento cuja manipulação possa prejudicar a sua integridade, deve-se oferecer consulta a cópia, com certificação de que esta confere com o original. Resolução: Assertiva em perfeita consonância com a LAI. Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original. Gabarito: Certo. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 24 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Dos Recursos A seção II do Capítulo 3 trata, por sua vez, dos procedimentos referentes aos recursos que podem ser interpostos. Vejamos o que dispõe a LAI: Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazode 5 (cinco) dias. § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei. § 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35. Note que os artigos 16 e 17 tratam de recursos em razão da negativa de acesso, que devem ser primeiramente submetidos a autoridade hierarquicamente superior a que exarou a decisão em 10 dias, tendo a autoridade 05 dias para se manifestar. O Requerente poderá também recorrer à Controladoria Geral da União, que também terá 05 dias para se manifestar. Aqui cabe uma ressalva, pois só se pode recorrer a CGU, após ter recorrido a pelos menos uma autoridade hieráquica superior a que exarou a decisão. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 25 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Vamos utilizar mais um fluxograma para ajudar na fixação dos procedimentos para recursos: Esquema 12 – Procedimentos para interposição de recurso contra negativa de acesso. Outro tipo de recurso que pode ser interposto é para desclassificar uma informação que está definida como secreta ou ultrasecreta. Vejamos: Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação protocolado em órgão da administração pública federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando. Dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada Recurso contra negativa de acesso 5 dias para se manifestar Requerente pode interpor recurso para a CGU Informação ou acesso são fornecidos 10 dias contados Acesso foi concedido? Não contados Sim contados 5 dias para se manifestar Pedido Julgado procedente? CGU determine ao órgão que adote as providências necessárias Sim contados Não contados Requerente pode interpor recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações Se for no Poder Executivo Federal Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 26 de 69 www.exponencialconcursos.com.br § 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. Vamos esquematizar os pedidos de desclassificação de informação: Esquema 13 – Procedimento para desclassificação de informação como secreta ou ultrassecreta. Dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada Pedido de desclassificação de informação Requerente pode interpor recurso Ministro de Estado da área Informação será desclassificada como secreta ou ultrasecreta Pedido foi aceito? Não contados Sim contados Pedido Julgado procedente? Informação será desclassificada como secreta ou ultrasecreta Sim contados Não contados Requerente pode interpor recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 27 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Para finalizar essa parte, é importante destacar que no âmbito do Poder Judiciário e do Ministério Público, deverão ser informadas as decisões que negarem acesso aos Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público. Art. 19. (VETADO). § 1o (VETADO). § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse público. Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo. 12- (CESPE - 2018 - STM - Técnico Judiciário - Programação de Sistemas) Acerca do acesso à informação, dos servidores públicos e do processo administrativo no âmbito federal, julgue o item que se segue. Caso determinado órgão público recuse o acesso imediato a informação disponível, o interessado deverá interpor recurso dirigido diretamente à autoridade que proferir a decisão de indeferimento. Resolução: O recurso deve ser dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada e não a autoriade que proferiu a decisão. Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência. Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. Gabarito: Errado. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 28 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 13- (CESPE - 2013 - IBAMA - Analista Administrativo) Um cidadão requereu por escrito, ao ente estadual encarregado do fornecimento de licenciamento ambiental, informações a respeito da possibilidade de construção de um hotel em local próximo às margens de um rio que corta sua cidade. Com base nessa situação, julgue os próximos itens. No caso de indeferimento de acesso às informações, poderá o interessado recorrer a autoridade superior à entidade que negou o pedido. Se for mantida a decisão, o cidadão poderá recorrer à Controladoria Geral da União. Resolução: Questão canto da sereia. O procedimento descrito está corretíssimo, contudo somente para o âmbito do Poder Executivo Federal. Note que na situação hipotética, o cidadão requereu a ente estadual e não a ente federal, portanto não cabe recurso à CGU. Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Gabarito: Errado. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 29 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 1.4 Das restrições de acesso à informação Como já vimos, a regra é que as informações públicas possam ser acessadas sem restrições. Contudo, algumas informações, por ter um potencial para comprometer a segurança da sociedade ou do estado ou a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, possuem algumas regras para restrição. O capítuloIV da LAI trata justamente das restrições de acesso à informação. Vejamos seus dispositivos. Disposições Gerais O artigo 21 trata de mais um caso da regra geral, ou seja, da permissão de acesso. Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. Neste artigo, vemos claramente o objetivo do legislador de buscar proteger o indívuo que pode ter seus direitos violados em detrimento de negativa de acesso a alguma informação que necessite. Assim, se uma informação for necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais, não poderá ter acesso negado. Da mesma forma, se houver violação dos direitos humanos por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas. Esquema 14 – Informações que não poderão ser negadas. Informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais Informações sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 30 de 69 www.exponencialconcursos.com.br O artigo 22 dispõe sobre os casos de sigilo e segredo de justiça ou segredo industrial. Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público. Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo O artigo 23 traz a lista de informações que são consideradas imprescindíveis para a segurança da sociedade ou do Estado. Vejamos: Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 31 de 69 www.exponencialconcursos.com.br O artigo 24 traz as classificações para a informação em poder dos órgãos e entidades públicas. Esta classificação é bastante cobrada em provas, inclusive quanto aos seus prazos de restrição de acesso máximos. Leia com muito carinho os dispositivos a seguir: Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. § 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição. § 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação. § 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso público. § 5º Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. Vamos esquematizar as classificações da informação: Esquema 15 – Classificações para as informações sigilosas. Ultrasecreta 25 anos Secreta 15 anos Reservada 5 anos Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 32 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas A proteção e o controle das informações sigilosas é tratada nos artigos 25 e 26. Vejamos os dispositivos: Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. (Regulamento) § 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê- la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei. § 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. § 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados. Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de informações sigilosas. Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações resultantes da aplicação desta Lei. Vale ressaltar duas informações importantes quanto a estes dispositivos, conforme o esquema a seguir Esquema 16 – Proteção e controle das informações sigilosas. As informações sigilosas devem estar restritas a quem precise conhecê-las, sendo estas devidamente credencidas ou agentes públicos. As entidades devem adotar medidas para garantir o tratamento das informações sigilosas, destacando-se que também as pessoas físicas e as entidades privadas com vínculo com o poder público devem adotar estas medidas. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 33 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação Sendo a publicadaa regra, a classificação das informações como ultrasecreta, secreta e reservada não pode ser realizada por qualquer pessoa, mas somente pelas autoridades definidas na LAI, conforme o artigo 27 a seguir: Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública federal é de competência: (Regulamento) I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: a) Presidente da República; b) Vice-Presidente da República; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior; II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista; e III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei. § 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação. § 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em regulamento. § 3º A autoridade ou outro agente público que classificar informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. Note que quanto menor o grau de sigilo a ser imposto para uma informação, mais autoridades podem realizar essa classificação, pois se acumulam as entidades que podem realizar uma classificação mais sigilosa com outras autoridades para aquele grau de sigilo. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 34 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Com base nesses dispositivos podemos ampliar o nosso esquema sobre os graus de classificação da informação. Esquema 17 - Classificações para as informações sigilosas e autoridades que podem classificar. O artigo 28 elenca os elementos mínimos que devem estar contidos na formalização da classificação da informação. Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos: I - assunto sobre o qual versa a informação; II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24; III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e IV - identificação da autoridade que a classificou. Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada. Ultrasecreta 25 anos a) Presidente da República; b) Vice-Presidente da República; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior; Secreta 15 anos Todas da ultrasecreta + Titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista Reservada 5 anos Todas da secreta + Aquelas que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo- Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 35 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Uma informação classificada em certo grau pode ser reavalidada, isto é, não necessariamente uma informação classificada como ultrasecreta, secreta ou reservada, ficará assim classificada até o seu termo final, pois pode ser desclassificada ou mesmo ter seu prazo de sigilo reduzido. Isto é o que dispõe o artigo 29, conforme disposto a seguir: Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento) § 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos. § 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produção. Vejamos um esquema para este artigo: Esquema 18 – Desclassificação ou redução de prazo. Desclassificão ou redução de prazo do sigilo Reavaliada por autoridade classificadora ou superior Mediante provocação ou de ofício Examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 36 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Mais uma vez a LAI demonstra sua consonância com a era digital, pois prevê que sejam dispostas certas informações e relatórios nos sítios da internet: Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento: I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses; II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura; III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes. § 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. § 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da classificação. Assim, Esquema 19 – Publicação na Internet. Publicação na Internet Informações desclassificadas nos últimos 12 meses Documentos classificados em cada grau de sigilo Quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos Anualmente Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 37 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Das informações pessoais A LAI traz mais algumas exceções a publicidade das informações, quando trata das informações relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. Vejamos: Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. § 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicoslegalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. § 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exigido quando as informações forem necessárias: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. § 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. § 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 38 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Esquematicamente: Esquema 20 – Informações pessoais. A seguir vamos resolver algumas questões sobre este capítulo: 14- (CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 1) Com base em disposições da Lei n.º 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) e da Lei Complementar n.º 131/2009 (Lei da Transparência), julgue o item que se segue. Informações que possam comprometer atividades de inteligência ou de investigação em andamento podem ser classificadas como reservadas — com restrição máxima de acesso por até cinco anos —; secreta — com restrição máxima de acesso por até dez anos —; ou ultrassecreta — com restrição máxima de acesso por até vinte e cinco anos. Restrita a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem pelo prazo máximo de 100 anos Informações relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. Exista previsão legal ou consentimento pela pessoa a que se referirem A menos que: Consentimento pode ser dispensado se for para: Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 39 de 69 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: O prazo de restrição para informações secretas é de 15 anos e não de 10 anos. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. Gabarito: Errado. 15- (CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 1) Com base em disposições da Lei n.º 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) e da Lei Complementar n.º 131/2009 (Lei da Transparência), julgue o item que se segue. Segundo dispositivo da Lei de Acesso à Informação, na classificação do grau de sigilo de determinada informação, deve-se considerar o nível de interesse público e utilizar o critério mais restritivo possível, como garantia de segurança. Resolução: O critério a ser adotado deve ser o MENOS (e não o MAIS) restritivo possível. Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 5º Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final. Gabarito: Errado. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 40 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 16- (CESPE - 2017 - SEDF - Técnico de Gestão Educacional - Apoio Administrativo) Com base na Lei n.º 12.527/2011 — Lei de Acesso à Informação —, julgue o próximo item. Um documento ultrassecreto pode permanecer em sigilo por prazo inferior a vinte e cinco anos. Resolução: Questão interessante que está de acordo com a LAI. Em suas disposições acerca da classificação das informações, a LAI dispõe sobre os prazos máximos de restrição de acesso e, portanto, estes prazos podem ser menores que os previstos, mas nunca maiores. § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. Gabarito: Certo. 17- (FCC - 2016 - PGE-MT - Técnico - Técnico Adminstrativo) A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, cumprido o seu teor e em virtude de sua imprescindibilidade à segurança do Estado ou da sociedade, poderá ser classificada como reservada, secreta ou ultrassecreta. Conforme a Lei no 12.527/2011, os prazos máximos de restrição ao acesso destes tipos de informação são, respectivamente, a) 5, 15 e 25 anos. b) 10, 15 e 20 anos. c) 5, 10 e 15 anos. d) 10, 20 e 30 anos. e) 5, 15 e 30 anos. Resolução: § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. Gabarito: Letra A. Curso: Análise de Informações Teoria e Questões comentadas Prof. Ramon Souza Prof. Ramon Souza 41 de 69 www.exponencialconcursos.com.br 18- (FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo - Jurídica) A Lei Federal nº 12.527/2011 destina-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação. No entanto, reservou um capítulo específico para regular as hipóteses de restrição de acesso à informação e os respectivos procedimentos. Nos termos desse capítulo específico da Lei de Acesso à Informação, a) o prazo máximo de restrição de acesso à informação classificada como reservada será de 10 (dez) anos, a partir da data de sua produção. b) o prazo máximo de restrição de acesso à informação classificada como ultrassecreta será de 30 (trinta) anos, a partir da data de sua produção. c) as informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos poderão ser objeto de restrição
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