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Monografia ou TCC do MBA Empreendedorismo FAVENI Jefferson Alex Maciel Cavalcante

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Prévia do material em texto

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JEFFERSON ALEX MACIEL CAVALCANTE 
 
 
 
 
 
 
A HISTÓRIA DA ECONOMIA DO BRASIL, DO DESCOBRIMENTO A DESCOBERTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém - Pará 
Março -2021 
 
 
ii 
 
JEFFERSON ALEX MACIEL CAVALCANTE 
 
 
 
 
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI 
 
 
 
 
A HISTÓRIA DA ECONOMIA DO BRASIL, DO DESCOBRIMENTO A DESCOBERTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém - Pará 
Março - 2021 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado como requisito parcial à 
obtenção do título de especialista ou MBA 
em Empreendedorismo, Marketing e 
Finanças. 
 
 
iii 
 
A HISTÓRIA DA ECONOMIA DO BRASIL, DO DESCOBRIMENTO A DESCOBERTA 
 
 
Dr. Jefferson Alex Maciel Cavalcante 
 
RESUMO - Ao analisarmos o processo de formação econômica histórica de um 
território devemos entender como ocorreu a sua ocupação e relacionarmos a “concentração da 
população” com o desenvolvimento das atividades econômicas ligadas de forma cronológica. 
O histórico relacionado à economia primária nacional, pré-colonial autóctone extrativista, 
como ocorreu no Ciclo do Pau Brasil; e, no período colônia e depois no período imperial, com 
as Drogas do Sertão; relacionados a uma agropecuária exógena, com o Ciclo da Cana de 
açúcar e da Pecuária; e, posteriormente, com a extração e a “febre” do ouro e diamante em 
nosso solo; culminando com o cultivo do café; que favoreceu o processo de industrialização, 
mesmo tardio, em nosso país. Durante o período colonial a metrópole portuguesa proibia a 
manufatura, pois os produtos iriam concorrer com os produzidos no reino ou império; e, 
temendo o fortalecimento da economia brasileira, a colônia poderia se tornar independente, o 
que não interessava a Portugal. Acompanhando a tendência mundial globalizada, no século 
XX, a atividade industrial no Brasil surgiu, cresceu e desponta em todos os setores da 
economia, fato que segue até hoje, no século XXI. 
 
PALAVRAS-CHAVE: economia primária agroextrativista e exportadora; Economia cafeeira; 
Industrialização no Brasil. 
 
 
THE HISTORY OF THE ECONOMY OF BRAZIL, FROM DISCOVERY TO 
DISCOVERY 
 
ABSTRACT - When analyzing the process of historical economic formation of a 
territory, we must understand how its occupation occurred and relate the “concentration of the 
population” with the development of economic activities linked in a chronological way. The 
history related to the national primary economy, pre-colonial indigenous extraction, as it 
happened in the Pau Brasil Cycle; and, in colony Brazil and later in the imperial period, with 
Drogas do Sertão; related to an exogenous agriculture, with the Sugarcane and Livestock 
Cycle; and, later, with the extraction and the “fever” of gold and diamonds in our soil; 
culminating in the cultivation of coffee; that favored the industrialization process, even late, in 
our country. During the colonial period, the Portuguese metropolis prohibited manufacturing, 
as the products would compete with those of the kingdom or empire; and, with the 
strengthening of the Brazilian economy, the colony could become independent, which did not 
interest Portugal. Following the globalized global trend, in the 20th century, industrial activity 
in Brazil emerged, grew and emerged in all sectors of the economy, a fact that 
continues today, in the 21st century. 
 
KEYWORDS: primary agroextractive and exporting economy; Coffee economy; 
Industrialization in Brazil. 
 
 
iv 
 
SUMÁRIO 
 Pág. 
1. INTRODUÇÃO.................................................................................... 01 
1.1. Uma breve história da economia no Brasil............................................ 01 
1.2. A ocupação das regiões brasileiras........................................................ 02 
2. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................... 06 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................ 06 
3.1. A economia primária exportadora.......................................................... 06 
3.1.1. O ciclo do pau Brasil............................................................................. 06 
3.1.1.1. A história do pau Brasil......................................................................... 07 
3.1.1.2. A extração do pau brasil......................................................................... 08 
3.1.2. O ciclo da cana de açúcar ou ciclo da fixação....................................... 09 
3.1.2.1. A contribuição dos Flamengos no cultivo da cana................................ 10 
3.1.2.2. Composição do engenho ou complexo produtor de açúcar................... 10 
3.1.2.3. A sociedade do açúcar............................................................................ 10 
3.1.2.4. As causas do fracasso parcial das capitanias......................................... 11 
3.1.2.5. As principais causas do fim desse ciclo................................................. 11 
3.1.3. O ciclo da mineração ou do ouro........................................................... 12 
3.1.3.1. Os principais mecanismos de controle da extração do ouro.................. 13 
3.1.4. O ciclo da pecuária................................................................................. 14 
3.1.5. As drogas do sertão................................................................................ 17 
3.2. A economia cafeeira ou ciclo do café.................................................... 19 
3.2.1. O Vale do Paraíba.................................................................................. 19 
3.2.2. O Oeste de São Paulo............................................................................. 19 
3.3. A industrialização no Brasil................................................................... 21 
3.3.1. Fatores da industrialização no Brasil..................................................... 21 
3.3.2. Fases da industrialização brasileira........................................................ 22 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 24 
5. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS.................................................. 25 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Uma breve história da economia no Brasil 
O processo de colonização do Brasil esteve inserido na lógica da acumulação primitiva 
de capital ou mercantilismo (entre os séculos XV ao XVIII), período marcado pela 1ª Divisão 
Internacional do Trabalho (DIT), aos quais diferentes regiões forneciam bens: agrícolas, 
pecuários e/ou extrativistas (vegetais e minerais); para as metrópoles, especificamente para a 
Europa Ocidental, responsáveis pela fabricação dos produtos manufaturados. Nesse contexto 
o oriente (Ásia) era a produtora de especiarias, a África fornecedora de mão de obra escrava, a 
América Latina (com a colonização de exploração) se destacava principalmente pela 
mineração. O Brasil foi responsável pelo fornecimento de matérias primas em diferentes 
períodos ou ciclos; como, por exemplo: o pau Brasil, a cana de açúcar, as drogas do sertão ou 
especiarias, a mineração, o gado e o café; até o seu processo de industrialização. 
A expansão mercantilista de Portugal, iniciada no século XV, foi pautada na conquista 
e na expropriação material e cultural, alcançando o status de nação expansionista, ao quebrar 
o monopólio italiano e abrir novos caminhos pela costa da África. O Brasil, diferente dos 
países como: Peru e México, não possuía uma sociedade hierarquizada e tão bem organizada, 
nem mesmo contava com grandes jazidas de ouro e prata descobertas até então; mas a 
rivalidade entre os centros expansivos europeus fez com que os portugueses tratassem de 
explorar e ocupar ao máximo o território brasileiro. Tal determinação de origemse perpetuou 
em sociedades que tinham na conquista do solo um dos seus vetores de estruturação e ocorre 
até os dias atuais. 
As sesmarias e as capitanias hereditárias pareciam feudos, tinham esses antecedentes; 
mas a sua essência não era feudal, funcionavam como mecanismos de expansão do sistema 
capitalista mercantil. O cultivo da cana de açúcar (que obteve o seu auge entre o final do 
século XVI e meados do século XVII), baseado no sistema entre a colônia e a metrópole, 
estruturou o comércio e o desenvolvimento das cidades nordestinas; principalmente na faixa 
litorânea. Portugal ampliou o seu comércio açucareiro com os recursos investidos 
principalmente em Pernambuco, com base no trabalho indígena e capital estrangeiro 
(holandês). Para produzir de acordo com as necessidades da colônia, sendo trazidos os negros 
africanos como mão de obra escrava. Esse sistema consolidou a estrutura fundiária, 
encontrada na região até os dias atuais, marcada por uma concentração de terras e a influência 
de oligarquias de famílias tradicionais nas decisões políticas e econômicas. 
 
 
2 
 
A economia açucareira norteou outras atividades como: a criação de gado para o 
fornecimento de carne, transporte, energia para os engenhos, sebo, lenha para as caldeiras 
etc.; sendo que essa atividade acabou por se expandir para as áreas do sertão, constituindo na 
base da sua economia. Ao final do século XVII, o açúcar produzido nas Antilhas aumentou a 
oferta do produto no mercado internacional, baixando vertiginosamente o seu preço. Com o 
declínio da produção açucareira a pecuária absorveu grande parte da população 
economicamente ativa. 
 
1.2. A ocupação das regiões brasileiras 
A economia brasileira foi moldada com base no pensamento mercantil do homem 
europeu do século XV, um homem ávido por aventura, enriquecimento e poder. O seu espírito 
aventureiro o fez atravessar o Oceano Atlântico em prol de novas conquistas e territórios, indo 
além do que jamais tivera ido; entretanto, esses sentimentos não foram transferidos para a 
sociedade que viria anos depois porque toda essa sede de lucro era somente dos europeus. 
Ao chegarem aqui, em 1500, os europeus não encontraram inicialmente ouro e outras 
pedras preciosas. O contato com os nativos foi de espanto e surpresa, como em qualquer 
ocasião quando se chega a um local inóspito e de terras desconhecidas. O período 
compreendido entre o “descobrimento” do Brasil até o ano de 1530 foi conhecido como um 
período pré-colonial porque o nosso território ficou completamente abandonado pelos 
portugueses (SILVA, 2015). 
Devido à decadência do comércio das especiarias no oriente (Ásia) a coroa portuguesa 
enviou à nova colônia a expedição de Martin Afonso de Sousa, em 1501; e outra em 1503, 
para desenvolver a tríplice lição: de colonizar, explorar o pau Brasil e policiar a terra 
conquistada. 
Ao ancorar na colônia, onde hoje é o Estado de Pernambuco, a expedição de Martin 
Afonso foi dividida em 3 rumos: com Pero Lopes de Sousa se deslocou para promover a 
exploração ao sul do território, até as proximidades do rio da prata, onde hoje é o rio Uruguai; 
assim como, Diogo Leite foi designado para policiar o litoral até o limite do rio Gurupi, na 
divisa hoje do Maranhão com o Pará; enquanto isso, o próprio Martin penetrou para o interior 
da colônia. Em 1516 e 1526 ocorreram outras 2 expedições em nosso litoral, denominadas: 
guarda costas, devido à ameaça constante de invasões estrangeiras por franceses, holandeses, 
ingleses etc.. 
 
 
3 
 
Durante os anos compreendidos entre 1530 a 1808, ou seja, no período colonial, a 
coroa portuguesa desenvolveu a exploração do Brasil com base no pacto colonial, onde 
implantou várias medidas administrativas que pretendiam consolidar a colonização de 
exploração, desenvolvendo em seu campo econômico os seus ciclos: da cana de açúcar, da 
mineração: extração do ouro e diamante, da pecuária e das drogas do sertão. 
Em 1532 foi fundado o 1º núcleo de povoamento: a Vila de São Vicente, iniciando o 
processo de colonização de exploração. Em 1534 o rei D. João III resolveu promover na 
colônia a sua 1ª divisão política e administrativa, na tentativa de suprir as deficiências da 
expedição de Martin e organizar o sistema inicial de colonização de exploração e defesa; 
devido a grande extensão territorial dessa colônia; implantou o Sistema de Capitanias 
Hereditárias, com a doação de Sesmarias (lotes de terra) para particulares chamados de 
Donatários, sistema que durou até 1759; dessa forma ficou assim dividido o território em 14 
capitanias hereditárias, doadas a 12 donatários e subdivididas em 15 lotes. Nesse período foi 
introduzido o cultivo da cana de açúcar. 
A implantação dessa estratégia, devido à experiência da coroa portuguesa com esse 
sistema utilizado em suas ilhas no Atlântico: Açores, Madeira e Cabo Verde; foi em 
decorrência, pelo menos, de 2 problemas: as constantes invasões estrangeiras na colônia por: 
franceses, holandeses e ingleses; e, a difícil situação econômica da coroa portuguesa após a 
decadência das especiarias no Oriente do Globo. 
Após a morte do rei D. Sebastião, em 1579 e devido ao trono ficar vago, ocorreu em 
1580 à união das coroas da Península Ibérica e das suas colônias, durando até 1640 (60 anos), 
século XVII. 
É importante destacar que o rei que foi o responsável pelas viagens ultramarinas foi D. 
João I; o rei que “descobriu” o Brasil foi D. Manuel I (D. João II); O rei D. João III 
intensificou a colonização do Brasil; o rei D. Sebastião morreu em 1579 (D. João IV); e, o rei 
que veio de Portugal foi D. João VI. 
A ausência de pedras preciosas fez com que os portugueses olhassem para a 
exuberante Mata Atlântica do litoral nordestino, nas atuais terras baianas. Ela estava recheada 
de uma árvore bem similar às encontradas nas florestas do Oriente: o pau Brasil, tão 
importante e abundante que nomeou o território que habitava com expressividade. 
Essa árvore foi retirada do território nativo com a ajuda dos habitantes que aqui viviam 
e que desconheciam o “homem branco”, assim chamado nas literaturas históricas pela sua 
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/mata-atlantica.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/pau-brasil.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/pau-brasil.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/pau-brasil.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/pau-brasil.htm
 
 
4 
 
aparente falta de melanina. Tempos depois essa ajuda virou escravidão, seguida de massacres 
nas aldeias ou genocídio aos que oferecessem resistência. 
A retirada dela acontecia mediante uma troca (escambo, uma ação extremamente 
desgastante para os habitantes naturais desse território): o europeu “presenteava” o nativo 
com espelhos, miçangas, bijuterias e afins; e o nativo ajudava-o no que seria o 
primeiro desmatamento da história brasileira e a primeira atividade econômica aqui praticada. 
O pau Brasil que saia do Nordeste era comercializado na Europa; e, em outras partes do 
mundo. 
Anos mais tarde, ainda no século XVI, uma segunda atividade foi introduzida: 
o plantio da cana de açúcar, ao qual foi possível graças ao clima tropical úmido e o solo fértil 
de massapê cultivado no relevo plano do Nordeste brasileiro. O açúcar, naquela época era 
considerado um “ouro branco” tamanho devido ao seu valor. Foram tempos de 
desenvolvimento dos primeiros aglomerados urbanos, com destaque para o território onde 
hoje é o atual estado de Pernambuco, nas cidades de Recife e Olinda, a plantação de cana foi 
um sucesso. 
Na Bahia e no Sudeste do Brasil as penetrações portuguesas foram mais expressivas 
no final do século XVI. No Sudeste os bandeirantes avançaram a procura de metais preciosos 
e índios para escravizar; e, na Bahia esse movimento foi realizado através da pecuária, que se 
expandiu no sentido do interior devido à preocupação com a manutenção das terras 
colonizadas frenteaos indígenas, aos quais representavam para os portugueses uma ameaça à 
integridade das vilas e fazendas do litoral (SILVA, 2016). 
O açúcar nordestino era produzido com mão de obra escrava negra africana e depois 
exportado. Concomitantemente ao plantio da cana, o gado era usado como sendo uma espécie 
de atividade econômica paralela; que após cinco séculos tornaria o Brasil no maior produtor 
mundial de carne bovina para consumo. 
No século XVIII, com a queda na produção açucareira e a descoberta de ouro no 
Sudeste do país, onde hoje se localiza o estado de Minas Gerais, o Brasil viu na produção 
aurífera mais uma atividade lucrativa, que perdurou por quase 100 anos. Um tempo 
relativamente curto, mas que possibilitou o enriquecimento de várias pessoas e o 
desenvolvimento de várias cidades. 
A família imperial e o Estado Português se mudaram para a colônia no dia 29/11/1807, 
com 15.000 pessoas; a fim de fugir da invasão francesa de Napoleão Bonaparte, chegando no 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/escravidao-indigena.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-desmatamento.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/europa.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/clima-tropical.htm
 
 
5 
 
dia 21/01/1808; sendo ordenado o fim do monopólio colonial através da abertura dos portos 
ou liberação do comércio exterior aos “Países Amigos” e a elevação do Brasil a categoria de 
império, por D. João VI. 
Posteriormente a isso, quando o Brasil se tornou independente de Portugal, fato 
ocorrido em 07/09/1822, começou o período imperial; com a implantação do ciclo do café e o 
processo de industrialização, posteriormente. 
No século XIX a atividade econômica predominante foi à plantação e a produção de 
café. Essa planta foi à locomotiva da economia brasileira nos tempos imperiais, sendo 
fundamental para o surgimento do setor econômico que se desenvolveria no século seguinte: a 
indústria. 
Após a Revolução Industrial (em meados do século XVIII, a partir de 1750), ocorreu 
um rearranjo estrutural, pelo qual a divisão do trabalho mundial (DTM) ou a divisão 
internacional do trabalho (DIT) se organizou entre os produtores de matéria prima e os 
detentores de tecnologia; ocasionado o fim do trabalho escravo, substituído pelo trabalho 
assalariado; o Brasil manteve as relações de escravatura até o final do século XIX; e na 
condição de fornecedor de matérias primas até o final da 2ª Guerra Mundial. 
O café possibilitou o acúmulo de capital no Sudeste, favorecendo grandes 
investimentos privados na atividade industrial, que ainda era incipiente. A crise cafeeira nos 
anos de 1920 foi à centelha para a industrialização brasileira, que continua em plena 
expansão. 
A história da economia do Brasil é também a história da sociedade brasileira. 
Compreender o nosso passado econômico é compreender como nos formamos enquanto 
sociedade, povo e territorialidade. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 
2019, o Brasil ocupava a nona posição no ranking econômico mundial. Entretanto, está no top 
10 mundial, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), não significaria ser um país rico e 
desenvolvido. Isso é a história que nos garante. A economia brasileira foi criada em um 
contexto de valorização da exportação, com um baixo índice de desenvolvimento humano em 
nosso país. 
Por isso, ao analisarmos o processo de formação histórica de um território, devemos 
entender como ocorreu a sua ocupação, relacionando a “concentração da população” com o 
desenvolvimento das atividades econômicas. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-pib.htm
 
 
6 
 
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
A mesma se embasou em um trabalho de investigação qualitativa, com nível de 
conhecimento descritivo e bibliográfico não experimental. Foi conduzida através de uma 
pesquisa de fontes e análise não participativa e sem experimento. 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
3.1. A economia primária exportadora 
3.1.1. O ciclo do pau Brasil 
Ocorreu durante a fase pré-colonial do Brasil (de 1500 a 1530). Foi o primeiro produto 
a ser explorado pelos portugueses durante a época inicial da colonização. 
Sendo uma árvore nativa da Mata Atlântica (que vai dos Estados do RN ao RJ) já era 
utilizada pelos índios para o tingimento de tecidos. Assim, quando os portugueses notaram o 
seu uso, começaram a explorar e enviar para a Europa; onde um similar era bastante 
apreciado, na medida em que os árabes já comercializavam uma planta tingidora que vinha da 
Índia (Ásia). 
Além disso, a sua madeira era muito utilizado na fabricação de móveis, violinos, na 
construção civil e naval; pelo seu aspecto ser bem duro e resistente, além de possuir uma 
coloração vermelhada, que chamava muito a atenção dos europeus, fazendo com que 
possuísse alto valor de mercado. 
Devido ser encontrada na região costeira isso facilitou ainda mais a sua exploração. 
Desde o início do século XVI a coroa portuguesa recebia valores altos para a exploração dessa 
matéria prima. 
Foram necessárias três expedições para realizar a extração desse produto: a primeira 
expedição em 1502; a segunda em 1503 e a terceira em 1504. 
No entanto, durante anos de exploração, o pau Brasil chegou ao processo de extinção; 
isso dificultou a economia da metrópole, que rapidamente desenvolveu outras formas de 
enriquecimento, por exemplo, com a produção da cana de açúcar, que já era cultivada em 
colônias portuguesas, em ilhas no atlântico. Para tanto, no início do século XVI, os 
portugueses utilizaram o processo de troca ou Escambo, com os índios, para conseguir extrair 
e exportar o pau Brasil. 
Mais tarde eles começaram a escravizar os índios, obrigando-os a cortar as árvores, 
uma vez que os escravos africanos eram muito caros. 
 
 
7 
 
Essa imposição foi bem difícil para os portugueses, na medida em que os índios 
fugiam e conheciam melhor o território. Além disso, eles contraíram diversas doenças do 
homem branco, o que levou a morte de milhares deles. 
Foi em 1570 que a escravidão indígena foi proibida pela primeira vez; no entanto, ela 
permaneceu até o final do século XVIII. Aos poucos os índios foram substituídos pelos 
escravos africanos. 
Ainda que a maior parte da exploração da madeira tenha sido realizada na primeira 
década do século XVI, ela permaneceu até o século seguinte, quando perdeu a sua 
importância no mercado consumidor porque o transporte era dispendioso e outro produto 
começava a ser comercializado: o açúcar. 
 
3.1.1.1. A história do Pau Brasil 
Segundo o IBF (2020) a árvore do Pau Brasil cujo nome científico é Caesalpinia 
echinata, é uma espécie nativa das florestas tropicais brasileiras, presente no bioma da Mata 
Atlântica, estendendo-se desde o litoral do Rio Grande do Norte (RN) até o Rio de Janeiro 
(RJ); também era conhecido por outros nomes populares como, por exemplo: ibirapitanga, 
pau Brasília, orabutã, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, muirapiranga, pau rosado e pau de 
Pernambuco. 
A espécie foi à primeira madeira a ser considerada de lei no Brasil sendo uma tentativa 
de impedir que ela fosse contrabandeada por navios espanhóis, holandeses, franceses e 
ingleses que aportavam na costa do país durante o período de colonização. O motivo da 
invenção do termo “madeira de lei” foi para alertar que só podiam ser exploradas as madeiras 
que a coroa portuguesa autorizasse, ou seja, dependia de uma permissão exigida por Lei para 
cortar. 
Mesmo a lei do período colonial não ter mais validade, devido à independência do 
Brasil, a expressão ainda é muito utilizada até os dias de hoje; porém, ainda existem leis que 
restringem o acesso à madeira nobre, que é controlado por leis ambientais, para evitar o 
desmatamento de florestas nativas, a extração predatória; e, evitar o desaparecimento de 
algumas espécies que correm risco de extinção. 
 
 
 
 
 
8 
 
3.1.1.2. A extração do pau Brasil 
O elemento precursordo Sistema de Capitanias Hereditárias foi à doação da ilha de 
São João ou Quaresma pelo rei D. Manoel I, em 1504, ao cristão novo: Fernando de Noronha, 
para explorar o pau brasil. Hoje a mesma pertence ao Estado de Pernambuco e é chamada de 
Ilha de Fernando de Noronha. 
O vegetal denominado ibirapitinga, pelos índios tupis guaranis, é conhecido por nós 
pelo nome de pau Brasil devido à cor de brasa ou vermelhada ao se cortar a madeira 
transversalmente; era encontrada em uma área litorânea da colônia que ia de onde se 
localizam hoje os estados do Rio Grande do Norte (RN) até o Rio de Janeiro (RJ), na Mata 
Atlântica, sendo utilizada no comércio europeu, no mercado de tinturaria e papiro. 
A coroa portuguesa possuía o estanco, ou seja, o monopólio da exploração desse 
produto na colônia e utilizava como política de exploração o escambo, ou seja, a troca de 
bugigangas pela mão de obra indígena tupi guarani. 
O corante vermelhado extraído do interior do tronco da árvore pau Brasil era usado na 
tintura de roupas e acessórios da nobreza, na época da exploração. Essa tintura era semelhante 
a um produto encontrado apenas na Ásia Oriental, na época das navegações. 
O seu material era muito utilizado na fabricação de móveis, violinos, construção civil 
e naval; pelo seu aspecto ser bem duro e resistente, além de possuir uma coloração 
vermelhada, que chamava muito a atenção dos europeus, fazendo com que possuísse alto 
valor de mercado. 
Com isso a exploração foi muito intensa, gerando muita riqueza ao reino, o que 
caracterizou um período econômico da história do país, influenciando a adoção do nome 
“Brasil” ao nosso país e a nomeação de “árvore símbolo” dos brasileiros. 
Vale ressaltar que durante a exploração do pau Brasil era constante a presença de 
espanhóis, ingleses, franceses e holandeses em nosso litoral; contrabandeando esse produto 
agroextrativista, iniciando-se assim a biopirataria em nosso continente ou Novo Mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
3.1.2. O ciclo da cana de açúcar ou ciclo da fixação 
Teve início no Brasil na época em que foram criadas as capitanias hereditárias; sendo, 
portanto, a 1ª atividade econômica do Brasil colônia ao qual foi responsável, de fato, pelo 
processo de colonização. 
Foi na região nordeste do país que essa empresa agroexportadora atingiu o seu maior 
grau de desenvolvimento. A área em que se desenvolveu a cana de açúcar foi na Zona da 
Mata que se estendeu em uma faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao Recôncavo Baiano. 
Esse agronegócio ocorreu durante os séculos XVI e XVIII, sendo considerada a maior 
empresa agrícola do mundo ocidental na época. Com o crescimento da produção açucareira, 
notadamente nos Estados de Pernambuco e Bahia, o nordeste se tornou o centro dinâmico da 
vida social, política e econômica do Brasil. 
Portugal já tinha experiência no cultivo da cana, na produção e comércio de açúcar. 
Por volta de 1440 as colônias portuguesas do Açore, Madeira e Cabo Verde tinham uma 
produção que abastecia não só a metrópole; mas também a Inglaterra, os portos de Flandres e 
algumas cidades da Itália. 
Em 1530 as primeiras mudas foram trazidas da Ilha da Madeira, na expedição 
colonizadora de Martim Afonso de Sousa. 
Em 1532, Martim fundou o primeiro núcleo de povoamento do Brasil, a vila de São 
Vicente, onde instalou o primeiro engenho que denominou engenho do Governador. 
Essa atividade econômica foi responsável pela formação de uma sociedade que 
originou o atual povo brasileiro, sendo baseado no processo de Miscigenação. 
A “mistura” entre raças dos índios nativos (raça mongoloide; por exemplo: Tupi, 
Guarani, Tupinambá etc.) com os imigrantes europeus brancos (raça Caucasóide) e os negros 
escravos africanos (raça Negróide); pode ser classificada como: 
- Branco + índio = caboclo ou mameluco; 
- Branco + negro = mulato; e, 
- Índio + negro = cafuzo ou caburé. 
 
3.1.2.1. A contribuição dos Flamengos no cultivo da cana 
Durante o cultivo da cana de açúcar no Brasil houve a presença positiva de Flamengos 
(holandeses) em nosso território contribuindo, durante a produção, com os seguintes 
elementos: 
1º) O financiamento ou fomento da produção na colônia; 
 
 
10 
 
2º) O transporte e a comercialização na Europa; 
3º) O refino e o branqueamento do produto; e 
4º) A construção dos engenhos. 
 
3.1.2.2. Composição do engenho ou complexo produtor de açúcar 
O engenho açucareiro era o local onde se fabricava o açúcar, ou seja, o local onde 
estava a moenda, a fornalha e a casa de purgar o açúcar. Com o tempo, passou-se a se chamar 
de "engenho" a toda grande propriedade produtora de açúcar. Foi um complexo produtor de 
açúcar que envolvia os seguintes elementos (SILVA, 2015): 
- Casa grande: onde vivia o senhor com os seus agregados e parentes, exercendo sobre 
eles grande autoridade; 
- Casa de alguns trabalhadores livres: como o feitor, o mestre do açúcar, alguns 
lavradores contratados etc.; 
- Capela ou igreja: era a casa de oração dos brancos. As capelas davam ao engenho uma 
vida social própria, sendo que alguns engenhos chegavam a ter até 4000 habitantes; 
- Senzala: era a casa ou morada dos negros explorados como mão de obra escrava; 
- Oficina: era a casa de ferramentas; 
- Canavial: é o cultivo da cana; 
- Moinho ou fábrica de açúcar: onde ocorria o beneficiamento da cana; e 
- Tronco: era o local de castigo dos escravos. 
 
3.1.2.3. A sociedade do açúcar 
A produção açucareira foi responsável pela formação de uma sociedade tipicamente 
estratificada originando a sociedade brasileira, na época era denominada de sociedade do 
açúcar, que possuía as semelhanças de Plantation, com essas características: 
1ª) Patriarcalismo: o senhor de engenho era uma autoridade social; 
2ª) Monocultura: cultivo de um só produto; 
3ª) Latifúndio: grandes propriedades; 
4ª) Escravista ou escravismo: usava a mão de obra escrava; 
5ª) Visava atender ao mercado externo: a produção era ligada ou objetivava comercializar 
com a Europa; e 
6ª) Colônia de exploração: baseada no Pacto Colonial. 
 
 
11 
 
Anos após a coroa implantar o sistema de capitanias hereditárias, visando desenvolver 
a colonização de exploração e objetivando obter lucro da produção açucareira; o sistema 
fracassou, prosperando apenas 2 capitanias: a de São Vicente e a de Pernambuco, que tinha 
como donatário o Sr. Duarte Coelho. 
 
3.1.2.4. As causas do fracasso parcial das capitanias 
1ª) A desorganização e descentralização política e administrativa na colônia; 
2ª) Os ataques constantes dos índios Caetés (antropófagos ou canibais), ocasionando o 
saque da produção açucareira; 
3ª) O desinteresse de alguns donatários que não tinham recursos suficientes e não vieram 
para o Brasil; 
4ª) A distância da Metrópole a colônia; e 
5ª) A falta de comunicação entre as capitanias. 
Devido a isso o rei D João III resolveu centralizar a administração da colônia e 
implantou o Sistema de Governo Geral que durou até a chegada da família imperial em 1808 
ao Brasil. Esse sistema favoreceu, momentaneamente, a expansão produtiva açucareira. 
 
3.1.2.5. As principais causas do fim desse ciclo 
Até o começo do século XVII a produção açucareira no Brasil não parou de crescer, 
alcançou o apogeu nas três primeiras décadas desse século; porém, as principais causas do fim 
desse ciclo foram: 
 Em 1580, Portugal passou para o domínio da Espanha; 
 A Espanha estava em guerra com a Holanda; 
 No início do século XVII, os holandeses controlavam o comércio marítimo dos países 
europeus; 
 Portugal perdeu para a Holanda a melhor parte de sua colônia, que eram as terras já 
cultivadas e prósperas de Pernambuco; 
 O mercado de açúcar, para Portugal, desorganizou-se e a produção começou a cair. 
 Em 1640, quando Portugal se viu livre do domínio Espanhol, o Brasil já não era 
importante no mercado mundial de açúcar. 
A produção de outras colônias europeias, principalmente dasAntilhas, havia superado 
a produção brasileira, por encontrar mais facilidade no mercado europeu. 
 
 
12 
 
Durante todo o século XVII o Brasil tentou recuperar a produção, mas nada conseguiu. 
Com isso findava o ciclo da cana de açúcar e a colônia entrou numa estagnação, com relação 
à metrópole, que só terminou no início do século XVIII, quando começou o ciclo do ouro. 
 
3.1.3. O ciclo da mineração ou do ouro 
Foi à época em que a extração e a exportação de pedras preciosas figuraram como a 
principal atividade econômica do período colonial. 
Teve o seu inicio no final do século XVII, momento em que as exportações do açúcar 
nordestino caíram devido à concorrência exercida pela produção açucareira inglesesa e 
holandesesa no Caribe. 
As bandeiras paulistas provocaram o descobrimento de jazidas de metais preciosos, 
com o destaque para o ouro e o diamante. Tais descobertas contribuíram para um grande 
deslocamento populacional para essas áreas, formando aglomerados descontínuos em torno 
dos garimpos; principalmente o núcleo das Gerais, localizado entre o oeste de Goiás, o sul do 
Mato Grosso e o sul de Minas Gerais. A cana de açúcar também foi introduzida na região e 
ganhou relevância no litoral e em algumas áreas interioranas (SILVA, 2015). 
A extração desse metal provocaram mudanças na ocupação do território. Houve um 
grande fluxo de pessoas que vieram de Portugal e do litoral nordestino para a região das 
minas. Também ocorreu o incremento da escravização de indígenas e de africanos. 
A fim de garantir o controle sobre a extração e o envio do metal, a coroa instituiu 
vários impostos e transferiu a capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. 
Por fim, no final do século XVIII (entre 1750 e 1770), Portugal atravessava 
dificuldades econômicas decorrentes da sua má administração. Além disso, sofria pressão da 
Inglaterra para se industrializar; sendo que a mesma buscava consolidar o seu mercado 
consumidor e a sua hegemonia como potência mundial. 
Logo, a descoberta de grandes quantidades de ouro no Brasil se tornou um motivo de 
esperança de enriquecimento e estabilidade econômica para os portugueses. 
As jazidas de ouro descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso foram 
divididos em lavras (lotes auríferos para exploração). 
Durante o auge desse ciclo, no século XVIII, milhares de pessoas foram para essas 
regiões e estima-se que a população tenha dobrado em um século. 
 
 
13 
 
O enriquecimento fez surgir uma elite letrada. Vários filhos de exploradores de ouro 
puderam ser mandados para a Universidade de Coimbra, onde entrariam em contato com as 
ideias iluministas que incentivou a Proclamação da República. 
A economia se mostrou mais dinâmica, pois em torno das minas se constituiu o 
comércio agrícola para alimentar aqueles que ali trabalhavam e o surgimento de pequenas 
manufaturas; no entanto, essas seriam proibidas em 1785. 
Essa atividade econômica passou a ser a mais lucrativa da colônia. Por isso, aconteceu 
a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763, de modo a assegurar a 
fiscalização das regiões de mineração. 
Oficialmente foram extraídos 35 toneladas desse metal, mas acredita-se que deve ter 
sido muito mais, pois uma parte era sonegada. 
Por fim, o ciclo do ouro durou até o fim do século XVIII, quando se esgotaram as 
minas em pleno desenrolar da Revolução Industrial na Inglaterra. 
Esse período representou o maior momento de controle do Brasil por Portugal, pois a 
Coroa cobrava altos impostos sobre o minério extraído. Eles eram fundidos e taxados 
nas Casas de Fundição, onde recebiam um selo que atestavam que o imposto já tinha sido 
pago. No entanto, havia desvios; e, quando descobertos, eram penalizados duramente. 
 
3.1.3.1. Os principais mecanismos de controle da extração do ouro. Foram: 
 
 Quinto: 20% de toda a produção do ouro caberiam ao rei de Portugal; 
 Derrama: uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano que deveria ser 
atingida pela colônia, caso contrário, penhoravam-se os bens dos senhores de lavras; 
 Capitação: imposto pago pelo senhor de lavras, por pessoa escravizada que trabalhasse 
em seus lotes. 
Ao mesmo tempo em que essa economia trouxe um crescimento demográfico, também 
gerou pobreza e desigualdade; pois os lucros da exploração de minérios não foram 
reinvestidos em atividades produtivas. 
Após esse período o Brasil permaneceria como simples exportador de produtos 
primários, estancado nesse ciclo vicioso e sem conseguir envergadura técnica capaz de 
promover o seu desenvolvimento econômico. 
A corrida pelo ouro, os altos impostos, as taxas, as punições e os abusos de poder 
político exercido pelos portugueses, sobre o povo que vivia na região; gerou conflitos que 
 
 
14 
 
culminariam em várias revoltas como a Guerra dos Emboabas (entre 1707 a 1709); porém, 
entre esses conflitos, o mais notável foi a Inconfidência Mineira, também conhecida como 
Conjuração Mineira. 
Esse ciclo teve repercussões tanto no Brasil, como em Portugal e na Inglaterra. No 
dizer do escritor Eduardo Galeano: 
“- O ouro brasileiro deixou buracos no Brasil, templos em Portugal e fábricas na 
Inglaterra.” 
Para o Brasil representou a mudança do eixo econômico do litoral nordestino para o 
interior e a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro. 
Com o enriquecimento da elite, os mais jovens puderam estudar na Europa, no 
momento em que o Iluminismo se espalhava pelo continente. Ao voltar, os livros sobre esse 
movimento eram trazidos e lidos por várias pessoas. 
Para os escravizados o ouro trouxe a esperança da liberdade e o surgimento de uma 
camada de libertos. 
Em Portugal o ouro possibilitou construções como o Palácio de Mafra, um complexo 
que reúne uma igreja, moradias, convento, hortas e terrenos destinados à caça. 
Na Inglaterra, ligada a Portugal pelo Tratado de Methuen, o ouro garantiu o 
pagamento dos produtos manufaturados ingleses. 
 
3.1.4. O ciclo da pecuária 
O desenvolvimento da pecuária aconteceu com o processo de colonização quando os 
portugueses trouxeram as primeiras reses ou cabeças para a utilização da tração animal, 
consumo local da carne e transporte de cargas e pessoas. 
Com o surgimento do governo geral a pecuária foi introduzida no nordeste da colônia; 
e, com as expedições de entrada para o interior da Região Sudeste. 
Com o passar do tempo o aumento dessa população bovina gerou um problema aos 
plantadores de cana; ao final de contas o gado acabava ocupando um espaço que era 
originalmente reservado ao desenvolvimento da economia açucareira; causando problemas no 
interior das plantações de açúcar que tinham parte da sua plantação destruída pela ação desses 
animais. Com isso, o lucro a ser alcançado com a produção açucareira se incompatibilizava 
com a incômoda presença do gado dentro das fazendas (SILVA, 2015). 
https://www.todamateria.com.br/guerra-dos-emboabas/
https://www.todamateria.com.br/inconfidencia-mineira/
https://www.todamateria.com.br/tratado-de-methuen/
 
 
15 
 
Devido a isso foram instalados nas regiões do interior do território que não 
interferissem na produção açucareira do litoral. Tal experiência, ocorrida principalmente na 
região Nordeste, fez com que os primeiros criadores de gado adentrassem o território e 
rompessem com os limites do Tratado de Tordesilhas. No século XVIII essa experiência foi 
potencializada por um decreto da Coroa Portuguesa que proibia a criação de gado em uma 
faixa de terras de oitenta quilômetros da costa até o interior. 
Seguindo o fluxo de diferentes rios os criadores de gado adentraram no território; e, 
consequentemente, expandiram, involuntariamente, as possessões coloniais. Ao mesmo tempo 
em que favoreceram o alargamento das fronteiras, a atividade pecuarista desenvolveu relações 
sociais e econômicas que se distanciavam dos padrões tradicionalmente ditados pelas 
Plantation agroexportadorase escravistas do litoral brasileiro. 
Geralmente os trabalhadores ligados à pecuária eram brancos, mestiços, índios e 
escravos alforriados. A existência de escravos era minoritária e grande parte desses 
trabalhadores – na qualidade de vaqueiros e peões – recebiam uma compensação financeira, 
considerada regular pelos seus serviços. Os vaqueiros, que coordenavam as atividades junto 
ao gado e comandavam os peões, recebiam um quarto das crias do rebanho nascidas ao longo 
de um período de quatro ou cinco anos. 
Por meio desse sistema vemos que a pecuária colonial também era marcada por 
interessante mobilidade social, que permitia que os vaqueiros se tornassem donos do seu 
próprio rebanho. Paralelamente, vemos que a pecuária colonial destoava das políticas 
econômicas privilegiadas pela coroa portuguesa. Ao invés de produzir riqueza, visando à 
conquista do mercado externo, a pecuária desse tempo se concentrava no abastecimento das 
cidades e outros povoamentos do território brasileiro. Através da consolidação da economia 
mineradora se observou que a pecuária passava também a atingir a região Sul do nosso 
território. As condições do relevo e da vegetação desse espaço motivaram a fundação de 
fazendas de gado voltadas para o abastecimento de vários centros urbanos, formados nesse 
período. Além do charque, um tipo de carne seca, os pecuaristas dessa região também 
lucravam com a exportação de couro e animais de transporte (SILVA, 2015). 
Com a crise mineradora, notou-se que a pecuária se espalhou por outras regiões do 
território brasileiro, como: Goiás, Minas e Mato Grosso. Nesse momento a pecuária já 
ocupava uma posição sólida no desenvolvimento da economia. Além de contar com 
 
 
16 
 
características próprias à pecuária nos revelou traços da nossa colonização que extrapolam os 
limites do interesse metropolitano e da exploração voltada para as grandes potências. 
Durante o período colonial a empresa açucareira foi o grande investimento dos 
portugueses nas terras brasileiras. Contudo, as necessidades de consumo das populações 
nativas serviram para o desenvolvimento de outras atividades econômicas destinadas à 
subsistência. Tais empreendimentos econômicos ficaram comumente conhecidos como 
atividades acessórias ou secundárias e costumava abranger o plantio de pequenas e médias 
culturas e produção de algodão, rapadura, aguardente, tabaco e mandioca. 
Nesse cenário a atividade pecuarista também começou a ganhar espaço com a 
importação de algumas reses utilizadas para o trabalho nos engenhos de açúcar. A questão 
chegou a ser tratada pelas autoridades metropolitanas que estabeleceram um decreto que 
proibia a realização de qualquer atividade pecuarista nas regiões litorâneas do Brasil. À 
medida, apesar do seu caráter visivelmente restritivo, acabou impulsionando a criação de gado 
no interior do território de forma extensiva com o uso de pastagens naturais. Segundo algumas 
estimativas, no século XVII, a atividade alcançava várias regiões nordestinas e contava com 
mais de 600 mil cabeças (SILVA, 2015). 
Além de se constituir enquanto uma atividade econômica alternativa aos projetos de 
exploração colonial, a pecuária também instituiu novas relações de trabalho alheias ao uso da 
mão de obra escrava. Geralmente a pecuária necessitava de um pequeno número de 
trabalhadores e tinha a sua mão de obra composta por trabalhadores livres de origem branca, 
negra, indígena ou mestiça. Além disso, o pagamento pelos serviços prestados era comumente 
realizado com o repasse de novos animas que surgiam no rebanho. 
Com o surgimento das atividades mineradoras nas regiões Sudeste e Centro Oeste a 
pecuária ampliou o seu mercado consumidor estabelecendo novas frentes de expansão no 
Nordeste e na região Sul do território. Além de servir para o abastecimento da população, a 
atividade pecuarista também consolidou um próspero comércio de equinos e muares usados 
para o transporte de pessoas e mercadorias. Geralmente eram organizadas feiras, em alguns 
centros urbanos do interior, onde esses animais eram negociados. 
Além de ocupar uma importante posição no ambiente colonial a expansão da pecuária 
foi de grande importância no processo de ampliação do território. Paralelamente, após a 
decadência da atividade mineradora no interior, a pecuária também se consolidou como uma 
nova atividade que substituiria o vazio econômico deixado pelo escasseamento das minas. 
 
 
17 
 
3.1.5. As drogas do sertão 
Com a expansão marítima portuguesa, iniciada no século XV e exponenciada no 
século XVI; as sucessivas conquistas de ilhas no Oceano Atlântico e de faixas de terras da 
Costa Africana; bem como a descoberta do Brasil; o império lusitano logo se tornou um dos 
mais poderosos do início da modernidade. Além do domínio dos territórios mencionados os 
portugueses também se estabeleceram nas Índias; e, em parte do território chinês, lá deixando 
também estruturas coloniais, como a de Macau. 
O monopólio português nas Índias (nome atribuído ao atual país da Índia); porém, 
arrefeceu em virtude da ampla concorrência oferecida por outros países, e essa perda do 
monopólio comercial privou os portugueses de produtos como as especiarias: condimentos, 
plantas aromáticas para a fabricação de perfumes etc. Tal privação impulsionou os 
portugueses a explorarem regiões do Brasil Colônia, até então intocadas, com o objetivo de 
buscarem novas especiarias. Essas novidades receberam a alcunha de “drogas do Sertão”. 
Antes que a nossa colonização se efetivasse, a partir de 1530, toda a Europa tinha 
grande interesse nas especiarias vendidas nas Índias. As ervas, frutos, raízes e sementes do 
mundo oriental serviam; para a preparação de remédios, a fabricação de manufaturas e o 
tempero da comida. No século XV o advento das grandes navegações – lideradas pelas nações 
ibéricas – objetivava a conquista de uma rota que ligasse a Europa aos comerciantes indianos, 
tamanho era o interesse por esses produtos (SILVA, 2015). 
Envolvidos em tal projeto os portugueses acabaram conquistando uma rota de chegada 
ao Oriente por meio da circunavegação da África. Tal rota, apesar de cumprir o seu objetivo, 
acabou não sendo economicamente viável por conta do grande tempo gasto na viagem e a 
concorrência de outros povos que já comercializavam com os indianos. Dessa forma a 
possibilidade de se vender e consumir as especiarias em Portugal acabou não sendo 
concretizada. 
As áreas que passaram a ser então exploradas pelos portugueses no fim do século XVI 
correspondiam às faixas de terras dos atuais estados do Pará e do Amazonas, isto é, as “drogas 
do Sertão” eram extraídas da Floresta Amazônica. Apesar de a palavra “sertão”, cujo uso 
corrente indicava “terra oculta”, “interior”, “inóspita” e “sem arvoredo”, não definia com 
precisão uma floresta equatorial como a amazônica, ela foi utilizada para denominar a 
procedência das chamadas “drogas” de lá extraídas. 
 
 
18 
 
Nos séculos XVI e XVII a exploração da região amazônica acabou surgindo como 
uma solução para o papel econômico anteriormente desempenhado pelas especiarias indianas. 
Afinal, esse espaço do território colonial acabou se mostrando rico em frutas, sementes, raízes 
e outras plantas que tinham finalidades medicinais e culinárias: cacau, cravo, guaraná, 
urucum, poaia e a baunilha foram alguns dos produtos que ficaram conhecidos; também, 
como as tais “drogas do sertão”. 
Na maioria das vezes, a extração das drogas do sertão era feita pelas missões jesuítas 
que se localizavam no interior do território e aproveitavam a mão de obra indígena disponível. 
Paralelamente, os bandeirantes, em suas incursões pelo interior, também realizavam essa 
mesma atividade com o objetivo de vender esses produtos na região litorânea. De modo geral 
a extração das drogas do sertão atendia demandas provenientes tanto do mercando interno 
como do mercado externo. 
O termo “drogas” também tinhauma acepção diferente da atual; era usado, sobretudo, 
para se referir a produtos naturais para uso culinário, medicinal, artesanal e manufatureiro. 
Entre essas drogas, estavam o urucum, o guaraná, a castanha do Pará, o algodão, o fumo e 
a mandioca; também eram requisitados itens derivados de outros ciclos, como a rapadura e 
a aguardente. 
O acesso ao interior da floresta amazônica ainda hoje é complexo; no século XVI 
então, era dificílimo. Havia, além do perigo oferecido pelos animais selvagens, o conflito 
iminente com tribos indígenas ainda desconhecidas. Nesse contexto o trabalho dos próprios 
indígenas era o mais apropriado para efetivar a extração. 
Entretanto, havia um impasse em relação ao emprego da mão de obra indígena. De 
uma parte os padres jesuítas, que empreendiam a catequização dos índios, valiam-se do 
trabalho livre indígena. De outra parte havia os colonos sertanistas, também interessados nas 
especiarias e que também se valiam da mão de obra indígena; porém, escravizando-os. Esse 
aspecto gerava um embate entre jesuítas e colonos, haja vista que os primeiros eram 
veementemente opostos à escravidão dos nativos. 
Ao longo da colonização, observamos que a incursão pelo interior do nosso território 
abriu caminho não apenas para o conhecimento de novos espaços; mas também, para a 
existência de várias plantas, frutas e raízes que compunham a nossa vegetação. Nesse 
processo o contato com as populações indígenas também foi de suma importância para que os 
colonizadores conhecessem as potencialidades curativas e culinárias das chamadas “drogas do 
sertão”. 
 
 
 
19 
 
3.2. A economia cafeeira ou ciclo do café 
Teve o seu começo em 1727, no início do século XVIII, quando chegaram ao país às 
primeiras mudas. Durante muito tempo o produto foi plantado para o consumo doméstico. O 
café (Coffea arabica) é originário da Etiópia. 
A primeira região do país a receber mudas de café foi o Norte, no Estado do Pará, em 
1727. As mudas teriam sido levadas por Francisco de Melo Palheta; e, muito rápido, até 1760, 
pequenas roças de café já eram cultivadas até no Rio de Janeiro (SILVA, 2015). 
Esse ciclo estava começando a evoluir, mesmo existindo os pequenos plantadores, o 
que predominou foram as grandes fazendas de monocultura característica da economia 
colonial. A cafeicultura exportadora foi aos poucos se expandindo e logo atingiu índices de 
maior produto de exportação do país. O Brasil chegou a exportar mais de 50% do consumo 
mundial. 
Em 1763 a capital do Brasil império foi transferida de Salvador/BA para a cidade do 
Rio de Janeiro, hoje capital do Estado do Rio de Janeiro, que passou a formar o Estado da 
Guanabara (somente o município do RJ). O estado do RJ tinha como capital o Município de 
Niterói e incorporado ao seu território o município neutro que hoje conhecemos por Distrito 
Federal. 
3.2.1. O Vale do Paraíba 
Ao longo do Vale do Paraíba, do Rio de Janeiro a São Paulo, o café virou o principal 
produto de exportação brasileira e chegou ao apogeu no segundo império. Essa região foi 
considerada ideal para o cultivo e logo a exploração ocorreu em grandes propriedades com o 
suporte da mão de obra escrava. 
 
3.2.2. O Oeste de São Paulo 
A cultura em pequenas proporções do norte do país se expandiu em direção ao 
sudeste, quando a partir de 1870 teve o seu grande momento no oeste paulista, nas cidades de 
Campinas e Ribeirão Preto, onde encontrou a “terra roxa” - solo rico para os cafezais. 
O ciclo do café sofreu com a carência de mão de obra. O sistema de parceria com os 
primeiros colonos imigrantes fracassou. Só a partir da década de 1870, com o trabalho 
assalariado e a imigração custeada pelo poder público, o novo sistema foi à solução para a 
lavoura paulista. 
 
 
20 
 
O Brasil recebeu 30 mil imigrantes só em 1886, nos anos seguintes essa média foi 
crescendo e chegou a mais de 130 mil. A abolição da escravatura em 13 de Maio de 1888 
gerou grande crise nas zonas cafeeiras mais antigas, da Baixada Fluminense e a do Vale do 
Paraíba; enquanto na Zona Oeste de São Paulo a crise não foi sentida. 
As fazendas se espalharam, a produção exportadora cresceu e os imigrantes, 
principalmente italianos, vieram trabalhar nas fazendas. As mudanças provocadas com o fim 
do tráfico de escravos (Lei Áurea) causou a escassez da mão de obra. Nessa região surgiram 
novas áreas de produção que passaram a utilizar trabalhadores livres assalariados, o que 
permitiu a introdução de novas tecnologias, transformando a fazenda de café em uma empresa 
capitalista. 
A imigração colonizadora foi incentivada no período de transição da abolição da 
escravatura. Havia um momento de crescimento da economia brasileira e uma necessidade de 
mão de obra; por isso, iniciou-se um processo de imigração europeia para o Brasil, através das 
ações políticas de estímulo denominadas por: Imigrações Subvencionadas (subvencionar = 
patrocinar, bancar, fomentar), para trazer estrangeiros da Itália e Alemanha que passavam por 
dificuldades devido às lutas pela unificação (SILVA, 2015). 
O objetivo do governo, na chamada “política dos braços para a lavoura” e a 
colonização (imigração), correspondeu a 2 aspectos: 
1º) Direcionar os imigrantes para trabalhar nas fazendas de café, em São Paulo; e 
2º) Direcionar os imigrantes para ocupar e colonizar “os espaços vazios no Sul do País”. 
Fazendeiros paulistas começaram a contratar imigrantes para trabalharem através do 
sistema de parceria; pelo qual, ao fim da colheita, dividiriam os lucros na proporção de 2/3 
para o fazendeiro e 1/3 para o imigrante. 
Porém, parte dos ganhos dos trabalhadores imigrantes era descontada, como por 
exemplo: os gastos com a viagem, a alimentação, moradia etc. Devido a isso, ocorreram 
revoltas e insatisfações dos trabalhadores; que culturalmente conheciam os seus direitos. Mais 
tarde, com o trabalho livre e o início da mecanização, os fazendeiros diversificaram as suas 
atividades, investindo no comércio e na indústria de bens de consumo. 
 
 
 
 
https://www.todamateria.com.br/abolicao-da-escravatura-no-brasil/
 
 
21 
 
3.3. A industrialização no Brasil 
A riqueza produzida pelo café favoreceu a modernização do Brasil com o surgimento 
das ferrovias, portos, iluminação pública, instalação de bancos, pequenas indústrias e a 
expansão do comércio internacional. O processo de industrialização foi historicamente tardio 
ou retardatário. Enquanto na Inglaterra aconteceu a Primeira Revolução Industrial (1750), 
coexistentemente o Brasil vivia sob o regime colonial e escravista; dessa maneira as primeiras 
fábricas só puderam ser abertas com a chegada da família real ao Brasil em 1808. 
 
3.3.1. Fatores da industrialização no Brasil 
 
Vários fatores contribuíram para o processo de industrialização brasileira no começo 
do século XX: 
 A exportação de café gerou lucros que permitiram o investimento na indústria; 
 Os imigrantes estrangeiros traziam consigo as técnicas de fabricação de diversos 
produtos; e 
 A formação de uma classe média urbana consumidora. 
 A passagem de uma sociedade agrária para uma urbano industrial mudou a paisagem 
de algumas cidades brasileiras, principalmente das capitais dos estados. 
Durante a Primeira República ou República Nova (1889-1930), verificamos a 
instalação de tecelagens, montadoras de automóveis, fábricas de calçados, alimentos, produtos 
de higiene e limpeza (como o sabão) etc. As condições de trabalho eram duras, com jornadas 
de 14 horas, seis dias na semana e o salário baixo (SILVA, 2016). 
Também, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) impulsou a industrialização no 
Brasil. Com o conflito era inviável importar produtos manufaturados da Europa e dos Estados 
Unidos e muitos artigos foram substituídos pela fabricação local. 
No entanto, o grande impulso industrial no Brasil ocorreu após a crise do café e a de 
1929. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3.3.2. Fasesda industrialização brasileira 
Para fins de estudo o desenvolvimento industrial do Brasil foi dividido em quatro fases 
(SILVA, 2016): 
 1530 – 1808: período colonial, quando as indústrias estavam proibidas; 
 1808 – 1930: compreende a época joanina, o Primeiro e o Segundo Reinado; e, a 
Primeira República. Surgiram as primeiras fábricas; mas, o café era o grande produto 
de exportação; 
 1930 – 1956: alguns assinalam que nessas décadas se deu a Revolução Industrial 
Brasileira. O governo Vargas passou a ser o grande investidor e formador da indústria 
pesada no País; 
 1956 – até os dias de hoje: começou com o estímulo à indústria de automóvel por JK, 
o liberalismo ou abertura da economia ao capital estrangeiro e a globalização. 
 
1ª fase: período colonial 
Durante o período colonial, a metrópole portuguesa proibiu a manufatura, pois os 
produtos iriam concorrer com os do reino; e, com o fortalecimento da economia a colônia 
poderia se tornar independente, o que não interessava a Portugal. 
 
2ª fase: as primeiras fábricas no Brasil 
Em 1808, com a vinda da família real para o Brasil, o Príncipe regente D. João tomou 
algumas medidas que favoreceram ao desenvolvimento industrial, entre elas: 
 A extinção da lei que proibia a instalação de indústrias de tecidos na colônia; e 
 A liberação da importação de matéria prima para abastecer as fábricas, sem a cobrança 
da taxa de importação. 
Essas medidas não surtiram o efeito esperado, pois o mercado interno ainda era 
pequeno. A maior parte da população era escravizada e não poderia comprar esses artigos. 
Durante o Segundo Reinado a principal atividade econômica no Brasil era a 
cafeicultura. Ao longo do século XIX os Estados e os governos estavam ligados à produção 
de café, de onde provinha a riqueza e o poder. 
 
 
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Apesar da elite cafeicultora não se interessar pela atividade industrial, surgiram às 
primeiras fábricas no Brasil. Essas se dedicavam a produzir produtos de consumo doméstico 
como: tecido, ferramentas e velas. 
Com a Tarifa Alves Branco, em 1844, aumentavam-se as taxas alfandegárias que os 
produtos importados deveriam pagar. Com isso, surgiu um ambiente favorável para o 
surgimento das primeiras manufaturas e a produção aqui ficaria mais barata. 
Nessa época, destacam-se as atividades empreendedoras do Barão de Mauá que 
investiu em ferrovias, estaleiros, iluminação pública, bancos etc. 
Ao mesmo tempo, o País começou a receber as novidades tecnológicas como a 
eletricidade, o bonde de tração animal e o telefone. 
 
3ª fase: industrialização no governo Vargas 
O primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) foi decisivo para a 
industrialização brasileira. 
Com o governo Vargas o Estado passou a investir e abrir empresas públicas. Ele 
privilegiou a indústria pesada, ou seja, aquela que transforma a matéria prima e a fabricar 
bens de grande porte. 
O contexto exterior também ajudou, pois era complicado importar máquinas num 
momento em que os países europeus se preparavam para a guerra. Curiosamente, a Alemanha 
nazista se tornou compradora do algodão brasileiro a fim de vestir os seus soldados. 
Para instalar a indústria pesada era preciso financiamento e isso foi possível graças ao 
empréstimo obtido junto aos Estados Unidos. Assim foi construída a Companhia Siderúrgica 
Nacional, em 1941, em Volta Redonda (RJ). Esse acordo se deu na época quando o Brasil foi 
lutar junto aos americanos na Segunda Guerra Mundial. 
Outras indústrias de base do período foram: a Companhia Vale do Rio Doce (1942), 
para a extração de minério de ferro e a Fábrica Nacional de Motores (1942). 
Quanto à mão de obra empregada nas fábricas, observamos o crescimento de operários 
vindos do nordeste brasileiro. 
 
4ª fase: do governo JK até os dias de hoje 
Com a chegada de Juscelino Kubitschek à presidência, observou-se o crescimento da 
indústria de bens intermediários. 
 
 
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JK privilegiou a indústria automobilística em detrimento do transporte ferroviário e a 
fabricação de autopeças conheceu um grande impulso. Para isso, abriu a economia brasileira 
ao capital estrangeiro (liberalismo). 
Igualmente, verificou-se um incremento industrial automobilístico de São Paulo, no 
ABCD paulista (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema). 
A construção de Brasília também garantiu o fomento da indústria nacional, pois era 
preciso muito material para levantar a nova capital. 
Com o golpe de 1964 houve a instalação de uma ditadura militar de caráter autoritário 
e nacionalista no Brasil. O Estado voltou a aparecer como um grande investidor e a realizar 
obras de grande porte; como a usina hidrelétrica de Itaipu (PR), a rodovia Transamazônica e a 
ponte Rio Niterói. 
Os gastos com esses empreendimentos, no entanto, aumentaram a dívida externa e 
provocaram uma inflação descontrolada no País. 
A eleição de Collor de Mello, em 1989, e os dois mandatos de Fernando Henrique 
Cardoso (1994-2002), significaram a implantação do neoliberalismo no Brasil. 
Dessa forma, estatais foram privatizadas; a economia se abriu ao capital estrangeiro, 
na maior parte dos setores; e os trabalhadores viram os seus direitos diminuírem. 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Todos os ciclos históricos econômicos do país andaram de mãos dadas e foram 
responsáveis pela formação histórica da nossa nação. No dia 21/04/1960 a capital do país foi 
transferida para o Planalto Central (em Goiás), para uma área de 14.400 km
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, cedida durante a 
constituição de 1891; a fim de haver um controle do panorama geral do país em seu centro. 
Acompanhando a tendência da economia mundial globalizada, a atividade industrial no Brasil 
cresceu e desponta no setor de serviços e produtos, tendência que seguiu no século XXI (de 
2001 a 2100). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS 
Site do Instituto Brasileiro de Floresta – IBF. 2020. 
https://www.ibflorestas.org.br/conteudo/arvore pau brasil: historia e curiosidades? 
 
Site do Educa Mais Brasil. 2020. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/ciclos 
econômico no Brasil e as riquezas em sua época. 
 
SILVA, Júlio César Lázaro da. Resumo histórico e econômico do Brasil: a colonização 
portuguesa. Brasil Escola. São Paulo, 2015. 223p. Brasil Escola. Disponível em: 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/resumo-historico-economico-brasil-recuperacao-
economica-ascensao.htm. Acesso em 07 de fevereiro de 2021. 
SILVA, Júlio César Lázaro da. Resumo Histórico e Econômico do Brasil: a recuperação 
econômica e a ascensão do Brasil como uma potência regional. Brasil Escola. São Paulo, 
2016. 209p. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/resumo-historico-
economico-brasil-recuperacao-economica-ascensao.htm. Acesso em 08 de fevereiro de 2021.

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