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Arte Brasileira

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Prévia do material em texto

2012
Arte BrAsileirA
Prof. Francisco Ponciano Vieira
Prof.ª Carla Carvalho
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Francisco Ponciano Vieira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
709.81
V658a Vieira, Francisco Ponciano
 Arte brasileira / Francisco Ponciano Vieira e Carla Carvalho. 
Indaial : Uniasselvi, 2012. 
 218 p. : il 
 
 
 ISBN 978-85-7830- 564-2
 1. Arte brasileira.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
 
III
ApresentAção
Caro(a) acadêmico(a)!
Seja bem-vindo aos estudos referentes à Arte Brasileira. Caminharemos 
juntos, de mãos dadas, com o objetivo de auxiliá-lo (a) no propósito de 
compreensão dos processos de transformações ocorridos na Arte Brasileira. 
Para isso, essa disciplina vai abordar as relações entre as culturas indígena, 
africana e europeia, que se articulam na constituição dos processos de 
formação da cultura brasileira. 
É importante considerar que seu curso é uma licenciatura, por isso sua 
formação precisa ter foco na ação do professor, entendendo que a docência em 
arte se constitui uma profissão complexa. Pensamos assim, pois ao professor 
de arte é necessário compreender os processos técnicos, culturais e históricos 
da arte, além de compreender como os seres humanos se relacionam com 
a arte. Nesse sentido, este Caderno de Estudos relacionará os conteúdos 
históricos às reflexões acerca do ensino da arte.
Numa sociedade como a nossa, formada por multiculturas, o projeto 
que exibimos pretende ser o estimulador de uma visão relacional que articula 
elementos próprios do interior da cultura existente em nosso país aos contextos 
que bebemos, na medida em que fomos colonizados por europeus. Adotamos 
para a apresentação dessa temática a linha do tempo, com o objetivo de 
subsidiar você, leitor, a refletir sobre a diversidade cultural aqui existente. 
É importante considerar que a arte é expressão do ser humano nas 
suas relações com a sociedade, com os outros seres humanos e com ele mesmo. 
Nesse processo, que é dialético e dinâmico, é que o ser humano constitui suas 
formas de ver e perceber o mundo. Ressaltamos essa consideração, pois o 
que apresentaremos são produções artísticas marcadas pelos contextos 
culturais aos quais estavam inseridas no momento de sua criação, bem como 
pela história vivida nesse período. Ao ler o que aqui registramos, lembre-se 
sempre disso: a arte é marcada histórica e culturalmente. 
Também traçaremos um perfil acerca da Arte Moderna, no Brasil. Seu 
marco inicial é sinalizado pela Semana de Arte Moderna de 1922, importante 
movimento modernista. Neste evento, diversos artistas, de diferentes 
segmentos e movimentos, se reúnem e apresentam ao público uma nova 
forma de expressão, como meio de romper com os padrões antigos.
IV
Desejamos a você uma boa viagem pela Arte Brasileira. Acreditamos 
que, à medida que você conhecer um pouco mais sobre a história da Arte 
Brasileira, estará conhecendo mais sobre sua história, seu jeito de ver e pensar 
sobre o Brasil e, nesse processo, sobre você mesmo. 
Vamos começar!
Prof. Francisco Ponciano Vieira 
Profª. Carla Carvalho
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 - OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL ............................................................. 1
TÓPICO 1 - A PRÉ-HISTÓRIA ............................................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO ............................................................................................................ 4
 2.1 REGISTROS NATURALISTAS ..................................................................................................... 6
 2.2 REGISTROS GEOMÉTRICOS ....................................................................................................... 7
 2.3 TÉCNICAS UTILIZADAS NAS INSCRIÇÕES RUPESTRES ................................................... 8
3 VESTÍGIOS DE OCUPAÇÕES HUMANAS NA PRÉ-HISTÓRIA ........................................... 10
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 14
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 17
TÓPICO 2 - AS CULTURAS MARAJOARA E SANTARÉM ......................................................... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 19
2 A CULTURA MARAJOARA .............................................................................................................. 20
3 CULTURA SANTARÉM ..................................................................................................................... 23
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 26
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 28
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................29
TÓPICO 3 - INFLUÊNCIAS INDÍGENAS NA ARTE ..................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 31
2 ARTE INDÍGENA ................................................................................................................................ 32
 2.1 ARTE CERAMISTA ........................................................................................................................ 33
 2.2 A ARTE DE TECER TRAMAR E TRANÇAR ............................................................................. 35
 2.3 ARTE PLUMÁRIA ......................................................................................................................... 36
 2.4 ARTE DAS MÁSCARAS ............................................................................................................... 37
 2.5 ARTE DA PINTURA CORPORAL .............................................................................................. 38
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 39
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 42
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 43
TÓPICO 4 - REFLEXÕES ACERCA DO ENSINO DA ARTE ........................................................ 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 45
2 A SELEÇÃO DE CONTEÚDOS ........................................................................................................ 46
3 SOBRE O ENSINO DA ARTE ........................................................................................................... 47
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 49
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 51
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 52
UNIDADE 2 - OS PORTUGUESES NO BRASIL ............................................................................. 53
TÓPICO 1 - A ARTE NO BRASIL COLÔNIA .................................................................................. 55
VIII
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 55
2 INÍCIO DA ARTE COLONIAL ........................................................................................................ 56
3 AS FORTIFICAÇÕES .......................................................................................................................... 59
4 AS CONSTRUÇÕES RELIGIOSAS ................................................................................................. 61
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 63
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 66
TÓPICO 2 - A OPULÊNCIA DO BARROCO .................................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 67
2 O BARROCO NO BRASIL ................................................................................................................ 68
 2.1 IGREJAS BARROCAS .................................................................................................................... 69
 2.2 ALEIJADINHO ............................................................................................................................... 72
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 76
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 81
TÓPICO 3 - OS HOLANDESES NO BRASIL ................................................................................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 83
2 OS HOLANDESES NO NORDESTE ............................................................................................... 83
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 88
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 92
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 93
TÓPICO 4: O LEGADO DA CULTURA AFRICANA PARA O BRASIL ..................................... 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 95
2 A CULTURA AFRICANA ................................................................................................................... 95
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 103
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 105
TÓPICO 5 - REFLEXÕES ACERCA DO MULTICULTURALISMO E O ENSINO 
 DA ARTE ............................................................................................................................ 107
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 107
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 110
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 113
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 114
UNIDADE 3 - RUMO À CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE NACIONAL .................... 115
TÓPICO 1 - A FAMÍLIA REAL NO BRASIL ..................................................................................... 117
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 117
2 A CHEGADA DA CORTE ................................................................................................................. 117
3 A MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA .............................................................................................. 1183.1 OUTROS ARTISTAS ESTRANGEIROS NO BRASIL ................................................................ 122
 3.2 NEOCLASSICISMO ....................................................................................................................... 126
 3.3 ARTISTAS BRASILEIROS ............................................................................................................. 128
 3.3.1 Augusto Müller ......................................................................................................................... 128
 3.3.2 Pedro Américo de Figueiredo e Melo .................................................................................... 129
 3.3.3 Victor Meirelles ......................................................................................................................... 132
 3.3.4 José Ferraz de Almeida Júnior ................................................................................................ 133
 3.3.5 Antônio Diogo da Silva Parreiras ........................................................................................... 135
 3.3.6 Eliseu D’Angelo Visconti ......................................................................................................... 136
IX
4 ECLETISMO ......................................................................................................................................... 139
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 143
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 146
TÓPICO 2 - MODERNISMO NO BRASIL ........................................................................................ 147
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 147
2 SEMANA DE ARTE MODERNA ..................................................................................................... 148
3 NACIONALISTAS: PAU-BRASIL, VERDE-AMARELISMO E ANTROPOFAGISMO ........ 156
 3.1 O MOVIMENTO PAU-BRASIL .................................................................................................... 157
 3.2 VERDE- AMARELISMO ............................................................................................................... 158
 3.3 ANTROPOFAGISMO .................................................................................................................... 159
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 160
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 163
TÓPICO 3 - FORMAÇÃO DE GRUPOS ARTÍSTICOS PÓS DÉCADA DE 1930 ..................... 165
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 165
2 FORMAÇÃO DE SOCIEDADES, CLUBES E GRUPOS .............................................................. 165
 2.1 NÚCLEO BERNARDELLI ............................................................................................................ 166
 2.2 CLUBE DOS ARTISTAS MODERNOS ........................................................................................ 168
 2.3 GRUPO SANTA HELENA ............................................................................................................ 170
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 172
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 176
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 177
TÓPICO 4 - MOVIMENTOS ARTÍSTICOS: MODERNISMO E PÓS-MODERNISMO ....... 179
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 179
2 MODERNISMO ................................................................................................................................... 180
 2.1 ABSTRACIONISMO ...................................................................................................................... 180
 2.2 CONCRETISMO ............................................................................................................................. 182
 2.3 NEOCONCRETISMO .................................................................................................................... 183
 2.4 TACHISTAS ..................................................................................................................................... 184
 2.5 NOVO REALISMO ........................................................................................................................ 186
 2.6 O SURREALISMO .......................................................................................................................... 187
 2.7 PINTURA INGÊNUA E PRIMITIVA .......................................................................................... 189
 2.8 POP ART .......................................................................................................................................... 190
3 PÓS-MODERNISMO ......................................................................................................................... 193
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 196
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 202
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 203
TÓPICO 5 - O ENSINO DA ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA ......... 205
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 205
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 211
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 215
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 216
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 217
X
1
UNIDADE 1
OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você estará apto(a) a:
• compreender a Pré-História brasileira;
• conhecer as culturas Marajoara e Santarém como antigas civilizações bra-
sileiras;
• perceber a influência indígena na Arte Brasileira.
• sistematizar reflexões acerca do ensino da Arte Brasileira numa perspecti-
va histórica.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles, 
você encontrará atividades que o(a) levarão a exercitar os conhecimentos 
adquiridos.
TÓPICO 1 – A PRÉ-HISTÓRIATÓPICO 2 – AS CULTURAS MARAJOARA E SANTARÉM
TÓPICO 3 – INFLUÊNCIAS INDÍGENAS NA ARTE
TÓPICO 4 – RELAÇÕES COM O ENSINO DA ARTE
Assista ao vídeo 
desta unidade.
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A PRÉ-HISTÓRIA
1 INTRODUÇÃO
Olá! Seja bem-vindo(a) à disciplina de Arte Brasileira. Nosso foco de 
discussão desse Caderno de Estudos será a Arte Brasileira, compreendendo-a 
como elemento da cultura, articulada a um momento histórico com características 
próprias que a identificam e a diferenciam de outras produções humanas.
Você já se perguntou por que o ser humano, em determinado momento, 
começou a desenhar nas paredes? Por que em determinado momento o ser humano 
começou a fazer arte?
Bem, é na relação do ser humano com os outros homens e com o local 
em que vive que o homem percebe sua existência e constitui o que chamamos de 
cultura. A arte é parte da cultura e resultado da relação do sujeito com o contexto 
cultural e histórico em que vive, com a relação com as outras pessoas e com ele 
mesmo. 
Partindo desse indicador, podemos compreender que, seja qual for a 
produção artística à qual nos referimos nesse caderno, ela é produto das condições 
sociais, culturais e tecnológicas de seu tempo. Assim, num processo dialético é que 
o ser humano se constitui, à medida que compreende o mundo, os outros homens 
e a si mesmo.
Bem, lá nos primórdios, os pioneiros da arte eram pessoas que não 
compreendiam e explicavam o que viviam como explicamos hoje, pois a ciência 
e a religião não haviam sido constituídas. Assim, toda e qualquer relação do 
ser humano com a natureza era inexplicável e, por isso, complexa. Para Peixoto 
(2003, p. 53), a arte é um “produto humano complexo e completo”, que envolve “a 
elaboração de uma certa compreensão do mundo e a abstração para tomá-la como 
conteúdo da obra”.
Afinal, por que estou iniciando nosso texto falando sobre isso?
Podemos identificar registros da arte no Brasil antes mesmo de Pedro 
Álvares Cabral aportar em terras brasileiras, em 1500. Quando ele aqui chegou, 
percebeu que nosso território já tinha sido desbravado por grupos nômades e 
seminômades, tempos atrás.
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
4
Os fósseis e as inscrições rupestres são os testemunhos da existência de 
nossos antecessores, pois eles deixaram impressos nas paredes das cavernas, 
grutas, pedras, registros simbólicos com motivos naturalistas e geométricos, 
muitos retratando seu cotidiano.
Philip Baxter Meggs (1942-2002) em seu livro A History of Graphic Design 
afirma que a Pré-História serviu de palco para o nascimento da comunicação visual, 
pois os desenhos primitivos, num sentido mais amplo, eram desenvolvidos como 
forma utilitária e ritualística. Ele aponta que o foco do desenho, neste período, era 
a comunicação e não o começo das belas artes, como a concebemos. 
Este período da História da Humanidade não foi documentado por nenhum 
registro escrito, por isso denominou-se Pré-História, pois antecede a escrita. O que 
conhecemos destas antigas civilizações origina-se das pesquisas e estudos realizados 
por arqueólogos, paleantólogos, antropólogos e pesquisadores. Eles reconstituiem 
essas culturas através da análise de seus vestígios que o tempo não apagou como as 
inscrições rupestres, fragmentos de objetos e utensílios, fósseis etc.
O fim do período Pré-Histórico acontece com a descoberta da escrita, 
originando a era denominada de História. Esta passagem da Pré-História à História não 
ocorre abruptamente e equivalente nos vários continentes e, sim, de forma inconstante 
e desigual. Foram as grandes navegações que propiciaram a propagação da escrita além 
fronteiras. Tomando como exemplo o Brasil, em relação a outros países, pode-se dizer que 
o período Pré-Histórico se prolongou até sua colonização, em 1531. 
2 PERÍODO PRÉ-HISTÓRICO
Percebendo a história da humanidade, verifica-se que, já em tempos 
remotos, os povos da pré-história, mesmo sem conhecer a escrita, retratavam os 
acontecimentos através de inscrições rupestres.
 
Analisando a trajetória humana no Brasil, observamos que há indícios da 
existência de povos acerca de 11,5 mil anos, considerado período Pré-Histórico 
até a colonização pelos portugueses, em 1500. Prova desta presença são as 
manifestações que o tempo não apagou como as inscrições rupestres, fósseis e 
pedaços de artefatos. 
As pinturas desenvolvidas pelo homem na Pré-História, mesmo sendo 
impossível aos arqueólogos interpretá-las de forma exata, são consideradas 
representações simbólicas que retratam cenas da vida cotidiana e eventos 
cerimoniais. 
UNI
TÓPICO 1 | A PRÉ-HISTÓRIA
5
Também deduz-se que, muitos dos ágrafos desenvolvidos pelos primitivos 
eram meios utilizados para se comunicarem com entidades superiores e também 
elaborarem reproduções idealizadas da natureza, muitas vezes para garantir uma 
boa caça e, consequentemente, a sua sobrevivência. 
Sabemos que não foi com a intenção de “fazer obra de arte” que o 
homem da idade da pedra pintou ou modelou com as próprias mãos, 
formas naturais, mas, sim, para assegurar a reprodução da caça, atraí-la 
às armadilhas, ou ainda para se apoderar da força dos animais ferozes; 
o artista primitivo era um feiticeiro cujos desenhos tinham um valor 
encantatório, e se ele dedicava tanta atenção à verdade viva era para 
dar às formas o maior valor de reprodução possível, transmitindo-lhes 
a virtude da própria criatura. (BAZIM, 1976, p. 9).
Para ele, considerado “primitivo” nestas manifestações, a imagem já não 
era um simulacro; provida das mesmas qualidades vivas que o ser reproduzido, a 
imagem é uma operação mágica através da qual o homem manifesta o seu poder 
na ordem cósmica. 
Essas manifestações artísticas, conforme pintura rupestre (Figura 1) 
encontrada no sítio Boqueirão da Pedra Furada, no Parque Nacional da Serra da 
Capivari, no Piauí (Figura 2), atualmente, são consideradas verdadeiras obras de 
arte devido ao seu valor cultural para a humanidade.
FONTE: TIRAPELI, Percival. Arte 
Brasileira: arte indígena do pré-
colonial à contemporânea. São Paulo: 
Nacional, 2007. p. 12.
FONTE: TIRAPELI, Percival. Arte Brasileira: arte 
indígena do pré-colonial à contemporânea. 
São Paulo: Nacional, 2007. p. 13.
FIGURA 1 – PINTURA RUPESTRE (PI) FIGURA 2 – SÍTIO BOQUEIRÃO (PI)
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
6
As pesquisas científicas de antigas culturas que existiram no Brasil, 
a partir das descobertas realizadas no sudeste do Piauí, abrem uma 
perspectiva nova tanto para a historiografia como para a Arte Brasileira. 
Esses fatos nos permitem ver mais claramente que a história de nosso 
país está ligada à história do mundo todo, e que as nossas raízes são 
muito mais profundas do que o limite inicial de uma data, no tão 
próximo século XV. (PROENÇA, 1999, p. 189).
O homem da Pré-História deixou impresso nas paredes das cavernas, grutas, 
rochedos, pedra, leitos dos rios os mais variados temas que se tornaram registros 
simbólicos de pessoas, animais, plantas e objetos, podendo ser classificados em 
motivos naturalistas (figurativos) e geométricos.
É importante compreendermos o que aconteceu e como aconteceu essa história, 
pois somos resultado desse processo, está em nós marcada a história da humanidade. De 
alguma maneira, nossa história se entrelaça a histórias desses homens e mulheres que 
naquela época elaboraram os primeiros registros artísticos no Brasil.
É no decurso do esforço de várias ciências, unindo seus conhecimentos através 
de pesquisas científicas, que temos o conhecimento do modo de vida das civilizações Pré-
Históricas. Uma delas é a Arqueologia, que é a ciência que estuda os vestígios materiais 
deixados pelo homem como objetos, armas, moradias, adornos e as próprias inscrições 
rupestres, como veremos a seguir, nos registros naturalistas e geométricos!2.1 REGISTROS NATURALISTAS
Nos registros naturalistas há predominância de formas humanas isoladas 
ou em grupos bem como representações de animais e plantas. Estas imagens 
aparecem em cenas de guerra, luta, caça, coito e trabalhos coletivos. As pessoas, 
em algumas situações, são retratadas usando armas como lanças e bastões, cestas 
e outros utensílios. 
Os animais e as plantas, conjuntamente com o homem, muitas vezes, fazem 
parte das mesmas composições. Nessas representações, ora são retratados sozinhos 
ora em combates com outros animais ou com o próprio homem. Os animais cuja 
representação é mais frequente são os veados, as onças, os peixes e os pássaros. 
Nas Figuras 3 e 4, podem ser vistas as inscrições rupestres encontradas em 
sítios arqueológicos dentro do Parque Nacional Serra da Capivara (PI).
UNI
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | A PRÉ-HISTÓRIA
7
FONTE: Disponível em: <http://autogestnacabeca.blogspot.com/2007/09/so-
raimundo-nonato-piaubrasil.html>. Acesso em: 15 maio 2008.
FIGURA 3 – CAPIVARA PIAUÍ
FONTE: Disponível em: <http://autogestnacabeca.blogspot.com/2007/09/so-
raimundo-nonato-piaubrasil.html>. Acesso em: 15 maio 2008.
FIGURA 4 – CERIMONIAL. PIAUÍ
2.2 REGISTROS GEOMÉTRICOS
As inscrições rupestres sinalizadas com motivos geométricos destacam-se 
pela diversidade de elementos e formas geométricas. 
Alguns grupos utilizavam, por exemplo, desenhos trabalhando com 
modelos não figurativos representando pontos, linhas, traços espirais, cruzes, 
círculos e outros elementos geométricos em diferentes tamanhos e combinações. 
A Figura 5 mostra elementos geométricos, em forma de círculos concêntricos em 
variadas modalidades pintadas nas paredes de um sítio arqueológico na Bahia.
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
8
FONTE: PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo: Ática, 2006. p. 12.
FIGURA 5 – PINTURAS RUPESTRES COM MOTIVOS GEOMÉTRICOS (GOIÁS)
“O estudo da arte de um povo tem a finalidade de enriquecer o conhecimento 
individual de cada um, através do aprimoramento do gosto e da sensibilidade, estabelece 
“uma ponte entre o espiritual e o material”. É importante conhecer os períodos da arte em 
que aconteceram fatos novos, o porquê e qual a sua contribuição para a vida moderna.” 
(HARRES, 1979, p. 11).
2.3 TÉCNICAS UTILIZADAS NAS INSCRIÇÕES RUPESTRES
Muitos sítios arqueológicos apresentam as duas técnicas de representação 
gráfica mais utilizada pelo homem primitivo: a pintura e a gravura. A gravura 
se dá pelo processo de abrasão, ou seja, pela raspagem das pedras deixando as 
formas das figuras em baixo relevo. 
Para pintar, o homem pré-histórico se valia de elementos naturais, nos quais 
imprimia, como nas paredes das rochas e cavernas, imagens que eram decalcadas. 
Estas se fixam quando os elementos eram retirados. 
Segundo a obra de Calabria e Martins (1997, p.16), para pintar, o homem pré-
histórico “produzia suas tintas misturando terra (geralmente avermelhada por ser 
rica em minérios) com carvão, sangue e gorduras de animais.” Também utilizava 
as mãos e, possivelmente, outros artefatos como pincéis rudimentares (como tocos 
de madeira, osso), “conforme alguns objetos encontrados por arqueólogos.” 
UNI
TÓPICO 1 | A PRÉ-HISTÓRIA
9
As Figuras 6 e 7 são dois exemplos distintos de técnicas utilizadas pelo 
homem pré-histórico. Na primeira, localizada no sítio Caldeirão do Deolindo – que 
é um depósito natural de água, um caldeirão – dentro do Parque Nacional Serra 
da Capivara (PI), encontramos a utilização da técnica por abrasão. Já na Figura 7, 
outro sítio arqueológico dentro do Parque Nacional Serra da Capivara (PI), pode-
se observar a utilização de tintas produzidas por elementos naturais.
FONTE: Disponível em: <http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp>. Acesso 
em: 15 maio 2008.
FONTE: Disponível em: <http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp>. Acesso 
em: 15 maio 2008.
FIGURA 6 – TÉCNICA POR ABRASÃO
FIGURA 7 – TÉCNICA POR PINTURA
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
10
O parque Nacional Serra da Capivara, situado no estado do Piauí, foi declarado 
como sendo Patrimônio Natural da Humanidade devido ao seu valor natural e cultural. 
Nele encontra-se uma importante diversidade biológica situada numa das últimas áreas do 
semiárido. Também concentram-se, aproximadamente, 912 sítios arqueológicos, quase que, 
na sua totalidade, de pinturas e gravuras rupestres.
3 VESTÍGIOS DE OCUPAÇÕES HUMANAS NA PRÉ-HISTÓRIA
No Brasil, encontram-se importantes sítios arqueológicos que denotam a 
presença humana há aproximadamente 11,5 mil anos a.C. Um desses importantes 
sítios arqueológicos está localizado no município de São Raimundo Nonato, João 
Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias, numa região situada no sudeste do 
Estado do Piauí, denominada Parque Nacional Serra da Capivara. 
Lá, encontram-se vestígios de pinturas e gravuras rupestres. Estes registros, 
provavelmente, são de autoria de povos que se valiam das cavernas das regiões 
pelas quais passavam para se protegerem. 
Anterior à descoberta de um fóssil humano com traços negroides na Lapa 
Vermelha – entre Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo 
Horizonte – pela equipe franco-brasileira coordenada pelos arqueólogos franceses 
Anette Laming e André Prous, pensava-se que aqui todos os antigos habitantes 
descendiam da raça mongol, característica dos índios atuais. 
A ilustração do mapa mostra a entrada do homem pré-histórico nas 
Américas, que se deu pelo Estreito de Bering, há poucos milhares de anos.
FONTE: Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u219.shtml>. 
Acesso em: 23 maio. 2008.
FIGURA 8 – ENTRADA DO HOMEM
UNI
TÓPICO 1 | A PRÉ-HISTÓRIA
11
FONTE: PROENÇA, Graça. A História da Arte. São Paulo: Ática, 
2006. p. 10.
FIGURA 9 – LUZIA
1 – Sibéria. Ela ocupa 58% da área da Federação Russa. E é lá, na aldeia de 
Oymyakon, que é considerado o lugar habitado mais frio do planeta.
 
2 – Estreito de Bering. É um estreito entre o Cabo Dezhnev, o ponto extremo 
oriental do continente asiático e o Cabo Prince of Wales, o extremo ocidental do 
continente americano, com cerca de 85 km de largura e uma profundidade de 
30-50 m. 
3 – Novo México. O modelo “Clóvis first” (Clóvis primeiro) diz que tribos com 
características mongoloides atravessaram o estreito de Bering há, no máximo, 
12 mil anos. A primeira cultura identificada nessa leva é a do sítio arqueológico 
de Clóvis, no Novo México, que produziu pontas de lança características. 
4 – Sítio arqueológico no Pará. Monte Alegre, Pará. Nessa região, foram 
encontrados, em 1996, os mais antigos artefatos e pinturas já vistos na Amazônia.
5 – Lapa Vermelha (MG). O modelo dos dois componentes biológicos, proposto 
por Walter Neves, diz que um povo mais antigo, com traços semelhantes aos dos 
atuais africanos e australianos, chegou à América há cerca de quinze mil anos. É 
a essa população que pertenceria Luzia, a mulher de 11,5 mil anos encontrada 
no sítio arqueológico de Lapa Vermelha, perto de Lagoa Santa (MG). Milênios 
depois, talvez há 10 mil anos, os ancestrais dos atuais indígenas teriam chegado 
ao continente. 
FONTE: Adaptado de: LOPES, José Reinaldo. O antropólogo em busca do inesperado. Disponível 
em: <http:// www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u219.shtml>. Acesso em: 23 maio 2008.
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
12
Paleontólogos, arqueólogos e antropólogos afirmam que a ossada mais antiga de 
um ser humano já encontrado na América é o crânio de Luzia, atualmente exposto no Museu 
Nacional do Rio de Janeiro (Figura 8). Ao reconstituírem seu crânio, embasados em estudos 
e testes e com o auxílio de aparelhos sofisticados como a tomografia computadorizada, a 
datação a partir do carbono, esses pesquisadores observaram que Luzia morreuentre 20 
e 25 anos. Possuía características negroides: sua face era alongada com queixo saliente, 
as maçãs do rosto destacadas, nariz largo e achatado e o seus olhos arredondados, muito 
parecidos com os aborígines africanos e australianos.
No mapa exposto na Figura 10, há vários registros de seres humanos 
que viveram aqui há pelo menos 11,5 mil anos. Veja abaixo os principais sítios 
arqueológicos no Brasil:
FONTE: VEJA. São Paulo: Abril, n. 1612, ago. 1999. p. 23.
FIGURA 10 – SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
UNI
TÓPICO 1 | A PRÉ-HISTÓRIA
13
FONTE: Disponível em: <http://www.geocities.com/latrinchera2000/
articulos/America.html>. Acesso em: 15 maio 2008.
FIGURAS 11 E 12 – PINTURAS RUPESTRES E RASPADOR
1 – Lapa Vermelha, Minas Gerais. Luzia foi identificada nesse sítio arqueológico 
em 1975. É o mais antigo crânio humano conhecido em todo o continente 
americano. 
2 – Santana do Riacho, Minas Gerais. Há apenas 60 quilômetros de Lapa Vermelha, 
concentram-se vários esqueletos humanos contemporâneos e também pinturas 
rupestres e ferramentas pré-históricas.
3 – Vale do Peruaçu, Minas Gerais. Conta com pinturas rupestres datadas entre 11 
mil e 12 mil anos, algumas com três cores e desenhos elaborados.
4 – Monte Alegre, Pará. Nessa região, foram encontrados em 1996 os mais antigos 
artefatos e pinturas já vistos na Amazônia.
5 – Abrigo do Sol, Mato Grosso. Sítio arqueológico localizado em 1987 na beira do 
Rio Guaporé, composto principalmente de ferramentas de pedra lascada.
6 – Serra da Capivara, Piauí. Um dos mais importantes sítios arqueológicos do 
mundo, que tem mais de 25.000 pinturas rupestres e vestígios de ocupação 
humana. Para saber mais sobre este museu a céu aberto acesse: http://www.
fumdham.org.br/parque.asp.
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
14
7 – Rio Uruguai, Rio Grande do Sul. Sítio arqueológico localizado nos anos 80 com 
restos de ferramentas de pedra e animais já extintos. 
FONTE: VEJA. São Paulo: Abril, n. 1612, ago. 1999. p. 24.
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, 
sugerimos a leitura de TIRAPELI (2007), ou a consulta dos sites: www.museu-goeldi.br/ - 
Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém do Pará, PA.
www.mae.usp.br/ - Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, SP.
www.fundaj.gov.br/docs/indoc/muhne-p.html - Museu do Homem do Nordeste, Recife, PE.
www.fundaj.gov.br/docs/iesam/muhno-p.html - Museu do Homem do Norte, Manaus, AM.
www.iphan.gov.br – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan.
http://www.fumdham.org.br – Fundação Museu do Homem Americano
www.lagoasanta.com.br/homem - Site sobre o Homem de Lagoa Santa
LEITURA COMPLEMENTAR
A ARTE DA PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA
Graça Proença
O Brasil possui valiosos sítios arqueológicos em seu território, embora nem 
sempre tenha sabido preservá-los. Em Minas Gerais, por exemplo, na região que 
abrange os municípios de Lagoa Santa, Vespasiano, Pedro Leopoldo, Matosinhos 
e Prudente de Moraes, existiram grutas que traziam, em suas pedras, sinais de 
uma cultura pré-histórica no Brasil. Algumas dessas grutas, como a chamada Lapa 
Vermelha, foram destruídas por fábricas de cimento que se abasteceram do calcário 
existente em suas entranhas. Além dessas cavernas já destruídas, muitas outras 
encontram-se seriamente ameaçadas.
Das grutas da região, a única protegida por tombamento do IPHAN (Instituto 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) é a gruta chamada Cerca Grande. Ela 
é considerada importante monumento arqueológico por causa de suas pinturas 
rupestres e de fósseis descobertos em seu interior, indicadores de antigas culturas 
existentes em nosso país.
 
Naturalismo e Geometrismo: as duas faces da arte rupestre no Brasil
No sudeste do Estado do Piauí, município de São Raimundo Nonato, há 
um importante sítio arqueológico onde, desde 1970, diversos pesquisadores vêm 
trabalhando.
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 1 | A PRÉ-HISTÓRIA
15
Em 1978, uma missão franco-brasileira coletou uma grande quantidade de 
dados e vestígios arqueológicos. Esses cientistas chegaram conclusões esclarecedoras 
a respeito de grupos humanos que habitaram a região por volta do ano 6000 a.C., ou 
talvez numa época mais remota ainda. Segundo as pesquisas, os primeiros habitantes 
da área de São Raimundo Nonato – provavelmente caçadores-coletores, nômades e 
seminômades – utilizavam as grutas da região como abrigos ocasionais. A hipótese 
mais aceita, portanto, é a de que esses homens foram os autores das obras pintadas 
e gravadas nas grutas da região.
Os pesquisadores classificaram essas pinturas e gravuras em dois grandes 
grupos: obras com motivos naturalistas e obras com motivos geométricos. Entre as 
primeiras predominam as representações de figuras humanas que aparecem ora 
isoladas, ora participando de um grupo, em movimentadas cenas de caça, guerra 
e trabalhos coletivos. No grupo dos motivos naturalistas, encontram-se também 
figuras de animais, cujas representações mais frequentes são de veados, onças, 
pássaros diversos, peixes e insetos 
As figuras com motivos geométricos são muito variadas: apresentam 
linhas paralelas, grupos de pontos, círculos, círculos concêntricos, cruzes, espirais 
e triângulos.
A partir do estudo dos vestígios arqueológicos encontrados em São 
Raimundo Nonato, os estudiosos levantaram a hipótese da existência de um estilo 
artístico denominado Várzea Grande. 
Esse estilo tem como característica a utilização preferencial da cor vermelha, 
o predomínio dos motivos naturalistas, a representação de figuras antropomorfas e 
zoomorfas (com corpo totalmente preenchido e os membros desenhados com traços) 
e a abundância de representações animais e humanas de perfil. Nota-se também a 
frequente presença de cenas em que participam numerosas personagens, com temas 
variados e que expressam grande dinamismo.
As pesquisas científicas de antigas culturas que existiram no Brasil, a partir 
das descobertas realizadas no sudeste do Piauí, abrem uma perspectiva nova tanto 
para a historiografia como para a Arte Brasileira. Esses fatos nos permitem ver mais 
claramente que a história de nosso país está ligada à história do mundo todo, e que 
as nossas raízes são muito mais profundas do que o limite inicial de uma data, no 
tão próximo século XV
FONTE: PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ática, 1999. p. 187.
16
Neste tópico, você teve oportunidade de estudar importantes conteúdos 
acerca dos primórdios da Arte Brasileira. Veja, a seguir, alguns itens:
	O período da Pré-História no Brasil tem seu início com os primeiros indícios 
de vida humana, como as inscrições rupestres, espalhadas por muitos sítios 
arqueológicos e os fósseis encontrados como o de Luzia, o mais antigo que foi 
datado em 11,5 mil anos a.C. Tem seu final com o descobrimento do Brasil pelos 
portugueses, em 1500. 
	As pinturas desenvolvidas pelo homem na Pré-História, mesmo sendo impossível 
aos arqueólogos interpretá-las de forma exata. São consideradas representações 
simbólicas que retratam cenas da vida cotidiana e eventos cerimoniais.
	O homem da Pré-História deixou impresso nas paredes das cavernas grutas, 
rochedos, pedra, leitos dos rios os mais variados temas que se tornaram registros 
simbólicos de pessoas, animais, plantas e objetos, podendo ser classificados em 
motivos naturalistas (figurativos) e geométricos.
	Nos registros naturalistas, há predominância de formas humanas isoladas ou 
em grupos bem como representações de animais e plantas.
	As inscrições rupestres sinalizadas com motivos geométricos se destacam pela 
diversidade de elementos e formas geométricas. 
	Muitos sítios arqueológicos apresentam as duas técnicas de representação 
gráfica mais utilizada pelo homem primitivo: a pintura e a gravura. 
	Para a pintura, eram usados elementosnaturais nos quais o homem primitivo 
imprimia, nas paredes das rochas e cavernas, imagens que eram decalcadas. A 
gravura se dava pelo processo de abrasão, ou seja, pela raspagem das pedras 
deixando as formas das figuras em baixo relevo.
RESUMO DO TÓPICO 1
17
O período da Pré-História no Brasil tem seu início com os primeiros 
indícios de vida humana, como as inscrições rupestres, espalhadas por 
muitos sítios arqueológicos, e os fósseis encontrados como o de Luzia, o mais 
antigo, que foi datado em 11,5 mil anos a.C. Este período tem seu final com o 
descobrimento do Brasil pelos portugueses, em 1500. Para melhor fixar esta 
fase da história da humanidade, desenvolva um painel com imagens, com 
registros desta fase, identificando local, data e assunto. Também comente sobre 
o papel desempenhado pela Arte durante o período Pré-Histórico.
Bom Trabalho!
AUTOATIVIDADE
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resolução desta questão
18
19
TÓPICO 2
AS CULTURAS MARAJOARA E SANTARÉM
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Antes mesmo de Cabral descobrir o Brasil, em 1500, aqui, já havia arte. 
Estas manifestações artísticas foram habilmente desenvolvidas pelos povos que 
aqui viveram no considerado período pré-histórico brasileiro. “Sabemos da 
existência deles por meio de vestígios arqueológicos: fragmentos de ossos e de 
objetos, desenhos e pinturas gravados em rochas.” (PROENÇA, 2006, p. 10). 
Muito dos seus legados estão espalhados pelo Brasil e no mundo, em 
museus, entidades que desenvolvem pesquisas e nas mãos de colecionadores 
privados. São peças que chamam a atenção pela complexidade de manufatura e 
beleza.
Estas antigas civilizações deixaram suas marcas impressas no tempo 
através de suas produções artísticas. É através do estudo iconográfico dessas 
manifestações que podemos perceber seu modus vivendi. 
Embora os ameríndios desenvolvessem coisas em comum, sabe-se que cada 
cultura possuía talentos distintos materializados em artefatos de arte segundo suas 
necessidades cotidianas e ritualísticas. 
Abordaremos duas das diversas culturas indígenas que existiram em 
tempos remotos: a Marajoara e a Santarém.
Foram encontrados restos arqueológicos indicando a existência de outros 
povos mais adiantados, como a cultura Marajoara e Tapajônica, anteriores aos indígenas 
que habitavam o Brasil na época de seu descobrimento, em 1500. Os que aqui habitavam, 
neste período, foram considerados muito atrasados e de cultura rudimentar comparados aos 
que os antecederam. 
UNI
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
20
2 A CULTURA MARAJOARA
No período pré-cabralino, entre os séculos V e XIV, na ilha de Marajó, ao 
redor do delta do Rio Amazonas, nasceu a cultura marajoara. Esta cultura se deu 
através de várias tribos indígenas que ali se estabeleceram. Não se sabe ao certo a 
origem destes povos, porém muitos pesquisadores apontam como sendo a junção 
de grupos nômades que saíram de outros pontos das Américas, como a Central, e 
que aqui se instalaram.
Há muitas suposições sobre a verdadeira origem da cerâmica marajoara. 
Muitos pesquisadores apontam que, na ilha de Marajó – ocupação que se deu por 
volta do século I ao século XIV, conforme pesquisas arqueológicas – sucederam 
cinco fases de apropriação por tribos distintas umas das outras, a nível cultural 
e organizacional. Em ordem cronológica de tomada, as fases que se sucederam 
foram: Ananatuba, Mangueiras, Formiga, Marajoara e Aruã. 
A fase marajoara é considerada a quarta segundo ordem de ocupação da 
ilha de Marajó e também a mais avançada. Este período, a quarta fase marajoara, 
denominou-se também como policrônico, pois ele se caracteriza pela ação dos 
índios de realizarem muitas atividades conjuntamente, todos fazem parte de um 
sistema. 
A cultura marajoara, além da cultura Santarém, é considerada como uma 
das mais avançadas, ricas e interessantes. Deve-se isto, principalmente, por causa 
da criação e produção de cerâmica de vários tipos, como os vasos, estatuetas, 
pratos, tangas, urnas funerárias, bancos, potes, brinquedos e outros artefatos, 
conforme Figuras 13, 14 e 15.
FONTE: Disponível em: <http://www.marajoara.com/iconografia.html>. Acesso em: 15 maio 2008.
FIGURA 13 – VASO (1), ESTATUETA (2) E PRATO (3) MARAJOARA
TÓPICO 2 | AS CULTURAS MARAJOARA E SANTARÉM
21
FONTE: ZANINI, Walter, org. História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto 
Walther Moreira Salles, 1983. 2 v., il. p. 36. 
FONTE: ZANINI, Walter, org. História Geral da Arte no Brasil. São 
Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2 v., il. p. 37. 
FIGURA 14 – TANGA E URNA FUNERÁRIA
FIGURA 15 – BANCO
Mas as peças que são mais conhecidas, devido a sua diversidade de formas e 
texturas, são os vasos. Estes atendiam a vários propósitos, como uso doméstico (de 
porte mais simples) e os cerimoniais e funerários (com decorações mais apuradas). 
Na confecção das peças, para obterem resistência na liga da argila, os 
índios realizavam combinações como outros elementos acrescentando cinzas, 
ossos, cascalhos e conchas. 
Após a modelagem os artefatos eram pintados manualmente, e utilizados 
pigmentos de várias tonalidades, principalmente o vermelho, encontrado em 
muitas peças. Em seguida, eram cozidas a céu aberto. Muitos objetos, na sua 
finalização, eram envernizados, deixando-os com um aspecto brilhante. 
Nos exemplares encontrados, do conjunto de obras das cerâmicas 
marajoaras, foram catalogadas uma variedade de técnicas, aproximadamente 
quinze, denunciando um dos mais intrincados e refinados estilos ceramistas da 
América Latina do período pré-colonial. 
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
22
No século passado e neste, arqueólogos descobriram uma miríade 
de cacos das peças cerâmicas produzidas por este povo. Dentre eles, 
peças inteiras de raríssima beleza e durabilidade. Transformadas em 
verdadeiras obras de arte pela cultura contemporânea, essas peças 
encontram-se em museus, instituição de pesquisa e com colecionadores 
particulares, no Brasil e no exterior. Elas são o principal elemento de 
comunicação e informação desse povo, ao expressarem através de suas 
formas icônicas seus valores e modos de vida. (JESUS, 2008).
Segundo Graça Proença (2006, p. 90), “a cultura dessa fase sofreu um lento, 
mas constante declínio, até desaparecer completamente por volta de 1350, talvez 
absorvida por outros povos que chegaram à ilha. Porém, deixaram um rico legado 
que conta a sua história.” 
A arqueóloga brasileira Cristiana Barreto, que levou uma exposição para 
o museu Britânico, no ano de 2001, intitulada Unknown Amazon ou “Amazônia 
Desconhecida” desejava, com esta manifestação, derrubar mitos. 
Ela pretendia mostrar pesquisas recentes que relatavam sobre a ocupação 
na Amazônia por civilizações sofisticadas distribuídas em cidades avançadas como 
as tribos que ocuparam a ilha de Marajó e as tribos dos índios Tapajós. 
Em uma das perguntas elaboradas pela BBC de Londres, em que Cristiane 
Barreto é questionada sobre o passado indígena e a crença de que nossos índios 
atuais pertenciam a antigas culturas que viviam em condições muito “primitivas”, 
ela responde: 
Nossa história vai ser reescrita e já está sendo reescrita. Já existem 
manuais escolares onde se colocam esses achados e essas teorias, que 
começam a ser comprovadas, de verdadeiras civilizações amazônicas. 
Ao longo da história do Brasil, sempre houve mitos das cidades 
perdidas da Amazônia, muitas lendas, e o fato de isso nunca ter sido 
comprovado acabou criando uma decepção e até um complexo de 
inferioridade nos brasileiros. Porque os países andinos têm os Incas, 
até a Bolívia tem culturas mais avançadas, o México, com as culturas 
Astecas e pré-Astecas. Nós não. Sempre tivemos aqueles indiozinhos, 
com uma cultura material muito pobre, vivendo em pequenas aldeiasisoladas no meio da floresta. Com certeza, essa história vai ter de ser 
reescrita agora. Vamos ter de entender que essa visão do índio pobre 
brasileiro é decorrência do contato com o europeu. Os índios tinham 
uma população muito maior e eram muito mais sofisticados em termos 
de cultura material, antes do europeu chegar. O efeito do contato foi 
brutal. (BARRETO, 2001).
 
Os vestígios da diversificada cultura dos povos que, há muito, habitaram 
a ilha de Marajó, e sua expressiva arte ceramista que nos foi deixada como legado, 
são provas contundentes de uma civilização avançada que existiu no passado e 
que ainda não foi totalmente compreendida pelo homem.
TÓPICO 2 | AS CULTURAS MARAJOARA E SANTARÉM
23
Para ler a entrevista na íntegra da arqueóloga brasileira Cristiana Barreto, 
concedida a BBC de Londres, sobre as avançadas civilizações que habitaram a Amazônia 
acesse o site: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2001/011005_amazonia.shtml>. 
Ou para saber mais sobre a cultura marajoara acesse: <http://www.marajoara.com/>.
3 CULTURA SANTARÉM
Denominou-se cultura Santarém todos os fragmentos culturais deixados 
próximos à junção do Rio Tapajós com o Amazonas séculos atrás.
Cabe dizer que os tapajós produziram artefatos utilizando diversos 
materiais como: sementes, madeiras, algodão, cipós, folhas, etc., porém foram os 
materiais não orgânicos como a cerâmica que resistiram, em maior quantidade, à 
ação do tempo. 
Alguns historiadores nomeiam a cultura santanense de tapajônica, 
em virtude de sua localização próxima às margens do rio de mesmo nome. É 
considerada por muitos pesquisadores uma das maiores culturas das Américas. 
Seus objetos, confeccionados em cerâmica, possuem características 
marcantes e muitos nos fazem lembrar, a arte chinesa antiga e o estilo barroco 
devido a sua característica rebuscada e cheia de formas simbólicas. 
Muitas peças possuem formas zoomórficas, outras mesclam imagens 
humanas ou a junção das duas em complexas combinações em que são misturadas 
técnicas de pintura, desenho e ornamentos em relevo. 
Também podemos encontrar, em seu legado, as cariátides (Figuras 16 e17), 
que são formas humanoides que se fixam na parte superior de vasos e outras peças. 
Os vasos de cariátides foram assim denominados por Frederico Barata 
(1950) em função de um dos seus componentes – as pequenas figuras 
modeladas que sustentam uma vasilha sobre suas cabeças relembrando 
os elementos clássicos da arquitetura grega. Eles são compostos por três 
partes distintas superpostas (Figura X e Y). A primeira é um recipiente 
semiesférico, com boca circular, borda direta e base arredondada, 
apresentando incisões contornando a parte externa, localizadas próximas 
à borda, e apêndices zoomorfos e antropozoomorfos [...]. A segunda 
parte do recipiente é formada por três figuras antropomorfas modeladas 
– as “cariátides” – que fazem a ligação entre o recipiente e a base [...]. A 
terceira parte do vaso é a base, que possui forma anelar. São decoradas 
com tratamento plástico, algumas vezes representando rostos, figuras 
zoomorfas ou elementos não reconhecíveis. (GUAPINDAIA, 2004).
NOTA
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
24
FONTE: ZANINI, Walter, org. História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: 
Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2 v., il. p. 38. 
FONTE: Disponível em: <http://www.historiaehistoria.com.br/
materia.cfm?tb=historiadores&id=16>. Acesso em: 23 maio 2008. 
FIGURA 16 – VASO DE CARIÁTIDES
FIGURA 17 – VASOS DE CARIÁTIDES 1
A estátua, Figura 18, e os vasos de gargalo, Figura 19, também compõem 
esta coleção de obras, nas quais, destacam-se formas muito variadas antropomorfas 
e zoomorfas. 
TÓPICO 2 | AS CULTURAS MARAJOARA E SANTARÉM
25
FONTE: TIRAPELI, Percival. Arte Brasileira – Arte Indígena do 
Pré-colonial à Contemporaneidade. São Paulo: Nacional, 
2007. p. 40.
FIGURA 18 – ESTÁTUA ANTROPOMORFA
FONTE: ZANINI, Walter, org. História Geral da Arte no Brasil. São 
Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2 v., p. 38. 
A decoração das estatuetas na cerâmica Santarém inclui pinturas 
corporais, cabelos trançados e arrumados com faixas, adornos 
auriculares, pulseiras e tornozeleiras, mostrando uma pessoa 
ornamentada para uma ocasião especial. Elas são na maioria femininas 
e, possivelmente, estão relacionadas ao papel social de algumas 
mulheres importante entre os Tapajó. De fato, as informações históricas 
relatam a existência de um grupo de pessoas de status diferenciado 
entre os Tapajós e dentro deste grupo, mulheres que exerciam papéis 
destacados nessa sociedade, como a “princeza” (sic) Maria Moaçara. 
(Apud GUAPINDAIA, 2004). 
À procura por vestígios de civilizações que há muito habitaram a Amazônia, 
os arqueólogos começam suas buscas no início no século XVIII e continuam até os 
dias de hoje. 
FIGURA 19 – VASO DE GARGALO
UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
26
Nos estudos e escavações, realizados próximos à junção do Rio Tapajós 
com o Amazonas, foram encontrados fragmentos de um povo que se denominou 
Santarense e ou Tapajônico. Os segredos de sua expressiva cultura, hoje expostos 
em museus brasileiros e estrangeiros, e que aos poucos surgem das escavações, 
incluindo a arte ceramista, atestam que ali viveu uma civilização extremamente 
avançada para a época. 
“Ignoramos como a arte começou, tanto como desconhecemos como teve 
início a linguagem. Se aceitamos que a arte significa o exercício de atividades tais como a 
edificação de templos e casas, a realização de pinturas e esculturas, nenhum povo existe no 
mundo sem arte”. (GOMBRICH, 1950, p. 39).
LEITURA COMPLEMENTAR
LINGUAGEM VISUAL
Denise Schaan
Antropólogos acreditam que a arte pré-histórica era usada para comunicar 
ideias, crenças, filiação social, mitologias e cosmologias. A decoração dos objetos teria 
tido um papel social importante, veiculando informação. Nestes contextos, a arte 
pré-histórica pode ser vista como um tipo de linguagem. Em vez de ser verbalizada 
ou escrita, a arte pré-histórica é essencialmente uma linguagem visual.
A arte Marajoara é conhecida por sua cerâmica, apesar do fato de que as 
populações amazônicas devem ter usado outros materiais, tais como madeira, ossos 
e fibras para expressar suas ideias artisticamente. Estas ideias se tornam visuais 
através de desenhos geométricos que lembram a fauna local.
Animais como serpentes, lagartos, jacarés, escorpiões, e tartarugas são 
representados através de espirais, triângulos, retângulos, círculos concêntricos 
e ondas, entre outros signos, utilizando-se de técnicas variadas. O estudo destes 
ícones e o seu lugar no conjunto da representação permite a identificação dos temas 
zoomórficos, possivelmente seres sobrenaturais ou mitológicos. Denise Schaan 
caracteriza esses desenhos como uma linguagem iconográfica.
Iconografia e Rituais
Por volta do ano de 400 depois de Cristo, sociedades hierárquicas e regionais 
emergiram na Ilha de Marajó. Sob o domínio dos caciques, a nova forma de 
organização social passou a ser legitimada por rituais, durante os quais os pajés 
faziam a ponte entre o mundo terreno e aquele dos espíritos e dos antepassados. 
UNI
TÓPICO 2 | AS CULTURAS MARAJOARA E SANTARÉM
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Por essa ponte transitavam símbolos e imagens frequentemente concebidos durante 
transes alucinógenos. Nascia a arte Marajoara.
O imaginário coletivo tornava-se visual na forma de desenhos que nos 
lembram labirintos, espirais, triângulos, círculos, retângulos, tridentes e faces. 
Com temática estreitamente relacionada à fauna local, os desenhos na cerâmica se 
constituíam em uma linguagem iconográfica, onde seres míticos eram representados 
de uma maneira lógica, coerente e harmoniosa, independente de técnicas, formas e 
superfícies. A vivência coletiva legitimava uma arte que nascia danecessidade de se 
visualizar e comunicar emoções, sentimentos, verdades, tradição, posições sociais, 
história. Como em qualquer sociedade que não conhece a escrita, tal arte teria a 
função de armazenar e socializar conhecimento.
A sociedade Marajoara e sua cultura desapareceram nas primeiras décadas 
da dominação europeia, pois aquelas populações não resistiram às doenças, guerras 
e missionização. No entanto, deixaram-nos como legado sua cerâmica e os antigos 
aterros onde moravam, realizavam suas cerimônias e enterravam seus mortos.
Graças ao uso da cerâmica nos rituais funerários, sua arte sobreviveu 
até nossos dias. Não por acaso, sua atualidade se mantém porque veicula uma 
cosmologia construída sobre um tempo circular, que, assim como seus desenhos, 
nos ensina que o começo está sempre irremediavelmente ligado ao fim – este sim, 
nada além de um ponto de partida. 
 
FONTE: Adaptado de: SCHAAN, Denise. Linguagem Visual. Disponível em: <http://www.
marajoara.com/iconografia.html>. Acesso em: 23 maio 2008.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, acerca da Arte Brasileira, você teve oportunidade de estudar 
os seguintes itens:
	Antes mesmo de Cabral “descobrir” o Brasil, em 1500, aqui já havia presença 
humana, período considerado como Pré-história brasileira. Estas antigas 
civilizações deixaram suas marcas impressas no tempo, através de suas 
produções artísticas. É através do estudo iconográfico dessas manifestações que 
podemos perceber seu modus vivendi.
	Embora os ameríndios desenvolvessem coisas em comum, sabe-se que cada 
cultura possuía talentos distintos materializados em artefatos de arte, segundo 
suas necessidades cotidianas e ritualísticas. Foram abordadas duas das diversas 
culturas indígenas que aqui existiram em tempos remotos: a Marajoara e a 
Santarém. 
	A cultura marajoara, além da cultura Santarém, é considerada como uma das 
mais avançadas, ricas e interessantes. Considere-se, para isto, sua criação e 
produção de cerâmica de vários tipos como os vasos, estatuetas, pratos, tangas, 
urnas funerárias, bancos, potes, brinquedos, entre outros artefatos.
	Alguns historiadores nomeiam a cultura Santanense de tapajônica, em virtude 
de sua localização, próxima às margens do rio de mesmo nome. Ela é considerada 
por muitos pesquisadores como sendo uma das maiores culturas das Américas. 
Seus objetos, confeccionados em cerâmica, possuem características marcantes 
e muitos fazem lembrar a arte chinesa antiga e o estilo barroco, devido à sua 
característica rebuscada e cheia de formas simbólicas. 
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Embora os ameríndios desenvolvessem coisas em comum, sabe-se 
que cada cultura possuía talentos distintos materializados em artefatos de 
arte segundo suas necessidades cotidianas e ritualísticas. Foram abordadas, 
neste caderno, duas das diversas culturas indígenas que existiram em tempos 
remotos: a Marajoara e a Santarém. Como forma de complementar e aprofundar 
seus estudos, pesquise sobre outra cultura que existiu no Brasil no período 
pré-histórico e desenvolva um texto sobre ela. Aproveite a oportunidade para 
discutir, em sala, sobre o assunto!
Bom Trabalho!
AUTOATIVIDADE
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resolução desta questão
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TÓPICO 3
INFLUÊNCIAS INDÍGENAS NA ARTE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Pesquisadores relatam que, anteriormente à chegada dos estrangeiros à 
América, estima-se que aqui havia cem milhões de índios em todo o continente. No 
Brasil, acredita-se que este número chegou a cinco milhões de nativos, espalhados e 
divididos em muitas tribos, classificadas de acordo com os distintos troncos linguísticos 
a que pertenciam. Enfim, entre estes havia uma grande diversidade cultural. 
Cada povo indígena tem uma maneira própria de expressar suas obras, 
por isto dizemos que não existe arte indígena e sim artes indígenas. As 
artes indígenas diferem-se muito das demais produzidas em diferentes 
localidades do globo, uma vez que manuseiam pigmentos, madeiras, 
fibras, plumas, vegetais e outros materiais de maneira muito singular. 
(DESVENDAR, 2008). 
Podemos considerar que a habilidade dos índios em transformar peças 
cerimoniosas e do seu cotidiano em artefatos cheios de significado, de valores 
estéticos e sociais, faz com que se dê a continuidade de sua identidade cultural. 
O homem, segundo o julgamento de sua civilização, costumeiramente, 
classifica os artefatos indígenas como sendo arte, mas, para os índios, são 
manifestações da vida tribal. Para eles, “[...] os mais simples objetos usados no dia 
a dia – redes, potes, cestos, etc. – devem ser feitos com muito capricho e perfeição. 
Desse modo, os objetos são belos porque são bem-feitos, e não por serem obras 
artísticas.” (PROENÇA, 2006, p. 90).
Ao chegar nas Américas, no século XVI, o homem branco, pensando que 
estava avistando terras da Índia, ao aportar suas naus em território brasileiro, deparou-se 
com nativos ao qual nominou-os de índios. Mesmo descobrindo que não estavam na Índia, 
a denominação para estes que aqui se encontravam permanece até hoje.
UNI
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UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
2 ARTE INDÍGENA
Os indígenas têm uma cultura vasta e nós absorvemos muito do seu legado 
– a arte, na culinária, nos utensílios decorativos e na língua. Mesmo sendo uma 
terra povoada por índios, a língua que prevaleceu foi a dos colonizadores lusitanos. 
A Arte indígena é uma manifestação da cultura do seu cotidiano. Ela é 
reflexo da vida e da natureza, e surge como encarnação de força e elo com o mítico, 
o espiritual como atributo divino e se faz presente nos rituais, nos gestos, nos 
adereços, nos artefatos. 
 
Os costumes das diferentes tribos brasileiras foram, aos poucos, sendo 
transformados pelo contato com o colonizador e com os escravos 
africanos. Há muitos casos de escravização de indígenas, mas sua 
aculturação deu-se também por meio dos casamentos com portugueses, 
que dispunham de poucas mulheres europeias no Brasil, e pela atuação 
de grupos religiosos, principalmente os jesuítas.” (KURY, 2001, p.106).
Os indígenas possuiam crenças, valores, hábitos e costumes antagônicos aos 
dos portugueses. Devido a esta antítese, quando os lusitanos iniciaram seu processo 
de colonização, os ameríndios do Brasil viveram séculos de desestruturação 
cultural. 
Atualmente, restam, no Brasil, poucas comunidades indígenas que vivem 
restritas a um pedaço de terra. 
Pode-se imaginar o susto que os índios levavam quando viram um 
português todo vestido, malcheiroso – os banhos eram raros –, peludos 
e barbados. Os índios tinham o hábito de se lavar e de perfumar e colorir 
o corpo com unguentos e tintas, que embelezam e ainda afastavam os 
insetos. Além disso, os primeiros habitantes do Brasil achavam os pelos 
antiestéticos. Por natureza, eles têm poucos pelos, e os que aparecem 
são raspados. (KURY, 2001, p.109)
Naquela época, para os filósofos europeus, os pelos do corpo tinham um 
signo de virilidade e, quando se depararam com os imberbes que aqui viviam, 
concluíram que era mais uma demonstração de sua inferioridade. “Homens 
sem pelos, segundo esses pensadores europeus, seriam incapazes de dominar a 
natureza e de construir cidades modernas e prósperas como as europeias.” (KURY, 
2001, p.109) 
O primeiro contato que os portugueses tiveram, ao aportar em terras 
brasileiras, foi com os índios tupis-guaranis e é deles que incorporamos várias 
palavras ao nosso idioma como: açaí, abacaxi, ananás, caipira, carioca, catapora, 
jararaca, jenipapo, paca, perereca, peteca, saci, sambaqui, tapioca, urucum, etc. 
Além disso, exemplos são os ingredientes e pratos que são utilizados na nossa 
culinária, como a farinha de mandioca, canjica, pamonha, paçoca, pirão, etc. 
TÓPICO 3 | INFLUÊNCIAS INDÍGENAS NA ARTE
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Abordaremos, a seguir, algumas das mais importantes e ricas manifestações 
indígenas,consideradas para nossa cultura como arte: a ceramista, o trançado, a 
tecelagem, a plumária, as máscaras e a pintura corporal.
Três fatores eram usados na sua arte instintivamente: a simetria, o ritmo e a 
acentuação formal. A simetria era usada na decoração de seus corpos, em que, quase sempre, 
um lado é igual ao outro; o ritmo é o desenho regular geométrico, usado na cerâmica e 
trançados de palha, e a acentuação formal é o volume acentuado pela expressão da forma 
na escultura. (HARRES, 1979, p. 22).
2.1 ARTE CERAMISTA
Os índios valeram-se de diversos materiais para desenvolverem seus 
utensílios como: sementes, madeiras, algodão, cipós, folhas, etc., porém foram os 
materiais não orgânicos como a argila – e alguns com outros elementos misturados 
em sua composição como: cinzas, cascalhos, ossos e conchas – que resistiram, em 
maior quantidade, à ação do tempo. 
 
Devido à alta umidade e temperatura da região amazônica, os artefatos 
confeccionados com matérias orgânicas raramente se conservam nos 
sítios arqueológicos. Os artefatos confeccionados em argila e rochas são 
os que melhor resistem a essas condições climáticas. Por isso, a maioria 
do material arqueológico em sítios amazônicos se compõe de artefatos 
cerâmicos e líticos. (GUAPINDAIA, 2004).
Devido ao seu grau de complexidade e sofisticação, e pela diversidade de 
técnicas utilizadas, os artefatos de argila contam muito do cotidiano indígena, 
demonstrando seus costumes, valores e crenças. 
Há uma diversidade de tipos de objetos cerâmicos em que cada tribo 
imprimia um estilo, transformado-os em uma linguagem ímpar. Podemos analisar 
as Figuras 20, 21 e 22 respectivamente: urna funerária antropomorfa, marajoara, 
exposta no Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA; vaso da tribo Tukuna, 
exposto no Museu de Arqueologia e Etnografia da Universidade de São Paulo, 
MAE, São Paulo, SP; Urna funerária antropomorfa – com tampa representando 
a cabeça (encimada por ave) – subtradição Guarita, procedente do lago de Silves, 
AM, col. Museu Goeldi, Belém.
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UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
FONTE: TIRAPELI, Percival. Arte Brasileira – Arte indígena do pré-
colonial à contemporaneidade. São Paulo: Nacional, 2007. p. 12.
FIGURA 20 – URNA MARAJOARA
FONTE: TIRAPELI, Percival. Arte Brasileira – Arte indígena do pré-
colonial à contemporaneidade. São Paulo: Nacional, 2007. p. 10.
FIGURA 21 – VASO TUKUNA
FONTE: ZANINI, Walter, org. História Geral da Arte no Brasil. 
São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2 v., il. p. 39.
FIGURA 22 – URNA GUARITA
TÓPICO 3 | INFLUÊNCIAS INDÍGENAS NA ARTE
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Outros exemplares também compõem este acervo, como as panelas 
zoomórficas desenvolvidas pelos índios Waurá (Figura 23) e as exóticas bonecas 
elaboradas pelos índios Karajás (Figura 24). 
FONTE: Disponível em: <http://raizculturablog.files.wordpress.
com/2008/03/6.jpg>. Acesso em: 25 maio 2008.
FONTE: ZANINI, Walter, org. História Geral da Arte no Brasil. São 
Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2 v., il. p. 61.
FIGURA 23 – PANELAS WAURÁ
FIGURA 24 – BONECA DOS ÍNDIOS KARAJÁS
2.2 A ARTE DE TECER TRAMAR E TRANÇAR
É através de matéria-prima encontrada em grande quantidade na natureza 
que os índios desenvolviam seus artefatos. Utilizavam, para tecer, tramar e trançar, 
muitos elementos naturais como plantas, fibras, raízes, folhas, cipós, sementes, 
cascas e palhas. 
Desta manufatura, surgiam produtos admiráveis, com formas, texturas, 
tamanhos, desenhos, cores múltiplas como: cestarias, peneiras, redes ou maqueiras, 
vestimentas, máscaras, entre outros objetos. 
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UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
Na Figura 25, em ordem crescente, exemplos de artefatos produzidos pelas 
tribos indígenas como: espremedor de mandioca da tribo Tipiti Baniwa, Amazonas; 
rede tecida com fios de buriti e fios de algodão, da tribo Kamaiurá, Mato Grosso; 
Abano feito de duas maneiras de trançado, da tribo Ciuci, Amazonas. Todos estes 
objetos, atualmente, estão expostos no Museu Paraense Emílio Goeldi.
FONTE: PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo: Ática, 2006. p. 92-93.
2.3 ARTE PLUMÁRIA
A arte plumária é uma das formas de expressão indígena mais admirada 
e conhecida por todos. Ela não é desenvolvida para nenhum meio utilitário, mas 
única e exclusivamente como busca da beleza e adorno.
Dois estilos marcantes são produzidos pelos índios brasileiros na 
elaboração de obras a partir das penas e plumas: das tribos dos cerrados, que 
desenvolvem peças majestosas e grandes; e das tribos silvícolas, que produzem 
artefatos delicados. 
São diversas as peças desenvolvidas com as penas e plumas e utilizadas na 
confecção de adereços como diademas, colares, pulseiras, tornozeleiras, saias, entre 
outras peças. Na Figura 26, diadema de penas multicolorida da tribo Mekranoti, 
Pará; colar de penas de tucano, sautá e anambé-azul da tribo Kaapor, Maranhão; 
manto de 1,2 metros de altura e trançado com fibras naturais entrelaçados com 
penas da ave guará. 
O diadema e o colar estão expostos no Museu Paraense Emílio Goeldi e 
o manto, datado do século XVII, está exposto no Departamento de Etnografia do 
Museu da Dinamarca. 
FIGURA 25 – ENTRE TRAMAS E TRANÇAS
TÓPICO 3 | INFLUÊNCIAS INDÍGENAS NA ARTE
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FONTE: PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo: Ática, 2006. p. 
90-93.
2.4 ARTE DAS MÁSCARAS
As máscaras estão associadas às artes do corpo como forma suprema de lhe 
conferir expressividade dramática. Há um tempo, elas são o artefato produzido 
pelo índio comum e a figura viva, visível do sobrenatural que incorporam. 
Simbolicamente, elas representam a personificação do sobrenatural. Pode-
se vê-las sendo utilizadas pelos índios nas danças cerimoniosas e outras vezes, 
estáticas, inertes. Nos dois casos, é a encarnação maligna dos espíritos do mal. 
São sempre os homens que se mascaram, afirmando também, nesse campo, 
a hegemonia do seu mando e até se servindo das máscaras para reafirmá-lo.
As máscaras, Figura 27, podem ser confeccionadas utilizando-se diversos 
materiais como palhas, cabaças, couros, troncos de árvores e também, muitas 
vezes, são pintadas.
FIGURA 26 – ARTE PLUMÁRIA
FONTE: ZANINI, Walter (org.). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto 
Walther Moreira Salles, 1983. 2 v., il. p. 79. 
FIGURA 27 – MÁSCARAS
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UNIDADE 1 | OS PRIMÓRDIOS DA ARTE NO BRASIL
2.5 ARTE DA PINTURA CORPORAL
Para os índios, frequentemente, o corpo humano serve de base física para 
as suas manifestações artísticas e ritualísticas. Eles se embelezam revestindo 
seus corpos de tintas no cotidiano ou para alguma cerimônia como casamentos, 
enterros, guerras ou caça. 
Na arte da pintura corporal, são utilizados vários pigmentos extraídos do 
urucum – que gera o vermelho – do suco de jenipapo – que origina a tintura negro 
esverdeada – ou ainda da tabatinga – que dá vida ao branco. 
Também utilizam uma base de óleo vegetal que facilita a aplicação das 
tintas, conferem vida mais longa, reavivam as cores e reluzem seus corpos.
Os índios pintam quase todas as partes do corpo, como o rosto, os braços, 
as pernas, o ventre e as costas. Valem-se de formas geométricas em composições e 
cores diversificadas que variam de uma cultura para outra. 
Na Figura 28, observamos algumas dessas expressões.
FONTE: TIRAPELI, Percival. Arte Brasileira – Arte indígena do pré-colonial à 
contemporaneidade. São Paulo: Nacional, 2007. p. 15-17.
FIGURA 28 – PINTURA CORPORAL
TÓPICO 3 | INFLUÊNCIAS INDÍGENAS NA ARTE
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LEITURA COMPLEMENTAR
ÍNDIOS DO BRASIL
Introdução
Historiadores afirmam que, antes da chegada dos europeus à América, 
havia, aproximadamente, 100 milhões de índios no continente. Só em território 
brasileiro, esse número chegava cinco milhões

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