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contabilidade societária

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1 
 
 
 
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO 
DE JANEIRO – CRCRJ 
 
 
 
 
 
 
PROFESSOR: ANDERSON FUMAUX MENDES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPACITAÇÃO EM CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO - RJ 
 
Rio de Janeiro, 15 de abril de 2021. 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
2. ESTRUTURA CONCEITUAL (NBC TG 00) 
 
3. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (NBC TG 26) 
 
4. POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇA DE ESTIMATIVA E RETIFICAÇÃO DE 
ERROS (NBC TG 23) 
 
5. MENSURAÇÃO A VALOR JUSTO (NBC TG 46) 
 
6. ESTOQUES (NBC TG 16) 
 
7. AJUSTE A VALOR PRESENTE (NBC TG 12) 
 
8. ATIVO IMOBILIZADO (NBC TG 27) 
 
9. REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS (NBC TG 01) 
 
10. PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO (NBC TG 28) 
 
11. ATIVO INTANGÍVEL (NBC TG 04) 
 
12. ARRENDAMENTO MERCANTIL (NBC TG 06) 
 
13. SUBVENÇÃO E ASSISTÊNCIA GOVERNAMENTAIS (NBC TG 07) 
 
14. CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS (NBC TG 20) 
 
15. INSTRUMENTOS FINANCEIROS (NBC TG 48) 
 
16. PROVISÕES E PASSIVOS CONTINGENTES (NBC TG 25) 
 
17. RECEITA DE CONTRATO COM CLIENTES (NBC TG 47) 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
Com a internacionalização dos mercados, a utilização de práticas contábeis 
distintas dificultava a comparação das informações econômico-financeiras entre 
diferentes países. Além da falta de comparabilidade das demonstrações contábeis, 
essa diversidade de informações ocasionava o descrédito da informação contábil no 
cenário mundial. 
 
Com isso, a convergência às normas internacionais gerou mudanças 
significativas que facilitaram a análise dos investidores e demais usuários da 
informação em qualquer parte do mundo, resultando em uma oportunidade para que 
as empresas pudessem se tornar mais competitivas. 
 
O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade no 
Brasil iniciou-se com as alterações promovidas pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, à 
Lei 6.404/76 (das Sociedades Anônimas). 
 
Nesse sentido, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) tem sido o 
principal elaborador de pronunciamentos técnicos no Brasil (os chamados CPC´s) 
desde a publicação da Lei 11.638/07, emitidas em consonância com as normas 
produzidas pelo IASB, os quais são convertidos posteriormente em Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC´s). 
 
Desde então, o Banco Central do Brasil (BACEN), a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) declararam 
por meio de seus atos normativos, que as entidades a elas subordinadas 
deveriam elaborar suas demonstrações contábeis de acordo com as IFRS 
(Normas Internacionais de Contabilidade) editadas pelo IASB a partir do 
exercício social de 2010. 
 
 
 
 
4 
 
 
2. ESTRUTURA CONCEITUAL (NBC TG 00) 
 
Devido a convergência da legislação brasileira às normas internacionais de 
contabilidade, tornou-se necessário um estudo profundo doutrinário sobre a 
estrutura para elaboração das demonstrações contábeis no país. 
 
Nesse contexto, a Resolução CFC nº 1.121/2008 aprovou a Estrutura 
Conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis no 
Brasil. Em 2011, essa resolução passou a ser intitulada NBC TG Estrutura 
Conceitual (NBC TG 00), equivalente ao CPC 00. 
 
Em 2016, o CFC revogou as Resoluções nº 750/93 e nº 1.282/10 (Os 
princípios permanecem dentro da Estrutura Conceitual). 
 
Atualmente está em vigor a Revisão 2 do CPC 00 (Publicada em 10/12/2019). 
 
2.1. DEFINIÇÃO 
 
A Estrutura Conceitual é um conjunto de princípios que estabelece os 
conceitos que fundamentam a preparação e a apresentação de demonstrações 
contábeis destinadas a usuários externos. 
 
É extremamente importante para a contabilidade, pois serve como arcabouço 
para a elaboração das normas contábeis e base de suporte para a contabilização de 
transações ou eventos não cobertos por alguma norma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2.2. FINALIDADES 
 
A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro (Estrutura Conceitual) 
descreve o objetivo do, e os conceitos para, relatório financeiro para fins gerais. 
 
A finalidade desta Estrutura Conceitual é: 
 
(a) auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais de Contabilidade 
(IFRS) para que tenham base em conceitos consistentes; 
 
(b) auxiliar os responsáveis pela elaboração (preparadores) dos relatórios 
financeiros a desenvolver políticas contábeis consistentes quando nenhum 
pronunciamento se aplica à determinada transação ou outro evento, ou 
quando o pronunciamento permite uma escolha de política contábil; e 
 
(c) auxiliar todas as partes a entender e interpretar as normas 
 
IMPORTANTE: 
 
Esta Estrutura Conceitual não é uma norma técnica propriamente dita. Nada contido 
nesta Estrutura Conceitual se sobrepõe a qualquer norma ou qualquer requisito em 
norma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2.3. OBJETIVO DO RELATÓRIO FINANCEIRO 
 
O objetivo do relatório financeiro para fins gerais é de fornecer informações 
financeiras sobre a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores 
por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões 
referente à oferta de recursos à entidade. 
 
Essas decisões envolvem decisões sobre: 
 
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida; 
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou 
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da 
administração que afetam o uso dos recursos econômicos da entidade. 
Cumpre destacar que usuários primários individuais têm necessidades e 
desejos de informação diferentes e possivelmente conflitantes. 
 
Ao desenvolver os pronunciamentos, buscou-se fornecer um conjunto de 
informações que atenda às necessidades do maior número de principais 
usuários. 
 
Contudo, concentrar-se em necessidades de informação ordinárias não impede 
que a entidade que reporta inclua informações adicionais que sejam mais úteis para 
um subconjunto específico de principais usuários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
2.4. OUTROS ASPECTOS DECORRENTES DA ESTRUTURA CONCEITUAL 
 
Também são aspectos que decorrem do objetivo da Estrutura Conceitual: 
 
 Características qualitativas de informações financeiras úteis 
 A restrição de custo sobre tais informações 
 Conceito de entidade que reporta as demonstrações contábeis 
 Elementos das demonstrações contábeis 
 Reconhecimento e desreconhecimento dos elementos das demonstrações 
contábeis 
 Mensuração, apresentação e divulgação dos elementos das demonstrações 
contábeis 
 
2.5. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE INFORMAMAÇÕES FINANCEIRAS 
ÚTEIS 
 
Para serem consideradas úteis, as informações financeiras devem possuir as 
seguintes características qualitativas: 
 
CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL 
FUNDAMENTAIS MELHORIAS 
Relevância Comparabilidade 
Representação Fidedigna Verificabilidade 
 Tempestividade 
 Compreensibilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Características Fundamentais: 
 
Relevância: É aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser 
tomadas pelos usuários (Valor preditivo, confirmatório ou ambos) 
 
Representação Fidedigna: Para ser fidedigna, a realidade retratada precisa ter três 
atributos: completa, neutra e livre de erro (Neutro é diferente de prudente) 
 
Características de Melhoria: 
 
Comparabilidade: Permitir que os usuários possam comparar as informações 
contábeis de uma entidade ao longo do tempo ou a comparação dos dados de 
diferentes entidades. 
 
Verificabilidade: Ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa 
fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. 
 
Tempestividade: Ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo de 
poder influenciá-los em suas decisões. 
 
Compreensibilidade: As informações devem ser prontamenteentendidas pelos 
usuários, presumindo que os mesmos tenham um conhecimento razoável dos 
negócios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
2.6. RESTRIÇÕES DE CUSTO 
 
O custo é uma restrição generalizada sobre as informações que podem ser 
fornecidas pelo relatório financeiro. O relatório de informações financeiras impõe 
custos, e é importante que esses custos sejam justificados pelos benefícios de 
apresentar essas informações. 
 
Ao aplicar a restrição de custo, deve-se avaliar se é provável que os 
benefícios do relatório de informações específicas justificam os custos 
incorridos para fornecer e utilizar essas informações. 
 
Ao aplicar a restrição de custo no desenvolvimento de pronunciamento 
proposto, buscam-se informações de fornecedores de informações financeiras, 
usuários, auditores, acadêmicos e outros sobre a natureza e a quantidade esperada 
dos benefícios e custos desse pronunciamento. 
 
2.7. ESSÊNCIA SOBRE A FORMA 
 
Valorizar a essência de cada operação ao invés do que está descrito em 
qualquer documento, nota fiscal ou contrato. 
 
Para que a informação represente adequadamente as transações e outros 
eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e 
eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância 
e realidade econômica, e não meramente sua forma legal (Ex: Contratos de 
arrendamento). 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
2.8. ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Os elementos das demonstrações contábeis definidos nesta Estrutura 
Conceitual são: 
 
(a) ativos, passivos e patrimônio líquido, que se referem à posição 
financeira da entidade que reporta; e 
 
(b) receitas e despesas, que se referem ao desempenho financeiro da 
entidade que reporta. 
 
2.8.1. Ativo 
 
Ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como 
resultado de eventos passados. 
 
Recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir 
benefícios econômicos. 
 
Um recurso econômico pode produzir benefícios econômicos para a entidade 
ao autorizá-la ou ao permiti-la fazer, por exemplo, um ou mais dos seguintes atos: 
 
(a) receber fluxos de caixa contratuais ou outro recurso econômico; 
(b) trocar recursos econômicos com outra parte em condições favoráveis; 
(c) produzir fluxos de entrada de caixa ou evitar fluxos de saída de caixa, por 
exemplo: 
 (i) utilizando o recurso econômico individualmente ou em combinação 
com outros recursos econômicos para produzir produtos ou prestar serviços; 
 (ii) utilizando o recurso econômico para melhorar o valor de outros 
recursos econômicos; ou 
 (iii) arrendando o recurso econômico a outra parte; 
 
 
11 
 
 
(d) receber caixa ou outros recursos econômicos por meio da venda do 
recurso econômico; ou 
(e) extinguir passivos por meio da transferência do recurso econômico 
 
A entidade controla um recurso econômico se ela tem a capacidade 
presente de direcionar o uso do recurso econômico e obter os benefícios 
econômicos que podem fluir dele. 
 
Ou seja, controle inclui a capacidade presente de impedir outras partes de direcionar 
o uso do recurso econômico e de obter os benefícios econômicos que podem fluir 
dele. 
 
2.8.2. Passivo 
 
É uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso 
econômico como resultado de eventos passados. 
 
A obrigação é o dever ou responsabilidade que a entidade não tem a 
capacidade prática de evitar. 
 
Muitas obrigações são estabelecidas por contrato, legislação ou meios 
similares e são legalmente exigíveis pela parte (ou partes) para quem são devidas. 
 
No entanto, também podem resultar, contudo, de práticas usuais, políticas 
publicadas ou declarações específicas da entidade se a entidade não tem 
capacidade prática de agir de modo inconsistente com essas práticas, políticas ou 
declarações. 
 
Para satisfazer o segundo critério, a obrigação deve ter o potencial de exigir 
que a entidade transfira um recurso econômico para outra parte (ou partes). 
 
 
 
12 
 
 
O terceiro critério para um passivo é que a obrigação seja uma obrigação 
presente que exista como resultado de eventos passados. 
 
A obrigação presente existe como resultado de eventos passados somente 
se: 
(a) a entidade já tiver obtido benefícios econômicos ou tomado uma ação; e 
(b) como consequência, a entidade terá ou poderá ter que transferir um 
recurso econômico que de outro modo não teria que transferir. 
 
Os benefícios econômicos obtidos podem incluir, por exemplo, produtos ou 
serviços. 
 
2.8.3. Patrimônio Líquido 
 
É a participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos 
os seus passivos. 
 
Direitos sobre o patrimônio líquido são direitos sobre a participação 
residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. 
 
Em outras palavras, são reivindicações contra a entidade que não atendem à 
definição de passivo. 
 
2.8.4. Receitas 
 
São aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em 
aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de 
detentores de direitos sobre o patrimônio. 
 
 
 
 
 
13 
 
 
2.8.5. Despesas 
 
São reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em 
reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos 
detentores de direitos sobre o patrimônio. 
 
2.9. RECONHECIMENTO E DESRECONHECIMENTO 
 
Reconhecimento é o processo de captação para inclusão no balanço 
patrimonial ou na demonstração do resultado e na demonstração do resultado 
abrangente de item que atenda à definição de um dos elementos das 
demonstrações contábeis – ativo, passivo, patrimônio líquido, receita ou despesa. 
 
Reconhecimento envolve refletir o item em uma dessas demonstrações – 
seja isoladamente ou em conjunto com outros itens – em palavras e por meio do 
valor monetário, e incluir esse valor em um ou mais totais nessa demonstração. 
 
O valor pelo qual ativo, passivo ou patrimônio líquido é reconhecido no 
balanço patrimonial é referido como o seu “valor contábil”. 
 
Já o desreconhecimento é a retirada de parte ou da totalidade de ativo ou 
passivo reconhecido do balanço patrimonial da entidade. O desreconhecimento 
normalmente ocorre quando esse item não atende mais à definição de ativo ou 
passivo: 
 
(a) para o ativo, o desreconhecimento normalmente ocorre quando a entidade 
perde o controle da totalidade ou de parte do ativo reconhecido; e 
 
(b) para o passivo, o desreconhecimento normalmente ocorre quando a 
entidade não possui mais uma obrigação presente pela totalidade ou parte do 
passivo reconhecido. 
 
 
14 
 
 
2.10. MENSURAÇÃO 
 
Os elementos reconhecidos nas demonstrações contábeis são quantificados 
em termos monetários, o que exige a seleção de uma base de mensuração. 
 
Aplicar a base de mensuração a ativo ou passivo cria uma mensuração para 
esse ativo ou passivo e para as respectivas receitas e despesas. 
 
Essas bases incluem custo histórico e valor atual 
 
2.10.1. Custo histórico 
 
Fornece informações monetárias sobre ativos, passivos e respectivas receitas 
e despesas, utilizando informações derivadas, pelo menos em parte, do preço da 
transação ou outro evento que deu origem a eles. 
 
Nesse sentido, o custo histórico de ativo quando é adquirido ou criado é o 
valor dos custos incorridos na aquisição ou criação do ativo, compreendendo a 
contraprestação paga para adquirir ou criar o ativo mais custos de transação. 
 
O custo histórico de passivo quando é incorrido ou assumido é o valor da 
contraprestação recebida para incorrer ou assumir o passivo menos custos de 
transação. 
 
2.10.2. Valor atual 
 
As mensurações ao valor atual fornecem informações monetárias sobre 
ativos, passivos e respectivas receitas e despesas, utilizando informações 
atualizadas para refletir condições na data de mensuração.15 
 
 
Devido à atualização, os valores atuais de ativos e passivos refletem as 
mudanças, desde a data de mensuração anterior, em estimativas de fluxos de caixa 
e outros fatores refletidos nesses valores atuais. 
 
Diferentemente do custo histórico, o valor atual de ativo ou passivo não 
resulta, mesmo em parte, do preço da transação ou outro evento que deu origem ao 
ativo ou passivo. 
 
As bases de mensuração do valor atual incluem: 
 
 (a) valor justo 
 (b) valor em uso de ativos e valor de cumprimento de passivos 
 (c) custo corrente 
 
VALOR JUSTO 
 
É o preço que seria recebido pela venda de ativo ou que seria pago pela 
transferência de passivo em transação ordenada entre participantes do mercado na 
data de mensuração. 
 
VALOR EM USO 
 
É o valor presente dos fluxos de caixa, ou outros benefícios econômicos, que a 
entidade espera obter do uso de ativo e de sua alienação final. 
 
VALOR DE CUMPRIMENTO 
 
É o valor presente do caixa, ou de outros recursos econômicos, que a entidade 
espera ser obrigada a transferir para cumprir a obrigação. 
 
 
 
 
16 
 
 
CUSTO CORRENTE 
 
O custo corrente de ativo é o custo de ativo equivalente na data de 
mensuração, compreendendo a contraprestação que seria paga na data de 
mensuração mais os custos de transação que seriam incorridos nessa data. 
 
O custo corrente de passivo é a contraprestação que seria recebida pelo 
passivo equivalente na data de mensuração menos os custos de transação que 
seriam incorridos nessa data. 
 
 
3. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (NBC TG 26) 
 
A referida norma determina a base de apresentação das demonstrações 
contábeis, buscando garantir a comparabilidade com as demonstrações contábeis 
de períodos anteriores de uma mesma entidade e entre entidades diferentes. 
 
Ainda estabelece requisitos de apresentação das demonstrações 
contábeis, além de determinar diretrizes para a sua estrutura e requisitos 
mínimos para o seu conteúdo. 
 
As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição 
patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. 
 
O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação 
acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da 
entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e 
tomada de decisões econômicas. 
 
As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da 
atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na 
gestão dos recursos que lhe foram confiados, proporcionando informações sobre: 
 
17 
 
 
(a) ativos 
(b) passivos 
(c) patrimônio líquido 
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas 
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e 
distribuições a eles; e 
(f) fluxos de caixa. 
 
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas 
explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever os futuros 
fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua 
geração. 
 
De acordo com a norma, as demonstrações contábeis deverão ser 
claramente identificadas, bem como, diferenciadas de outras informações 
publicadas no mesmo documento. 
 
Além disso, as seguintes informações deverão ser exibidas de forma 
proeminente, bem como repetidas quando necessário para serem compreendidas: 
 
a) Nome da entidade que reporta; 
b) Se as demonstrações financeiras são de uma entidade individual ou de um 
grupo de entidades (demonstrações consolidadas); 
c) A data de final do período de relatório ou do período coberto; 
d) A moeda de apresentação; 
e) O nível de arredondamento utilizado na apresentação de valores. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Ao fim de cada exercício social, as empresas deverão elaborar as 
demonstrações contábeis, com o objetivo de fornecer informações úteis para uma 
ampla variedade de usuários, devendo divulgar informação comparativa com 
respeito ao período anterior para todos os valores apresentados nas demonstrações 
contábeis do período corrente. 
 
Além disso, a entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, 
exceto para a demonstração dos fluxos de caixa, utilizando-se do regime de 
competência. 
 
Por fim, quando da elaboração das demonstrações contábeis, a administração 
deve fazer a avaliação da capacidade da entidade continuar em operação no futuro 
previsível (pressuposto da continuidade). 
 
Quando a administração tiver ciência, ao fazer a sua avaliação, de 
incertezas relevantes relacionadas com eventos ou condições que possam lançar 
dúvidas significativas acerca da capacidade da entidade continuar em operação no 
futuro previsível, essas incertezas devem ser divulgadas. 
 
Quando as demonstrações contábeis não forem elaboradas no pressuposto 
da continuidade, esse fato deve ser divulgado, juntamente com as bases sobre 
as quais as demonstrações contábeis foram elaboradas e a razão pela qual não se 
pressupõe a continuidade da entidade. 
 
A entidade deve apresentar separadamente nas demonstrações contábeis 
cada classe material de itens semelhantes. 
 
A entidade deve apresentar separadamente os itens de natureza ou função 
distinta, a menos que sejam imateriais. 
 
O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser apresentado 
pelo menos anualmente (inclusive informação comparativa). 
 
20 
 
 
Quando se altera a data de encerramento das demonstrações contábeis da 
entidade e as demonstrações contábeis são apresentadas para um período mais 
longo ou mais curto do que um ano, a entidade deve divulgar, além do período 
abrangido pelas demonstrações contábeis: 
 
(a) a razão para usar um período mais longo ou mais curto; e 
(b) o fato de que não são inteiramente comparáveis os montantes comparativos 
apresentados nessas demonstrações. 
 
As demonstrações contábeis obrigatórias, de acordo com a referida norma são: 
 Balanço Patrimonial (BP) 
 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) 
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
 Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) (*) 
 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) (*)(**) 
 Notas Explicativas (NE) (***) 
(*) Possuem normas próprias. 
(**) Não está previsto nas IFRS, mas obrigatória pela norma 
(***) Embora não sejam consideradas demonstrações contábeis, sua divulgação é 
obrigatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES 
 
A demonstração do resultado abrangente (DRA) não era prevista na Lei 6.404/74, 
porém obrigatório por conta da NBC TG 26. 
 
A legislação societária admite à inclusão da DLPA na DMPL, logo, as empresas 
que elaborarem e publicarem a DMPL estão dispensadas da apresentação em 
separado da DLPA, uma vez que esta, obrigatoriamente, estará incluída naquela. 
 
A DMPL não consta como sendo obrigatória pela Lei 6.404/76. Todavia, a NBC TG 
26 tornou essa demonstração obrigatória. 
 
Com as modificações contábeis introduzidas pelas Leis 11.638 e 11.941, a 
Demonstração de origens e aplicações de recursos (DOAR), deixou de ser 
obrigatória (mas não foi extinta). 
 
 
4. POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇA DE ESTIMATIVA E RETIFICAÇÃO DE 
ERROS (NBC TG 23) 
 
De acordo com a NBC TG 23, “políticas contábeis são os princípios, as 
bases, as convenções, as regras e as práticas específicas aplicadas pela entidade 
na elaboração e na apresentação de demonstrações contábeis”. 
 
A mesma norma define que “mudança na estimativa contábil” é um ajuste 
nos saldos contábeis de ativo ou de passivo, ou nos montantes relativos ao 
consumo periódico de ativo, que decorre da avaliação da situação atual e das 
obrigações e dos benefícios futuros esperados associados aos ativos e 
passivos. 
 
 
 
22Ou seja, as alterações nas estimativas contábeis decorrem de nova 
informação ou inovações. 
 
Por exemplo, se uma nova tecnologia na manutenção de um equipamento faz 
com que ele tenha, a partir de agora, uma mudança na vida útil econômica 
originalmente estimada, a alteração das taxas de depreciação é uma mudança 
de estimativa. 
 
Porém, uma mudança na base de avaliação é uma mudança na política 
contábil e não uma mudança na estimativa contábil. Aqui se configura uma 
mudança de prática contábil em que a forma de avaliação foi alterada em virtude de 
alteração em princípios, bases, convenções, regras e/ou práticas específicas 
aplicadas. 
 
Por exemplo, optar por sair do PEPS e passar para o custo médio 
ponderado móvel para a avaliação dos estoques é uma mudança de política 
contábil. 
 
Enquanto “erros de períodos anteriores” são omissões e incorreções nas 
demonstrações contábeis da entidade de um ou mais períodos anteriores 
decorrentes da falta de uso, ou uso incorreto, de informação confiável que: 
 
(a) estava disponível quando da autorização para divulgação das 
demonstrações contábeis desses períodos; e 
 
(b) pudesse ter sido razoavelmente obtida e levada em consideração na 
elaboração e na apresentação dessas demonstrações contábeis. 
 
Os erros “incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de 
políticas contábeis, descuidos ou interpretações incorretas de fatos e fraudes”. 
 
 
 
23 
 
 
A norma reforça que a revisão de uma estimativa contábil não se relaciona a 
períodos anteriores. 
 
Enquanto a mudança na política contábil deve ser aplicada de forma 
retrospectiva, a não ser que haja limitações à aplicação retrospectiva de nova 
política contábil. 
 
Por fim, a norma exige que erros materiais de períodos anteriores sejam 
corrigidos retrospectivamente no primeiro conjunto de demonstrações após a 
descoberta do erro. 
 
Resumo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
5. MENSURAÇÃO A VALOR JUSTO (NBC TG 46) 
 
 De acordo com a NBC TG 46, valor justo é o preço que seria recebido pela 
venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma 
transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração. 
 
Em muitos casos, o valor justo é aplicado a um ativo ou passivo 
individualmente (instrumentos financeiros, máquinas, etc.) ou a um conjunto de 
ativos (unidade de negócios, por exemplo). 
 
5.1. PARTICIPANTES DO MERCADO 
 
 São independentes da entidade, ou seja, não são partes relacionadas; 
 Possuem entendimento razoável sobre os fatores relevantes sobre o ativo 
ou passivo, baseados em todas as informações disponíveis; 
 Estão aptos a transacionar o ativo ou passivo, sendo legalmente permitidos 
e possuindo capacidade financeira; 
 Possuem a intenção de transacionar o ativo ou passivo (ou seja, não são 
“forçados”). 
 
 
5.2. TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO 
 
Abordagem de mercado: Utilização de preços observáveis e de outras informações 
relevantes geradas por transações no mercado envolvendo ativos idênticos ou 
comparáveis (ou passivos). 
 
Abordagem da receita: Técnicas que convertem montantes futuros (caixa ou 
lucros) em um único valor presente (descontado) 
 
Abordagem de custo: Valor que seria necessário atualmente para substituir a 
capacidade de serviço do ativo (custo de substituição ou de reposição) 
 
25 
 
 
5.3. HIERARQUIA DE VALOR JUSTO 
 
A norma estabelece uma hierarquia de valor justo com base na qual 
classifica em três níveis as informações utilizadas nas técnicas de avaliação para 
a sua mensuração, dependendo das informações disponíveis no mercado. 
 
A hierarquia de valor justo dá a mais alta prioridade a preços cotados (não 
ajustados) em mercados ativos para ativos ou passivos idênticos (informações de 
Nível 1) e a mais baixa prioridade a dados não observáveis (informações de Nível 3) 
 
Informações de Nível 1 
 
Preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos ou passivos 
idênticos em que a entidade possa ter acesso na data de mensuração. Está 
disponível para muitos ativos e passivos financeiros, alguns dos quais podem ser 
trocados em múltiplos mercados ativos, representando a informação mais confiável, 
portanto, a que deve ser utilizada sempre que possível 
 
Exemplos: ações em bolsa, ganhos fixos de títulos negociados em mercados ativos, 
derivativos, etc. 
 
Informações de Nível 2 
 
Preços cotados para ativos ou passivos similares em mercados ativos, bem como 
preços cotados para ativos ou passivos idênticos ou similares em mercados que não 
sejam ativos (utilização de informações de dados observáveis). O uso dessas 
informações implica que se façam ajustes dependendo de fatores específicos do 
ativo ou passivo. 
 
Exemplos: Acordo de licenciamento, estoque de produtos acabados, edificações 
mantidas e usadas, unidades geradoras de caixa, etc. 
 
 
26 
 
 
Informações de Nível 3 
 
Uso de informações que sejam de dados não observáveis para o ativo ou passivo 
(sinergia específica da entidade, por exemplo). 
 
Entretanto, vale lembrar que, de acordo com as diretrizes da norma, dados não 
observáveis serão utilizados para mensurar o valor justo somente na extensão em 
que dados observáveis não estejam disponíveis, admitindo assim situações em que 
há pouca ou nenhuma atividade de mercado para o ativo ou passivo na data da 
mensuração. 
 
 
6. ESTOQUES (NBC TG 16) 
 
Estoques são ativos: 
 
(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; 
(b) em processo de produção para venda; ou 
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou 
transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. 
 
Conforme a NBC TG 16, os estoques são avaliados e mensurados pelo custo 
ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. 
 
Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos 
negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos 
estimados necessários para se concretizar a venda. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
Exemplo: 
 
A Cia ABC possui estoques de produtos em elaboração, para os quais existem 
as seguintes estimativas: 
 
Descrição R$ 
Custo de produção incorridos 2.900,00 
Custo de produção necessária para conclusão 500,00 
Gastos com transporte até o cliente 300,00 
Despesas de venda 400,00 
Preço de venda 2.800,00 
 
Qual seu valor realizável líquido? 
 
Preço de venda 2.800,00 
(-) Custos para conclusão (500,00) 
(-) Gastos com transporte (300,00) 
(-) Despesas de venda (400,00) 
= Valor realizável líquido 1.600,00 
 
Custos do estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os 
custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para 
trazer os estoques à sua condição e localização atuais. 
 
CUSTO DE AQUISIÇÃO 
 
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os 
impostos de importação e outros tributos não recuperáveis, bem como os 
custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à 
aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. 
 
 
 
28 
 
 
No caso de importações de matérias-primas, ao custo deve ser adicionado o 
imposto de importação, o IOF incidente sobre a operação de câmbio, os custos 
alfandegários e outras taxas, além do custo dos serviços de despachante 
correspondente. 
 
Os impostos recuperáveis, os descontos comerciais, abatimentos e outros 
itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. 
 
Ou seja: 
 
Preço pago 
(+) Impostos não recuperáveis 
(+) Custos de transporte 
(+) Gastos adicionais 
(-) Impostos recuperáveis 
(-) Descontos e abatimentos 
= Custo de aquisição 
 
CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO 
 
Incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas 
ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão de obradireta. bem 
como os custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para 
transformar os materiais em produtos acabados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
IMPORTANTE: 
 
De acordo com a NBC TG (Estoques), a alocação de custos fixos indiretos de 
fabricação às unidades produzidas deve ser baseada na capacidade normal de 
produção. 
 
O nível real de produção pode ser usado se aproximar-se da capacidade 
normal. Como consequência, o valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida 
não pode ser aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade. 
Logo, os custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos 
diretamente como despesa no período em que são incorridos. 
 
Exemplo: 
Custos fixos indiretos: R$ 300.000,00 
Produção normal: 1.000 unidades 
Custo fixo indireto unitário: R$ 300,00 
 
Produção atual: 600 unidades 
Custo fixo indireto alocado (R$ 300,00 x 600 = R$ 180.000,00) 
Despesas R$ 120.000,00 
 
 
Quando o custo for maior do que o valor realizável líquido deverá ser 
reconhecido um “Ajuste para redução ao valor realizável líquido”, contabilizado 
como despesa em contrapartida a uma conta redutora do ativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
Exemplo: 
 
Considere que uma empresa comercial possua 03 bens diferentes para revenda: 
 
Estoque Custo VRL Ajuste 
A 1.500,00 1.600,00 - 
B 1.200,00 880,00 320,00 
C 6.000,00 5.400,00 600,00 
 920,00 
 
Lançamento de Ajuste: 
D Despesas com redução ao valor realizável líquido de estoques 920,00 
C Ajuste para redução ao valor realizável líquido 920,00 
 
DEMAIS GASTOS 
 
Os gastos abaixo serão excluídos do custo de estoques e reconhecidos como 
despesas no período em que são incorridos: 
 
a) Valores anormais de desperdícios de materiais, mão de obra ou outros 
custos de produção; 
b) Custos de armazenagem, exceto os necessários no processo de produção 
antes de um ou outro estágio de produção; 
c) Gastos gerais administrativos que não contribuem para trazer os estoques 
a sua condição e localização atuais; 
d) Despesas venda e 
e) Despesas financeiras 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
MÉTODOS DE CUSTO 
 
O custo de estoques de itens que não sejam normalmente intercambiáveis e 
bens ou serviços produzidos e separados para projetos específicos, deverá ser 
atribuído utilizando-se identificação específica de seus custos individuais. 
 
O custo de estoques será atribuído utilizando-se o critério “Primeiro a Entrar, 
Primeiro a Sair (PEPS) ou o critério de custo médio ponderado. 
 
Para estoques de natureza similar, deve ser utilizado o mesmo critério, 
enquanto para estoques de natureza diferente, podem-se justificar diferentes 
critérios de custo. 
 
 
7. AJUSTE A VALOR PRESENTE (NBC TG 12) 
 
De acordo com a NBC TG 12, os elementos integrantes do ativo e do 
passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando 
houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas 
de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do 
dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas 
originais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
Exemplo: 
 
Em 1º de dezembro de X1, determinada empresa efetuou uma venda de 
mercadorias no valor de R$ 1.500.000,00, com prazo de 150 dias para recebimento 
(representa 50%do total das vendas do ano). 
 
Considerando que a taxa utilizada nas operações de crédito é de 3,5% a.m a 
juros compostos, os efeitos dos Ajustes a Valor Presente e sua contabilização em 31 
de dezembro de X1 devem ser efetuados como segue: 
 
Logo: 
150 dias = 5 meses 
n = 5 
i = 3,5% a.m. 
VP = VF / (1 + i)n 
 
Logo: 
Valor Futuro = R$ 1.500.000,00 
Valor Presente => 1.500.000/(1,035)5 = R$ 1.262.959,75 
 
Cálculo dos juros: 
J = R$ 1.500.000,00 - R$ 1.262.959,75 = R$ 237.040,25 
 
Contabilização da venda em 01/12/X1: 
D Cliente (Ativo) 1.500.000,00 
C Receita de Vendas (Resultado) 1.500.000,00 
 
D Ajuste a Valor Presente (Dedução da Receita) 237.040,25 
C Juros a apropriar (Redutora do Ativo) 237.040,25 
 
 
 
 
33 
 
 
Saldo da Conta Clientes em 01/12/X1: 
Cliente (Ativo Circulante) 1.500.000,00 
(-) Juros a apropriar (Redutora do Ativo) (237.040,25) 
 
Contabilização da apropriação da receita financeira em 31/12/X1: 
D Juros a apropriar (Redutora do Ativo) 44.203,59 
C Juros Ativos (Receita) 44.203,59 
 
Novo valor do Ajuste a Valor Presente em 31/12/X1: 
237.040,25 – 44.203,59 = 192.836,66 
 
Novo Saldo da Conta Clientes 31/12/X1: 
Cliente (Ativo) 1.500.000,00 
(-) Juros a apropriar (Redutora do Ativo) (192.836,66) 
 
 
PERÍODO BASE CÁLCULO JUROS NOVA BASE 
31/12/X1 R$ 1.262.959,75 R$ 44.203,59 R$ 1.307.163,34 
31/01/X2 R$ 1.307.163,34 R$ 45.750,72 R$ 1.352.914,06 
28/02/X3 R$ 1.352.914,06 R$ 47.351,99 R$ 1.400.266,05 
31/03/X4 R$ 1.400.266,05 R$ 49.009,31 R$ 1.449.275,36 
30/04/X5 R$ 1.449.275,36 R$ 50.724,64 R$ 1.500.000,00 
TOTAL R$ 237.040,25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
8. ATIVO IMOBILIZADO (NBC TG 27) 
 
De acordo com a referida norma, o custo de um bem do imobilizado 
compreende: 
 
 Preço de compra, inclusive impostos de importação e impostos não 
recuperáveis sobre a compra, deduzidos de descontos comerciais e 
abatimentos; 
 
 Custos diretamente atribuíveis para instalar e colocar o ativo em condições 
operacionais para o uso pretendido; 
 
 Custo estimado para desmontar e remover o ativo e restaurar o local no qual 
está localizado, quando existir a obrigação futura para a entidade. 
 
Estão sujeitos à depreciação no decorrer da sua vida útil e ao teste de 
“impairment”. 
 
8.1. DEPRECIAÇÃO 
 
É o declínio do potencial gerador de benefícios econômicos por ativos de 
longa duração (imobilizados), ocasionada pelos seguintes fatores: deterioração 
física, desgastes com uso e obsolescência. 
 
A depreciação dos bens utilizados na produção será custo, enquanto a 
depreciação dos demais bens há de ser registrada como despesa operacional. 
 
O lançamento correto é: 
 
D Depreciação 
C Depreciação acumulada (Redutora do Ativo) 
 
 
35 
 
 
8.1.1. Controle e apuração 
 
A manutenção adequada desses ativos não interfere na aplicação da 
depreciação, entretanto, os gastos incorridos com reparos ou substituição de 
peças que resultem em aumentos de vida útil devem ser incorporados ao valor do 
bem para fins de depreciação. 
 
A apuração da depreciação deve ser feita mensalmente, a partir do 
momento em que o item do ativo se tornar disponível para uso, ou seja, quando 
está no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela 
administração. 
 
O valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução do custo de 
aquisição pelo seu valor residual (montante líquido que a entidade espera, com 
razoável segurança, obter por um ativo no fim de sua vida útil, deduzidos os custos 
esperados para sua venda). A depreciação cessa quando o ativo é baixado ou 
mantido para venda, entretanto, não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é 
retirado de uso. 
 
Além disso, cada componente de um item do ativo imobilizado com custo 
significativo em relação ao custo total do item deve ser depreciado separadamente. 
 
Exemplo: 
 
Uma empresa compra uma aeronave pelo valor total de R$ 1.200.000,00. O custo 
do motor (já incluído nesse total) é de R$ 200.000,00. O motor tem vida útil de 5 
anos, e o restante do conjunto do avião tem vida útil de 10 anos, sem valor residual. 
 
Logo: 
 
Motor: R$ 200.000,00 / 5 anos = R$ 40.000,00 por ano 
Avião (sem motor): R$ 1.000.000,00 / 10 anos = R$ 100.000,00 
 
36 
 
 
9. REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS (NBC TG 01) 
 
Nenhum ativo poderá estar mensurado contabilmente por um valor superiorao seu potencial de geração de benefícios, seja pela sua venda ou pelo seu uso. 
 
 Nesse contexto, caso o ativo esteja contabilizado por um valor excedente ao 
seu valor de recuperação, será necessário reconhecer uma perda pela redução ao 
valor recuperável ou simplesmente “Perda por Impairment”, objetivo central da NBC 
TG 01 (Redução ao Valor Recuperável de Ativos). 
 
A NBC TG 01 define valor recuperável como o maior valor entre o valor 
justo líquido de despesas de venda de um ativo ou de unidade geradora de caixa 
e o seu valor em uso. 
 
A entidade deve avaliar, a cada final de período contábil, se existem 
indicadores de que o valor recuperável do ativo esteja abaixo de seu valor contábil. 
 
9.1. RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DE VALOR RECUPERÁVEL 
 
Após análise do valor recuperável (maior valor entre valor líquido de venda e 
valor em uso), este será comparado ao valor contábil líquido, onde teremos duas 
situações: 
 
1) Caso este montante seja superior ao valor contábil líquido, nenhum ajuste 
precisará ser realizado. 
 
2) Caso este montante seja inferior ao valor contábil, será necessário 
reconhecer uma perda por “impairment”, no qual seu valor contábil deverá 
ser reduzido ao valor recuperável. 
 
 
 
 
37 
 
 
Exemplo 1: 
 
Seguem informações de um ativo imobilizado: 
 
Valor contábil líquido: R$ 150.000,00 
Valor líquido de venda: R$ 130.000,00 
Valor em uso: R$ 160.000,00 
 
Maior valor recuperável entre valor líquido de venda e valor em uso: R$ 160.000,00 
Resultado: Valor recuperável maior que o valor contábil líquido 
Conclusão: Não será necessário reconhecer perda por impairment. 
 
 
Exemplo 2: 
 
Seguem informações de um ativo imobilizado: 
 
Valor contábil líquido: R$ 180.000,00 
Valor líquido de venda: R$ 130.000,00 
Valor em uso: R$ 160.000,00 
 
Maior valor recuperável entre valor líquido de venda e valor em uso: R$ 160.000,00 
Resultado: Valor recuperável menor que o valor contábil em R$ 20.000,00 
Conclusão: Será necessário reconhecer perda por impairment no valor de R$ 
20.000,00 
 
LANÇAMENTO CONTÁBIL: 
 
D Perda por Impairment (Despesa) 20.000,00 
C Ajuste ao valor recuperável de ativos (Redutora do Ativo) 20.000,00 
 
 
 
38 
 
 
9.2. VALOR CONTÁBIL LÍQUIDO 
 
É a diferença entre o custo de aquisição do ativo e a sua depreciação 
acumulada. 
 
Exemplo: 
 
Custo do bem R$ 1.000.000,00 
Vida útil 10 anos 
Fator Depreciação 10% a.a 
Tempo utilizado 4 anos 
Valor Depreciação 40% x R$ 1.000.000,00 = R$ 400.000,00 
Valor contábil líquido R$ 1.000.000,00 – R$ 400.000,00 = R$ 600.000,00 
 
 
9.3. VALOR JUSTO LÍQUIDO DE DESPESAS DE VENDA 
 
O Valor justo líquido de venda consiste na diferença entre o valor justo e as 
despesas de venda. 
 
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria 
pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre 
participantes do mercado na data de mensuração. 
 
As despesas “de venda” referem-se a todas aquelas despesas diretamente 
alocáveis à transação de venda, não abrangendo os custos já incorridos e 
reconhecidos como passivo. Geralmente, as despesas de venda incluem todas 
aquelas que diretamente atribuíveis à transação e que não ocorreriam caso ela não 
fosse efetivada. 
 
 
 
 
39 
 
 
Podem ser consideradas despesas de vendas: as despesas legais, tributos, 
despesas com a remoção do ativo e gastos diretos incrementais para deixar o ativo 
em condição de venda. 
 
Exemplo: 
Valor justo do bem 100.000,00 
(-) Tributos sobre venda (10.000,00) 
(-) Comissão (2.000,00) 
(-) Remoção do ativo (8.000,00) 
Valor realizável líquido 80.000,00 
 
 
9.4. VALOR EM USO 
 
É a estimativa dos fluxos futuros de caixa que a entidade espera obter com o 
ativo considerando o valor do dinheiro no tempo, representada por uma taxa de 
desconto. 
 
Utiliza-se o conceito de valor presente: VP = VF /(1 + i)n 
 
Exemplo: 
 
Espera-se que determinado bem produza entradas de caixa líquidas de R$ 
50.000,00. R$ 60.000,00 e R$ 70.000,00, respectivamente, durante os próximos 03 
anos. Considerando que a taxa de desconto no período será de 12%, seguem os 
fluxos de caixa trazidos a valor presente: 
 
Ano 1: 50.000,00/(1,12) 44.642,86 
Ano 2: 60.000,00/(1,12)2 47.831,63 
Ano 3: 70.000,00/(1,12)3 49.824,62 
Valor em uso 142.299,11 
 
 
40 
 
 
10. PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO (NBC TG 28) 
 
O objetivo desta norma é estabelecer o tratamento contábil de propriedades 
para investimento e respectivos requisitos de divulgação, sendo aplicado no 
reconhecimento, mensuração e divulgação de propriedades para investimento. 
 
Segundo o CPC 28, propriedade para investimento é a propriedade (terreno 
ou edifício – ou parte de edifício – ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo 
arrendatário como ativo de direito de uso) para auferir aluguel ou para valorização 
do capital ou para ambas. 
 
E, não, para: 
 
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades 
administrativas; 
ou 
(b) venda no curso ordinário do negócio. 
 
IMPORTANTE 
Caso a propriedade seja mantida para uso na produção ou para fornecimento de 
bens ou serviços, ou, ainda, para finalidades administrativas, recebe o nome de 
propriedade ocupada pelo proprietário e fica classificada no ativo imobilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
Esquema: 
 
 
 
São exemplos de propriedades para investimento: 
 
(a) terrenos mantidos para valorização de capital a longo prazo e não para 
venda a curto prazo no curso ordinário dos negócios; 
 
(b) terrenos mantidos para futuro uso correntemente indeterminado (se a 
entidade não tiver determinado que usará o terreno como propriedade ocupada 
pelo proprietário ou para venda a curto prazo no curso ordinário do negócio, o 
terreno é considerado como mantido para valorização do capital); 
 
(c) edifício que seja propriedade da entidade (ou mantido pela entidade em 
arrendamento financeiro) e que seja arrendado sob um ou mais arrendamentos 
operacionais; 
 
(d) edifício que esteja desocupado, mas mantido para ser arrendado sob um 
ou mais arrendamentos operacionais; 
 
(e) propriedade que esteja sendo construída ou desenvolvida para futura 
utilização como propriedade para investimento. 
 
 
 
 
42 
 
 
Algumas propriedades compreendem uma parte que é mantida para obter 
rendimentos ou para valorização de capital e outra parte que é mantida para uso 
na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades 
administrativas. 
 
Se essas partes puderem ser vendidas separadamente (ou arrendadas 
separadamente sob arrendamento financeiro), a entidade contabiliza as partes 
separadamente. 
 
Se as partes não puderem ser vendidas separadamente, a propriedade só é 
propriedade para investimento se uma parte insignificante for mantida para uso na 
produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas. 
 
10.1. RECONHECIMENTO 
 
A propriedade para investimento deve ser reconhecida como ativo quando, e 
apenas quando: 
 
(a) for provável que os benefícios econômicos futuros associados à 
propriedade para investimento fluirão para a entidade; e 
 
(b) o custo da propriedade para investimento possa ser mensurado 
confiavelmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
10.2. MENSURAÇÃO INICIAL 
 
A propriedade para investimento deve ser inicialmente mensurada pelo seu 
custo. 
 
O custo de uma propriedade para investimento comprada compreende o seu 
preço de compra e qualquer dispêndio diretamente atribuível. 
 
Os dispêndios diretamente atribuíveis incluem, por exemplo, as remunerações 
profissionais de serviços legais, impostos de transferência de propriedade e outros 
custos de transação. 
 
Se o pagamento de uma propriedade para investimento for a prazo, o seu 
custo é o equivalente aovalor à vista. 
 
A diferença entre esta quantia e os pagamentos totais é reconhecida como 
despesa financeira durante o período do crédito. 
 
 
10.3. MENSURAÇÃO APÓS O RECONHECIMENTO INICIAL 
 
Após o reconhecimento inicial, a entidade poderá mensurar as propriedades 
para investimento pelo método do valor justo ou pelo método do custo, 
utilizando-se, assim, dessa política contábil para todas as suas propriedades para 
investimento. 
 
Mensuração pelo valor justo: Não há depreciação (Reconhece despesa de 
desvalorização ou receita de valorização) 
 
Mensuração pelo custo: São depreciadas normalmente. 
 
 
44 
 
 
Exemplo: 
 
Determinada propriedade para investimento foi adquirida por R$ 200.000,00. 
 
Um ano após, seu valor justo é avaliado em R$ 240.000,00. 
 
Dessa forma, o seguinte lançamento deve ser realizado: 
 
D Propriedade para investimento R$ 40.000,00 
C Ganho sobre ajuste ao valor justo R$ 40.000,00 
 
10.4. TRANSFERÊNCIA 
 
Uma propriedade para investimento pode vir a se tornar uma propriedade 
utilizada pelo proprietário (que é uma propriedade que a entidade utiliza – 
classificada no imobilizado) e vice-versa. 
 
A propriedade para investimento, caso seja mantido para venda em 
determinado momento, pode ainda vir a se tornar estoque. 
 
Ou seja, tais transferências devem ser feitas apenas quando houver 
alteração de uso. 
 
Nesses casos, qual será o tratamento contábil? 
 
10.5. PROPRIEDADE MENSURADA PELO CUSTO 
 
Caso a propriedade para investimento seja mensurada pelo custo e seja 
transferida para imobilizado ou estoque, NÃO HÁ ALTERAÇÃO! 
 
 
 
45 
 
 
10.6. IMOBILIZADO MENSURADO PELO CUSTO 
 
Caso o imobilizado seja mensurado pelo custo e seja transferido para 
propriedade, temos 2 situações: 
 
1 - Valor justo da propriedade menor do que o custo do imobilizado 
2 - Valor justo da propriedade maior do que o custo do imobilizado 
 
 
Valor justo da propriedade menor do que o custo do imobilizado 
 
A entidade reconhece uma perda no resultado do exercício 
 
Valor contábil do imobilizado: R$ 200.000,00 
Valor justo da propriedade: R$ 160.000,00 
 
Lançamento contábil quando há transferência: 
 
D Propriedade para investimento R$ 200.000,00 
C Ativo imobilizado R$ 200.000,00 
 
D Perda Ajuste Valor Justo R$ 40.000,00 
C Propriedade para investimento R$ 40.000,00 
 
 
Valor justo da propriedade maior do que o custo do imobilizado 
 
A entidade reconhece um ajuste de avaliação patrimonial no PL. 
 
Valor contábil do imobilizado: R$ 200.000,00 
Valor justo da propriedade: R$ 240.000,00 
 
 
46 
 
 
Lançamento contábil quando há transferência: 
 
D Propriedade para investimento R$ 240.000,00 
C Ativo imobilizado R$ 200.000,00 
C Ajuste de avaliação patrimonial R$ 40.000,00 
 
IMPORTANTE 
Se o ativo imobilizado que foi transferido tiver registrado uma perda por 
recuperabilidade anteriormente, a entidade deverá reconhecer uma reversão 
da perda por recuperabilidade, diretamente no resultado do exercício. 
 
10.7. ESTOQUE TRANSFERIDO PARA INVESTIMENTO 
 
Para uma transferência de estoque para propriedade para investimento que 
seja escriturada pelo valor justo, qualquer diferença entre o valor justo da 
propriedade nessa data e o seu valor contábil anterior deve ser reconhecida no 
resultado. 
 
Valor contábil do estoque: R$ 150.000,00 
Valor justo da propriedade: R$ 200.000,00 
 
Lançamento contábil quando há transferência: 
D Propriedade para investimento 200.000,00 
C Estoque 150.000,00 
C Ganho Ajuste Valor Justo 50.000,00 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
11. ATIVO INTANGÍVEL (NBC TG 04) 
 
De acordo com a referida norma, um ativo intangível deverá ser reconhecido 
se, e se somente se: 
 
 For provável que a entidade obterá benefícios econômicos futuros e 
 O custo do ativo possa ser mensurado confiavelmente. 
 
O ativo intangível será mantido pelo seu custo menos qualquer amortização 
acumulada e qualquer perda por impairment. 
 
Além do Goodwill, há mais duas formas possíveis para a obtenção de um ativo 
intangível por uma entidade: 
 
 Aquisição em separado 
 Ativos intangíveis que são gerados internamente. 
 
11.1. AQUISIÇÃO EM SEPARADO 
 
Geralmente, o preço pago por um ativo intangível em separado representa a 
expectativa dos benefícios econômicos futuros, satisfazendo o critério de 
reconhecimento. 
 
O custo de um ativo intangível compreende: 
 
 Preço de aquisição, incluindo impostos não recuperáveis; 
 Qualquer outro valor atribuído ao custo de preparação do ativo para o seu 
uso. 
 
 
 
 
 
48 
 
 
11.2. GERADOS INTERNAMENTE 
 
Os ativos intangíveis gerados internamente deverão ser classificados em 
duas categorias: Fase de pesquisa e desenvolvimento 
 
PESQUISA 
 
Investigação original e planejada para a obtenção de novo conhecimento científico 
ou técnico. 
 
Nenhum intangível resultante da fase de pesquisa poderá ser reconhecido. 
 
Os gastos deverão ser reconhecidos como despesa quando incorridos. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
Aplicação dos achados da pesquisa e de outros conhecimentos para o planejamento 
ou design de novos materiais, produtos, processos e sistemas. 
 
Um ativo intangível deverá ser reconhecido se, e somente se, uma entidade puder 
atender a todos os itens abaixo: 
 
- O término do desenvolvimento é viável 
- Intenção de completar o ativo intangível para o seu uso ou venda 
- Habilidade para vender ou utilizar o ativo intangível 
- Demonstrar como o ativo intangível gerará benefícios econômicos futuros 
- Os recursos técnicos, financeiros e outros estão disponíveis 
- Habilidade de mensuração dos gastos diretamente atribuíveis ao ativo intangível 
 
 
 
 
 
49 
 
 
Exemplo: 
 
Uma entidade está desenvolvendo novo processo de produção. No exercício 
de 20X5, os gastos incorridos foram de R$ 1.000,00, dos quais R$ 900,00 foram 
incorridos antes de 1º de dezembro de 20X5 e R$ 100,00 entre essa data e 31 
de dezembro de 20X5. 
 
A entidade está apta a demonstrar que em 1º de dezembro de 20X5 o 
processo de produção atendia aos critérios para reconhecimento como ativo 
intangível. O valor recuperável do know-how incorporado no processo (inclusive 
futuras saídas de caixa para concluí-lo e deixá-lo pronto para uso) está estimado em 
R$ 500,00. 
 
Ao final de 20X5, o processo de produção está reconhecido como ativo 
intangível ao custo de R$ 100,00 (gasto incorrido desde a data em que os critérios 
de reconhecimento foram atendidos, ou seja, 1º de dezembro de 20X5). 
 
Os gastos de R$ 900,00 incorridos antes de 1º de dezembro de 20X5 devem 
ser reconhecidos como despesa porque os critérios de reconhecimento só foram 
atendidos nessa data, não podendo ser incluídos no custo do processo de produção 
reconhecido na data do balanço. 
 
No exercício de 20X6, os gastos incorridos são de R$ 2.000,00. Ao final de 
20X6, o valor recuperável do know-how incorporado no processo está estimado em 
R$ 1.900,00. 
 
Logo, ao final de 20X6, o custo do processo de produção é de R$ 2.100,00 
(gastos de R$ 100,00 reconhecidos no final de 20X5 mais R$ 2.000,00 reconhecidos 
em 20X6). A entidade deve reconhecer uma perda de valor de R$ 200,00 para 
ajustar o valor contábil do processo antes dessa perda de valor (R$ 2.100,00) ao seu 
valor recuperável (R$ 1.900,00). 
 
 
50 
 
 
11.3. VIDA ÚTIL E AMORTIZAÇÃO 
 
Uma entidade avaliará se a vida útil de um ativo intangível é definida ou 
indefinida, e sua duração, ou número de unidades de produção ou unidades 
similares que constituem essa vida útil. 
 
Uma ativo intangível será considerado como tendo vida útil indefinida 
quando não houver nenhum limite previsível em relação ao período durante o qual 
se espera que o ativo gere fluxos de caixa. 
 
Além disso, o ativo intangível com vida útil definida é amortizado, porém, o 
ativo intangívelcom vida útil indefinida não, estando sujeito apenas ao “teste de 
recuperabilidade” no mínimo anual. 
 
A amortização de um ativo intangível com vida útil definida será iniciada 
quando o ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando ele estiver no local e 
na condição necessária para que seja capaz de operar da forma pretendida pela 
administração. 
 
Já o método de amortização utilizado refletirá o padrão em que se espera que 
os benefícios econômicos futuros do ativo sejam consumidos pela entidade. 
 
Se esse padrão não puder ser determinado de forma confiável, o método 
linear será utilizado. 
 
A vida útil de ativo intangível que não é amortizado deve ser revisada 
periodicamente para determinar se eventos e circunstâncias continuam a 
consubstanciar a avaliação de vida útil indefinida. 
 
Caso contrário, a mudança na avaliação de vida útil de indefinida para 
definida deve ser contabilizada como mudança de estimativa contábil, conforme a 
NBC TG 23. 
 
51 
 
 
11.4. VALOR AMORTIZÁVEL 
 
O valor amortizável de ativo com vida útil definida deve ser determinado após 
a dedução de seu valor residual. 
 
O valor residual diferente de zero implica que a entidade espera a alienação 
do ativo intangível antes do final de sua vida econômica. 
 
Nesse sentido, valor residual de um ativo intangível é o valor estimado que a 
entidade obteria a partir de sua alienação, deduzidos os custos estimados de 
alienação. 
 
 
11.5. VALOR RESIDUAL 
 
Deve-se presumir que o valor residual de ativo intangível com vida útil 
definida é zero, a não ser que: 
 
(a) haja compromisso de terceiros para comprar o ativo ao final da sua vida útil ou 
(b) exista mercado ativo para ele e 
(i) o valor residual possa ser determinado em relação a esse mercado; e 
(ii) seja provável que esse mercado continuará a existir ao final da vida útil do ativo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
12. ARRENDAMENTO MERCANTIL (NBC TG 06) 
 
 Desde 01/01/2019, a NBC TG 06 (R3) trouxe um novo conceito de 
Arrendamento Mercantil, pelo qual não há mais diferença entre Arrendamento 
Mercantil Financeiro ou Operacional para os arrendatários. 
 
Entretanto, o arrendador continua classificando os arrendamentos como 
operacionais (reconhecendo uma receita em linha reta) ou financeiros 
(reconhecendo o mesmo tratamento de uma venda financiada). 
 
Nesse sentido, o grande questionamento agora passou a ser em relação ao 
conceito de arrendamento, ou seja, se o contrato possui ou não arrendamento. 
 
Segundo o referido pronunciamento, o contrato é, ou contém um 
arrendamento se o cliente tem o direito de controlar o uso de um ativo 
identificado pelo período de tempo em troca de remuneração. 
 
Portanto, um contrato será de arrendamento caso esteja presente dois 
elementos básicos: o Direito de Controle e um Ativo Identificado. 
 
12.1. DIREITO DE CONTROLE 
 
O controle do uso do ativo identificado por um período de tempo é 
caracterizado: 
 
 Se o arrendatário tiver direito de obter substancialmente todos os benefícios 
econômicos do uso do ativo identificado durante todo o período de uso, e 
 
 Se o cliente tiver o direito de direcionar como e para qual finalidade o ativo 
identificado é usado durante todo o período de uso. 
 
 
 
 
53 
 
 
12.2. ATIVO IDENTIFICADO 
 
O ativo normalmente é identificado ao ser expressamente especificado no 
contrato. Contudo, o ativo também pode ser identificado ao ser implicitamente 
especificado na ocasião em que o ativo for disponibilizado para uso pelo cliente. 
 
12.3. CONTRATOS DE CURTO PRAZO 
 
A norma dá a possibilidade de arrendatários não contabilizarem ativos e 
passivos de arrendamento no caso destes serem de curto prazo ou de pequeno 
valor. Nesses casos, os contratos serão considerados despesas. 
 
Arrendamento de Curto Prazo é definido como aquele que não tem opção de 
compra e tem prazo de até 12 meses. 
 
A norma não prevê valor monetário do que deve ser considerado “baixo valor” 
para esse propósito, mas sugere que a avaliação deve ser feita com base no valor 
do ativo quando novo. 
 
12.4. EXEMPLO DE CONTABILIZAÇÃO DE ARRENDAMENTO PELA 
ARRENDATÁRIA 
 
Determinada indústria arrendou uma máquina, em 31.01.X1, nas seguintes 
condições: 
 
a) prazo do arrendamento: 36 meses 
b) valor das contraprestações mensais: R$ 3.000,00 (no final de cada mês) 
c) taxa de juros do contrato: 1% ao mês 
d) valor residual a ser pago no final do 36º mês: R$ 10.000,00 
e) prazo de vida útil do equipamento: 10 anos. 
 
 
 
54 
 
 
Valor presente das parcelas: 
 
3.000 CHS PMT 
36 n 
1 i 
PV 90.322,52 
 
Logo, o total de encargos a serem apropriados do arrendamento será de R$ 
17.677,48 que consiste na diferença entre o valor total das parcelas R$ 108.000,00 
(R$ 3.000,00 x 36) e o valor presente das mesmas R$ 90.322,52. 
 
Valor presente do resíduo: 
 
10.000 FV 
36 n 
1 i 
PV 6.989,25 
 
O total de encargos do valor residual totaliza R$ 3.010,75 que consiste na diferença 
entre o valor do pagamento no 36º mês de R$ 10.000,00 e o seu valor presente de 
R$ 6.989,25. 
 
Nesse sentido, temos: 
 
Valor total a ser desembolsado: R$ 118.000,00 (R$ 108.000,00 + R$ 10.000,00) 
Valor presente das parcelas do arrendamento e do valor residual: R$ 97.311,77 (R$ 
90.322,52 + R$ 6.989,25). 
Encargos: R$ 20.688,23 (R$ 118.000,00 – R$ 97.311,77) 
 
 
 
 
 
55 
 
 
 
QUADRO – RECONHECIMENTO DA DESPESA 
Parcela 
Data 
Valor Futuro 
Valor 
Presente 
Encargos 
1 28.02.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.970,30 R$ 29,70 
2 31.03.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.940,89 R$ 59,11 
3 30.04.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.911,77 R$ 88,23 
4 31.05.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.882,94 R$ 117,06 
5 30.06.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.854,40 R$ 145,60 
6 31.07.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.826,14 R$ 173,86 
7 31.08.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.798,15 R$ 201,85 
8 30.09.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.770,45 R$ 229,55 
9 31.10.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.743,02 R$ 256,98 
10 30.11.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.715,86 R$ 284,14 
11 31.12.X1 R$ 3.000,00 R$ 2.688,97 R$ 311,03 
12 31.01.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.662,35 R$ 337,65 
13 28.02.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.635,99 R$ 364,01 
14 31.03.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.609,89 R$ 390,11 
15 30.04.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.584,05 R$ 415,95 
16 31.05.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.558,46 R$ 441,54 
17 30.06.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.533,13 R$ 466,87 
18 31.07.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.508,05 R$ 491,95 
19 31.08.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.483,22 R$ 516,78 
20 30.09.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.458,63 R$ 541,37 
21 31.10.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.434,29 R$ 565,71 
22 30.11.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.410,19 R$ 589,81 
23 31.12.X2 R$ 3.000,00 R$ 2.386,33 R$ 613,67 
24 31.01.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.362,70 R$ 637,30 
25 28.02.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.339,31 R$ 660,69 
26 31.03.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.316,14 R$ 683,86 
27 30.04.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.293,21 R$ 706,79 
28 31.05.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.270,51 R$ 729,49 
29 30.06.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.248,03 R$ 751,97 
30 31.07.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.225,77 R$ 774,23 
31 31.08.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.203,73 R$ 796,27 
32 30.09.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.181,91 R$ 818,09 
33 31.10.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.160,31 R$ 839,69 
34 30.11.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.138,92 R$ 861,08 
35 31.12.X3 R$ 3.000,00 R$ 2.117,74 R$ 882,26 
36 31.01.X4 R$13.000,00 R$ 9.086,02 R$ 3.913,98 
 R$118.000,00 R$ 97.311,77 R$ 20.688,23 
 
 
 
 
56 
 
 
Registro contábil pela formalização do arrendamento: 
 
D Direito de uso do ativo (Imobilizado) 97.311,77 (1) 
D Encargos a Transcorrer (Redutora PC) 7.632,53 (2) 
D Encargos a Transcorrer (Redutora PNC) 13.055,70 (3) 
C Arrendamento Mercantil a pagar (PC) 69.000,00 (4) 
C Arrendamento Mercantil a pagar (PNC) 49.000,00 (5) 
 
(1) R$ 90.322,52 (valor presente das contraprestações mensais) + R$ 6.989,25 (valor presente do valor residual 
a ser pago no final do contrato). 
(2) Juros a transcorrer até 31.12.20x2. 
(3) Juros a transcorrer após 31.12.20x2. 
(4) parcelas a vencer até 31.12.20x2. 
(5) parcelas a vencer após31.12.20x2. 
 
Registro contábil pelo pagamento da 1º contraprestação: 
 
D Arrendamento Mercantil a pagar (PC) 3.000,00 
C Bancos (Ativo Circulante) 3.000,00 
 
Registro contábil pela apropriação dos encargos incorridos em fevereiro: 
 
D Encargos Financeiros (Despesa) 29,70 
C Encargos a Transcorrer (Redutora PC) 29,70 
 
Registro contábil pela quota de depreciação mensal da máquina arrendada: 
 
D Depreciação de bens arrendados (Despesa) 810,93 
C Depreciação acumulada de bens arrendados (Redutora ANC) 810,93 (1) 
 
(1) R$ 97.311,77 / 120 meses = 810,93 
 
 
 
 
57 
 
 
12.6. RESUMO 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
13. SUBVENÇÃO E ASSISTÊNCIA GOVERNAMENTAIS (NBC TG 07) 
 
A NBC TG 07 deve ser aplicada na contabilização e na divulgação de 
subvenção governamental e na divulgação de outras formas de assistência 
governamental. 
 
13.1. SUBVENÇÕES RELACIONADAS A ATIVOS 
 
São subvenções governamentais cuja condição principal para que a entidade 
se qualifique é a de que ela compre, construa ou de outra forma adquira ativos 
de longo prazo. 
 
Por exemplo, a condição para obter a doação de um terreno consiste em 
construir nele um estabelecimento industrial. 
 
Caso haja condição ou contrapartida para receber a doação, a receita deverá 
ser contabilizada inicialmente no passivo não circulante, sendo apropriada 
proporcionalmente as despesas correspondentes. 
 
Exemplo 1: 
 
Doação de terreno destinado à construção de uma unidade de produção no valor de 
R$ 15.000,00. 
 
Contabilização da doação: 
D Terreno (Ativo Imobilizado) 15.000,00 
C Receitas a apropriar doação (Passivo não Circulante) 15.000,00 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
Gastos com a construção: (Valor hipotético de R$ 35.000,00) 
 
D Edificações (Ativo Imobilizado) 35.000,00 
C Bancos (Ativo Circulante) 35.000,00 
 
Depreciação da edificação no primeiro ano (vida útil estimada em 25 anos): 
 
Depreciação ano: 35.000,00/25 = 1.400,00 
 
D Depreciação (Despesa) 1.400,00 
C Depreciação Acumulada (Retificadora do ativo) 1.400,00 
 
Apropriação ao resultado da receita de doação: 
 
Apropriação da receita de doação no ano: 15.000,00/25 = 600,00 
 
D Receitas a apropriar de subvenção (Passivo não Circulante) 600,00 
C Receita de Subvenção (Receita) 600,00 
 
13.2. SUBVENÇÕES NÃO RELACIONADAS A ATIVOS 
 
São as outras subvenções governamentais que não aquelas relacionadas a 
ativos através de Isenções Tributárias ou Empréstimos subsidiados. 
 
Essas receitas são contabilizadas diretamente no resultado 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
Exemplo 2: 
 
Empréstimo obtido 10.000,00 
Juros de mercado 5% 
Juros praticados pelo governo 3% 
Juros subsidiados (5% - 3%) 2% 
 
Registro do empréstimo: 
D Bancos 10.000,00 
C Empréstimos obtidos 10.000,00 
 
Contabilização do pagamento dos juros: 
D Despesas de juros (valor de mercado) 500,00 
C Receita de Subvenções Governamentais 200,00 
C Bancos 300,00 
 
Exemplo 3: 
 
Incentivo fiscal de 30% do IR a pagar (no valor de R$ 1.000,00) 
 
Constituição da provisão de Imposto de Renda: 
D Imposto de Renda (Despesa) 1.000,00 
C Provisão para Imposto de Renda (Passivo Circulante) 1.000 
 
Incentivo fiscal de 30% do IR: 
D Provisão para Imposto de Renda 300,00 
C Receita de Subvenção 300,00 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
14. CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS (NBC TG 20) 
 
Conforme a NBC TG 20, custos de empréstimos que são diretamente 
atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de ativo qualificável formam 
parte do custo de tal ativo. Outros custos de empréstimos devem ser reconhecidos 
como despesas. 
 
Para esses efeitos, custos de empréstimos são os juros e outros custos 
decorrentes do empréstimo para a obtenção do ativo qualificável. 
 
Ativo qualificável é aquele que, necessariamente, demanda um período de 
tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda. 
 
Por exemplo, a CIA que obtém empréstimos destinados à construção de uma 
nova usina siderúrgica poderá lançar os juros das operações como parte do custo de 
aquisição dessa usina. 
 
A entidade deve iniciar a capitalização dos custos de empréstimos como parte 
do custo de um ativo qualificável na data de início, que é a primeira data em que a 
entidade satisfaz todas as seguintes condições: 
 
 Incorre em gastos com o ativo; 
 Incorre em custos de empréstimos; e 
 Inicia as atividades que são necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou 
venda pretendidos. 
 
A entidade deve cessar a capitalização dos custos de empréstimos quando 
substancialmente todas as atividades necessárias ao preparo do ativo qualificável 
para seu uso ou venda pretendidos estiverem concluídas. 
 
 
 
 
62 
 
 
Exemplo: 
 
Em relação à construção de uma propriedade para investimento, a entidade 
apresentou as seguintes informações: 
 
Custo do terreno R$ 1.000.000,00 
Empréstimos obtidos R$ 700.000,00 
Gastos com materiais e mão de obra R$ 800.000,00 
Juros dos empréstimos até a conclusão da obra R$ 200.000,00 
Juros dos empréstimos após a conclusão da obra R$ 50.000,00 
 
Nesse sentido, o custo de produção do ativo qualificável em questão será de R$ 
2.000.000,00 sendo: 
 
R$ 1.000.000,00 do custo do terreno 
R$ 800.000,00 do custo com material e mão de obra 
R$ 200.000,00 dos juros até a conclusão da obra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
15. INSTRUMENTOS FINANCEIROS (NBC TG 48) 
 
A NBC TG 48 tem como objetivo estabelecer princípios para os relatórios 
financeiros de ativos financeiros e passivos financeiros que devem apresentar 
informações pertinentes e úteis aos usuários de demonstrações contábeis para a 
sua avaliação dos valores, época e incerteza dos fluxos de caixa futuros da 
entidade. 
 
15.1. CONCEITO: INSTRUMENTOS FINANCEIROS 
É qualquer contrato que origine um ativo financeiro para uma entidade e um 
passivo financeiro ou título patrimonial para outra entidade. 
 
15.2. ATIVO FINANCEIRO 
É qualquer ativo que seja: 
 
a) Caixa 
b) Título patrimonial de outra entidade 
c) Direito contratual: 
 i. de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou 
ii. de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra 
entidade sob condições potencialmente favoráveis para a entidade 
(derivativos ativos) 
 
Exemplos de ativos financeiros: 
• Dinheiro (em moeda local ou estrangeira) 
• Aplicações em depósitos bancários 
• Recebíveis (Contas a receber ou Duplicatas a receber) 
• Empréstimos a outras entidades 
• Operações de crédito 
• Investimentos em títulos de dívida emitidos por outras entidades (debêntures) 
• Investimentos em ações e outros títulos patrimoniais 
 
64 
 
 
15.3. PASSIVO FINANCEIRO 
 
É qualquer passivo que seja: 
 
a) Obrigação contratual: 
 i. de entregar caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou 
ii. de trocar ativos ou passivos financeiros com outra entidade sob 
condições desfavoráveis para a entidade (derivativos passivos) 
 
 Exemplos de passivos financeiros: 
 
• Contas a pagar 
• Duplicatas a pagar 
• Fornecedores 
• Depósitos recebidos em instituições financeiras 
• Empréstimos e financiamentos obtidos 
• Títulos de dívida emitidos (debêntures) 
 
15.4. TÍTULO PATRIMONIAL 
 
É qualquer contrato que evidencia um interesse residual nos ativos de uma 
entidade após a dedução de todos os seus passivos. 
 
O exemplo mais comum de títulos patrimoniais são as ações, mas existem 
outros títulos que se classificam com tal, como cotas de empresas limitadas, bônus 
de subscrição e opções de ações emitidas pela própria empresa. 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
15.5. DERIVATIVOS 
 
São instrumentos financeiros ou outros contratos dentro do alcance da norma 
que possuem as seguintes características: 
 
• Seu valor se altera em resposta às mudançasde uma taxa de juros 
especificada, do preço de um instrumento financeiro, do preço de commodities, de 
taxas de câmbio, de um índice de preços ou taxas, dentre outras variáveis. 
 
• Não requer investimento inicial líquido ou requer um investimento inicial 
líquido menor do que seria necessário no caso de outros contratos com respostas 
similares às mudanças nos fatores de mercado. 
 
• Será liquidado em data futura. 
 
 
Exemplo: 
 
Um produtor de café está trabalhando tem o objetivo de colher e venda sua 
safra para daqui a seis meses. 
 
No entanto, não quer correr o risco de ter que vender sua safra por um preço 
abaixo do atual praticado no mercado. 
 
O café é um commodity, e commodities oscilam bastante de preço, algumas 
vezes até de forma brusca e em períodos curtos de tempo. 
 
Atualmente o kg do café está sendo vendido atualmente a R$ 50,00. 
 
Pela natureza do produto, este preço pode ser muito diferente daqui a 6 meses, 
quando é o momento da colheita e venda. 
 
 
66 
 
 
Por exemplo, o preço pode ir a R$ 40,00 a R$ 30,00 ou até mesmo a valores 
menores. 
 
O produtor, então, para se precaver desses cenários, resolve acessar o 
mercado a termo. 
 
Este instrumento financeiro permite que o produtor possa vender hoje sua 
safra de café ainda a ser colhida por um preço acordado entre você e o 
comprador. 
Desta forma, o produtor pode ter segurança para seguir com sua colheita e 
plantar sua próxima safra, pois mesmo que o preço do kg do café caia 
drasticamente, receberá o montante acordado no dia da liquidação do contrato a 
termo. 
 
Neste exemplo, o valor do contrato deriva do preço do café, mas em outras 
ocasiões ele pode derivar do preço de outros ativos. 
 
O contrato a termo é, portanto, um tipo de Derivativo. 
 
Ao uso do mercado de derivativos para proteção em relação a um determinado 
risco, dá-se o nome de hedge. 
 
IMPORTANTE 
Os conceitos anteriores buscam incluir todos os instrumentos que 
gerem benefícios/obrigações contratuais futuras para as empresas e 
tenham características de ativos ou passivos financeiros. 
 
A correta classificação de um item como ativo ou passivo financeiro é 
essencial para a sua adequada contabilização. 
 
 
 
67 
 
 
15.6. CLASSIFICAÇÃO 
 
A entidade deve reconhecer um ativo financeiro ou um passivo financeiro em 
seu balanço patrimonial quando, e somente quando, ela se torna parte das 
disposições contratuais do instrumento. 
 
Nesse sentido, ao reconhecer, pela primeira vez, um ativo financeiro, a 
entidade deve classificá-lo de acordo com a avaliação do modelo de 
negócios da entidade para a gestão dos ativos financeiros e das características 
de fluxo de caixa contratual do ativo financeiro. 
 
A depender desta avaliação, o ativo financeiro será classificado em uma das 
categorias abaixo: 
 
• Custo amortizado (CA) 
• Valor justo por meio de outros resultados abrangentes (VJORA) 
• Valor justo por meio de resultado (VJPR) 
 
CUSTO AMORTIZADO (CA) 
 
Ambas as condições devem ser cumpridas: 
 
a) O ativo financeiro é mantido dentro de um modelo de negócios cujo 
objetivo é o recebimento dos fluxos de caixa contratuais do ativo 
financeiro 
 
b) Os termos contratuais do ativo financeiro dão origem a especificas datas 
de fluxos de caixa que são apenas pagamentos do principal e juros sobre 
o montante do principal em aberto. 
 
 
 
 
68 
 
 
VALOR JUSTO POR MEIO DE OUTROS RESULTADOS ABRANGENTES 
(VJORA) 
 
Ambas as condições devem ser cumpridas: 
 
a) O ativo financeiro é mantido dentro de um modelo de negócios cujo 
objetivo é o recebimento dos fluxos de caixa contratuais e venda do 
ativo financeiro. 
 
b) Os termos contratuais do ativo financeiro dão origem a especificas datas 
de fluxos de caixa que são apenas pagamentos do principal e juros sobre 
o montante do principal em aberto 
 
Além disso são considerados VJORA, instrumentos de capital próprio, que 
não sejam para negociação. 
 
 
VALOR JUSTO POR MEIO DE RESULTADO (VJPR) 
 
Aplicável para os demais ativos financeiros não enquadrados nas duas 
categorias anteriores. 
 
Um modelo de negócios que resulta em avaliação ao valor justo por meio de 
resultado é aquele em que uma entidade administra os ativos financeiros com o 
objetivo de realização de fluxos de caixa com a venda dos ativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
ESQUEMATIZAÇÃO 
 
 
 
Exemplo de contabilização: 
 
Uma entidade adquiriu um título por R$ 200.000,00. Os rendimentos até a 
data do balanço são de R$ 10.000,00 e o valor justo desse título também na data 
do balanço é de R$ 214.000,00. 
 
Com base nessas informações, como a empresa deveria contabilizar o 
referido instrumento financeiro nos 3 possíveis modelos de negócios existentes? 
 
Custo Amortizado 
 
Pela aquisição 
D Ativos Financeiros 200.000 
C Disponível 200.000 
 
 
70 
 
 
Pelos rendimentos 
D Ativos Financeiros 10.000 
C Receita Financeira 10.000 
 
Valor Justo através de outros resultados abrangentes 
 
Pela aquisição 
D Ativos Financeiros 200.000 
C Disponível 200.000 
 
Pelos rendimentos 
D Ativos Financeiros 10.000 
C Receita Financeira 10.000 
 
Pela valorização 
D Ativos Financeiros 4.000 
C Ajustes de Avaliação Patrimonial 4.000 (*) 
(*) IR diferido de 34% 
 
Valor Justo através do resultado 
 
Pela aquisição 
D Ativos Financeiros 200.000 
C Disponível 200.000 
 
Pelos rendimentos 
D Ativos Financeiros 10.000 
C Receita Financeira 10.000 
 
Pela valorização 
D Ativos Financeiros 4.000 
C Receita de valorização 4.000 
 
71 
 
 
Quanto aos passivos financeiros, a entidade deve classificar todos os 
passivos financeiros ao custo amortizado, exceto: 
 
 Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado. 
 Derivativos que devem ser mensurados pelo valor justo. 
 Passivos financeiros que surjam quando a transferência do ativo 
financeiro não se qualificar para desreconhecimento 
 Contratos de garantia financeira 
 Compromissos de conceder empréstimo com taxa de juros abaixo do 
mercado 
 Contraprestação contingente reconhecida por adquirente em 
combinação de negócios (CPC 15) 
 
 
15.7. MENSURAÇÃO INICIAL 
 
Uma entidade deve reconhecer um ativo ou passivo financeiro no 
reconhecimento inicial pelo seu valor justo mais ou menos os custos de 
transação que sejam diretamente atribuíveis à aquisição do ativo financeiro ou 
passivo financeiro, com exceção dos itens classificados na categoria de valor 
justo por meio de resultado. 
 
Nesse caso, o reconhecimento inicial é realizado pelo valor justo e os custos 
de transação são lançados diretamente no resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
Exemplo: 
 
A XYZ Company aplicou R$ 2.000.000,00 em títulos de alta liquidez, no 
momento em que incorreu custos de transação de R$ 100.000,00. O valor de 
reconhecimento inicial do ativo financeiro será reconhecido por: 
 
Custo amortizado: R$ 2.100.000,00 pois os custos de transação são 
incorporados ao valor do ativo financeiro. 
 
Valor Justo por meio de outros resultados abrangentes: R$ 2.100.000,00 
pois os custos de transação são incorporados ao valor do ativo financeiro. 
 
Valor Justo por meio de resultado: R$ 2.000.000,00 pois os custos de 
transação são contabilizados como despesa. 
 
15.8. DESRECONHECIMENTO 
 
A entidade deve desreconhecer o ativo financeiro quando, e apenas quando: 
 
(a) os direitos contratuais aos fluxos de caixa do ativo financeiro expiram ou 
(b) transfere o ativo financeiro e a transferência se qualificar para 
desreconhecimento 
 
A entidade deve transferir o ativo financeiro se, e apenas se: 
 
(a) transferir os direitos contratuais de receber fluxos de caixa do ativo financeiro 
ou 
(b) retiver os direitos contratuais de receber fluxos de caixa do ativo financeiro, 
mas assumir a obrigação

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