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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO QUESTÃO 1: Código Civil "Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo." (BRASIL, 2002). "A personalidade jurídica não é uma ficção, mas uma forma, uma investidura, um atributo que o Estado defere a certos entes, havidos como merecedores dessa situação. A pessoa jurídica tem, assim, realidade, não a realidade física (peculiar às ciências naturais), mas a realidade jurídica, ideal à realidade das instituições jurídicas. No âmbito do direito, portanto, as pessoas jurídicas são dotadas do mesmo subjetivismo outorgado às pessoas físicas". (MONTEIRO, 1958, p. 109). Em relação ao domicílio das pessoas jurídicas, é correto afirmar que: a) É onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações. b) É onde residir o sócio-administrador. c) É na capital do estado onde foram fundadas. d) É na sede da matriz para todos os estabelecimentos. e) É no Distrito Federal. Justificativa: A alternativa correta é "É onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações". O domicílio da pessoa jurídica de direito privado é o lugar onde funcionam as respectivas diretorias e administrações, ou o local de eleição (constante no ato constitutivo ou estatuto). Sobre o assunto, diz o CC (BRASIL, 2002): Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. §1.º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. §2.º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder. Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. QUESTÃO 2: "Consiste em manobras ou maquinações feitas com o propósito de obter uma declaração de vontade que não seria emitida se o declarante não fosse enganado. É a provocação intencional de um erro. A vontade maliciosa que determina o erro pode ser do outro contratante ou de terceiro. Somente quando o dolo é praticado por uma das partes, dá causa à anulação do contrato. Assim também deveria ser quando emanasse de terceiro, mas o é, apenas, se a parte o conheceu" (GOMES, 2016, p. 309). O trecho apresentado conceitua uma espécie de vício no negócio jurídico, qual seja: a) Lesão b) Dolo c) Erro d) Coação e) Fraude Justificativa: A alternativa correta é "Dolo". O dolo consiste em manobras ou maquinações feitas com o propósito de obter uma declaração de vontade que não seria emitida se o declarante não fosse enganado. Dá-se na situação de desconhecimento, por uma das partes, das reais circunstâncias de um ato negocial, provocada pela outra parte (por malícia, dissimulação etc.). QUESTÃO 3: Sobre o erro no negócio jurídico, verifique as asserções a seguir: (I) O erro não interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais, sendo substancial nesta hipótese. (II) O erro é substancial quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante. (III) O erro é substancial quando, sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. Sobre as asserções, assinale a alternativa correta: a) Todas as asserções estão incorretas. b) Somente as asserções I e II estão corretas. c) Somente as asserções II e III estão corretas. d) Somente as asserções I e III estão corretas. e) Todas as asserções estão corretas. Justificativa: A resposta correta é "Somente as asserções II e III estão corretas". Sobre o erro substancial, dispõe o Código Civil brasileiro (BRASIL, 2002): Art. 139. O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. QUESTÃO 4: Deixa de ser obrigatória a proposta, exceto: a) Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado. b) Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. c) Se, feita sem prazo a pessoa que contrata somente pessoalmente, não sendo possível contratação por meios telefônicos. d) Se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. e) Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente. Justificativa: A alternativa correta é "Se, feita sem prazo a pessoa que contrata somente pessoalmente, não sendo possível contratação por meios telefônicos". A proposta é o ato sério de uma parte em face de outra, pertinente à consecução de um determinado ajuste. A proposta obriga o proponente, não o sendo em duas situações: quando feita sem a necessária vontade de vinculação, sendo assim uma simples tratativa, observados os termos de sua apresentação; e quando resultar das circunstâncias do caso e natureza do negócio a falta de obrigatoriedade (CC, art. 427). A proposta somente deixa de ser obrigatória na forma do artigo 428 do CC: "Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente". QUESTÃO 5: Sobre a anulação do negócio jurídico, verifique as asserções a seguir: (I) Os negócios jurídicos são anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. (II) Nos negócios jurídicos unilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. (III) O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. (IV) Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. Considerando as asserções anteriormente mencionadas, assinale a alternativa correta: a) Todas as asserções estão erradas. b) Estão corretas somente as asserções I, III e IV. c) Estão corretas as asserções I, II, III e IV. d) Estão corretas somente as asserções III e IV. e) Estão corretas somente as asserções I e IV. Justificativa: A alternativa correta é "Estão corretas somente as asserções I, III e IV". Sobre a anulação dos negócios jurídicos pelo dolo, dispõe o Código Civil brasileiro (BRASIL, 2002): Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado,embora por outro modo. Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio ou reclamar indenização. QUESTÃO 6: Assinale a alternativa que indica como se dá a criação e a extinção de órgãos públicos do âmbito do governo brasileiro. a ) A criação e a extinção de órgãos públicos dependem de lei de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo. b ) A criação e a extinção de órgãos públicos dependem de autorização exclusiva do Supremo Tribunal Federal. c ) A criação de órgão público depende de lei de iniciativa do Poder Executivo, ao passo que a extinção de órgão público depende de autorização do Poder Legislativo. d ) A criação de órgão público depende de lei de iniciativa do Poder Legislativo, ao passo que a extinção de órgão público depende de autorização do Poder Executivo. e ) A criação e a extinção de órgãos públicos dependem de autorização do Poder Legislativo. Justificativa: A resposta correta é "A criação e a extinção de órgãos públicos dependem de lei de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo" (art. 48, XI, e art. 61, §1.º, "e"), haja vista sua competência de organização e funcionamento. QUESTÃO 7: Verifique a seguinte conceituação: "consiste no poder- dever de punir, internamente, as infrações dos servidores e demais pessoas sujeitas aos entes administrativos". O conceito acima descrito refere-se a qual poder da Administração Pública? a) Poder executivo b) Poder regulamentar c) Poder discricionário d) Poder disciplinar e) Poder hierárquico Justificativa: A alternativa correta é "Poder disciplinar". Para a aplicação do poder disciplinar são necessários os procedimentos legais para a apuração da falta, com amplo direito de defesa e do contraditório, com todos os meios legais previstos na legislação para a aferição da falta e consequente decisão da punição mais justa em face do ato ou da omissão praticada pelo agente público, na medida em que os Estatutos não preveem regras rígidas. Vejamos os conceitos dos demais poderes: O poder hierárquico é o poder de gestão administrativa, em divisão de órgãos e agentes para a execução das suas atividades com eficiência, impondo a subordinação entre órgãos e agentes públicos. O poder regulamentar é a atribuição de caráter privativo dos chefes do Poder Executivo (Presidente da República, governador do estado, governador do Distrito Federal e prefeitos) para explicitarem a lei para sua execução ou atos normativos autônomos de suas competências. O poder discricionário, embora carecedor, de igual forma, de competência, finalidade e conteúdo, dá à autoridade competente o poder de escolha da conveniência, da oportunidade e do conteúdo do ato. Esse poder é, segundo Meirelles (2004), o poder de ação dentro dos limites permitidos em lei. O poder vinculado é caracterizado pela atuação dentro dos exatos limites impostos pela norma aplicada a cada caso concreto, com requisitos e elementos determinados, em face do que o agente fica inteiramente submetido (vinculado). QUESTÃO 8: Verifique a seguinte situação concreta: um vigilante de empresa de transporte de valores requer a concessão do porte de arma, motivando o seu pedido em trabalho de segurança de valores para empresa especializada, com submissão a treinamento para tanto, sem contar aqui os requisitos e elementos para a permissão administrativa contida na lei. Diante dessa situação, é correto afirmar que: a ) A concessão de porte de armas é proibida, cabendo ao Poder Judiciário verificar o cabimento ou não. b ) A concessão de porte de armas é ato disciplinar da Administração Pública. c ) A concessão de porte de armas é ato discricionário da Administração Pública. d ) A concessão de porte de armas é ato totalmente proibido, seja pela via administrativa ou pelo Poder Judiciário. e ) A concessão de porte de armas é ato vinculado da Administração Pública. Justificativa: A alternativa correta é "A concessão de porte de armas é ato discricionário da Administração Pública", sendo um exemplo clássico desse poder da Administração. O poder discricionário está estribado na norma com conceitos não precisos, como "interesse público" ou quando informa uma escolha de conduta, não se confundindo com o arbítrio.
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