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Técnicas de Apreçamento Estratégico Formação do preço de venda Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Fabiano Siqueira dos Prazeres Revisão Técnica: Prof. Ms Jean Carlos Cavaleiro Revisão Textual: Profa Magnólia Gonçalves Mangolini 5 • Formação do preço de venda • Fixação do preço de venda • Custeamento por ciclo de vida do produto Dicas para que você aproveite ao máximo a disciplina: • Leia atentamente o conteúdo da disciplina; • Associe o assunto aos conteúdos anteriores, e sempre pensando em qual a importância para formação de preço. • Alguns conceitos exigirá que você pesquise sobre o tema, para entender em profundidade os custos. • É importante que se faça os cálculos, quando necessário, seguindo o modelo que está no material; • Não deixe de participar do fórum de discussão e de todas as atividades propostas. A sua participação ativa nessas atividades fará com que seu aprendizado se potencialize. Organize-se e aproveite! Durante leitura, aproveite para registrar os aspectos que achar mais importantes e as dúvidas que surgirem. · Essa aula vai unir todos os conceitos de custos já estudados e utilizá-los para formação do preço de venda. Vamos abordar o assunto, empregando os principais conceitos, com o intuito de apontar ao gestor financeiro os caminhos para definição de preço de forma estratégica. Formação do preço de venda 6 Unidade: Formação do preço de venda Contextualização A definição de preço de venda deve ir além da concepção e composição dos custos. Apurar custos é uma dificuldade da maioria das empresas. Apontar o quanto realmente custou o produto vendido tem sido barreira para uma definição de preço de venda estratégico. Um gestor que tenha a definição do preço de venda como uma das suas tarefas, deve entender o contexto que o produto faz parte. Saber por que o cliente compra, quanto está disposto a pagar, qual o sensibilidade ao preço, conhecer de economia, de competição etc. Realmente, definir preço não é fácil, então vamos estudar essa aula e conhecer algumas técnicas. 7 Formação do preço de venda Pode-se dizer que uma das finalidades da Gestão Estratégica de Custos é fornecer o preço de venda, pois para administrar esses preços é extremamente necessário conhecer os custos do produto. O que não é muito comum entre micro e pequenos empresários. A definição de preço de venda deve ir além do conhecimento de custos, uma vez que preço não tem o mesmo significado para todas as pessoas, nem para todos os produtos. Faz-se necessário, então, conhecer o grau de elasticidade da demanda, os preços de produtos dos concorrentes, os preços de produtos substitutos, além da estratégia de marketing da empresa, e tudo isso depende também do tipo de mercado em que a empresa atua, que vai desde o Monopólio ou do monopsônio, até a concorrência perfeita, mercado de commodities, etc. Para Pensar Vamos entender essa definição! O que você entende por elasticidade da demanda? Para responder, vou remeter a discussão ao nosso dia a dia, assim, pense na seguinte situação: Você compra produtos por necessidade ou desejo, ou seja, alguns produtos você compra por precisão e outros, compra por vontade ou por impulso devido ações de marketing. Exemplo: Arroz, feijão, compramos por precisão. Não importa muito o preço, temos que comprar e pronto. O fato de ter uma promoção dando descontos consideráveis no preço de compra, ou seja, a redução do preço, não vai fazer com que comamos mais vezes. Agora um calçado, uma bolsa, um relógio, compramos com forte influência do preço. Se houver promoções gera maior demanda. Assim, um produto que a demanda sofre influência do preço de venda podemos dizer que é elástico. A demanda é inversamente proporcional ao que ocorrer ao preço de venda: se diminuir o preço a demanda aumenta, se aumentar a demanda diminui. Um produto que não sofre influência do preço em sua demanda é classificado como inelástico. É muito importante observar que olhar para custos não é a única forma de definir preço de venda. Temos que olhar o mercado em que está inserido. Um produto que só sua empresa vende, não tem porque vender barato, considerando somente os custos. Muito comum essa situação em prática de monopólio. O importante é que o sistema de custos produza informações úteis e consistentes com a filosofia da empresa, particularmente com sua política de preços, que podem ser fixados com base nos custos, com base no mercado ou numa combinação de ambos. 8 Unidade: Formação do preço de venda Para Pensar E o Monopólio, o que você entende disso e como isso impacta o preço? Eu sei que você já deve estar com ideia formuladas a respeito, mas vamos alinhar os pensamentos. Monopólio é o domínio do mercado por uma só empresa. Logo, se uma só empresa atua com o determinado produto ou serviço, qual será a preocupação em vender a preços baixos? NENHUMA, pois, ou você compra a preços ofertados ou fica sem, não há negociação, não há barganha. Monopólio normalmente é prejudicial ao consumidor, e o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, no caso do Brasil, atua para evitar que tal prática ocorra. Exemplos de atuações recentes do CADE: • Compra da Garoto pela Nestlé; • Formação da AMBEV; • Compra das Casas Bahia pelo Pão-de-açúcar. E você, se lembra de alguma ação do CADE? Aponte abaixo: ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ _____________________ Para Pensar E monopsônio, o que é? Achou o nome estranho? É uma situação em que tem somente um comprador de determinado produto. Imagine uma região onde tenham vários pequenos produtores de leite, e uma grande empresa na região compre todo o leite dos fazendeiros e os revende em grande escala. Nessa região ele é o único comprador, tem poder de ditar preço de compra, e isso pode prejudicar os pequenos produtores. O mesmo pode ocorrer com pescadores, com produtores de insumos para refino de petróleo etc. 9 Fixação do preço de venda É uma decisão estratégica para a empresa. Ao fixar o preço de venda de um produto, o gestor estará proporcionando a previsão de receita de cada unidade da organização, estará, ainda, proporcionando a recuperação dos custos e despesas necessários à fabricação e venda da referida unidade, além de uma parcela que possa contribuir para a cobertura de parte dos custos e despesas fixos e com a formação do lucro. Conclui-se então que: Preço de venda = custos + despesas + lucro Então para fixar o preço de venda de um produto é preciso conhecer: - O custo de fabricação do produto - As despesas que serão geradas pela venda do produto - O montante das despesas necessárias para administrar e financiar - A margem de lucro desejada Para a gestão estratégica de custos, como também para a contabilidade gerencial, o efetivo custo de um produto (custo total) compreende os gastos incorridos em todas as fases de produção, desde sua concepção e planejamento, pesquisa e desenvolvimento, design preliminar e detalhado, divulgação, produção, comercialização, suporte logístico, assistência pós-venda, etc. Logo, o preço de venda deve ser suficiente para cobrir as custas desde sua concepção, pois caso contrário o investimento realizado para que o produto exista não dá retorno. Composição do Preço de Venda • Custos: são os gastos incorridos na fabricação de produtos, e podem ser diretos e indiretos. Todo tipo de custo deve ser apurado, ou seja, não está posto de forma clara na empresa, normalmente devem-se fazer alguns cálculos para saber custos da unidade. Fazer o levantamento dos custos diretos ou variáveis de um determinado produto não é tarefa difícil, desde que a empresa esteja preparada para encontrar meios de identificá-los em relação a cada produto fabricado, diferente dos custosindiretos, que requer mais atenção. Visando a composição do preço de venda de um produto, o ideal é que os custos diretos e indiretos estejam devidamente calculados, para que assim se faça a apuração do preço de venda, porém, o preço de venda deve ser calculado antes de iniciada a produção, para que seja possível orçar aos clientes, no caso das fabricações por encomenda, ou mesmo nas produções normais, e fazer seu planejamento rotineiro. 10 Unidade: Formação do preço de venda Um procedimento que tem sido muito utilizado, e com resultados satisfatórios, é a adoção do custeio variável, que considera como custo de fabricação apenas os custos variáveis, sendo os custos fixos tratados de forma semelhante ao das despesas fixas, assim, atribui-se um percentual sobre o preço de venda que seja suficiente para cobrir os custos fixos. • Despesas: podem ser fixas ou variáveis; nas empresas industriais são variáveis aquelas decorrentes da venda dos produtos, como comissões a vendedores, fretes e seguros, material de embalagem, taxas pagas a administradores de cartão de credito, impostos sobre vendas, etc. Os percentuais de participação dessas despesas já são pré-definidos pela própria empresa ou governo, no caso dos impostos, resta então estimar os percentuais para poucas despesas, como fretes e material de embalagem por exemplo. Já as despesas fixas, que independem do volume de produção e venda e ocorrem nas áreas administrativas e comerciais, também devem ter seu percentual estimado sobre o preço de venda, que seja suficiente para cobri-las. • Margem de lucro: é a parcela da receita da venda de produtos que supera o montante dos custos e das despesas. Essa margem deve ser suficiente para proporcionar aos sócios tanto o retorno do capital investido quanto a remuneração desse capital em proporções iguais ou superiores aos juros praticados no mercado. Ao aplicar um alto montante na composição do capital de uma empresa, o investidor almeja obter, além de ganhos com juros, o retorno desse montante, dentro de um prazo que pode ser de cinco, dez ou mais anos. Podemos considerar também o resultado do exercício, pois após a tributação, IR e CSLL, antes de serem distribuídos aos sócios, algumas parcelas são retidas visando às participações de empregados, administradores, debenturistas, etc., bem como para a formação de reservas. Sendo assim, todos esses valores podem estar previstos na formação do preço de venda de cada produto, embora não guardem proporção com o mesmo. Cálculo do preço de venda Já vimos que o preço de venda (PV) é composto por custo, despesa e lucro, vejamos agora um exemplo prático para o cálculo do preço de venda unitário (PVU). Custos variáveis por unidade (CVU) Matéria prima: 10,00 Materiais secundários: 3,00 Material de embalagem: 1,00 Mão de obra direta: 6,00 Custo variável unitário (CVU) R$ 20,00 Comissões vendedores 3% sobre o PV Impostos 22% sobre o PV Custos fixos (CF) 13% sobre o PV 11 Despesas fixas (DF) 7% sobre o PV Margem de lucro desejada (ML) 15% sobre o PV PVU CVU + CFU + DVU + DFU + MLU Vejamos como fica: PVU = 20,00 + (3% + 22% + 13%) + 7% + 15% PVU = 20,00 + 60% Como PV é igual a 100%, temos que 100% = 20,00 + 60% Em que: 20,00 = 100% - 60% 20,00 = 40% Sabemos que R$ 20,00 correspondem a 40% do preço de venda; agora podemos encontrar o preço de venda que corresponde a 100% por meio da regra de três: 20,00 = 40% X = 100% Em que: X = 100 x 20/40 = 50,00 Sendo assim, o preço de venda unitário será igual a R$ 50,00. Preços de venda e custo meta Na teoria econômica os preços de vendas são amplamente estudados. Para analisar a formação de preço de produto ou mesmo serviço, temos que conhecer o tipo de mercado que a empresa atua. Dentre eles estão os principais, que são: mercado de concorrência pura, monopólio, oligopólio, concorrência monopolística. Neles são estudados os comportamentos da oferta e da procura por bens e serviços, que levam à formação dos preços. Ocorrerão lucros e prejuízos à medida que os empresários fizerem previsões corretas dos desejos dos consumidores ou deixarem de atendê-los. Mudanças nos gostos e preferências dos consumidores modificam a estrutura do produto e, consequentemente, seu custo e preço. 12 Unidade: Formação do preço de venda Na teoria econômica encontra-se também o conceito de elasticidade da procura e elasticidade da oferta. O aumento ou diminuição do preço de um produto provoca reações por parte dos empresários e consumidores em relação às quantidades ofertadas e consumidas. A teoria econômica embora muito rica em conceitos, encontra dificuldades para quantificá-los. Por este motivo, as empresas habitualmente recorrem a enfoques práticos para estabelecer preços que lhes tragam retorno e testam esses “preços” desejados, fazendo, então, os acréscimos ou redução de preços permitida pelo mercado. Os fatores que influenciam a formação de preço de um produto ou serviço, e também o grau de influência de cada fator que oscila ao longo do tempo, são: • Concorrência: nos mercados onde há várias empresas oferecendo produtos semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que seria se não houvesse competidores. • Clientes: ao estabelecer ou alterar o preço, as empresas se preocupam com as reações de seus clientes. Os clientes podem diminuir o consumo, ou até mesmo deixar de consumir o produto. Podem passar a fabricar o produto, ou adquirir um produto substituto. • Gastos: para produzir um produto, as empresas incorrem em uma série de gastos. O que o empresário espera é recuperar todos os gastos que efetuou e ainda obter algum lucro. • Governo: pode ter uma influência muito forte na formação dos preços dos produtos e serviços, ou determinar o preço do produto. São muitas as formas de que dispõe o governo para influir nos preços: subsídio, incentivos fiscais à produção, à exportação, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de tributos etc. São inúmeras variáveis que afetam os preços, dificultando a identificação e quantificação da influência de cada uma dessas variáveis. Para Pensar O preço de venda de um equipamento único, que só sua empresa vende, e que não haja substituto, deve levar em consideração quais pontos para definição do preço de venda? Custeamento por ciclo de vida do produto (life cycle costing) De acordo com a moderna concepção de analisar e entender as atividades empresariais, os custos de um produto ou serviço começam a incorrer bem antes da fase inicial dos processos produtivos. Portanto, tais custos devem ser entendidos como sendo aqueles gastos incorridos desde as etapas mais embrionárias do design de um produto, estudos de viabilidade, projetos de engenharias etc. 13 Custo-meta (target cost) É o custo obtido pela subtração de um preço de mercado da margem de lucratividade desejada, com o objetivo de atingir um custo de produção. O custo alvo não precisa corresponder ao custo de produção inicialmente esperado. Pelo contrário, pode ser equivalente ao custo a ser atingido ao longo do estágio de maturidade da produção. Como derivação deste conceito, tem-se o custeio-alvo, ou target costing, que é um método utilizado na análise de produção e desenhos de processos, envolvendo a estimativa de um custo alvo e, consequentemente, o desenvolvimento de um produto que atinja esse alvo. Também conhecido como custo-meta, baseia-se nas condições de mercado calculado, tendo como parâmetro o preço de venda necessário para se obter determinada participação no mercado, com as margens de lucratividade. Principalmente em setores industriais bastante competitivos, o preço de venda de um produto é estabelecido independentemente de seu custo inicial. Se o custo meta estiver abaixo do custo inicialmente previsto do produto, a empresa precisa reduzir esse custo dentro de determinado período de tempo, sob pena de perder as condições de competitividade. O custo alvo ou custo meta pode ser mostrado aritmeticamente:Custo alvo = preço de venda menos o lucro desejado Formação de preços baseada em custos No item anterior, o preço de venda de um produto está mais relacionado com fatores externos à empresa do que propriamente aos seus custos. Entretanto, o preço obtido a partir do custo é uma referência valiosa para comparar com o preço de mercado e determinar a conveniência ou não de vender o produto pelo preço que o mercado esteja disposto a pagar. Dois conceitos muito importantes e úteis quando o mercado opera com altas taxas de custo financeiro são: • o da margem de contribuição; • o de valor presente. Formação de preços baseada em gastos mais margem de lucro Este tema será desenvolvido com base em exemplo prático a seguir: A empresa sob análise está estabelecida no mercado e, portanto, já fez os investimentos necessários em terreno, fábricas, máquinas, veículos, móveis, computadores e, além disso, já tem sua equipe montada para produzir e vender os seus produtos. Os gastos que a empresa incorre serão classificados em fixos e variáveis: 14 Unidade: Formação do preço de venda • Gastos fixos: são os gastos que, em seu total, não se alteram com o volume de produção e /ou vendas. Exemplos: depreciação de máquinas industriais de veículos, de móveis, de computadores; salários e encargos dos diretores, dos gerentes, dos funcionários administrativos; aluguéis. • Gastos variáveis: são os gastos que, em seu total, variam proporcionalmente ao volume de produção e/ou vendas. Exemplos: os materiais utilizados na fabricação do produto; o valor dos salários e encargos de mão de obra direta da fábrica; as comissões de vendas, os tributos indiretos etc. Dois pontos são importantes ressaltar: 1. O objetivo do empresário é o lucro e, portanto, ele deseja recuperar todos os gastos, sejam eles fixos ou variáveis. 2. Quanto maior for o volume de produção/vendas, menor será o gasto fixo por unidade. Se os gastos fixos mensais são de $ 100 e o volume mensal é de 20 unidades, o gasto fixo unitário será de $ 5 ($100: 20). Se o volume mensal for de 40 unidades, o gasto fixo unitário será de $ 2,50 (100: 40). Poderá quantificar neste momento o limite inferior de preço para o produto ou serviços. O preço mínimo, em curto prazo, será igual, e de preferência maior, que os gastos variáveis incorridos para produzir e vender uma unidade do produto; preços acima dos gastos variáveis estarão gerando uma margem de contribuição que, inicialmente, irá cobrir os gastos fixos e, em seguida, gerar o lucro da empresa; o preço máximo será estabelecido pela demanda do consumidor. Quando se estabelece as regras práticas que permitam calcular preços no dia a dia das empresas, será considerado que a empresa já elaborou seu orçamento anual e estabeleceu o lucro desejado. Este lucro projetado pode estar relacionado com as vendas projetadas, e determinará a margem de lucro sobre vendas; ou pode ser relacionado com o patrimônio líquido, para obter o retorno esperado sobre o patrimônio líquido da empresa. Será apresentada a demonstração de resultado projetada para o ano, para o volume de produção estimada de mil unidades a um preço unitário de $ 270. 15 Abordagem RKW Os custos sempre foram muito utilizados para se formar preços. Com base nisso, nasceu uma forma de alocação de custos e despesas muitíssimo conhecida no nosso meio brasileiro por RKW (abreviação de Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit). Esta técnica disseminada originalmente na Alemanha consiste no rateio não só dos custos de produção como também de todas as despesas da empresa, inclusive financeiras, a todos os produtos. Com esse rateio, chega-se ao custo de “produzir e vender”. Se fossem os rateios perfeitos, nos daria o gasto completo de todo o processo empresarial de obtenção de receita, apenas se adicionaria o lucro desejado para se ter o preço de venda final. Muitas vezes é exatamente isso o que se faz, e de outra forma: a empresa fixa o lucro desejado para o período como um valor global e procede então o seu rateio aos produtos em função de alguma base de alocação (custo, custo mais despesas etc.). Essa forma de calcular o preço de venda pode até ser usada numa economia de decisão totalmente centralizada, ou em situação de monopólio ou oligopólio, mas dificilmente consegue ter sucesso numa economia de mercado, pois dentro do que se conhece de uma economia de mercado, os preços são muito mais decorrência dos mecanismos e forças da oferta e da procura. O mercado é o grande responsável pela fixação dos preços, e não os custos de obtenção dos produtos. A abordagem RKW (Reichskuratorium fur Wirtshaftlichkeit), para determinar e comparar preços, foi muito utilizada na Alemanha no início do século. Esta abordagem consiste em alocar os gastos à unidade do produto, prevendo determinado volume de atividade. Esta equação permite o cálculo do preço = P para o produto conforme pode ser observado a seguir. Supondo que: Lucro = 20% do PV CPV = 144,00 a unidade DO = 72,00 a unidade Então P=CPV+DO+ 0,20P P – 0,20P= CPV + DO 0,80 P = 144 + 72 0,80 P = 216,00 P = 216/0,80 = 270,00 a unidade As dificuldades práticas e limitações conceituais para o uso deste método são muitas: • como encontrar o custo unitário do produto (CPV) no dia a dia, já que ele contém uma parcela do custo fixo; • como encontrar as despesas operacionais por unidades, no dia a dia; 16 Unidade: Formação do preço de venda • as oscilações no volume de produção e seus efeitos no custo fixos unitário não são considerados; • os vários rateios necessários para alocar os custos fixos aos departamentos, e destes aos produtos, trazem consigo muitas distorções. Exercitando: Apurou-se pelo método PEPS o CPV de determinado período que foi de R$ 224.000,00, sabendo que a venda foi de 200 unidades, o que representa um CPV unitário de 1.120,00. As despesas operacionais são de 25,00 por unidade. A margem de lucro esperada é de 30%. Qual será o preço de venda? P=CPV+DO+ 0,30P P – 0,30P = 1120 + 25 0,70P = 1145,00 P = 1145 / 0,7 = 1.635,71 17 Material Complementar Para ampliar sua leitura, veja esse material: http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034-75901992000300007.pdf Vídeo Sebrae http://www.youtube.com/watch?v=YolJiZiig4M Referências que poderá consultar: NAGLE, T. T.; HOLDEN, R. K. Estratégia e táticas de preços: um guia para decisões lucrativas. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2007. SANTOS, J. J. Fundamentos de custos para formação do preço e do lucro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. WIND, Y.; MAHAJAN, V.; GUNTHER, R. E. Marketing de convergência: estratégias para conquistar o novo consumidor. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003. 18 Unidade: Formação do preço de venda Referências LEONE, G.S.G. Curso de contabilidade de custos: contém ABC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. _________Curso de contabilidade de custos: livro de exercícios. Contém ABC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MARTINS, E. Contabilidade de custos: inclui ABC. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2001. ________Contabilidade de custos. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010. MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Pearson Education, 2001. OLIVEIRA, L. M.; COSTA, R. G.; PEREZ, J. H. J. Gestão estratégica de custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ________Gestão estratégica de custos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos: fácil. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. _________Contabilidade de Custos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. WERNKE, R. Gestão de custos: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 19 Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000
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