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CONTABILIDADE DE 
CUSTOS
CONTABILIDADE DE 
CUSTOS
Arno Wiese
Gilson Rogério Marcomin
© Copyright 2018 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os 
direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – – Vanessa Gabriele de Araújo - CRB 14/1498)
W651c 
Wiese, Arno.
Contabilidade de custos / Arno Wiese; Gilson Rogério 
Marcomin. – Curitiba, PR: Dtcom, 2018.
144 p.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-93685-45-3
1. Contabilidade. 2. Contabilidade de Custo. 3.Custeio Direto. I. Marcomin, 
Gilson Rogério. II. Título 
CDD 657
Reitor Prof. Celso Niskier
Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas
Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho 
Redação Dtcom
Análise educacional Dtcom
Autoria da Disciplina Arno Wiese e Gilson Rogério Marcomin
Validação da Disciplina Francisco de Sousa Viana
Designer instrucional Milena Rettondini Noboa
Banco de Imagens Shutterstock.com
Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom
Sumário
01 Conceito, objetivo e campo de atuação ...............................................................................7
02 Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira .........13
03 Como gestores utilizam informações sobre custos .......................................................19
04 Terminologias utilizadas na contabilidade de custos: 
despesas x custos; perda x prejuízo ...................................................................................26
05 Terminologias utilizadas na contabilidade de custos: ganho x lucro; desembolso; 
lucro bruto x lucro operacional .............................................................................................32
06 Classificação dos custos: total e unitário ..........................................................................39
07 Classificação dos custos: direto e indireto ........................................................................45
08 Comportamento dos Custos: Fixo e Variável ...................................................................52
09 Outras terminologias em custos: custo primário e de transformação e esquema 
básico de custos: consumo da matéria prima; CPP; CPA; CPV ...................................59
10 Critérios de rateio dos custos indiretos .............................................................................67
11 Aplicação dos custos indiretos por departamentalização .............................................74
12 Custeio por absorção: conceitos .........................................................................................80
13 Custeio por absorção: aplicações .......................................................................................86
14 Custeio direto ou variável ......................................................................................................95
15 Capacidade produtiva: aceita ou não pedido especial ................................................. 102
16 Margem de contribuição .................................................................................................... 109
17 Ponto de equilíbrio contábil ............................................................................................... 116
18 Ponto de Equilíbrio Financeiro .......................................................................................... 123
19 Ponto de Equilíbrio Econômico ......................................................................................... 131
20 Auxilio das ferramentas para a tomada de decisões ................................................... 138
Conceito, objetivo e campo de atuação
Gilson Rogério Marcomin 
Introdução
Você já parou para pensar sobre como a Contabilidade de Custos está presente em todas 
as ações empresariais do dia a dia? Já ouviu na mídia que as empresas estão reduzindo os seus 
custos? Esta aula abordará os principais aspectos da Contabilidade de Custos.
Bons estudos! 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer os conceitos, objetivos e campo de atuação da Contabilidade de Custos.
1 Conceitos da contabilidade de custos
Você consegue dizer claramente o que são custos e despesas e se há diferenças entre os 
dois? Sabe o que são custos diretos, indiretos, fixos e variáveis? 
Figura 1 – Reduzir custos para aumentar o lucro
Fonte: ByEmo/Shutterstock.com
 – 7 – 
TEMA 1
De forma muito superficial, os custos podem ser caracterizados como desembolsos de capi-
tal financeiro para a obtenção de algum objetivo específico, como a aquisição de produtos ou 
serviços. No entanto, pelas normas contábeis, os desembolsos financeiros se transformam em 
custos no momento em que os insumos são efetivamente consumidos.
EXEMPLO
Imagine uma empresa que fabrica calçados e adquire 100 mantas de couro ao 
preço de R$ 250,00 cada, com as quais serão feitos os produtos finais. O valor total 
que a empresa irá pagar ao seu fornecedor de mantas será de R$ 25.000,00. Esse 
valor consta no desembolso do caixa da empresa e é considerado um custo, porém 
somente no momento em que as mantas são utilizadas no processo de produção. 
Enquanto ficarem nos estoques, são considerados ativos.
A Contabilidade de Custos é um ramo da contabilidade que preocupa-se em apurar os custos 
empresariais, no tocante a todos os processos produtivos das empresas, como meio de alcançar 
dois objetivos principais. O primeiro é atender aos requisitos governamentais, principalmente no 
tocante ao regime tributário. O segundo é poder prover aos gestores informações para que pos-
sam tomar decisões coerentes e adequadas para o alcance das metas da empresa.
Por meio de conceitos e ferramentas adequadas, a Contabilidade de Custos é desenvolvida 
para possibilitar que as empresas tenham subsídios para melhorar o seu processo produtivo e 
para que tenham condições de se firmar no mercado que atuam, de forma a tornarem-se mais 
competitivas e capazes de enfrentar a forte concorrência existente atualmente.
Todas as organizações possuem custos. Não há atividades que não envolvam custos. Por 
isso é tão importante conhecê-los, como meio de elaborar e interpretar análises que possam servir 
de aporte a decisões empresariais. 
Geralmente, o estudo e a compreensão dos custos exige o conhecimento de outros concei-
tos, como os de lucro, receita ou faturamento e preços. Eles precisam ser estudados de forma inte-
grada para o pleno estabelecimento de uma análise, produzindo resultados que sejam coerentes e 
sensatos para todos os envolvidos nos negócios empresariais.
FIQUE ATENTO!
Os custos são caracterizados como desembolsos de dinheiro para a obtenção de 
algum objetivo específico, podendo ser na forma de produtos ou de serviços.
Segundo Nascimento (2001), a Contabilidade de Custos é um braço essencial da ciência Con-
tabilidade e preocupa-se com a correta determinação dos custos empresariais, com a finalidade 
de cumprir a legislação governamental que incide sobre as empresas, principalmente nos aspec-
tos tributários. A perfeita apuração destes e, consequentemente, das receitas e lucros, é necessá-
ria no processo de recolhimento de tributos. Além disso, é uma importante ferramenta gerencial, 
pois fornece uma gama de informações para que os gestores de qualquer tipo de instituição, com 
ou sem fins lucrativos, possam tomar decisões.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 8 – 
SAIBA MAIS!
No artigo “Análise das relações entre a gestão de custos e a gestão do preço de 
venda: um estudo das práticas adotadas por empresas industriais conserveiras 
estabelecidas no RS”, Débora Gomes Machado e Marcos Antonio de Souza identifi-
cam quais práticas de contabilidade gerencial queestão sendo adotadas pelas em-
presas analisadas. Vale a pena descobrir um pouco mais sobre este assunto. Dis-
ponível em: <http://proxy.furb.br/ojs/index.php/universocontabil/article/view/109>.
2 Objetivos da contabilidade de custos
A Contabilidade de Custos trabalha integrada com outros setores empresariais e outras ciên-
cias, como a matemática e a administração financeira, a gestão de pessoas, produção, marketing, 
vendas, tributário.
Figura 2 – Maiores valores geram menores custos
Fonte: squidmanexe/Shutterstock.com
Apurar custos em uma organização não é uma tarefa fácil. Pode parecer simples, pois custo 
é tudo aquilo que a empresa gasta; porém, o estudo dos custos é muito amplo. Determiná-los é 
muito trabalhoso e exige dedicação aos detalhes.
A Contabilidade de Custos é integrada com todos os departamentos da empresa porque 
em todos eles existem fontes produtoras de custos. Ou seja, todos os departamentos de uma 
empresa utilizam recursos materiais, pessoas, insumos, equipamentos, informação, tecnologia, 
que produzem custos. Estes necessitam ser apurados e registrados.
Atualmente, devido à grande competitividade e enorme concorrência entre as empresas pelo 
mesmo mercado consumidor, é imprescindível que as empresas sejam melhores a todo tempo, 
buscando novos mercados e estratégias, para atingir seus objetivos e permanecer nos mercados.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 9 – 
FIQUE ATENTO!
A Contabilidade de Custos é uma é um ramo da ciência contabilidade, que se inte-
gra com todos os departamentos da empresa, pois em todos eles existem fontes 
produtoras de custos.
Figura 3 – Custos versus decisões acertadas
Fonte: Nomad_Soul/Shutterstock.com
Dessa maneira, os principais objetivos da Contabilidade de Custos são apurar, levantar e ana-
lisar os custos dos produtos e serviços comercializados, proporcionar subsídios para a tomada de 
decisões dos gestores, propiciar que a empresa forneça informações claras e adequadas para os 
órgãos governamentais e contribuir para o planejamento da organização.
3 Campo de atuação da contabilidade de custos
Os custos não funcionam se tomados de forma isolada. Eles somente são importantes 
quando utilizados juntamente com outros dois fatores: o lucro e as receitas.
De acordo com Assaf Neto (2012), as empresas de qualquer setor existem para produzir 
riqueza para os seus acionistas. As empresas que visam lucro inserem-se em um mercado, reali-
zam uma série de processos produtivos e outras ações empresariais. Para tanto, utilizam várias 
técnicas administrativas, como forma de produzir e comercializar algum produto ou serviço, entre-
gando-o ao mercado para atender a alguma necessidade ou desejo de determinado consumidor. 
Esse público irá adquirir esses produtos e serviços, dispondo de recursos financeiros que voltam 
para essas empresas na forma de faturamento.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 10 – 
FIQUE ATENTO!
O lucro é o resultado contábil e financeiro em que se determina qual é o valor mone-
tário gerado pela empresa com seus negócios em sua atividade. 
Com esses recursos, as empresas deverão cumprir todas as suas obrigações financeiras. A 
sobra transforma-se em lucro. 
Desse modo, o estudo da Contabilidade de Custos é imprescindível para que se conheça bem 
cada variável que determina o lucro. É possível encontrar o lucro de uma empresa pela fórmula:
L = R – C – D
Em que: L = Lucro; R = Receitas totais ou faturamento total; C = Custos totais; D = Despesas.
Figura 4 – Lucro 
Fonte: NicoElNino/Shutterstock.com
A grande maioria das empresas produz ou comercializa produtos ou serviços, ou ambos, que 
são entregues para o mercado consumidor que deseja obtê-los. Uma receita de vendas é obtida 
quando a empresa entrega um produto ou um serviço para um consumidor e recebe o valor finan-
ceiro. De modo geral, as receitas de vendas são apuradas pela fórmula:
R = P x Q,
Em que: R = Receitas; P = Preço unitário de venda; Q = Quantidade vendida em certo período.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
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EXEMPLO
Uma empresa tem um item X que é comercializado ao preço de R$ 10,00 a unidade, 
e vendeu 140.000 unidades. Para apurar a receita, basta aplicar a fórmula, encon-
trando-se o total de R$ 1.400.000,00.
SAIBA MAIS!
No artigo “Práticas de gestão de custos adotadas por empresas estabelecidas nas 
Regiões Noroeste e Oeste do Estado do Paraná”, os autores Valmor Reckziegel, 
Marco Antonio de Souza e Carlos Alberto Diehl identificam as práticas de gestão de 
custos adotadas pelas empresas no contexto de sua aceitação pelo mercado. Vale 
a pena ler! Disponível em: <https://rbgn.fecap.br/RBGN/article/viewFile/70/64>.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • identificar os principais conceitos da Contabilidade de Custos, seus objetivos e campo 
de atuação;
 • compreender que os custos são desembolsos de capital financeiro para a obtenção de 
algum objetivo específico e que todas as organizações possuem custos;
 • entender que a Contabilidade de Custos é imprescindível para que se conheça bem 
cada variável que determina o lucro. 
Referências 
ASSAF NETO, Antonio. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012.
MACHADO, Débora Gomes; SOUZA, Marcos Antonio de. Análise das relações entre a gestão de cus-
tos e a gestão do preço de venda: um estudo das práticas adotadas por empresas industriais con-
serveiras estabelecidas no RS. Revista Universo Contábil, Blumenau, v. 2, n. 1, 2006. Disponível em: 
<http://proxy.furb.br/ojs/index.php/universocontabil/article/view/109>. Acesso em: 13 abr. 2017.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: livro-texto. 10. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
NASCIMENTO, Jonilton Mendes do: Custos: planejamento, controle e gestão na economia globali-
zada. São Paulo: Atlas, 2001.
RECKZIEGEL, Valmor; SOUZA, Marcos Antonio de; DIEHL, Carlos Alberto: Práticas de Gestão de 
Custos Adotadas por Empresas Estabelecidas nas Regiões Noroeste e Oeste do Estado do Paraná. 
Revista Brasileira de Gestão de Negócios, São Paulo, v. 9, n. 23, 2007. Disponível em: <https://
rbgn.fecap.br/RBGN/article/viewFile/70/64>. Acesso em: 13 abr. 2017.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
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Contabilidade de Custos, Contabilidade 
Gerencial e Contabilidade Financeira
Gilson Rogério Marcomin
Introdução
Você sabe relacionar Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial e Contabilidade Finan-
ceira? Será que existem diferenças entre esses três ramos ou eles podem ser utilizados de forma 
integrada no processo de tomada de decisões empresariais? As organizações se utilizam desses 
três tipos de contabilidade ou não? Nesta aula, você irá compreender a relação eles. 
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender a relação entre a Contabilidade de Custos e outros tipos, como a Conta-
bilidade Gerencial e a financeira.
1 A contabilidade gerencial
A Contabilidade Gerencial permite que sejam analisados aspectos específicos do contexto 
produtivo em uma organização, pois consideram informações úteis e relevantes à tomada de deci-
são gerencial, buscando principalmente reduzir custos operacionais, como também adequar as 
operações produtivas às necessidades do mercado. Salienta-se ainda que, de acordo com Ribeiro 
(2013), a Contabilidade Gerencial não está vinculada aos princípios contábeis e normas brasileiras 
de contabilidade.
FIQUE ATENTO!
A Contabilidade Gerencial é uma ferramenta derivada da Contabilidade de Custos. 
Por meio dela são desenvolvidos inúmeros processos de análises contábeis, para 
que os gestores das empresas possam tomar as decisões e exercer o controle 
sobre os processos empresariais.
Assim sendo, a Contabilidade Financeira e a Contabilidade de Custos evoluíram, chegando ao 
estágio atual, onde tem-se a Contabilidade Gerencial. 
Até momentos passados, a Contabilidade de Custos tinha a função de analisar e avaliar a 
situação dos custos de produção com vistas a definir os preços de venda, por exemplo. Com as 
 –13 – 
TEMA 2
rápidas mudanças ocorridas no mundo moderno, sua função teve que passar para o gerencia-
mento dos processos de produção ou, no mínimo, possuindo alguma participação neles.
EXEMPLO
Suponha que o diretor de uma empresa que produz centenas de produtos necessite 
verificar quais oferecem a maior lucratividade, para fazer novos investimentos. Por 
meio de análises contábeis gerenciais, obtidas pela Contabilidade de Custos, suas 
várias ferramentas e relatórios, o diretor consegue visualizar quais produtos pos-
suem os menores custos de produção e a maior lucratividade, tomando a decisão 
de investir neles.
Desse modo, a Contabilidade de Custos atualmente é utilizada de forma gerencial. Ou seja, 
são desenvolvidos inúmeros processos de análises contábeis, com as quais os gestores das 
empresas podem tomar as decisões e exercer o controle sobre as atividades empresariais.
Figura 1 – A Contabilidade Gerencial e a tomada de decisões
Fonte: Uber Images/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
No artigo “Diferenciações entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade 
Gerencial: uma pesquisa empírica a partir de pesquisadores de vários países”, os 
autores Fábio Frezatti, Andson Braga de Aguiar e Reinaldo Guerreiro identificam os 
principais elementos que diferenciam a Contabilidade Financeira da Contabilidade 
Gerencial em vários países do mundo. Vale a pena ler! Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/rcf/v18n44/a02v1844>.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 14 – 
2 A Contabilidade Financeira
De acordo com Ribeiro (2013), a Contabilidade Financeira leva em consideração o registro e o 
controle de todos os componentes das demonstrações contábeis elaboradas, de forma a atender 
às necessidades dos usuários.
Figura 2 – Registros contábeis e financeiros
Fonte: Sergey Nives/Shutterstock.com
A Contabilidade Financeira foi a primeira tentativa de desenvolver estudos para apurar os 
custos empresariais. Como a maioria das empresas era comercial, ficava mais fácil o processo de 
levantar as informações, pois elas compravam os produtos dos fabricantes e os revendiam.
FIQUE ATENTO!
A Contabilidade Financeira é responsável pelo registro e controle de todos os com-
ponentes das demonstrações contábeis.
3 Relação entre a Contabilidade de Custos com 
a Contabilidade Gerencial e Financeira
Os três ramos da contabilidade são complementares. A integração entre eles é muito impor-
tante para que se faça uma perfeita análise das informações contábeis e se consiga tomar as deci-
sões de forma acertada. Cada um deles, isoladamente, não pode processar todas as informações 
existentes na empresa e fornecer subsídios completos para as análises técnicas. É necessário que 
haja uma integração entre todas as contabilidades e ainda com outras ciências, como o Direito e 
a Administração.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 15 – 
Assim, é preciso que a Contabilidade de Custos desempenhe algumas ações específicas na 
apuração dos custos, e que essas informações sejam agrupadas e complementadas com outros 
dados, elaborados e desenvolvidos pelas contabilidades financeira, tributária e gerencial. O quadro 
a seguir mostra como eram apurados os custos empresariais.
Quadro 1 – Apresentação dos custos (Revolução Industrial)
Valores dos estoques antes do processo empresarial (estoques iniciais)
(+) Compras realizadas no período
(-) Valores dos estoques depois do processo empresarial (estoques finais)
(=) Custo das mercadorias vendidas
Fonte: elaborado pelo autor, 2017.
Desse modo, a Contabilidade Financeira analisava os valores dos estoques antes do pro-
cesso empresarial e adicionava a eles as compras realizadas no período. Desse resultado, eram 
descontados os valores dos estoques finais e apurava-se o custo das mercadorias vendidas, con-
figurando-se como os custos totais da empresa, com os quais eram elaboradas todas as análises 
de custos, rentabilidade e lucratividade.
FIQUE ATENTO!
A Contabilidade de Custos, financeira e gerencial são totalmente complementares. 
A integração entre elas é muito importante para que se faça uma perfeita análise 
das informações contábeis e se consiga tomar as decisões de forma acertada.
Após a empresa ter apurado os seus custos totais, eram adicionados os valores das receitas 
e se podia calcular o lucro bruto. Dessa maneira era feito o Demonstrativo do Resultado do Exercí-
cio (DRE), mostrado pelo quadro a seguir.
Quadro 2 – Demonstrativo do Resultado do Exercício
Valores das vendas líquidas
(-) Custo das mercadorias vendidas
Valores dos estoques iniciais (antes do processo empresarial)
(+) Compras realizadas no período
(-) Valores dos estoques finais (depois do processo empresarial)
(=) Lucro bruto
CONTABILIDADE DE CUSTOS
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(-) Despesas comerciais
(-) Despesas administrativas 
(-) Despesas financeiras
(=) Resultado antes do Imposto de Renda
Fonte: elaborado pelo autor, 2017.
Enquanto a Contabilidade de Custos preocupava-se em levantar e apurar os diversos gastos 
envolvidos com o processo empresarial da organização, a financeira tinha o papel de buscar essas 
informações elaboradas e processá-las de forma a subsidiar as devidas análises financeiras e 
executadas por cada empresa.
EXEMPLO
Uma empresa comercializa dois produtos distintos, o produto A e o produto B. O 
produto A gerou uma receita bruta de R$ 100.000,00 no ano X, com um custo total 
de R$ 60.000,00, produzindo um lucro de R$ 40.000,00 nesse ano. Por outro lado, 
o produto B gerou uma receita bruta de R$ 550.000,00 no mesmo ano X, mas com 
custo total de R$ 580.000,00, o que gerou um prejuízo de R$ 30.000,00 no ano ana-
lisado. Assim sendo, ao finalizar os lançamentos contábeis no final desse ano X, a 
empresa obterá um lucro total de R$ 10.000,00. Porém, com a utilização da Con-
tabilidade Gerencial, os proprietários poderão verificar que o produto A é lucrativo, 
pois produziu um lucro de R$ 40.000,00, ao passo que o produto B, mesmo com 
uma receita bem alta, produziu um prejuízo de R$ 30.000,00, que acabou utilizando 
parte do lucro gerado pelo produto A, sobrando apenas os R$ 10.000,00. Desse 
modo, os gestores podem tomar decisões em relação a este cenário.
Atualmente, a Contabilidade de Custos é utilizada de forma gerencial e também pela finan-
ceira, na qual são desenvolvidos inúmeros processos de análises contábeis, usados como ferra-
mentas pelos gestores para tomar decisões e exercer o controle sobre os processos empresariais. 
Martins (2010) afirma que, com o objetivo de identificar os custos reais de produção até sua dis-
tribuição final, os sistemas convencionais de Contabilidade de Custos estão se modificando, de 
maneira que as empresas possam utilizar uma abordagem integrada para o gerenciamento das 
informações dos custos.
SAIBA MAIS!
No artigo “Uma investigação do uso de artefatos da Contabilidade Gerencial por 
empresas brasileiras”, Dione Olesczuk Soutes verifica se as empresas que foram 
indicadas para o prêmio 500 maiores e melhores no ano de 2004 utilizam essa 
ferramenta e como é o desempenho delas perante às outras que não usam. Trata-
se de uma análise bem interessante. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/
disponiveis/12/12136/tde-12122006-102212/en.php>.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
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Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • descobrir a importância da Contabilidade de Custos no contexto empresarial;
 • entender a integração e relacionamento entre a Contabilidade de Custos e a Contabili-
dade Gerencial e financeira;
 • perceber que as três partes da contabilidade são necessárias nas organizações e só 
conseguem produzir resultados eficazes se estiverem integradas entre si, como tam-
bém a outras ciências.
Referências 
ASSAF NETO, Antonio. Finanças corporativas e valor. Editora Atlas, 6. ed., São Paulo, 2012.
FREZATTI, Fábio; AGUIAR, Andson Braga de; GUERREIRO, Reinaldo: Diferenciações entre a Conta-
bilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial: uma pesquisa empírica a partir de pesquisadores 
de vários países.Revista de Contabilidade e Finanças – USP, São Paulo, nº 44, 2007. Disponível 
em <http://www.scielo.br/pdf/rcf/v18n44/a02v1844>. Acesso em: 13 abr. 2017.
MARTINS, Eliseu: Contabilidade de Custos - Livro-texto – 10. ed. Editora Saraiva, São Paulo, 2010
NASCIMENTO, Jonilton Mendes do: Custos: planejamento, controle e gestão na economia globali-
zada. São Paulo: Atlas, 2001.
RIBEIRO, Osni Moura: Contabilidade de Custos. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
SOUTES, Dione Olesczuk: Uma investigação do uso de artefatos da Contabilidade Gerencial por 
empresas brasileiras. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2006. 
Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-12122006-102212/
en.php>. Acesso em: 13 abr. 2017.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 18 – 
Como gestores utilizam 
informações sobre custos
Gilson Rogério Marcomin
Introdução
Você consegue imaginar como os gestores utilizam as informações de custos em sua rotina 
nas organizações? Será que a contabilidade de custos consegue auxiliá-los na tomada de deci-
sões de forma efetiva? Esta aula descreverá como esse processo pode ser realizado.
Bons estudos! 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender como os gestores fazem uso da contabilidade de custos para a tomada de 
decisões.
1 O uso da contabilidade de custos pelos gestores
Para os gestores, existem diversas ferramentas que podem auxiliar na tomada de decisões. O 
método que iremos apresentar tem como base a segmentação da empresa em centros de custos, 
ou seja, algum departamento em que os itens dos custos possam ser distribuídos, para depois se 
fazer os rateios dos custos indiretos e atribuir todos os valores relacionados ao processo empre-
sarial. (MARTINS, 2010)
Figura 1 – Centros de Custos
Fonte: Jirsak/Shutterstock.com
 – 19 – 
TEMA 3
https://www.shutterstock.com/pt/g/Jirsak
Existem nas empresas diversos centros de custos, como os comuns, os auxiliares e os ope-
racionais. Os comuns são aqueles que não estão relacionados diretamente com a produção do 
bem da empresa e têm como função fornecer serviços para os outros centros. Alguns exemplos 
são tesouraria, contabilidade e refeitório. (MARTINS, 2010)
FIQUE ATENTO!
É praticamente impossível que um gestor de alguma empresa consiga tomar deci-
sões acertadas e consistentes com os objetivos a serem alcançados, sem usar as 
ferramentas da contabilidade de custos.
Os centros de custos auxiliares dão apoio àqueles envolvidos com o processo operacional. Os 
custos produzidos por eles são geralmente acumulados por departamentos ou redistribuídos para 
a área produtiva, na qual podem fazer parte da forma de custeio dos produtos. Dentre os auxiliares, 
estão o centro de custos de compras e o de almoxarifado. Já os operacionais desempenham as 
atividades diretamente ligadas ao processo de produção dos bens da empresa. (MARTINS, 2010)
EXEMPLO
Uma empresa possui os centros de custos Compras, Fundição e Acabamento, e 
deseja atrelar os custos apenas aos de produção, ou seja, Fundição, com custos 
de R$ 50.760,42, e Acabamento, com custos de R$ 41.531,25. Assim, os custos 
com Compras, que foram de R$ 38.762,50, devem ser atribuídos aos outros dois 
centros de custos. Pela atribuição da quantidade de pedidos, é possível ratear esse 
valor para ambos, sendo a taxa de rateio de 54% para a Fundição e 46% para o 
Acabamento. Assim, realizando os cálculos, tem-se: para a Fundição o valor de R$ 
20.931,75; e para o Acabamento o valor de R$ 17.830,75. Dessa maneira, os custos 
ficam, respectivamente, em R$ 71.692,17 e R$ 59.362,00.
Outro fator importante para se fazer a devida adequação do centro de custos é o conceito de 
bases de distribuição, que são os parâmetros necessários para que determinado custo possa ser 
atribuído adequadamente ao seu centro. Há certos critérios para fazer essa alocação de maneira 
coerente. Alguns exemplos de bases de relação ou distribuição são números de empregados, 
horas trabalhadas e número de unidades produzidas. (MARTINS, 2010)
SAIBA MAIS!
No artigo Centro de custos e escala de produção na pecuária leiteira dos principais 
estados produtores do Brasil, os autores estimaram os custos de produção na 
pecuária leiteira no Brasil, considerando-se a metodologia de “centro de custo”. 
Acesse: <https://ideas.repec.org/s/ags/sobr06.html>. 
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 20 – 
https://ideas.repec.org/s/ags/sobr06.html
2 Ferramentas contábeis utilizadas pelos gestores 
Os gestores podem utilizar várias ferramentas para gerenciar suas atividades empresariais 
e, de acordo com a contabilidade de custos, uma das que são adotadas pelos gestores é o orça-
mento de produção.
Na verdade, essa ferramenta compreende todos os setores da empresa, pois é impossível 
fazer a separação em função de seu contexto dinâmico. Dessa forma, o orçamento de produção é 
apenas um orçamento no contexto complexo da empresa, que considera os elementos produtivos 
em um ano, por exemplo. (MARTINS, 2010)
Assim, a empresa consegue planejar a utilização dos recursos produtivos e seu impacto nos 
custos empresariais, podendo definir os demais aspectos, como a lucratividade.
O orçamento de produção é relacionado com o orçamento de vendas, de estoques, finan-
ceiro, entre outros. Para ser mais específico, ele irá considerar os recursos produtivos, como mate-
riais diretos e mão de obra direta, principalmente. (MARTINS, 2010)
O orçamento é feito considerando-se a quantidade de mercadorias que deverá ser produzida 
no ano, sendo subdividido em períodos mensais. Baseado nesse valor, é preciso determinar a 
quantidade de materiais diretos que serão necessários, em consonância com a sua utilização na 
produção e de acordo com a demanda em cada mês.
Do mesmo modo é feito com o orçamento de mão de obra direta, considerando-se a quan-
tidade de horas que um funcionário irá trabalhar na elaboração de cada produto da empresa, 
seguindo as quantidades de demanda para cada mês. Ao final, tem-se as quantidades físicas e 
financeiras de materiais e mão de obra diretos necessários para a produção do ano em destaque. 
(MARTINS, 2010)
EXEMPLO
Uma empresa deseja vender 6.830 chapéus no ano de 2018, sendo 40% desse 
montante entre janeiro e fevereiro, 40% em março e abril e 20% divididos entre ju-
nho e julho. Nesse contexto, a empresa utiliza 30 horas/homem para a produção 
de uma unidade, que representa um custo unitário de R$ 45,00. Além disso, usa 
vários materiais, que geram custo unitário de R$ 67,00, o qual a empresa deseja 
manter no próximo ano. Dessa forma, a empresa terá um orçamento de produção 
de R$ 764.960, sendo R$ 307.350 para a mão de obra e R$ 457.610 para os mate-
riais diretos, subdivididos mensalmente segundo os critérios de vendas e demanda. 
Esse cálculo é feito primeiramente de forma a saber a quantidade vendida em cada 
período. Para isso, é preciso multiplicar as porcentagens dadas pelo valor total que 
a empresa deseja produzir, ou seja, em janeiro e fevereiro serão vendidos 40% de 
6.830, que representa a quantidade de 2.732 unidades. Feito isso, basta multiplicar 
essa quantidade pelos custos unitários de mão de obra e de materiais diversos, 
encontrando os valores totais do orçado para o ano.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 21 – 
3 A tomada de decisões baseada 
nas informações de custos
Apesar das vantagens que os estoques proporcionam, como a possibilidade de atendimento 
às necessidades da produção, a proteção que a empresa obtém por tê-los no seu almoxarifado (já 
que podem ocorrer falhas na entrega pelos fornecedores ou outros imprevistos) e a importância 
que os estoques têm no contexto empresarial, os processos de controle de entrada e saída de 
qualquer tipo de mercadoria precisam ser eficientes. Desse modo, sua utilização é fundamental 
para que as empresas possam ter os insumos e demais materiais que necessitam para atingir 
seus objetivos. (ASSAF NETO, 2012)
Figura 2 – Estoques
Fonte: Beata Becla/Shutterstock.comA análise e a interpretação dos estoques no processo da contabilidade de custos são neces-
sárias por ocorrer uma complexa movimentação de insumos e demais componentes no processo 
empresarial, bem como é preciso efetuar os devidos registros desse vaivém de mercadorias. .
Figura 3 – Processo dinâmico dos estoques
Nível
máximo
de estoque
Nível mínimo de
estoque
Reposição Consumo
Ta
m
an
ho
 
do
 lo
te
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 22 – 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Beata+Becla
Pela Figura, observa-se que, quando o estoque é abastecido, os níveis do mesmo chegam ao 
limite, ou seja, existe uma grande quantidade de produtos, materiais e outros insumos à espera do 
momento ideal para cumprir a sua função, tanto na produção quanto no processo de vendas. Esse 
ponto é chamado de nível máximo de estoque.
FIQUE ATENTO!
Os estoques são utilizados para atender algumas necessidades empresariais, tanto 
no contexto da produção como da comercialização, principalmente pelo fato da 
existência da incerteza e dos riscos relacionados à demanda.
Conforme acontece o processo de produção, as mercadorias que estão nos estoques são 
direcionadas à produção e, como consequência, com o passar do tempo, o consumo torna-se 
constante e cíclico e a quantidade disponível diminui, até chegar ao seu completo esgotamento. 
Nesse ponto, é atingido o nível mínimo de estoque ou nível zero e a empresa terá de reabastecê-lo 
novamente com os seus diversos fornecedores. (ASSAF NETO, 2012)
Figura 4 – Orçamentos de estoques
Fonte: Tyler Olson/Shutterstock.com
Assim, é importante poder tomar decisões acertadas em relação ao contexto do estoque nas 
empresas e além de ter várias ferramentas relacionadas aos estoques, como controles de entrada e 
saída, vendas, produção etc., também é preciso a utilização de orçamentos de estoques, pois podem 
antecipar a tomada de decisões em função das movimentações dos estoques. (ASSAF NETO, 2012)
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 23 – 
https://www.shutterstock.com/pt/g/tylerolson
FIQUE ATENTO!
É importante que os valores orçados exponham sobre as quantidades de mercado-
rias em estoques, em cada período, como também os seus valores financeiros, de 
forma a subsidiar outros orçamentos de custos, por exemplo. 
Dessa forma, o orçamento de estoques deve ser elaborado como todo orçamento, ou seja, 
é preciso elaborar um plano, geralmente anual, que contenha as principais informações sobre os 
estoques, como entrada de mercadorias, saídas para produção, tempo de estocagem, custos rela-
cionados aos estoques, formas de armazenamento, entre outros aspectos. (MARTINS, 2010)
Para essa elaboração, geralmente se utilizam séries temporais históricas, ou seja, baseado 
no realizado nos anos anteriores, faz-se uma previsão para o próximo período. Assim, com as 
informações sobre o que aconteceu com os estoques nos anos passados, pode-se construir o 
orçamento de estoques, no qual o mesmo pode ser subdividido em períodos mensais, para facili-
tar a tomada de decisões. 
Geralmente, é necessário a elaboração de vários orçamentos de estoques, devido a sua com-
plexidade, pois a empresa pode possuir estoques de matérias-primas, embalagens, produtos em 
elaboração, produtos acabados e produtos acessórios. O mais coerente é que seja feito um orça-
mento para cada tipo diferente dos estoques, de forma que a tomada de decisões seja mais acer-
tada. (MARTINS, 2010)
SAIBA MAIS!
No artigo “Informação Contábil Gerencial e Orçamento Empresarial em Indústrias do 
Setor Sucroenergético do Vale de São Patrício – GO”, a autora investiga como a informa-
ção contábil gerencial e o orçamento empresarial auxiliam a tomada de decisão. Aces-
se: <http://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%-
C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20
Cardoso.pdf>.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • aprender sobre as ferramentas contábeis essenciais no direcionamento das tomadas 
de decisões;
 • compreender como que os gestores se apropriam da contabilidade de custos para a 
tomada de decisões;
 • perceber a importância dessas ferramentas já que embasam as escolhas dos gestores.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 24 – 
http://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20Cardoso.pdf
http://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20Cardoso.pdf
http://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20Cardoso.pdf
Referências 
ASSAF NETO, Antonio. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
CARDOSO, Aline de Carvalho. Informação Contábil Gerencial e Orçamento Empresarial em Indústrias 
do Setor Sucroenergético do Vale de São Patrício – GO. Disponível em: <http://repositorio.bc.ufg.
br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20
%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20Cardoso.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017.
LOPES, Patrick Fernandes; YAMAGUCHI, Luiz Carlos Takao; REIS, Ricardo Pereira; LOPES, Cassio 
Fernandes. Centro de custos e escala de produção na pecuária leiteira dos principais estados pro-
dutores do Brasil. Journal Research in Agricultural and Applied Economics. IN 44. Congresso 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER), July 23-27, 2006, 
Fortaleza, CE. Disponível em: <https://ideas.repec.org/s/ags/sobr06.html>. Acesso em: 20 jul. 2017.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: livro-texto. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 25 – 
http://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20Cardoso.pdf
http://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20Cardoso.pdf
http://repositorio.bc.ufg.br/bitstream/ri/11225/1/TCCG%20%E2%80%93%20Ci%C3%AAncias%20Cont%C3%A1beis%20%E2%80%93%20Aline%20de%20Carvalho%20Cardoso.pdf
https://ideas.repec.org/s/ags/sobr06.html
Terminologias utilizadas na 
contabilidade de custos: 
despesas x custos; perda x prejuízo
Gilson Rogério Marcomin
Introdução
Custos, despesas, perdas, prejuízos... Você já percebeu quantos termos técnicos existem no 
estudo da Contabilidade de Custos? Será que isso tudo é necessário para entender o assunto? 
Esta aula irá esclarecer esses termos e expor a necessidade dos mesmos.
Bons estudos! 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer as principais terminologias utilizadas na contabilidade de custos, com desta-
que para despesas, custos, perdas e prejuízos.
1 Terminologias e sua importância
No estudo da Contabilidade de Custos torna-se necessário o conhecimento de uma quantidade 
de termos técnicos específicos que servem para o claro entendimento do amplo contexto desta área.
Figura 1 – Terminologia de custos e recursos
Fonte: patpitchaya/Shutterstock.com
 – 26 – 
TEMA 4
Para conseguir realizar o perfeito levantamento dos custos de uma empresa e apurar o seu 
impacto nos negócios, como também analisar se ela tem lucro ou prejuízo, é preciso conhecer 
cada termo e sua aplicação. Desta forma é evitado o uso de termos errados no desenrolar do diag-
nóstico de custos. Afinal, ao primeiro olhar, todos parecem a mesma coisa. Geralmente temos a 
impressão de que custo, despesa, perda, desperdício ou prejuízo são sinônimos e que tudo é gasto 
ou desembolso. Entretanto, na Contabilidade de Custos, seus significados são diferentes.
Para a adequada aplicação da Contabilidade de Custos como subsídio na tomada de deci-
sões, é preciso entender e compreender esses termos de forma eficaz. Se determinado valor de 
um produto é custo e dizemos que é despesa, modificamos todo o processo de contabilizaçãoe 
fornecemos informações erradas para os gestores.
FIQUE ATENTO!
É importante, no escopo da Contabilidade de Custos, compreender e interpretar 
cada situação ocorrida nos processos produtivos das empresas. Assim como ter 
o adequado entendimento do que é custo, despesa, perda, desperdício, etc... Isto 
porque, se houver alocação de valores de um determinado termo para outro, o pro-
cesso de contabilização ficará errado. 
SAIBA MAIS!
No artigo “Gestão de Custos Aplicado ao Agronegócio: culturas temporárias” os 
autores Elza Hofer, Adriano José Rauber, Auri Diesel e Márcio Wagner, expõem que os 
custos de produção de culturas temporárias comumente são altos e os empresários 
rurais necessitam buscar meios para a redução desses custos, eliminação dos 
desperdícios e melhorias no planejamento das atividades agrícolas. Vale a pena ler! 
Disponível em: <http://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/
article/view/290>.
2 Despesas e custos
O uso adequado dos termos técnicos da Contabilidade de Custos possibilita que o processo 
de contabilização seja feito de forma correta, o que irá proporcionar informações certas para os 
gestores tomarem decisões coerentes com os objetivos da empresa. Quando uma alocação de 
valor financeiro é feita de forma errada, por desconhecimento da terminologia, acarreta a geração 
de informação equivocada, que pode contribuir para a tomada de decisões errôneas também.
Quando falamos em custos e despesas, a maioria das pessoas acredita que sejam seme-
lhantes, já que nas duas opções saiu dinheiro do caixa da empresa. De fato, esse raciocínio tem 
fundamento, visto que ambos são desembolsos. No entanto, ser custo ou despesa irá depender da 
função desse gasto no contexto da produção ou das vendas.
Os custos correspondem a todo desembolso da empresa referente à aquisição de algo que 
irá servir para que ela produza bens ou serviços. Isso quer dizer que, se a empresa adquire um 
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 27 – 
insumo, como matéria-prima para a fabricação dos produtos que comercializa, o gasto com essa 
matéria-prima é classificado como custo. 
Os custos estão sempre relacionados com os produtos ou serviços que a empresa vende 
no mercado. Assim, para entender fácil se um gasto é custo, basta avaliar se ele está ligado ao 
produto ou serviço que a empresa comercializa. Se estiver relacionado, então esse gasto é custo.
Já as despesas são todos os bens ou serviços consumidos na manutenção de atividades 
operacionais e na obtenção de receitas, não vinculadas à produção. Em outras palavras, isso signi-
fica que as despesas são valores usados para pagar algo relacionado à manutenção da atividade 
comercial ou de venda. Resumidamente, despesa é bem ou serviço consumido direta ou indireta-
mente para obtenção de receitas. Os principais exemplos de despesas são os materiais de escri-
tório, salários da administração, comissão de representantes de vendas etc...
EXEMPLO
Imagine uma padaria que produz pães e roscas. Os gastos com a produção, como 
a farinha de trigo são custos. Já as despesas são os gastos como materiais de 
limpeza e de escritório.
Figura 2 – Custos e processo produtivo
Fonte: rosedesigns/Shutterstock.com
Dessa forma, custos e despesas não são a mesma coisa e, quando o processo de conta-
bilização acontece, os valores financeiros que foram desembolsados precisam ser alocados de 
forma correta. Ou seja, gastos com produtos e serviços que vão servir para a produção de bens e 
serviços da empresa devem ser alocados como custos.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 28 – 
FIQUE ATENTO!
Os custos são gastos que estão totalmente relacionados com o processo produ-
tivo que a empresa realiza, sendo necessários para que os produtos e serviços da 
empresa sejam fabricados. Já as despesas são gastos necessários para a empresa 
realizar os seus negócios e a produção de receitas, mas que não estão relacionados 
com o processo de produção dos seus produtos e serviços. 
Se o gasto for para a aquisição de algum componente que não faz parte da produção da 
empresa, mas que é necessário para a sobrevivência da mesma no mercado que atua, então é 
uma despesa. 
Figura 3 – Despesa x fabricação
Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
No artigo “Custos de produção da atividade leiteira na região sul de Minas Gerais” 
os autores Ricardo Pereira Reis, André Luiz Medeiros, Lucas Andrade Monteiro 
apresentam os custos de produção da produção de leite na região Sul de Minas 
Gerais, identificando indicadores econômicos dos custos que são mais significativos 
nesse negócio. Vale a pena ler! Disponível em: <http://revista.dae.ufla.br/index.php/
ora/article/view/272>.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 29 – 
3 Perdas e prejuízos
Do mesmo modo que o entendimento de custos e despesas é importante no processo de 
contabilização de custos, outros dois termos técnicos são essenciais: as perdas e os prejuízos.
Esses dois termos também costumam causar confusão quando estudamos a Contabilidade 
de Custos e os lançamentos contábeis feitos de forma errada, nesse caso, também geram impac-
tos negativos no processo de tomada de decisões.
As perdas são gastos ocorridos de forma anormal, inesperada e involuntária, não esperados 
na rotina da empresa ou organização. Ou seja, são considerados como perda aqueles gastos que 
não são previstos. Exemplos: incêndio, desabamento, atentados, obsolescência de estoques, perí-
odo relacionado a greves, enchentes, furtos e roubos.
Os desperdícios, sejam eles quais forem, também são considerados perdas, como: sobras de 
materiais, perda de clientes, produtos com prazo de validade expirado etc...
EXEMPLO
Imagine que uma empresa metalúrgica fabrica portões e utiliza barras de aço. Um 
funcionário da empresa precisa cortar as barras de aço em tamanhos iguais de 
2,95m de comprimento e essas barras são entregues pelo fornecedor no tamanho 
padrão de seis metros de comprimento. Ao fazer o corte, sobrará 10 cm, e esse 
pedaço de 10 cm raramente terá alguma utilidade, sendo descartado como sucata. 
Essa sucata caracteriza uma perda.
Figura 4 – Perdas
Fonte: ChiccoDodiFC/Shutterstock.com
Os prejuízos possuem um conceito um pouco mais complexo. Prejuízo é o contrário de lucro. 
Se a empresa não conseguiu, ao final do seu processo de análise (ou ano fiscal, por exemplo), obter 
um resultado financeiro líquido maior que zero, que corresponda ao seu lucro, então a mesma teve 
um prejuízo. 
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 30 – 
Os prejuízos são caracterizados como um resultado financeiro líquido negativo. A empresa, 
ao invés de aumentar a sua riqueza, produzindo lucros, diminui a mesma, ficando em déficit finan-
ceiro. Isso geralmente acontece em razão dos custos e despesas com valores financeiros maiores 
que as receitas de vendas.
FIQUE ATENTO!
Os prejuízos podem acontecer quando os custos e despesas de uma empresa, em 
determinado período, são maiores que as receitas de vendas, acarretando redução 
da riqueza ao invés da geração desta, que é produzida pelos lucros.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • aprender as principais terminologias na contabilidade de custos e sua importância;
 • entender as diferenças entre despesas e custos;
 • compreender os conceitos e diferenças de perdas e prejuízos.
Referências 
ASSAF NETO, Antonio. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012.
HOFER, Elza; RAUBER, Adriano José; DIESEL, Auri; WAGNER, Márcio. Gestão de Custos Aplicado 
ao Agronegócio: culturas temporárias. Contabilidade Vista e Revista, v. 17., n. 1., 2006. Disponível 
em <http://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/290>. Acesso 
em: 21 abr. 2017.
HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. Editora Atlas, 11. ed., 2014.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos - Livro-texto – 10. ed. Editora Saraiva, São Paulo, 2010.
REIS, Ricardo Pereira; MEDEIROS, André Luiz; MONTEIRO, Lucas Andrade. Custos de produção da 
atividade leiteira naregião sul de Minas. Revista Organizações Rurais e Agroindustriais, volume 
03, nº 02, 2001. Disponível em: <http://revista.dae.ufla.br/index.php/ora/article/view/272>. Acesso 
em: 21 abr. 2017.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 31 – 
Terminologias utilizadas na 
contabilidade de custos: 
ganho x lucro; desembolso; 
lucro bruto x lucro operacional
Gilson Rogério Marcomin
Introdução
A linguagem técnica costuma gerar muita confusão, apesar de ser uma terminologia impor-
tante para conceituar aspectos pertinentes ao campo de estudos de uma ciência específica, 
embora pareça complicada para os estudantes e leitores. Isso também acontece na contabilidade 
de custos com termos como ganhos e lucros, gastos e desembolsos, lucro bruto e lucro operacio-
nal. Nesta aula, você irá aprender esses termos e a que se aplicam.
Bons estudos! 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer as principais terminologias utilizadas na contabilidade de custos, com desta-
que para ganhos, lucros, lucro bruto e operacional.
1 Ganhos e lucros
Geralmente, as pessoas entendem ganho e lucro como a mesma coisa, mas não são. É uma 
confusão normal que se faz, ao pensar que, por ser algo positivo, já que a pessoa ou a empresa 
tem um resultado positivo, são sinônimos. No entanto, em contabilidade de custos, são conceitos 
totalmente diferentes, além de possuírem impactos empresariais também diferentes.
Assim sendo, o ganho corresponde às receitas financeiras geradas pela venda dos produtos 
da empresa. É realmente um ganho, pois a empresa arrecadou capital financeiro através das ven-
das que fez de seus produtos ou serviços. De uma forma técnica, os ganhos são chamados de 
receitas, ou de faturamento. Mas os ganhos também podem ser por outros motivos, como, por 
exemplo, se a empresa recebe alguma doação financeira, um subsídio pelos seus produtos etc. 
De forma simplificada, os ganhos correspondem a todas as ações em que a empresa recebe 
capital financeiro, sendo esse dinheiro adicionado ao seu caixa, seja pelas vendas, por ganhos financei-
ros no mercado de capitais, por recebimento de juros, aluguéis, royalties etc., ou por outro meio lícito.
 – 32 – 
TEMA 5
Figura 1 – Os ganhos
Fonte: Alphaspirit/Shutterstock.com.
Por outro lado, o termo lucro é mais abrangente, visto que ele corresponde ao que sobra de 
capital financeiro para a empresa após o pagamento de todas as suas obrigações. Assim sendo, 
o lucro só é encontrado após a empresa conseguir determinar todos os seus custos e despesas e 
pagá-los, só então o saldo líquido é considerado lucro.
FIQUE ATENTO!
Os ganhos constam de todos os valores financeiros que as empresas conseguem 
com a venda de seus produtos ou com outras ações visando a obter capital finan-
ceiro. Já os lucros constam do resultado líquido, ou seja, é o saldo financeiro após 
o pagamento de todos os custos e despesas.
Para determinar o lucro, é preciso que a contabilidade desempenhe uma série de ações com 
o objetivo de levantar todos os custos, as despesas e outros gastos, como também todas as 
receitas e demais ganhos, para poder calcular o saldo financeiro final, o qual é caracterizado como 
sendo o lucro daquele período analisado.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 33 – 
Figura 2 – Os lucros
Fonte: Macrovector/Shutterstock.com
Um detalhe importante é que todas as organizações possuem ganhos, visto que todas elas 
obtêm receitas financeiras, seja pela venda de produtos ou serviços, seja por repasses governa-
mentais, no caso das públicas, seja por doações, como nas não governamentais. No entanto, nem 
todas elas obtêm lucros, pois pode ocorrer que algumas não consigam gerenciar adequadamente 
seus custos e despesas, como também pode acontecer de haver receitas menores que os custos 
e, desse modo, se isso ocorrer, elas não têm lucro e sim, prejuízo.
SAIBA MAIS!
No artigo “Uma proposta de planejamento de produção vinculada a margem de 
lucro dos produtos manufaturados”, Romanzini e Ribeiro desenvolveram um mé-
todo de planejamento da produção que procura atender às demandas de mercado 
levando em consideração a margem de lucro dos diferentes produtos. É uma boa 
leitura complementar. Acesse: <https://www.producaoonline.org.br/rpo/article/
view/2419/1500>. 
2 Desembolso
O desembolso está relacionado com os gastos, ou seja, é totalmente vinculado com os cus-
tos e despesas. Consta do pagamento de todas as obrigações financeiras que cada organização 
possui em sua rotina de realização de negócios, pois, para que o processo empresarial ocorra, as 
organizações estão em constante processo de aquisição de insumos, produtos e serviços de for-
necedores, e essas aquisições necessitam ser pagas, ocorrendo o desembolso.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 34 – 
EXEMPLO
Imagine uma padaria que produz pães e roscas. A mesma adquire 100 kg de fari-
nha de trigo de um moinho, no valor de R$ 200,00, e precisa pagar o boleto dessa 
compra. Quando a padaria paga o boleto, ela retira os R$ 200,00 de seus caixas e 
transfere para o moinho, caracterizando um desembolso. 
Assim sendo, o desembolso é caracterizado por saídas de dinheiro do caixa da organização, 
com o intuito de cobrir as obrigações contraídas junto a fornecedores, principalmente. Ele também 
acontece no tocante ao pagamento de funcionários, como no caso de pagamento de salários, 
encargos e benefícios. Também são considerados desembolsos os pagamentos relacionados 
aos tributos. 
Figura 3 – Desembolsos
Fonte: Levent Konuk/Shutterstock.com
Os desembolsos também podem acontecer quando os pagamentos são programados com 
prazos, ou seja, determinada organização realiza uma aquisição de um produto junto a um forne-
cedor e programa pagá-lo com 30 dias de prazo. Quando chegar o dia do pagamento, o dinheiro 
sairá do caixa e será feito o desembolso.
FIQUE ATENTO!
Os desembolsos são saídas de dinheiro do caixa da empresa para a realização de 
algum pagamento, independente de o pagamento ser à vista ou a prazo.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 35 – 
3 Lucro bruto e lucro operacional
Após compreender o sentido do termo lucro, torna-se necessário expor que existem várias 
subdivisões desse termo, fato que faz com que o entendimento do termo técnico fique um pouco 
mais complexo. Dentro dessas subdivisões, estão os conceitos de lucro bruto e lucro operacional.
O lucro bruto é a primeira subdivisão do escopo do lucro e consta do valor obtido após o 
pagamento dos impostos que incidem sobre os produtos que a empresa comercializa, como tam-
bém dos custos das mercadorias vendidas. Desse modo, logo após a contabilidade de custos 
fazer o levantamento das receitas de vendas, deve ser descontado os impostos que são incidentes 
sobre esses produtos, como no caso do ICMS e IPI, por exemplo, e também os custos das merca-
dorias vendidas.
EXEMPLO
Imagine que uma empresa metalúrgica que fabrica e vende portões de aço tenha 
obtido a receita total de R$ 120.000,00 no mês de abril. Os impostos incidentes 
sobre a vendas dos portões, como ICMS, IPI, PIS e COFINS, representaram o valor 
de R$ 16.500,00 no mesmo período e os custos das mercadorias vendidas foram 
de R$ 83.000,00. Assim, o lucro bruto será o valor restante do pagamento desses 
impostos e dos custos, ou seja, a empresa ganhou R$ 120.000,00 e pagou R$ 
16.500,00 de impostos e R$ 83.000,00 de custos das mercadorias vendidas, so-
brando R$ 20.500,00.
Assim sendo, o lucro bruto corresponde ao saldo financeiro que a empresa dispõe após o 
pagamento dos impostos incidentes sobre os produtos comercializado e do pagamento dos cus-
tos. No entanto, não são sobre todos os impostos, pois o imposto de renda e a contribuição social 
do lucro líquido incidem sobre o lucro operacional líquido. 
Figura 4 – Lucro Bruto e Operacional
Fonte: Kasezo/Shutterstock.com
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 36 – 
Nesse contexto, o lucro operacional é o resultado obtido por meio do valor apurado pelo lucro 
bruto e descontado os pagamentos de todas as despesas.
FIQUEATENTO!
O lucro bruto é obtido pela subtração das receitas pelos impostos incidentes nos 
produtos e os custos de mercadorias vendidas. O lucro operacional é o resultado do 
lucro bruto menos as despesas.
Para calcular o lucro operacional, basta utilizar o valor do lucro bruto obtido pelos procedi-
mentos descritos anteriormente e subtrair as despesas, veja a tabela a seguir.
Tabela 1 – Lucro Operacional
Receita de vendas R$ 150.000,00
Impostos (IPI, ICMS etc.) R$ 25.000,00
Despesas R$ 40.000,00
Lucro operacional R$ 85.000,00
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
Ainda nesse escopo, o lucro operacional pode ser bruto e líquido, sendo o primeiro o resultado 
obtido pela subtração do lucro bruto e as despesas. Já o segundo é obtido pelo resultado do lucro 
operacional bruto menos o imposto de renda da pessoa jurídica e menos a contribuição social do 
lucro líquido, que são dois impostos que incidem diretamente sobre o lucro operacional, conforme 
tabela a seguir.
Tabela 2 – Lucro Operacional Bruto e Líquido
Receita de vendas R$ 150.000,00
Impostos (IPI, ICMS etc.) R$ 25.000,00
Despesas R$ 40.000,00
Lucro operacional bruto R$ 85.000,00
Imposto de renda R$ 21.250,00
Contribuição social lucro líquido R$ 7.650,00
Lucro operacional líquido R$ 56.100,00
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 37 – 
O lucro que deverá ser entregue aos sócios da empresa corresponde ao lucro operacional 
líquido, ou seja, o saldo financeiro que sobrou após o pagamento de todas as obrigações: custos, 
despesas e tributos.
SAIBA MAIS!
No artigo “Análise da situação econômico-financeira de hospitais”, o autor analisa 
as práticas de administração financeira em hospitais brasileiros por meio indica-
dores econômico-financeiros e determinação do lucro operacional. Vale a pena ler! 
Acesse: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/analise_situacao_economico_fi-
nanceira_hospitais.pdf>
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer algumas das principais terminologias utilizadas na contabilidade de custos, 
sua importância e aplicação;
 • entender as diferenças entre ganhos, lucros e desembolso;
 • aprender os conceitos, aplicações e diferenças entre lucro bruto e lucro operacional.
Referências 
ASSAF NETO, Antonio. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
LIMA NETO, Lucas de. Análise da situação econômico-financeira de hospitais. O Mundo da Saúde, 
São Paulo, 2011, v. 35, n. 3, p. 270 - 277. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/
analise_situacao_economico_financeira_hospitais.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2017.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos: Livro-texto. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
ROMANZINI, Fernanda; RIBEIRO, José Luis Duarte. Uma proposta de planejamento de produção 
vinculada a margem de lucro dos produtos manufaturados. Produção Online, Florianópolis, SC, 
v. 17, n. 1, 2017. Disponível em:<https://www.producaoonline.org.br/rpo/article/view/2419/1500>. 
Acesso em: 26 abr. 2017.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 38 – 
Classificação dos custos: total e unitário
Gilson Rogério Marcomin
Introdução
Você consegue deduzir a razão da existência da classificação dos custos? Existe diferença 
entre custos totais e unitários? Qual a importância dessa classificação no escopo de uma organi-
zação? Essas dúvidas serão esclarecidas nesta aula.
Bons estudos! 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar a classificação dos custos, em específico no tocante aos custos totais e 
unitários.
1 Custos totais nas organizações
Dentro de uma organização, são produzidos diversos produtos para a comercialização junto 
ao mercado consumidor no qual ela atua. Tais produtos serão entregues aos consumidores, que 
irão pagar valores financeiros por eles. Com isso, o dinheiro retorna para a organização, que o 
usará para cumprir suas obrigações financeiras e ter o lucro desejado. (ASSAF NETO, 2012)
Figura 1 – Os Custos Totais
Fonte: Skyfish/Shutterstock.com
 – 39 – 
TEMA 6
No escopo dos custos, que são gerados pela produção dos vários produtos comercializados por 
cada organização, é preciso fazer a classificação dos mesmos, para que o contexto da contabiliza-
ção de custos e seu objetivo de fornecer informações claras para a tomada de decisões, seja melhor 
efetivado. Nesse contexto é preciso compreender-se sobre os custos totais, que é determinado como 
sendo o somatório de todos os custos gerados nas organizações. O custo total compreende todos os 
custos, ou o valor financeiro total gerado pelos custos de um produto. (MARTINS, 2010)
FIQUE ATENTO!
Os custos totais compreendem a soma de todos os valores financeiros relaciona-
dos como custos de um produto, ou da organização como um todo.
Assim sendo, pode-se dizer que cada produto de uma organização possui um custo total, que 
consiste em somar-se todos os valores de custos que são atribuídos àquele produto, como também 
a própria organização possui um custo total, que irá compreender o somatório dos custos totais de 
todos os produtos que a mesma elabora e comercializa no mercado que atua (MARTINS, 2010).
EXEMPLO
Imagine uma loja de móveis que adquiriu móveis dos fabricantes, no ano de 
2015, no valor de R$ 25.000,00. Também pagou R$ 6.000,00 de energia elétrica e 
R$ 1.200,00 de água. Além disso, possui 10 funcionários, os quais receberam de sa-
lário, encargos e benefícios o valor total de R$ 28.000,00. A empresa também pagou 
R$ 12.000,00 de aluguel no mesmo ano. O custo total da loja de móveis consta da 
soma de todos esses custos, ou seja, o custo total foi de R$ 72.200,00.
A importância dos custos totais de cada produto se dá pelo fato de que são esses valores 
que deverão retornar para a empresa, por meio da venda, para que ela consiga pagar todas as 
obrigações financeiras referentes aos custos, sem incluir as despesas e os tributos, os quais, por 
terem outros conceitos distintos, devem ser somados no total das obrigações financeiras. Quando 
pensamos nos custos totais da organização, eles correspondem ao valor financeiro total das obri-
gações da mesma, em termos de custos apenas.
SAIBA MAIS!
No artigo “Gestão de Custos Interorganizacionais para o Gerenciamento de Custos 
Totais: estudo de caso em uma Usina de cana-de-açúcar na região do Triangulo 
Mineiro”, Marcelino Franco de Moura analisa os aspectos importantes na gestão 
de custos na cadeia produtiva da cana-de-açúcar. É uma boa leitura complementar. 
Acesse: <https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/12613>. 
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 40 – 
2 Custos unitários nas organizações
Assim como os custos totais são importantes para a tomada de decisões, os unitários tam-
bém são, uma vez que correspondem aos custos de cada unidade de produto de sua linha ou 
portfólio produzida pela empresa.
Desse modo, os custos unitários correspondem ao valor de custo de uma unidade produzida, 
ou seja, quanto que uma unidade de certo produto custa para a empresa (MARTINS, 2010).
Figura 2 – Custos Unitários
Fonte: Ljupco Smokovski/Shutterstock.com
Essa informação é muito importante, principalmente para a definição de preço de venda dos 
produtos pelas empresas, que precisa ser maior do que o custo unitário, o qual deve compor, junto 
com os tributos, as despesas e a margem de lucro desejado pela empresa, o preço final (HOJI, 2014).
FIQUE ATENTO!
Os custos unitários correspondem ao valor do custo financeiro de uma unidade de 
produto produzida. Essa informação é importante principalmente para a determina-
ção do preço de venda.
Os custos unitários podem ser analisados por meio de várias óticas, como os custos totais 
unitários, os custos variáveis unitários, e os custos fixos unitários.
Para encontrar o valor do custo total unitário, por exemplo, basta dividir o valor dos custos totais 
do produto pela quantidade produzida naquele período. O resultado será seu custo totalunitário.
Desse modo, se a empresa possui custos com matérias-primas, funcionários, energia elé-
trica, aluguel, telefone, embalagem, tributos, combustíveis, estoques, custos de comercialização 
(como comissão de vendas) e outros que fazem parte de seu contexto produtivo, para calcular o 
custo total de cada produto, é preciso somar todos esses valores relacionados à produção em um 
determinado período de tempo, como um mês, por exemplo. O valor total encontrado será o custo 
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 41 – 
total daquele produto. Para encontrar o custo total da empresa, soma-se os custos totais de todos 
os produtos que ela produz (MARTINS, 2010).
Para calcular o custo unitário, utiliza-se o valor do custo total de cada produto e divide-se pela 
quantidade produzida do mesmo. 
Figura 3 – Custos de Produção 
Fonte: Chippix/Shutterstock.com
EXEMPLO
Imagine uma Choperia que comercializa cada copo de 500 ml de Chope por R$ 5,00, 
sendo que um barril de 50 litros produz 100 copos. A Choperia compra o barril de 
Chope por R$ 214,00, o que demonstra o custo unitário de cada copo de 500 ml de 
Chope para a choperia em R$ 2,14. Assim, a empresa vende cada chope por R$5,00 
e tem o custo de R$ 2,14, o que proporciona uma sobra bruta unitária de R$ 2,86.
3 Decisões empresariais utilizando custos totais 
e unitários
No contexto da contabilidade de custos, é requerido que a mesma possa contribuir para que 
os gestores possam tomar decisões adequadas, visando a atingir os seus objetivos empresariais, 
principalmente no tocante ao lucro, por meio de informações claras, coerentes e eficazes.
Assim sendo, a noção de custos totais e custos unitários se aplica nesse escopo da tomada 
de decisões, uma vez que são conceitos importantes e que permitem a análise de informações 
preciosas. 
Geralmente os custos totais e os custos unitários servem para que os gestores possam rea-
lizar análises comparativas com os preços de venda. Nessa análise, será observada como será a 
relação entre custos e receitas, com o objetivo de obter lucros (HOJI, 2014).
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 42 – 
Figura 4 – Decisões: Custo Total e Unitário
Fonte: Syda Productions/Shutterstock.com
Dessa forma, percebemos que os gestores devem saber o valor do custo unitário de cada 
produto para compará-lo com os preços de venda dos produtos, já que os custos unitários neces-
sitam ser menores que os preços de venda, para que a empresa possa ter lucro. Se nessa análise 
os preços forem menores que os custos unitários, é provável que a empresa tenha prejuízos e, aí, 
os gestores irão tomar decisões para que isso seja adequado e corrigido (HOJI, 2014).
FIQUE ATENTO!
Os custos totais e os custos unitários servem para que os gestores possam reali-
zar análises entre eles e os preços de venda, buscando prever o comportamento 
dos lucros.
É importante conhecer os conceitos de custos totais e unitários, assim como saber interpre-
tá-los e entender os vários tipos de custos totais e unitários existentes. Os custos totais podem 
se referir ao montante de custos de cada produto que a empresa possui em seu portfólio, como 
eles também podem ser da empresa como um todo, o que causa um impacto muito grande, pois 
os custos totais da empresa podem ser muito altos, gerando prejuízos, enquanto a empresa pode 
possuir produtos com custos totais muito baixos e grande lucratividade.
Outro detalhe importante é que existem custos totais fixos, variáveis, diretos, indiretos, de 
comercialização, de logística, de oportunidade, financeiros, entre outros, dependendo do tipo de 
análise que se deseja realizar.
O mesmo ocorre com os custos unitários, que podem ser divididos em vários tipos de acordo 
com o produto que se quer estudar, bem como o tipo de custo que irá ser analisado.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 43 – 
O importante em toda essa relação é poder verificar o custo total do produto ou da empresa 
para poder tomar decisões comparativas às receitas geradas, visando ao lucro, como também 
poder comparar os custos unitários com o preço de venda.
SAIBA MAIS!
No artigo “Evolução dos preços e custos unitários da fabricação do compensado 
no estado do Paraná, Brasil”, os autores Ana Paula Donicht Fernandes, Vitor Afonso 
Hoeflich, Cláudio José Luchesa e Jorge Antonio de Farias analisam a evolução do 
custo de fabricação de compensados de madeira e o preço pago aos fabricantes. 
Os autores concluíram que os preços diminuíram mais que os custos unitários. Vale 
a pena ler. Acesse: <https://periodicos.ufsm.br/cienciaflorestal/article/view/26464>
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • identificar as várias classificações dos custos no tocante aos custos totais e custos 
unitários;
 • compreender as diferenças entre custos totais e custos unitários e seu impacto no 
preço de venda;
 • entender a importância dos custos totais e custos unitários no contexto da tomada de 
decisões empresariais.
Referências 
ASSAF NETO, Antonio. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
FERNANDES, Ana Paula Donicht; HOEFLICH, Vitor Afonso; LUCHESA, Cláudio José; 
FARIAS, Jorge Antonio de. Evolução dos preços e custos unitários da fabricação do compensado 
no estado do Paraná, Brasil. Revista Ciência Florestal, volume 27, n. 01, 2017. Disponível em 
<https://periodicos.ufsm.br/cienciaflorestal/article/view/26464>. Acesso em: 30 abr. 2017.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos - Livro-texto. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MOURA, Marcelino Franco de. Gestão de Custos Interorganizacionais para o Gerenciamento de 
Custos Totais: estudo de caso em uma Usina de cana-de-açúcar na região do Triangulo Mineiro. 
Dissertação de Mestrado em Ciências Contábeis. Repositório Institucional da Universidade Fede-
ral de Uberlândia. 2014. Disponível em: <https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/12613>. 
Acesso em: 30 abr. 2017.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 44 – 
Classificação dos custos: 
direto e indireto
Gilson Rogério Marcomin
Introdução
Você consegue diferenciar os custos diretos dos indiretos? Ao observar um processo produ-
tivo, você sabe descrever claramente quais são os custos diretos e indiretos?
É nesse contexto que será descrita esta aula, a qual irá detalhar sobre os custos diretos, que 
são todos aqueles relacionados ao produto, e os custos indiretos, que são outros custos que as 
empresas possuem, mas que não se relacionam com os produtos. Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar a classificação dos custos, em específico no tocante aos custos diretos e 
indiretos.
1 Custos diretos nas organizações
Na contabilidade de custos, existem diversos termos técnicos que são utilizados e que des-
crevem as ações de análise que devem ser realizadas por esse ramo da contabilidade. Para a 
gestão de organizações no contexto da contabilidade de custos, os dois termos mais importantes 
são os custos diretos e os indiretos. (MARTINS, 2010)
Figura 1 – Custos diretos: matéria-prima
Fonte: Taina Sohlman/Shutterstock.com.
 – 45 – 
TEMA 7
Essa classificação considera a forma de atuação desses custos, ou seja, como eles entram 
na composição do produto a ser comercializado. Desse modo, os diretos são todos os componen-
tes de custos diretamente relacionados ao produto ou serviço. Isso mostra que tudo que participa 
diretamente da composição do produto ou serviço produzido/comercializado pela empresa são 
classificados como custos diretos. (MARTINS, 2010)
FIQUE ATENTO!
Os custos diretos são todos os componentes de custos que se relacionam com o 
produto ou serviço a ser produzido ou comercializado, ou seja, sem esses custos 
praticamente não se tem a produção.
Para ilustrar esse conceito, vamos imaginar uma padaria. Os custos diretos seriam aqueles 
relacionados à composição dos produtos a serem comercializados. Nesse caso, entram todas as 
matérias-primas utilizadas naprodução de pães, bem como os salários dos padeiros, a energia 
elétrica das máquinas que fabricam esses pães, entre outros.
EXEMPLO
Uma loja de móveis fez uma compra com seus fornecedores, no ano de 2016, no 
valor de R$ 275.000. Além disso, gastou R$ 5.400 de energia elétrica somente no 
salão de exposição dos produtos e mais R$ 31.200 com os salários e encargos dos 
vendedores. Assim, os valores de R$ 275.000 pelos móveis, R$ 5.400 da energia do 
salão de exposição e R$ 31.200 de salários dos vendedores são classificados como 
custos diretos.
Para que a tomada de decisões, em relação aos custos de uma organização, seja abrangente 
e feita de forma coerente e correta, é preciso que os custos diretos sejam apropriados de forma 
adequada. Caso contrário, gera informações incorretas, colocando determinado valor financeiro, 
que é um custo direto, de outra forma. Para evitar isso, é necessário que todos os componentes 
de custos da produção, como matéria-prima e mão de obra direta utilizada, sejam levantados e 
analisados corretamente e apropriados como custos diretos no processo de produção em cada 
organização. (MARTINS, 2010)
SAIBA MAIS!
No trabalho “Desenvolvimento de método para apropriação de custos diretos nos 
serviços da estrutura de concreto armado”, Rudi Sato Simões desenvolveu um 
método para apropriação dos custos diretos nos serviços de estrutura de concreto 
em uma construtora. Vale a pena pesquisar ler. Acesse: <http://repositorio.unb.br/
handle/10482/15935>.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 46 – 
2 Custos indiretos nas organizações 
Os custos indiretos são aqueles que não participam da produção dos produtos e serviços 
que a empresa disponibiliza, mas que fazem parte das demais atividades empresariais da orga-
nização, que causam desembolsos financeiros e que integram os custos totais, pois impactam 
ativamente na lucratividade. (MARTINS, 2010)
Figura 2 – Custos indiretos: taxa de limpeza
Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com
Voltando a pensar na padaria, alguns custos indiretos, que fazem parte do processo empre-
sarial, mas não do de produção, são as taxas de limpeza, os custos com materiais de escritórios e 
de limpeza, os honorários contábeis, entre vários outros que a empresa precisa arcar.
SAIBA MAIS!
No artigo “Apropriação dos custos indiretos de fabricação em indústrias cerâmicas 
do sul catarinense”, os Rabelo, Borgert e Medeiros expõem um estudo sobre a 
utilização de critérios de contabilização dos custos indiretos. É muito interessante 
para o aprendizado desses conceitos. Acesse: <https://www.abcustos.emnuvens.
com.br/abcustos/article/view/155>. 
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 47 – 
3 Todas as organizações possuem 
custos diretos e indiretos?
É possível afirmar que todas as organizações possuem custos diretos e indiretos, uma vez 
que é um tipo de classificação. Então, até certo ponto está correto, no entanto a forma de deter-
minar se cada componente de custos em uma organização é direto ou indireto se dá pela maneira 
como ele é apropriado ao produto ou serviço comercializado.
Essa é a principal preocupação da contabilidade de custos, pois não há uma regra de clas-
sificação dos componentes de custos para todas as organizações, já que cada uma possui suas 
especificidades e essas características exclusivas é que determinam o que é custo direto e o que 
é indireto. Via de regra, alguns componentes de custos sempre estarão seguindo uma mesma 
classificação e outros estarão sendo classificados de uma maneira em determinado período e de 
outra em outro, dependendo do seu comportamento no contexto produtivo de cada organização. 
(ASSAF NETO, 2012)
FIQUE ATENTO!
Os componentes de custos nos processos empresariais podem ser classificados como 
custos diretos ou indiretos, dependendo das especificidades de cada organização.
Desse modo, vamos expor sobre alguns componentes que podem ser classificados como 
custos diretos ou indiretos, dependendo das especificidades de cada organização.
 • Matérias-primas e embalagens: são sempre considerados custos diretos, pois entram 
no processo de produção dos produtos da empresa e estão diretamente relacionados 
com o negócio da empresa. 
 • Materiais de consumo: geralmente são classificados como custos indiretos, no entanto 
pode haver alterações em função do negócio da empresa. Por exemplo, uma fábrica 
possui uma máquina que utiliza óleos lubrificantes para a produção. Se a empresa 
entender que o lubrificante é um material de consumo, então a classificação deverá ser 
de custo direto, pois sem o lubrificante a máquina não irá produzir. Do contrário, será 
custo indireto ou até mesmo despesa.
 • Mão de obra (pessoas): para fazer a classificação adequada, é preciso que seja ana-
lisado cada cargo da empresa, suas funções e relacionamento com o produto, para 
determinar a sua forma de classificação na apuração dos custos, fazendo as devidas 
apropriações para custos diretos e indiretos. (MARTINS, 2010)
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 48 – 
Figura 3 – Custos diretos: mão de obra
Fonte: The24studio/Shutterstock.com
Dessa forma, se o ocupante do cargo estiver envolvido com o processo de produção e/ou 
comercialização dos produtos da empresa, os valores financeiros correspondentes ao salário, 
devem ser alocados como custos diretos. Se o envolvimento não for diretamente relacionado com 
a produção, então a alocação dos custos é feita de forma indireta. (ASSAF NETO, 2012)
FIQUE ATENTO!
Quando a atuação de um funcionário for totalmente relacionada ao processo de 
produção e/ou comercialização dos produtos da empresa, os valores financeiros 
pagos para ele são custos diretos. Agora, se ele não atuar diretamente na produção 
e comercialização, então é um custo indireto. 
Figura 4 – Custos indiretos: mão de obra
Fonte: Slawomir Fajer/Shutterstock.com
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 49 – 
No entanto, cada situação precisa ser analisada de forma isolada, pois um determinado 
cargo em um tipo de empresa pode ser encarado como custo direto e em outra, pode ser alocado 
como custo indireto.
 • Aluguel, depreciação de máquinas, materiais diversos, produtos de limpeza, alguns 
impostos (ICMS, IPI, por exemplo): geralmente são alocados como custos indiretos. 
No entanto, é uma interpretação de cada empresa, pois pode haver divergência em 
função do processo de produção ou do negócio empresarial desenvolvido. Somente 
os impostos relacionados com a produção podem ser considerados custos indiretos, 
como o ICMS, IPI, PIS etc. Os impostos sobre a renda são despesas. (MARTINS, 2010)
 • Energia elétrica: existe o consumo de energia elétrica usado para o processo de produ-
ção e também tem o dos departamentos, que não estão relacionados à produção ou 
comercialização, como nos setores administrativos, por isso podem ser tanto diretos 
quanto indiretos, dependendo da análise. (MARTINS, 2010)
EXEMPLO
Uma academia de ginástica presta serviços de musculação, por exemplo, e possui 
vários equipamentos. Além disso, também possui os professores que orientam os 
alunos na realização dos vários exercícios físicos e uma secretária. Os custos indi-
retos dessa empresa são aqueles que não se relacionam com a atividade empre-
sarial, como o salário da secretária, que independente de sua atuação, os negócios 
continuarão a acontecer.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • identificar a classificação dos custos no tocante aos custos diretos e indiretos;
 • compreender as diferenças entre custos diretos e custos indiretos;
 • entender a importância da correta apropriação dos valores financeiros referentes aos 
custos diretos e indiretos.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
 – 50 – 
Referências 
ASSAF NETO, Antonio. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MARTINS, E. Contabilidade de Custos - Livro-texto. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
RABELO, Edilson Citadin; BORGERT, Altair; MEDEIROS, Cristiano Salvador

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