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Cálcio: O cálcio possui funções como: sinalização celular, transmissão neuronal, contração muscular, excitabilidade celular, coagulação sanguínea, cofator enzimático, manutenção do citoesqueleto, secreção e biomineralização. Há cálcio intracelular e extracelular, sendo que possuem valores diferentes e são mantidas por mecanismos diferentes. O cálcio intracelular é compartimentalizado e estocado em organelas e pode ser utilizado nessa forma porque a concentração citosólica é mantida baixa, sendo o exemplo clássico o cálcio do reticulo sarcoplasmático. A concentração extracelular de cálcio é muito e finamente regulada para entrada rápida e ativação das funções dependentes de cálcio. Fosfato: está armazenado em grandes quantidades nos ossos, formando complexos com o cálcio. A maior parte do fosfato circulante está na forma ionizada livre e uma pequena porção, cerca de 20% circula ligada a proteínas ou na forma de complexos com cátions. Os tecidos moles contêm 10x mais fosfato do que cálcio e uma grande quantidade de fosfato no sangue leva a formação de complexos com cálcio, provocando hipocalcemia aguda. O fósforo é um íon intracelular muito importante e está em segundo lugar depois do cálcio em anbundância nos tecidos. Ele e o cálcio juntos ajudam a manter os ossos saudáveis. Funções: DNA e RNA são baseados nos monômeros de ester de fosfato; está presente em todas as membranas celulares do organismo; integra a estrutura dos ossos e dentes, dando rigidez; participa ativamente do metabolismo dos glicídios e atua na contração muscular. Regulação do balanço do Ca intra e extracelular: o cálcio intracelular está armazenado principal mente em organelas (principalmente reticulo sarcoplasmáticos e mitocôndrias). Há um canal na membrana dependentes de voltagem pelo qual o cálcio entra. Há estímulos que promovem a liberação do cálcio que está armazenado (principalmente o sódio, que entra pelo trocador cálcio/sódio das mitocôndrias, por onde o cálcio sairá das mitocôndrias e vai constituir o cálcio de repouso). O cálcio ativado é aquele que está pronto para ser utilizado. O cálcio vai atuar em diversos efetores envolvidos na exocitose, contração, metabolismo, transcrição, fertilização e proliferação, sendo que existe mecanismos rápidos (fosforilação) e mais lentos (transcrição), sendo necessário que seja finamente regulado. O cálcio é reciclado e volta a ser armazenado após participar de processos, em reações de desligamento. A absorção desses íons se dá pelo TGI, sendo uma parte eliminado nas fezes ou urina. Do TGI podem ir para a circulação e do plasma são redirecionados. Os ossos são forma de armazenamento desses íons, podendo haver mobilização deles sempre que necessário, assim como a variação de absorção dos rins. 99% do cálcio está presente nos ossos na forma de hidroxipatita. A pequena quantidade de cálcio extracelular é a que determina o balanço de cálcio no organismo. Os ossos são compostos de uma porção orgânica e uma porção mineral, sendo a mineral os cristais de hidroxiapatita e a orgânica formada por colágeno tipo I. Os componentes orgânicos são produzidos por osteoblastos. A concentração plasmática de cálcio e fosfato são regulados pelo paratormônio (PTH), vitamina D (calcitriol) e calcitonina. O paratormônio regula principalmente a mobilização óssea e a reabsorção renal. A vitamina D regula a absorção intestinal, reabsorção renal e mobilização óssea. O paratormônio é o principal regulador sistêmico das concentrações de cálcio, fosfato e metabólitos ativos da vitamina D no sangue. Ele é produzido pelas glândulas paratireoides. A liberação depende da queda da concentração extracelular ou plasmática de cálcio. Na membrana da glândula paratireoide há receptores de cálcio, de modo que quando o cálcio está elevado na circulação, ele ativa uma via de sinalização e inibe a liberação de paratormônio. Da mesma forma o contrário acontece. A vitamina D também regula o paratormônio, podendo inibir o gene do PHT como também estimula a síntese de receptores para cálcio na membrana da glândula. O receptor de cálcio é em forma de dímero, sendo acoplado a proteína Gq e Gi. Há um mecanismo endócrino e autócrino. No endócrino, os receptores sensíveis ao cálcio vão detectar a queda dos níveis extracelular de cálcio, estimulando a exocitose de PHT, o qual vai interagir com os receptores das suas células alvo com os ossos, rins e estimular a vitamina D, tendo como resultado uma aumento da reabsorção renal de cálcio para tentar reestabelecer os níveis extracelulares e maior mobilização de cálcio nos ossos e aumento da reabsorção de cálcio nos enterócitos por regular a vitamina D. A regulação autócrina ocorre quando as próprias células da paratireoide estimulam a liberação do PHT. O receptor do paratormônio é um receptor acoplado a proteína Gs (AMPc e PKA) e Gq (IP3 e DAG). Efeitos do PTH: • Ações diretas: aumento da reabsorção tubular de cálcio e aumento da excreção urinária de fosfato por diminuição da reabsorção. Aumento da taxa de reabsorção e remodelamento ósseo e aumento da osteólise e do número de osteoclastos na superfície óssea. Os osteoblastos não possuem receptores para o PHT, apenas osteoblastos. O pth estimula a reabsorção de ca+2 no túbulo distal → translocação de canais de ca+2 para membrana apical e aumento da atividade do trocador na/ca na basolateral. O pth estimula a excreção de fosfato → internalização e degradação lisossomal do co- transportador na/fosfato. • Ações indiretas: aumento da reabsorção intestinal de cálcio (estimulação da síntese renal da síntese de vitamina D).A vitamina D atua no intestino (aumento da absorção de cálcio e fosfato), rins (aumento da reabsorção de cálcio), ossos e glândulas paratireoides (diminui a expressão de PHT). A vitamina D atua no intestino (aumento da absorção de cálcio e fosfato), rins (aumento da reabsorção de cálcio), ossos e glândulas paratireoides (diminui a expressão de PHT). A vitamina atua nos túbulos renais regulando o transporte tubular de fosfato por meio do aumento da atividade de cotransportadores Na/Pi da membrana apical. A absorção é maior no túbulo proximal. Vias de metabolização: A vitamina D3 é metabolizada no fígado pela 25-hidroxilase, sendo transformada em 25-di-hidroxivitamina D3, que sofrerá ação da 1-alfa-hidroxilase no rim se tornando 1,25-di- hidroxivitamina D3 (forma que receptores reconhecem) sendo a forma ativa. Ela pode se tornar inativa pela 24-hidroxilase se tornando a 1,24,25-tri-hidroxivitamina D3. Ação nos túbulos renais: Dentro dos túbulos renais, uma parte da vitamina D volta para a circulação para exercer suas ações em outros alvos e dentro da célula tubular age em genes específicos relacionados com a produção das enzimas que regulam a vitamina D. Dessa forma, a vitamina D regula a sua própria produção. PHT: O PHT estimula o gene da 1-alfa-hidroxilase, estimulando a conversão da vit D em sua forma ativa. Cálcio: Uma alta taxa de cálcio mantém a 1-alfa-hidroxilase inibido. Ações da vit D no intestino delgado: aumento da reabsorção de cálcio. O cálcio da porção luminal entra no enterócito por um transportador TRPV6, sendo transportado em direção a membrana basolateral por uma proteína chamada calbindina (CaBP), onde vai ser reabsorvido às custas de ATP através de uma ATPase de cálcio (PMCA1). A forma ativa da vitamina D estimula a entrada de cálcio por aumento da expressão de canais de cálcio TRPV6 e aumenta a síntese da calbindina e também estimula a PMCA1 que é a extrusora de cálcio para o plasma, atingindo a circulação. A calcitonina é produzida pela célula C (parafolicular) da glândula paratireoide. O gene da calcitonina codifica para ela e para o CGRP (neurotransmissor). O gene da calcitonina vai ser transcrito, sofrendo reações e splicing, sendo que nas células C será traduzido em calcitonina e no cérebro será traduzido em CGRP. A calcitoninaé antagonista das ações do PTH, causando inibição da reabsorção óssea e depuração renal de cálcio. O estimulo para sua liberação é um aumento dos níveis de cálcio. Sofre forte estímulos da gastrina e CCK que indiretamente modulam a calcitonina por modificarem os níveis plasmáticos de cálcio.
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