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Aula 05
Direito Constitucional p/ Polícia Federal
(Delegado) Com videoaulas - 2020.2 -
Pré-Edital
Autor:
Nelma Fontana
Aula 05
6 de Agosto de 2020
 
 
 
Sumário 
Direitos Políticos ................................................................................................................................................ 2 
Conceitos Importantes ................................................................................................................................... 2 
Sufrágio Positivo ............................................................................................................................................. 6 
Sufrágio Negativo ........................................................................................................................................... 9 
Privação dos Direitos Políticos ..................................................................................................................... 19 
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo ................................................................................................... 21 
Princípio da Anterioridade Eleitoral ............................................................................................................. 23 
Partidos Políticos .............................................................................................................................................. 25 
Liberdade de criação .................................................................................................................................... 25 
Garantias Constitucionais ............................................................................................................................ 26 
Vedações Constitucionais ............................................................................................................................. 31 
Destaques da legislação ................................................................................................................................... 32 
Considerações Finais ........................................................................................................................................ 35 
Questões comentadas...................................................................................................................................... 35 
Lista de Questões ............................................................................................................................................. 58 
Gabarito............................................................................................................................................................ 71 
 
 
 
 
 
 
Nelma Fontana
Aula 05
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DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS 
DIREITOS POLÍTICOS 
Os Direitos Políticos são espécies de direitos fundamentais que constituem direitos públicos subjetivos 
conferidos aos cidadãos, para que participem da vida política do Estado. 
São direitos primeira dimensão, alguns negativos e outros positivos. Admitem também a classificação de 
direitos de participação (status activae). 
Diferentes de outros direitos fundamentais, os direitos políticos são destinados apenas aos brasileiros que 
preencham os requisitos contidos na constituição Federal. Estrangeiros não podem exercer direitos 
políticos no Brasil. 
 
CONCEITOS IMPORTANTES 
O artigo 14 da Constituição Federal estabelece que a soberania popular será exercida por meio do sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante 
plebiscito, referendo e iniciativa popular. 
Para que se entenda bem o assunto, é imperioso conceituar bem todas essas expressões. 
Sufrágio é a capacidade de votar, de ser votado e de participar da vida política do Estado. Corresponde 
ao exercício da capacidade eleitoral ativa, da capacidade eleitoral passiva e dos demais direitos de cidadão. 
Note: sufrágio não é apenas votar e ser votado. 
O voto é a materialização do sufrágio. O escrutínio, por sua vez, é o modo como o direito se realiza (voto 
aberto, voto secreto). 
Com efeito, o sufrágio é universal, pois contempla homens e mulheres; pobres e ricos; analfabetos e 
letrados; brancos e negros. Cuidado! O sufrágio, no Brasil, não é irrestrito, é apenas universal. Há 
restrições estabelecidas na Constituição, como se verá adiante. É o caso, por exemplo, dos conscritos, 
durante o serviço militar obrigatório. Assim não é correto afirmar que a Constituição assegura os direitos 
políticos a todo e qualquer brasileiro. 
Plebiscito e referendo são formas de consulta popular sobre assuntos de relevância legislativa, 
constitucional e administrativa. 
No plebiscito, o povo é consultado antes da materialização do ato administrativo ou legislativo, podendo 
aprovar ou rejeitar o que lhe foi submetido à apreciação. 
Nelma Fontana
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Na vigência da Constituição de 1988, apenas tivemos um plebiscito de caráter nacional: o plebiscito de 
1993, nos termos do artigo 2º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, por meio do qual o povo 
optou pela manutenção da forma republicana de governo e do sistema presidencialista de governo. 
Cabe ao Congresso nacional, mediante decreto legislativo, convocar o plebiscito (art. 49, inciso XV da CF). 
Há casos em que o plebiscito poderá ser convocado, mas há casos em que a consulta popular é obrigatória. 
Conforme se depreende do artigo 18, § 3º, da CF, é obrigatória a convocação de plebiscito com a 
população interessada no processo de criação de novos estados-membros. A consulta prévia às populações 
interessadas também é pressuposto de criação de novos municípios, mas nesse caso, a convocação deve 
ser feita pela Assembleia Legislativa. 
Com efeito, podemos concluir que o plebiscito poderá ser convocado nas questões de relevância 
nacional e deverá ser convocado na criação de novos Estados e de novos municípios. 
O referendo é uma consulta que se faz ao povo posteriormente à criação da lei ou ao surgimento de ato 
administrativo, com o intuito de confirmá-los (referendar) ou não (não referendar). 
Em 23 de outubro de 2005, o eleitorado brasileiro foi convocado a responder à seguinte indagação: “O 
comércio de arma de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” 
Tal fato foi decorrente de determinação da Lei nº 10.826/03 – Estatuto do Desarmamento, que em seu 
artigo 35, proibiu a comercialização de armas de fogo e de munição em todo o território nacional, salvo 
para algumas pessoas descritas em seu artigo 6º. A referida proibição só poderia entrar em vigor depois de 
sua aprovação popular, mediante referendo. O procedimento foi organizado pelo Tribunal Superior 
Eleitoral. 
Conforme apurado pelo TSE, 63,94% dos eleitores brasileiros que participaram da consulta popular 
votaram “não”. Assim, o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento não foi confirmado pelo povo brasileiro, 
de sorte que a venda de arma de fogo e de munição ainda é permitida no Brasil. 
Só tivemos, até o momento, esse caso de referendo. 
Cabe ao Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo, autorizar referendo (artigo 49, XV, da CF/88). 
Conclusão: Plebiscito e referendo são formas de consulta popular que materializam a soberania do povo. 
Distinguem-se quanto ao momento da manifestação dos cidadãos: se prévia, temos o plebiscito; se 
posterior, temos o referendo. 
Passemos a tratar agora de mais um instituto da democracia participativa: a iniciativa popular. A condição 
que o cidadão tem para dar início ao processo legislativo das leis é denominada iniciativa popular. Essa 
forma de participação direta pode ser exercida em âmbito federal, estadual e municipal.Para cada 
situação, há um regramento diferente, como se pode notar na tabela abaixo: 
Âmbito federal Âmbito estadual Âmbito municipal 
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(CF, artigo 62, § 2º) (CF, artigo 27, § 4º) (CF, artigo 29, XIII) 
O projeto de lei deve ser subscrito 
por, no mínimo, 1% do eleitorado 
nacional, dividido por, pelo 
menos, cinco Estados da 
federação, tendo cada um, no 
mínimo, três décimos por cento 
dos seus eleitores. 
A iniciativa popular será 
definida por lei. 
Convencionou-se interpretar que 
essa lei é estadual. Em cada 
estado, a iniciativa popular tem 
um regramento diferente. 
A iniciativa popular requer a 
manifestação de, no mínimo, 5% 
do eleitorado local. 
A Constituição Federal admite outras formas de participação direta, como a ação popular e o júri popular, 
como já estudado em aulas anteriores. 
Na ordem constitucional americana, há também o instituto do recall e do veto popular. 
Segundo Paulo Bonavides, o recall é a forma de revogação que o eleitorado faz do mandato de alguém, 
cujo comportamento não é satisfatório. É o chamamento às urnas do eleitorado, com o propósito de 
manter ou não o mandato de algum governante. 
O veto popular, também conhecido como mandatory referendum é um instituto parecido com o referendo, 
vez que confere ao eleitorado poderes para manifestar-se contrário a uma medida ou lei, já devidamente 
elaborada pelos órgãos competentes, e em vias de ser posta em execução. 
 
1. (2019/VUNESP/TJ-AC /Juiz de Direito Substituto) Quanto aos institutos do plebiscito e referendo, 
assinale a alternativa correta, nos termos do quanto previsto na legislação regente (Lei n° 9.709/98). 
A) O plebiscito e o referendo são convocados mediante lei ordinária, por proposta de um terço, no mínimo, 
dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional. 
B) A formação de novos Estados ou Territórios Federais depende da aprovação da população diretamente 
interessada, por meio de plebiscito e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas 
Assembleias Legislativas. 
C) O plebiscito é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo 
voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. 
E) O referendo é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a 
respectiva ratificação ou rejeição. 
Gabarito: B 
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A) Errado. O Congresso Nacional utiliza decreto legislativo para convocar plebiscito e para autorizar 
referendo. 
B) Certo. Conforme disposto no artigo 18, parágrafo 3º, da Constituição Federal. 
C) Errado. Plebiscito é uma consulta que se faz ao povo antes de tomar uma determinada decisão. 
D) Errado. Referendo é consulta posterior a uma decisão tomada, que tem o propósito de ratificá-la ou 
não. 
 
2. (2019/CESPE/TJ-BA/Juiz de Direito Substituto) Assinale a opção que indica o instrumento da 
democracia direta ou participativa que constitui consulta popular ao eleitorado sobre a manutenção ou 
revogação de um mandato político. 
A) impeachment 
B) referendo 
C) plebiscito 
D) recall 
E) moção de desconfiança 
Gabarito: D 
A) Impeachment é a declaração de perda do mandato em razão da prática de crime de responsabilidade. 
B) Referendo e plebiscito são formas de consulta direta ao eleitorado. A primeira é posterior a uma decisão 
e a segunda é anterior. 
C) Recall é a manutenção ou não, por parte do eleitorado, do mandato político de alguém. 
D) Moção de confiança é um voto de confiança, dado pelo Parlamento, ao Chefe de Governo. É típico de 
países que adotam o modelo parlamentarista de governo. 
 
3. (2017/CESPE/DPU/Defensor Público Federal) Acerca dos princípios do direito eleitoral e dos direitos 
políticos, julgue o item a seguir. No texto constitucional, os direitos políticos estão vinculados ao 
exercício da soberania popular, restritos, portanto, aos direitos de votar e de ser votado. 
Gabarito: Errado. 
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Os direitos políticos não apenas asseguram os direitos de votas e ser votado, mas também o direito de 
participar da vida política do Estado. 
 
SUFRÁGIO POSITIVO 
O Sufrágio é positivo quando o cidadão é capaz de exercer os direitos políticos, tanto na condição ativa 
(exercício da capacidade eleitoral ativa: direito de votar), tanto na condição passiva (exercício da 
capacidade eleitoral passiva: direito de ser votado). Diz-se positivo o sufrágio quando o indivíduo 
preenche todos os requisitos para ser eleitor ou para ser candidato e não se enquadra em nenhum dos 
impedimentos constitucionalmente previstos (sufrágio negativo). 
 
Capacidade Eleitoral Ativa 
Para que o cidadão exerça a sua capacidade eleitoral ativa (direito de votar) é necessário possuir as 
seguintes características: a) ter a nacionalidade brasileira (ou ser português equipado); b) possuir idade 
mínima de 16 anos; c) ter o alistamento eleitoral (título de eleitor); não ser conscrito (militar em serviço 
obrigatório). 
Dentre as várias pessoas que possuem as características acima, há aquelas para quem o alistamento 
eleitoral e o voto são obrigatórios e aquelas para quem são facultativos. Vejamos: 
Alistamento e voto obrigatórios Alistamento e voto facultativos 
✓ Brasileiros maiores de 18 anos (e menores 
de 70, evidentemente). 
✓ os analfabetos; 
✓ os maiores de 70 anos; 
✓ os maiores de 16 e menores de 18 anos. 
As idades devem ser consideradas no dia da eleição, de forma que é possível fazer o alistamento eleitoral 
com 15 anos de idade, desde que o adolescente, até a data da eleição, complete os 16 anos exigidos pela 
Constituição. Esse é o entendimento do TSE, extraído da Resolução 21.538. 
Note que a interpretação dada ao texto constitucional deve ser a seguinte: a partir dos dezoito anos, o 
alistamento e o voto já se tornam obrigatórios. A partir de 70 anos, facultativos (o texto constitucional diz 
maior de 18 anos e maior de 70 anos). Para o menor de 18 anos e maior de 16 anos, alistamento e voto são 
facultativos. Então, como fica aquele que tem exatamente 18 anos? Alistamento e voto obrigatórios. 
Observe que analfabetos têm o direito de votar, mas não estão obrigados nem a possuírem título de 
eleitor e nem a votar. Vale dizer que analfabeta é a pessoa que não tem o mínimo conhecimento de leitura 
e de escrita. Para fins eleitorais, analfabeta não é apenas a pessoa que não sabe escrever o próprio nome, 
mas a pessoa que não sabe ler e nem escrever minimamente. 
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A respeito do título de eleitor, merece destaque decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, na ADPF 
541 – MC, para declarar válido o cancelamento do título do eleitor que, convocado por edital, não 
compareceu ao processo de revisão eleitoral, para fazer o cadastramento biométrico. 
 
(2016/FAURGS/TJ-RS/Juiz de Direito Substituto) Instrução: A questão refere-se à Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988. De acordo com o artigo 14, referente aos direitos políticos, 
assinale a alternativa correta. 
A) O alistamento eleitoral é facultativo para os maiores de 60 (sessenta) anos. 
B) Os analfabetos são inalistáveis. 
C) Os menores de 18 (dezoito) anos são inelegíveis. 
D) O militar com menos de (10) dez anos de serviço é inalistável. 
E) Os casos de inelegibilidade estão exaustivamente previstos na Constituição. 
Gabarito: C 
A) Errado. O alistamento eleitoral e o voto são facultativospara maiores de 16 e menores de 18 anos, para 
maiores de 70 anos e para os analfabetos. 
B) Errado. Os analfabetos são alistáveis, embora inelegíveis. 
C) Certo. A idade mínima para concorrer a mandato eletivo é a de 18 anos (idade para vereador). 
D) Errado. O militar inalistável é só o conscrito. 
E) Errado. Lei complementar pode criar outros casos de inelegibilidades (artigo 14, parágrafo 9º, da 
CRFB/88). 
 
Capacidade Eleitoral Passiva 
O § 3º do artigo 14 da Constituição Federal enumera as condições de elegibilidade. São elas: 
➢ a nacionalidade brasileira; 
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➢ o pleno exercício dos direitos políticos; 
➢ o alistamento eleitoral; 
➢ o domicílio eleitoral na circunscrição; 
➢ a filiação partidária; 
➢ a idade mínima para o cargo. 
Para ser candidato, primeiro é necessário ser eleitor, de forma que a pessoa deve estar no pleno exercício 
dos direitos políticos (ter alistamento eleitoral e ter votado regularmente nas últimas eleições). Todavia, 
para exercer a capacidade eleitoral passiva, não basta possuir a capacidade eleitoral ativa, é preciso ainda 
cumprir outros três requisitos. 
O primeiro deles é possuir domicílio eleitoral na circunscrição. Domicílio eleitoral é o lugar em que o 
cidadão vota, que não necessariamente corresponderá ao seu domicílio civil. O conceito de domicílio 
eleitoral é mais amplo do que o conceito de domicílio civil, uma vez que contempla os vínculos políticos, 
familiares, afetivos, patrimoniais ou comunitários. Assim, é possível que o eleitor resida num determinado 
município e vote em outro, tendo em vista que o cidadão que muda de cidade não está obrigado a fazer a 
transferência de seu domicílio eleitoral. Com efeito, para concorrer a cargos municipais (prefeito e 
vereador), o domicilio eleitoral tem que se no município; para cargos estaduais e federais (governador, 
deputado e senador), em qualquer município do Estado-membro; para cargos nacionais (presidente e vice), 
em qualquer município do território nacional. 
O segundo requisito é a filiação partidária. No Brasil, não se admite candidatura avulsa, é preciso estar 
filiado a algum partido político. Em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral negou seguimento a mais de uma 
dezena de pedidos de registro de candidatura avulsa apresentados por cidadãos que pretendiam disputar 
os cargos de presidente e vice-presidente sem nenhum vínculo com partido político. Os requerentes 
afirmaram que o Brasil é signatário do Pacto de San José da Costa Rica, que assegura a participação de 
todos os cidadãos na vida pública, mas o Tribunal Superior Eleitoral aplicou a literalidade do artigo 14, 
parágrafo 3º da Constituição Federal e a Lei 13.488/2017. Ambos exigem obediência à vinculação das 
candidaturas aos partidos políticos. Vale dizer que a matéria está pendente de análise no Supremo Tribunal 
Federal, em processo com repercussão geral reconhecida (ARE 1054190). 
 
O militar da ativa não pode se filiar a partido político (artigo 42, § 1º e artigo 
142, § 3º, ambos da CRFB/88). Como pode, pois, o militar concorrer a 
mandato eletivo? Seria uma candidatura avulsa? Não, o TSE entende que o 
pedido de registro de candidatura, apresentado pelo partido ou coligação, 
devidamente autorizado pelo candidato e após a prévia escolha em 
convenção, supre a exigência da filiação partidária (Res. 21.608/04). 
 
O terceiro requisito é a idade mínima para concorrer a um mandato eletivo. Observe: 
Idade Mandato eletivo 
35 anos Presidente e Vice-Presidente da República; 
Senador. 
30 anos Governador e Vice-Governador de Estado e 
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do Distrito Federal. 
21 anos Deputado Federal; Deputado Estadual ou 
Distrital; Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz. 
18 anos Vereador. 
O candidato a vereador deve comprovar a idade mínima de 18 anos já no registro de sua candidatura. Os 
demais candidatos devem comprovar que possuirão a idade mínima na data da posse. Assim, não é mais 
permitido que adolescentes de 17 anos concorram a uma vaga de vereador. Por outro lado, seria possível, 
por exemplo, que um cidadão que conta com 34 anos à data do registro de candidatura possa concorrer a 
uma vaga de senador, desde que demonstre que até a data da posse já terá completado 35 anos. Por fim, é 
de se notar que a cidadania plena só é adquirida aos 35 anos, vez que antes disso o cidadão ainda não 
pode concorrer a uma vaga senador nem a Presidente da República. 
 
(2019/CESPE/MPE-PI/Promotor de Justiça Substituto) Conforme a Constituição Federal de 1988 quanto 
às condições de elegibilidade, o candidato está dispensado de comprovar 
A) o alistamento eleitoral. 
B) o domicílio eleitoral. 
C) a nacionalidade. 
D) a filiação sindical. 
E) o pleno exercício de direitos políticos. 
Gabarito: D 
Nos termos do artigo 14, parágrafo 3º, da Constituição Federal, são condições de elegibilidade: a) a 
nacionalidade brasileira; b) o pleno exercício dos direitos políticos; c) o alistamento eleitoral; d) o domicílio 
eleitoral na circunscrição; e) a filiação partidária; f) a idade mínima para o cargo. 
 
SUFRÁGIO NEGATIVO 
O Sufrágio é negativo quando a Constituição Federal ou a lei complementar impõem ao cidadão algumas 
restrições, quer seja para alistabilidade, quer seja para elegibilidade. 
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O sufrágio negativo compreende as inelegibilidades e as situações de perda ou de suspensão dos direitos 
políticos. 
As inelegibilidades são circunstâncias impeditivas do exercício da capacidade eleitoral passiva (direito de 
ser votado), no todo ou em parte. São classificadas em inelegibilidades absolutas e relativas. 
Diz-se inelegibilidade absoluta a circunstância que impede o indivíduo de exercer toda e qualquer espécie 
de mandato eletivo. Estão pontuadas na Constituição Federal em rol exaustivo. 
A inelegibilidade relativa é a que impede o indivíduo de concorrer a um determinado cargo, dadas as 
situações de parentesco ou de função exercida. Estão previstas na Constituição Federal em rol apenas 
exemplificativo, vez que o parágrafo 9º da Lei Maior autoriza que lei complementar crie outros casos de 
inelegibilidades, para amparar a moralidade e a probidade no âmbito da Administração Pública. 
Por último, os casos de perda ou de suspensão dos direitos políticos enumerados no artigo 15 da CRFB/88 
impedem o brasileiro de votar e de ser votado, como se verá a seguir. 
 
Inelegibilidades Absolutas 
Nos termo do artigo 14, parágrafos 2º e 4º da Constituição Federal, são absolutamente inelegíveis: 
Inalistáveis 
➢ Estrangeiros 
➢ Conscritos 
Analfabetos 
 
Os inalistáveis são aqueles que não podem ter o título de eleitor. São eles: os estrangeiros e os conscritos, 
durante o período do serviço militar obrigatório. 
Os inalistáveis são inelegíveis, porque não preenchem o primeiro requisito para o exercício da capacidade 
eleitoral passiva: a capacidade eleitoral ativa. 
Conscritos são os militares em serviço obrigatório. São conscritos, no sentido que a Constituição empresta 
ao termo, os jovens que, no ano que completam dezoito anos, participam do processo de seleção para o 
Serviço Militar e os médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que não prestaram o serviço militar 
obrigatório em virtude de adiamento de incorporação para a realização dos respectivos cursos superiores. 
Os analfabetos, embora alistáveis, são inelegíveis para quaisquer cargos. 
Atenção! A lei infraconstitucional não pode criar outros casos de inelegibilidades absolutas. 
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➢ Todos os que têm capacidade eleitoral passiva têm também a capacidade eleitoral ativa. 
➢ Para possuir a capacidade eleitoral passiva, não basta possuir a ativa. 
➢ Todo inalistável é inelegível, mas nem todo inelegível é inalistável. 
➢ Os analfabetos são alistáveis, porém absolutamente inelegíveis. 
➢ Os conscritos são inalistáveis e inelegíveis. 
 
Inelegibilidades Relativas 
As inelegibilidades relativas impõem restrições à elegibilidade para alguns cargos, dadas as circunstâncias 
decorrentes de motivos funcionais, de parentesco, da condição de militar e de outras hipóteses fixadas por 
lei complementar. 
A Constituição Federal enumera no artigo 14 quatro hipóteses de inelegibilidades relativas, sendo três 
relacionadas ao fato de alguém possuir mandato no Poder Executivo e uma aplicada aos militares. 
Vejamos: 
 
1. Inelegibilidade para terceiro mandato consecutivo (motivo funcional) 
A Constituição Federal, no artigo 14, parágrafo 5º, proibiu os chefes do Executivo de exercerem três 
mandatos consecutivos. 
O Presidente da República, os Governadores (de Estado ou do Distrito Federal), os Prefeitos e quem os 
houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos, poderão ser reeleitos para um único período 
subsequente. 
Note que a restrição constitucional não alcança aqueles que detêm mandato no Poder Legislativo, de 
forma que é possível ter vários mandatos consecutivos de vereador, deputado (federal, estadual ou 
distrital) e senador. A restrição é só para mandatos do Executivo. 
A inelegibilidade impede que a pessoa exerça três mandatos consecutivos nos cargos de prefeito, 
governador e presidente. Não há vedação de que o cidadão seja quatro, cinco ou mais vezes chefe do 
Executivo, desde que não possua três mandatos consecutivos. 
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É preciso ter em mente também que a restrição constitucional abarca o vice, embora não conste 
expressamente do artigo 14 da CRFB/88. Assim, o Vice-presidente, o Vice-governador e o Vice-prefeito não 
poderão ser reeleitos para terceiro mandato consecutivo. 
Por outro lado, não há nenhum impedimento de que alguém exerça dois mandatos consecutivos de 
prefeito e em seguida exerça mandato de governador (ou dois de governador e um de presidente; ou dois 
de presidente e um de governador), desde que evidentemente preencha as demais exigências 
constitucionais e legais, mormente a renúncia ao cargo de prefeito com pelo menos seis meses antes do 
pleito. O que se proíbe é o continuísmo, é o fato de a pessoa ficar no mesmo cargo doze anos seguidos. 
Vejamos algumas situações: 
 Se João está no segundo mandato consecutivo de Prefeito de Belo Horizonte, poderá concorrer a 
Governador de Minas Gerais? Sim, desde que renuncie ao seu mandato seis meses antes da eleição e 
preencha as demais exigências legais e constitucionais para o cargo de governador. Ao final do primeiro 
mandato de governador, poderá ser reeleito? Sim, porque pode ter até dois mandatos consecutivos de 
governador. 
 
 Maria está no segundo mandato consecutivo de Vice-governadora de São Paulo. Pode Maria, nas 
eleições imediatamente subsequentes, concorrer a Vice-governadora de São Paulo novamente? Não, 
porque não pode ter três mandatos consecutivos de Vice-governadora. E se Maria quiser concorrer a 
Governadora de São Paulo, poderá? Sim, porque terá exercido dois mandatos consecutivos de Vice-
governadora e um de Governadora, isto é, outro cargo. 
 
 João foi duas vezes seguidas Governador da Bahia. Sabendo que não poderia se reeleger, resolveu 
concorrer nas eleições seguintes a Vice-governador da Bahia. É possível? Não. Quem foi duas vezes 
seguidas chefe do Executivo, não pode concorrer, na sequência, a vice, porque a principal atribuição do 
vice é suceder o titular, de forma que se fizesse a sucessão (ou mesmo a substituição), exerceria um 
terceiro mandato consecutivo. 
 
 Antônio foi duas vezes seguidas Prefeito do Rio de Janeiro. Resolveu concorrer nas eleições 
imediatamente subsequentes a Prefeito de Paraty/RJ. Antônio poderá levar adiante o seu intento? Não. 
Antônio não pode ser três vezes seguidas prefeito, ainda que de municípios diferentes, 
independentemente de ser ou não no mesmo Estado. Essa situação já foi analisada pelo Supremo Tribunal 
Federal no RE 637.485/RJ. No caso concreto, um prefeito já em seu segundo mandato consecutivo mudou 
o domicílio eleitoral com o propósito de novamente concorrer a prefeito de outro município. Essa figura 
denominada “prefeito itinerante” ou “prefeito profissional” foi rechaçada pelo STF, porque incompatível 
com a vedação constitucional do artigo 14, parágrafo 5º da CRFB/88. Assim, não é possível exercer três 
mandatos consecutivos de prefeito e nem de governador de lugar nenhum. 
 
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 Ana foi duas vezes seguidas Vice-governadora do Espírito Santo. No primeiro mandato, chegou a 
substituir a Governadora. No segundo mandato, fez a sucessão, em razão de a governadora ter falecido. 
Já na próxima eleição, Ana deseja concorrer a Governadora de São Paulo. É possível? Sim, porque 
somente quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato de governadora, razão 
por que poderá se reeleger. 
 
 Se Maria exerceu dois mandatos consecutivos de Presidente da República, se renunciar ao 
segundo mandato seis meses antes do pleito, poderá concorrer novamente, já nas próximas eleições, a 
Presidente da República? Não. Maria não poderá ter três mandatos consecutivos de Presidente. 
 
2. Inelegibilidade dos Chefes de Executivo para concorrer a outros cargos (motivo funcional) 
Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito 
(CRFB/88, artigo 14, § 6º). 
O propósito da vedação constitucional é o de impedir que os Chefes de Executivo, como gestores da 
“máquina pública” utilizem da prerrogativa de seus cargos para lograrem proveito pessoal. Assim, se 
quiserem concorrer a outros cargos (quaisquer outros cargos), deverão fazer a desincompatibilização, isto 
é, deverão deixar os cargos que ocupam com antecedência mínima de seis meses do pleito. 
Não se trata de uma mera licença, é uma renúncia. O Presidente, os Governadores e os Prefeitos deverão 
abrir mão, em definitivo, dos cargos, para concorrem a outros, quer sejam outros cargos do Executivo ou 
cargos do Legislativo, ainda que suplente. 
Vale dizer que, para concorrer aos mesmos cargos, ou seja, concorrer à reeleição, não há falar em 
desincompatibilização, porque o que se deseja é a continuidade de um plano de governo. 
A exigência de renúncia apenas se aplica aos titulares e não se estendem aos vices. Dessa forma, o Vice-
governador do Distrito Federal não precisa renunciar seis meses antes das eleições para concorrer a 
Governador ou Senador. Todavia, caso não renuncie, se vier a substituir (mesmo que por um único dia) 
ou suceder o titular, já nos seis meses que antecedem as eleições, ficará inelegível para outros cargos. 
Vejamos algumas situações: 
 João está no segundo mandato consecutivo de Governador de Sergipe. Sabendo que não pode se 
reeleger, deseja concorrer a um mandato de Senador, no mesmo Estado. João poderá concorrer ao 
mandato desejado? Não, sendo João o Governador, tem-se sua inelegibilidade para qualquer outro cargo. 
Para disputar as eleições, deveria ter renunciado seis meses antes do pleito. 
 
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 Para que o Presidente da República, em seu primeiro mandato, concorra à reeleição, é necessário 
se desincompatibilizar? Não. Aquele que concorre à reeleição não precisa renunciar. 
 
 O Senador que deseja concorrer a Governador deve renunciar ao seu mandato no prazo mínimo 
de seis meses antes da eleição? Não, essa exigência é só para quem detém mandato no Executivo. 
 
3. Inelegibilidade reflexa (motivo de parentesco) 
O § 7º do artigo 14 da Constituição Federal, para impedir a perpetuação de poder de uma família, criou 
inelegibilidade para cônjuge e parentes dos Chefes do Executivo. Dessa forma, são inelegíveis, na área de 
atuação do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos, afins, ou por adoção, até o segundo grau, do 
Presidente da República, de Governador (de Estado, Território, ou do Distrito Federal) e de Prefeito, ou 
de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato 
eletivo e candidato à reeleição. 
A área de atuação do Prefeito é o município. Dentro daquele município, o cônjuge e os parentes até 
segundo grau do prefeito são, em regra, inelegíveis a qualquer outro cargo (vereador e prefeito). A 
inelegibilidade alcança cônjuge e parentes daqueles que substituíram ou sucederam o prefeito já nos seis 
meses anteriores à eleição. 
Da mesma forma, são, em regra, inelegíveis dentro do Estado, o cônjuge e os parentes até o segundo grau 
do governador. Os cargos eletivos são: governador, deputado federal, deputado estadual, senador, 
prefeitos e vereadores de todos os municípios que integram o Estado. 
Os parentes e o cônjuge do Presidente são inelegíveis, em regra, para quaisquer cargos. 
É de se notar que o parentesco alcança até o segundo grau civil consanguíneo ou por adoção (filho, neto, 
pai/mãe, avós, irmão) e por afinidade (sogro/sogra, cunhado, enteado). Entenda-se a limitação para 
cônjuge também estendida aos companheiros, no caso de união estável. 
A inelegibilidade se dá em decorrência de exercício de mandato no Executivo, mas se aplica aos cônjuges e 
parentes dos titulares. Daí ser chamada de reflexa, porque o cargo de chefe de governo é refletido nos 
parentes e cria para estes a inelegibilidade. 
Não há nenhum impedimento de que os parentes de um governador concorram a mandatos eletivos em 
outro Estado, assim como não há impedimento de que o cônjuge do prefeito concorra a prefeito de 
outro município. A inelegibilidade alcança apenas a área de atuação do titular. 
Parentes até o segundo grau civil e cônjuge dos chefes do Executivo poderão concorrer na área de atuação 
do titular se já forem titulares de mandato eletivo e candidatos à reeleição. Há ainda a possibilidade de o 
titular renunciar ao seu mandato com pelo menos seis meses de antecedência do pleito, o que liberaria os 
parentes (ou o cônjuge). 
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Vejamos algumas situações: 
 A esposa do Prefeito de Formosa/GO pode concorrer a Prefeita de Luziânia/GO? Sim, pois sua 
inelegibilidade é apenas dentro do município em que seu cônjuge é o prefeito. 
 
 O cunhado do Governador do Acre pode concorrer a Prefeito de Rio Branco/AC? Não. O cunhado é 
parente por afinidade, em segundo grau, do Governador, razão por que em todo o Estado do Acre é 
inelegível, salvo se candidato à reeleição. 
 
 O filho de um senador eleito pelo Distrito Federal poderá concorrer a Governador do DF? Sim, pois 
o parentesco com senadores, deputados ou vereadores não gera inelegibilidade. O inverso não seria 
possível. 
 
 Pedro era vereador de São Paulo quando seu irmão foi eleito prefeito do mesmo município, em 
2016. Sabendo que Pedro foi reeleito na mesma data e que exerceu com seu irmão mandatos paralelos, 
nas eleições de 2020, os dois poderão concorrer à reeleição? Sim. Pedro preenche a exceção 
constitucional, porque já era titular de mandato eletivo e pretende concorrer à reeleição. 
 
 João exerceu um mandato de Governador do Amazonas. Seis meses antes das eleições, renunciou 
ao seu mandato para concorrer a Presidente da República. Nesse caso, poderia o filho de João, nas 
mesmas eleições em que seu pai concorrerá a Presidente, também concorrer a Governador do 
Amazonas? Sim, porque o pai poderia, se quisesse, concorrer à reeleição. Todavia, caso João já estivesse 
no segundo mandato consecutivo de Governador, sua renúncia não permitiria que o filho pudesse 
concorrer a Governador, vez que caracterizaria um terceiro mandato consecutivo. O filho, nesse caso, 
poderia concorrer a outros cargos, inclusive no Amazonas, mas não a Governador. Depreende-se, então, o 
seguinte: para que o cônjuge ou o parente até o segundo grau concorra a um primeiro mandato eletivo 
dentro da área de atuação do titular, é necessário que este renuncie seis meses antes da eleição. Para 
concorrer ao cargo do titular, não será suficiente a renúncia, ainda será necessário que o titular esteja no 
primeiro mandato, para que a soma não ultrapasse dois mandatos consecutivos. 
 
 João foi eleito Governador de Goiás em 2010. Foi reeleito em 2014. No ano de 2016, João se 
divorciou de Maria. Nas eleições de 2018, Maria pôde concorrer a Governadora de Goiás? Não. De 
acordo com o Supremo Tribunal Federal, o fim da sociedade conjugal durante o mandato não afasta a 
inelegibilidade (SV 18). O casamento acabou para fins civis, mas a inelegibilidade em decorrência da 
afinidade persistiu. Agora, se João tivesse divorciado da Maria em 2012, por exemplo, ainda em seu 
primeiro mandato, e tivesse sido reeleito em 2014, não haveria impedimento de que Maria concorresse a 
Governadora em 2018, porque a dissolução do casamento não aconteceu no curso do segundo mandato. 
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Observe o texto da Súmula Vinculante 18: 
“A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade 
prevista no § 7º do art. 14 da CF.”Grifo. 
 
 Sebastião exerceu dois mandatos consecutivos de prefeito de Anapólis/GO. No último ano de seu 
mandato, em 2016, faleceu. Nas eleições daquele ano (2016), Ana, a viúva de Sebastião, sem nenhum 
mandato eletivo, poderia ter concorrido ao cargo de Prefeita do mesmo município? Sim. Nesse caso, não 
se aplica a Súmula Vinculante 18, porque o casamento acabou involuntariamente, em razão da morte. A 
referida súmula só seria aplicada se a dissolução fosse voluntária. Ademais, não se fale em terceiro 
mandato consecutivo, porque a morte faz cessar todos os vínculos (STF, AC 3.298-AgR). 
 
 Geraldo é Prefeito de Flores/GO. Seu filho Antônio é vereador do mesmo município. Ambos estão 
no primeiro mandato. Geraldo e Antônio são inimigos declarados e de situação política oposta. O pai 
deseja concorrer à reeleição. Assim, poderá Antônio concorrer a Prefeito de Flores, disputando um 
mandato com o pai? Não. A vedação constitucional para parente é de ordem objetiva e não depende e 
persiste ainda que a disputa seja para o mesmo cargo. 
 
 Se Ana, Governadora do Ceará, tiver o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, em razão de abuso 
de poder econômico, e as eleições suplementares forem marcadas 120 dias após a decisão judicial, 
poderá seu neto concorrer a Governador do Ceará? Não. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, “as 
hipóteses de inelegibilidade previstas no artigo 14, parágrafo 7º, da Constituição Federal, inclusive quanto 
ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições suplementares.”(Tese de repercussão geral: RE 843.455). 
Assim, dado o grau de parentesco entre Ana e seu neto, incidiráao caso a inelegibilidade reflexa. Não 
importa se a eleição é regular ou suplementar. Agora, lembre-se de que em caso de morte do titular, não 
se fala de inelegibilidade. 
 
 Carlos é filho do Vice-presidente da República e deseja concorrer a Senador pelo Estado do 
Paraná. Ocorre que seu pai, quatro meses antes da eleição, substituiu o Presidente, que estava 
acometido de uma enfermidade, por 40 dias. Considerando o exposto, Carlos é elegível? Não. Aqueles 
que tenham substituído o prefeito, o governador ou o Presidente dentro dos seis meses anteriores ao 
pleito eleitoral também se submetem às inelegibilidades do artigo 14 da Constituição. 
 
4. Militares 
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A respeito dos militares, a Constituição Federal dispõe no artigo 14, § 8º, que o militar alistável é elegível, 
se atendidas algumas condições. Vejamos: 
O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
➢ se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
 
➢ se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará 
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
O militar inalistável é o conscrito e este é absolutamente inelegível. Assim, conclui-se que o militar (das 
Forcas Armadas, da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militares) que não for conscrito é elegível. 
As condições impostas pelo artigo 14, § 8º, da Constituição Federal, apenas demonstram em que condição 
poderá o militar disputar um mandato eletivo, se como agregado ou se como afastado. 
Com efeito, se o militar contar com mais de 10 anos de serviço, no momento do registro de sua 
candidatura, ficará agregado. Se não conseguir se eleger, retornará à atividade. Caso seja eleito, será posto, 
no ato da diplomação, na inatividade. Nessa hipótese, terá o direito de receber o soldo, proporcional ao 
tempo de serviço, e o subsídio pago em razão do mandato eletivo. O fim do mandato não fará com que o 
militar retorne à atividade, ainda que tal exigência conste de lei estadual (ADI 1.381). 
Por outro lado, se o militar contar com menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade. Esse 
afastamento não é uma simples licença, é definitivo. O militar deverá ser desligado da organização a que 
estiver vinculado (RE 279.469). 
 
5. Inelegibilidades advindas de lei complementar 
Para proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato, considerada vida 
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder 
econômico ou o abuso do exercício de função, o § 9º do artigo 14 da Constituição Federal autoriza a lei 
complementar a estabelecer outros casos de inelegibilidade relativa. 
 
É preciso ficar atento aos seguintes pontos: 1) inelegibilidade não pode ser criada por lei, mas por lei 
complementar; 2) a inelegibilidade criada por lei complementar é a relativa. Inelegibilidade absoluta só 
poderá ser instituída pela Constituição Federal; 3) Somente a União legisla sobre direito eleitoral (artigo 22, 
I, da CRFB/88). 
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O artigo 1º da Lei Complementar 64/1990, com redação dada pela LC 135/2010 (“Lei da ficha limpa”) fixou 
outros casos de inelegibilidades relativas, que não serão aqui pontuadas, para não entrarmos na seara do 
Direito Eleitoral. 
 
6. Outros casos 
Magistrados (CRFB/88, artigo 95, parágrafo único) e membros do Ministério Público (CRFB/88, artigo 128, 
parágrafo 5º, II, e) não podem exercer atividade político-partidária, razão pela qual não podem estar 
filiados a partidos políticos e nem concorrer a mandatos eletivos, ainda que licenciados. 
De igual maneira a lei proíbe os membros dos Tribunais de Contas (Lei 8.443/1992), os Defensores 
Públicos, enquanto estiverem atuando perante a Justiça Eleitoral (LC 80/1994) e os servidores da Justiça 
eleitoral (Código Eleitoral, art. 366) de se filiarem a partido político. 
 
(2016/Aprender – SC/SIMAE – SC/Advogado) Sobre os direitos políticos dispostos na Constituição 
Federal, analise as seguintes afirmações: 
I. Uma das condições de elegibilidade, na forma da lei é a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para 
Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de 
Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, 
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. 
II. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 
III. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até 
o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Senador, de Governador de Estado ou 
Território, do Distrito Federal, de Prefeito, ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores 
ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
IV. Lei ordinária estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger 
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do 
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso 
do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 
V. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da 
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
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A quantidade de itens corretos é igual a: 
A) 2 
B) 3 
C) 4 
D) 5 
Gabarito: A 
A) Certo. De acordo com o artigo 14, parágrafo 3º, da CRFB/88. 
B) Certo. Essa é a exigência de desincompatibilização contida no artigo 14, parágrafo 6º, da CRFB/88. 
C) Errado. De acordo com o artigo 14, parágrafo 7º, da CRFB/88, a inelegibilidade reflexa não contempla os 
parentes de Senador. 
D) Errado. Inelegibilidade é assunto de lei complementar. 
E) Certo. De acordo com o artigo 14, parágrafo 11, da CRFB/88. 
 
PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 
O artigo 15 da Constituição Federal veda a cassação de direitos políticos, mas admite hipóteses de perda 
ou de suspensão. 
A cassação de direitos políticos seria a retirada compulsória e arbitrária da condição de cidadão. A 
Constituição veda a aplicação dessa penalidade, porque além de configurar hipótese de pena de caráter 
perpétuo, significaria violação da própria condição humana, a partir de perseguição ideológica ou política, 
que fazem com que um indivíduo seja considerado inferior a outro. 
Por outro lado, a Lei Maior admite a privação de direitos políticos por meio da perda e da suspensão. A 
perda é a privação definitiva dos direitos políticos e a suspensão é a privação temporária desses direitos. 
A Constituição Federal não enumerou quais casos elencados no artigo 15 são de perda ou quais são de 
suspensão, o que provoca na doutrina alguma divergência. Segundo José Afonso da Silva, Alexandre de 
Moraes, Pedro Lenza, dentre outros, são casos de perda dos direitos políticos: 
 
Perda dos direitos políticos (restrição da capacidade ativa e da capacidade passiva) 
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1. cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgadoNos termos do artigo 12, parágrafo 4º, da CRFB/88, o brasileiro naturalizado que praticar ato nocivo ao 
interesse nacional, poderá receber, mediante sentença judicial, a pena de cancelamento da naturalização. 
Caso isso aconteça, a pessoa voltará a ser estrangeira e, consequentemente, não poderá exercer no Brasil 
direitos políticos. 
Na mesma linha, embora não expressa no artigo 15 da Constituição Federal como hipótese de restrição de 
direitos políticos, a perda da nacionalidade em decorrência da aquisição de outra também provoca a perda 
de direitos políticos. 
2. recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do artigo 5º, VIII. 
A escusa de consciência prevista no artigo 5º, inciso VIII, permite que o indivíduo, a fim de preservar as 
suas convicções ideológicas ou religiosas, possa se recusar a cumprir uma obrigação que a lei impôs a todos 
e não ser punido. Agora, se a lei estabelecer uma prestação alternativa e esta não for cumprida, o indivíduo 
sofrerá a privação de direitos políticos. 
A respeito desse caso, há controvérsia doutrinária, especialmente dentre doutrinadores no âmbito do 
Direito Eleitoral, porque a Lei 8.239/91 em seu artigo 4º, parágrafo 2º, expressamente dispõe que o caso é 
de suspensão de direitos políticos (cumprimento de serviço militar). 
 
Suspensão dos direitos políticos (restrição da capacidade ativa e da capacidade passiva) 
1. incapacidade civil absoluta 
A incapacidade civil absoluta, nesse caso, pressupõe que a pessoa exercia direitos políticos e não mais 
poderá fazê-lo, em razão de posterior incapacidade civil reconhecida em processo de interdição. 
2. condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos 
A Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos, provocará a suspensão 
dos direitos políticos do indivíduo. Não importa saber se o crime foi tentado ou consumado, doloso ou 
culposo, importa a condenação defitiva. 
O Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE 601.182, declarou a constitucionalidade da 
suspensão dos direitos políticos nos casos em que a pena de prisão é convertida em pena restritiva de 
direitos. 
Não é o recolhimento do condenado à prisão que justifica a suspensão de seus direitos políticos, mas o 
juízo de reprovabilidade da conduta expresso na condenação. 
3. improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º 
A condenação judicial por improbidade administrativa além de provocar a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, acarretará a suspensão de direitos políticos. 
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Uma outra hipótese de suspensão dos direitos políticos, embora não prevista na Constituição, consta no 
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre Brasil e Portugal, que dispõe que o brasileiro que se 
beneficiar em Portugal da equiparação prevista no artigo 12, parágrafo 1º, da CRFB/88 (equiparação ou 
quase nacionalidade), e quiser exercer direitos políticos naquele País, terá no Brasil a suspensão dos 
direitos políticos. 
 
O candidato a certames públicos precisa estar sempre atento aos conceitos. As palavras inelegibilidade, 
inabilitação e suspensão dos direitos políticos não são sinônimas! 
Analise a situação: João foi condenado à inabilitação. Maria sofreu a suspensão dos direitos políticos. 
Pedro sofreu a inelegibilidade. Qual deles sofreu a penalidade mais gravosa? 
Maria sofreu a penalidade mais gravosa, uma vez que a suspensão dos direitos políticos restringe o 
exercício da capacidade eleitoral ativa e da capacidade eleitoral passiva. A suspensão dos direitos políticos 
está prevista no artigo 15 da CRFB/88. 
João recebeu a segunda penalidade mais gravosa, pois a inabilitação provoca inelegibilidade e proibição 
de ocupar cargos e empregos públicos. A inabilitação está prevista no parágrafo único do artigo 52 da 
Constituição Federal e é aplicada aos condenados por crime de responsabilidade. 
Pedro recebeu a penalidade mais branda, porque inelegível é apenas aquele que não pode ser eleito, mas 
continua a exercer a capacidade eleitoral ativa. 
 
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO 
O mandato eletivo poderá ser impugnado perante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da 
diplomação, por meio da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME). 
A AIME deve ser instruída com provas que evidenciem por parte do candidato eleito o abuso do poder 
econômico, a corrupção ou a fraude e deve tramitar em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma 
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
Segue abaixo uma sistematização dos principais pontos da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo: 
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Objeto da ação: é o mandato conquistado na eleição, consolidado a partir da obtenção do diploma pelo 
candidato eleito. 
Causa de pedir: os fundamentos são relacionados à ocorrência de abuso de poder econômico (uso irregular 
de recursos financeiros durante o processo eleitoral), corrupção ou fraude. 
Competência: a competência para processar e julgar a AIME é do mesmo órgão da Justiça Eleitoral 
responsável pela diplomação. Assim, compete ao TSE processar e julgar AIME contra os mandatos de 
Presidente e Vice-Presidente da República. Compete ao Tribunal Regional Eleitoral processar e julgar a 
AIME em relação ao mandato do Governador e Vice-Governador; Senador; Deputados Federais e 
Deputados Estaduais, bem como suplentes de todos eles. Compete aos Juízes Eleitorais processar e julgar a 
AIME em face de Prefeito e Vice-Prefeito, além dos Vereadores e suplentes. 
Legitimidade Ativa e Passiva: a AIME poderá ser intentada por qualquer candidato, partido político, 
coligação ou pelo Ministério Público Eleitoral, conforme disposto no artigo 22 da Lei Complementar nº 
64/1990. 
No polo passivo somente podem figurar aqueles que foram diplomados, incluindo-se aí os eleitos e 
suplentes. 
Prazo para propositura: decadencial de quinze dias após a diplomação. 
Efeitos: caso seja julgada procedente, fica o mandato cassado, vez que a decisão implica na desconstituição 
do diploma expedido pela Justiça Eleitoral. 
 
 
(2018/MPE-MS/Promotor de Justiça Substituto) É incorreto afirmar, segundo dispõe a Constituição 
Federal sobre direitos políticos, que: 
A) A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da 
lei, se temerária ou de má-fé. 
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B) A incapacidade civil absoluta é hipótese de cassação de direitos políticos. 
C) O voto tem valor igual para todos, sendo que nenhuma unidade da Federação pode ter menos de oito 
ou mais de setenta Deputados. 
D) São inelegíveis os inalistáveis. 
E) Salvo se já titulares de mandato eletivo e candidatos à reeleição, são inelegíveis, no território de 
jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do 
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito. 
Gabarito: B 
A) Certo. A afirmação é compatível com o disposto no § 11 do artigo 14 da Constituição Federal. 
B) Errado. A Constituição Federal não admite a cassação de direitos políticos. A incapacidade civil absoluta 
é hipótese de suspensão dos direitos políticos, nos termos do artigo 15 da CRFB/88. 
C) Certo. Uma das características do voto é a de ser igualitário, conforme disposto no caput do artigo 14 da 
CRFB/88. O artigo 45, parágrafo 1º, da Lei Maior estabelece uma quantidade mínima (8) e uma quantidade 
máxima de deputados (70) federais por estado.D) Certo. Uma das exigências para elegibilidade é o alistamento eleitoral. Assim, os inalistáveis são 
absolutamente inelegíveis. 
E) Certo. A alternativa retrata o parágrafo 7º do artigo 14, que dispõe sobre a inelegibilidade reflexa. 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL 
O artigo 16 da Constituição Federal, com vistas a garantir segurança jurídica, estabeleceu que a lei que 
alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, mas não será aplicada à eleição 
que ocorra até um ano da data de sua vigência. Essa proteção constitucional foi denominada pela doutrina 
como Principio da Anualidade ou Principio da Anterioridade Eleitoral. 
As leis publicadas no período inferior a um ano da eleição e que tenham o escopo de modificar o processo 
eleitoral têm eficácia diferida, isto é, eficácia adiada para a eleição subsequente. Assim, caso o Congresso 
Nacional queira alterar a legislação eleitoral, com vistas a aplicar a modificação na próxima eleição, deverá 
guardar obediência ao prazo de um ano, contado da data de publicação da lei até a data da próxima 
eleição. 
Ora, depreende-se do dispositivo constitucional, que alteração na legislação eleitoral poderá ser feita a 
qualquer tempo, ainda que dias antes da eleição, mas embora o novo regramento já esteja em vigor, não 
terá aplicação na próxima eleição se não tiver sido criado com pelo menos um ano de antecedência do 
pleito. 
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Perceba, a lei que altera o processo eleitoral tem vigência imediata, mas só terá eficácia na próxima 
eleição se criada com pelo menos um ano de antecedência do pleito. Assim, cuidado para não confundir! 
Lei que altera o processo eleitoral não tem vacatio legis de um ano; antes, ela produz efeitos na data da 
publicação. A eficácia na próxima eleição é que depende do tempo mínimo de ano. 
É de se pensar então: “por qual motivo a lei mesmo em vigor pode não produzir efeitos?” A resposta é bem 
simples: para não beneficiar partidos ou candidatos por meio de uma repentina alteração no processo 
eleitoral, para impedir que lei casuística seja promulgada com o propósito de preservar o poder político e 
econômico em prejuízo do efetivo interesse popular. 
O Supremo Tribunal Federal, ao julgar procedente a ADI 3.685 e declarar a inconstitucionalidade do artigo 
2º da EC 52/2006, declarou ser a anterioridade eleitoral cláusula pétrea, que não pode ser abolida nem por 
emenda, por constituir garantia individual do eleitor. 
Com efeito, para a Corte Constitucional, o Tribunal Superior Eleitoral deve ter o cuidado de não infringir a 
garantia de anterioridade eleitoral por ocasião das chamadas viragens jurisprudenciais na interpretação 
dos preceitos constitucionais que dizem respeito aos direitos políticos e ao processo eleitoral, uma vez que 
tais mudanças têm efeitos normativos diretos sobre os pleitos eleitorais, com sérias repercussões sobre os 
direitos fundamentais dos cidadãos (eleitores e candidatos) e partidos políticos. Assim, as decisões do TSE 
que impliquem em alteração ao processo eleitoral não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e 
somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior (RE 637.485). 
 
➢ O processo eleitoral compreende desde o alistamento eleitoral até a diplomação (alistamento, 
domicílio, registro, eleição, contagem de votos, diplomação). 
➢ Lei que altera o processo eleitoral entra em vigor na data da publicação. A vacatio legis prevista no 
artigo 1º da LIDB (45 dias após a publicação) não se aplica à lei que altera o processo eleitoral. 
➢ A eficácia da lei que altera o processo eleitoral na próxima eleição depende da observância do lapso 
temporal mínimo de um ano entre a data de publicação da lei e a data da eleição. 
➢ A anterioridade eleitoral é garantia individual (cláusula pétrea) que não pode ser suprimida nem por 
emenda. 
➢ A Justiça Eleitoral também deve respeitar a anterioridade eleitoral ao produzir jurisprudência capaz 
de interferir no processo eleitoral. 
 
 
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PARTIDOS POLÍTICOS 
O pluralismo político, fundamento da República Federativa do Brasil (artigo 1º, V, da CRFB/88), é um dos 
alicerces do Estado Democrático de direito, em decorrência do qual se assegura a liberdade de consciência, 
isto é, a liberdade para ter as próprias convicções políticas, religiosas ou ideológicas. Em decorrência dessa 
liberdade, a Constituição Federal garante a criação e a atuação dos Partidos Políticos em defesa dos 
direitos fundamentais e da autenticidade do sistema representativo. 
O Partido Político é uma agremiação de uma parcela da sociedade que se propõe a organizar, coordenar 
e materializar a vontade popular, para a realização de um programa de governo. Trata-se de uma 
associação de pessoas com ideologias e propósitos comuns, que, por meio de uma pessoa jurídica, buscam 
delimitar a orientação político-econômica do País. 
Agora, por que Partido Político foi classificado como espécie de direito fundamental? Porque o partido tem 
por função fundamental permitir o exercício da democracia representativa, por meio de uma ideologia 
definida e de um plano de ação que corresponda à vontade do povo. 
Vale ressaltar que os partidos não são órgãos do Estado e nem se equiparam às entidades paraestatais. São 
pessoas jurídicas de direito privado cujo processo de criação é regulado por lei civil. Veja: os partidos 
políticos não são criados por lei, são criados na forma da lei! 
 
LIBERDADE DE CRIAÇÃO 
O caput do artigo 17 da Constituição Federal assegura a liberdade para criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos políticos, desde que resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. 
A Constituição Federal não limitou a quantidade de partidos políticos, embora tenha estabelecido 
algumas exigências para a criação e o funcionamento e tenha permitido que tal restrição seja feita por lei 
(“funcionamento parlamentar de acordo com a lei” – inciso IV do artigo 17.). Porém, fixou limitação 
qualitativa e financeira. 
A limitação qualitativa diz respeito à conformidade ideológica das pretensões do partido com os ditames 
do Estado Democrático de Direito. Evidentemente, não há falar em partido defensor de autoritarismo ou 
de redução de direito fundamental. A liberdade de criação e de funcionamento de um partido está limitada 
pelo Estado Constitucional. 
Quanto à limitação financeira, o artigo 17 da Lei Maior exige prestação de contas à Justiça Eleitoral (III) e 
proíbe o recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a 
estes (II). 
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A Lei 9.096/1995 regulamentou o artigo 17 da Constituição e exigiu que o requerimento do registro de 
partido político deve ser dirigido ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital 
Federal. 
No requerimento, deve constar, dentre outras exigências, a assinatura de seus fundadores (no mínimo 101 
pessoas), com domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos Estados. Cumprida essa exigência, o oficial 
do Registro Civil deve efetuar o registro no livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor. O 
partido político adquire personalidade jurídica nessa fase. 
No período de dois anos após o registro, o partido deve comprovar o apoiamento de eleitores não filiados 
a partido político, correspondente a, pelo menos, cinco décimos por cento dos votos válidos dados na 
última eleição geral para a Câmara dos Deputados, distribuídos porum terço, ou mais, dos Estados, com 
um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles (artigo 7º da Lei 
9.096/1995). A comprovação de cumprimento dessa exigência dará ao partido o caráter nacional exigido 
pela Constituição Federal. 
Satisfeitos todos esses requisitos, os dirigentes nacionais promoverão o registro do estatuto do partido 
junto ao Tribunal Superior Eleitoral. A partir dessa data, o partido terá exclusividade da sua denominação, 
sigla e símbolos e poderá participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter 
acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados em lei. 
 
A personalidade jurídica dos partidos políticos (direito privado) é adquirida quando do registro no cartório 
de Registro Civil. Após adquirirem personalidade jurídica, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior 
Eleitoral. 
O registro do estatuto do partido no TSE depende de demonstração de seu caráter nacional. 
 
 
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS 
Autonomia 
Os partidos políticos têm autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, bem 
como para definir em seus estatutos as normas de disciplina e de fidelidade partidária. 
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É assegurada aos partidos políticos liberdade para definir o cronograma e a execução das atividades 
eleitorais de campanha e as regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e 
provisórios (inclusive o prazo de duração dos mandatos dos membros desses órgãos). 
Os partidos políticos também têm autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas 
coligações nas eleições majoritárias, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito 
nacional, estadual, distrital ou municipal. 
A Emenda Constitucional 97/2017 trouxe nova redação ao artigo 17 da Constituição Federal e passou a, 
dentre outras coisas, proibir a coligação na eleição proporcional. A última eleição a admitir as coligações 
nas eleições proporcionais foi a de 2018. A partir das eleições municipais de 2020, os partidos não mais 
poderão se coligar na disputa de vagas para vereadores, deputados estaduais/distritais e nem deputados 
federais. O objetivo da emenda foi o de evitar o chamado “efeito Tiririca”, isto é, candidato com votação 
expressiva consegue apenas com os seus votos eleger outros do mesmo grupo. Para exemplificar, em 2014, 
o candidato Tiririca (PR/SP) foi o “puxador de votos” de sua coligação e conseguiu eleger outros cinco 
deputados federais. 
 
O Partido Político é livre para fazer coligação nas eleições majoritárias (Presidente, governador, prefeito 
e senador). Entretanto, é vedada a coligação nas eleições proporcionais (deputados e vereadores). 
Outro aspecto merecedor de destaque, a respeito da autonomia dos Partidos Políticos, é a liberdade para 
fazerem, nas eleições majoritárias, as coligações que desejarem, sem obrigatoriedade de manutenção das 
alianças feitas em âmbito nacional, nos estados, Distrito Federal e municípios. 
No ano de 2002, o Tribunal Superior Eleitoral, por resolução (Resolução 20.993), fixou a chamada 
“verticalização”, para determinar que se os partidos se coligassem numa determinada chapa para as 
eleições presidenciais, deveriam manter a mesma aliança nos estados, DF e municípios, na disputa dos 
demais cargos. Nessa linha, se o Partido Alfa se coligasse ao Partido Beta para apoiar João, candidato a 
Presidente da República, deveria manter a mesma coligação em todos os estados, para apoiar os mesmos 
candidatos a governador, deputados ou senadores. Dois anos depois, nas eleições municipais, a aliança 
deveria ser preservada ainda. 
A justificativa do TSE teve embasamento no fato de os partidos possuírem caráter nacional, não obstante o 
fato de serem autônomos. A regra da verticalização teve que ser cumprida em 2002. 
No dia 08 de março de 2006, foi promulgada a Emenda Constitucional 52, que deu nova redação ao 
parágrafo 1º do artigo 17 da Constituição Federal, e acabou com a verticalização ao prescrever a liberdade 
de coligação, sem nenhuma obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, 
estadual, distrital ou municipal. 
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É de se notar que a referida emenda foi promulgada já no ano eleitoral, de maneira que sua imediata 
aplicabilidade seria ofensa ao disposto no artigo 16 da Lei Maior: o princípio da anterioridade eleitoral. 
O Conselho Federal da OAB questionou ao Supremo Tribunal Federal, por ação direta de 
inconstitucionalidade (ADI 3.685), o artigo 2º da EC 52/2006, que dava imediata aplicação à emenda (aliás, 
retrocedia ao ano de 2002!). A Corte Constitucional julgou a ação procedente, de forma que embora a 
verticalização tenha acabado em março de 2006, a partir da mudança na redação do artigo 17 da CRFB/88, 
ainda teve que ser aplicada naquele ano, em razão da anterioridade eleitoral. A partir das eleições de 2010, 
os partidos políticos ganharam autonomia constitucional para fazerem as suas alianças sem nenhuma 
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. 
Por último, quanto à fidelidade partidária, segundo o Supremo Tribunal Federal, nas eleições 
proporcionais, o candidato que abandonar a legenda que o elegeu perderá o mandato (MS 26.603). Por 
outro lado, o sistema majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, 
tem lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário, com 
sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de partido, 
frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular, razão pela qual a mudança de partido após a 
eleição não implicará em perda de mandato nas eleições majoritárias (ADI 5.081). 
 
Imunidade tributária 
O artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal, dispõe que é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos 
políticos, atendidos os requisitos da lei. Essa proteção constitucional objetiva, por meio da imunidade 
tributária ideológica, garantir aos partidos a liberdade de defesa de suas convicções ideológicas e de suas 
propostas para o país (ou estado, ou município), sem sofrer represália por parte do governo, que 
eventualmente, pode ter posição política contrária à de um determinado partido político. 
 
Fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão. 
A Emenda Constitucional 97/2017 trouxe importante modificação ao parágrafo terceiro do artigo 17 da 
Constituição Federal, que passou a restringir duas garantias constitucionais dadas aos partidos políticos, 
quais sejam: o recebimento de recursos do fundo partidário e o acesso gratuito ao rádio e a televisão. 
O Fundo Partidário (Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos) tem o propósito de 
ajudar a custear as despesas de partidos políticos, para que não venham a ser extintos por falta de 
recursos. É constituído por dotações orçamentárias da União, multas, penalidades, doações e outros 
recursos financeiros que lhes forem atribuídos por lei. Trata-se de dinheiro público, razão por que seu uso 
sofre a fiscalização tanto feita pela Justiça eleitoral quanto pelo Tribunal de Contas da União. 
O acesso gratuito ao rádio e à televisão, também conhecido como direito de antena, permite a divulgação 
ao eleitorado, por meio de grandes veículos de comunicação, das propostas dos partidos políticos para a 
governabilidade do país, bem como a divulgação de seus candidatos. 
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Nos termos do artigo 17, § 3º, da Constituição Federal, somente terão direito a recursos do fundo 
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que 
alternativamente preencherem um dos requisitos abaixo: 
a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos 
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% 
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou 
 
b) tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das 
unidades da Federação. 
Com efeito, nem todos os partidos políticos, poderão gozar de recebimento de Fundo Partidário e de 
acesso gratuito ao rádio e à televisão. Os direitos só existirão se atendidos os pressupostos 
constitucionais, que exigem um desempenho mínimo nas eleições proporcionais federais, quer seja em 
relação à quantidade de votos ou à quantidade de deputados federais eleitos. 
Fica estabelecida constitucionalmente, então, a cláusula de barreira, já antes declarada inconstitucional 
pelo Supremo Tribunal Federal, por mais de uma vez, quando se tentou, por lei, exigir do partido um 
desempenho mínimo. 
Vale enfatizar que a restrição acima enumerada quanto ao acesso dos partidos políticos aos recursos do 
fundo partidário e ao direito de antena deve ser aplicada a partir das eleições de 2030. Até lá, 
gradativamente, a começar das eleições de 2018, será aplicada uma regra de transição, na forma abaixo: 
 
Legislatura posterior às eleições 
de 2018 
Legislatura posterior às eleições 
de 2022 
Legislatura posterior às eleições 
de 2026 
1. obtiverem, nas eleições para a 
Câmara dos Deputados, no 
mínimo, 1,5% (um e meio por 
cento) dos votos válidos, 
distribuídos em pelo menos um 
terço das unidades da Federação, 
com um mínimo de 1% (um por 
cento) dos votos válidos em cada 
uma delas; ou 
2. tiverem elegido pelo menos 
nove Deputados Federais 
distribuídos em pelo menos um 
terço das unidades da Federação. 
1. obtiverem, nas eleições para a 
Câmara dos Deputados, no 
mínimo, 2% (dois por cento) dos 
votos válidos, distribuídos em 
pelo menos um terço das 
unidades da Federação, com um 
mínimo de 1% (um por cento) dos 
votos válidos em cada uma delas; 
ou 
2. tiverem elegido pelo menos 
onze Deputados Federais 
distribuídos em pelo menos um 
terço das unidades da Federação. 
1. obtiverem, nas eleições para a 
Câmara dos Deputados, no 
mínimo, 2,5% (dois e meio por 
cento) dos votos válidos, 
distribuídos em pelo menos um 
terço das unidades da Federação, 
com um mínimo de 1,5% (um e 
meio por cento) dos votos válidos 
em cada uma delas; ou 
2. tiverem elegido pelo menos 
treze Deputados Federais 
distribuídos em pelo menos um 
terço das unidades da Federação 
Ao eleito por partido que não preencheu os requisitos previstos acima (desempenho mínimo), é 
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha 
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atingido. Essa filiação não será considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de 
acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão (CRFB/88, artigo 17, parágrafo 5º). 
 
1. As emissoras de TV e rádio, quando optam por realizar debates eleitorais, devem obedecer a diretrizes 
mínimas fixadas em lei. Em relação à definição dos participantes dos debates, é válida a garantia legal de 
participação dos candidatos de partidos ou coligações que tenham representatividade mínima de dez 
deputados federais. Assim, as emissoras de rádio e de televisão estão livres para promoverem os debates e 
para convidarem os candidatos que quiserem, desde que não excluam aqueles candidatos filiados a 
partidos ou coligações que têm pelo menos dez deputados federais eleitos (ADI 5.487). 
2. A distribuição de recursos do Fundo Partidário destinado ao financiamento das campanhas eleitorais 
direcionadas às candidaturas de mulheres deve ser feita na exata proporção das candidaturas de ambos os 
sexos, respeitado o patamar mínimo de 30% de candidatas mulheres previsto no artigo 10, parágrafo 3º, da 
Lei 9.504/1997. Assim, se o partido tiver apenas o mínimo exigido por lei de candidatas, deverá reservar 
30% dos recursos do Fundo Partidário para as mulheres, mas se tiver 40 % de mulheres, terá que aplicar 
também 40% dos recursos do Fundo, e assim por diante. (ADI 5.617). 
 
(2019/CESPE/TJ-SC/Juiz Substituto) Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda 
gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que, na legislatura seguinte às eleições de 2018, 
obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo 
A) 1% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no 
mínimo, 1% dos votos válidos em cada uma delas. 
B) 1, 5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no 
mínimo, 1% dos votos válidos em cada uma delas. 
C) 2% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no 
mínimo, 1,5% dos votos válidos em cada uma delas. 
D) 2,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com no 
mínimo, 2% dos votos válidos em cada uma delas. 
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E) 2,5% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com, no 
mínimo, 2,5% dos votos válidos em cada uma delas. 
Gabarito: B 
De acordo com o artigo 3º, parágrafo único, da EC 97/2017, na legislatura seguinte às eleições de 2018, 
terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo gratuito em rádio e TV os Partidos Políticos que 
obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% dos votos válidos, distribuídos em 
pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma 
delas; ou tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das 
unidades da Federação. 
 
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
A Constituição Federal assegura liberdade e autonomia aos Partidos Políticos, mas não de modo absoluto. 
Constam na Lei Maior duas proibições aos partidos. São elas: 
➢ proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de 
subordinação a estes (artigo 17, II); 
 
➢ vedação de utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar (artigo 17, parágrafo 4º). 
A Lei 9096/1995, com redação dada pela Lei 13.488/2017, na linha do que foi decidido pelo Supremo 
Tribunal Federal na ADI 4.650, buscou a formulação de um modelo constitucionalmente adequado de 
financiamento de campanhas ao proibir o partido de receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma 
ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade 
de qualquer espécie, procedente de: a) entidade ou governo estrangeiros; b) entes públicos e pessoas 
jurídicas de qualquer natureza; c) entidade de classe ou sindical; d) pessoas físicas que exerçam função ou 
cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os 
filiados a partido político. 
 
(2018/VUNESP/Câmara de Campo Limpo Paulista – SP/Procurador Jurídico) Sobre a disciplina 
constitucional dos Partidos Políticos, e considerando as alterações empreendidas pela Emenda 
Constitucional no 97/2017, assinale a alternativa correta. 
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A)

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