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Guia 1 de Empreendedorismo - Hist?rico e Caracter?sticas.pdf Empreendedorismo Histórico e Características EMPREENDEDORISMO: HISTÓRICO E CARACTERÍSTICAS PROF. CARLOS ALÍPIO CALDEIRA Guia referente à disciplina de Empreen- dedorismo do Centro Universitário de Rio Preto, elaborado pelo Prof. M.e Carlos Alí- pio Caldeira. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SÃO PAULO – BRASIL CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP Halim Atique Junior Reitor Manuela Kruchewsky Bastos Atique Vice-Reitora Anete Maria Lucas Veltroni Schiavinatto Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Agdamar Affini Suffredini Pró-Reitora Acadêmica Sérgio Luís Conti Pró-Reitor Administrativo e Financeiro APRESENTAÇÃO .............................................................. 5 1 . CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO ..................... 1.1, Primórdios ................................................................... 1.2 .Análise histórica ........................................................... 1.3, Características do perfil do empreendedor .................. 7 8 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ 17 REFERÊNCIAS .................................................................. 18 Empreendedorismo 5 APRESENTAÇÃO Bem-vindo ao guia de estudos da disciplina de Empreende- dorismo! Neste guia, estudaremos [a história do empreendedorismo, as características do empreendedor e o panorama do empreendedorismo no Brasil. Para que este guia fosse produzido, utilizamos livros, artigos, manuais e relatórios para refletirmos as principais informações a respeito do tema. Os autores utilizados neste guia, assim como outros que serão utilizados nos próximos, são referência no tema. Você pode e deve, na me- dida de sua disponibilidade, consultar suas obras completas. A partir deste estudo, poderemos ter, em linhas gerais, um panorama sobre o que trata a disciplina de Empreendedorismo. Leia e estude atentamente o guia. Muito esperamos que este texto o ajude em uma melhor compreensão da importância deste assunto e da possibilidade de também se tornar um empreendedor. 7 1 1. CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO A palavra “empreendedorismo” refere-se aos estudos relativos ao em- preendedor, discute o perfil dele, as origens dele e o universo de atuação dele. O termo “empreendedor” é utilizado para identificar o indivíduo que, de uma forma especial e inovadora, se dedica às atividades de administração, de organização, dirigindo e controlando um negócio. O trabalho do empreendedor traduz-se na geração de riquezas por meio da transformação de conhecimento e de bens em novos produtos ou em novos serviços, gerando, assim, uma nova forma de atuar em um determinado mercado; esse termo ainda é utilizado pela identificar o fundador de uma em- presa que desbravou o mercado muitas vezes, criando algo que até então não existia e, em muitos casos, gerando necessidades a uma determinada popula- ção, como a criação do smartphone. 1.1 . Primórdios O termo empreendedorismo foi tratado pelo economista Richard Can- tilon em 1755, identificando o empreendedor como alguém que assume riscos no processo de compra e de posterior revenda de produtos. Já o economista Jean Baptiste Say em 1888 apontou a importância do empreendedor na constituição e na direção de empresas, mas principalmente no desenvolvimento de um país, atribuindo a prosperidade deste à existência de muitos empreendedores. Joseph A. Schumpeter em 1942 identifica o empreendedor como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de realizar a “destruição criativa”, ou seja, por meio da introdução de novos produtos ou de novos serviços, ser capaz de destruir a ordem econômica existente, obtendo, assim, sucesso com seu novo Empreendedorismo 8 empreendimento. (MAXIMIANO, 2011) Conforme Degen (2009), o empreendedor não mede esforços para vencer todas as dificuldades e desenvolver seu negócio, de modo que está disposto a pagar o preço do sacrifício pessoal para obter sucesso. Essa disposição descreve o empreendedor como: • alguém que não se conforma como os produtos e os servi- ços estão disponíveis no mercado e procura melhorá-los; • alguém que, por meio de novos produtos ou de novos ser- viços, procura superar os produtos existentes no mercado; • alguém que não se intimida com as empresas estabelecidas e as desafia com o seu novo jeito de fazer as coisas. Podemos entender que a satisfação do empreendedor está no re- sultado de um objetivo alcançado; assim, para ele a empresa não existe apenas por existir sem um propósito: ela deve existir para atender a uma necessidade e, acima de tudo, para atingir a um objetivo determinado pelo empreendedor. Mais à frente, vamos entender a importância de ter esse objetivo bem delineado antes da abertura da empresa; então começare- mos a perceber nas empresas que convivemos que cada uma tem (ou deveria ter) um propósito bem delineado. 1.2 Análise histórica O termo empreendedor (entrepreneur) surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII, com o objetivo de designar aquelas pessoas ousa- das que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir. O economista francês Jean Baptiste Say em 1888 discutiu a capa- cidade do empreendedor de mover recursos econômicos de uma área de baixa para outra de maior produtividade e retorno, obtendo assim sucesso em seu empreendimento. Mais tarde, o austríaco Joseph Schumpeter, um dos mais importan- tes economistas do século X, atribui a esse indivíduo o real papel da ino- Empreendedorismo 9 vação por meio do processo “criativo-destrutivo” do capitalismo, segundo o qual o desenvolvimento de uma nova tecnologia ou do aprimoramento de uma antiga é que conduz ao sucesso. Essas é que tornam esses indivíduos em verdadeiros agentes de mudança na economia. Para entender melhor essa relação, observe na figura a seguir a situação hipotética de um mercado qualquer. Cada pedaço da pizza repre- senta uma empresa e a quantidade de clientes que essa empresa detém. Figura 1: quantidade de clientes de empresas O fato de entrar uma nova empresa neste mercado, de esta pro- vocar o “criativo-destrutivo” proposta por Schumpeter ou simplesmente de destruir a ordem econômica existente faz com que alguns clientes das em- presas existentes deixem (momentânea ou definitivamente) de consumir nestas empresas e passem a consumir na nova empresa. Com esse movi- mento, os clientes ainda podem acabar descobrindo e experimentando ou- tras empresas que até então não consumiam; dessa forma, a ordem eco- nômica pode ser alterada de tal sorte que as empresas iram experimentar um aumento ou uma queda na participação do mercado, como podemos observar na figura a seguir: Empreendedorismo 10 Figura 2: participação das empresas no mercado Esta visão é ampliada por Peter Drucker, considerado “o pai da administração moderna”: ele descreve o empreendedor como aquele que aproveita as oportunidades para criar mudanças, não se limitando aos seus talentos pessoais e intelectuais, mas apresenta capacidade para mobilizar recursos externos, trabalhando com a interdisciplinaridade de conhecimen- to e de experiências, a fim de alcançar seus objetivos. O Vale do Silício na Califórnia EUA é um bom exemplo de empreendedorismo: lá a Babson College destaca-se como um dos mais importantes polos no incentivo do empreendedorismo, aplicando o ensino deste nos cursos de graduação e de pós-graduação, de tal modo que a teoria e a prática caminham lado a lado, dando a oportunidade de o aluno identificar oportunidades no mercado. Essa tendência de ensino espalhou- -se pelo mundo, e esse é o motivo de você ter esta disciplina neste curso. Pense um pouquinho sobre sua trajetória até aqui: muito prova- velmente sua família e amigos apoiam seus estudos e incentivam a sua conclusão para que você possa conseguir um bom emprego. Não há nada de errado nisso, porém, por que você, ao invés de ser empregado em uma boa empresa, não pode ter a sua própria empresa, desafiar a ordem econô- mica existente e apresentar ao mercado um novo negócio com um produto inovador ou um serviço diferenciado? Eu o convido a pensar nisso durante esta disciplina. Empreendedorismo 11 Enquanto isso, vamos voltar à história: no século XVII, o econo- mista Richard Cantillon, observando o empreendedor e sua capacidade de assumir riscos, diferenciou-o do capitalista, aquele que fornece o capital e portanto assume um risco muito menor. Se não conseguiu enxergar a diferença de risco, pense: o empreendedor tem de identificar o mercado, o produto ou serviço que será oferecido, tem de contratar e de gerir os em- pregados, entre outras coisas. Já é possível perceber que, por existirem vários fatores envolvidos, naturalmente o risco é maior, mais isso para o empreendedor não é fator de medo, mas sim de desafio a ser vencido. A diferenciação entre capitalista e empreendedor somente ocorreu no século XVIII, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo, por meio da Revolução Industrial, dando início à ne- cessidade de organização e de gestão de recursos em quantidade e em complexidade que até então não existia. Toda essa mudança leva o final do século XIX e o início do século XX a uma confusão frequente entre os administradores e os empreende- dores, confundindo estes com administradores por também executarem as atividades de organização da empresa, por realizarem pagamentos, por planejarem, por dirigirem e controlarem as ações desenvolvidas na em- presa. Essa confusão ainda é muito comum hoje em dia. Logo à frente, discutiremos as características do empreendedor e assim ficará mais fácil para você distinguir. Antes, vamos discutir as duas formas de empreendedorismo: o em- preendedorismo por oportunidade e o empreendedorismo por necessidade. Em se tratando disso, Dornelas (2005) registra que, de um lado, há o empreendedorismo de oportunidade, como sendo o empreendedor que visualiza uma oportunidade e sabe aonde quer chegar, criando, assim, uma organização com um planejamento prévio do que será feito, visando sempre à geração de lucros e ao crescimento da mesma. Essa forma de empreender ocorre quando, por exemplo, o indiví- duo está no mercado de trabalho e percebe, por uma necessidade própria ou pela observação de acontecimentos no seu dia a dia, a oportunidade de investir em um determinado ramo. Como, na maioria das vezes, ele está Empreendedorismo 12 empregado ou tem uma outra forma de sustento, a oportunidade percebida pode ser estudada com calma, há tempo não só para que o empreendedor avalie os pontos fortes e fracos que terá neste investimento, mas também para que faça uma avaliação das ameaças e oportunidades que se apre- sentam por seus futuros concorrentes. Em contraponto, há o empreendedorismo por necessidade, se- gundo o qual o empreendedor se faz por falta de opção no mercado de trabalho, por estar desempregado ou, até mesmo, por não ter alternativas promissoras de trabalho. É característica básica o fato de esses negócios serem criados na informalidade, sem um planejamento adequado, levando, em muitos casos, ao falecimento prematuro dessas empresas. O projeto Global Entrepreneurship Monitor (GEM) tem como objeti- vo a realização de pesquisas anuais na busca de compreender a atividade empreendedora nos países e a influência desta no desenvolvimento eco- nômico e social. Esse projeto teve início em 1999 por meio de uma parce- ria entre a Londo Business School e o Babson College e, hoje, é o maior estudo de empreendedorismo em andamento no mundo. O Brasil participa deste estudo desde 2000. No gráfico a seguir podemos observar a taxa de empreendedoris- mo por necessidade e oportunidade nos últimos anos: Figura 3: taxas de empreendedorismo por oportunidade e por necessidade Fonte: GEM Brasil, 2016 Empreendedorismo 13 Perceba que a taxa de empreendedorismo por necessidade vinha apre- sentando uma queda desde 2008 e que voltou a crescer a partir de 2015. Quanto maior for essa taxa, pior é para o país, pois ela demonstra que existe uma par- cela da população que, por não conseguir recolocação no mercado de trabalho ou por ter de compor a renda familiar, está empreendendo sem o devido preparo, fator esse que aumenta o risco de o investimento não dar certo e que colabora com os índices de fechamento de empresas, pois. A seguir, observamos na tabela as principais atividades desenvolvidas pelos empreendedores por oportunidade e por necessidade segundo a pesquisa realizada pelo GEM 2016. Tabela 1: atividades dos empreendedores nascentes Fonte: GEM Brasil, 2016 1.3 Características do perfil do empreendedor Filion (2000) define o empreendedor como uma pessoa que compele to- das as suas forças em prol de atingir determinado objetivo, seja criando sua Empreendedorismo 14 própria empresa, seja desenvolvendo novas formas de se pensar na orga- nização na qual ela esteja inserida ou, até mesmo, confeccionando novos produtos em prol do bem comum. Dolabela (2006) afirma que um empreendedor deve contribuir para o bem social do local em que ele atua, deve ter um compromisso com a sociedade, não bastando o ganho de lucros ou um bom faturamento. Colabora Schumpeter (1949 apud Dornelas, 2005) que o empreen- dedor pode ser associado ao desenvolvimento da economia, às inovações e ao aproveitamento de oportunidades em negócios. Dornelas (2005) destaca que os empreendedores são pessoas di- ferenciadas e apaixonadas pelo que fazem, não se contentado em ser ape- nas um em meio a multidão, mas sim em fazer a diferença, lançando o dife- rencial dele em prol dos outros, deixando assim uma história a ser seguida. O quadro a seguir apresenta as principais características de um empreendedor: BERNARDI (2003) SEBRAE (2013) DORNELAS (2005) Capacidade de opor- tunidades Busca de oportunidade e iniciativa Explorar ao Máximo as oportunidades Capacidade de assu- mir riscos Correr riscos calculados Capacidade de Assu- mir Riscos Calculados Capacidade de Rela- cionamento Persuasão e rede de contatos Capacidade de rela- cionar-se bem Persistência Persistência Determinação e Dina- mismo Autoconfiança Independência e auto- confiança Independência Liderança Carismá- tica - Liderança - Busca de Informações Conhecimento Agressividade e energia para realizar ações Comprometimento Facilidade em tomar decisões Empreendedorismo 15 Dinamismo Estabelecimento de me- tas Dedicação Independência Planejamento e monito- ramento sistemáticos Indivíduo que faz a di- ferença Flexibilidade e resis- tência a frustrações Exigência de qualidade e eficiência Otimismo e gostar do que faz Criatividade - Organização Capacidade de equi- librar sonhos e reali- zações - Idealismo - - Delegação e comuni- cação Tabela 02: características de um empreendedor. Você pode observar que algumas características empreendedoras são comuns aos três autores, tais como: a busca constante pelas oportu- nidades, a capacidade de assumir riscos, o relacionamento interpessoal, a persistência e também a autoconfiança; contudo, há algumas caracterís- ticas que são comuns a pelo menos dois autores, como é o caso da lide- rança, em que tanto Bernardi (2003) quanto Dornelas (2005) afirmam que a mesma é de suma importância para um empreendedor. Ainda, SEBRAE (2013) apresenta que a busca de informações são necessárias, colabo- rando com Dornelas (2005) que também assegura o conhecimento como qualidade indiscutível ao empreendedor de sucesso. Não obstante, há ainda os atributos que os autores julgam neces- sários de forma distinta, como observados na tabela; por conseguinte, ave- rígua-se que, mesmo não sendo comuns entre si, fazem parte da extensa gama pertinente ao perfil empreendedor, dando os subsídios necessários para o crescimento e fortalecimento do mesmo, tanto no âmbito pessoal, quanto no profissional. A literatura traz um número muito grande de características do em- preendedor. Cada autor apresentará as características que achar mais im- portantes, porém, assim como foram apresentadas na tabela 02, você irá perceber que, apesar de serem abordadas de forma diferente, no fundo acabam tendo o mesmo significado. Empreendedorismo 16 Para muitos empreendedores, essas características – se não na totalidade, mas em grande parte – são natas deles, ou seja, já nascem com esses comportamentos; porém as pessoas que desejam empreender e que não possuem essas características podem desenvolvê-las e torná-las um hábito, como se tivessem nascido com elas. Empreendedorismo 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse guia, estudamos a história do empreendedorismo, o com- portamento do empreendedor e o panorama do empreendedorismo no Brasil. Você pode observar que existe uma diferença entre empreender por oportunidade e empreender por necessidade, chegando à conclusão de que o país se torna mais sustentável, quando os empreendimentos por oportunidade são em maior quantidade. Em um próximo estudo, você terá contato com o conceito de em- presa e conhecerá seus departamentos. Empreendedorismo 18 REFERÊNCIAS BERNARDI, L. A. Manual de empreendedorismo e gestão: fundamentos, estratégias e dinâmicas. São Paulo: Atlas, 2003. DEGEN, R. J. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. DOLABELA, F. O segredo de Luísa. 30 ed. rev. e atual. São Paulo: Editora de Cultura, 2006. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negó- cios. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. FILION, L.J.; DOLABELA, F. Boa ideia! E agora?: plano de negócio o ca- minho seguro para criar e gerenciar sua empresa. São Paulo: Cultura Edi- tores Associados, 2000. GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Empreendedorismo no Brasil 2016: relatório executivo. Disponível em: http://www.bibliotecas.sebrae. com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/b4607994f241c36e- f87a76f233fda2cf/$File/7578.pdf. Acesso em: 18 jan. 2018. MAXIMIANO, A.C.A. Administração para empreendedores: fundamen- tos da criação e da gestão de novos negócios. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Disciplina de Empreendedorismo. Brasília, 2013. http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/b4607994f241c36ef87a76f233fda2cf/$File/7578.pdf http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/b4607994f241c36ef87a76f233fda2cf/$File/7578.pdf http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/b4607994f241c36ef87a76f233fda2cf/$File/7578.pdf
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