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Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC epidemiologia É um documento que tem natureza de atestado (está atestando a morte de alguém) e só pode ser preenchido pelo médico. É unificado em todo o Brasil desde 1979, ou seja, em qualquer região do Brasil é o mesmo modelo de declaração de óbito. Cada D.O. possui um número para ser localizada pelo ministério da saúde, dessa maneira é proibido fazer cópia dela. Toda D.O. vem com 03 vias: a primeira (de cor branca) vai para a secretária municipal de saúde, a segunda (de cor rosa) vai para a família e a terceira (de cor amarela) vai ficar no prontuário do paciente. É proibido cobrar pela D.O. Quando você comete um erro no preenchimento da D.O. não se pode rasga-la, se escreve bem grande nas folhas “INUTILIZADA” e devolve os kits com 3 vias para a secretária municipal. Certidão de óbito é diferente da declaração de óbito. A certidão é um documento jurídico cartorial que é feito pelo cartório através da declaração de óbito. A declaração de óbito é, portanto, um documento sanitário e epidemiológico. Quando a morte foi devido a causas externas (homicídio, suicídio ou acidentes) o médico não dá a D.O., ele tem que enviar o corpo para o IML analisar. Dessa maneira o médico vai colocar no prontuário a sua suspeita diagnóstica (mas atenção porque essa suspeita tem que ter fundamento) e encaminhar o cadáver. É importante se atentar para aqueles casos que foram por morte violenta, mas que o paciente ficou crônico por um tempo e aí o médico que o atende no falecimento, por não ter conhecimento as vezes do que gerou todo o quadro do paciente, faz a D.O. e depois vai ter que responder diante do CREMEB pelo erro. Por exemplo: um paciente vítima de tentativa de homicídio com arma de fogo, faz a cirurgia e tira uma grande porção da alça intestinal. Tendo que lidar com as complicações desse procedimento, ele vai mudando de hospital e vem a falecer 2 anos depois. Embora o prontuário esteja enorme nesse paciente é importante o médico se atentar para o que gerou esse quadro (professor sugere colocar no prontuário uma lista de problemas e ao invés de tirar eles quando forem sendo resolvidos, colocar o resolvido do lado – exemplo abaixo) Em caso de morte não violenta, o médico deve tirar a roupa do paciente e examina- lo cuidadosamente (para atestar a morte e procurar sinais de violência), colher a história com os familiares, descrever no prontuário o exame e a história, por fim dar a D.O. A declaração vai ser dividida em 9 campos: Bloco I: Identificação; Bloco II: Residência; Bloco III: Local de ocorrência (do óbito); Bloco IV: Exclusivo para óbitos fetais e <1ano; Bloco V: Condições ou causas do óbito; Bloco VI: Dados do médico que assinou a DO Bloco VII: Causas externas (preenchida apenas pelo legista) Bloco VIII: Cartório Bloco IX: Localidade sem médico Quando é um campo que se aplicaria ao caso, mas você por algum motivo não tem a informação deve-se assinalar o campo ignorado. Bloco I - Identificação Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC - A cor do falecido deve ser perguntada ao responsável pelas informações do falecido. - Óbito fetal é uma D.O. que não possui declaração de nascido vivo, pois já nasceu morto, bem como não terá nome civil. Nesse sentido no item 5 (nome do falecido) constará como “natimorto de nome da mãe”. No item 6 (nome do pai) não constará nenhum nome também, porque não teve como registrar um pai para o bebê. - Naturalidade é referente a cidade que nasceu. - Com relação a ocupação, tomar cuidado para não colocar apenas aposentado (diferenciar se é um encanador aposentado, juiz aposentado, professor aposentado...) ou desempregado (especificar o que ele fazia antes de perder o emprego igual com o aposentado). Em caso de óbito infantil, pode se colocar no campo da escolaridade “sem escolaridade” e deixar a ocupação em branco. Bloco IV- Óbitos fetais e menores de 1 ano - Dos itens 27-36 são preenchidas as informações da mãe. Bloco V – Condições e causa da morte - Assistência médica não é ter um médico do lado enquanto a pessoa está morrendo, é quando o paciente falece de uma doença que vinha sendo acompanhada pelo sistema de saúde. Se preenche a causa da morte de baixo para cima. Causa básica: é a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte ou as circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal (CID-10). São elas que vão para o datasus. Causas intermediárias: São aquelas causas que ocorrem no período entre a causa básica e o momento do óbito, deverão ser preenchidas nas linhas acima (linhas b e c) da linha da causa básica (linha d). Causa imediata ou terminal: É a doença que levou ao óbito, o último evento patológico que ocorreu com esse indivíduo gerando sua morte. Mas, dependendo do caso, não precisam ser preenchidas as 4 linhas, por exemplo: Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC OBS.: Falência de múltiplos órgãos, parada cardiorrespiratória não são causas de morte, são sinais de morte. Já a parte dois vai se referir somente a outras comorbidades que esse paciente apresentava, (era coadjuvante). Bloco IX – Localidade sem médico Quando o paciente morre em um lugar que não possui médico podem ir duas testemunhas perante o cartório de registro civil atestar que viu o paciente morto. Nessa situação no atestado não constará a causa mortis porque somente o médico pode diagnosticar o motivo da morte do indivíduo. É vedado ao médico atestar óbito sem tê-lo constatado presencialmente. No datasus estará a causa básica de morte e pode ser usada nos coeficientes de acordo com o que você quer calcular, por exemplo: mortes em acidentes de trânsito, morte por IAM ... O sistema que se relaciona com a D.O. é o SIM. Paciente diabético não insulino dependente, deu entrada no pronto- socorro às 10:00 com história de vômitos sanguinolentos desde 6:00 da manhã. Desde 8:00 com tonturas e desmaios. Ao exame físico, descorado +++/4+, e PA de 0 mmHg. A família conta que paciente é etilista há 10 anos e que dois anos atrás esteve internado com hematêmese, sendo diagnosticado cirrose hepática e varizes de esôfago após exame endoscópico. Às 12:00 de hoje, apresentou parada cardiorrespiratória e teve o óbito verificado pelo médico plantonista, após o insucesso das manobras de reanimação. Mulher de 27 anos, atendida na emergência às 22h com quadro de queda da pressão arterial, hemoglobina de 7 g/l, volume globular de 28%, dor à palpação de abdome, distensão abdominal e macicez de decúbito. Às 23h, foi encaminhada para laparotomia e recebeu 2 unidades de concentrado de hemácias. Na cirurgia, sofreu parada cardíaca. Durante a laparotomia, constatou-se quadro de gravidez ectópica rota. Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC
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