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Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC epidemiologia Como foi dito anteriormente a epidemiologia consiste na ciência que estuda a distribuição da saúde e da doença nas populações humanas e seus determinantes, propondo medidas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e gerando indicadores para suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. Nesse sentido temos a epidemiologia descritiva que vai se responsabilizar por avaliar a frequência ou a distribuição das enfermidades, enquanto a analítica irá estudar os fatores determinantes que explicam tal distribuição ou frequência. Associação direta: Quando o determinante e o efeito são diretamente proporcionais, ou seja, se um diminui o outro diminui e vice-versa. Associação indireta: Quando o determinante e o efeito são inversamente proporcionais, ou seja, se um diminui o outro aumenta e vice-versa. Fator de proteção: Quando o determinante tem efeito positivo ou benéfico sobre o efeito. Fator de risco: Quando o determinante tem fator negativo ou maléfico sobre o efeito. Explicando a imagem: Como podemos perceber o tabagismo é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão, dessa maneira eles mantem uma associação direta entre si visto que, se aumenta o índice de tabagistas na população aumenta também o de câncer de pulmão. No segundo exemplo podemos notar umas associação indireta entre a cobertura vacinal e a internação por tétano, pois se há aumento da cobertura vacinal logo mais pessoas serão vacinadas contra tétano, de modo que menos pessoas serão internadas por essa doença. Variável independente: É aquela que modula o comportamento da outra, a que influencia. No exemplo anterior, o tabagismo e a cobertura vacinal eram as variáveis independentes. Variável dependente: É aquela que sofre a modulação do comportamento, a que é influenciada. No exemplo anterior, o câncer de pulmão e a internação por tétano eram as variáveis dependentes. Covariável: É coadjuvante da situação; influencia mas não faz parte da relação principal. Pode ser dividida em: Modificadora de efeito: quando a medida exposição-efeito varia de acordo com as categorias ou níveis desta variável (efeito de modificação ou efeito de interação). Confundidora: está associada com a doença e a exposição em estudo, dessa maneira uma distorção decorrente de uma variável de confusão pode levar à superestimação ou subestimação de um efeito. Explicando a imagem: As doenças diarreicas sofrem grande influência do saneamento básico, mas existem outros fatores que acrescentam algo nessa relação. O analfabetismo participa pois esses individuos podem ter problemas para entender algumas instruções dadas pelo ministério e de segui-las, além de usualmente essas pessoas não darem tanta importância ao saneamento. A renda é outro ponto importante já que a pessoa pode ter tão baixa renda que não conseguirá comprar hipoclorito para limpar as folhas, por exemplo. Além disso, essa pessoa pode não ter sua casa adicionada a rede de sanemanto básico por não ter condições financeiras para arcar com esse valor mensalmente. Outro exemplo: Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC O vírus da hepatite B consegue causar a hepatite B sozinho, contudo quando adicionamos uma infecção pelo agente delta nesse individuo o efeito vai ser muito mais forte do que se o primeiro vírus estivesse sozinho. Na natureza, esse efeito é conhecido como sinergismo, ou seja, dois organismos convivem juntos de maneira que seu efeito conjunto é maior (passa a ser escala multiplicativa ao invés de aditiva) do que quando estão agindo separados. É um tipo de estudo de intervenção que é utilizado para testar novos medicamentos e avaliar sua contribuição para o bem-estar das pessoas ou para ajudar uma doença a melhorar ou impedir que ela piore. Os estudos clínicos também verificam a segurança e possíveis efeitos colaterais de novos medicamentos. Sem estudos clínicos, não haveria provas suficientes de que um novo tratamento funciona e é seguro. A diferença entre ensaio clínico e o ensaio comunitário é que o primeiro lida com indivíduos e o segundo com uma população. Fases de um ensaio clínico Testes pré-clínicos: Os testes são feitos in vitro e em modelos animais (começa por menores e mais simples como ratos e depois vai evoluindo para coelhos, cachorros, etc.) Fase 1: Refere-se ao uso do medicamento pela primeira vez em um ser humano, geralmente um indivíduo saudável e que não tem a doença para a qual o medicamento está sendo estudado. Nesta fase serão avaliadas diferentes vias de administração e diferentes doses, realizando-se testes iniciais de segurança e de interação com outras drogas ou álcool. Nesse momento ainda não estamos procurando saber se o medicamento funciona, mas qual a meia-vida dele? Qual a biodisponibilidade? Qual a farmacocinética dele? Qual o nível tóxico? Cerca de 20 a 100 indivíduos participam dessa fase. Essa fase pode ser remunerada. Fase 2: Cerca de 100 a 300 indivíduos que têm a doença ou condição para a qual o procedimento está sendo estudado participam desta fase, que tem como objetivo obter mais dados de segurança e começar a avaliar a eficácia do novo medicamento ou procedimento. Os testes de fase II, geralmente diferentes dosagens assim como diferentes indicações do novo medicamento também são avaliadas nesta fase. A partir dessa fase, no Brasil, não se pode mais pagar para a pessoa participar do estudo. Fase 3: Depois de concluído o estudo piloto, grandes estudos multicêntricos acompanham milhares de pacientes, 5 a 10 mil, em geral, dependendo da patologia em questão com a doença em questão, por um período maior de tempo, geralmente sendo comparados a outros tratamentos existentes e recomendados para o mesmo problema. Durante esta fase se espera Laís Mota Sena – 4º semestre – MedFTC obter maiores informações sobre segurança, eficácia e interação de drogas. Ao participar de uma pesquisa em fase III, o voluntário poderá receber ou o novo tratamento ou o tratamento habitual (ou placebo). Recebendo o tratamento habitual, o paciente será tratado com a qual os especialistas avaliam como o melhor tratamento da atualidade. Se o paciente receber o novo tratamento, será tratado com uma alternativa de tratamento que os especialistas esperam obter vantagens significativas sobre o habitual – no Brasil, só é permitido usar placebo se não houver nenhuma droga de tratamento para essa doença (está sendo testado o primeiro tratamento para essa doença), porque seria antiético deixar uma pessoa privada de qualquer tratamento, inclusive do que já existia (está descumprindo o princípio da não-maleficência). O objetivo desta fase de estudo é comparar ambos os tratamentos e estabelecer a superioridade de um sobre o outro. Os testes de fase III devem fornecer todas as informações necessárias para a elaboração do rótulo e da bula do medicamento. A análise dos dados obtidos na fase III pode levar ao registro e aprovação para uso comercial do novo medicamento ou procedimento, pelas autoridades sanitárias. Fase 4: Após um medicamento ou procedimento diagnóstico ou terapêutico ser aprovado e levado ao mercado, testes de acompanhamento de seu uso são elaborados e implementados em milhares de pessoas, possibilitando o conhecimento de detalhes adicionais sobre a segurança e a eficácia do produto. Um dos objetivos importantes dos estudos fase IV é detectar e definir efeitos colaterais previamente desconhecidos ou incompletamente qualificados, assim como os fatores de risco relacionados. Alguns exemplos de medicamentos que passaram em todas fases, mas tiveramque ser retirados de mercado por efeitos colaterais desconhecidos são: Vioxx, Arcoxis, Celebra e Talidomida. Esta fase é conhecida como Farmacovigilância.
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