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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA Carolina Hartmann Reis Gabriel Frassi Gabriel Menezes Julia Lamdin Matheus de Moraes Regis Victor Cesar Camargo Campos Victoria Silva ANÁLISE ECONÔMICA 2011/2012 CONTABILIDADE SOCIAL SÃO PAULO 2021 COMÉRCIO Os indicadores do comércio se mostraram robustos no final de 2011. Ocorreram elevações nas vendas de bens duráveis e semiduráveis, mais sensíveis às condições de crédito, e de bens não duráveis, favorecidas pelas condições do mercado de trabalho. O comércio ampliado cresceu 1,1% no trimestre encerrado em dezembro, em relação ao finalizado em setembro de 2011, quando havia recuado 0,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todos os segmentos pesquisados, exceto tecidos, vestuário e calçados, registraram expansão das vendas no trimestre, ressaltando-se as relativas a equipamentos e material para escritório e comunicação, 10,2%; livros, revistas, jornais e papelaria, 7,0%; e móveis e eletrodomésticos, 3,1%. Vendas no varejo fecham 2011 com alta de 6,7% e o setor de móveis e eletrodomésticos puxou crescimento no período (só em dezembro, aumento do volume de vendas foi de 0,3%). O volume de vendas do comércio varejista brasileiro caiu 0,5% em dezembro de 2012, em relação a novembro - o primeiro recuo após seis meses seguidos de taxas positivas - e fechou o ano de 2012 em alta de 8,4%, segundo informou o IBGE. No último mês de 2012, a receita nominal cresceu 0,2%. No acumulado no ano, o avanço foi de 12,3%. As vendas do segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 8,4% em 2012, em relação ao ano anterior. Dessa forma, o setor respondeu por 44,6% da taxa anual do varejo, "sendo este o principal impacto no resultado anual do comércio varejista". O segundo maior impacto na taxa do varejo partiu de móveis e eletrodomésticos, que avançou 12,3% sobre 2011. De acordo com o IBGE, "o desempenho foi decorrente da manutenção do crescimento do emprego, do rendimento e da disponibilidade de crédito; bem como da redução dos preços, principalmente no que tange aos eletrodomésticos, estimulado pela redução do IPI". INDUSTRIA Ao longo de 2011, o setor industrial apresentou clara perda de ritmo a partir de abril. Nos três primeiros meses do ano, há uma elevação generalizada do nível de produção, com o total da indústria crescendo 1,1% e todas as categorias de uso apontando ganhos nesse período, com destaque para bens de capital (4,0%) e bens de consumo duráveis (3,8%). A partir do segundo trimestre de 2011 (-0,7%), observa-se um quadro de redução na produção global, com o setor industrial acentuando o ritmo de queda nos trimestres seguintes: julho-setembro (-0,8%) e outubro-dezembro (-1,4%). Na comparação com o ano de 2010, o setor industrial encerrou o ano de 2011 com ligeiro acréscimo de 0,3%, resultado bem abaixo do registrado em 2010 (10,5%). Entre as categorias de uso, bens de capital foi o destaque positivo, sustentado principalmente pelo avanço na produção de bens de capital para transportes, enquanto o recuo de bens de consumo duráveis, por conta da menor fabricação de automóveis, exerceu a influência negativa mais relevante. A produção da indústria fechou 2012 com queda de 2,7%, primeira desde a baixa de 7,4% verificada em 2009. Todas as categorias de uso e 17 dos 27 ramos pesquisados tiveram a produção reduzida. A maior influência partiu do setor de veículos automotores (-13,5%), "pressionada pela redução na produção em aproximadamente 80% dos produtos pesquisados no setor, em especial a menor fabricação de caminhões". Também exerceram pressões negativas os desempenhos dos ramos de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-13,5%), máquinas e equipamentos (-3,6%), alimentos (-2,1%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-13,5%), metalurgia básica (-4,1%) e edição, impressão e reprodução de gravações (-4,7%), entre outros. Entre as atividades da indústria que mostraram avanço na produção estão refino de petróleo e produção de álcool (4,1%), outros produtos químicos (3,4%) e outros equipamentos de transporte (8,5%). SERVIÇOS O setor de serviços do país movimentou R$1,1 trilhão em 2012, segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o setor respondeu por 11.993.942 mil pessoas ocupadas e pagou R$227 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, no total de 1,2 milhão de empresas, de acordo com a pesquisa. Cinco atividades apresentaram crescimento médio da produtividade acima da média da PAS e superior ao aumento médio dos salários, “indicando uma diminuição do custo do trabalho”, de acordo com a pesquisa. Isso ocorreu nos serviços de manutenção e reparação; atividades imobiliárias; serviços prestados às famílias; serviços profissionais, administrativos e complementares; e outras atividades de serviço. Entre 2007 e 2012, houve aumento médio anual real do valor adicionado de 10,6% acima do crescimento médio anual do número de pessoas ocupadas (7,7%), indicando alta de 2,7% na média anual da produtividade do trabalho. Os resultados da pesquisa de 2012 indicaram que o setor de serviços cresceu 8,3%, em relação ao ano anterior, em receita líquida operacional. A massa salarial também apresentou crescimento, de 6,9%, na comparação com 2011, acompanhado pelo aumento de 5,6% do número de pessoas ocupadas. PIB No ano de 2011, em relação a 2010, o PIB aumentou 2,7%, fruto do crescimento de 2,5% no valor adicionado e 4,3% nos impostos. Nessa comparação, a agropecuária (3,9%), os serviços (2,7%) e a indústria (1,6%) cresceram. Assim, segundo as informações das Contas Nacionais Trimestrais, em 2011, o PIB em valores correntes alcançou R$4,143 trilhões. O PIB per capita ficou em R$21.252, apresentando uma alta de 1,8%, em volume, em relação a 2010. Ainda que bem inferior à projeção do governo, de expansão de 5%, o resultado de 2011 evidencia o relativo bom momento da economia brasileira num momento em que a Europa e os Estados Unidos enfrentam graves dificuldades para voltar a crescer. O desempenho também confirma que o Brasil ultrapassou a Grã-Bretanha no ranking das maiores economias mundiais, assumindo a sexta posição (as cinco maiores economias são, por ordem de grandeza, Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França). Segundo o IBGE, o desempenho da economia em 2011 foi puxado pelo consumo das famílias, que teve expansão de 4,1% em relação a 2010. Também tiveram bons resultados os setores agropecuários, com crescimento de 3,9%, e o de serviços, com 2,7%. No setor industrial, conforme esperavam os analistas, o desempenho foi pior, com crescimento de 1,6%, puxado pelos setores de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,8%) e da construção civil (3,6%). Em compensação, a indústria de transformação ficou praticamente estagnada em relação a 2010, tendo crescido 0,1%. No ano de 2012, em relação a 2011, a expansão foi de 0,9%, resultado do aumento de 0,8% do valor adicionado a preços básicos e do crescimento de 1,6% nos impostos sobre produtos líquidos de subsídios. O destaque positivo ficou com serviços (1,7%), enquanto a agropecuária (-2,3%) e a indústria (-0,8%) registraram queda. Assim, o PIB em valores correntes alcançou R$4,403 trilhões em 2012. O PIB per capita alcançou R$22.402, mantendo-se praticamente estável (0,1%) em relação a 2011. Na análise por setores, o de serviços foi o único a apresentar alta, de 1,7%, enquanto a indústria caiu 0,8% e a agropecuária, 2,3%. Em serviços, as maiores variações partiram dos segmentos de serviços de informação, que cresceu 2,9%, administração, saúde e educação pública, que avançou 2,8% e outros serviços, cuja alta foi de 1,8%. Na sequência, estão serviços imobiliáriose aluguel (1,3%) e comércio (1,0%). O grupo de serviços cresceu de importância fortemente e tem que ser olhado com atenção. O grupo não é muito homogêneo, inclui serviços a famílias e empresas, intermediação financeira. Se esse crescimento é bom ou ruim é controverso. A indústria continua sendo o núcleo indutor da economia, sem ela, os serviços não sobrevivem. Quando se investe em produção, os serviços são consequência. A queda de produção na agropecuária, de 2,3%, foi influenciada principalmente pelos problemas de clima e pela queda no preço das commodities. O indicador contrasta com a safra recorde divulgada pelo IBGE para 2012. Isso porque a previsão de safra do instituto não analisa itens como cana-de-açúcar e laranja, que pesam muito na formação do PIB. Na indústria, que caiu perto de 1% em 2012, os aumentos partiram das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,6%) e na construção civil (1,4%). No mesmo período, na análise pela demanda, o consumo das famílias aumentou 3,1%, o nono ano seguido de taxas positivas. Para o IBGE, o resultado foi influenciado pelo crescimento da massa salarial dos trabalhadores (6,7%) e do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas (14%). Os gastos do governo, que também entram no cálculo, aumentaram 3,2%. Em 2012, a taxa de investimento foi de 18,1% do PIB, abaixo da registrada em 2011, de 19,3%. Quanto à taxa de poupança, houve recuo, já que passou de 17,2% em 2011 para 14,8%. Quanto ao setor externo, foram registradas altas de 0,5% nas exportações e de 0,2% nas importações de bens e serviços. BALANÇA COMERCIAL O superávit da balança comercial brasileira, ou seja, o valor das exportações menos o das importações, somou US$29,79 bilhões em todo ano de 2011. Com isso, o superávit da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de 2010, quando o saldo positivo totalizou US$20,15 bilhões, o pior resultado em oito anos. Trata-se, também, do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$40,03 bilhões). Em 2008 e 2009, respectivamente, o saldo comercial somou US$24,95 bilhões e US$25,27 bilhões. O aumento do saldo comercial em 2011 está relacionado, principalmente, com a elevação dos preços "commodities". Com o preço em alta, as vendas externas se tornaram mais rentáveis - o que aumentou o valor das exportações. Em 2011, tanto as exportações quanto as importações brasileiras batem recorde histórico da época, segundo números do Ministério do Desenvolvimento. As vendas externas brasileiras, de acordo com o governo, somaram US$256 bilhões em 2011, com crescimento de 26,8% sobre o ano anterior. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$226,25 bilhões no ano passado, com elevação de 24,5% sobre 2010. Os números do governo mostram ainda que as exportações brasileiras atingiram a marca inédita de US$1 bilhão por dia útil. A série histórica da balança comercial, disponibilizada pelo Ministério do Desenvolvimento, revela que o crescimento das exportações, pela média diária, foi de 330% nos últimos dez anos. Em 2001, a média diária de vendas externas brasileiras somava US$233 milhões. A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$19,43 bilhões em todo ano de 2012. Frente ao ano de 2011, quando o saldo positivo somou US$29,79 bilhões, foi registrada uma queda de 34,75%. O saldo positivo do ano passado também representou o menor superávit da balança comercial brasileira desde 2002 - quando as exportações superaram as importações em US$13,19 bilhões. A queda do saldo comercial brasileiro aconteceu em meio à crise financeira internacional. Com o crescimento menor da economia mundial, as exportações para outros países diminuíram. A crise financeira também gerou acirramento da competição internacional por mercados compradores, como o Brasil, e também dificultou as vendas externas brasileiras em outras nações. Em todo ano de 2012, as exportações somaram US$242,58 bilhões, com média diária de US$966 milhões, enquanto as compras do exterior totalizaram US$223,14 bilhões. Em relação ao ano de 2011, as vendas externas tiveram queda de 5,3% e as importações recuaram 1,4%, de acordo com dados do governo federal. As exportações em 2012 foram impactadas pela queda dos preços, visto que a quantidade exportada ficou ligeiramente acima de 2011. Segundo dados oficiais, o preço das vendas externas brasileiras recuou 5,1% no último ano, ao mesmo tempo em que a quantidade exportada avançou 0,1%. O preço do minério de ferro, por exemplo, caiu 24,9% em 2012, enquanto o preço do café em grão recuou 14,8% e do açúcar em bruto teve diminuição de 10,1%. POLÍTICA MONETÁRIA E FISCAL No primeiro semestre de 2011, as políticas monetária e fiscal tiveram um caráter restritivo, no intuito de arrefecer a atividade econômica e, assim, conter a aceleração inflacionária observada naquele momento. Entre agosto de 2011 e junho de 2012, diante da acentuada desaceleração da atividade econômica, o governo adotou medidas anticíclicas, embora menos intensas que aquelas tomadas em 2008/09: redução da taxa básica de juros, estímulos creditícios e desoneração tributária. Em contrapartida, para garantir estabilidade monetária com taxas de juros mais baixas e taxa de câmbio competitiva para o setor industrial, o governo anunciou uma contenção adicional de gastos públicos, reforçando seu compromisso com a austeridade fiscal, e ampliou os controles de capitais. Esse conjunto de medidas não gerou estímulos suficientes para reativar o nível de atividade e o investimento produtivo. Após o segundo semestre de 2012 verificamos o aprofundamento da desaceleração da atividade econômica. Com o objetivo de estimular a economia, além da redução da meta da taxa básica Selic, os bancos públicos agiram novamente de forma anticíclica (à semelhança do observado em 2008 e 2009), mitigando o efeito negativo sobre a oferta de crédito da perda de ritmo do crédito concedido pelos bancos privados e assegurando que as reduções da taxa básica de juros atingissem os tomadores finais. BALANÇO DE PAGAMENTOS Janeiro de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$8,5 bilhões em janeiro. As transações correntes foram deficitárias em US$5,4 bilhões, acumulando, nos últimos doze meses, déficit de US$49,1 bilhões, equivalente a 2,35% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$13,9 bilhões no mês. Destacaram-se os retornos de investimentos brasileiros no exterior, US$6,3 bilhões, e os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros em carteira e diretos, US$3,4 bilhões e US$3 bilhões, respectivamente. Fevereiro de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$9,6 bilhões em fevereiro. As transações correntes foram deficitárias em US$3,4 bilhões, acumulando déficit de US$49,2 bilhões nos últimos doze meses, equivalente a 2,31% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$12,8 bilhões no mês. Destacaram-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos, US$7,7 bilhões, e os retornos líquidos dos investimentos diretos brasileiros, US$2,1 bilhões. Março de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$9,5 bilhões em março. As transações correntes foram deficitárias em US$5,7 bilhões, acumulando déficit de US$50 bilhões nos últimos doze meses, equivalente a 2,33% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$14,9 bilhões em março. Destacaram-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos, US$6,8 bilhões, e os empréstimos diretos líquidos de médio e longo prazos, US$2,2 bilhões, e de curto prazo, US$6,3 bilhões. Abril de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$6,8 bilhões em abril. As transações correntes apresentaram déficit de US$3,5 bilhões no mês, recuo de 24,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O déficit acumulado em 12 meses, de US$48,9 bilhões, diminuiu para 2,25% do PIB, comparativamentea 2,33% em março. Destacaram-se o aumento de 45,2% no superávit da balança comercial e a retração de 36,1% na remessa líquida de renda para o exterior. A conta financeira registrou ingressos líquidos de US$10,7 bilhões, com destaque para os investimentos estrangeiros diretos, US$5,5 bilhões. As captações externas com títulos privados somaram US$2,8 bilhões, com colocações líquidas de US$5,3 bilhões de papéis de longo prazo e amortizações líquidas de US$2,5 bilhões de papéis de curto prazo. Maio de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$5,2 bilhões em maio. As transações correntes apresentaram déficit de US$4,1 bilhões, acumulando nos últimos 12 meses US$51 bilhões, equivalentes a 2,29% do PIB. A balança comercial foi superavitária em US$3,5 bilhões. A conta financeira registrou ingressos líquidos de US$8,8 bilhões, com destaque para os investimentos estrangeiros diretos, US$4 bilhões, e para as captações líquidas de títulos privados no mercado externo, US$1,6 bilhão, que diminuíram 43,9% em relação a abril. Junho de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$3,2 bilhões em junho. As transações correntes apresentaram déficit de US$3,3 bilhões, acumulando nos últimos 12 meses US$48,9 bilhões, equivalentes a 2,18% do PIB. A balança comercial foi superavitária em US$4,4 bilhões. A conta financeira registrou ingressos líquidos de US$6,2 bilhões, com destaque para os investimentos estrangeiros diretos, US$5,5 bilhões. Julho de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$7,4 bilhões em julho. As transações correntes apresentaram déficit de US$3,5 bilhões, acumulando nos últimos 12 meses déficit de US$47,9 bilhões, equivalentes a 2,10% do PIB. No mês, a balança comercial foi superavitária em US$3,1 bilhões. A conta financeira registrou ingressos líquidos de US$10,6 bilhões. Destacaram-se, entre os ingressos líquidos de recursos, os empréstimos de longo prazo, US$8,4 bilhões; os investimentos estrangeiros diretos, US$6 bilhões, e em carteira, US$4,4 bilhões. Entre as saídas de recursos, ressaltaram- se os aumentos de depósitos no exterior, US$6,5 bilhões, e as concessões de empréstimos a não residentes, US$2,4 bilhões. Agosto de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$5,5 bilhões em agosto. As transações correntes apresentaram déficit de US$4,9 bilhões, acumulando nos últimos 12 meses déficit de US$49,7 bilhões, equivalente a 2,13% do PIB. No mês, a balança comercial foi superavitária em US$3,9 bilhões. A conta financeira registrou ingressos líquidos de US$9,9 bilhões. Destacaram-se, entre os ingressos líquidos de recursos, os investimentos estrangeiros diretos, US$5,6 bilhões; os créditos comerciais de curto prazo, US$4,9 bilhões; e os empréstimos de longo prazo, US$3,1 bilhões. Entre as saídas líquidas de recursos, ressaltaram-se as concessões de empréstimos de curto prazo a não residentes, US$3,9 bilhões. Setembro de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$808 milhões em setembro. As transações correntes apresentaram déficit de US$2,2 bilhões no mês e de US$48 bilhões nos últimos 12 meses, equivalentes a 2,05% do PIB. No mês, a balança comercial foi superavitária em US$3,1 bilhões. A conta financeira registrou ingressos líquidos de US$2,9 bilhões. Destacaram-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos, US$6,3 bilhões, e de empréstimos de longo prazo, US$2 bilhões, bem como as amortizações líquidas de empréstimos de curto prazo, US$2,4 bilhões. Outubro de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$372 milhões em outubro. As transações correntes apresentaram déficit de US$3,1 bilhões no mês e de US$47,3 bilhões nos últimos 12 meses, equivalentes a 2% do PIB. No mês, a balança comercial foi superavitária em US$2,4 bilhões. A conta financeira registrou ingressos líquidos de US$3 bilhões, destacando-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos, US$5,6 bilhões. Novembro de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$1,2 bilhão em novembro. As transações correntes apresentaram déficit de US$6,8 bilhões no mês e de US$49,3 bilhões nos últimos 12 meses, equivalentes a 2,02% do PIB. No mês, a despesa líquida de lucros e dividendos atingiu US$4,2 bilhões. A conta financeira registrou superávit de US$7,5 bilhões, destacando-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos e em carteira, de US$4,1 bilhões, e US$3,3 bilhões, respectivamente. Dezembro de 2011 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$525 milhões, em dezembro, e de US$58,6 bilhões em 2011. As transações correntes apresentaram déficit de US$6 bilhões no mês. No ano, o resultado em conta corrente foi negativo em US$52,6 bilhões, equivalentes a 2,12% do PIB, comparativamente ao déficit de US$47,3 bilhões, 2,21% do PIB, em 2010. Em dezembro, a conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$6,7 bilhões, com destaque para os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED), US$6,6 bilhões. No ano, a conta financeira acumulou saldo de US$110,3 bilhões, destacando-se novamente os ingressos líquidos de IED, que atingiram US$66,7 bilhões. Janeiro de 2012 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$363 milhões em janeiro. As transações correntes foram deficitárias em US$7,1 bilhões, acumulando, nos últimos doze meses, déficit de US$54,1 bilhões, equivalente a 2,17% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$7,3 bilhões, destacando-se os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED) e em carteira, US$5,4 bilhões e US$4,9 bilhões, respectivamente. Fevereiro de 2012 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$1,4 bilhão em fevereiro. A conta financeira apresentou superávit de US$2,9 bilhões, com destaque para o ingresso líquido de US$3,6 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). O déficit em transações correntes atingiu US$1,8 bilhão no mês e US$52,4 bilhões nos últimos doze meses, equivalente a 2,09% do PIB. No primeiro bimestre de 2012, o déficit em transações correntes somou US$8,9 bilhões, patamar semelhante ao registrado no mesmo período do ano anterior. Março de 2012 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$10,6 bilhões em março. A conta financeira apresentou superávit de US$13,4 bilhões, com destaque para o ingresso líquido de US$5,9 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). O déficit em transações correntes atingiu US$3,3 bilhões em março e US$49,8 bilhões nos últimos doze meses, equivalente a 1,98% do PIB. No primeiro trimestre de 2012, o déficit em transações correntes somou US$12,1 bilhões, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$14,8 bilhões. Abril de 2012 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$7,7 bilhões em abril. A conta financeira apresentou superávit de US$12,6 bilhões, com destaque para o ingresso líquido de US$4,7 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). O déficit em transações correntes atingiu US$5,4 bilhões em abril e US$51,6 bilhões nos últimos doze meses, equivalente a 2,04% do PIB. No primeiro quadrimestre de 2012, o déficit em transações correntes somou US$17,5 bilhões, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$18,4 bilhões. Maio de 2012 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$1,1 bilhão em maio. A conta financeira apresentou superávit de US$3,9 bilhões, com destaque para o ingresso líquido de US$3,7 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). O déficit em transações correntes atingiu US$3,5 bilhões em maio e US$50,9 bilhões nos últimos doze meses, equivalente a 2,11% do PIB. Nos cinco primeiros meses de 2012, o déficit em transações correntes somou US$21 bilhões, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$22,6 bilhões. Junho de 2012 O balanço de pagamentos apresentou superávit de US$627 milhões em junho. O déficit em transações correntes somou US$4,4 bilhões no mês e US$25,3bilhões no primeiro semestre, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$26 bilhões. Nos doze meses até junho, as transações correntes acumularam déficit de US$51,8 bilhões, equivalente a 2,16% do PIB. A conta financeira registrou superávit de US$4,8 bilhões, com destaques para o ingresso líquido de US$5,8 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED) e para as taxas de rolagem do endividamento externo de médio e longo prazos, 361%. Julho de 2012 O balanço de pagamentos apresentou superávit de US$609 milhões em julho. O déficit em transações correntes somou US$3,8 bilhões no mês e US$29,1 bilhões no ano, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$29,6 bilhões. Nos doze meses até julho, as transações correntes acumularam déficit de US$52 bilhões, equivalente a 2,17% do PIB. A conta financeira registrou superávit de US$7,6 bilhões em julho, com destaque para o ingresso líquido de US$8,4 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). Agosto de 2012 O balanço de pagamentos apresentou superávit de US$493 milhões em agosto. O déficit em transações correntes somou US$2,6 bilhões no mês e US$31,7 bilhões no ano, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$34,4 bilhões. Nos doze meses encerrados em agosto, as transações correntes acumularam déficit de US$49,7 bilhões, equivalente a 2,12% do PIB. A conta financeira registrou superávit de US$2,6 bilhões no mês, com destaque para o ingresso líquido de US$5 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). Setembro de 2012 O balanço de pagamentos apresentou superávit de US$84 milhões em setembro. O déficit em transações correntes somou US$2,6 bilhões no mês e US$34,1 bilhões no ano, até setembro, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$36,7 bilhões. Nos doze meses encerrados em setembro, as transações correntes acumularam déficit de US$49,9 bilhões, equivalente a 2,15% do PIB. A conta financeira registrou superávit de US$2,5 bilhões no mês, com destaque para o ingresso líquido de US$4,4 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). Outubro de 2012 O balanço de pagamentos apresentou superávit de US$468 milhões em outubro. O déficit em transações correntes somou US$5,4 bilhões no mês e US$39,6 bilhões no ano, até outubro, patamar ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$39,8 bilhões. Nos doze meses encerrados em outubro, as transações correntes acumularam déficit de US$52,2 bilhões, equivalente a 2,3% do PIB. A conta financeira registrou superávit de US$5,8 bilhões no mês, com destaque para o ingresso líquido de US$7,7 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). Novembro de 2012 O balanço de pagamentos apresentou superávit de US$369 milhões em novembro. O déficit em transações correntes somou US$6,3 bilhões no mês e US$45,8 bilhões no ano, até novembro, patamar ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$46,5 bilhões. Nos doze meses encerrados em novembro, as transações correntes acumularam déficit de US$51,8 bilhões, equivalente a 2,3% do PIB. A conta financeira registrou superávit de US$6,9 bilhões no mês, com destaque para o ingresso líquido de US$4,6 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED). No ano, até novembro, os ingressos líquidos de IED atingiram US$59,9 bilhões, superando o déficit em transações correntes em US$14,1 bilhões. Dezembro de 2012 O balanço de pagamentos registrou déficit de US$4,9 bilhões, em dezembro, e superávit de US$18,9 bilhões em 2012. As transações correntes apresentaram déficit de US$8,4 bilhões no mês. No ano, o resultado em conta corrente foi negativo em US$54,2 bilhões, equivalentes a 2,40% do PIB, comparativamente ao déficit de US$52,5 bilhões, 2,12% do PIB, em 2011. Em dezembro, a conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$3,6 bilhões, com destaque para os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED), US$5,4 bilhões. No ano, a conta financeira acumulou saldo de US$74,6 bilhões, destacando-se novamente os ingressos líquidos de IED, que atingiram US$65,3 bilhões. TABELA - Balanço de pagamentos- Brasil - 2011/2012. FONTE: Banco central do Brasil. ANÁLISE BALANÇO DE PAGAMENTOS 2011/2012 A partir dos dados obtidos do balanço de pagamentos dos anos 2011 e 2012, podemos concluir e avaliar que, no ano de 2011 às transações correntes apresentaram déficit de US$6 bilhões no ano. O resultado em conta corrente foi negativo em US$52,6 bilhões, equivalente a 2,12% do PIB, afetado diretamente pelas remessas de lucros e dividendos de multinacionais instaladas no país. O IED (investimento estrangeiro direto) no país somou US$6,645 bilhões de dólares em dezembro e no ano o IED atingiu US$66,660 bilhões. No ano de 2012, o Brasil registrou um déficit de US$54,246 bilhões em suas transações correntes com o exterior, equivalente a 2,40% do PIB, devido entre outras razões à queda da demanda por produtos nacionais resultante da crise. Sendo assim, superando o déficit em conta corrente registrado no ano de 2011. O saldo do Balanço de pagamentos 2011/2012 foi de superávit de US$38,7 bilhões de dólares, que representa 1,64% do PIB. ARRECADACAO Mesmo com a crise financeira internacional, que influenciou o nível de atividade da economia brasileira, e com as desonerações de tributos anunciadas pelo governo federal no ano passado, a arrecadação de impostos e contribuições federais subiu 0,7% em 2012, em termos reais, e bateu novo recorde histórico ao somar R$ 1,02 trilhão. 2012 foi a primeira vez que a arrecadação federal ultrapassou a barreira de R$1 trilhão em um ano fechado. Em 2011, havia somado R$969 bilhões. A marca de R$1 trilhão em tributos federais, arrecadados em 2011, aconteceu como um dos efeitos da crise financeira internacional no qual, reduz o nível de atividade da economia brasileira e, consequentemente, o valor pago em tributos. A crise econômica e as desonerações promovidas pelo governo contribuíram para o baixo crescimento da arrecadação em 2011. Apesar de as vendas de bens e serviços terem aumentado 8% em 2011 e da massa salarial ter subido cerca de 13%, a queda de 2,53% na produção industrial influenciou o resultado. As contribuições para a Previdência Social foram os tributos que mais contribuíram no crescimento da arrecadação no ano passado. Em 2012, as receitas previdenciárias aumentaram R$16,5 bilhões, com variação de 5,63% acima do IPCA. TABELA - Arrecadação das receitas principais unidades da federação (preços correntes) - 2011. Fonte: Sistema DW-Arrecadação TABELA - Arrecadação das receitas principais unidades da federação (preços correntes) - 2012. Fonte: Sistema DW-Arrecadação TABELA - Arrecadação total das receitas - 2011/2012. Tesouro Nacional O resultado primário de 2011 (2,26%) alcançou um crescimento ínfimo em relação a 2010 (2,09%). Os déficits apresentados nas contas da previdência e do Banco Central, aliado a um maior repasse de verbas aos estados contribuíram para esse resultado pouco expressivo. O crescimento das receitas totais foi de mais de 6% enquanto as despesas cresceram pouco mais de 3% em relação ao ano anterior, apresentando saldo superavitário de 2010 para 2011. Contudo, as transferências aos estados cresceram cerca de 22%, o que levou as receitas totais ao crescimento de apenas 5% em 2011 em relação a 2010. O aumento das receitas se deu principalmente pelo crescimento da arrecadação com imposto de renda, PIS e COFINS. O aumento das transferências aos estados se deu devido ao maior repasse de impostos e ao incremento no repasse do Fundeb. Em 2011 o Tesouro apresentou aumento de aproximadamente 5% em sua receita bruta em relação ao ano de 2010, esse aumento se deu principalmente ao crescimento dos principais indicadores macroeconômicos que influenciaram o aumento da arrecadação de impostos, ademais as suas despesas reduziram em quase 1%. A receita da previdência obteve crescimento de 16% enquantosuas despesas cresceram cerca de 10%, porém a previdência já vinha registrando déficits anteriores a 2011, principalmente nas contas de previdência rural. Em 2011 o déficit foi de 35 bilhões frente ao déficit de 42 bilhões em 2010, sendo assim houve redução de quase 17% no déficit. O mesmo acontece ao Banco Central, mesmo com crescimento de receitas de aproximadamente 28% e crescimento das despesas em quase 25%, os déficits anteriores fizeram o Bacen permanecer em déficit em 2011. Em 2012 o resultado primário foi 0,25% superior a 2011, 0,8% a mais se comparado ao período de 2010 a 2011. Este aumento se deu devido ao desempenho dos principais indicadores macroeconômicos que influenciam a arrecadação de tributos, como a produção industrial, o volume geral de vendas e a massa salarial, bem como o impacto das desonerações tributárias. O crescimento das receitas totais do governo federal foi de 7,2% em relação ao ano anterior. Esse comportamento decorreu dos acréscimos de na arrecadação de impostos e nas receitas de contribuições, advindas do superávit no tesouro. Foi possível observar também, um aumento nas despesas de 11,1%, ou seja, 3,9% a mais que suas receitas em 2012, se comparado a 2010. O crescimento das despesas totais reflete o aumento nas despesas do tesouro em 4,6% a mais que suas receitas em 2012. Contribuíram para esse aumento nas contas do tesouro, as despesas de custeio e capital e o aumento com pessoal e encargos sociais. As despesas da previdência também foram superiores em 0,4% em relação às suas receitas, contribuindo para o aumento das despesas totais. O aumento no déficit da previdência foi de 14,8%. Ademais, as receitas do banco central caíram quase 7% em 2012 se comparado a 2011 e, em 2012 houve contabilização do Fundo Soberano, o que representou quase 10% das receitas líquidas totais. Comparando os resultados de 2011 e 2012 podemos perceber que o tesouro vem apresentando resultados positivos, mesmo que pouco expressivos, entretanto a previdência segue em déficit devido às despesas superiores às receitas por anos seguidos. Foi observado um alto índice de endividamento principalmente nas contas de previdência rural. Em 2012 a arrecadação cresceu, porém cresceram também as despesas do governo, em especial as despesas com a previdência e com o banco central. As despesas do banco central são oriundas do resgate de títulos e encargos da dívida pública TABELA - Resultado Primário do Governo Central - Brasil - 2011 / 2012 FONTE: TESOURO NACIONAL CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme abordamos no texto e ilustramos através dos dados, vimos uma aceleração muito forte nas despesas e um nível maior de endividamento no ano de 2012, enquanto no ano de 2011 houve uma arrecadação menor, mas uma contenção maior de gastos. Além disso, o ano de 2012 já iniciou demonstrando uma queda forte também nas exportações e impactando negativamente a balança. A produção industrial que começou a ter uma queda desde o segundo trimestre de 2011, fechou o ano de 2012 com queda de -2.7% e qualquer tipo de estímulo à economia se mostrou falho, resultando em uma pressão da inflação e um crescimento muito decepcionante. O segundo semestre de 2011 já começou a demonstrar essa fragilidade e anteceder o movimento que vimos em 2012. No âmbito social, tais perdas econômicas geraram diversos protestos que alcançaram o pico em 2013, intitulado de Jornadas de Junho. Podemos levar em consideração que com dos dados da degradação econômica, afetando o estilo de vida e consumo, surtiu efeitos no âmbito micro, um desconforto que culminou numa generalizada insatisfação nos anos seguintes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://www.bcb.gov.br/estatisticas/historicosetorexterno https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/estatisticas-fiscais-e-planejamento/resultado-d o-tesouro-nacional-rtn https://www.bcb.gov.br/estatisticas/historicosetorexterno
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