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FUNDAMENTOS DE DIREITO - Aula 3 - Norma Juridica

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FUNDAMENTOS DE DIREITO
AULA 3:
A norma jurídica
A norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos e das pessoas jurídicas e demais entes. É uma regra de conduta social; sua finalidade é regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais.
A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário.
Exemplo: Ao se dirigir ao destinatário, a norma jurídica proíbe e obriga.
Portanto, aquele que deve cumprir estará diante de uma proibição, como é o caso do aviso “É proibido fumar neste estabelecimento”, que proíbe o fumo.
Porém, o indivíduo também pode estar diante de uma obrigação, como é o caso do aviso “É obrigatório o uso de crachá de identificação para a entrada neste setor”.
E para Direito Positivo o que é a norma jurídica?
Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o padrão de conduta social imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência entre os homens.
Alguns juristas conceituam como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social. Outros consideram que se trata das regras imperativas pelas quais o Direito se manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando-se ao estabelecimento da harmonia, ordem e da segurança da sociedade.
Atenção: Algumas distinções de termos: Norma e regras jurídicas são sinônimos, apesar de alguns autores utilizarem a denominação regra para o setor da técnica e outros para o mundo natural.
Existe também distinção entre norma jurídica e lei. Esta é apenas uma das formas de expressão das normas, que se manifestam também pelo Direito Costumeiro e, em alguns países pela jurisprudência.
Características substanciais das normas jurídicas 
BILATERALIDADE: Pela bilateralidade, temos que o Direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, conferindo poder a uma parte e impondo dever à outra.
Bilateralidade, portanto, expressa o fato da norma possuir dois lados: um representado pelo direito subjetivo e o outro pelo dever jurídico, de tal modo que um não pode existir sem o outro, pois regula a conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro(s) sujeito(s) (relação de alteridade).
• Sujeito ativo (portador do direito subjetivo);
• Sujeito passivo (possuidor do dever jurídico).
GENERALIDADE: Temos que a norma jurídica é preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica.
Da generalidade da norma deduzimos o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei.
ABSTRATIVIDADE: As normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta aplicável a qualquer membro da sociedade. Regulam casos como ocorrem, via de regra, no seu denominador comum.
Se abandonassem a abstratividade para regular os fatos em sua casuística, os códigos seriam muito mais extensos e o legislador não lograria seu objetivo, já que a vida em sociedade é mais rica do que a imaginação do homem.
IMPERATIVIDADE: A imperatividade revela a missão de disciplinar as maneiras de agir em sociedade, pois o direito deve representar o mínimo de exigências, de determinações necessárias. 
Assim, para garantir efetivamente a ordem social, o direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Tal caráter significa imposição de vontade e não simples aconselhamento.
COERCIBILIDADE: Quer dizer possibilidade de uso de coação.
Essa possui dois elementos: psicológico e material. 
O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para as hipóteses de violações das normas jurídicas. Já o elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente. 
As noções de coação e sanção não se confundem. Coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto a sanção é considerada, geralmente, medida punitiva para a hipótese de violação de normas.
HETERONOMIA: A expressão heteronomia deriva de hetero (outro) e nomos (norma). Ou seja, a norma jurídica é uma produção externa ao homem, norma feita pela sociedade, diferente da norma moral que é autônoma (em que auto significa próprio e nomos significa norma).
ATRIBUTIVIDADE: Esse é, aliás, o elemento distintivo por excelência entre a norma jurídica e as demais normas de conduta: a aptidão para atribuir ao lesado a faculdade de exigir o seu cumprimento forçado.
Então, a essência específica da norma jurídica é a atributividade (ou autorizamento), porque o que lhe compete é autorizar ou não o uso das faculdades humanas.
Assim, a norma jurídica é atributiva por atribuir às partes de uma relação jurídica, direitos e deveres recíprocos. Ou seja, atribui à outra parte o direito de exigir o seu cumprimento.
Esta característica da norma jurídica é contestada por autores de relevo, entre os quais o Prof. Goffredo Telles Jr., que assim se expressa a respeito (1980: 371-3): "A norma jurídica não atribui ao lesado a faculdade de reagir contra quem o lesou”.
Características formais 
A norma é escrita e emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada.
Lei em sentido formal: Em sentido formal, é a lei que atende apenas aos requisitos de forma (processo regular de formação), faltando-lhe caracteres de conteúdo, como a generalidade ou substância jurídica.
Exemplo: A aprovação, pela assembleia da Revolução Francesa, da lei que declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma.
Lei em sentido formal-material: Em sentido formal-material, a lei deve preencher os requisitos de substância e de forma.
Classificações da norma
Lei Substantiva: Reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas em suas relações.
Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial, etc.
Lei Adjetiva: Aglutina regras de procedimento no andamento de questões forenses.
Ex.: Lei de Direto Processual Civil, Direito Processual Penal, etc.
As Leis substantivas são, em regra principais; enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental.
Os autores variam na apresentação das formas de classificação das normas jurídica; existe mesmo certa ambiguidade e vacilação na terminologia. Fato é que a classificação pode ser realizada de acordo com vários critérios.
Com base na ideia acima exposta, apresentamos algumas classificações encontradas na doutrina nacional:
Normas codificadas são aquelas que constituem um corpo orgânico sobre certo ramo do direito, como o Código Civil.
Normas consolidadas são as que formam uma reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria; a consolidação distingue-se da codificação porque sua principal função é a de reunir as leis existentes e não a de criar leis novas, como num Código. 
Ex: CLT.
Normas extravagantes ou esparsas na terminologia canônica, diziam extravagantes as constituições pontifícias, posteriores às Clementinas, incluídas no mesmo direito. Daí dizer-se hoje “extravagantes” todas as leis que não estão incorporadas às Codificações ou Consolidações: são as leis que vagam fora; são as editadas isoladamente para tratar de temas específicos. 
Ex: Lei de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei do Inquilinato etc.
Como já foi dito, no campo doutrinário da classificação das normas jurídicas, os autores não são unânimes. Cada um utiliza método e terminologia próprios.
1. Critério da Destinação - normas de organização (normas de sobredireito) ou estrutura e normas de conduta (normas de direito).
Normas de organização (norma de sobre direito)
Normas instrumentais que visam a estrutura e funcionamento dos órgãos, ou a disciplina de processos técnicos de identificação e aplicação de normas, para assegurar uma convivência juridicamente ordenada => Destinatário: o próprio Estado.
Normas de conduta (norma de direito)
Normas que disciplinam o comportamento dos indivíduos, as atividades dos grupos e entidades sociais em geral => Destinatário: o corpo social (pessoas físicas, jurídicas ou autoridades que estiverem na situação nela prevista). Todavia, quando surge o eventualconflito levado ao Poder Judiciário, este passa a ser seu destinatário.
2. Critério da Existência - norma explícita e norma implícita:
A norma explícita é a norma tal qual está escrita nos códigos e nas leis.
A norma implícita é aquela subentendida a partir da norma explícita.
Só a existência deste direito implícito pode responder pela afirmativa de que o ordenamento jurídico não tem lacunas. Serve ele, portanto, não apenas à interpretação da lei, como, igualmente, à integração do Direito. Por seu intermédio é que o Direito positivo se completa, garantindo-se.
3. Critério da extensão territorial - normas federais, estaduais e municipais:
As normas jurídicas são classificadas desta forma em razão da esfera do Poder Público de que emanam, pois, todo território de um Estado acha-se sob a proteção e garantia e um sistema de Direito.
Assim, as normas jurídicas são federais, estaduais ou municipais, na medida em que sejam instituídas respectivamente pela União, pelos Estados-Membros e pelos Municípios.
Para sabermos se existe hierarquia entre estas normas, faz-se necessário a distinção da competência legislativa da União, dos Estados-Membros e dos Municípios.
Segundo Miguel Reale,
4. Critério do Conteúdo - direito público, direito privado e direito social:
A diferenciação entre essas normas já foi abordada quando falamos sobre as divisões do Direito. Contudo, é bom ressaltar que a teoria que prevalece atualmente para a distinção dessas normas é a teoria formalista da natureza da relação jurídica:
Normas de Direito Privado: regulam o vínculo entre particulares => Plano de igualdade => Relação jurídica de coordenação.
Ex.: As normas que regulam os contratos.
Normas de Direito Público: regulam a participação do poder público, quando investido de seu imperium, impondo a sua vontade => Relação jurídica de subordinação.
Ex.: As normas de Direito Administrativo.
Normas de Direito Misto => Tutelam simultaneamente o interesse público ou social e o interesse privado.
Ex.: Normas de Direito Família
5. Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas) e proibitivas.
A diferenciação entre essas normas já foi abordada quando falamos sobre as divisões do Direito. Contudo, é bom ressaltar que a teoria que prevalece atualmente para a distinção dessas normas é a teoria formalista da natureza da relação jurídica:
Imperativas - ordenam, impõem.
Ex.: Art. 876, Art. 1643 do CC
Normas impositivas (ou cogentes)
Proibitivas - vedam, proíbem.
Ex.: Art. 228, 1860 do CC
Interpretativas - esclarecem a vontade do indivíduo manifestada de forma duvidosa.
Ex.: Art. 1899 do CC
Normas dispositivas (ou permissivas)
Integrativas - preenchem lacunas deixadas por ocasião da manifestação da vontade.
Ex.: Art. 1640, 1904 do CC
Enquanto que as normas impositivas são taxativas, ora ordenando, ora proibindo, as normas dispositivas limitam-se a dispor, com grande parcela de liberdade.
6. Critério da Sanção - normas perfeitas, mais que perfeitas, menos que perfeitas e imperfeitas.
Normas perfeitas – estabelecem a sanção na exata proporção do ato praticado. Invalidam quaisquer atos quando resultantes de transgressões a dispositivos legais. <br>Ex.: Art. 1548 do CC.
Normas mais que perfeitas – estabelecem sanções em proporções maiores do que os atos praticados mediante transgressão de normas jurídicas. A sanção é mais intensa do que a transgressão. <br>Ex.: Art. 939 do CC.
Normas menos que perfeitas – não invalidam o ato, mas impõem uma sanção ao agente transgressor. <br>Ex.: Art. 1254 do CC.
Normas imperfeitas – Representam um caso muito especial. Nem invalidam o ato nem estabelecem sanção ao transgressor. Tal procedimento se justifica por razões relevantes de natureza social e, sobretudo, ética. <br>Ex.: Art. 1551 do CC.
7. Critério da Natureza: normas substantivas e normas adjetivas
Normas substantivas - reúnem normas de conduta social que definem os direitos e os deveres das pessoas em suas relações.
Ex.: Direito Civil, penal, empresarial, etc.
Normas adjetivas - aglutinam regras de procedimento no andamento das questões forenses.
Ex.: Lei de Direito Processual Civil, Direito Processual Penal, etc.
As leis substantivas são, em regra, principais, enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental.
Para que o ato ou negócio sejam válidos, portanto, terão que estar revestidos de todos os seus elementos essenciais. Faltando um deles, o negócio é inválido, nulo, não alcançando os seus objetivos.
Podemos dizer que a validade decorre, assim, invariavelmente, de o ato haver sido executado com a satisfação de todas as exigências legais.
Uma norma jurídica, para que seja obrigatória, não deve estar apenas estruturada logicamente segundo um juízo categórico ou hipotético, pois é indispensável que apresente certos requisitos de validade.
Na lição de Miguel Reale, a validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos:
VALIDADE FORMAL OU VIGÊNCIA: Vigência vem a ser “a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração” (REALE).
Dessa forma, a norma jurídica tem vigência quando pode ser executada compulsoriamente pelo fato de ter sido elaborada com observância aos requisitos essenciais exigidos:
• Emanada de órgão competente;
• Com obediência aos trâmites legais;
• Cuja matéria seja da competência do órgão elaborador.
 
VALIDADE SOCIAL OU EFICÁCIA: Sob o prisma técnico-formal, uma norma jurídica pode ter validade e vigência, ainda que seu conteúdo não seja cumprido; mesmo descumprida, ela vale formalmente.
Porém, o Direito autêntico é aquele que também é reconhecido e vivido pela sociedade, como algo que se incorpora ao seu comportamento. Assim, a regra do Direito deve ser não só formalmente válida, mas também socialmente eficaz.
Eficácia vem a ser o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade, é a regra jurídica enquanto monumento da conduta humana (REALE).
Dessa forma, quando as normas jurídicas são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas autoridades administrativas ou judiciárias, há eficácia.
VALIDADE ÉTICA OU FUNDAMENTO: Toda a norma jurídica, além da validade formal (vigência) e validade social (eficácia), deve possuir ainda validade ética ou fundamento.
O fundamento é, na verdade, o valor ou o fim visado pela norma jurídica.
De fato, toda a norma jurídica deve ser sempre uma tentativa de realização de valores necessários ao homem e a sociedade. Se quer atingir um valor ou afastar um desvalor, ela é um meio de realização desse fim valioso, encontrando nele a sua razão de ser ou o seu fundamento.
As regras que protegem, por exemplo, as liberdades, são consideradas como tendo fundamento, porque buscam um valor considerado essencial ao ser humano.
Realmente, é o valor que legitima uma norma jurídica que lhe dá uma legitimidade. Daí a distinção entre legal (que possui validade formal) e legítimo (que possui validade ética).
Podemos dizer, assim, que é o valor que dá a razão última da obrigatoriedade da norma. Ela obriga porque contém preceito capaz de realizar o valor. 
Em última análise, essa é a fonte primordial da obrigatoriedade de uma regra de direito (imperatividade em termos axiológicos). “Ter que” é a coerção ou a coação que asseguram a obrigatoriedade do Direito, é atitude que resulta no amesquinhamento da natureza humana.
Nem a coação-ato, nem a coerção-potência podem substituir satisfatoriamente o sentimento jurídico. Só o entendimento do Direito sob o prisma de valor dignifica a condição do ser humano.
ATIVIDADE: 
Apesar de estar regularmente em vigor, a Lei denominada Maria da Penha por si só não garante proteção para as mulheres contra a violência física por parte de seus companheiros. Sua eficácia depende de uma série de instrumentos que envolvem tarefas múltiplas do Estado como garantidor dessa eficácia e que requer inclusive uma mudança de padrões culturais desta sociedade de feições machistas.

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