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EXAMES SUBSIDIÁRIOS MAIS COMUNS NO PACIENTE PEDIÁTRICO Os exames diagnósticos são ferramentas úteis e importantes recursos para do diagnóstico e tratamento de doenças O uso racional é necessário; “A clínica é soberana”. O exame confirma uma hipótese diagnóstica já pensada. - Teste de diagnóstico: serve para determinar a presença ou ausência de doença, na presença de quadro sugestivo. - Teste de triagem: serve para identificar indivíduos assintomáticos que podem ter a doença (ex.: teste do pezinho) “As coisas são o que parecem ser; ou são e não parecem ser; ou não são, mas parecem ser; ou não são, nem parecem ser” - Epictetus. Parecer X ser Sensibilidade X especificidade Valor preditivo negativo X valor preditivo positivo - Sensibilidade: capacidade de detectar a doença quanto está presente; evitar falsos negativos. - Especificidade: capacidade de afastar a doença quando ela está ausente; evita falsos positivos. “valores normais” são intervalos de referência para exames específicos EXAMES LABORATORIAIS HEMOGRAMA - Baixo custo - Fornece informações quantitativas e qualitativas de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Interpretação: deve-se levar em conta a história clinica, o exame físico, as variações de cada laboratório. 1) Série vermelha - Hemácias – contagem: elevadas em talassemias, doenças cardíacas, habitantes de grandes alturas, estados de desidratação. - Hematócrito – volume de glóbulos vermelhos em relação ao sangue - Hemoglobina: melhor parâmetro para avaliar anemias; - Índices de eritrócitos de Wintrobe: aula de anemia - Reticulócitos – hemácias jovens; reduzidos em anemias ferropriva, aplasia e leucemia; aumentado em anemia hemolítica, anemia hemorrágica grave, tratamento da anemia ferropriva e fisiológico no período pré-natal. 2) Série branca Auxilia principalmente em diagnósticos de processos hematológicos e infecciosos; levar em conta sempre o contexto clínico. Obs.: pacientes febris tem leucocitose por causa da vasodilatação e migração periférica. - Contagem de leucócitos: VN médio = 4.000 a 11000/mm3 Tem meia-vida de 6-7 horas Leucocitose: contagem de leucócitos acima de 2 desvios padrão da média para a idade Reação leucemóide: leucometria maior que 50.000 leucócitos/mm3; indica leucemia mieloide, reações piogênicas Leucopenia: infecções virais; sepse; tuberculose; hiperesplenismo; deficiência nutricional; doenças reumatológica; medicamentos Leucocitose: infecções bacterianas; coqueluche; mononucleose infecciosa; tratamento com corticosteroides; pós esplenectomia; leucemia; linfoma. - Linfócitos Linfocitose fisiológica: comum em lactentes e crianças pequenas, até 7-8 anos. Linfocitose: comum na infecção viral; toxoplasmose; febre tifoide; coqueluche Linfócitos reativos/atípicos >20-50%: mononucleose infecciosa. Linfopenia: imunodeficiência - Neutrófilos: quimiotaxia e fagocitose Neutrófilos jovens: desvio para a esquerda – indica infecção bacteriana Granulação de neutrófilos toxica: também indica infecção bacteriana Hipersegmentação do núcleo: anemias megaloblásticas - Eosinófilos: papel importante em processos alérgicos e infecciosos (parasitários e protozoários) Eosinofilia relativa – 5%: parasitose; malária; patologia alérgica; leishmaniose; esquistossomose; Ausência: apendicite aguda e febre tifoide 3) Série de plaquetas Tem meia vida de 8-11 dias - Plaquetopenia: vírus (dengue; EBV; HIV); bactérias; leishmaniose; toxoplasmose; plaquetopenia autoimune; hiperesplenismo. Principal causa de trombocitopenia em pediatria: trombocitopenia imune primária ou purpura trombocitopênica imunológica. - Trombocitose: vírus; ferropenia; neoplasia; síndrome nefrótica; doença de Kawasaki. PTI – trombocitopenia imune primária: É uma trombocitopenia isolada < 100.000 plaquetas/uL Ocorre em episódios após infecção viral; O diagnóstico é de exclusão de outras doenças. - Pancitopenia: redução de todas as células sanguíneas; causa comum é o hiperesplenismo; aplasia medular; hepatite viral; invasão medular. CONTEXTO INFECCIOSO Hemograma + provas séricas de fase aguda Resposta sistêmica à infecção: febre; síntese hepática de proteínas de fase aguda; queda da hemoglobina; aumento do número de neutrófilos jovens; queda do ferro e zinco séricos; redução da albumina sérica; aumento da concentração das imunoglobulinas. Agente invasor -> resposta mediada por macrófagos -> fagocitose e citocinas -> processo inflamatório - Velocidade de hemossedimentação: É uma reação da fase aguda – é inespecífica; reflete alterações de várias proteínas séricas. VHS > 50mm/h -> agravamento de infecções; infecções bacterianas localizadas; infecções fúngicas. VHS > 100 mm/h -> tuberculose miliar; pielonefrite; apendicite com ruptura INFECÇÃO BACTERIANA – FASE AGUDA - Hemograma: Queda da hemoglobina: hemólise por toxinas Leucocitose geralmente ≥ 15.000; com neutrofilia > 10.000 Endotoxinas podem levar a leucopenia Plaquetas aumentadas ou plaquetopenia - Neutrófilos: primeiras células a responderem Neutrofilia em fases iniciais - Bactérias gram-negativas, sepse por Pseudomonas e alguns vírus (sarampo, varicela, influenza, CMV, HBV A) podem cursar com NEUTROPENIA com desvio à esquerda, ou seja, <1.500/mm3 - Em vírus: geralmente leucócitos normais ou pouco aumentados. · O hemograma é útil no acompanhamento de doenças; lembrar: piora do desvio à esquerda indica piora da infecção ou complicação. · Quando a infecção bacteriana evolui para a cura, há eosinofilia -> Linfocitose e eosinofilia. PROTEÍNA C-REATIVA (PCR) Proteína de fase aguda produzida pelo fígado Sua concentração sanguínea se eleva diante de processos inflamatórios em curso: infecções, neoplasias, traumatismos, doenças reumatológica ou inflamatórias - Tem ação anti-inflamatória e moduladora da resposta imune: ativa o complemente; opsoniza. Uso: seguimento ao monitorar elevação de doenças infecciosas e autoimunes -> é sensível e inespecífica. - Tem elevação precoce diante de infecções – o fígado começa a secretar 4-6 horas após o estímulo; atinge seu pico de concentração sanguínea entre 36 e 50 horas após o estímulo. - Tem meia vida plasmática de 19 horas, ou seja, tem diminuição rápida após a remoção do estímulo - Não indica o local de infecção · Associada ao Leucograma, a PCR tem maior valor diagnóstico Caso não haja a queda após 48-72h do início do tratamento, pensar em reavaliação · Em vírus, a PCR eleva-se nas primeiras72h e começa a declinar. - Infecções leves ou virais: elevações de 10-40 mg/L - Infecções graves e bacterianas: concentrações séricas entre 40-200 mg/L · NÃO deve ser usado isoladamente para o diagnóstico de infecções. Se eleva também em doenças crônica, com exceção do LES (lúpus eritematoso sistêmico) COAGULOGRAMA Coaogulação primária – contagem de plaquetas; tempo de sangramento; agregação plaquetária Coagulação secundária – tempo parcial de tromboplastina ativado (TTPA): via intrínseca da coagulação; tempo de protrombina (TP); atividade da protrombina (AP): via extrínseca da coagulação. TP prolongado pode indicar deficiência de vitamina K ou síntese hepática deficiente das proteínas plasmáticas. EAS – ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOSCOPIA DA URINA/URINÁLISE Coleta em crianças com controle esfincteriano: jato médio e armazenar em recipiente estéril; Lactentes e crianças sem controle esfincteriano: Saco coletor estéril; sondagem; punção suprapúbica. A academia americana de pediatras recomenda coleta de urocultura por cateterização uretral ou punção suprapúbica. 1) Avaliação física - Cor - Odor - Densidade urinária 2) Microscopia e análise das propriedades químicas - Hemoglobinúria - Eritrócitos - Proteinúria maciça: síndrome nefrótica - Glicosúria - Cetonúria - Bilirrubinúria - Cristalúria - Cilindrúria CONTEXTO DE ITU - Nitrito urinário positivo: altamente sugestivo da presença de bacilos gram-negativos - Leucoestesase: sugere presença de neutrófilos -> preditivos de ITU - Leucócitos: leucocitúria - Bacterioscopia: útil caso mostre bacilogram-negativo - Urocultura: por cateter ureteral ou punção. EAS + UROCULTURA = dg de ITU. EXAMES DE IMAGEM RADIOGRAFIA ABDOMINAL Observar sobretudo a quantidade e distribuição dos gases Há distensão gasosa? Há obstrução? Qual a localização? Qual a etiologia? Existem complicações? - É inespecífica, mas pode sugerir obstruções, impactação fecal e atresias duodenais - Pneumoperitôneo: sugere perfuração e requer avaliação cirúrgica imediata RADIOGRAFIA DE TÓRAX Indicações: - Doença do parênquima pulmonar - Deformidades da caixa torácica - Taquipneia - Traumatismos Permite avançar em relação a suspeita de diagnósticos de infecções pulmonares, ver sua extensão ou excluir outros diagnósticos Lembrar de respeitar os aspectos técnicos da radiografia correta: rotação, inspiração e penetração. - Em crianças RN a 2 anos é possível visualizar o Timo, no 1/3 superior do mediastino; ele tem aspecto de vela - Em bebês a configuração do gradil costal é triangular; os pulmões são hipertransparentes; pode-se visualizar o broncograma no 1/3 inferior. Termos para a descrição radiológica de pneumonias comunitárias - Padrão acinar - Opacidade - Consolidação Características que nos levam a pensar em infecções virais: - Padrão micronodular - Padrão reticular - Padrão reticulonodular PNEUMONIA VIRAL Gera edema de via aérea de condução, necrose celular e produção de muco Achados radiográficos: - Espessamento peribronquial; densidades lineares - Áreas focais de opacificação - Áreas de aprisionamento aéreo - Atelectasia por tampões mucosos PNEUMONIA ATÍPICA O mycoplasma pneumoniae é o principal causador Achados radiográficos: - Afeta principalmente o interstício - Infiltrado reticulonodular - Pode gerar uma pneumonia redonda ASMA Achados radiográficos: - Hiperinsuflação - Atelectasias lobares ou segmentares. ULTRASSONOGRAFIA ABDOMINAL Utilizado para seguimento e diagnóstico Útil para: - Dor no quadrante superior direito - Estenose hipertrófica do piloro - Invaginação intestinal - Investigar criptorquidia e torção testicular ESTENOSE HIPERTRÓFICA DE PILORO Sinais: vômitos de leite não digerido, não corado de bile, com início na 2 ou 3ª semana de vida. USG é o exame de escolha ATRESIA DE VIAS BILIARES Sinais: icterícia colestática: colúria e acolia fecal. Achados ultrassonográficos: - Vesícula biliar dismórfica e com baixa repleção. Icterícia persistente por mais de 14 dias -> verificar acolia ou colúria; dosar bilirrubina Se a bilirrubina direta > 20% da total ou BD > 1 mg/dL da BT de até 5 mg/dL -> hiperbilirrubinemia direta -> doença hepatobiliar -> internação imediata INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL Comum em lactentes, maior de 5-9 meses; emergência médica (segunda mais comum) Tríade clássica: dor abdominal; fezes em geleia de framboesa; massa abdominal palpável. USG: imagem em ALVO ADENITE MESENTÉRICA Predomínio de dor abdominal persistente e intensa Linfonodos mesentéricos são geralmente no quadrante inferior direito; costumava simular apendicites (laparotomia branca) EXAMES DE ROTINA Hemograma e perfil de ferro aos 12 meses de vida EPF – sem protocolos Triagem de dislipidemia: 3-9 anos se houver fator de risco; 9-11 anos ao menos 1 vez; acima dos 16 anos ao menos uma vez para todos.
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