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Aula 2 Civil Pessoa Natural

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PESSOA NATURAL (FISICA) 
E OUTROS SUJEITOS DE DIREITO
PESSOA
PESSOA É O SUJEITO DE DIREITO EM PLENITUDE, CAPAZ DE ADQUIRIR E TRANSMITIR DIREITOS E DEVERES JURÍDICOS. TODO SER HUMANO NASCIDO COM VIDA É PESSOA. VÊ-SE QUE PESSOA É ATRIBUTO CONFERIDO PELO DIREITO, OU SEJA, NÃO É CONCEITO QUE SE EXTRAI DA NATUREZA. É, PORTANTO, CONCEITO CULTURAL E HISTÓRICO QUE O DIREITO TRAZ PARA SEU ÂMBITO. Paulo Lôbo
A qualidade de pessoa sempre foi conferida ao ser humano que nasceu com vida. A noção de pessoa implica ser autoconsciente, que pode se relacionar completamente com os membros de sua espécie, o que exige o nascimento com vida. 
Art. 1º CC – Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na esfera civil. 
O código atual prefere utilizar a expressão pessoa em vez de homem (art. 2º CC 1916 – Todo homem é capaz de direitos e obrigações na esfera civil), tida como discriminatória pela CF 88. Traz, ainda, a ideia de pessoa inserida no meio social com sua dignidade valorizada.
O Código Civil de 2002 também deixa implícita a mensagem que estava contida no art. 1º CC 1916 –(Este Código regula os direitos e obrigações de ordem privada concernentes às pessoas, aos bens e às suas relações). Ou seja, não expressa, mas fica subentendida.
O direito também atribui o conceito e natureza jurídica de pessoa a entidades que não têm existência física ou tangível, que seriam as pessoas jurídicas. Além de variadas entidades que o direito não considera pessoas, embora lhes atribua capacidade para agir. Ou seja, o conceito de pessoa não é natural, mas jurídico.
	
O ser humano nascido com vida é pessoa física. E a despeito das discussões, pode-se utilizar a expressão natural também mantida pelo Código Civil de 2002. A CF 88 se refere a pessoa, pessoa humana e indivíduo. 
Foi Sócrates que trouxe o exame da pessoa humana para o centro do debate, mudando a discussão do cosmos para o anthropos, em busca das definições para o ser humano. 
Já na Idade Média o homem foi concebido como a imagem e semelhança de Deus, como parte de uma totalidade cosmo-teológica.
Mas na Modernidade se encontra o fundamento da pessoa como ser racional, livre e responsável por suas ações, seguindo o pensamento de Kant do homem como um fim em si mesmo. 
Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, art. 1º: Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. 
Apesar de “homem” ser concebido como gênero neutro, hoje as declarações e convenções preferem a expressão pessoa humana, inclusive a CF de 1988, quando estabelece em seu art. 1º a dignidade da pessoa humana como princípio fundamental. É a repersonalização do sujeito.
A expressão Pessoa por muito tempo englobava apenas os homens livres, excluindo os escravos, que na Grécia antiga correspondiam a até metade da população. Com o fim da servidão e da escravidão, houve a fusão das expressões homem, pessoa e capacidade civil. 
O art. 1º do CC – (Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na esfera civil) é complementado pelo art. 2º, que diz que: “A personalidade civil começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Personalidade é definida por Tartuce, como sendo a soma de caracteres córporeos e incopóreos da pessoa natural ou jurídica, ou seja a soma de aptidões da pessoa. Aquilo que a pessoa é, tanto no plano córporeo quanto no social. 
No Brasil a personalidade jurídica se inicia com o nascimento com vida, ainda que por poucos instantes, segundo os adeptos da Teoria Natalista, que vai de encontro a concepcionista. Não se exige que o recém-nascido seja apto para a vida ou que tenha ocorrido o corte do cordão umbilical, apenas que tenha respirado. 
TEORIAS ACERCA DO NASCITURO
Teoria Natalista – adotada pelo Código anterior e questionada no presente, conforme art. 2º CC, vez que sua redação ficou dúbia. O CC exigia e exige para a personalidade civil o nascimento com vida. Como o nascituro não nasceu, não é pessoa e ponto. 
Teoria da personalidade condicional – segundo a qual a personalidade civil começa da concepção se houver nascimento com vida, ou seja, os direitos do nascituro estão sujeitos a uma condição suspensiva, que seria o seu nascimento. Convertendo-se assim também em uma teoria natalista.
Teoria concepcionista – Sustenta que o nascituro é pessoa humana, tendo direitos resguardados pela lei. Entendimento de Pontes de Miranda, Pablo Stolze, Maria Helena, Flávio Tartuce dentre outros que abraçam a ideia do Esboço de Código Civil de Teixeira de Freitas de 1958, que afirma em seu artigo 1º - As pessoas consideram-se como nascidas apenas formadas no ventre materno; a Lei lhes conserva seus direitos de sucessão ao tempo de nascimento”. É a teoria mais adotada e aceita atualmente. 
Sujeitos de direito e entes não personalizados para Paulo Lôbo, Marcos Erhardt e Marcos Mello
Sujeitos de direito são todos os seres e entes dotados de capacidade para adquirir ou exercer titularidades de direitos e responder por deveres jurídicos. Nesse sentido, o conceito de sujeito de direito é mais amplo que o de pessoa, que fica abrangido por ele. 
Há sujeitos de direitos que não são pessoas físicas ou jurídicas.
São os entes não personificados! Para realização e seus fins ou tutela de seus direitos em direito, basta que se lhes atribua excepcional capacidade processual. 
Os entes não personificados são sujeitos de direito dotados de capacidade civil limitada a sua proteção ou à consecução de seus fins. 
Pessoa é o ser humano nascido com vida. 
Nascituro é o ser humano não nascido e que ainda está no ventre materno. A primeira é uma entidade personalizada e o segundo não personalizado. Mas mesmo sem ser dotado de personalidade, é um sujeito de direito com capacidade civil limitada à sua finalidade. Além do nascituro, mencione-se, também:
Os embriões excedentários, concebidos in vitro e ainda não implantados no útero, crioconservados até três anos da concepção, desde que considerados aptos para procriação (art. 1597, IV CC - Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga). 
Os ainda não concebidos, entes humanos futuros ou prole eventual, destinatários de sucessão testamentária (art. 1799, I CC – Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder os filhos, ainda, não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão);
As futuras gerações humanas, como titulares de preservação do meio ambiente, que lhes permita vida digna, quando nascerem (art. 225 CF Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações). Legitimidade do MP.
Nascituro – é o ser humano que se desenvolve no ventre feminino. Sua existência, para os fins do direito civil, tem início com a implantação uterina efetiva, por meios naturais ou artificiais e se encerra quando nasce com vida ou morto. Não é pessoa ainda, mas ser humano. 
O embrião ou nascituro goza da dignidade da vida humana e não da dignidade da pessoa humana (Diferenciação de Habermas) e por isso são protegidos. Não são pessoas mas são sujeitos de direito, de acordo com a melhor doutrina. 
Embrião é o ser humano durante as primeiras semanas de seu desenvolvimento intrauterino, ou em proveta e depois no útero, nos casos de fecundação in vitro. Pela medicina há um embrião a partir do 14º dia, quando se forma a estrutura básica do sistema nervoso central. 
Garante-se ao nascituro a tutela dos direitos que lhe serão transferidos se nascer com vida, quando se converterá em pessoa. 
Pode haver exercício imediato de direito pelo nascituro, quando estiver em risco pessoal ou o seu patrimônio. Nomeação de curador ou fixação de alimentosgravídicos (Lei 11.804/ 2008) que se destinam a resguardar o próprio nascituro.
Reconhece-se ao nascituro o direito de pleitear indenização por morte de seu pai antes de seu nascimento (STJ REsp 399.028/SP); danos morais por afirmação infeliz - Rafinha Bastos x Wanessa Camargo (STJ REsp 1.487.089/SP); indenização por morte de nascituro em acidente com seguro DPVAT (STJ REsp 1.120. 676/SC) 
Se o início da personalidade se dá com a concepção, conforme corrente majoritária, sabe-se que o fim desta se dá com a sua morte, que será analisada em oportuno.
Capacidade 
Aptidão da pessoa para exercer direitos e assumir deveres na órbita civil (Art. 1º CC), cf. Flávio Tartuce. É a medida jurídica da personalidade, para Maria Helena Diniz.
Essa concentração em um mesmo sujeito (homem, pessoa, capacidade civil) resulta do processo histórico de emancipação da humanidade, no sentido de afirmação da dignidade da pessoa humana, sem discriminações, como proclama a Declaração Universal dos Direitos do Homem: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.
Pode ser classificada em:
Capacidade de direito ou gozo (capacidade jurídica) – é aquela comum a toda pessoa humana, inerente à personalidade, e que só se perde com a morte prevista no texto legal, no sentido de que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (Art. 1º CC) É a investidura de aptidão para adquirir e transmitir direitos e para a sujeição a deveres jurídicos. 
Capacidade de fato ou exercício (capacidade negocial) – é aquela relacionada com o exercício próprio dos atos da vida civil. Diz respeito ao exercício da capacidade civil em relação aos atos patrimoniais, atribuída aos que tenham um nível mínimo de discernimento.
Toda pessoa tem capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato, pois pode lhe faltar a consciência sã para o exercício dos atos de natureza privada.
A capacidade de direito não pode ser negada a qualquer pessoa, podendo somente sofrer restrições quanto ao seu exercício. Ou seja também é titular dos direitos advindos da capacidade civil aquele que a lei considere total ou relativamente incapaz a certos atos. Ainda que seja representado ou assistido. Por exemplo, o direito não é da mãe, mas do filho menor de pedir alimentos ao seu genitor. 
A incapacidade consiste na restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser sempre encarada estritamente considerando-se o princípio de que a capacidade é a regra e a incapacidade a exceção. Tem finalidade de proteção da pessoa e não de discriminação ou estigma. 
Capacidade de direito + capacidade de fato = capacidade civil plena
Capacidade não se confunde com legitimação (condição especial para celebrar um determinado ato ou negócio jurídico) ou legitimidade (requisito processual) 
O CPC menciona ainda a capacidade de estar em Juízo (art. 70). Essa capacidade não inclui o direito de postular diretamente em Juízo (jus postulandi) que é atribuída exclusivamente aos profissionais de advocacia. Lei 8906/94. 
Capacidade jurídica da pessoa com deficiência
Pessoas com deficiência mental ou intelectual deixaram de ser consideradas absolutamente ou relativamente incapazes, com o advento da Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, de 2007, aprovada pelo DL 186/2008, e regulada no país pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência- EPD, Lei 13.146 de 2015.
Estas pessoas são dotadas de capacidade jurídica própria. O direito evoluiu para aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade e da condição humanas. 
O CC 1916 as qualificava como “loucos de todo gênero” e as impedia pela interdição, de praticar qualquer ato da vida civil.
Já o CC 2002 atenuou essa discriminatória qualificação, mas manteve a incapacidade absoluta para pessoas com “enfermidade ou deficiência mental”, sem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, sendo sujeitos à interdição e curatela permanentes. 
A Convenção Internacional considera pessoas com deficiência (e não portadoras de deficiência) as que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em igualdade de condições podem obstruir a sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
Com a Convenção, todas as normas locais passam a ser interpretadas conforme a primeira, visto que prevalece, após a aprovação, como emenda constitucional. Ver art. 5º, § 3º CF
Após a vigência da Convenção e com a regulação do Estatuto da Deficiência, a pessoa com deficiência não se inclui mais entre os absolutamente incapazes. De acordo com a nova redação dada ao art. 3º CC são absolutamente incapazes apenas os menores de 16 anos, excluindo as pessoas com enfermidade ou deficiência mental. Também suprimiu da incapacidade absoluta, os que por causa transitória não puderem exprimir sua vontade, tornando-os relativamente incapazes. 
Ou seja, absolutamente incapaz, só o menor de 16 anos. Todos os demais são relativamente incapazes e nesse sentido precisam de salvaguardas apropriadas aos casos particulares.
Pelo EPD deve-se adotar o instituto da curatela temporária e específica e a tomada de decisão apoiada. 
A curatela, ao contrário da interdição total anterior deve ser de acordo com o art. 84 EPD, proporcional às necessidades e circunstâncias de cada caso e durará o menor tempo possível. Tem natureza de medida protetiva temporária para determinados fins e não de interdição de exercício de exercício de direitos.
Essa curatela específica afetará apenas os direitos de natureza patrimonial. Não alcança nem restringe os direitos de família, de trabalho e eleitoral. 
O caráter de excepcionalidade obriga o juiz a fazer constar na sentença as razões e motivações para a curatela específica e seu tempo de duração.
Trata-se de uma capacidade geral específica prevista no EPD. A pessoa é dotada de capacidade jurídica irrestrita para os atos jurídicos não patrimoniais e de capacidade jurídica restrita para os atos jurídicos patrimoniais, para os quais fica sujeita à curatela temporária e específica ou a tomada de decisão apoiada. 
A pessoa com deficiência é regida por lei especial, não se aplicando a ela as regras do CC.
 A pessoa com deficiência pode se valer da tomada de decisão apoiada, escolhendo duas ou mais pessoas de sua confiança e idôneas, com o objetivo de lhe aconselhem, orientem e apoiem na celebração de negócios jurídicos de natureza patrimonial.

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