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RESUMO – DIREITO EMPRESARIAL MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL OS IMPACTOS DO DIREITO NO SETOR ECONÔMICO “o Direito está sempre presente, qualquer que seja a ordenação das forças econômicas. [...] há, pois, entre Economia e Direito uma interação constante.” A intervenção do Estado na vida dos agentes econômicos tem como intuito colocar freios aos excessos do poder de liberdade dos indivíduos. Sob o ponto de vista econômico, a intervenção busca corrigir falhas de mercado (monopólio, assimetria de informação, etc.). A intervenção do Estado no âmbito da liberdade de iniciativa dos agentes privados poderá acontecer em diversos campos. Por exemplo, pode-se dar por meio de medidas de cunho fiscal, regulatório ou trabalhista. Desse modo, a interferência estatal – que ocorre via: • legisladores (legislativo) • agentes administrativos (executivo) e • juízes (judiciário) – incide no campo privado, com vistas a proteger e corrigir as desigualdades econômicas resultantes de alguns negócios entre agentes econômicos, bem como orientar o desenvolvimento econômico no sentido de aumentar o bem-estar coletivo. Razões de ser: • limitar os excessos dos agentes privados; • estabelecer um padrão de comportamento; • oferecer o mínimo existencial à população; • executar políticas públicas e • evitar injustiças. O Direito pode impactar os negócios de diversas formas. Por exemplo: • limitando os excessos dos agentes privados no mercado, ou seja, estabelecendo padrões de comportamento; • influenciando o mercado (a depender do segmento econômico) para oferecer o mínimo existencial à população; • norteando diferentes setores econômicos por meio de políticas públicas e • evitando injustiças por meio de interferências. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA Evolução histórica da intervenção do estado na economia • Estado liberal 1ª FASE Liberalismo político - reconhecimento dos direitos individuais e das garantias processuais; - igualdade perante a lei; - separação em três poderes e - separação Estado-Igreja. veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce Liberalismo econômico - redução de impostos e - pouco ou nenhum regulamento da economia pelo Estado. 2ª FASE Encontrou sua crise na constatação de abuso de uma parte sobre a outra. É, especialmente, face a um cenário de extrema exploração do operário nas relações privadas que o modelo se esgota, haja vista a necessidade de intervenção do Estado nessas relações, impedindo os abusos contidos nas pretensamente livres estipulações de vontade. • Estado social 1ª FASE O poder público assume novas funções, passando a intervir no domínio econômico e social8, a fim de oferecer condições de vida dignas à classe dominada. O Estado passou a atuar de modo a garantir o bem-estar dos cidadãos, seja intervindo em setores da economia, seja corrigindo desequilíbrios oriundos dos negócios entre agentes econômicos. 2ª FASE Ocorre que a sobrecarga de funções admitidas pelo Estado trouxe consequências indesejáveis ao modelo, como o inchaço da máquina administrativa, o crescimento das despesas públicas a um nível incompatível com a arrecadação, a elevação da inflação, o aumento da corrupção estatal, etc., que culminaram com o desemprego generalizado e o não cumprimento das prestações assistencialistas programadas, de certo modo, prometidas à população pelo Estado. Consequentemente, a legitimidade do Poder Público para executar todas as tarefas a que se propôs passou a ser questionada pela população, em verdadeira crise do sistema. O Estado se tornou ineficiente. O tamanho do Estado precisou ser redimensionado, devolvendo à iniciativa privada atividades antes realizadas por ela e, por conseguinte, algum espaço, se bem que ponderado, de liberdade para tanto. • Estado pós-social. O novo modelo de Estado, chamado reliberalizante, passou a prescrever não um exato retorno ao Estado Liberal, mas um restabelecimento do prestígio ao voluntarismo dos agentes econômicos de modo controlado, respeitando-se os direitos e garantias individuais. Cabe ao Estado se manter fortemente atuante, seja para defender bens comuns, como o meio ambiente, seja para evitar abusos às classes economicamente mais fracas, seja, ainda, para garantir a continuidade do sistema, freando operações que possam prejudicar a livre concorrência. Limites da intervenção do Estado na Economia Ordem econômica. Fundamento. Livre iniciativa. - contenção de excessos dos particulares e - ofensa ou ameaça a interesses públicos relevantes. Embora a ingerência do Estado na economia seja uma realidade, há limites para que isso aconteça. A intervenção do Estado no domínio econômico deve ser ponderada segundo três critérios: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. A atividade de intervenção na economia promovida pelo Estado encontrará seu limite na proporcionalidade e na razoabilidade da medida, não podendo restringir a liberdade de um agente econômico se essa não for uma medida que surta efeitos, que, mesmo surtindo efeitos, seja a que menos prejudique e, ainda que surta efeitos e seja a menos prejudicial, que traga benefícios superiores aos custos impostos à sociedade. [...] cabe ao Estado exercer sua política de controle e fiscalização, com o limite de intervenção mínima, o que significa tomar medidas razoáveis e proporcionais, sempre no sentido de preservar o direito de propriedade, a livre iniciativa e a atividade econômica [...]. A livre iniciativa é representada pela livre concorrência. Nesse sentido, a livre concorrência pode indicar a possibilidade de uma empresa atuar livremente entre os diversos concorrentes, optando, discricionariamente, pelas estratégias e pelos preços que empregará, tendo em conta o posicionamento dos demais competidores no mercado. Nesse caso, não encontrando o Estado motivos razoáveis para intervir, permitirá que um agente atue livremente, desempenhando suas atividades econômicas e explorando o mercado livremente, sem intervenção injustificada pelo Estado. Em outro sentido, a livre concorrência pode significar a preservação da possibilidade de pluralidade de empresas no mercado, como uma garantia oferecida pelo Estado a todos os particulares de que a competição existirá. Tipos de intervenção do estado O modelo de organização da economia ditado pela Constituição Federal permite e, mais do que isso, impõe que o Estado intervenha na economia quando necessário. A intervenção do Estado pode acontecer por meio da: • Atuação por indução (fomento): Não determina nenhuma conduta específica ao operador econômico. Trata-se de uma interferência com vistas a oferecer incentivos e estímulos ao particular, buscando a realização e o alcance de interesses do próprio Estado. EX.: Abaixar o IPI, conceder benefícios fiscais, etc. • Atuação por direção (ou disciplina): Possui maior grau de ingerência na vida das empresas, já que o poder público obriga os particulares a agir de modo determinado, criando normas de conduta para desempenho da atividade econômica, fiscalizando a conformidade com essas normas e, no caso de descumprimento, punindo o agente econômico. EX.: Determinações de Agências Reguladoras. • Atuação estatal direta: O Estado atua de forma direta na economia, prestando a atividade, seja ela considerada um serviço público, cujo titular é mesmo o poder público, seja ela considerada uma atividade econômica, também desempenhada pelos particulares, na qual a participação veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realceveves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce do Estado será em modelo de competição com os agentes privados. Somente poderá ocorrer quando presente imperativo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo, haja vista que essa é a forma de intervenção do poder público sobre a ordem econômica mais intensa. à serviços públicos (interesse da coletividade e prestação direta ou sob o regime de concessão e permissão). EX.: Transporte público, saneamento, etc. à atividades econômicas em sentido estrito - Por absorção (monopólio da União) – EX.: pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e gás natural; refino do petróleo nacional ou estrangeiro; transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional. - Por participação – EX.: empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de atividade econômica. A DICOTOMIA ENTRE DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO Fará parte do sistema de Direito Público quando a norma tiver como foco o atendimento, de maneira imediata e de modo prevalente, de um interesse coletivo, de caráter geral, como são evidentes as regras imperativas do Direito Penal, cuja função é atender, imediata e preponderantemente, um interesse de toda a sociedade. Note que o Direito Civil, ao apresentar, por exemplo, disposições sobre relações jurídicas entre dois sujeitos, dois agentes econômicos, tem como foco imediato o interesse particular. Nessa relação, o Estado aparece coordenando os dois sujeitos, de forma que o Direito Civil é parte do sistema de Direito Privado. O mesmo acontecerá com o Direito da Propriedade Intelectual, o Direito Societário e o Direito do Consumidor. Nessas áreas do Direito, apesar de haver normas imperativas, cuja observância e cumprimento não sejam meras sugestões do Estado ao particular, mas sim uma imposição, como regra geral, o seu conteúdo pode ser ajustável, negociável entre as partes, prevalecendo o interesse particular. Nesse sentido, o Estado se coloca em uma posição de coordenação. Por outro lado, por exemplo, o Direito Administrativo e o Direito Tributário estão eminentemente inseridos no Direito Público, já que visam ao interesse da população. Quanto ao Direito do Trabalho, embora exista uma grande discussão doutrinária sobre onde ele se situa, é possível considerá-lo parte do ramo de Direito Público. Isso ocorre porque, ao se constituir como sistema de regras voltadas à disciplina das relações entre empregadores e empregados, nota-se uma participação do Estado interferindo na sua qualidade fundamental de poder soberano, estabelecendo o equilíbrio entre as partes veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce veves Realce interessadas e impondo soluções a que os particulares estão todos sujeitos. Tais vínculos são de subordinação, e não de coordenação. MÓDULO 2 – CONTRATOS CONTRATOS Conceitos: contrato = negócio versus contrato = conceito jurídico; instrumento • A grosso-modo: é algo atrelado a uma relação econômica sem um maior cuidado com tecnicismos. • É a contração de um negócio jurídico entre duas ou mais pessoas, previsto em códigos e leis, ou autorizado por esses, gerando efeitos jurídicos. • Acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. Fontes – externas à vontade das partes: • lei; • juiz • administração pública. Tais fontes fogem ao interesse pessoal das partes contratantes, mas são importantes pois irão influenciar tanto na conformação quanto na execução de sua validade. Conceito moderno de contrato - formação em massa: se referindo ao novo modelo dos negócios, celebrados em escala, em uma economia de massa, para uma sociedade de consumo. - cláusulas contratuais gerais: técnica de redação das cláusulas contratuais, feitas em bloco, para serem replicadas com as diversas partes com quem a empresa que as elaborou irá contratar. - contrato de adesão: modalidade negocial, que, na prática, acaba por ser uma modalidade não negocial e impositiva, já que não dá margem à discussão do conteúdo dos contratos. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DOS CONTRATOS • Autonomia da vontade (ou privada) e liberdade contratual: - liberdade de escolher se quer ou não contratar; - liberdade de escolher com quem contratar e - liberdade de escolher como contratar. A liberdade contratual, que decorre de um princípio maior conhecido como autonomia da vontade ou, mais modernamente, autonomia privada, justamente em razão das tantas alterações de que acabamos de falar. A autonomia da vontade significa o poder dos indivíduos de atuar, bem como de suscitar efeitos reconhecidos e protegidos pela ordem jurídica, pelo Direito. • Vinculatividade. Obrigatoriedade. Pacta sunt servanda. “os pactos devem ser respeitados” ou “os acordos devem ser cumpridos” É o Princípio da Força Obrigatória, segundo o qual o contrato obriga as partes nos limites da lei. É uma regra que versa sobre a vinculação das partes ao contrato, como se norma legal fosse, tangenciando a imutabilidade. • Equilíbrio contratual O princípio do equilíbrio contratual exige que os contratantes realizem negócios jurídicos ou contratos justos, garantindo que haja um equilíbrio entre as obrigações assumidas por cada um deles. Por meio dele, muitas vezes, o Estado intervirá nos contratos entre agentes econômicos, assegurando a proteção da parte mais fraca contra um abuso do poder negocial do contratante mais forte. • Boa-fé objetiva: - Função interpretativa dos contratos: os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração a boa-fé têm a função interpretativa dos contratos. - Função limitadora de direitos: também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. - Função criadora de deveres de comportamento: os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. A boa-fé objetiva concede ao juiz o poder de se intrometer nos contratos, interferindo no seu conteúdo, a despeito da vontade das partes. Além disso, se traduz em um modelo de comportamento para nortear as empresas em seus negócios com terceiros e deve guiar o comportamento das partes não só na execução dos negócios mas desde a primeira aproximação entre elas, sendo observado mesmo depois de terminado o contrato. ELEMENTOS PARA A FORMAÇÃO DOS CONTRATOS E FORMAS DE EXTINÇÃO São elementos (requisitos ou pressupostos) essenciais para a formação dos contratos, sem os quais uma contratação poderá ser anulada, pondo a perder toda uma estratégia de negócio e gerando impactos no business. A validade do negócio jurídico requer (art. 104 CC): I. Agente capaz • São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. • São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos - os ébrios habituais e os viciados em tóxico - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; - os pródigos. II. Objetivo lícito, possível e determinado ou determinável Será lícito quando: não contrariar as leis e os bons costumes. Exemplo: ilícitos serão um contrato de contrabando, um contrato para matar alguém Será possível quando: • Juridicamente:não contrariar o ordenamento jurídico. Exemplo: impossível juridicamente será o contrato quando exigir a obrigação de importar coisa proibida ou negociar a herança de pessoa viva. • Fisicamente: não contrariar as leis da física ou naturais. Exemplo: impossível fisicamente será o contrato quando exigir a obrigação de tocar a lua sem tirar os pés da Terra. Será determinado ou determinável quando: Não deixar de indicar, minimamente, o objeto que será negociado. Ainda que seja incerto, pelo menos devem constar do contrato o gênero e a quantidade. Exemplos: indeterminado ou indeterminável será o contrato com uma pessoa para fazer “algo”, exercer alguma atividade ou pagar alguma coisa sem as mínimas especificações. III. Forma prescrita ou não defesa em lei O requisito da forma do contrato exige que o contrato tenha a sua forma prescrita ou não defesa em lei, ou seja, que o meio pelo qual as partes materializem a sua vontade seja previsto em lei ou, pelo menos, que não seja proibido por qualquer lei. • Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. • Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Extinção dos contratos • Pelo cumprimento do seu objeto: Quando todas as obrigações foram cumpridas no tempo e na forma acertados, o contrato chega ao fim naturalmente. Também terminará de forma natural com o fim do seu período de duração. • Por existência de defeito do negócio jurídico: Quando deixar de considerar os elementos de formação dos contratos (art. 166, CC) ou por interferência de algum defeito do negócio jurídico, quais sejam: o erro, o dolo, a coação, a lesão, o estado de perigo, a simulação e a fraude (teoria dos vícios de consentimento. O contrato pode ser declarado nulo ou anulado (desse modo, extinto) sem que tenha havido a execução das obrigações das partes. • Por meio de cláusula resolutiva – inadimplemento contratual: Autoriza uma parte a pedir o fim do contrato quando a outra der motivo, isto é, deixar de cumprir o que foi combinado. • Por meio da resilição: Quando uma das partes opta por dar fim ao contrato, independentemente de motivo para isso. A parte que escolheu o término do contrato, restará o dever de indenizar a outra parte se esse fim prematuro lhe causar prejuízos. • Por inexecução contratual involuntária – caso fortuito e força maior: Ocorre se a total inexecução das obrigações previstas no contrato se der por força maior ou caso fortuito. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. • Pela onerosidade excessiva: Considera o princípio do equilíbrio contratual. As alterações das circunstâncias poderão levar à modificação do contrato ou à sua resolução. • Distrato: Modo amigável que se chega ao término antecipado do contrato, porém mediante a declaração de vontade de ambos os contratantes. • Pela exceção de contrato não cumprido: Uma parte pode-se negar a cumprir a parte que lhe cabe do conteúdo do contrato quando a outra parte não tiver satisfeito totalmente a sua obrigação. OBS.: Prós e os contras de se estabelecerem contratos de adesão em massa com cláusulas contratuais gerais. A massificação das contratações e o uso de cláusulas contratuais gerais, ou seja, padronizadas, trazem enorme saving em relação ao custo com a contratação de escritório – na redação individual dos contratos, na interpretação de cada um dos instrumentos contratuais, etc. Por outro lado, a padronização e a adesão em bloco do conteúdo do contrato fragiliza o lado da relação, subtraindo dele grande aspecto da vontade. Dessa forma, em uma discussão judicial sobre o contrato, a tendência é a de que o juiz interfira, inclusive com base na permissão que a lei lhe concede, modificando os efeitos do contrato ou, até mesmo, levando à extinção forçada da relação. DIREITO DO CONSUMIDOR Direitos básicos do consumidor A ideia de um direito do consumidor surgiu como forma de oferecer proteção a um grupo destacado de pessoas, considerando que nessas mesmas relações a sua posição não era de total equilíbrio, ou seja, proteção a um grupo vulnerável. Vulnerabilidade do consumidor: - Técnica; - Jurídica ou científica - Fática ou socioeconômica - Informativa - Psíquica, etc. • Direito de proteção à vida, à saúde e à segurança: Direito a produtos e serviços de qualidade, que sejam adequados ao uso que se propõem e que sejam seguros, não pondo a integridade física do sujeito que os adquire em riscos desconhecidos. EX.: Celular explodindo, brinquedo que solte peças facilmente, etc. • Direito à educação para o consumo e à liberdade de escolha: EX.: Prática de venda casada viola o direito do consumidor de fazer escolhas livres. • Direito à informação e à proteção contra publicidade enganosa e abusiva: Direito de o consumidor saber detalhes do produto ou serviço. • Direito à proteção contra cláusulas abusivas: EX.: Plano de saúde à Reajuste de mensalidade em razão da mudança de faixa etária (Caráter abusivo da cláusula). • Direito à modificação e à revisão das cláusulas contratuais desproporcionais: EX.: É o direito classicamente invocado por consumidores em relações jurídicas com instituições bancárias. O pedido de revisão de contratos é bastante comum, seja porque o consumidor aceitou condições injustas e desproporcionais, seja porque, ao longo do contrato, podem acontecer situações supervenientes que tornem o contrato excessivamente oneroso para o consumidor, como o desemprego. • Direito à efetiva prevenção e reparação de danos: Obrigação do fornecedor de assegurar, em primeiro lugar, a incolumidade do consumidor e, depois, caso não cumprido o dever de incolumidade, de reparar o dano. Protege-se o consumidor, entre outras razões, porque o Código privilegia os deveres de informação, o direito do consumidor a um produto de qualidade e a proteção da confiança do consumidor, que opta por contratar exatamente porque confia no produto ou no serviço. Se essa confiança não é correspondida, ao menos a reparação efetiva do dano deve ser assegurada. • Direito ao acesso à justiça e aos órgãos administrativos, e à facilitação de defesa: EX.: Acessos como os PROCONS e a criação de Câmaras para julgamento de ações judiciais movidas por consumidores no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Quanto a facilitação de defesa, permite que o juiz julgue a favor do consumidor se o fornecedor, uma vez acionado na Justiça, não provar, por exemplo, que prestou adequadamente o serviço. Ou seja, quando uma das partes de um processo judicial é um consumidor, o dever de provar o seu direito é bastante simplificado, aumentando o dever de provar do fornecedor. • Direito à adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral: É importante ter claro que os usuários dos serviços públicos são consumidores e gozam da proteção das normas do Código de Defesa do Consumidor, devendo ocorrer a aplicação do CDC naquilo que não incompatível com a regulação própria do serviço público. Por isso, toda a estratégia de business, de lançamento de um produto ou serviço deve olhar, com muita atenção, os riscos aos quais estão submetidas as empresas que operam no setor de consumo. Com um Código repleto de direitos aos consumidores e deveres aos fornecedores, as implicações oriundas do Direito acabam sendo decisivas na estratégia de negócios. Responsabilidadecivil do fornecedor de produtos/serviços A responsabilidade dos fornecedores resulta de um defeito do produto ou serviço, e está dividida em duas espécies no Código de Defesa do Consumidor: • Defeito-Fato: o produto não oferece a segurança que dele legitimamente se espera. EX.: Celular explodindo. • Defeito-Vício: o produto não oferece a qualidade que dele legitimamente se espera. EX.: Produto vem em menor quantidade que o indicado. Elementos para a análise da responsabilidade 1. Circunstâncias: - Apresentação: Como o produto/serviço se apresenta no mercado, forma que é colocado a venda para o consumidor, como ele o recebe. - Uso: Como é esperado que o produto/seviço seja utilizado ou usufruído, para que se possa distinguir a responsabilidade que o fornecedor terá perante o consumidor. - Riscos esperados: Riscos já esperados pelo produto, por exemplo, uma faca. Se espera que a pessoa possa se cortar com a lâmina, mas não com o cabo. - Época de colocação no mercado: Não se pode reclamar que um produto é obsoleto considerando que foi comprado a 5 anos atrás. É preciso que o consumidor tenha mente que produto foi colocado no mercado em uma época específica e que o defeito/vício pode aparecer muito tempo depois. 2. Responsabilidade objetiva. A responsabilidade do fornecedor é objetiva, isto é, independentemente da existência de culpa. Nesse sentido, não importa se o fornecedor não agiu com dolo (intenção) ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia). 3. Excludentes da responsabilidade: - Não colocação do produto no mercado; - Defeito do produto/serviço inexistente (embora haja colocado o produto no mercado) ou - Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro MÓDULO 3 – SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E PROPRIEDADE INTELECTUAL SOCIEDADES EMPRESÁRIAS TIPOS SOCIETÁRIOS As sociedades mais relevantes são a sociedade limitada e a sociedade anônima. Vale acrescentar, ainda, uma figura relativamente nova, prevista na legislação brasileira somente a partir de 2011, que é a EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 vezes o maior salário-mínimo vigente no País). No que lhe é compatível, aplicam-se à EIRELI as regras previstas para as sociedades limitadas. à Sociedade Limitada (LTDA) • Regime jurídico: C.C. (Código Civil) especial e geral; • Características: limitação da responsabilidade, maleabilidade, estrutura simplificada e menos custosa (interesse de pequenas, médias e grandes empresas); • Requisitos: - pluralidade dos sócios (deve ser constituída por, pelo menos, 2 sócios quotistas) - participação no capital social (todos os sócios contribuem para a formação do capital social da sociedade, participando, como consequência, dos resultados obtidos por ela) - elementos do contrato social (forma que se constitui um sociedade LTDA) - divisão das cotas (tem como finalidade dividir a participação dos sócios nos riscos e lucros do empreendimento e representar, para terceiros, alguma segurança em relação às capacidades financeiras da sociedade, pelo menos no início de suas atividades.) - governança, etc. à Sociedade Anônima/Sociedade por Ações (S.A.) • Regime jurídico: Lei das S.A. (LSA) e C.C. As S.A. são classificadas como abertas ou fechadas, a depender de terem ou não suas ações autorizadas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão do governo responsável por regular a atividade no mercado de capitais – para serem negociadas na bolsa de valores ou no mercado de balcão. Se for uma S.A. aberta, deverá submeter-se a regras mais complexas, tendo em vista o interesse estatal em proteger o investidor – o popular, em especial – e o mercado. • Requisitos preliminares: - subscrição de todo o capital social por, no mínimo, duas pessoas - realização de 10% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro - depósito das entradas em dinheiro em instituição financeira autorizada pela CVM; • Ações: - Ordinárias: conferem aos seus titulares os direitos dos acionistas comuns, regulares, e cuja emissão é obrigatória - Preferenciais: conferem faculdades diferentes aos seus donos, de acordo com estipulação no estatuto. • Órgãos sociais: - diretoria (responsável por conduzir a companhia no dia a dia e executar as decisões tomadas pelos acionistas) - conselho de administração (obrigatório em caso de S.A. aberta, também tem a função de deliberar matérias, por vezes, agilizando a tomada de decisão de temas afetos à assembleia) - conselho fiscal (atribuição de fiscalizar os órgãos de administração, protegendo os interesses dos acionistas e da Cia) - assembleia geral (órgão máximo, em que os acionistas acompanham a movimentação, o balanço, as demonstrações financeiras da companhia e deliberam a respeito de decisões que deverão ser tomadas de forma colegiada) Deveres dos administradores • Dever de diligência: administrador deve desempenhar seus deveres com boa- fé e convencido de estar agindo de forma a melhor atender aos interesses da companhia. - se qualificar para o cargo; - se informar adequada, porém razoavelmente, para a tomada de decisões - investigar eventuais fatos que possam prejudicar a sociedade e - vigiar e monitorar o desenvolvimento das atividades sociais; • Dever de cuidado: os administradores devem aplicar nas atividades de organização, decisão e controle societário, o tempo, esforço e conhecimento requeridos pela natureza das funções, as competências específicas e as circunstâncias. • Dever de lealdade: demanda que o administrador use as informações e os poderes que possui em favor da sociedade, também decorre o dever de sigilo, evitando a revelação de informações estratégicas. • Dever de cumprir com as finalidades sociais: o administrador deve se pautar não apenas pelos interesses da sociedade empresária e seus acionistas, mas também pelos interesses da população, da coletividade, o bem- estar comum. • Dever de evitar situações de conflito de interesses: é proibido ao administrador intervir em qualquer operação social em que tiver interesse conflitante com o da companhia, quando o administrador tiver conhecimento de que determinada situação poderá ser entendida como conflituosa em relação aos interesses pessoais e da sociedade, ele tem o dever de avisar aos demais administradores, para avaliação conjunta. • Dever de informar: os administradores devem prestar informações relevantes à sociedade, a seus acionistas, inclusive minoritários, e ao mercado em geral. Responsabilidades dos administradores Responsabilidade S.A.: “o administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão.” No entanto, há duas situações em que poderá responder civilmente pelos prejuízos a que der causa: - Quando proceder com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) e dolo (intenção) - Quando violar a lei ou o estatuto. Responsabilidade LTDA: aplicam-se as regras das sociedades simples Exceções: - Culpa no desempenho das suas funções (art. 1.016, CC): Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções. - Conflito de interesse (art. 1.107, p.u., CC): O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá. PROPRIEDADE INDUSTRIAL Propriedade intelectual Essa preocupação se justifica na medida em que, protegendo os direitos de propriedade intelectual,está-se protegendo, fundamentalmente, o valor das inovações de caráter industrial e da capacidade distintiva dos produtos e dos serviços explorados economicamente, que são indispensáveis para o desenvolvimento tecnológico e econômico dos países, e para o funcionamento regular da concorrência. • Divisão da propriedade intelectual: - Propriedade industrial e - Direito autoral e conexos. • Proteção jurídica: - Lei nº 9.279/1996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial - Lei nº 9.610/1998, que consolida a legislação sobre direitos autorais. • Relevância e valor: No mundo jurídico e dos negócios a propriedade intelectual é importante devido ao valor que ela atribui ao produto ou ao serviço oferecido, mesmo que seja um valor efetivamente intangível, agrega muito o valor em relação a empresa. MARCAS Considera-se marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa. TIPOS DE MARCAS a) NOMINATIVA: Sinais distintivos formados apenas por palavras, por escrito, sem qualquer elemento gráfico. Poderá conter números e letras de forma combinada. Algumas marcas nominativas também são formadas pelo nome principal, acrescido de uma continuação, um descritor. b) FIGURATIVA: Marcas formadas por desenho, imagem, ideograma, forma fantasiosa ou figurativa de letra ou algarismo, e palavras compostas por letras de alfabetos como hebraico, cirílico, árabe, etc. c) MISTA: Marcas formadas pela combinação de palavras, nomes, figuras, imagens, formas, etc. Podem ser apenas uma versão estilizada na marca nominativa. d) TRIDIMENSIONAL: Podem constituir não só forma de produto em si mesmo, como a da sua embalagem ou vasilha, desde que, em qualquer caso, se trate de formas que não sejam banais, isto é, que possuam um conteúdo suficientemente arbitrário para lhes conferir capacidade distintiva. REGISTRO DE MARCA “Imperativo de disponibilidade”: Uma marca não pode ser registrada por uma pessoa (física ou jurídica) se outra pessoa já a registrou anteriormente Uma vez registrada uma marca junto ao INPI, o seu proprietário terá direito a usá-la exclusivamente, impedindo que qualquer pessoa tente usá- la indevidamente. • Registro INPI ≠ outros órgãos governamentais: São dois tipos de registros, mas um não substitui o outro. EX.: INPI e ANVISA (no caso de remédios) • Proteção: 10 anos +; • Direitos assegurados ao titular (proprietário da merca): - Ceder; - Licenciar e - Zelar pela integridade e reputação. Exceções: • Princípio da territorialidade: o direito do proprietário da marca está circunscrito aos limites do território nacional, o que significa dizer que o dono de uma marca registrada só tem direito de uso exclusivo no Brasil. • Princípio da especialidade: delimita o direito do titular do registro ao gênero da atividade ou do produto que ele designa. Poderá o titular da marca perder o registro, no entanto, em basicamente três situações: • pela expiração do prazo de vigência, isto é, pela falta de apresentação de pedido de renovação ao INPI; • pela renúncia ou • pela caducidade, que acontecerá se o proprietário da marca deixar de usá-la por 5 anos consecutivos e alguém requerer o cancelamento do seu registro PATENTES Nome que se dá ao registro concedido para uma invenção ou um modelo de utilidade (MU). Na sua formulação clássica, é um direito, conferido pelo Estado, que dá ao seu titular a exclusividade da exploração de uma tecnologia. REGISTRO à MARCAS PATENTE à INVENÇÕES E MODELOS DE UTILIDADE Não é qualquer invenção que poderá ser protegido por patente. A LPI estabelece três requisitos básicos para que isso aconteça: (i) a novidade; (ii) a atividade inventiva e (iii) a aplicação industrial. OBS.: monopólio e interesse público. A LPI estabelece que é patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. O requisito da novidade será preenchido quando a invenção não estiver, segundo a LPI, compreendida no estado da técnica, quando não estiver compreendida em tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior. A atividade inventiva será constatada, no caso das invenções, sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica. Em relação à duração, a LPI estabelece o prazo de 20 anos como limite para patentes e 15 anos para modelo de utilidade, contados da data de depósito. CONCORRÊNCIA DESLEAL repressão à concorrência desleal ≠ defesa da concorrência O que é concorrência desleal? • Atos que visam criar confusão a respeito do concorrente, dos seus produtos ou serviços, do seu estabelecimento, etc.; • Atos que visam desviar a clientela de um concorrente e • Atos de imoralidade comercial. A concorrência desleal é reprimida, conforme determina a LPI, na esfera cível, prevendo indenização por perdas e danos ao lesado, e na esfera penal, prevendo apreensão e destruição de materiais – em alguns casos, até detenção Exemplos de concorrência desleal: - Fazer falsa afirmação sobre o seu concorrente, com o fim de obter vantagem; - Desviar para si a clientela do concorrente por meio de práticas fraudulentas; - Usar a marca ou outro sinal de propaganda do concorrente, ou imitá-lo, criando confusão entre os produtos ou estabelecimentos, e - Expor ou oferecer à venda, em recipiente do concorrente, produtos adulterados ou falsificados. OBS.: Há situações que não se trata de concorrência desleal e sim um padrão de mercado. EX.: Embalagem de iogurtes grego são todas muito parecidas, não consta como uma concorrência desleal. DIREITO AUTORAL O que protege: Obra intelectual, os direitos autorais são os direitos adquiridos por quem for o responsável por criá-la. “criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro” (art. 7º, LDA) São diversas as formas de uma obra intelectual, sendo as mais comuns os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; as composições musicais, que tenham ou não letra; as obras fotográficas; as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; os programas de computador OBS.: ideias não são protegidas, a ideia tem que descer da sua imaterialidade para encarnar em uma determinada maneira de expressão. Quem protege: autores e conexos (artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das empresas de radiodifusão). Proteção: 70 anos (Direito patrimonial). O criador da obra intelectual terá direitos de duas espécies: • Direito patrimonial: exploração comercial, tirar proveito econômico da criação intelectual, qualquer que seja a modalidade de utilização, direta ou indiretamente. • Direito moral: direito com conteúdo ético, que liga a obra ao criador intelectual Tem os poderes de: - manter a obra inédita; - retirá-la de circulação por razões éticas; - modificar a obra; - assegurar a integridade e a genuinidade da obra; - reivindicar a paternidade; - ter nome mencionado ou indicado na utilização da obra (que não se confunde com direito ao nome) e - evitar o uso do nome na obra (repúdio à paternidade). O direito autoral conferido ao criador de obra intelectual independe de registro, sendo uma mera faculdade concedida ao autor registrá-la no órgão público competente. MÓDULO 4 – REGULAÇÃO DOS MERCADOS E DEFESA DA CONCORRÊNCIA REGULAÇÃODOS MERCADOS Regulação da atividade econômica A atual Constituição Federal, editada em 1988, adota, tacitamente, o sistema capitalista como modelo econômico, tendo em vista deixar a iniciativa privada cuidar dos meios de produção assim como dos serviços. Como dissemos, a livre iniciativa é fundamento dessa Constituição. A Constituição Federal de 88, quando trata da ordem econômica, no art. 170, privilegia a LIVRE INICIATIVA e, no inciso IV, a LIVRE CONCORRÊNCIA como princípio fundamental. A atuação no domínio econômico é dada aos particulares, podendo o Estado exercê-la somente de forma excepcional. A exploração direta da atividade econômica pelo Estado, portanto, somente é permitida quando a Constituição Federal autoriza, de modo que pode ser por meio de monopólio (art. 177 CF) ou quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo. Agências reguladoras Modo pelo qual o Estado atua de forma indireta no mercado, disciplinando e fiscalizando determinadas atividades definidas por políticas públicas, na defesa da sociedade. Por meio da eliminação de falhas de mercado, com efeito, o Estado proporciona um mercado competitivo e harmônico. Com a desestatização (transferência da prestação do serviço do Estado para o particular e a diminuição da presença do Estado na atividade econômica) dos serviços públicos, foram criadas entidades e órgãos independentes, com o fim de supervisão e normatização, ou seja, surgiram, como personagens fundamentais, já que o Estado passava de prestador do serviço para regulador e fiscalizador desse serviço (na tentativa da prestação mais eficiente das atividades). Dessa forma, ocorreria a correção das falhas de mercado, bem como a busca da realização de objetivos coletivos e a garantia do fornecimento de certos bens e serviços essenciais para a sociedade. A falta de recursos suficientes por parte do Estado para todos os investimentos necessários, aliada à dificuldade de administrar corretamente, levou ao processo de transferência para o setor privado da execução de vários serviços públicos. Em que pese alguns serviços públicos serem prestados pela iniciativa privada, via concessão, não altera a sua natureza pública, uma vez que o Estado permanece responsável em relação à sua prestação adequada. Por isso, a privatização trouxe rigorosa transformação no papel do Estado, já que, em lugar de protagonista na execução dos serviços, as suas funções passam a ser as de planejamento, regulação e fiscalização. As agências são criadas por leis e seguem um regime especial, gozando de independência em relação aos três poderes – executivo, judiciário e legislativo. As decisões das agências reguladoras são atos administrativos e, como tais, submetidos a eventuais controles judiciais. AGÊNCIAS REGULADORAS são autarquias, e o regime especial é definido na lei instituidora, dando maior autonomia para poder desempenhar seu papel de regulação junto ao setor econômico para o qual foi instituída, respeitados os preceitos constitucionais. As agências reguladoras são pessoas jurídicas de direito público, mas fazem parte da Administração Pública descentralizada. O fato de as agências reguladoras possuírem natureza jurídica de autarquia especial dá-lhes maior autonomia para desempenhar as suas funções junto com os agentes regulados e com independência suficiente perante a Administração Pública. EXEMPLOS: - Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); - Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); - Agência Nacional de Petróleo (ANP); - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e - Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). DEFESA DA CONCORRÊNCIA Sistema brasileiro de defesa da concorrência A concorrência é o procedimento a que são submetidos os agentes econômicos – empresas ou pessoas físicas –, que disputam, entre si, parcelas de mercado via preços, qualidade de produto ou serviço e inovação. A política de defesa da concorrência tem o objetivo de preservar a concorrência entre os players do mercado e combater o abuso do poder econômico, entendido esse poder como a capacidade de um agente econômico tomar as suas decisões de maneira autônoma, independentemente de qualquer outra vontade, e influenciar as decisões dos demais agentes, inclusive dos consumidores. O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é responsável pela manutenção da economia competitiva, seja por meio de atuação preventiva, seja por meio de atuação repressiva, a depender da situação, de ações que possam comprometer a livre concorrência no Brasil. É formado pelo CADE e pela SEAE. 1. Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE Tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade responsável, no âmbito do Poder Executivo, não só por investigar e decidir, em última instância, sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e disseminar a cultura da livre concorrência. 2. Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda – SEAE Realiza a chamada “advocacia da concorrência”, promove a livre concorrência: - opinando sobre proposições legislativas ou minutas de atos normativos nos aspectos relacionados ao tema - propondo a revisão de leis, decretos e regulamentos - manifestando-se sobre pedidos de revisão de tarifas e - realizando estudos que avaliem a concorrência em setores específicos da economia, visando subsidiar as decisões de órgãos governamentais. A atuação dos órgãos do SBDC na defesa da concorrência é dividida em três ações principais: • Ação preventiva: dá-se por meio da análise das operações de concentração (fusões, aquisições e incorporações de empresas) e cooperação econômica (determinadas joint ventures). O Cade decide processos administrativos de atos de concentração, aprovando-os, proibindo-os ou impondo restrições para proteger o mercado. • Ação represiva: dá-se por meio da investigação e da punição de condutas anticompetitivas. São exemplos, cartel e as práticas abusivas de empresas dominantes. • Ação educativa: dá-se por meio da difusão da cultura da concorrência. O SBDC promove seminários, palestras, cursos e publicações de relatórios e matérias em revistas especializadas para difundir a importância da concorrência para a sociedade. Compete aos órgãos de defesa da concorrência a análise de quaisquer atos ilícitos contra a ordem econômica, enquanto, por sua vez, cabem aos órgãos reguladores a fiscalização do desempenho das concessionárias e permissionárias em relação ao cumprimento das suas respectivas leis de setor e acompanhamento dos contratos administrativos. Cade É uma autarquia especial, integrante da Administração Pública indireta e está sujeito ao chamado controle judicial dos seus atos. No controle dos atos de concentração realizado pelo Cade, por exemplo, são observados a participação de mercado das empresas envolvidas na operação bem como se há existência ou não de rivalidade por parte dos concorrentes, além de outros aspectos relacionados ao setor em análise. O Cade zela pela preservação da concorrência, objetivando, entre outros quesitos, diversidade e qualidade de produtos e serviços prestados ao consumidor. Atos de concentração econômica São atos de concentração: • Fusão: ato societário pelo qual dois ou mais agentes econômicos independentes, criam um novo agente econômico, deixando de existir, consequentemente, como entidades jurídicas distintas. • Incorporação: ato societário pelo qual um ou mais agentes econômicos incorporam outros agentes econômicos, total ou parcialmente, dentro de uma mesma personalidadejurídica no qual o agente incorporado desaparece, mas o adquirente mantém a identidade jurídica anterior à operação. • Aquisição: um agente econômico adquire o controle ou a parcela substancial da participação acionária de outro agente econômico. • Joint venture: associação entre dois ou mais agentes econômicos para a criação de um novo agente econômico, sem a extinção dos agentes que lhe deram origem. Tem como objetivo a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a atuação em um novo mercado distinto dos mercados individuais de cada empresa, ou a participação no mesmo mercado relevante dos agentes econômicos, entre outros. OBS.: Uma exceção fica por conta dos atos de concentração relativos aos consórcios ou às associações destinadas às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta, e aos contratos decorrentes delas. Práticas restritivas verticais São as limitações impostas pelos fornecedores de produtos ou serviços a outros agentes econômicos, com os quais se relacionam comercialmente, por meio de uma cadeia produtiva de bens ou serviços. Principais práticas veriticias: 1. Fixação de preços de revenda: um produtor estabelece os preços – máximos, mínimos ou rígidos – a serem praticados na venda final pelos distribuidores ou revendedores dos seus produtos. 2. Acordos de exclusividade: duas empresas acordam realizar as suas transações de forma exclusiva, restringindo a participação de outros interessados. 3. Venda casada: empresa vende um conjunto de produtos ou serviços a outra empresa ou ao usuário final apenas de forma conjunta, recusando-se a comercializá-los separadamente. 4. Recusa de negociação: uma empresa recusa-se a vendê-lo ou comprá-lo a outra empresa em condições consideradas normais no mercado. 5. Discriminação de preços: prática por uma empresa de preços diferentes para clientes diferentes, distorcendo o mercado. 6. Restrições territoriais e de base de clientes: produtor ou fornecedor limita a área de atuação dos seus revendedores ou distribuidores (em termos geográficos ou a certas características dos clientes). Prática restritiva horizontal – CARTEL É um acordo entre empresas do mesmo ramo de produção com o objetivo de dominar o mercado e disciplinar a concorrência. As partes entram em acordo sobre o preço, que é uniformizado, geralmente, em nível alto, e quotas de produção são fixadas para as empresas-membras. Além dos cartéis de preço e quantidade, pode haver cartéis que dividam o mercado em regiões geográficas ou de acordo com o tipo de cliente – atacado e varejo, por exemplo. Há cartéis que atuam em licitações – chamados de bid rigging –, por meio da combinação prévia dos vencedores e de um esquema de rotatividade (rodízio) entre eles. à Condição básica para a formação de um cartel: é que esse acordo seja lucrativo. As empresas só terão interesse em eventualmente associar-se caso isso seja mais lucrativo do que concorrer. • Outras condições necessárias para que o cartel aconteça: - Poder de mercado conjunto das empresas em acordo: elasticidade da demanda do cartel, da rivalidade das empresas concorrentes que não fazem parte do esquema e da possibilidade de entrada de novos concorrentes nesse mercado - Expectativa de punição (enforcement): haja uma baixa expectativa de punição severa - Quanto maiores forem os seus custos de organização, menos provável será a criação de um cartel. São apontados quatro motivos dos custos de organização de um cartel: poucas empresas envolvidas; elevada concentração de mercado; produtos pouco ou nada diferenciados e existência de uma associação de classe ou sindicato. Importante ressaltar que o art. 32 da Lei no 12.529/2012 responsabiliza, solidariamente, por violações à concorrência, as empresas envolvidas no esquema. MÓDULO 5 – DIREITO TRIBUTÁRIO E DIREITO DO TRABALHO DIREITO TRIBUTÁRIO Conceito de tributo, as suas espécies e finalidades Tributo é toda a obrigação de pagar, instituída por lei aos contribuintes, a fim de que haja distribuição do que foi arrecadado às áreas de interesse, sobretudo, saúde, educação, segurança, política econômica, entre outras. Deve ser pago em dinheiro, não sendo possível que a dívida seja liquidada com outros bens. Excepcionalmente, é possível o pagamento de tributo com imóveis. As espécies de tributos são classificadas da seguinte forma: a) Taxas – decorrem de atividades estatais (serviços públicos ou do exercício do poder de polícia). EX.: custas judiciais e a taxa de licenciamento de veículos. b) Impostos – EX.: incidem sobre a propriedade de imóvel urbano (IPTU), a disponibilidade de renda (imposto sobre a renda), a propriedade de veículo automotor (IPVA). c) Empréstimos compulsórios – têm por finalidade buscar receitas para o Estado a fim de promover o financiamento de despesas extraordinárias ou urgentes, quando o interesse nacional esteja presente. d) Contribuições de melhoria – se originam da realização de obra pública que implique valorização de imóvel do contribuinte. EX.: benfeitorias no entorno do imóvel residencial. e) Contribuições parafiscais – instituídos para promover o financiamento de atividades públicas. São tributos finalísticos, ou seja, a sua essência pode ser encontrada no destino dado, pela lei, ao que foi arrecadado. Finalidade dos tributos • Fiscal (arrecadatória): fim de que o Estado angarie os recursos necessários para o seu funcionamento, para pagar a máquina pública, os servidores, o financiamento dos serviços que presta diretamente, a manutenção de bens públicos, a execução de políticas públicas, etc. • Extrafiscal (regulatória): O poder público, com possibilidades de intervenção no mercado, faz uso do tributo como regulador da disponibilidade e dos preços dos bens no mercado interno, interferindo quer como facilitador quer como dificultador. Limites ao poder do estado de tributar As normas limitadoras existem para que não haja o exercício arbitrário da tributação. A tributação deverá ser feita de forma justa, equilibrada e respeitosa, sem que haja imposições arbitrárias que firam a propriedade e a liberdade dos cidadãos contribuintes. Princípios: a) Legalidade tributária: Todo o tributo que for instituído, deverá ser por meio de lei. b) Isonomia tributária: Prescreve que não poderá haver instituição e cobrança de tributos de forma desigual entre contribuintes que se encontram em condições de igualdade jurídica. c) Anterioridade tributária: Os impostos não podem ser cobrados no mesmo ano em que foram instituídos. d) Anterioridade nonagesimal: Evita que a ocorrência de uma lei que aumenta tributos e que seja publicada em dezembro passe a valer já em janeiro por exemplo. Tem de se respeitar um prazo mínimo de 90 dias. e) Irretroatividade tributária: Estabelece que não haverá cobrança de tributo sobre fatos que aconteceram antes da entrada em vigor da lei que o instituiu. f) Capacidade contributiva: Exige que cada contribuinte seja tributado de acordo com suas manifestações objetivas de riqueza. Quem tem mais capacidade de contribuir com o Estado deve contribuir mais. g) Vedação ao confisco: Para o contribuinte que em dado momento, se encontre em dividida tributário com o Fisco, é garantido pelo princípio do não confisco, que nem a União, Estados e Municípios, poderão tomar o patrimônio ou a renda do contribuinte, de forma que os deixe em uma situação de existência indigna, privando o de suas necessidades básicas. h) Não limitação ao tráfego de pessoas e bens e a ressalva do pedágio: Estabelece que o trânsito de pessoas e bens, entre Municípios, Estados e o Distrito Federal, não pode ser impedido por decorrência da imposição de um tributo.i) Uniformidade geográfica j) Proibição da tributação federal diferenciada da renda da dívida pública e da remuneração dos agentes, em âmbito não federal k) Proibição das isenções heterônomas l) Princípio da Não-Surpresa do Contribuinte: O contribuinte não pode ser surpreendido, não se pode “do dia para a noite” determinar a imposição de um novo imposto. OBS.: Apenas letras ‘a’, ‘d’, ‘e’, ‘f’, ‘g’ e ‘l’ foram comentadas no E-Class. Obrigações tributárias É o dever de o contribuinte prestar pagamento na forma da lei. a) Obrigação tributária principal Quando o contribuinte tem por dever o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro). Ela nasce com a ocorrência do fato gerador. Somente se extingue com o pagamento do valor integral devido. EX.: o fato gerador pode ser a compra de um carro, sujeito ao pagamento de IPVA. b) Obrigação tributária acessória Quando a prestação a ser cumprida é a de fazer ou não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo fisco, tudo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Independentemente de ser exigido ou não o cumprimento de obrigação principal, o contribuinte é sempre obrigado a cumprir a obrigação acessória. EX.: escrituração das operações de circulação de mercadoria (notas fiscais), sujeitas ao ICMS, e apuração do respectivo saldo devedor ou credor nos livros fiscais. Sujeitos da relação tributária São chamados de ativo e passivo os sujeitos da relação tributária. Ativo é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Passivo é chamada a pessoa, física ou jurídica, obrigada por lei ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Quanto ao sujeito passivo, dispõe a lei que ele pode ser: a) contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador expresso em lei; b) responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa em lei. Quanto à obrigação tributária acessória, considera-se sujeito passivo a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. De nada adianta o estabelecimento de cláusulas contratuais transferindo o ônus tributário que a lei atribui a uma pessoa, para outrem. Crédito tributário É o direito que o Estado tem de exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido. O mesmo nasce a partir da ocorrência do fato gerador, conforme a data ou prazo determinado em lei. O conceito de fato gerador é um conceito legal: a própria lei estabelece a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência, ou seja, é o fato que gera a obrigação tributária. EX.: Basta ter um carro para que se incida o IPVA. DIREITO DO TRABALHO Regulamenta as relações de trabalho, as partes envolvidas – empregador e empregado – e as organizações protetoras da relação de trabalho. Princípios fundamentais • Princípio da irrenunciabilidade de direitos Finalidade de garantir ao trabalhador os seus direitos previstos no contrato de trabalho, tendo em vista que, geralmente, carece de autonomia da vontade quando se trata do empregado. As garantias trabalhistas, advindas da CLT, bem como de acordos ou convenções coletivas ou individuais, não podem, em regra, ser renunciadas pelos empregados. EX.: direito a estabilidade e direito ao aviso prévio. • Princípio da continuidade da relação de emprego Proteger o trabalhador com a garantia de continuidade de seu contrato de trabalho e das condições do mesmo, independentemente de venda, fusão, incorporação ou qualquer outra alteração no controle da empresa em que trabalha. • Princípio da primazia da realidade Busca, de maneira evidenciada pelos fatos, definir a relação jurídica estipulada pelos contraentes, ainda que sob capa simulada, não corresponde à realidade. • Princípio da prevalência da norma mais benéfica O princípio da proteção ao trabalhador se materializa em três outros princípios: - In dubio pro operario: significa dizer que sempre que houver dúvida acerca do alcance ou interpretação de determinada norma, ela deverá ser interpretada favoravelmente ao empregado, a parte mais frágil da relação de emprego. - Aplicação da norma mais favorável: Traz ideia de que a norma a ser aplicada será sempre aquela que for mais benéfica para o trabalhador, independentemente da posição hierárquica da norma, ou seja, prevalecerá sempre a condição mais benéfica ao trabalhador, seja ela decorrente da Constituição Federal ou de um regulamento interno da empresa. - Condição mais benéfica: A condição mais benéfica se traduzirá naquele que se reverter em maior benefício para o empregado. Direitos básicos do trabalhador • Registro em carteira de trabalho: prova da relação de emprego, de cláusulas do instrumento de trabalho e seu tempo de duração. • Salário mínimo: deve respeitar o piso da categoria ou o mínimo nacional fixado. • Jornada de trabalho: até 8 horas diárias e 44 horas semanais, duas horas extras por dia (remuneradas). • Descanso semanal remunerado: 24 horas consecutivas e coincidir, preferencialmente, com o domingo. • FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço): poupança aberta em nome do empregado, mantida por depósitos mensais de 8% do salário. • Saúde e segurança no trabalho: empregador cumprirá as normas de segurança e medicina do trabalho. • Licença-maternidade e licença-paternidade: afastamento para a mãe de 120 dias a partir do 8º mês de gestação, os pais têm direito a cinco dias corridos a partir da data do nascimento do filho. • Férias: 30 dias corridos caso o trabalhador não tiver faltado, injustificadamente, mais de 5 vezes ao serviço. • 13º salário: corresponde a um mês de serviço prestado. Pode ser pago em duas parcelas • Verbas rescisórias: trabalhador demitido sem justa causa tem direito a receber 13o proporcional, um terço de férias, saldo de salários e aviso prévio, entre outras. O empregador ainda deve pagar uma multa de 40% sobre o saldo total do FGTS depositado. Requisitos do contrato de trabalho São requisitos legais que, em conjunto, constituem a relação entre empregado e empregador. A partir de 14 anos de idade nenhuma criança abaixo dessa idade poderá trabalhar e, mesmo assim, somente na condição de aprendiz. A partir dos 16 anos, poderá ser empregado, mesmo assim com limitações grandes à sua capacidade, como proibição de trabalho noturno, em ambientes inadequados à sua formação, como bares. Desse modo, a partir dos 18 anos, poderá trabalhar normalmente. Cabe ressaltar que, entre 16 e 18, serão consideradas relativamente capazes, sendo os seus atos anuláveis, precisando da assistência de seus responsáveis para tudo o que fazem e, a partir dos 18, plenamente capazes para todos os atos. O trabalho deverá ser prestado com continuidade, tendo em vista que, aquele que presta serviços não é empregado geralmente. O trabalho tem de ser remunerado, já que só assim justifica a proteção oferecida pela lei para aquele que precisa de sua proteção. Se não for dessa forma, o trabalho é voluntário e não gera proteção trabalhista. Nesse sentido, o contrato de trabalho não é gratuito, mas oneroso. O empregador deve ter respeito e seguir ordens de seus patrões, com isso, o empregado exerce sua atividade com dependência ao empregador, por quem é dirigido. O empregado é, por conseguinte, um trabalhador subordinado, dirigido pelo empregador. Pode ser subordinação econômica, técnica, hierárquica, jurídica ou social. CONCLUSÃO: É importante que existam tais requisitos: continuidade, onerosidade, habitualidade, personalidade e subordinação. O trabalho deve ser prestadocom continuidade, oneroso, realizado com determinada pessoa, sem risco para o empregado, já que o empregador, por natureza, assume os riscos da sua atividade ao empregado. O empregador assume os resultados positivos, que são os lucros, e os negativos, os prejuízos. Tipos de contratos a) Contrato por tempo indeterminado e por tempo determinado Por regra geral, a CLT estabelece o contrato por tempo indeterminado, de forma que o vínculo empregatício não tem data certa para acabar. O empregador deve pagar os benefícios obrigatórios sujeitos na legislação trabalhista, como férias, 13o salário, registro em carteira e FGTS. Já o contrato de trabalho por prazo determinado funciona diferente, já que ele estabelece um período inicial e final para o vínculo empregatício, podendo ter duração máxima de dois anos. O empregador pode contratar um funcionário por apenas seis meses se desejar, por exemplo. c) Trabalhador temporário Uma pessoa física é contratada por uma empresa por três meses no máximo. O trabalhador temporário tem direito a todos os benefícios que são pagos aos profissionais com carteira assinada. EX.: Funcionários contratados por lojas para dar conta da alta demanda de vendas antes do natal.
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