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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL APOSTILA FGV

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RESUMO	–	DIREITO	EMPRESARIAL	
	
MÓDULO	1	–	INTRODUÇÃO	AO	DIREITO	EMPRESARIAL	
	
OS	IMPACTOS	DO	DIREITO	NO	SETOR	ECONÔMICO	
“o	Direito	está	sempre	presente,	qualquer	que	seja	a	ordenação	das	forças	econômicas.	
[...]	há,	pois,	entre	Economia	e	Direito	uma	interação	constante.”	
	
A	 intervenção	 do	 Estado	 na	 vida	 dos	 agentes	 econômicos	 tem	 como	 intuito	 colocar	
freios	 aos	 excessos	 do	 poder	 de	 liberdade	 dos	 indivíduos.	 Sob	 o	 ponto	 de	 vista	
econômico,	a	intervenção	busca	corrigir	falhas	de	mercado	(monopólio,	assimetria	de	
informação,	 etc.).	 A	 intervenção	 do	 Estado	 no	 âmbito	 da	 liberdade	 de	 iniciativa	 dos	
agentes	privados	poderá	acontecer	em	diversos	campos.	Por	exemplo,	pode-se	dar	por	
meio	de	medidas	de	cunho	fiscal,	regulatório	ou	trabalhista.	
Desse	modo,	a	interferência	estatal	–	que	ocorre	via:	
•	legisladores	(legislativo)	
•	agentes	administrativos	(executivo)	e	
•	 juízes	 (judiciário)	 –	 incide	 no	 campo	 privado,	 com	 vistas	 a	 proteger	 e	 corrigir	 as	
desigualdades	econômicas	resultantes	de	alguns	negócios	entre	agentes	econômicos,	
bem	como	orientar	o	desenvolvimento	econômico	no	sentido	de	aumentar	o	bem-estar	
coletivo.	
	
Razões	de	ser:	
•	limitar	os	excessos	dos	agentes	privados;	
•	estabelecer	um	padrão	de	comportamento;	
•	oferecer	o	mínimo	existencial	à	população;	
•	executar	políticas	públicas	e	
•	evitar	injustiças.	
	
O	Direito	pode	impactar	os	negócios	de	diversas	formas.	Por	exemplo:	
•	 limitando	 os	 excessos	 dos	 agentes	 privados	 no	 mercado,	 ou	 seja,	 estabelecendo	
padrões	de	comportamento;	
•	 influenciando	 o	 mercado	 (a	 depender	 do	 segmento	 econômico)	 para	 oferecer	 o	
mínimo	existencial	à	população;	
•	norteando	diferentes	setores	econômicos	por	meio	de	políticas	públicas	e	
•	evitando	injustiças	por	meio	de	interferências.	
	
INTERVENÇÃO	DO	ESTADO	NA	ECONOMIA	
Evolução	histórica	da	intervenção	do	estado	na	economia	
•	Estado	liberal	
1ª	FASE	
Liberalismo	político	
-	reconhecimento	dos	direitos	individuais	e	das	garantias	processuais;	
-	igualdade	perante	a	lei;	
-	separação	em	três	poderes	e	
-	separação	Estado-Igreja.	
	
veves
Realce
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Realce
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Realce
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Realce
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Realce
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Realce
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Realce
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Realce
veves
Realce
veves
Realce
Liberalismo	econômico	
-	redução	de	impostos	e	
-	pouco	ou	nenhum	regulamento	da	economia	pelo	Estado.	
	
2ª	FASE	
Encontrou	 sua	 crise	 na	 constatação	 de	 abuso	 de	 uma	 parte	 sobre	 a	 outra.	 É,	
especialmente,	 face	 a	 um	 cenário	 de	 extrema	 exploração	 do	 operário	 nas	 relações	
privadas	que	o	modelo	se	esgota,	haja	vista	a	necessidade	de	 intervenção	do	Estado	
nessas	relações,	impedindo	os	abusos	contidos	nas	pretensamente	livres	estipulações	
de	vontade.	
	
•	Estado	social	
1ª	FASE	
O	poder	público	assume	novas	funções,	passando	a	 intervir	no	domínio	econômico	e	
social8,	a	fim	de	oferecer	condições	de	vida	dignas	à	classe	dominada.	O	Estado	passou	
a	atuar	de	modo	a	garantir	o	bem-estar	dos	cidadãos,	 seja	 intervindo	em	setores	da	
economia,	 seja	 corrigindo	 desequilíbrios	 oriundos	 dos	 negócios	 entre	 agentes	
econômicos.	
	
2ª	FASE	
Ocorre	 que	 a	 sobrecarga	 de	 funções	 admitidas	 pelo	 Estado	 trouxe	 consequências	
indesejáveis	ao	modelo,	como	o	inchaço	da	máquina	administrativa,	o	crescimento	das	
despesas	públicas	a	um	nível	incompatível	com	a	arrecadação,	a	elevação	da	inflação,	o	
aumento	da	corrupção	estatal,	etc.,	que	culminaram	com	o	desemprego	generalizado	e	
o	 não	 cumprimento	 das	 prestações	 assistencialistas	 programadas,	 de	 certo	 modo,	
prometidas	 à	 população	 pelo	 Estado.	 Consequentemente,	 a	 legitimidade	 do	 Poder	
Público	para	executar	todas	as	tarefas	a	que	se	propôs	passou	a	ser	questionada	pela	
população,	em	verdadeira	crise	do	sistema.	O	Estado	se	tornou	ineficiente.	O	tamanho	
do	Estado	precisou	ser	redimensionado,	devolvendo	à	iniciativa	privada	atividades	antes	
realizadas	 por	 ela	 e,	 por	 conseguinte,	 algum	 espaço,	 se	 bem	 que	 ponderado,	 de	
liberdade	para	tanto.	
	
•	Estado	pós-social.	
O	novo	modelo	de	Estado,	chamado	reliberalizante,	passou	a	prescrever	não	um	exato	
retorno	ao	Estado	Liberal,	mas	um	restabelecimento	do	prestígio	ao	voluntarismo	dos	
agentes	 econômicos	 de	 modo	 controlado,	 respeitando-se	 os	 direitos	 e	 garantias	
individuais.	 Cabe	 ao	 Estado	 se	manter	 fortemente	 atuante,	 seja	 para	 defender	 bens	
comuns,	como	o	meio	ambiente,	seja	para	evitar	abusos	às	classes	economicamente	
mais	fracas,	seja,	ainda,	para	garantir	a	continuidade	do	sistema,	freando	operações	que	
possam	prejudicar	a	livre	concorrência.	
	
Limites	da	intervenção	do	Estado	na	Economia	
Ordem	econômica.	Fundamento.	Livre	iniciativa.	
-	contenção	de	excessos	dos	particulares	e	
-	ofensa	ou	ameaça	a	interesses	públicos	relevantes.	
	
Embora	a	ingerência	do	Estado	na	economia	seja	uma	realidade,	há	limites	para	que	isso	
aconteça.	
A	 intervenção	 do	 Estado	 no	 domínio	 econômico	 deve	 ser	 ponderada	 segundo	 três	
critérios:	adequação,	necessidade	e	proporcionalidade	em	sentido	estrito.	
	
A	atividade	de	intervenção	na	economia	promovida	pelo	Estado	encontrará	seu	limite	
na	proporcionalidade	e	na	razoabilidade	da	medida,	não	podendo	restringir	a	liberdade	
de	um	agente	econômico	se	essa	não	for	uma	medida	que	surta	efeitos,	que,	mesmo	
surtindo	efeitos,	seja	a	que	menos	prejudique	e,	ainda	que	surta	efeitos	e	seja	a	menos	
prejudicial,	que	traga	benefícios	superiores	aos	custos	impostos	à	sociedade.	
	
[...]	 cabe	 ao	 Estado	 exercer	 sua	 política	 de	 controle	 e	 fiscalização,	 com	 o	 limite	 de	
intervenção	mínima,	o	que	significa	tomar	medidas	razoáveis	e	proporcionais,	sempre	
no	 sentido	 de	 preservar	 o	 direito	 de	 propriedade,	 a	 livre	 iniciativa	 e	 a	 atividade	
econômica	[...].	
	
A	 livre	 iniciativa	 é	 representada	 pela	 livre	 concorrência.	 Nesse	 sentido,	 a	 livre	
concorrência	pode	indicar	a	possibilidade	de	uma	empresa	atuar	 livremente	entre	os	
diversos	concorrentes,	optando,	discricionariamente,	pelas	estratégias	e	pelos	preços	
que	 empregará,	 tendo	 em	 conta	 o	 posicionamento	 dos	 demais	 competidores	 no	
mercado.	 Nesse	 caso,	 não	 encontrando	 o	 Estado	 motivos	 razoáveis	 para	 intervir,	
permitirá	que	um	agente	atue	livremente,	desempenhando	suas	atividades	econômicas	
e	explorando	o	mercado	livremente,	sem	intervenção	injustificada	pelo	Estado.	
Em	outro	sentido,	a	livre	concorrência	pode	significar	a	preservação	da	possibilidade	de	
pluralidade	de	empresas	no	mercado,	como	uma	garantia	oferecida	pelo	Estado	a	todos	
os	particulares	de	que	a	competição	existirá.	
	
Tipos	de	intervenção	do	estado	
O	modelo	de	organização	da	economia	ditado	pela	Constituição	Federal	permite	e,	mais	
do	 que	 isso,	 impõe	 que	 o	 Estado	 intervenha	 na	 economia	 quando	 necessário.	 A	
intervenção	do	Estado	pode	acontecer	por	meio	da:	
	
•	 Atuação	 por	 indução	 (fomento):	Não	 determina	 nenhuma	 conduta	 específica	 ao	
operador	econômico.	Trata-se	de	uma	interferência	com	vistas	a	oferecer	incentivos	e	
estímulos	 ao	 particular,	 buscando	 a	 realização	 e	 o	 alcance	 de	 interesses	 do	 próprio	
Estado.	EX.:	Abaixar	o	IPI,	conceder	benefícios	fiscais,	etc.	
	
•	 Atuação	 por	 direção	 (ou	 disciplina):	Possui	maior	 grau	 de	 ingerência	 na	 vida	 das	
empresas,	já	que	o	poder	público	obriga	os	particulares	a	agir	de	modo	determinado,	
criando	normas	de	conduta	para	desempenho	da	atividade	econômica,	fiscalizando	a	
conformidade	 com	 essas	 normas	 e,	 no	 caso	 de	 descumprimento,	 punindo	 o	 agente	
econômico.	EX.:	Determinações	de	Agências	Reguladoras.	
	
•	Atuação	estatal	direta:	
O	Estado	atua	de	forma	direta	na	economia,	prestando	a	atividade,	seja	ela	considerada	
um	serviço	público,	 cujo	 titular	 é	mesmo	o	poder	público,	 seja	ela	 considerada	uma	
atividade	econômica,	também	desempenhada	pelos	particulares,	na	qual	a	participação	
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Realce
do	Estado	será	em	modelo	de	competição	com	os	agentes	privados.	Somente	poderá	
ocorrer	 quando	 presente	 imperativo	 de	 segurança	 nacional	 ou	 relevante	 interesse	
coletivo,	haja	vista	que	essa	é	a	forma	de	intervenção	do	poder	público	sobre	a	ordem	
econômica	mais	intensa.	
à	serviços	públicos	(interesse	da	coletividade	e	prestação	direta	ou	sob	o	regime	de	
concessão	e	permissão).	EX.:	Transporte	público,	saneamento,	etc.	
à	atividades	econômicas	em	sentido	estrito	
-	Por	absorção	(monopólio	da	União)	–	EX.:	pesquisa	e	lavra	das	jazidas	de	petróleo	e	
gás	natural;	refino	do	petróleo	nacional	ou	estrangeiro;	transporte	marítimo	do	petróleo	
bruto	de	origem	nacional.	
-	 Por	 participação	 –	 EX.:	 	 empresas	 públicas	 e	 sociedades	 de	 economia	 mista	
prestadoras	de	atividade	econômica.	
	
	
A	DICOTOMIA	ENTRE	DIREITO	PÚBLICO	E	DIREITO	PRIVADO	
	
	
	
Fará	 parte	 do	 sistema	 de	 Direito	 Público	 quando	 a	 norma	 tiver	 como	 foco	 o	
atendimento,	de	maneira	imediata	e	de	modo	prevalente,	de	um	interesse	coletivo,	de	
caráter	geral,	como	são	evidentes	as	regras	imperativas	do	Direito	Penal,	cuja	função	é	
atender,	imediata	e	preponderantemente,	um	interesse	de	toda	a	sociedade.	
Note	que	o	Direito	Civil,	ao	apresentar,	por	exemplo,	disposições	sobre	relações	jurídicas	
entre	 dois	 sujeitos,	 dois	 agentes	 econômicos,	 tem	 como	 foco	 imediato	 o	 interesse	
particular.	Nessa	relação,	o	Estado	aparece	coordenando	os	dois	sujeitos,	de	forma	que	
o	Direito	Civil	é	parte	do	sistema	de	Direito	Privado.	
O	mesmo	acontecerá	com	o	Direito	da	Propriedade	Intelectual,	o	Direito	Societário	e	o	
Direito	do	Consumidor.	Nessas	áreas	do	Direito,	apesar	de	haver	normas	imperativas,	
cuja	observância	e	cumprimento	não	sejam	meras	sugestões	do	Estado	ao	particular,	
mas	 sim	 uma	 imposição,	 como	 regra	 geral,	 o	 seu	 conteúdo	 pode	 ser	 ajustável,	
negociável	entre	as	partes,	prevalecendo	o	interesse	particular.	Nesse	sentido,	o	Estado	
se	coloca	em	uma	posição	de	coordenação.	
Por	 outro	 lado,	 por	 exemplo,	 o	 Direito	 Administrativo	 e	 o	 Direito	 Tributário	 estão	
eminentemente	inseridos	no	Direito	Público,	já	que	visam	ao	interesse	da	população.	
Quanto	ao	Direito	do	Trabalho,	embora	exista	uma	grande	discussão	doutrinária	sobre	
onde	ele	se	situa,	é	possível	considerá-lo	parte	do	ramo	de	Direito	Público.	Isso	ocorre	
porque,	ao	se	constituir	como	sistema	de	regras	voltadas	à	disciplina	das	relações	entre	
empregadores	e	empregados,	nota-se	uma	participação	do	Estado	interferindo	na	sua	
qualidade	fundamental	de	poder	soberano,	estabelecendo	o	equilíbrio	entre	as	partes	
veves
Realce
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Realce
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Realce
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Realce
interessadas	e	impondo	soluções	a	que	os	particulares	estão	todos	sujeitos.	Tais	vínculos	
são	de	subordinação,	e	não	de	coordenação.	
	
	
MÓDULO	2	–	CONTRATOS	
	
CONTRATOS	
Conceitos:	
contrato	=	negócio	versus	contrato	=	conceito	jurídico;	instrumento	
	
•	A	grosso-modo:	é	algo	atrelado	a	uma	relação	econômica	sem	um	maior	cuidado	com	
tecnicismos.	
•	É	a	contração	de	um	negócio	jurídico	entre	duas	ou	mais	pessoas,	previsto	em	códigos	
e	leis,	ou	autorizado	por	esses,	gerando	efeitos	jurídicos.	
•	Acordo	de	duas	ou	mais	vontades,	na	conformidade	da	ordem	jurídica,	destinado	a	
estabelecer	 uma	 regulamentação	 de	 interesses	 entre	 as	 partes,	 com	 o	 escopo	 de	
adquirir,	modificar	ou	extinguir	relações	jurídicas	de	natureza	patrimonial.	
	
Fontes	–	externas	à	vontade	das	partes:	
•	lei;	
•	juiz	
•	administração	pública.	
Tais	fontes	fogem	ao	interesse	pessoal	das	partes	contratantes,	mas	são	importantes	
pois	irão	influenciar	tanto	na	conformação	quanto	na	execução	de	sua	validade.	
	
Conceito	moderno	de	contrato	
-	formação	em	massa:	se	referindo	ao	novo	modelo	dos	negócios,	celebrados	em	escala,	
em	uma	economia	de	massa,	para	uma	sociedade	de	consumo.	
-	cláusulas	contratuais	gerais:	técnica	de	redação	das	cláusulas	contratuais,	feitas	em	
bloco,	 para	 serem	 replicadas	 com	 as	 diversas	 partes	 com	 quem	 a	 empresa	 que	 as	
elaborou	irá	contratar.	
-	 contrato	 de	 adesão:	 modalidade	 negocial,	 que,	 na	 prática,	 acaba	 por	 ser	 uma	
modalidade	não	negocial	e	impositiva,	já	que	não	dá	margem	à	discussão	do	conteúdo	
dos	contratos.	
	
PRINCÍPIOS	GERAIS	DO	DIREITO	DOS	CONTRATOS	
	
•	Autonomia	da	vontade	(ou	privada)	e	liberdade	contratual:	
-	liberdade	de	escolher	se	quer	ou	não	contratar;	
-	liberdade	de	escolher	com	quem	contratar	e	
-	liberdade	de	escolher	como	contratar.	
A	liberdade	contratual,	que	decorre	de	um	princípio	maior	conhecido	como	autonomia	
da	 vontade	 ou,	 mais	 modernamente,	 autonomia	 privada,	 justamente	 em	 razão	 das	
tantas	alterações	de	que	acabamos	de	falar.	A	autonomia	da	vontade	significa	o	poder	
dos	indivíduos	de	atuar,	bem	como	de	suscitar	efeitos	reconhecidos	e	protegidos	pela	
ordem	jurídica,	pelo	Direito.	
	
•	Vinculatividade.	Obrigatoriedade.	Pacta	sunt	servanda.	
“os	pactos	devem	ser	respeitados”	ou	“os	acordos	devem	ser	cumpridos”	
É	o	Princípio	da	Força	Obrigatória,	segundo	o	qual	o	contrato	obriga	as	partes	nos	limites	
da	lei.	É	uma	regra	que	versa	sobre	a	vinculação	das	partes	ao	contrato,	como	se	norma	
legal	fosse,	tangenciando	a	imutabilidade.	
	
•	Equilíbrio	contratual	
O	 princípio	 do	 equilíbrio	 contratual	 exige	 que	 os	 contratantes	 realizem	 negócios	
jurídicos	 ou	 contratos	 justos,	 garantindo	 que	 haja	 um	equilíbrio	 entre	 as	 obrigações	
assumidas	 por	 cada	 um	 deles.	 Por	 meio	 dele,	 muitas	 vezes,	 o	 Estado	 intervirá	 nos	
contratos	entre	agentes	econômicos,	assegurando	a	proteção	da	parte	mais	fraca	contra	
um	abuso	do	poder	negocial	do	contratante	mais	forte.	
	
•	Boa-fé	objetiva:	
-	Função	interpretativa	dos	contratos:	os	negócios	 jurídicos	devem	ser	 interpretados	
conforme	 a	 boa-fé	 e	 os	 usos	 do	 lugar	 de	 sua	 celebração	 a	 boa-fé	 têm	 a	 função	
interpretativa	dos	contratos.	
-	Função	limitadora	de	direitos:	também	comete	ato	ilícito	o	titular	de	um	direito	que,	
ao	exercê-lo,	excede	manifestamente	os	 limites	 impostos	pelo	seu	fim	econômico	ou	
social,	pela	boa-fé	ou	pelos	bons	costumes.	
-	 Função	 criadora	 de	 deveres	 de	 comportamento:	 os	 contratantes	 são	 obrigados	 a	
guardar,	 assim	 na	 conclusão	 do	 contrato,	 como	 em	 sua	 execução,	 os	 princípios	 de	
probidade	e	boa-fé.	
A	boa-fé	objetiva	concede	ao	juiz	o	poder	de	se	intrometer	nos	contratos,	interferindo	
no	seu	conteúdo,	a	despeito	da	vontade	das	partes.	Além	disso,	se	traduz	em	um	modelo	
de	comportamento	para	nortear	as	empresas	em	seus	negócios	com	terceiros	e	deve	
guiar	 o	 comportamento	 das	 partes	 não	 só	 na	 execução	 dos	 negócios	 mas	 desde	 a	
primeira	 aproximação	 entre	 elas,	 sendo	 observado	 mesmo	 depois	 de	 terminado	 o	
contrato.	
	
ELEMENTOS	PARA	A	FORMAÇÃO	DOS	CONTRATOS	E	FORMAS	DE	EXTINÇÃO	
	
São	elementos	(requisitos	ou	pressupostos)	essenciais	para	a	formação	dos	contratos,	
sem	os	quais	uma	contratação	poderá	ser	anulada,	pondo	a	perder	toda	uma	estratégia	
de	negócio	e	gerando	impactos	no	business.	
A	validade	do	negócio	jurídico	requer	(art.	104	CC):	
I.	Agente	capaz	
•	São	absolutamente	incapazes	de	exercer	pessoalmente	os	atos	da	vida	civil	os	menores	
de	16	(dezesseis)	anos.	
•	São	incapazes,	relativamente	a	certos	atos	ou	à	maneira	de	os	exercer:	
-	os	maiores	de	dezesseis	e	menores	de	dezoito	anos	
-	os	ébrios	habituais	e	os	viciados	em	tóxico	
-	aqueles	que,	por	causa	transitória	ou	permanente,	não	puderem	exprimir	sua	vontade;	
-	os	pródigos.	
	
II.	Objetivo	lícito,	possível	e	determinado	ou	determinável	
Será	lícito	quando:	não	contrariar	as	leis	e	os	bons	costumes.	
Exemplo:	ilícitos	serão	um	contrato	de	contrabando,	um	contrato	para	matar	alguém	
Será	possível	quando:	
•	 Juridicamente:não	 contrariar	 o	 ordenamento	 jurídico.	 Exemplo:	 impossível	
juridicamente	será	o	contrato	quando	exigir	a	obrigação	de	importar	coisa	proibida	ou	
negociar	a	herança	de	pessoa	viva.	
•	 Fisicamente:	 não	 contrariar	 as	 leis	 da	 física	 ou	 naturais.	 Exemplo:	 impossível	
fisicamente	será	o	contrato	quando	exigir	a	obrigação	de	tocar	a	lua	sem	tirar	os	pés	da	
Terra.	
Será	determinado	ou	determinável	quando:	
Não	 deixar	 de	 indicar,	 minimamente,	 o	 objeto	 que	 será	 negociado.	 Ainda	 que	 seja	
incerto,	pelo	menos	devem	constar	do	contrato	o	gênero	e	a	quantidade.	Exemplos:	
indeterminado	ou	indeterminável	será	o	contrato	com	uma	pessoa	para	fazer	“algo”,	
exercer	alguma	atividade	ou	pagar	alguma	coisa	sem	as	mínimas	especificações.	
	
III.	Forma	prescrita	ou	não	defesa	em	lei	
O	requisito	da	forma	do	contrato	exige	que	o	contrato	tenha	a	sua	forma	prescrita	ou	
não	defesa	em	lei,	ou	seja,	que	o	meio	pelo	qual	as	partes	materializem	a	sua	vontade	
seja	previsto	em	lei	ou,	pelo	menos,	que	não	seja	proibido	por	qualquer	lei.	
•	Art.	107.	A	validade	da	declaração	de	vontade	não	dependerá	de	forma	especial,	senão	
quando	a	lei	expressamente	a	exigir.	
•	Art.	108.	Não	dispondo	a	lei	em	contrário,	a	escritura	pública	é	essencial	à	validade	
dos	negócios	jurídicos	que	visem	à	constituição,	transferência,	modificação	ou	renúncia	
de	direitos	reais	sobre	imóveis	de	valor	superior	a	trinta	vezes	o	maior	salário	mínimo	
vigente	no	País.	
Extinção	dos	contratos	
	
•	Pelo	cumprimento	do	seu	objeto:	Quando	todas	as	obrigações	foram	cumpridas	no	
tempo	e	na	forma	acertados,	o	contrato	chega	ao	fim	naturalmente.	Também	terminará	
de	forma	natural	com	o	fim	do	seu	período	de	duração.	
•	 Por	 existência	 de	 defeito	 do	 negócio	 jurídico:	 Quando	 deixar	 de	 considerar	 os	
elementos	 de	 formação	 dos	 contratos	 (art.	 166,	 CC)	 ou	 por	 interferência	 de	 algum	
defeito	do	negócio	jurídico,	quais	sejam:	o	erro,	o	dolo,	a	coação,	a	lesão,	o	estado	de	
perigo,	a	simulação	e	a	fraude	(teoria	dos	vícios	de	consentimento.	O	contrato	pode	ser	
declarado	nulo	ou	anulado	(desse	modo,	extinto)	sem	que	tenha	havido	a	execução	das	
obrigações	das	partes.	
•	Por	meio	de	cláusula	resolutiva	–	inadimplemento	contratual:	Autoriza	uma	parte	a	
pedir	o	fim	do	contrato	quando	a	outra	der	motivo,	isto	é,	deixar	de	cumprir	o	que	foi	
combinado.	
•	 Por	 meio	 da	 resilição:	 Quando	 uma	 das	 partes	 opta	 por	 dar	 fim	 ao	 contrato,	
independentemente	de	motivo	para	isso.	A	parte	que	escolheu	o	término	do	contrato,	
restará	o	dever	de	indenizar	a	outra	parte	se	esse	fim	prematuro	lhe	causar	prejuízos.	
•	Por	inexecução	contratual	involuntária	–	caso	fortuito	e	força	maior:	Ocorre	se	a	total	
inexecução	das	obrigações	previstas	no	contrato	se	der	por	força	maior	ou	caso	fortuito.	
O	devedor	não	responde	pelos	prejuízos	resultantes	de	caso	fortuito	ou	força	maior,	se	
expressamente	não	se	houver	por	eles	responsabilizado.	
•	 Pela	 onerosidade	 excessiva:	 Considera	 o	 princípio	 do	 equilíbrio	 contratual.	 As	
alterações	 das	 circunstâncias	 poderão	 levar	 à	 modificação	 do	 contrato	 ou	 à	 sua	
resolução.	
•	Distrato:	Modo	amigável	que	 se	 chega	ao	 término	antecipado	do	contrato,	porém	
mediante	a	declaração	de	vontade	de	ambos	os	contratantes.	
•	Pela	exceção	de	contrato	não	cumprido:	Uma	parte	pode-se	negar	a	cumprir	a	parte	
que	 lhe	 cabe	 do	 conteúdo	 do	 contrato	 quando	 a	 outra	 parte	 não	 tiver	 satisfeito	
totalmente	a	sua	obrigação.	
	
OBS.:	 Prós	 e	 os	 contras	 de	 se	 estabelecerem	 contratos	 de	 adesão	 em	 massa	 com	
cláusulas	contratuais	gerais.	
A	 massificação	 das	 contratações	 e	 o	 uso	 de	 cláusulas	 contratuais	 gerais,	 ou	 seja,	
padronizadas,	 trazem	 enorme	 saving	 em	 relação	 ao	 custo	 com	 a	 contratação	 de	
escritório	 –	 na	 redação	 individual	 dos	 contratos,	 na	 interpretação	 de	 cada	 um	 dos	
instrumentos	contratuais,	etc.	Por	outro	lado,	a	padronização	e	a	adesão	em	bloco	do	
conteúdo	do	contrato	 fragiliza	o	 lado	da	 relação,	 subtraindo	dele	grande	aspecto	da	
vontade.	
Dessa	forma,	em	uma	discussão	judicial	sobre	o	contrato,	a	tendência	é	a	de	que	o	juiz	
interfira,	inclusive	com	base	na	permissão	que	a	lei	lhe	concede,	modificando	os	efeitos	
do	contrato	ou,	até	mesmo,	levando	à	extinção	forçada	da	relação.	
	
DIREITO	DO	CONSUMIDOR	
Direitos	básicos	do	consumidor	
A	 ideia	de	um	direito	do	 consumidor	 surgiu	 como	 forma	de	oferecer	proteção	a	um	
grupo	destacado	de	pessoas,	considerando	que	nessas	mesmas	relações	a	sua	posição	
não	era	de	total	equilíbrio,	ou	seja,	proteção	a	um	grupo	vulnerável.	
	
Vulnerabilidade	do	consumidor:	
-	Técnica;	
-	Jurídica	ou	científica	
-	Fática	ou	socioeconômica	
-	Informativa	
-	Psíquica,	etc.	
	
•	Direito	de	proteção	à	vida,	à	saúde	e	à	segurança:	Direito	a	produtos	e	serviços	de	
qualidade,	 que	 sejam	 adequados	 ao	 uso	 que	 se	 propõem	e	 que	 sejam	 seguros,	 não	
pondo	 a	 integridade	 física	 do	 sujeito	 que	 os	 adquire	 em	 riscos	 desconhecidos.	 EX.:	
Celular	explodindo,	brinquedo	que	solte	peças	facilmente,	etc.	
•	Direito	à	educação	para	o	consumo	e	à	liberdade	de	escolha:	EX.:	Prática	de	venda	
casada	viola	o	direito	do	consumidor	de	fazer	escolhas	livres.	
•	Direito	à	informação	e	à	proteção	contra	publicidade	enganosa	e	abusiva:	Direito	de	
o	consumidor	saber	detalhes	do	produto	ou	serviço.	
•	 Direito	 à	 proteção	 contra	 cláusulas	 abusivas:	EX.:	 Plano	 de	 saúde	à	 Reajuste	 de	
mensalidade	em	razão	da	mudança	de	faixa	etária	(Caráter	abusivo	da	cláusula).	
•	Direito	à	modificação	e	à	revisão	das	cláusulas	contratuais	desproporcionais:	EX.:	É	
o	 direito	 classicamente	 invocado	 por	 consumidores	 em	 relações	 jurídicas	 com	
instituições	bancárias.	O	pedido	de	revisão	de	contratos	é	bastante	comum,	seja	porque	
o	consumidor	aceitou	condições	injustas	e	desproporcionais,	seja	porque,	ao	longo	do	
contrato,	 podem	 acontecer	 situações	 supervenientes	 que	 tornem	 o	 contrato	
excessivamente	oneroso	para	o	consumidor,	como	o	desemprego.	
•	 Direito	 à	 efetiva	 prevenção	 e	 reparação	 de	 danos:	 Obrigação	 do	 fornecedor	 de	
assegurar,	 em	 primeiro	 lugar,	 a	 incolumidade	 do	 consumidor	 e,	 depois,	 caso	 não	
cumprido	o	dever	de	incolumidade,	de	reparar	o	dano.	Protege-se	o	consumidor,	entre	
outras	 razões,	 porque	 o	 Código	 privilegia	 os	 deveres	 de	 informação,	 o	 direito	 do	
consumidor	a	um	produto	de	qualidade	e	a	proteção	da	confiança	do	consumidor,	que	
opta	 por	 contratar	 exatamente	 porque	 confia	 no	 produto	 ou	 no	 serviço.	 Se	 essa	
confiança	 não	 é	 correspondida,	 ao	 menos	 a	 reparação	 efetiva	 do	 dano	 deve	 ser	
assegurada.	
•	Direito	ao	acesso	à	justiça	e	aos	órgãos	administrativos,	e	à	facilitação	de	defesa:	EX.:	
Acessos	como	os	PROCONS	e	a	criação	de	Câmaras	para	julgamento	de	ações	judiciais	
movidas	por	consumidores	no	Tribunal	de	Justiça	do	Rio	de	Janeiro.	Quanto	a	facilitação	
de	defesa,	permite	que	o	juiz	julgue	a	favor	do	consumidor	se	o	fornecedor,	uma	vez	
acionado	na	Justiça,	não	provar,	por	exemplo,	que	prestou	adequadamente	o	serviço.	
Ou	seja,	quando	uma	das	partes	de	um	processo	judicial	é	um	consumidor,	o	dever	de	
provar	 o	 seu	 direito	 é	 bastante	 simplificado,	 aumentando	 o	 dever	 de	 provar	 do	
fornecedor. 
•	Direito	à	adequada	e	eficaz	prestação	dos	serviços	públicos	em	geral:	É	importante	
ter	claro	que	os	usuários	dos	serviços	públicos	são	consumidores	e	gozam	da	proteção	
das	normas	do	Código	de	Defesa	do	Consumidor,	devendo	ocorrer	a	aplicação	do	CDC	
naquilo	que	não	incompatível	com	a	regulação	própria	do	serviço	público.	
	
Por	isso,	toda	a	estratégia	de	business,	de	lançamento	de	um	produto	ou	serviço	deve	
olhar,	 com	 muita	 atenção,	 os	 riscos	 aos	 quais	 estão	 submetidas	 as	 empresas	 que	
operam	no	setor	de	consumo.	Com	um	Código	repleto	de	direitos	aos	consumidores	e	
deveres	aos	fornecedores,	as	implicações	oriundas	do	Direito	acabam	sendo	decisivas	
na	estratégia	de	negócios.	
	
Responsabilidadecivil	do	fornecedor	de	produtos/serviços	
A	responsabilidade	dos	 fornecedores	 resulta	de	um	defeito	do	produto	ou	serviço,	e	
está	dividida	em	duas	espécies	no	Código	de	Defesa	do	Consumidor:	
•	Defeito-Fato:	o	produto	não	oferece	a	segurança	que	dele	legitimamente	se	espera.	
EX.:	Celular	explodindo.	
•	Defeito-Vício:	o	produto	não	oferece	a	qualidade	que	dele	legitimamente	se	espera.	
EX.:	Produto	vem	em	menor	quantidade	que	o	indicado.	
	
	
	
Elementos	para	a	análise	da	responsabilidade	
1.	Circunstâncias:	
-	 Apresentação:	 Como	 o	 produto/serviço	 se	 apresenta	 no	 mercado,	 forma	 que	 é	
colocado	a	venda	para	o	consumidor,	como	ele	o	recebe.	
-	Uso:	Como	é	esperado	que	o	produto/seviço	seja	utilizado	ou	usufruído,	para	que	se	
possa	distinguir	a	responsabilidade	que	o	fornecedor	terá	perante	o	consumidor.	
-	Riscos	esperados:	Riscos	já	esperados	pelo	produto,	por	exemplo,	uma	faca.	Se	espera	
que	a	pessoa	possa	se	cortar	com	a	lâmina,	mas	não	com	o	cabo.	
-	Época	de	colocação	no	mercado:	Não	se	pode	reclamar	que	um	produto	é	obsoleto	
considerando	que	foi	comprado	a	5	anos	atrás.	É	preciso	que	o	consumidor	tenha	mente	
que	produto	foi	colocado	no	mercado	em	uma	época	específica	e	que	o	defeito/vício	
pode	aparecer	muito	tempo	depois.		
	
2.	Responsabilidade	objetiva.	
A	responsabilidade	do	fornecedor	é	objetiva,	isto	é,	independentemente	da	existência	
de	culpa.	Nesse	sentido,	não	importa	se	o	fornecedor	não	agiu	com	dolo	(intenção)	ou	
culpa	(negligência,	imprudência	ou	imperícia).	
	
3.	Excludentes	da	responsabilidade:	
-	Não	colocação	do	produto	no	mercado;	 
-	Defeito	do	produto/serviço	inexistente	(embora	haja	colocado	o	produto	no	
mercado)	ou	
-	Culpa	exclusiva	do	consumidor	ou	de	terceiro	
	
MÓDULO	3	–	SOCIEDADES	EMPRESÁRIAS	E	PROPRIEDADE	INTELECTUAL	
	
SOCIEDADES	EMPRESÁRIAS	
TIPOS	SOCIETÁRIOS	
As	sociedades	mais	relevantes	são	a	sociedade	limitada	e	a	sociedade	anônima.	Vale	
acrescentar,	 ainda,	 uma	 figura	 relativamente	 nova,	 prevista	 na	 legislação	 brasileira	
somente	 a	 partir	 de	 2011,	 que	 é	 a	EIRELI	 –	 Empresa	 Individual	 de	Responsabilidade	
Limitada	 (constituída	 por	 uma	 única	 pessoa	 titular	 da	 totalidade	 do	 capital	 social,	
devidamente	 integralizado,	que	não	será	 inferior	a	100	vezes	o	maior	salário-mínimo	
vigente	no	País).	No	que	lhe	é	compatível,	aplicam-se	à	EIRELI	as	regras	previstas	para	
as	sociedades	limitadas.	
	
à	Sociedade	Limitada	(LTDA)	
•	Regime	jurídico:	C.C.	(Código	Civil)	especial	e	geral;	
	
•	Características:	limitação	da	responsabilidade,	maleabilidade,	estrutura	simplificada	e	
menos	custosa	(interesse	de	pequenas,	médias	e	grandes	empresas);	
	
•	Requisitos:	
-	pluralidade	dos	sócios	(deve	ser	constituída	por,	pelo	menos,	2	sócios	quotistas)	
-	participação	no	capital	social	(todos	os	sócios	contribuem	para	a	formação	do	capital	
social	da	sociedade,	participando,	como	consequência,	dos	resultados	obtidos	por	ela)	
-	elementos	do	contrato	social	(forma	que	se	constitui	um	sociedade	LTDA)	
-	divisão	das	cotas	(tem	como	finalidade	dividir	a	participação	dos	sócios	nos	riscos	e	
lucros	do	empreendimento	e	representar,	para	terceiros,	alguma	segurança	em	relação	
às	capacidades	financeiras	da	sociedade,	pelo	menos	no	início	de	suas	atividades.)	
-	governança,	etc.	
	
à	Sociedade	Anônima/Sociedade	por	Ações	(S.A.)	
•	Regime	jurídico:	Lei	das	S.A.	(LSA)	e	C.C.	
	
As	S.A.	são	classificadas	como	abertas	ou	fechadas,	a	depender	de	terem	ou	não	suas	
ações	 autorizadas	 pela	 CVM	 –	 Comissão	 de	 Valores	 Mobiliários,	 órgão	 do	 governo	
responsável	por	regular	a	atividade	no	mercado	de	capitais	–	para	serem	negociadas	na	
bolsa	de	valores	ou	no	mercado	de	balcão.	Se	for	uma	S.A.	aberta,	deverá	submeter-se	
a	regras	mais	complexas,	tendo	em	vista	o	interesse	estatal	em	proteger	o	investidor	–	
o	popular,	em	especial	–	e	o	mercado.	
	
•	Requisitos	preliminares:	
-	subscrição	de	todo	o	capital	social	por,	no	mínimo,	duas	pessoas	
-	realização	de	10%	do	preço	de	emissão	das	ações	subscritas	em	dinheiro	
-	depósito	das	entradas	em	dinheiro	em	instituição	financeira	autorizada	pela	CVM;	
	
•	Ações:	
-	Ordinárias:	conferem	aos	seus	titulares	os	direitos	dos	acionistas	comuns,	regulares,	e	
cuja	emissão	é	obrigatória	
-	 Preferenciais:	 conferem	 faculdades	 diferentes	 aos	 seus	 donos,	 de	 acordo	 com	
estipulação	no	estatuto.	
	
•	Órgãos	sociais:	
-	diretoria	(responsável	por	conduzir	a	companhia	no	dia	a	dia	e	executar	as	decisões	
tomadas	pelos	acionistas)	
-	conselho	de	administração	(obrigatório	em	caso	de	S.A.	aberta,	também	tem	a	função	
de	 deliberar	matérias,	 por	 vezes,	 agilizando	 a	 tomada	de	 decisão	 de	 temas	 afetos	 à	
assembleia)	
-	 conselho	 fiscal	 (atribuição	de	 fiscalizar	 os	 órgãos	 de	 administração,	 protegendo	os	
interesses	dos	acionistas	e	da	Cia)	
-	assembleia	geral	(órgão	máximo,	em	que	os	acionistas	acompanham	a	movimentação,	
o	 balanço,	 as	 demonstrações	 financeiras	 da	 companhia	 e	 deliberam	 a	 respeito	 de	
decisões	que	deverão	ser	tomadas	de	forma	colegiada)	
	
Deveres	dos	administradores	
	
•	Dever	de	diligência:	administrador	deve	desempenhar	seus	deveres	com	boa-	 fé	e	
convencido	de	estar	agindo	de	forma	a	melhor	atender	aos	interesses	da	companhia.	
-	se	qualificar	para	o	cargo;	
-	se	informar	adequada,	porém	razoavelmente,	para	a	tomada	de	decisões	
-	investigar	eventuais	fatos	que	possam	prejudicar	a	sociedade	e	
-	vigiar	e	monitorar	o	desenvolvimento	das	atividades	sociais;	
	
•	Dever	de	cuidado:	os	administradores	devem	aplicar	nas	atividades	de	organização,	
decisão	 e	 controle	 societário,	 o	 tempo,	 esforço	 e	 conhecimento	 requeridos	 pela	
natureza	das	funções,	as	competências	específicas	e	as	circunstâncias.	
	
•	Dever	de	lealdade:	demanda	que	o	administrador	use	as	informações	e	os	poderes	
que	 possui	 em	 favor	 da	 sociedade,	 também	 decorre	 o	 dever	 de	 sigilo,	 evitando	 a	
revelação	de	informações	estratégicas.	
	
•	Dever	de	 cumprir	 com	as	 finalidades	 sociais:	 o	 administrador	 deve	 se	pautar	 não	
apenas	pelos	interesses	da	sociedade	empresária	e	seus	acionistas,	mas	também	pelos	
interesses	da	população,	da	coletividade,	o	bem-	estar	comum.	
	
•	 Dever	 de	 evitar	 situações	 de	 conflito	 de	 interesses:	 é	 proibido	 ao	 administrador	
intervir	 em	 qualquer	 operação	 social	 em	 que	 tiver	 interesse	 conflitante	 com	 o	 da	
companhia,	quando	o	administrador	tiver	conhecimento	de	que	determinada	situação	
poderá	 ser	 entendida	 como	 conflituosa	 em	 relação	 aos	 interesses	 pessoais	 e	 da	
sociedade,	 ele	 tem	 o	 dever	 de	 avisar	 aos	 demais	 administradores,	 para	 avaliação	
conjunta.	
	
•	 Dever	 de	 informar:	 os	 administradores	 devem	 prestar	 informações	 relevantes	 à	
sociedade,	a	seus	acionistas,	inclusive	minoritários,	e	ao	mercado	em	geral.	
	
Responsabilidades	dos	administradores	
	
Responsabilidade	 S.A.:	 “o	 administrador	 não	 é	 pessoalmente	 responsável	 pelas	
obrigações	que	contrair	em	nome	da	sociedade	e	em	virtude	de	ato	regular	de	gestão.”		
	
No	entanto,	há	duas	situações	em	que	poderá	responder	civilmente	pelos	prejuízos	a	
que	der	causa:	
-	Quando	proceder	com	culpa	(negligência,	imprudência	ou	imperícia)	e	dolo	(intenção)	
-	Quando	violar	a	lei	ou	o	estatuto.	
	
Responsabilidade	LTDA:	aplicam-se	as	regras	das	sociedades	simples	
	
Exceções:	
-	 Culpa	 no	 desempenho	 das	 suas	 funções	 (art.	 1.016,	 CC):	 Os	 administradores	
respondem	solidariamente	perante	a	sociedade	e	os	terceiros	prejudicados,	por	culpa	
no	desempenho	de	suas	funções.	
-	Conflito	de	interesse	(art.	1.107,	p.u.,	CC):	O	administrador	que,	sem	consentimento	
escrito	dos	sócios,	aplicar	créditos	ou	bens	sociais	em	proveito	próprio	ou	de	terceiros,	
terá	de	restituí-los	à	sociedade,	ou	pagar	o	equivalente,	com	todos	os	lucros	resultantes,	
e,	se	houver	prejuízo,	por	ele	também	responderá.	
	
PROPRIEDADE	INDUSTRIAL	
Propriedade	intelectual	
Essa	preocupação	se	justifica	na	medida	em	que,	protegendo	os	direitos	de	propriedade	
intelectual,está-se	protegendo,	fundamentalmente,	o	valor	das	 inovações	de	caráter	
industrial	 e	 da	 capacidade	 distintiva	 dos	 produtos	 e	 dos	 serviços	 explorados	
economicamente,	 que	 são	 indispensáveis	 para	 o	 desenvolvimento	 tecnológico	 e	
econômico	dos	países,	e	para	o	funcionamento	regular	da	concorrência.	
	
•	Divisão	da	propriedade	intelectual:	
-	Propriedade	industrial	e	
-	Direito	autoral	e	conexos.	
	
•	Proteção	jurídica:	
-	Lei	nº	9.279/1996,	que	regula	direitos	e	obrigações	relativos	à	propriedade	industrial	
-	Lei	nº	9.610/1998,	que	consolida	a	legislação	sobre	direitos	autorais.	
	
•	Relevância	e	valor:		
No	mundo	 jurídico	e	dos	negócios	a	propriedade	 intelectual	é	 importante	devido	ao	
valor	 que	 ela	 atribui	 ao	 produto	 ou	 ao	 serviço	 oferecido,	mesmo	que	 seja	 um	 valor	
efetivamente	intangível,	agrega	muito	o	valor	em	relação	a	empresa.	
	
MARCAS	
Considera-se	marca	 de	 produto	 ou	 serviço:	 aquela	 usada	 para	 distinguir	 produto	 ou	
serviço	de	outro	idêntico,	semelhante	ou	afim,	de	origem	diversa.	
	
TIPOS	DE	MARCAS	
a)	 NOMINATIVA:	 Sinais	 distintivos	 formados	 apenas	 por	 palavras,	 por	 escrito,	 sem	
qualquer	 elemento	 gráfico.	 Poderá	 conter	 números	 e	 letras	 de	 forma	 combinada.	
Algumas	marcas	nominativas	também	são	formadas	pelo	nome	principal,	acrescido	de	
uma	continuação,	um	descritor.	
	
	
	
b)	FIGURATIVA:	Marcas	formadas	por	desenho,	imagem,	ideograma,	forma	fantasiosa	
ou	figurativa	de	letra	ou	algarismo,	e	palavras	compostas	por	letras	de	alfabetos	como	
hebraico,	cirílico,	árabe,	etc.	
	
c)	MISTA:	Marcas	formadas	pela	combinação	de	palavras,	nomes,	figuras,	imagens,	
formas,	etc.	Podem	ser	apenas	uma	versão	estilizada	na	marca	nominativa.	
	
	
d)	TRIDIMENSIONAL:	Podem	constituir	não	só	forma	de	produto	em	si	mesmo,	como	a	
da	sua	embalagem	ou	vasilha,	desde	que,	em	qualquer	caso,	se	trate	de	formas	que	
não	sejam	banais,	isto	é,	que	possuam	um	conteúdo	suficientemente	arbitrário	para	
lhes	conferir	capacidade	distintiva.	
	
REGISTRO	DE	MARCA	
“Imperativo	de	disponibilidade”:	Uma	marca	não	pode	ser	registrada	por	uma	pessoa	
(física	ou	jurídica)	se	outra	pessoa	já	a	registrou	anteriormente	
Uma	vez	registrada	uma	marca	 junto	ao	 INPI,	o	seu	proprietário	terá	direito	a	usá-la	
exclusivamente,	impedindo	que	qualquer	pessoa	tente	usá-	la	indevidamente.	
	
•	Registro	INPI	≠	outros	órgãos	governamentais:	São	dois	tipos	de	registros,	mas	um	não	
substitui	o	outro.	EX.:	INPI	e	ANVISA	(no	caso	de	remédios)	
•	Proteção:	10	anos	+;	
•	Direitos	assegurados	ao	titular	(proprietário	da	merca):	
-	Ceder;	
-	Licenciar	e	
-	Zelar	pela	integridade	e	reputação.	
	
Exceções:	
•	Princípio	da	territorialidade:	o	direito	do	proprietário	da	marca	está	circunscrito	aos	
limites	do	território	nacional,	o	que	significa	dizer	que	o	dono	de	uma	marca	registrada	
só	tem	direito	de	uso	exclusivo	no	Brasil.	
•	 Princípio	 da	 especialidade:	 delimita	 o	 direito	 do	 titular	 do	 registro	 ao	 gênero	 da	
atividade	ou	do	produto	que	ele	designa.	
	
Poderá	o	titular	da	marca	perder	o	registro,	no	entanto,	em	basicamente	três	situações:	
•	pela	expiração	do	prazo	de	vigência,	isto	é,	pela	falta	de	apresentação	de	pedido	de	
renovação	ao	INPI;	
•	pela	renúncia	ou	
•	pela	caducidade,	que	acontecerá	se	o	proprietário	da	marca	deixar	de	usá-la	por	5	
anos	consecutivos	e	alguém	requerer	o	cancelamento	do	seu	registro	
	
PATENTES	
Nome	que	se	dá	ao	registro	concedido	para	uma	invenção	ou	um	modelo	de	utilidade	
(MU).	Na	sua	formulação	clássica,	é	um	direito,	conferido	pelo	Estado,	que	dá	ao	seu	
titular	a	exclusividade	da	exploração	de	uma	tecnologia.	
	
REGISTRO	à	MARCAS	
PATENTE	à	INVENÇÕES	E	MODELOS	DE	UTILIDADE	
Não	é	qualquer	invenção	que	poderá	ser	protegido	por	patente.	A	LPI	estabelece	três	
requisitos	básicos	para	que	isso	aconteça:	
(i)	a	novidade;	
(ii)	a	atividade	inventiva	e	
(iii)	a	aplicação	industrial.	
OBS.:	monopólio	e	interesse	público.	
	
A	LPI	estabelece	que	é	patenteável	como	modelo	de	utilidade	o	objeto	de	uso	prático,	
ou	 parte	 deste,	 suscetível	 de	 aplicação	 industrial,	 que	 apresente	 nova	 forma	 ou	
disposição,	envolvendo	ato	inventivo,	que	resulte	em	melhoria	funcional	no	seu	uso	ou	
em	sua	fabricação.	
O	requisito	da	novidade	será	preenchido	quando	a	invenção	não	estiver,	segundo	a	LPI,	
compreendida	no	estado	da	técnica,	quando	não	estiver	compreendida	em	tudo	aquilo	
tornado	 acessível	 ao	 público	 antes	 da	 data	 de	 depósito	 do	 pedido	 de	 patente,	 por	
descrição	escrita	ou	oral,	por	uso	ou	qualquer	outro	meio,	no	Brasil	ou	no	exterior.	
A	atividade	 inventiva	 será	constatada,	no	caso	das	 invenções,	 sempre	que,	para	um	
técnico	no	assunto,	não	decorra	de	maneira	evidente	ou	óbvia	do	estado	da	técnica.	
	
Em	relação	à	duração,	a	LPI	estabelece	o	prazo	de	20	anos	como	limite	para	patentes	e	
15	anos	para	modelo	de	utilidade,	contados	da	data	de	depósito.	
	
CONCORRÊNCIA	DESLEAL	
	
repressão	à	concorrência	desleal	≠	defesa	da	concorrência	
	
O	que	é	concorrência	desleal?	
•	Atos	que	visam	criar	confusão	a	respeito	do	concorrente,	dos	seus	produtos	ou	
serviços,	do	seu	estabelecimento,	etc.;	
•	Atos	que	visam	desviar	a	clientela	de	um	concorrente	e	
•	Atos	de	imoralidade	comercial.	
	
A	concorrência	desleal	é	reprimida,	conforme	determina	a	LPI,	na	esfera	cível,	prevendo	
indenização	por	perdas	e	danos	ao	 lesado,	e	na	esfera	penal,	prevendo	apreensão	e	
destruição	de	materiais	–	em	alguns	casos,	até	detenção	
	
Exemplos	de	concorrência	desleal:	
-	Fazer	falsa	afirmação	sobre	o	seu	concorrente,	com	o	fim	de	obter	vantagem;	
-	Desviar	para	si	a	clientela	do	concorrente	por	meio	de	práticas	fraudulentas;	
-	 Usar	 a	 marca	 ou	 outro	 sinal	 de	 propaganda	 do	 concorrente,	 ou	 imitá-lo,	 criando	
confusão	entre	os	produtos	ou	estabelecimentos,	e	
-	Expor	ou	oferecer	à	venda,	em	recipiente	do	concorrente,	produtos	adulterados	ou	
falsificados.	
	
OBS.:	 Há	 situações	 que	 não	 se	 trata	 de	 concorrência	 desleal	 e	 sim	 um	 padrão	 de	
mercado.	 EX.:	 Embalagem	 de	 iogurtes	 grego	 são	 todas	muito	 parecidas,	 não	 consta	
como	uma	concorrência	desleal.	
	
DIREITO	AUTORAL	
	
O	que	protege:	Obra	intelectual,	os	direitos	autorais	são	os	direitos	adquiridos	por	quem	
for	o	responsável	por	criá-la.	
	
“criações	do	espírito,	expressas	por	qualquer	meio	ou	fixadas	em	qualquer	suporte,	
tangível	ou	intangível,	conhecido	ou	que	se	invente	no	futuro”	(art.	7º,	LDA)	
	
São	diversas	as	 formas	de	uma	obra	 intelectual,	 sendo	as	mais	 comuns	os	 textos	de	
obras	literárias,	artísticas	ou	científicas;	as	composições	musicais,	que	tenham	ou	não	
letra;	as	obras	fotográficas;	as	obras	de	desenho,	pintura,	gravura,	escultura,	litografia	
e	arte	cinética;	os	programas	de	computador	
OBS.:	 ideias	 não	 são	 protegidas,	 a	 ideia	 tem	 que	 descer	 da	 sua	 imaterialidade	 para	
encarnar	em	uma	determinada	maneira	de	expressão.	
	
Quem	protege:	autores	e	conexos	(artistas	intérpretes	ou	executantes,	dos	produtores	
fonográficos	e	das	empresas	de	radiodifusão).	
Proteção:	70	anos	(Direito	patrimonial).	
	
O	criador	da	obra	intelectual	terá	direitos	de	duas	espécies:	
•	 Direito	 patrimonial:	 exploração	 comercial,	 tirar	 proveito	 econômico	 da	 criação	
intelectual,	qualquer	que	seja	a	modalidade	de	utilização,	direta	ou	indiretamente.	
•	Direito	moral:	direito	com	conteúdo	ético,	que	liga	a	obra	ao	criador	intelectual	
Tem	os	poderes	de:	
-		manter	a	obra	inédita;	
-		retirá-la	de	circulação	por	razões	éticas;	
-		modificar	a	obra;	
-		assegurar	a	integridade	e	a	genuinidade	da	obra;	
-		reivindicar	a	paternidade;	
-		ter	nome	mencionado	ou	indicado	na	utilização	da	obra	(que	não	se	confunde	com	
direito	ao	nome)	e	
-		evitar	o	uso	do	nome	na	obra	(repúdio	à	paternidade).	
	
O	direito	autoral	conferido	ao	criador	de	obra	intelectual	independe	de	registro,	sendo	
uma	mera	faculdade	concedida	ao	autor	registrá-la	no	órgão	público	competente.	
	
MÓDULO	4	–	REGULAÇÃO	DOS	MERCADOS	E	DEFESA	DA	CONCORRÊNCIA	
	
REGULAÇÃODOS	MERCADOS	
	
Regulação	da	atividade	econômica	
A	atual	Constituição	Federal,	editada	em	1988,	adota,	tacitamente,	o	sistema	capitalista	
como	modelo	econômico,	tendo	em	vista	deixar	a	iniciativa	privada	cuidar	dos	meios	de	
produção	 assim	 como	 dos	 serviços.	 Como	 dissemos,	 a	 livre	 iniciativa	 é	 fundamento	
dessa	Constituição.	
A	Constituição	Federal	de	88,	quando	trata	da	ordem	econômica,	no	art.	170,	privilegia	
a	 LIVRE	 INICIATIVA	 e,	 no	 inciso	 IV,	 a	 LIVRE	 CONCORRÊNCIA	 como	 princípio	
fundamental.	
A	atuação	no	domínio	econômico	é	dada	aos	particulares,	podendo	o	Estado	exercê-la	
somente	de	forma	excepcional.	A	exploração	direta	da	atividade	econômica	pelo	Estado,	
portanto,	somente	é	permitida	quando	a	Constituição	Federal	autoriza,	de	modo	que	
pode	ser	por	meio	de	monopólio	(art.	177	CF)	ou	quando	necessária	aos	imperativos	da	
segurança	nacional	ou	a	relevante	interesse	coletivo.	
	
	
	
	
Agências	reguladoras	
	
Modo	 pelo	 qual	 o	 Estado	 atua	 de	 forma	 indireta	 no	 mercado,	 disciplinando	 e	
fiscalizando	 determinadas	 atividades	 definidas	 por	 políticas	 públicas,	 na	 defesa	 da	
sociedade.	 Por	 meio	 da	 eliminação	 de	 falhas	 de	 mercado,	 com	 efeito,	 o	 Estado	
proporciona	um	mercado	competitivo	e	harmônico.	
	
Com	a	desestatização	(transferência	da	prestação	do	serviço	do	Estado	para	o	particular	
e	a	diminuição	da	presença	do	Estado	na	atividade	econômica)	dos	serviços	públicos,	
foram	 criadas	 entidades	 e	 órgãos	 independentes,	 com	 o	 fim	 de	 supervisão	 e	
normatização,	 ou	 seja,	 surgiram,	 como	 personagens	 fundamentais,	 já	 que	 o	 Estado	
passava	de	prestador	do	serviço	para	regulador	e	fiscalizador	desse	serviço	(na	tentativa	
da	prestação	mais	eficiente	das	atividades).	Dessa	forma,	ocorreria	a	correção	das	falhas	
de	mercado,	bem	como	a	busca	da	 realização	de	objetivos	 coletivos	e	a	garantia	do	
fornecimento	de	certos	bens	e	serviços	essenciais	para	a	sociedade.	
	
A	 falta	 de	 recursos	 suficientes	 por	 parte	 do	 Estado	 para	 todos	 os	 investimentos	
necessários,	 aliada	 à	 dificuldade	 de	 administrar	 corretamente,	 levou	 ao	 processo	 de	
transferência	para	o	setor	privado	da	execução	de	vários	serviços	públicos.	Em	que	pese	
alguns	 serviços	 públicos	 serem	 prestados	 pela	 iniciativa	 privada,	 via	 concessão,	 não	
altera	a	sua	natureza	pública,	uma	vez	que	o	Estado	permanece	responsável	em	relação	
à	sua	prestação	adequada.	
	
Por	isso,	a	privatização	trouxe	rigorosa	transformação	no	papel	do	Estado,	já	que,	em	
lugar	de	protagonista	na	execução	dos	 serviços,	 as	 suas	 funções	passam	a	 ser	 as	de	
planejamento,	regulação	e	fiscalização.	
	
As	 agências	 são	 criadas	 por	 leis	 e	 seguem	 um	 regime	 especial,	 gozando	 de	
independência	em	relação	aos	três	poderes	–	executivo,	judiciário	e	legislativo.	
	
As	decisões	das	agências	reguladoras	são	atos	administrativos	e,	como	tais,	submetidos	
a	eventuais	controles	judiciais.	
	
AGÊNCIAS	 REGULADORAS	 são	 autarquias,	 e	 o	 regime	 especial	 é	 definido	 na	 lei	
instituidora,	dando	maior	autonomia	para	poder	desempenhar	seu	papel	de	regulação	
junto	 ao	 setor	 econômico	 para	 o	 qual	 foi	 instituída,	 respeitados	 os	 preceitos	
constitucionais.	As	agências	reguladoras	são	pessoas	 jurídicas	de	direito	público,	mas	
fazem	 parte	 da	 Administração	 Pública	 descentralizada.	 O	 fato	 de	 as	 agências	
reguladoras	possuírem	natureza	jurídica	de	autarquia	especial	dá-lhes	maior	autonomia	
para	 desempenhar	 as	 suas	 funções	 junto	 com	 os	 agentes	 regulados	 e	 com	
independência	suficiente	perante	a	Administração	Pública.	
	
	
	
EXEMPLOS:		
-	Agência	Nacional	de	Telecomunicações	(Anatel);	
-	Agência	Nacional	de	Energia	Elétrica	(Aneel);	
-	Agência	Nacional	de	Petróleo	(ANP);	
-	Agência	Nacional	de	Vigilância	Sanitária	(Anvisa)	e	
-	Agência	Nacional	de	Saúde	Suplementar	(ANS).	
	
DEFESA	DA	CONCORRÊNCIA	
	
Sistema	brasileiro	de	defesa	da	concorrência	
A	 concorrência	 é	 o	 procedimento	 a	 que	 são	 submetidos	 os	 agentes	 econômicos	 –	
empresas	ou	pessoas	físicas	–,	que	disputam,	entre	si,	parcelas	de	mercado	via	preços,	
qualidade	de	produto	ou	serviço	e	inovação.	
A	política	de	defesa	da	concorrência	tem	o	objetivo	de	preservar	a	concorrência	entre	
os	players	do	mercado	e	combater	o	abuso	do	poder	econômico,	entendido	esse	poder	
como	 a	 capacidade	 de	 um	 agente	 econômico	 tomar	 as	 suas	 decisões	 de	 maneira	
autônoma,	 independentemente	de	qualquer	outra	vontade,	e	 influenciar	as	decisões	
dos	demais	agentes,	inclusive	dos	consumidores.	
O	Sistema	Brasileiro	de	Defesa	da	Concorrência	(SBDC)	é	responsável	pela	manutenção	
da	 economia	 competitiva,	 seja	 por	 meio	 de	 atuação	 preventiva,	 seja	 por	 meio	 de	
atuação	repressiva,	a	depender	da	situação,	de	ações	que	possam	comprometer	a	livre	
concorrência	no	Brasil.	É	formado	pelo	CADE	e	pela	SEAE.	
	
1.	Conselho	Administrativo	de	Defesa	Econômica	–	CADE	
Tem	 como	 missão	 zelar	 pela	 livre	 concorrência	 no	 mercado,	 sendo	 a	 entidade	
responsável,	no	âmbito	do	Poder	Executivo,	não	só	por	investigar	e	decidir,	em	última	
instância,	sobre	a	matéria	concorrencial,	como	também	fomentar	e	disseminar	a	cultura	
da	livre	concorrência.	
	
2.	Secretaria	de	Acompanhamento	Econômico	do	Ministério	da	Fazenda	–	SEAE	
Realiza	a	chamada	“advocacia	da	concorrência”,	promove	a	livre	concorrência:	
-	opinando	sobre	proposições	legislativas	ou	minutas	de	atos	normativos	nos	aspectos	
relacionados	ao	tema	
-	propondo	a	revisão	de	leis,	decretos	e	regulamentos	
-	manifestando-se	sobre	pedidos	de	revisão	de	tarifas	e	
-	realizando	estudos	que	avaliem	a	concorrência	em	setores	específicos	da	economia,	
visando	subsidiar	as	decisões	de	órgãos	governamentais.	
	
A	 atuação	 dos	 órgãos	 do	 SBDC	 na	 defesa	 da	 concorrência	 é	 dividida	 em	 três	 ações	
principais:	
•	Ação	preventiva:	dá-se	por	meio	da	análise	das	operações	de	concentração	(fusões,	
aquisições	e	incorporações	de	empresas)	e	cooperação	econômica	(determinadas	joint	
ventures).	 O	 Cade	 decide	 processos	 administrativos	 de	 atos	 de	 concentração,	
aprovando-os,	proibindo-os	ou	impondo	restrições	para	proteger	o	mercado.	
	
•	 Ação	 represiva:	 dá-se	 por	 meio	 da	 investigação	 e	 da	 punição	 de	 condutas	
anticompetitivas.	São	exemplos,	cartel	e	as	práticas	abusivas	de	empresas	dominantes.	
	
•	 Ação	 educativa:	 dá-se	 por	 meio	 da	 difusão	 da	 cultura	 da	 concorrência.	 O	 SBDC	
promove	 seminários,	 palestras,	 cursos	 e	 publicações	 de	 relatórios	 e	 matérias	 em	
revistas	especializadas	para	difundir	a	importância	da	concorrência	para	a	sociedade.	
	
Compete	aos	órgãos	de	defesa	da	concorrência	a	análise	de	quaisquer	atos	ilícitos	contra	
a	ordem	econômica,	enquanto,	por	sua	vez,	cabem	aos	órgãos	reguladores	a	fiscalização	
do	desempenho	das	concessionárias	e	permissionárias	em	relação	ao	cumprimento	das	
suas	respectivas	leis	de	setor	e	acompanhamento	dos	contratos	administrativos.	
	
Cade	
É	uma	autarquia	especial,	integrante	da	Administração	Pública	indireta	e	está	sujeito	ao	
chamado	controle	judicial	dos	seus	atos.	
No	controle	dos	atos	de	concentração	realizado	pelo	Cade,	por	exemplo,	são	observados	
a	 participação	 de	 mercado	 das	 empresas	 envolvidas	 na	 operação	 bem	 como	 se	 há	
existência	ou	não	de	rivalidade	por	parte	dos	concorrentes,	além	de	outros	aspectos	
relacionados	 ao	 setor	 em	 análise.	 O	 Cade	 zela	 pela	 preservação	 da	 concorrência,	
objetivando,	 entre	 outros	 quesitos,	 diversidade	 e	 qualidade	 de	 produtos	 e	 serviços	
prestados	ao	consumidor.	
	
Atos	de	concentração	econômica	
São	atos	de	concentração:	
•	Fusão:	ato	societário	pelo	qual	dois	ou	mais	agentes	econômicos	independentes,	criam	
um	novo	agente	econômico,	deixando	de	existir,	consequentemente,	como	entidades	
jurídicas	distintas.	
•	Incorporação:	ato	societário	pelo	qual	um	ou	mais	agentes	econômicos	incorporam	
outros	 agentes	 econômicos,	 total	 ou	 parcialmente,	 dentro	 de	 uma	 mesma	
personalidadejurídica	 no	 qual	 o	 agente	 incorporado	 desaparece,	 mas	 o	 adquirente	
mantém	a	identidade	jurídica	anterior	à	operação.	
•	 Aquisição:	 um	 agente	 econômico	 adquire	 o	 controle	 ou	 a	 parcela	 substancial	 da	
participação	acionária	de	outro	agente	econômico.	
•	Joint	venture:	associação	entre	dois	ou	mais	agentes	econômicos	para	a	criação	de	
um	novo	agente	econômico,	sem	a	extinção	dos	agentes	que	lhe	deram	origem.	Tem	
como	objetivo	a	pesquisa	e	o	desenvolvimento	de	novos	produtos	e	serviços,	a	atuação	
em	 um	 novo	 mercado	 distinto	 dos	 mercados	 individuais	 de	 cada	 empresa,	 ou	 a	
participação	no	mesmo	mercado	relevante	dos	agentes	econômicos,	entre	outros.	
	
OBS.:	Uma	exceção	fica	por	conta	dos	atos	de	concentração	relativos	aos	consórcios	ou	
às	associações	destinadas	às	licitações	promovidas	pela	administração	pública	direta	e	
indireta,	e	aos	contratos	decorrentes	delas.	
	
Práticas	restritivas	verticais	
São	as	limitações	impostas	pelos	fornecedores	de	produtos	ou	serviços	a	outros	agentes	
econômicos,	 com	 os	 quais	 se	 relacionam	 comercialmente,	 por	meio	 de	 uma	 cadeia	
produtiva	de	bens	ou	serviços.	
Principais	práticas	veriticias:	
1.	 Fixação	 de	 preços	 de	 revenda:	 um	 produtor	 estabelece	 os	 preços	 –	 máximos,	
mínimos	 ou	 rígidos	 –	 a	 serem	 praticados	 na	 venda	 final	 pelos	 distribuidores	 ou	
revendedores	dos	seus	produtos.	
2.	Acordos	de	exclusividade:	 duas	empresas	 acordam	 realizar	 as	 suas	 transações	de	
forma	exclusiva,	restringindo	a	participação	de	outros	interessados.	
3.	Venda	casada:	empresa	vende	um	conjunto	de	produtos	ou	serviços	a	outra	empresa	
ou	 ao	 usuário	 final	 apenas	 de	 forma	 conjunta,	 recusando-se	 a	 comercializá-los	
separadamente.	
4.	Recusa	 de	 negociação:	 uma	 empresa	 recusa-se	 a	 vendê-lo	 ou	 comprá-lo	 a	 outra	
empresa	em	condições	consideradas	normais	no	mercado.	
5.	Discriminação	de	preços:	prática	por	uma	empresa	de	preços	diferentes	para	clientes	
diferentes,	distorcendo	o	mercado.	
6.	Restrições	territoriais	e	de	base	de	clientes:	produtor	ou	fornecedor	limita	a	área	de	
atuação	dos	seus	revendedores	ou	distribuidores	(em	termos	geográficos	ou	a	certas	
características	dos	clientes).	
	
Prática	restritiva	horizontal	–	CARTEL	
É	um	acordo	entre	empresas	do	mesmo	ramo	de	produção	com	o	objetivo	de	dominar	
o	mercado	e	disciplinar	a	concorrência.	As	partes	entram	em	acordo	sobre	o	preço,	que	
é	uniformizado,	geralmente,	em	nível	alto,	e	quotas	de	produção	são	fixadas	para	as	
empresas-membras.	
Além	dos	cartéis	de	preço	e	quantidade,	pode	haver	cartéis	que	dividam	o	mercado	em	
regiões	geográficas	ou	de	acordo	com	o	tipo	de	cliente	–	atacado	e	varejo,	por	exemplo.	
Há	 cartéis	 que	 atuam	 em	 licitações	 –	 chamados	 de	 bid	 rigging	 –,	 por	 meio	 da	
combinação	prévia	dos	vencedores	e	de	um	esquema	de	 rotatividade	 (rodízio)	entre	
eles.	
	
à	Condição	básica	para	a	formação	de	um	cartel:	é	que	esse	acordo	seja	lucrativo.	As	
empresas	só	terão	interesse	em	eventualmente	associar-se	caso	isso	seja	mais	lucrativo	
do	que	concorrer.	
•	Outras	condições	necessárias	para	que	o	cartel	aconteça:	
-	Poder	de	mercado	conjunto	das	empresas	em	acordo:	elasticidade	da	demanda	do	
cartel,	da	rivalidade	das	empresas	concorrentes	que	não	fazem	parte	do	esquema	e	da	
possibilidade	de	entrada	de	novos	concorrentes	nesse	mercado	
-	Expectativa	de	punição	(enforcement):	haja	uma	baixa	expectativa	de	punição	severa	
-	Quanto	maiores	forem	os	seus	custos	de	organização,	menos	provável	será	a	criação	
de	um	cartel.	
	
São	 apontados	 quatro	 motivos	 dos	 custos	 de	 organização	 de	 um	 cartel:	 poucas	
empresas	 envolvidas;	 elevada	 concentração	 de	 mercado;	 produtos	 pouco	 ou	 nada	
diferenciados	e	existência	de	uma	associação	de	classe	ou	sindicato.	
Importante	ressaltar	que	o	art.	32	da	Lei	no	12.529/2012	responsabiliza,	solidariamente,	
por	violações	à	concorrência,	as	empresas	envolvidas	no	esquema.	
	
MÓDULO	5	–	DIREITO	TRIBUTÁRIO	E	DIREITO	DO	TRABALHO	
	
DIREITO	TRIBUTÁRIO	
	
Conceito	de	tributo,	as	suas	espécies	e	finalidades	
Tributo	é	toda	a	obrigação	de	pagar,	instituída	por	lei	aos	contribuintes,	a	fim	de	que	
haja	 distribuição	 do	 que	 foi	 arrecadado	 às	 áreas	 de	 interesse,	 sobretudo,	 saúde,	
educação,	segurança,	política	econômica,	entre	outras.	
Deve	ser	pago	em	dinheiro,	não	sendo	possível	que	a	dívida	seja	liquidada	com	outros	
bens.	Excepcionalmente,	é	possível	o	pagamento	de	tributo	com	imóveis.	
	
As	espécies	de	tributos	são	classificadas	da	seguinte	forma:	
a)	Taxas	–	decorrem	de	atividades	estatais	(serviços	públicos	ou	do	exercício	do	poder	
de	polícia).	EX.:	custas	judiciais	e	a	taxa	de	licenciamento	de	veículos.	
b)	 Impostos	 –	 EX.:	 incidem	 sobre	 a	 propriedade	 de	 imóvel	 urbano	 (IPTU),	 a	
disponibilidade	de	renda	(imposto	sobre	a	renda),	a	propriedade	de	veículo	automotor	
(IPVA).	
c)	Empréstimos	compulsórios	–	têm	por	finalidade	buscar	receitas	para	o	Estado	a	fim	
de	 promover	 o	 financiamento	 de	 despesas	 extraordinárias	 ou	 urgentes,	 quando	 o	
interesse	nacional	esteja	presente.	
d)	Contribuições	de	melhoria	–	se	originam	da	realização	de	obra	pública	que	implique	
valorização	 de	 imóvel	 do	 contribuinte.	 EX.:	 benfeitorias	 no	 entorno	 do	 imóvel	
residencial.	
e)	Contribuições	parafiscais	–		instituídos	para	promover	o	financiamento	de	atividades	
públicas.	São	tributos	finalísticos,	ou	seja,	a	sua	essência	pode	ser	encontrada	no	destino	
dado,	pela	lei,	ao	que	foi	arrecadado.	
	
Finalidade	dos	tributos	
•	Fiscal	(arrecadatória):	fim	de	que	o	Estado	angarie	os	recursos	necessários	para	o	seu	
funcionamento,	 para	 pagar	 a	 máquina	 pública,	 os	 servidores,	 o	 financiamento	 dos	
serviços	 que	 presta	 diretamente,	 a	 manutenção	 de	 bens	 públicos,	 a	 execução	 de	
políticas	públicas,	etc.	
•	 Extrafiscal	 (regulatória):	 O	 poder	 público,	 com	 possibilidades	 de	 intervenção	 no	
mercado,	faz	uso	do	tributo	como	regulador	da	disponibilidade	e	dos	preços	dos	bens	
no	mercado	interno,	interferindo	quer	como	facilitador	quer	como	dificultador.	
	
	
Limites	ao	poder	do	estado	de	tributar	
As	normas	limitadoras	existem	para	que	não	haja	o	exercício	arbitrário	da	tributação.	A	
tributação	 deverá	 ser	 feita	 de	 forma	 justa,	 equilibrada	 e	 respeitosa,	 sem	 que	 haja	
imposições	arbitrárias	que	firam	a	propriedade	e	a	liberdade	dos	cidadãos	contribuintes.	
	
Princípios:	
a)	Legalidade	tributária:	Todo	o	tributo	que	for	instituído,	deverá	ser	por	meio	de	lei.	
b)	 Isonomia	 tributária:	 Prescreve	 que	 não	 poderá	 haver	 instituição	 e	 cobrança	 de	
tributos	 de	 forma	 desigual	 entre	 contribuintes	 que	 se	 encontram	 em	 condições	 de	
igualdade	jurídica.	
c)	Anterioridade	tributária:	Os	impostos	não	podem	ser	cobrados	no	mesmo	ano	em	
que	foram	instituídos.	
d)	Anterioridade	nonagesimal:	Evita	que	a	ocorrência	de	uma	lei	que	aumenta	tributos	
e	que	seja	publicada	em	dezembro	passe	a	valer	já	em	janeiro	por	exemplo.	Tem	de	se	
respeitar	um	prazo	mínimo	de	90	dias.	
e)	 Irretroatividade	 tributária:	 Estabelece	 que	 não	 haverá	 cobrança	 de	 tributo	 sobre	
fatos	que	aconteceram	antes	da	entrada	em	vigor	da	lei	que	o	instituiu.	
f)	Capacidade	contributiva:	Exige	que	cada	contribuinte	seja	tributado	de	acordo	com	
suas	manifestações	objetivas	de	riqueza.	Quem	tem	mais	capacidade	de		contribuir	com	
o	Estado	deve	contribuir	mais.	
g)	Vedação	ao	confisco:	Para	o	contribuinte	que	em	dado	momento,	se	encontre	em	
dividida	tributário	com	o	Fisco,	é	garantido	pelo	princípio	do	não	confisco,	que	nem	a	
União,	Estados	e	Municípios,	poderão	tomar	o	patrimônio	ou	a	renda	do	contribuinte,	
de	 forma	 que	 os	 deixe	 em	 uma	 situação	 de	 existência	 indigna,	 privando	 o	 de	 suas	
necessidades	básicas.	
h)	Não	limitação	ao	tráfego	de	pessoas	e	bens	e	a	ressalva	do	pedágio:	Estabelece	que	
o	trânsito	de	pessoas	e	bens,	entre	Municípios,	Estados	e	o	Distrito	Federal,	não	pode	
ser	impedido	por	decorrência	da	imposição	de	um	tributo.i)	Uniformidade	geográfica	
j)	 Proibição	 da	 tributação	 federal	 diferenciada	 da	 renda	 da	 dívida	 pública	 e	 da	
remuneração	dos	agentes,	em	âmbito	não	federal		
k)	Proibição	das	isenções	heterônomas	
l)	 Princípio	 da	 Não-Surpresa	 do	 Contribuinte:	 O	 contribuinte	 não	 pode	 ser	
surpreendido,	não	se	pode	“do	dia	para	a	noite”	determinar	a	imposição	de	um	novo	
imposto.	
OBS.:	Apenas	letras	‘a’,	‘d’,	‘e’,	‘f’,	‘g’	e	‘l’	foram	comentadas	no	E-Class.	
	
Obrigações	tributárias	
É	o	dever	de	o	contribuinte	prestar	pagamento	na	forma	da	lei.	
	
a)	Obrigação	tributária	principal	
Quando	o	contribuinte	tem	por	dever	o	pagamento	de	tributo	ou	penalidade	pecuniária	
(multa	em	dinheiro).	Ela	nasce	com	a	ocorrência	do	fato	gerador.	Somente	se	extingue	
com	o	pagamento	do	valor	integral	devido.	EX.:	o	fato	gerador	pode	ser	a	compra	de	um	
carro,	sujeito	ao	pagamento	de	IPVA.	
	
b)	Obrigação	tributária	acessória	
Quando	a	prestação	a	ser	cumprida	é	a	de	fazer	ou	não	fazer	alguma	coisa,	ou	permitir	
que	ela	seja	 feita	pelo	 fisco,	 tudo	no	 interesse	da	arrecadação	ou	da	fiscalização	dos	
tributos.	 Independentemente	 de	 ser	 exigido	 ou	 não	 o	 cumprimento	 de	 obrigação	
principal,	 o	 contribuinte	 é	 sempre	 obrigado	 a	 cumprir	 a	 obrigação	 acessória.	 EX.:	
escrituração	das	operações	de	circulação	de	mercadoria	(notas	fiscais),	sujeitas	ao	ICMS,	
e	apuração	do	respectivo	saldo	devedor	ou	credor	nos	livros	fiscais.	
	
Sujeitos	da	relação	tributária	
São	chamados	de	ativo	e	passivo	os	sujeitos	da	relação	tributária.	
Ativo	 é	a	pessoa	 jurídica	de	direito	público,	 titular	da	competência	para	exigir	o	 seu	
cumprimento.	
Passivo	é	chamada	a	pessoa,	física	ou	jurídica,	obrigada	por	lei	ao	pagamento	de	tributo	
ou	penalidade	pecuniária.	
	
Quanto	ao	sujeito	passivo,	dispõe	a	lei	que	ele	pode	ser:	
a)	contribuinte,	quando	tenha	relação	pessoal	e	direta	com	a	situação	que	constitua	o	
respectivo	fato	gerador	expresso	em	lei;	
b)	responsável,	quando,	sem	revestir	a	condição	de	contribuinte,	sua	obrigação	decorra	
de	disposição	expressa	em	lei.	
	
Quanto	à	obrigação	tributária	acessória,	considera-se	sujeito	passivo	a	pessoa	obrigada	
às	prestações	que	constituam	o	seu	objeto.	
De	 nada	 adianta	 o	 estabelecimento	 de	 cláusulas	 contratuais	 transferindo	 o	 ônus	
tributário	que	a	lei	atribui	a	uma	pessoa,	para	outrem.	
	
Crédito	tributário	
É	o	direito	que	o	Estado	tem	de	exigir	do	contribuinte	o	pagamento	do	tributo	devido.	
O	 mesmo	 nasce	 a	 partir	 da	 ocorrência	 do	 fato	 gerador,	 conforme	 a	 data	 ou	 prazo	
determinado	em	lei.	
O	 conceito	 de	 fato	 gerador	 é	 um	 conceito	 legal:	 a	 própria	 lei	 estabelece	 a	 situação	
definida	em	lei	como	necessária	e	suficiente	à	sua	ocorrência,	ou	seja,	é	o	fato	que	gera	
a	obrigação	tributária.	EX.:	Basta	ter	um	carro	para	que	se	incida	o	IPVA.	
	
DIREITO	DO	TRABALHO	
Regulamenta	as	relações	de	trabalho,	as	partes	envolvidas	–	empregador	e	empregado	
–	e	as	organizações	protetoras	da	relação	de	trabalho.	
	
Princípios	fundamentais	
	
•	Princípio	da	irrenunciabilidade	de	direitos	
Finalidade	de	garantir	ao	trabalhador	os	seus	direitos	previstos	no	contrato	de	trabalho,	
tendo	em	vista	que,	geralmente,	carece	de	autonomia	da	vontade	quando	se	trata	do	
empregado.	 As	 garantias	 trabalhistas,	 advindas	 da	 CLT,	 bem	 como	 de	 acordos	 ou	
convenções	 coletivas	 ou	 individuais,	 não	 podem,	 em	 regra,	 ser	 renunciadas	 pelos	
empregados.	EX.:	direito	a	estabilidade	e	direito	ao	aviso	prévio.	
	
•	Princípio	da	continuidade	da	relação	de	emprego	
Proteger	o	trabalhador	com	a	garantia	de	continuidade	de	seu	contrato	de	trabalho	e	
das	 condições	 do	 mesmo,	 independentemente	 de	 venda,	 fusão,	 incorporação	 ou	
qualquer	outra	alteração	no	controle	da	empresa	em	que	trabalha.	
 
•	Princípio	da	primazia	da	realidade	
Busca,	de	maneira	evidenciada	pelos	 fatos,	definir	a	 relação	 jurídica	estipulada	pelos	
contraentes,	ainda	que	sob	capa	simulada,	não	corresponde	à	realidade.	
	
•	Princípio	da	prevalência	da	norma	mais	benéfica	
O	princípio	da	proteção	ao	trabalhador	se	materializa	em	três	outros	princípios:	
	
-	In	dubio	pro	operario:	significa	dizer	que	sempre	que	houver	dúvida	acerca	do	alcance	
ou	interpretação	de	determinada	norma,	ela	deverá	ser	 interpretada	favoravelmente	
ao	empregado,	a	parte	mais	frágil	da	relação	de	emprego.	
	
-	Aplicação	da	norma	mais	 favorável:	Traz	 ideia	de	que	a	norma	a	 ser	aplicada	será	
sempre	 aquela	 que	 for	 mais	 benéfica	 para	 o	 trabalhador,	 independentemente	 da	
posição	hierárquica	da	norma,	ou	seja,	prevalecerá	sempre	a	condição	mais	benéfica	ao	
trabalhador,	seja	ela	decorrente	da	Constituição	Federal	ou	de	um	regulamento	interno	
da	empresa.	
	
-	Condição	mais	benéfica:	A	condição	mais	benéfica	se	traduzirá	naquele	que	se	reverter	
em	maior	benefício	para	o	empregado.	
	
Direitos	básicos	do	trabalhador	
	
•	 Registro	 em	 carteira	 de	 trabalho:	 prova	 da	 relação	 de	 emprego,	 de	 cláusulas	 do	
instrumento	de	trabalho	e	seu	tempo	de	duração.	
•	Salário	mínimo:	deve	respeitar	o	piso	da	categoria	ou	o	mínimo	nacional	fixado.	
•	Jornada	de	trabalho:	até	8	horas	diárias	e	44	horas	semanais,	duas	horas	extras	por	
dia	(remuneradas).	
•	Descanso	semanal	remunerado:	24	horas	consecutivas	e	coincidir,	preferencialmente,	
com	o	domingo.	
•	 FGTS	 (Fundo	 de	 Garantia	 do	 Tempo	 de	 Serviço):	 poupança	 aberta	 em	 nome	 do	
empregado,	mantida	por	depósitos	mensais	de	8%	do	salário.	
•	 Saúde	 e	 segurança	 no	 trabalho:	 empregador	 cumprirá	 as	 normas	 de	 segurança	 e	
medicina	do	trabalho.	
•	Licença-maternidade	e	licença-paternidade:	afastamento	para	a	mãe	de	120	dias	a	
partir	do	8º	mês	de	gestação,	os	pais	têm	direito	a	cinco	dias	corridos	a	partir	da	data	
do	nascimento	do	filho.	
•	Férias:	30	dias	corridos	caso	o	trabalhador	não	tiver	faltado,	injustificadamente,	mais	
de	5	vezes	ao	serviço.	
•	 13º	 salário:	 corresponde	 a	 um	mês	 de	 serviço	 prestado.	 Pode	 ser	 pago	 em	 duas	
parcelas	
•	Verbas	rescisórias:	trabalhador	demitido	sem	justa	causa	tem	direito	a	receber	13o	
proporcional,	 um	 terço	 de	 férias,	 saldo	 de	 salários	 e	 aviso	 prévio,	 entre	 outras.	 O	
empregador	 ainda	 deve	 pagar	 uma	 multa	 de	 40%	 sobre	 o	 saldo	 total	 do	 FGTS	
depositado.	
	
	
	
Requisitos	do	contrato	de	trabalho	
São	 requisitos	 legais	 que,	 em	 conjunto,	 constituem	 a	 relação	 entre	 empregado	 e	
empregador.		
A	partir	de	14	anos	de	idade	nenhuma	criança	abaixo	dessa	idade	poderá	trabalhar	e,	
mesmo	assim,	somente	na	condição	de	aprendiz.	
A	partir	dos	16	anos,	poderá	ser	empregado,	mesmo	assim	com	limitações	grandes	à	
sua	capacidade,	como	proibição	de	trabalho	noturno,	em	ambientes	inadequados	à	sua	
formação,	 como	 bares.	 Desse	 modo,	 a	 partir	 dos	 18	 anos,	 poderá	 trabalhar	
normalmente.	
Cabe	ressaltar	que,	entre	16	e	18,	serão	consideradas	relativamente	capazes,	sendo	os	
seus	atos	anuláveis,	precisando	da	assistência	de	 seus	 responsáveis	para	 tudo	o	que	
fazem	e,	a	partir	dos	18,	plenamente	capazes	para	todos	os	atos.	
	
O	 trabalho	 deverá	 ser	 prestado	 com	 continuidade,	 tendo	 em	 vista	 que,	 aquele	 que	
presta	serviços	não	é	empregado	geralmente.	
O	trabalho	tem	de	ser	remunerado,	já	que	só	assim	justifica	a	proteção	oferecida	pela	
lei	 para	 aquele	 que	 precisa	 de	 sua	 proteção.	 Se	 não	 for	 dessa	 forma,	 o	 trabalho	 é	
voluntário	e	não	gera	proteção	trabalhista.	Nesse	sentido,	o	contrato	de	trabalho	não	é	
gratuito,	mas	oneroso.	
O	empregador	deve	ter	respeito	e	seguir	ordens	de	seus	patrões,	com	isso,	o	empregado	
exerce	 sua	 atividade	 com	 dependência	 ao	 empregador,	 por	 quem	 é	 dirigido.	 O	
empregado	é,	por	conseguinte,	um	trabalhador	subordinado,	dirigido	pelo	empregador.	
Pode	ser	subordinação	econômica,	técnica,	hierárquica,	jurídica	ou	social.	
	
CONCLUSÃO:	 É	 importante	 que	 existam	 tais	 requisitos:	 continuidade,	 onerosidade,	
habitualidade,	 personalidade	 e	 subordinação.	 O	 trabalho	 deve	 ser	 prestadocom	
continuidade,	 oneroso,	 realizado	 com	 determinada	 pessoa,	 sem	 risco	 para	 o	
empregado,	já	que	o	empregador,	por	natureza,	assume	os	riscos	da	sua	atividade	ao	
empregado.	 O	 empregador	 assume	 os	 resultados	 positivos,	 que	 são	 os	 lucros,	 e	 os	
negativos,	os	prejuízos.	
	
Tipos	de	contratos	
a)	Contrato	por	tempo	indeterminado	e	por	tempo	determinado	
Por	regra	geral,	a	CLT	estabelece	o	contrato	por	tempo	indeterminado,	de	forma	que	o	
vínculo	 empregatício	 não	 tem	data	 certa	 para	 acabar.	O	 empregador	 deve	 pagar	 os	
benefícios	 obrigatórios	 sujeitos	 na	 legislação	 trabalhista,	 como	 férias,	 13o	 salário,	
registro	em	carteira	e	FGTS.	
Já	 o	 contrato	 de	 trabalho	 por	 prazo	 determinado	 funciona	 diferente,	 já	 que	 ele	
estabelece	um	período	inicial	e	final	para	o	vínculo	empregatício,	podendo	ter	duração	
máxima	de	dois	anos.	O	empregador	pode	contratar	um	funcionário	por	apenas	seis	
meses	se	desejar,	por	exemplo.	
	
c)	Trabalhador	temporário	
Uma	 pessoa	 física	 é	 contratada	 por	 uma	 empresa	 por	 três	 meses	 no	 máximo.	 O	
trabalhador	 temporário	 tem	 direito	 a	 todos	 os	 benefícios	 que	 são	 pagos	 aos	
profissionais	 com	 carteira	 assinada.	EX.:	 Funcionários	 contratados	por	 lojas	 para	dar	
conta	da	alta	demanda	de	vendas	antes	do	natal.

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