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Plantas daninhas 01

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Indaial – 2020
Biologia e Controle 
de Plantas daninhas
Prof. João Henrique Delfrate Padilha
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. João Henrique Delfrate Padilha
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
P123b
 Padilha, João Henrique Delfrate
 Biologia e controle de plantas daninhas. / João Henrique Delfrate 
Padilha. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 203 p.; il. 
 ISBN 978-65-5663-087-8
1. Plantas daninhas. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 632.58
aPresentação
Plantas daninhas são, provavelmente, a classe de pragas mais presente 
na história da agricultura. Elas são responsáveis por enormes perdas na 
produtividade dos cultivos humanos. As espécies daninhas causam perda 
na qualidade dos produtos e reduzem o valor de mercado.
 
O manejo adequado das plantas daninhas em todos os sistemas 
agrícolas é importante para sustentação da produtividade e para segurança 
alimentar da população. Neste livro, você encontrará todos os aspectos da 
Biologia das Plantas Daninhas, bem como os métodos de Controle e Manejo 
das Plantas Daninhas de uma forma clara e objetiva. 
O livro conta com informações úteis sobre a botânica das espécies 
daninhas, a competição entre plantas daninhas e plantas cultivadas, as 
adaptações das plantas daninhas para sobrevivência em diferentes condições, 
suas adaptações aos métodos de controles, quais os principais métodos de 
controle empregados no manejo de plantas daninhas, modos de ação dos 
herbicidas, seletividade dos herbicidas, técnicas de aplicação de herbicidas e 
resistência das espécies daninhas aos herbicidas. 
 
Com todos esses aspectos contidos neste livro, você conseguirá 
identificar as principais características das plantas daninhas encontradas nas 
lavouras e aprenderá os métodos de controle dessas espécies, bem como a 
integração desses métodos, a fim de potencializar o manejo adequado das 
plantas daninhas, diminuindo os custos ao agricultor e ao meio ambiente. 
Prof. João Henrique Delfrate Padilha
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS ................................................................. 1
TÓPICO 1 - CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS 
DANINHAS ............................................................................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS DANINHAS ................................................. 3
3 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS ........................................................... 11
3.1 COLONIZAÇÃO DAS LAVOURAS E PASTAGENS POR ESPÉCIES SILVESTRES 
PRESENTES NO LOCAL ................................................................................................................... 13
3.2 HIBRIDAÇÃO DE ESPÉCIES SILVESTRES E CULTURAS .................................................... 14
3.3 REVERSÃO DAS PLANTAS CULTIVADAS EM AMBIENTES SILVESTRES ..................... 14
3.4 MIMETISMO ................................................................................................................................. 14
3.5 IMPACTO DO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ...................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 - CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS ...................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 21
2 SISTEMÁTICA E TAXONOMIA VEGETAL .............................................................................. 21
2.1 NOMENCLATURA BOTÂNICA .............................................................................................. 24
2.2 SISTEMÁTICA DE PLANTAS DANINHAS ........................................................................... 25
2.2.1 Monocotyledoneae (Liliopsida) ......................................................................................... 26
2.2.2 Eudicotiledoneae (Magnoliopsida) ................................................................................... 26
2.3 CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS FAMÍLIAS COM ESPÉCIES DANINHAS NO 
BRASIL............................................................................................................................................ 27
2.3.1 Amaranthaceae ..................................................................................................................... 27
2.3.2 Asteraceae ............................................................................................................................ 28
2.3.3 Brassicaceae .......................................................................................................................... 28
2.3.4 Chenopodiaceae ................................................................................................................... 28
2.3.5 Convolvulaceae .................................................................................................................... 28
2.3.6 Cyperaceae ........................................................................................................................... 29
2.3.7 Fabaceae ................................................................................................................................ 29
2.3.8 Malvaceae..............................................................................................................................29
2.3.9 Poaceae .................................................................................................................................. 29
2.3.10 Solanaceae ........................................................................................................................... 30
2.4 CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA, ECOLÓGICA E ESTRATÉGIA EVOLUTIVA DE 
PLANTAS DANINHAS ............................................................................................................... 31
2.4.1 Classificação quanto ao habitat.......................................................................................... 31
2.4.2 Classificação de acordo com o ciclo de vida .................................................................... 32
2.4.3 Classificação quanto ao hábito de crescimento ............................................................... 33
2.4.4 Classificação ecológica ........................................................................................................ 34
2.4.5 Classificação de acordo com a estratégia evolutiva ........................................................ 37
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 38
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 39
TÓPICO 3 - REPRODUÇÃO, DISPERSÃO DE PLANTAS DANINHAS E MECANISMOS 
DE SOBREVIVÊNCIA ......................................................................................................................... 41
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 41
2 REPRODUÇÃO DE PLANTAS DANINHAS .............................................................................. 41
3 MECANISMOS DE DISPERSÃO .................................................................................................. 43
3.1 AUTOCORIA ................................................................................................................................. 43
3.2 ALOCORIA .................................................................................................................................... 43
3.2.1 Anemocoria ........................................................................................................................... 43
3.2.2 Hidrocoria ............................................................................................................................ 44
3.2.3 Zoocoria ................................................................................................................................ 45
3.2.4 Antropocoria ......................................................................................................................... 45
3.3 MECANISMOS DE SOBREVIVÊNCIA .................................................................................... 45
3.3.1 Banco de sementes de plantas daninhas .......................................................................... 45
3.4 MECANISMOS DE DORMÊNCIA ............................................................................................ 46
3.4.1 Dormência fisiológica .......................................................................................................... 47
3.4.2 Dormência morfológica............................................................................................................. 47
3.4.3 Dormência morfofisiológica ............................................................................................... 47
3.4.4 Dormência Física .................................................................................................................. 47
3.4.5 Dormência química ............................................................................................................ 47
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 50
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 51
TÓPICO 4 - INTERFERÊNCIA NEGATIVA DE PLANTAS DANINHAS AO 
CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DOS CULTIVOS .............. 53
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 53
2 COMPETIÇÃO ................................................................................................................................... 53
2.1 COMPETIÇÃO POR NUTRIENTES .......................................................................................... 54
2.2 COMPETIÇÃO POR UMIDADE ................................................................................................ 55
2.3 COMPETIÇÃO POR LUZ ........................................................................................................... 55
2.4 COMPETIÇÃO POR ESPAÇO/GÁS CARBÔNICO ................................................................ 56
2.5 DURAÇÃO DA COMPETIÇÃO ................................................................................................. 57
2.6 EFEITO DA DENSIDADE DE PLANTAS DANINHAS ......................................................... 58
3 ALELOPATIA ...................................................................................................................................... 58
3.1 PRODUÇÃO DE COMPOSTOS ALELOPÁTICOS ................................................................ 59
3.1.1 Volatilização ......................................................................................................................... 59
3.1.2 Lixiviação ............................................................................................................................. 60
3.1.3 Decomposição ..................................................................................................................... 60
3.1.4 Exsudação ............................................................................................................................ 60
3.2 MODO DE AÇÃO DOS COMPOSTOS ALELOPÁTICOS .................................................... 60
4 PARASITISMO ................................................................................................................................. 61
4.1 PARASITAS HEMIPARASITAS .................................................................................................. 61
4.2 PARASITAS HOLOPARASITAS ................................................................................................. 61
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 63
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 66
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 67
UNIDADE 2 - MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS ........................................ 69
TÓPICO 1 - MÉTODOS E MANEJO DE PLANTAS DANINHAS ............................................. 71
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 71
2 CONCEITOS DE CONTROLE E MANEJO DE PLANTAS DANINHAS .............................. 71
3 PREVENÇÃO ...................................................................................................................................... 72
4 ERRADICAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS............................................................................. 73
5 MÉTODOS DE CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ....................................................... 74
5.1 MÉTODOS DE CONTROLE FÍSICOS .......................................................................................74
5.1.1 Arranque manual ................................................................................................................. 74
5.1.2 Capina .................................................................................................................................. 74
5.1.3 Roçada ................................................................................................................................... 75
5.1.4 Arar o solo ............................................................................................................................ 75
5.1.5 Inundação ............................................................................................................................. 76
5.1.6 Fogo ....................................................................................................................................... 76
5.2 MÉTODO DE CONTROLE MECÂNICO .................................................................................. 79
5.2.1 Cultivadores entrelinhas ..................................................................................................... 79
5.2.2 Cultivadores próximos a linha da cultura ....................................................................... 79
5.2.3 Cultivadores intrafileiras .................................................................................................... 80
5.3 MÉTODO DE CONTROLE CULTURAL .................................................................................. 80
5.3.1 Rotação de culturas ............................................................................................................. 80
5.3.2 Manejo na entressafra ......................................................................................................... 81
5.3.3 Espaçamento ......................................................................................................................... 81
5.3.4 Adubação verde ................................................................................................................... 81
5.3.5 Cobertura morta .................................................................................................................. 82
5.3.6 Método de Controle Biológico ........................................................................................... 84
5.3.7 Método de Controle Químico ............................................................................................ 86
5.4 MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS ............................................................. 88
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 90
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 91
TÓPICO 2 - INTRODUÇÃO AO CONTROLE QUÍMICO DE PLANTAS DANINHAS ....... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93
2 CONCEITO E HISTÓRICO DO CONTROLE QUÍMICO ........................................................ 93
3 NOMENCLATURA DOS HERBICIDAS ...................................................................................... 95
4 CLASSIFICAÇÃO DOS HERBICIDAS ........................................................................................ 96
4.1 CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA ..................................................................................................... 96
4.1.1 Classificação quanto ao uso ............................................................................................... 98
4.1.2 Classificação quanto ao efeito ........................................................................................... 99
4.1.3 Classificação quanto ao local de absorção do herbicida .............................................. 100
4.1.4 Classificação quanto ao local de ação do herbicida ...................................................... 101
4.1.5 Classificação quanto à seletividade do herbicida ......................................................... 102
4.1.6 Classificação quanto ao tempo de aplicação ................................................................. 103
4.1.6.1 Pré-cultivo ou pré-semeadura ............................................................................ 103
4.1.6.2 Pré-emergentes ...................................................................................................... 103
4.1.6.3 Pós-emergentes ...................................................................................................... 103
4.1.7 Classificação quanto à toxicidade do herbicida ............................................................ 105
4.2 PROCESSOS FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS ............................................................ 106
4.2.1 Solubilidade em água ....................................................................................................... 106
4.2.2 Pressão de vapor ................................................................................................................ 107
4.2.3 Constante de ionização .................................................................................................... 107
4.2.4 Coeficiente de partição n-octanol/água ......................................................................... 108
4.2.5 Coeficiente de partição carbono-orgânico ...................................................................... 108
4.2.6 Meia-vida ............................................................................................................................ 108
4.2.7 Formulação do herbicida .................................................................................................. 109
4.2.7.1 Comportamento dos Herbicidas no Ambiente ................................................. 109
4.2.7.2 Herbicidas e o solo ................................................................................................ 110
4.2.8 Retenção ............................................................................................................................. 111
4.2.9 Lixiviação ........................................................................................................................... 112
4.2.10 Degradação ...................................................................................................................... 112
4.2.10.1 Fotodecomposição ............................................................................................. 113
4.2.10.2 Decomposição química .................................................................................... 113
4.2.10.3 Decomposição microbiológica ........................................................................ 113
4.2.11 Volatilização .................................................................................................................... 114
4.2.12 Escoamento superficial .................................................................................................. 114
4.2.13 Herbicidas e a planta ....................................................................................................... 115
4.3 COMPORTAMENTO DOS HERBICIDAS NAS PLANTAS ................................................. 115
4.3.1 Absorção .............................................................................................................................. 115
4.3.2 Absorção foliar ......................................................................................................................... 116
4.3.3 Absorção pelas raízes ........................................................................................................ 119
4.3.5 Transporte via xilema ....................................................................................................... 120
4.3.4 Translocação .......................................................................................................................120
4.3.6 Transporte via floema ...................................................................................................... 121
4.3.7 Metabolismo ....................................................................................................................... 122
4.3.8 Seletividade ........................................................................................................................ 123
4.3.8.1 Fatores da planta que determinam a seletividade ............................................ 123
4.3.8.2 Fatores físico-químicos do herbicida que determinam a seletividade ........... 124
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 125
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 134
UNIDADE 3 - MECANISMOS, MODO DE AÇÃO E RESISTÊNCIA DE PLANTAS 
DANINHAS AOS HERBICIDAS .................................................................................................... 135
TÓPICO 1 - MECANISMOS E MODO DE AÇÃO DOS HERBICIDAS ................................. 137
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 137
2 INIBIDORES DA FOTOSSÍNTESE ............................................................................................. 138
2.1 INIBIDORES DO FOTOSSISTEMA I (FTI) ............................................................................. 139
2.2 PARAQUAT ................................................................................................................................. 140
2.3 DIQUAT ...................................................................................................................................... 141
2.4 INIBIDORES DO FOTOSSISTEMA II (FTII) ........................................................................... 141
2.5 TRIAZINAS E TRIAZINONAS ................................................................................................ 142
2.6 UREIAS SUBSTITUÍDAS ........................................................................................................... 143
2.7 URACILAS ................................................................................................................................... 143
2.8 ANILIDAS .................................................................................................................................... 144
2.9 FENILCARBAMATOS ............................................................................................................... 144
2.10 NITRILAS ................................................................................................................................... 144
2.11 BENZOTIADIAZINONAS ...................................................................................................... 144
3 INIBIDORES DA PRODUÇÃO DE PIGMENTOS .................................................................. 144
3.1 DANIFICADORES DE MEMBRANAS CELULARES ........................................................... 145
3.1.1 Inibidores Protox ............................................................................................................... 146
3.1.2 Difeniléters .......................................................................................................................... 146
3.1.3 Feniltalamidas .................................................................................................................... 147
4 INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS ...................................................... 147
4.1 INIBIDORES ACCASE ............................................................................................................... 147
4.1.1 Ariloxifenoxi-propionatos (app) ...................................................................................... 148
4.1.2 Ciclohexanodionas (CHD)................................................................................................ 149
4.1.3 Fenilpirazolinas .................................................................................................................. 149
4.2 INIBIDORES DA SÍNTESE LIPÍDICA ..................................................................................... 149
4.2.1 Carbamotioatos ................................................................................................................. 150
4.2.2 Cloroacetamidas ............................................................................................................... 150
4.3INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE CELULOSE ................................................................... 153
4.3.1 Mimetizadores de auxinas................................................................................................ 154
4.3.2 Fenoxiácidos ....................................................................................................................... 155
4.4 INIBIDORES DA BIOSSÍNTESE DE AMINOÁCIDOS ........................................................ 157
4.4.1 Inibidores da glutamina sintase....................................................................................... 158
4.4.2 Inibidores da ALS .............................................................................................................. 158
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 163
TÓPICO 2 - RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS AOS HERBICIDAS ...................... 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 CONCEITOS .................................................................................................................................... 165
2.1 TIPOS DE RESISTÊNCIA .......................................................................................................... 171
2.1.1 Inibidores da fotossíntese ................................................................................................. 171
2.1.2 Inibidores da biossíntese de aminoácidos ..................................................................... 172
2.1.3 Mimetizadores de auxinas................................................................................................ 174
2.1.4 Inibidores da biossíntese de celulose .............................................................................. 174
2.1.5 Inibidores mitóticos .......................................................................................................... 174
2.1.6 Inibidores Protox ............................................................................................................... 174
2.1.7 Inibidores da síntese de carotenoides ............................................................................ 175
2.1.8 Inibidores da biossíntese de lipídeos .............................................................................. 175
3 MANEJO DE PLANTAS DANINHAS RESISTENTES............................................................ 175
3.1 PREVENÇÃO .............................................................................................................................. 176
3.2 CONTROLE QUÍMICO ............................................................................................................ 176
3.3 CONTROLE NÃO QUÍMICO ................................................................................................... 177
LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................180
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 187
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 188
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 191
1
UNIDADE 1 - 
BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os conceitos de planta daninha e as características que fa-
zem uma planta ser considerada daninha;
• entender a origem e evolução das plantas daninhas; 
• avaliar quais são os impactos negativos das plantas daninhas sobre o am-
biente agropecuário;
• observar que as plantas daninhas podem ser utilizadas em benefício do 
ser humano;
•	 aprender	como	classificar	e	identificar	uma	espécie	daninha,	a	importân-
cia	do	nome	científico	e	como	isso	é	essencial	no	manejo	de	plantas	dani-
nhas;
• analisar as características que tornam uma planta invasora de lavouras e 
como elas interferem no cultivo. 
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	reforçar	o	conteúdo	apresentado.	
TÓPICO	1	–	CONCEITOS,	IMPORTÂNCIA,	ORIGEM	E	EVOLUÇÃO	DAS	
PLANTAS	DANINHAS
TÓPICO	2	–	CLASSIFICAÇÃO	DAS	PLANTAS	DANINHAS
TÓPICO	3	–	REPRODUÇÃO,	DISPERSÃO	E	MECANISMOS	DE	
SOBREVIVÊNCIA	DE	PLANTAS	DANINHAS
TÓPICO	4	–	INTERFERÊNCIA	NEGATIVA	DE	PLANTAS	DANINHAS	
AO	CRESCIMENTO,	DESENVOLVIMENTO	E	
PRODUTIVIDADE	DOS	CULTIVOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 - 
UNIDADE 1
CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS 
PLANTAS DANINHAS
1 INTRODUÇÃO
Olá,	 acadêmico,	 começaremos	 os	 estudos	 sobre	 as	 plantas	daninhas.	A	
primeira	 unidade	 contém	 os	 conceitos	 fundamentais	 sobre	 espécies	 daninhas,	
suas	relações	com	o	ambiente	e	com	as	plantas	cultivadas.	O	conteúdo	será	a	base	
para que você possa compreender os mecanismos que envolvem a relação entre 
uma	espécie	daninha	e	uma	planta	cultivada,	para	que	você	possa	relacioná-los	
com	os	métodos	de	controle,	assunto	da	próxima	unidade.
Neste	 primeiro	 tópico,	 aprenderemos	 por	 qual	 motivo	 uma	 planta	 é	
considerada	daninha,	qual	a	importância	dessas	plantas	no	contexto	agropecuário,	
social	 e	 ambiental	 e	 como	 essas	 espécies	 se	 originaram	 e	 os	mecanismos	 que	
envolvem	sua	evolução	no	contexto	da	agricultura.
Ao	 final	 deste	 tópico,	 você	 encontrará	 um	 resumo	 contendo	 as	
informações	chave	do	conteúdo	e	autoatividades	para	você	avaliar	seu	processo	
de aprendizado.
Bons estudos!
2 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS DANINHAS
Acadêmico,	 definir	 uma	planta	 como	daninha	 não	 é	 fácil.	 É	 um	 conceito	
amplo,	que	vai	variar	de	acordo	com	o	ponto	de	vista	da	pessoa	que	está	utilizando	o	
termo.	O	que	você	pode	ter	certeza	é	de	que	uma	planta	daninha	é	uma	espécie	vegetal	
que	aparece	onde	você	não	quer	que	ela	apareça,	geralmente,	causando	problemas	
relacionados	a	alguma	atividade	humana,	como	a	agricultura	ou	o	paisagismo.	
O	 conjunto	 de	 espécies	 vegetais	 designadas	 por	 plantas	 daninhas,	
plantas	invasoras	ou	plantas	ruderais,	são	aquelas	consideradas	indesejáveis	em	
uma	cultura	agrícola,	sejam	elas	espécies	cultivadas	ou	silvestres.	Sendo	assim,	
qualquer	 espécie	 silvestre	 pode	 ser	 considerada	 daninha	 e	 qualquer	 espécie	
cultivada	 que	 não	 foi	 semeada	 no	 local	 pelo	 ser	 humano	 e	 que	 prejudique	 a	
lavoura	também	é	considerada	daninha,	como,	por	exemplo,	quando	gramíneas	
forrageiras	 utilizadas	 em	 pastagens	 invadem	 outras	 culturas,	 prejudicando	 o	
manejo	e	a	produtividade	delas.	
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
4
Segundo	Bacchi,	Leitão	Filho	e	Aranha	 (1982,	p.	4)	as	plantas	daninhas	
são:
Espécies	pioneiras,	agressivas,	com	grande	capacidade	germinativa	e	
dispersiva;	de	crescimento	e	de	adaptabilidade	em	diversas	condições,	
naturais	ou	não.	Caracteristicamente	são	rústicas,	resistentes	a	pragas	e	
doenças	e	geralmente	possuem	mecanismos	reprodutivos	assexuados	
e	sexuados	de	alta	viabilidade	e	longevidade.	
No	Manual	de	Herbicidas	da	Biologia	de	Plantas	Daninhas	da	América,	
encontra-se	 uma	 definição	 de	 plantas	 daninhas	 como	 “qualquer	 planta	 que	 é	
censurável	 ou	 interfere	nas	 atividades	ou	no	bem-estar	humano”	 (ZIMDAHL,	
2018,	 p.	 16).	 O	 conceito	 mais	 aplicável	 a	 elas	 está	 relacionado	 as	 atividades	
agropecuárias,	 em	 que	 essas	 espécies	 crescem	 espontaneamente	 e	 afetam	 de	
modo	negativo	essas	atividades,	 interferindo	no	desenvolvimento	das	culturas	
agrícolas	de	diversas	maneiras,	seja	por	competição	por	nutrientes,	água	e	luz	ou	
exercendo	efeitos	alelopáticos	(BLANCO,	1972;	PITELLI,	1987).	
Se	 você	 avaliar	 do	 ponto	 de	 vista	 evolutivo,	 as	 plantas	 daninhas	
representam	 um	 dos	 mais	 bem-sucedidos	 grupos	 de	 plantas,	 que	 evoluíram	
devido	à	perturbação	humana	nas	áreas	silvestres,	seja	na	construção	de	cidades	
ou	 no	 desenvolvimento	 de	 áreas	 de	 cultivo.	 Navas	 (1991,	 p.	 171)	 inclui	 uma	
definição	 mais	 ampla	 do	 conceito	 plantas	 daninhas:	 “uma	 planta	 que	 forma	
populações	capazes	de	entrar	em	habitats	cultivados,	marcadamente	perturbados	
ou ocupados e potencialmente diminuir ou deslocar as populações de plantas 
residentes que são deliberadamente cultivadas ou têm interesse ecológico e/ou 
estético”.
Acadêmico,	 veremos	 algumas	 características	 que	 fazem	 com	 que	 as	
plantas	daninhas	sejam	consideradas	indesejáveis,	além	do	crescimento	em	locais	
indesejados	(ZIMDAHL,	2018):
•	 Rápido	desenvolvimento	das	mudas.	
•	 Rápida	maturação	reprodutiva	e	desenvolvimento	de	propágulos:	as	espécies	
florescem	rapidamente	e	produzem	uma	grande	quantidade	de	sementes.	
•	 Capacidade	 de	 reprodução	 sexuada	 e	 vegetativa:	 a	 maioria	 das	 plantas	
daninhas	produz	sementes	e	também	se	reproduz	assexuadamente.
• Plasticidade ambiental: capacidade de crescer e tolerar diferentes condições 
edafoclimáticas.
• Plantas daninhas geralmente são autocompatíveis.
•	 São	 resistentes	 a	 fatores	 ambientais	 prejudiciais.	 Maior	 parte	 das	 sementes	
de	plantas	daninhas	possuem	mecanismos	de	dormência,	possibilitando	sua	
resistência	a	condições	adversas.	Também	pode	não	haver	requisitos	especiais	
para que a germinação ocorra. 
•	 Geralmente,	as	sementes	de	plantas	daninhas	possuem	o	mesmo	tamanho	e	
formato	da	semente	cultivada,	dificultando	sua	separação.
TÓPICO 1 - CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS
5
•	 Algumas	 plantas	 daninhas	 anuais	 produzem	 sementes	 mais	 de	 uma	 vez	 e	
essa	produção	pode	não	ser	afetada	pelas	condições	ambientais.	Além	disso,	
possuem diferentes mecanismos de dispersão.
•	 Suas	raízes	e	órgãos	vegetativos	apresentam	reservas	energéticas,	permitindo	
sua sobrevivência em condições de estresse ambiental ou cultivo intensivo. 
•	 Muitas	 plantas	 daninhas	 possuem	 adaptações	 morfológicas	 que	 inibem	 a	
herbivoria	e	dificultam	o	manejo,	 como	os	espinhos,	ou	apresentam	sabor	e	
odor repulsivos aos animais. 
•	 Possuem	grande	habilidade	competitiva	por	nutrientes,	luz	e	água.	
•	 Plantas	daninhas	são	resistentes,	incluindo	resistência	aos	herbicidas.
Sinonímias: 
Mato: termo mais popular utilizado no Paraná e São Paulo.
Erva daninha: termo que não engloba todas as plantas, já que metade delas não são 
herbáceas.
Planta infestante.
Planta invasora: pode ser proveniente de outra região ou país. 
Erva má.
Inço.
NOTA
Acadêmico,	 as	 espécies	 daninhas,	 de	 um	 ponto	 de	 vista	 agronômico,	
causam	 diminuição	 da	 produção	 e	 problemas	 diversos	 durante	 a	 colheita,	
aumentando	os	custos	da	produção.	Além	disso,	podem	ser	tóxicas	paraanimais	
e,	para	o	ser	humano,	como	Senecio brasiliensis	(maria	mole), Pteridium aquinilum 
(samambaia)	 e	Baccharis coridifolia	 (mio-mio),	 comuns	 nas	 áreas	 cultivadas	 do	
sul	 do	 país,	 causando	morte	 de	 bezerros	 ou	 intoxicação	 dos	 animais	 adultos	
(VASCONCELOS	 et al.,	 2012).	O	 consumo	de	 algumas	plantas	daninhas	pelos	
animais	 pode	 afetar	 sua	 qualidade,	 a	 produção	 de	 leite	 ou	 de	 lã	 e	 até	 causar	
abortos.	No	Quadro	1	se	encontra	uma	lista	de	plantas	daninhas	tóxicas,	a	sua	
distribuição no país e o que causa no animal após ser consumida. 
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
6
Espécie Nome vulgar D¹ Patologia
Arrabidaea bilabiata Chibata N Morte	súbita
Ateleia glazioviana Timbó,	maria	preta Sul Abortos;	fibrose	
cardíaca
Baccharis coridifolia Mio-mio Sul Distúrbios	
gastrointestinais
Brachiaria radicans Tannergrass Brasil Anemia	hemolítica
Cestrum laevigatum Coerama SE e CO Hepatotóxica
Copernicia prunifera Carnaúba NE Hepatotóxica
Dimorphander molis Faveira CO Nefrotóxica
Echium plantagineum Flor	roxa Sul Hepatotóxica
Enterolobium contortisiqum Tamboril,	 orelha	de	
macaco
Brasil Afeta	o	SNC
Enterolobium gimmiferum Tamboril do campo MG Fotossensibilizante
Equisetum spp. Cavalinha SE e Sul Afeta	o	SNC
Fagopirum esculentum Trigo sarraceno Sul Cianogênica
Ipomea asarifolia Salsa N,	NE Afeta	o	SNC
Ipomea carnea sub. Fistulosa Algodão-bravo N,	NE	e	CO Afeta	o	SNC
Lantana Brasil Cianogênica
Manihot spp. Mandioca	brava Brasil Distúrbios	
gastrointestinais; 
convulsões
Mascagnia elegans Rabo	de	tatu PB Morte	súbita
Mascagnia pubiflora Corona CO e SE Morte	súbita
Mascagnia rígida Timbó NE Morte	súbita
Nierembergia veitchii Não tem Sul Calcificação	sistêmica
Palicoureia aeneofusca Erva de rato PB Morte	súbita
Palicoureia marcgravii Erva de rato N,	NE,	CO	
e SE
Morte	súbita
Paulicoreia juruana Roxa,	roxinha Pará Morte	súbita
Piptadenia macrocarpa Angico NE Distúrbios	
gastrointestinais
Plumbago scandens Louco NE Distúrbios	
gastrointestinais
Polygala klotzchii Laranjinha MT	e	SP Afeta	o	SNC
Prunus sphaerocarpa Pessegueiro Sul Cianogênica
Pteridum aquilinum Samambaia Brasil Carcinogênica
Ricinus comunis Mamona Brasil Afeta	o	SNC;	
gastroenterites
Senecio brasiliensis Flor	das	almas Sul Hepatotóxica
QUADRO 1 – PRINCIPAIS PLANTAS TÓXICAS DO BRASIL DE INTERESSE AGROPECUÁRIO
TÓPICO 1 - CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS
7
Sessea brasiliensis Pau de osso SP;	MG Hepatotóxica
Solanum fastigiatum Jurubeba RS	 Afeta	o	SNC
Solanum malacoxylon Espichadeira CO e Sul Morte	súbita
Sorgum vulgare Sorgo Brasil Distúrbios	
gastrointestinais
Stryphnodendron spp. Barbatimão SP Fotossensibilizante
Stryphnodendrum coriaceum B a r b a t i m ã o d o 
Nordeste
NE Distúrbios	
gastrointestinais e 
cianogênica
Thiloa glaucocarpa Sipaúba NE Nefrotóxica
1: distribuição da espécie; SNC: Sistema Nervoso Central; NE: Nordeste; SE: Sudeste; N: Norte
FONTE: Adaptado de Tokarnia, Dobereiner e Peixoto (2000), Riet-Correa e Medeiros (2001)
Quando	se	pensa	na	 colheita	da	espécie	 cultivada,	 as	plantas	daninhas	
podem	 ser	 colhidas	 ainda	 verdes	 junto	 ao	 cultivo,	 facilitando	 o	 aparecimento	
de	podridão,	 além	de	 ser	 comum	a	 contaminação	das	 sementes	agrícolas	 com	
sementes	 de	 espécies	 daninhas,	 depreciando	 a	 qualidade	 final	 do	 produto	 e	
dificultando	o	processamento	final	desses	produtos.
Insetos,	 nematoides	 e	 ácaros	 podem	 estar	 hospedados	 em	 plantas	
daninhas,	além	de	causarem	danos	nas	culturas,	podem	ser	vetores	de	fungos,	
bactérias	e	vírus	potencialmente	fitopatológicos.	O	tripe	Frankliniella schultzei,	que	
é	uma	praga	comum	em	algodão,	amendoim,	girassol	e	soja,	além	de	ser	vetor	do	
vírus	do	vira-cabeça	do	tomateiro,	pode	se	hospedar	em	plantas	daninhas,	como	
Emilia sonchifolia	(falsa-serralha),	Raphanus raphanistrum	(nabiça),	Sinapis arvensis 
(mostarda	do	campo)	e	Raphanus sativus	(rabanete).	Algumas	espécies	daninhas	
são tolerantes a alguns vírus e podem ser reservatórios de viroses para as plantas 
cultivadas.	O	begamovírus	do	 tomateiro,	 transmitido	pela	mosca-branca,	pode	
ficar	 hospedado	 em	 plantas	 de	Ageratum conyzoides	 (mentrasto)	 e	Amaranthus 
spinosus	(bredo-de-espinho),	sendo	importantes	fontes	do	vírus	para	a	cultura	do	
tomate	(LIMA;	MARTINELLI;	MONTEIRO,	2000;	ARNAUD	et al.	2007;	SILVA;	
SANTOS;	NASCIMENTO,	2010).
Nematoides	 também	 são	um	grande	problema	 em	 algumas	 lavouras	 e	
podem	 se	hospedar	nas	 raízes	das	plantas	daninhas	durante	 a	 entre	 safra.	As	
espécies	de	plantas	daninhas	permitem	que	os	nematoides	parasitas	de	plantas	
sobrevivam	mesmo	na	ausência	de	 culturas	agrícolas.	Sendo	assim,	as	plantas	
daninhas contribuem para a manutenção e aumento das populações de nematoides 
no	solo,	dificultando	seu	controle.	Por	exemplo,	as	plantas	daninhas	Amaranthus 
spp.,	Portulaca oleracea,	Euphorbia heterophylla,	 Ipomoea spp. e Bidens spp. têm a 
capacidade	 de	 aumentar	 a	 população	 de	 diversas	 espécies	 do	 nematoide-das-
galhas	(ASMUS;	ANDRADE,	1997,	BELLÉ	et al.,	2017;	BELLÉ	et al.,	2019).
 
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
8
As	 plantas	 daninhas	 podem	 levar	 a	 redução	 da	 produtividade	 das	
lavouras,	 resultando	 em	prejuízos	 e	 até	 a	 perda	 total	 da	 lavoura,	 chegando	 a	
causar maiores danos que as pragas e doenças agrícolas. Estima-se que a perda 
potencial da produção agrícola mundial relacionado as plantas daninhas na 
cultura	do	trigo	seja	de	7,7	%;	nos	feijões,	37%;	no	milho	chega	a	10,5%	e	no	arroz	
pode	atingir	37%	(OERKE,	2006).	
Acadêmico,	 esses	 danos	 dependerão	 das	 características	 botânicas	 das	
espécies	 daninhas	 e	 das	 cultivadas,	 como	 porte,	 arquitetura,	 velocidade	 de	
crescimento,	densidade	e	a	duração	do	desenvolvimento	de	ambas	(FONTES	et 
al.,	2003).	Algumas	plantas	extraem	grandes	quantidades	de	nutrientes	do	solo,	
como a Portulaca oleraceae	 (beldroega)	 para	 o	 potássio	 e	Euphorbia heterophylla 
(amendoim-bravo)	para	o	nitrogênio.	
Segundo	 Vasconcelos	 et al.	 (2012,	 p.	 2),	 “além	 dos	 prejuízos	 diretos,	
essas	 plantas	 reduzem	a	 eficiência	 agrícola,	 aumentam	os	 custos	de	produção	
e	diminuem	a	qualidade	do	produto,	 reduzindo	o	seu	valor	comercial	e	ainda	
dificulta	ou	até	impede	a	operação	de	colheita”.	
As	 plantas	 daninhas	 também	 podem	 dificultar	 a	 colheita	 mecanizada,	
causam	entupimento	dos	equipamentos,	retardando	o	processo	e	também	podem	
causar	 danos	 nas	 máquinas,	 tornando	 o	 processo	 mais	 custoso	 ao	 produtor	
agrícola	(PITELLI,	1987).	A	contaminação	de	sementes	de	plantas	daninhas	pode	
causar	perda	da	qualidade	de	produções	farináceos	ou	da	fermentação	de	cerveja,	
por	exemplo.	
O	valor	da	terra	também	pode	ser	reduzido,	devido	à	infestação	de	plantas	
daninhas,	especialmente	as	perenes,	que	inviabilizam	o	uso	agrícola	de	algumas	
áreas.	Além	disso,	 plantas	 aquáticas	 em	 reservatórios	 e	 riachos	 podem	 causar	
a	 perda	 excessiva	 de	 água	 através	 da	 transpiração	 ou	 atrapalhar	 a	 navegação	
e	 recreação,	diminuindo	o	 espelho	d´água,	 como	no	 caso	da	Typha angustifolia 
(taboa),	muito	comum	no	sul	do	país.	Algumas	espécies	aquáticas	também	podem	
ser reservatórios de parasitas ou de insetos vetores de doenças. Em culturas 
irrigadas,	a	presença	de	plantas	daninhas	causa	perda	de	água	através	de	maior	
absorção	ou	volume	radicular	e	maiores	taxas	de	transpiração	(ZIMDAHL,	2018).
Espécies	infestantes	também	causam	problemas	em	rodovias	e	ferrovias,	
reduzindo a visibilidade ou sendo estopim de queimadas causadas pelo homem. 
Nas	cidades,	as	plantas	daninhas	causam	danos	estéticos	em	jardins	e	parques,	
impossibilitam	áreas	de	recreação,	como	campos	de	futebol,	e	podem	ser	abrigo	
de	animais	peçonhentos.	Além	disso,	essas	espécies,	quando	são	provenientes	de	
outros países causam graves danos ecológicos quando invadem e suprimem a 
vegetação	nativa	(ZIMDAHL,	2018).	
TÓPICO 1 - CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS
9
O estudodas plantas daninhas é importante no sentido de facilitar a produção 
de alimentos e tornar a prática agronômica mais eficiente, com aumento da produtividade 
e da qualidade dos produtos para consumo.
IMPORTANT
E
Acadêmico,	 o	 estudo	 de	 plantas	 daninhas	 envolve	 o	 conhecimento	
botânico	das	espécies	daninhas,	sua	 identificação	e	classificação,	características	
morfológicas	 e	 anatômicas	 e	 sua	 fisiologia.	 Também	 envolve	 as	 interações	
ecológicas	 das	 espécies,	 seu	 habitat	 e	 adaptabilidade	 às	 diferentes	 condições	
ambientais,	 a	 relação	 entre	 as	 plantas	 daninhas	 e	 cultivadas;	 as	 características	
fitotécnicas	da	cultura,	seu	manejo,	mecanização	e	aplicação	de	herbicidas.	
Nem sempre as plantas daninhas representam danos à agricultura. 
Algumas	espécies	podem	ser	utilizadas	como	cobertura	verde	do	solo,	para	evitar	
a	erosão	ou	como	cobertura	morta,	para	evitar	o	superaquecimento	da	superfície	
do	solo	e	a	perda	excessiva	de	água,	além	de	atuar	como	incremento	de	matéria	
orgânica.	 Além	 disso,	 a	 cobertura	 morta	 pode	 inibir	 a	 germinação	 de	 outras	
espécies	daninhas,	seja	por	sombreamento	ou	efeito	alelopático.	
Os conceitos de adubação verde e cobertura morta e suas aplicações serão 
aprofundados na Unidade 2 e a alelopatia e seus efeitos sobre os cultivos serão abordados 
no Tópico 4 desta Unidade.
ESTUDOS FU
TUROS
Várias	espécies	daninhas	têm	um	valor	nutricional	importante,	podendo	
fazer parte da dieta e comumente negligenciadas pela população. São as 
chamadas	 PANCs	 (Plantas	 Alimentícias	 Não	 Convencionais),	 que	 crescem	
espontaneamente	no	meio	do	cultivo	ou	ao	seu	redor.	Temos	como	exemplo	a	
Portulaca oleracea	(beldroega),	Sonchus oleraceus	(Serralha)	e	Amaranthus retroflexus 
(caruru),	 que	 podem	 ser	 consumidos	 em	 saladas	 e	 comercializados	 em	 feiras,	
apresentando	uma	renda	extra	para	pequenos	produtores.	A	relação	de	algumas	
espécies	consideradas	daninhas	que	podem	ser	consumidas	pelo	ser	humano	se	
encontra no Quadro 2.
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
10
Algumas espécies consideradas daninhas também podem ser utilizadas 
como medicamentos fitoterápicos, como o Leonorus sibiricus (rubim), Baccharis trimera 
(carqueja) e Malva parviflora (malva), já comumente utilizadas pelas populações rurais na 
forma de infusões, xaropes e tinturas.
INTERESSA
NTE
No livro Plantas medicinais no brasil: nativas e exóticas de Lorenzi e Matos, 
2007, encontra-se uma lista completa de plantas medicinais, suas descrições e usos. Várias 
delas são consideradas espécies daninhas.
DICAS
ESPÉCIE NOME VULGAR PARTE UTILIZADA
Amaranthus retroflexus Caruru Folhas	e	sementes
Boehmeria caudata Urtiga	mansa Folhas
Commelina spp. Trapoeraba Parte	aérea
Cyperus rotundus Tiririca Bulbos 
Emilia fosbergii Bela-emilia Folhas	
Galinsoga parviflora Picão branco Parte	aérea
Hedychium coronarium Lírio	do	brejo Flores	
Hypoxis decumbens Tiririca	de	flor Folhas
Oxalis latifolia Trevinho Folhas	e	rizomas
Portulaca oleracea Beldroega Folhas
Rumex obtusifolius Língua	de	vaca Folhas
Solanum americanum Erva moura Frutos
Sonchus oleraceus Serralha Parte	aérea	
Taraxacum officinale Dente-de-leão Folhas	e	flores
Typha domingensis Taboa Pólen,	palmito
FONTE: Adaptado de Kinupp e Lorenzi (2013)
QUADRO 2 – PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS CONSIDERADAS DANINHAS EM 
LAVOURAS E PASTAGENS
Acadêmico,	 ainda	 existem	 as	 espécies	 com	 características	 apícolas,	
fornecendo	néctar	ou	pólen	para	produtores	de	mel,	conforme	Quadro	3.		
TÓPICO 1 - CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS
11
Espécie N.V Flor N P
Alternanthera brasiliana Cabeça branca Ano	todo X
Asclepia curassavica Oficial-de-sala Ano	todo x X
Pyrostegia venusta Cipó-de-São-João Maio/ago. x X
Cordia verbenacea Fumo	bravo Ano	todo x
Cordia curassavica Fumo	bravo Set./maio x
Tradescantia spp. Trapoerabas Ano	todo X
Spergula arvensis Espérgula Set./maio X
Acanthospermum australe Carrapicho Mar./maio x X
Ageratum conyzoides Mentrasto Maio/ago. X
Ambrosia polystachia Losna-brava Jan./mar. X
Bidens pilosa Picão preto Ano	todo X
Emilia sonchifolia Falsa-serralha Fev./jun. X
Eupatorium laeviegata Assa-peixe Jan./abr. X
Senecio brasiliensis Maria	mole Maio/nov. x X
Sonchus oleraceus Serralha Set./mar. X
Taraxacum officinale Dente-de-leão Set./jan. x X
Vernonia spp. Assa-peixe Ago./nov. x X
Raphanus raphanistrum Nabiça Jul./ago. x X
Brassica campestris Mostarda-brava Maio/jul. x
Leonotus nepetifolia Cordão-de-frade Ano	todo x X
Cassia alata Fedegoso Ano	todo X
Cassia ocidentalis Mata-pasto Set./nov. X
Crotalaria spp. Crotalárias Out./fev. X
Typha angustifolia Taboa Set./maio X
Stylosanthes scabra Alfafa-do-campo Ano	todo x
QUADRO 3 – RELAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS QUE PODEM SER UTILIZADAS COMO FONTE 
DE NÉCTAR E/OU PÓLEN
N.V.= NOME VULGAR; N= NÉCTAR; P= PÓLEN
FONTE: Adaptado de Brandão et al. (1984)
3 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS
Neste	subtópico,	compreenderemos	como	as	plantas	daninhas	e	cultivadas	
evoluíram	juntas,	desde	o	surgimento	da	agricultura,	e	as	consequências	disso,	
assim como os conceitos básicos de evolução que levaram ao surgimento das 
características	adaptativas	dessas	espécies	ao	ambiente	agrícola.	
Com	 a	 domesticação	das	 plantas	 para	 produção	de	 alimentos,	 ocorreu	
uma	adaptação	dessas	espécies	vegetais	aos	novos	ambientes	e	novas	práticas	de	
cultivo.	Esse	manejo	e	mudança	da	estrutura	do	ambiente	nativo	fez	com	que	as	
espécies	silvestres	evoluíssem	e	se	adaptassem	aos	sistemas	de	cultivo,	tornando	
sua	sobrevivência	mais	eficiente	e	aumentando	a	produtividade.	
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
12
A	 agricultura	 surgiu	 a	 aproximadamente	 12	 mil	 anos	 atrás,	 e,	 nesse	
pequeno	 espaço	 de	 tempo,	 ocorreu	 a	 evolução	 das	 plantas	 cultivadas	 e	
concomitantemente,	das	espécies	daninhas.	Os	agricultores	começaram	a	separar	
as sementes de plantas de interesse daquelas consideradas daninhas; separar as 
plantas	mais	saudáveis	e	produtivas,	causando	a	seleção	das	plantas	cultivadas	
que	 conhecemos	hoje.	Em	 resposta	 a	 isso,	 as	plantas	daninhas	desenvolveram	
sementes	parecidas	com	a	da	planta	de	interesse,	garantindo	sua	sobrevivência	
(GOULD,	1991).	
As	 espécies	 daninhas	 podem	 ou	 não	 estar	 relacionadas	 à	 espécie	
domesticada	pelo	ser	humano.	Algumas	plantas	consideradas	daninhas	podem	
ser	pioneiras,	adaptadas	a	colonizar	e	habitar	ambientes	inóspitos	ou	alterados,	
e	o	desenvolvimento	da	agricultura	causou	uma	seleção	nessas	plantas,	que	se	
adaptaram	a	ocupar	o	ambiente	mediado	pelo	ser	humano	(VIGUEIRA;	OLSEN;	
CAICEDO,	2013).	
Acadêmico,	 as	 forças	micro	 evolucionárias	que	guiaram	as	das	plantas	
cultivadas	também	guiaram	as	espécies	daninhas,	direta	e	indiretamente:	
1. Deriva genética:	que	fixa	alelos	aleatoriamente,	se	manifesta	quando	indivíduos	
são selecionadas e propagados a partir de poucos representantes da população 
selvagem. 
2. Fluxo gênico: ocorre por hibridação entre variedades de uma cultura e entre 
espécies	selvagens,	causando	aumento	da	diversidade	genética.	
3.	Seleção	 artificial:	 fixação	 de	 alelos	 de	 plantas	 cada	 vez	mais	 adaptadas	 às	
condições de domesticação impostas pelo ser humano. 
Alelos são formas alternativas do mesmo gene, encontrados nos cromossomos 
homólogos, que conferem variações da mesma característica dentro desse gene. 
Hibridação é o cruzamento entre indivíduos de espécies diferentes.
NOTA
Acadêmico,	veremos,	a	seguir,	algumas	causas das adaptações evolutivas 
que as plantas daninhas e as plantas cultivadas compartilharam entre si 
(ZIMDAHL,	2018):
•	 Aumento	da	seleção	de	sementes,	que	se	 tornam	inaptas	em	crescer	 fora	do	
solo arado e preparado e dependem de semeadura.
•	 Abandono	da	área	cultivada,	causando	regressão	do	cultivar	a	características	
selvagens.
•	 Nivelamento	 das	 condições	 ambientais	 do	 cultivo,	 favorecendo	 genótipos	
adaptados ao controle dos fatores ambientais.
TÓPICO 1 - CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃODAS PLANTAS DANINHAS
13
•	 Aumento	das	monoculturas,	que	selecionaram	conjuntamente	plantas	daninhas	
especializadas.
•	 Colheita	combinada	da	cultura	e	das	espécies	daninhas,	levando	a	modificações	
que	permitiram	a	espécie	daninha	ser	colhida	em	conjunto	à	lavoura.
•	 Redução	da	habilidade	competitiva	de	culturas	tratadas	com	reguladores	de	
crescimento químicos.
•	 Uso	extensivo	de	herbicidas,	que	levou	ao	desenvolvimento	de	mecanismos	de	
resistência. 
A	seleção	de	plantas	daninhas	está	relacionada	à	adaptação	das	plantas	
silvestres às alterações do ambiente causadas pelo ser humano e a hibridação 
de	espécies	selvagens,	além	da	reversão	de	uma	cultura	a	condições	selvagens	
(ELLSTRAND;	SCHIERENBECK,	2000).
 
3.1 COLONIZAÇÃO DAS LAVOURAS E PASTAGENS POR 
ESPÉCIES SILVESTRES PRESENTES NO LOCAL
Acadêmico,	 quando	 uma	 área	 é	 modificada	 para	 introdução	 de	 uma	
lavoura	ou	pastagem,	as	espécies	nativas	daquela	região	geralmente	se	tornam	
invasivas,	 devido	 às	 condições	 adequadas	 de	 aeração,	 nutrição	 mineral	 e/ou	
irrigação presentes na lavoura. 
As	 plantas	 silvestres	 que	 se	 tornam	 daninhas	 possuem	 algumas	 das	
características	gerais	de	uma	espécie	invasiva,	mecanismos	eficientes	de	dispersão	
e	genótipos	fenotipicamente	plásticos,	o	que	pode	levar	a	uma	maior	dificuldade	
de	manejo	 e	 controle,	 já	 que	 estas	 já	 estão	 adaptadas	 às	 condições	 ambientais	
da	 região.	Além	disso,	 algumas	 plantas	 daninhas	 já	 eram	pré-adaptadas	 para	
crescimento	 e	 competição	 por	 recursos	 em	 ambientes	 parecidos	 ao	 agrícola,	
facilitando seu desenvolvimento. 
Genótipo é a composição genética de um indivíduo, o conjunto de todos os 
genes.
Fenótipo é a expressão dos genes no indivíduo, dando as suas características únicas.
NOTA
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
14
3.2 HIBRIDAÇÃO DE ESPÉCIES SILVESTRES E CULTURAS
Nesse	 processo	 ocorre	 um	 fluxo	 gênico	 (cruzamento)	 entre	 a	 espécie	
domesticada	 e	 suas	 formas	 silvestres	 (nativas),	 causando	 a	 evolução	 da	
invasividade	e	gerando	uma	espécie	potencialmente	daninha	(ELLSTRAND	et al. 
1999;	ELLSTRAND;	SCHIERENBECK,	2000).	O	processo	de	hibridação	pode	ser	
entre	raças	ou	subtipos	de	uma	mesma	espécie	(intraespecífica),	ou	envolvendo	
diferentes	 espécies	 e	 até	 diferentes	 gêneros	 (interespecífica).	 Quanto	 mais	
aparentada	for	as	duas	plantas,	mais	facilmente	o	cruzamento	poderá	ocorrer.		
Quando ocorre o processo de introgressão,	que	é	o	retrocruzamento	de	
um	híbrido	natural	com	um	de	seus	parentais,	pode	haver	o	surgimento	de	uma	
variedade	com	ganhos	adaptativos	e	capacidade	invasiva	(planta	daninha)	e	não	
necessariamente	com	características	de	interesse	agronômico.
Nem	sempre	a	hibridação	gera	espécies	 invasivas,	mas,	quando	ocorre,	
as	plantas	vão	possuir	as	mesmas	características	adaptativas	do	cultivo,	além	de	
ocorrer	a	mimetização	das	sementes,	já	que	elas	são	híbridas,	dificultado	a	colheita	
e separação das sementes da cultura de interesse. Isso torna árduo o trabalho de 
pós-colheita e leva a perda de qualidade do produto.
3.3 REVERSÃO DAS PLANTAS CULTIVADAS EM AMBIENTES 
SILVESTRES
Se	você	abandonar	uma	área	de	cultivo,	algumas	plantas	domesticadas	
cultivadas ali podem reverter-se a condições selvagens. Isso ocorre quando as 
sementes da cultura permanecem no solo e as plantas se desenvolvem na área 
sem	cultivo,	podendo	levar	a	reversão	de	suas	características	e,	depois	de	algumas	
gerações,	criar	um	subtipo	daninho.
Esses subtipos se adaptam a região e se tornam invasoras das culturas 
instaladas	posteriormente	na	área.	Elas	também	podem	hibridizar	com	a	espécie	
domesticada	e	com	espécies	silvestres,	aumentando	sua	diversidade	genética.	
Exemplo	de	reversão	ocorreu	com	o	Secale secale	(centeio	selvagem),	que	se	
tornou	uma	espécie	invasora	de	cultivos	de	trigo	e	Oryza sativa	(arroz	selvagem),	
que	causa	problemas	no	cultivo	do	arroz	em	todo	o	planeta	 (VIGUEIRA	et al.,	
2013).
3.4 MIMETISMO
As	forças	de	seleção	criadas	pelas	práticas	agrícolas	podem	gerar	subtipos	
de plantas daninhas com semelhanças morfológicas ao cultivar domesticado. 
Esse	 mimetismo	 dificulta	 o	 controle	 da	 planta	 daninha	 sem	 causar	 danos	 ao	
TÓPICO 1 - CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS
15
próprio	 cultivar.	 Caracteristicamente,	 as	 formas	 miméticas	 apresentam-se	
morfologicamente	semelhantes	ao	cultivar:	mesmo	hábito	de	crescimento,	tempo	
de	florescimento	e	produção	de	sementes,	morfologia	das	sementes	semelhantes,	
mesmas	adaptações	às	condições	climáticas	(BARRET,	1983).	Na	hora	de	aplicar	
um	método	de	controle,	muitas	vezes	o	agricultor	acaba	matando	a	planta	daninha	
e	a	planta	cultivada,	por	elas	serem	similares.
O	 mimetismo	 também	 surge	 da	 hibridação	 entre	 a	 planta	 cultivada	 e	
espécies	parentais	selvagens,	gerando	indivíduos	com	características	fenotípicas	
similares	as	da	planta	cultivada	e	dificultando	o	manejo	no	campo	e	a	diferenciação	
das sementes na hora da colheita. 
Exemplo	de	mimetismo	ocorre	entre	a	espécie	Echinocloa oryzicola e o arroz 
cultivado. Essa planta daninha desenvolveu características morfológicas e de 
desenvolvimento	parecidas	com	a	do	arroz	cultivado,	dificultando	a	diferenciação	
das	plantas	no	início	do	desenvolvimento.	Além	disso,	ela	floresce	e	frutifica	ao	
mesmo	tempo	que	o	arroz	cultivado	(YAMASUE,	2001).	
3.5 IMPACTO DO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
A	adaptação	das	plantas	daninhas	aumentou	com	o	avanço	dos	métodos	
de	controle	e	o	uso	de	herbicidas,	causando	uma	pressão	que	selecionou	espécimes	
cada vez mais adaptadas e resistentes às medidas de controle empregadas na 
agricultura	 no	 decorrer	 dos	 séculos.	Acadêmico,	 no	 Quadro	 4,	 você	 encontra	
exemplo	 de	 algumas	 classes	 de	 herbicidas	 e	 os	 mecanismos	 que	 as	 plantas	
daninhas desenvolveram para criar resistência.
A ação dos herbicidas e os mecanismos de resistência das plantas daninhas 
serão abordados com detalhes na Unidade 3.
ESTUDOS FU
TUROS
Você	perceberá	que	a	composição	das	espécies	daninhas	em	uma	região	é	
dinâmica	e	responsiva	às	alterações	das	práticas	culturais	no	decorrer	do	tempo.	
Um	exemplo	é	a	mudança	no	hábito	de	uma	espécie	daninha,	que	pode	se	alterar	
de	acordo	com	o	método	de	colheita,	 selecionando	 formas	mais	altas,	que	 são	
colhidas	juntamente	com	a	lavoura	e	se	perpetuam	na	região.	
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
16
CLASSE DE HERBICIDA MECANISMO DE RESISTÊNCIA
Ariloxiphenoxipropionicos	 Aumento	da	detoxificação
Bipiridiliums Aumento	da	detoxificação	e/ou	sequestração
Dinitroanilinas Hiperestabilização	dos	microtúbulos
Substitutos	de	uréia Aumento	da	detoxificação
Sulfonilureias Modificação	do	sítio	ativo	da	enzima	alvo
Triazinas Modificação	do	sítio	ativo	da	proteína	alvo
FONTE: Adaptado de Radosevich, Holt e Ghersa (2007)
QUADRO 4 – EXEMPLOS DE MECANISMOS DE RESISTÊNCIA COMUNS A ALGUMAS CLASSES 
DE HERBICIDAS
O uso de herbicidas elimina as espécies susceptíveis a ele, mas abre caminho 
para a entrada de espécies resistentes e se faz necessário refletir sobre a importância de 
prevenir o aparecimento da planta daninha ou criar um sistema de manejo integrado, que 
diminua o uso de herbicidas. Lembre-se: os herbicidas possuem custos econômicos e 
ambientais que forçam o agricultor a pensar em métodos de controle alternativos.
IMPORTANT
E
17
Neste tópico, você aprendeu que: 
•	 O	conceito	de	planta	daninha	é	muito	amplo	e	varia	de	acordo	com	o	autor	
estudado.
•	 Existem	diversas	 características	 de	 uma	 planta	 que	 podem	 ser	 usadas	 para	
classificá-la	 como	daninha	ou	 invasora,	 sendo	muito	 importante	na	hora	de	
caracterizar	essas	espécies.
•	 Uma	 planta	 daninha	 pode	 causar	 variados	 tipos	 de	 problemas	 para	 o	 ser	
humano,	mas	 é	muito	 importante	 compreender	 os	 danos	 que	 essas	 plantas	
podem	 causar	 na	 agropecuária:	 diminuição	 da	 produtividade	 das	 culturas,	
perdas	na	colheita,	contaminação	de	sementes	e	perda	de	qualidade	no	produtofinal,	uso	excessivo	de	fertilizantes	e	herbicidas	e	intoxicação	de	animais	e	do	
próprio agricultor. 
•	 Apesar	de	serem	consideradas	vilãs	pelo	ser	humano,	várias	espécies	de	plantas	
daninhas	podem	ser	utilizadas	na	 confecção	de	medicamentos	fitoterápicos,	
como	plantas	apícolas,	no	consumo	humano	e	também	na	própria	melhoria	da	
qualidade do solo e da lavoura.
•	 As	plantas	daninhas	evoluíram	junto	às	espécies	domesticadas	pelo	homem,	se	
adaptando	às	alterações	que	a	agricultura	causa	no	meio	ambiente,	desde	seu	
surgimento.
•	 A	evolução	das	espécies	daninhas	segue	as	regras	já	definidas	para	todos	os	
seres	vivos	do	planeta	Terra,	mas	essa	adaptação	tem	sido	cada	vez	mais	rápida	
e	específica,	conforme	a	tecnologia	na	agricultura	avança.
•	 Algumas	 plantas	 hoje	 consideradas	 daninhas	 já	 possuíam	 as	 características	
invasivas	 antes	 do	 surgimento	 da	 agricultura,	 eram	 espécies	 adaptadas	 a	
sobreviver em ambientes inóspitos. 
•	 Várias	espécies	de	plantas	daninhas	surgiram	do	cruzamento	com	as	plantas	
cultivadas,	 gerando	 híbridos	 com	 características	morfológicas	misturadas	 o	
que chamamos de mimetismo. 
RESUMO DO TÓPICO 1
18
•	 Plantas	 cultivadas	 também	 podem	 se	 tornar	 espécies	 daninhas,	 quando	
crescem	fora	do	controle	do	ser	humano,	em	terrenos	abandonados	ou	na	área	
ao redor da lavoura. Elas perdem a dependência do ser humano e retomam 
características	 silvestres,	 podendo	 inclusive	 hibridizar	 com	 uma	 espécie	
cultivada novamente.
•	 Os	métodos	de	controle	de	plantas	daninhas	estão	relacionados	diretamente	
com a evolução cada vez mais rápida das características adaptativas dessas 
espécies	ao	ambiente	agrícola.	
19
1	 Segundo	 o	 que	 estudamos,	 existem	 várias	 características	 para	 definir	
uma	planta	como	daninha.	Com	relação	a	essas	características,	analise	as	
sentenças a seguir:
I-		Uma	planta	daninha	é	qualquer	vegetal	que	cresce	onde	não	é	desejado.
II-	Uma	planta	 daninha	 é	 qualquer	 vegetal	 que	 absorve	 nutrientes	 de	 que	
precisa.
III-	Uma	planta	daninha	pode	ser	tóxica	aos	animais	e	seres	humanos.
IV-	Plantas	daninhas	possuem	mecanismos	de	resistência	e	sobrevivência	às	
condições adversas ambientais. 
Agora,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	Apenas	a	I	está	correta.
b)	(			)	Apenas	a	I,	II	e	IV	estão	corretas.
c)	(			)	Apenas	a	I,	III	e	IV	estão	corretas.
d)	(			)	Todas	estão	corretas.
2		As	plantas	daninhas	podem	prejudicar	uma	lavoura	de	diversas	maneiras.	
Com	 relação	 a	 isso,	 cite	 três	 formas	 de	 danos	 que	 uma	 espécie	 daninha	
pode causar no ambiente agrícola: 
3		As	 plantas	 daninhas	 possuem	 várias	 características	 que	 as	 tornam	 um	
problema	para	o	agricultor,	tanto	durante	o	plantio,	como	durante	a	colheita	
e	processamento.	Com	relação	a	essas	características,	analise	as	afirmativas	
a seguir: 
I-	 Espécies	 daninhas	 podem	 germinar	 e	 se	 desenvolver	 em	 condições	
ambientais	pouco	favoráveis,	como	em	estresse	hídrico,	baixa	fertilidade	e	
acidez do solo.
II-	Se	as	 condições	edafoclimáticas	 são	 favoráveis	à	 lavoura,	 também	serão	
para	as	plantas	daninhas,	mas,	se	as	condições	são	ruins	para	a	 lavoura,	
algumas	 espécies	daninhas	 conseguem	 se	desenvolver	 nessas	 condições,	
devido a sua capacidade adaptativa.
III-	 Espécies	 daninhas	 causam	 redução	da	 produtividade	das	 lavouras	 e	 o	
aumento	dos	 seus	 custosmas	não	podem	causar	danos	 à	 saúde	humana	
nem	danos	estéticos,	invadindo	áreas	de	recreação,	jardins	e	parques.	
IV-	As	 plantas	 daninhas	 podem	 ser	 hospedeiras	 de	 pragas	 e	 doenças	 que	
atacam as plantas cultivadas. 
AUTOATIVIDADE
20
Agora,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	I	e	III.
b)	(			)	I,	II	e	III.
c)	(			)	III.
d)	(			)	I,	II	e	IV.
4		As	plantas	daninhas	surgiram	com	o	 início	da	agricultura,	a	seleção	das	
plantas cultivadas e as alterações ambientais causados pelo ser humano 
durante o cultivo causaram uma pressão que selecionou plantas daninhas 
adaptadas a essas condições. Com relação às causas que levaram ao 
surgimento	dessas	espécies,	analise	as	sentenças	a	seguir:	
I-	 Algumas	 espécies	 daninhas	 eram	 plantas	 silvestres	 com	 adaptações	 de	
crescimento em condições adversas e facilmente conseguiram invadir áreas 
cultivadas.
II-	 Pode	 ocorrer	 a	 hibridação	 entre	 uma	 espécie	 cultivada	 e	 espécies	
aparentadas	 selvagens,	 gerando	 plantas	 que	 apresentam	 características	
morfológicas	e	de	desenvolvimento	parecidas	com	a	espécie	cultivada,	o	
chamado mimetismo.
III-	 Os	 métodos	 de	 controle	 de	 plantas	 daninhas	 feitas	 pelo	 ser	 humano,	
como	a	aplicação	de	herbicidas	não	influenciam	na	evolução	das	plantas	
daninhas. 
Agora,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	Somente	a	I.
b)	(			)	Somente	a	I	e	II.
c)	(			)	Somente	a	II	e	III.
d)	(			)	Somente	a	III.
21
TÓPICO 2 - 
UNIDADE 1
CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico,	acabamos	de	analisar	o	que	é	uma	planta	daninha,	qual	sua	
importância	em	diferentes	pontos	de	vista,	como	essas	plantas	se	originaram	junto	
ao desenvolvimento da agricultura e quais os processos evolutivos envolvidos. 
Neste	tópico,	entenderemos	como	se	classifica	e	 identifica	as	plantas	daninhas,	
suas	características	morfológicas	e	a	 importância	de	entender	a	botânica	como	
ferramenta para o controle adequado das plantas daninhas em uma lavoura. Não 
se	esqueça,	ao	final	do	tópico	você	encontrará	o	resumo	e	as	autoatividades.	Bons	
estudos!
2 SISTEMÁTICA E TAXONOMIA VEGETAL 
Sistemática	vegetal	é	a	ciência	que	engloba	a	taxonomia,	a	qual	descreve,	
identifica,	dá	nome	e	classifica	as	espécies	vegetais	em	conjunto	as	suas	relações	
genéticas,	criando	sua	filogenia,	ou	sua	história	evolucionária.	A	taxonomia	encaixa	
as	espécies	vegetais	em	táxons,	que	são	grupos	delimitados	de	organismos,	com	
características	parecidas,	de	preferência	monofiléticos,	 isto	é,	com	um	ancestral	
comum	(JUDD,	2010).	
Táxon é uma categoria utilizada para reunir organismos vivos que possuem 
algumas características semelhantes entre si. As principais categorias utilizadas são: REINO, 
DIVISÃO, CLASSE, ORDEM, FAMÍLIA, GENÊRO e ESPÉCIE.
NOTA
Acadêmico,	 as	 plantas	 são	 classificadas	 baseadas	 em	 critérios	 de	
ancestralidade	e	similaridade	e	os	cientistas	criaram	chaves	para	identificação	das	
espécies	baseado	nas	características	morfoanatômicas	das	plantas.	 Isso	permite	
encaixar	 uma	 espécie	 dentro	 de	 um	 táxon	 específico,	 que,	 para	 as	 espécies	
vegetais,	 além	dos	citados	anteriormente,	 é	 comum	o	uso	de	 sub-táxons	como	
subespécie,	variedade	e	forma	(SIMPSON,	2010).	
22
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
Para	 identificação	 de	 uma	 espécie,	 analisamos	 todos	 os	 caracteres	
morfológicos	disponíveis	quando	a	espécie	é	coletada,	mas	a	morfologia	da	flor	
é	a	parte	mais	importante	na	classificação.	O	número	de	peças	florais,	disposição	
do	ovário,	número	e	placentação	dos	óvulos,	abertura	das	anteras	e	até	o	formato	
do	pólen	podem	ser	utilizados	para	identificação.	Além	disso,	a	morfologia	das	
folhas,	 disposição	 das	 mesmas	 nos	 caules,	 presença	 de	 pilosidade,	 espinhos,	
cerosidade,	 a	 cor	 e	 a	 textura	 são	 características	 importantes	 que	 precisam	 ser	
avaliadas.	 Com	 relação	 às	 plantas	 daninhas,	 é	muito	 importante	 também	 que	
você	saiba	identificar	a	espécie	pela	plântula,	o	que	vai	facilitar	a	elaboração	de	
um	plano	de	manejo	antes	que	essa	espécie	se	torne	prejudicial	para	o	cultivo.	
Para ter uma maior clareza sobre morfologia e taxonomia, consulte a 
apostila Noções morfológicas e taxonômicas para identificação botânica, disponível 
para download em: https://www.embrapa.br/amazonia-oriental/busca-de-publicacoes/-/
publicacao/992543/nocoes-morfologicas-e-taxonomicas-para-identificacao-botanica.
DICAS
Exemplos	de	descrição	de	uma	espécie	vegetal	encontrados	em	livros	e	
artigos	científicos	da	área,	segundo	Deuber	(1992).
CLASSE MONOCOTILEDÔNEA
FAMÍLIA: POACEAE
GÊNERO: Brachiaria
ESPÉCIE: Brachiaria purpurascensHenr. Blumea
Pro. Syn: Panicum purpuracens; Panicum barbinode; Panicum guadaloupense; 
Panicum equinum; Brachiaria mutica
Sin,	 vulgar	 (nome	 vulgar):	 capim-angola,	 capim-de-planta,	 capim-fino,	
capim-do-pará
Planta	 perene,	 herbácea,	 estolonífera,	 ereta	 ou	 subprostada.	 Colmo	 com	
nós	densamente	pilosos,	 atingindo	 até	 dois	metros	de	 comprimento.	 Folhas	
com	 bainha	 verde-clara,	 estriada,	 em	 geral	 pilosa	 (ocasionalmente	 glabra);	
região do colar mais acentuadamente pilosa; lígula de pequenas dimensões 
e	 densamente	 translúcido-ciliada;	 lâmina	 lanceolada,	 bem	 desenvolvida,	
glabrescente	e	curtamente	serreada	nos	bordos.	Inflorescência	e	panícula,	com	
diversos	racemos	de	15-20	cm	de	comprimento	e	com	nítida	pilosidade	branca	
na	inserção	dos	pedicelos	na	ráquis.	Espiguetas	subsésseis,	bifloras,	com	uma	
flor	masculina	e	uma	hermafrodita	com	ovário	normalmente	estéril;	glumas	
brancas,	esverdeadas.
TÓPICO 2 - CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS
23
Reprodução	em	geral	vegetativa,	raramente	ocorrendo	a	formação	de	sementes.	
Planta	originária	da	África	e	 introduzida	como	forrageira	no	Brasil,	onde	se	
aclimatou	e	se	disseminou	largamente,	sendo	hoje	uma	invasora	problemática.
Plântula	com	plúmula	brancacenta,	hialina,	glabra,	de	ápice	obtuso,	fortemente	
adpressa	 ao	 colmo.	 Folha	 definitiva	 com	 bainha	 verde-brancacenta,	 com	
esparsos	pelos	simples	e	hialinos;	lâmina	verde-clara,	estriada,	com	numerosos	
pelos	 simples,	 longos	 e	 translúcidos	 em	 ambas	 as	 faces	 e	 de	 aspecto	muito	
característico.
Cariopse	envolta	pelas	glumas	e,	quando	nua,	ovalada,	com	aproximadamente	
1,6	mm	de	 comprimento	 por	 1	mm	de	 largura.	 Pericarpo	 liso,	 amarelado	 e	
levemente reluzente. Embrião dorso-basal e da mesma cor do pericarpo.
FONTE: Adaptado de Bacchi, Leitão Filho e Aranha (1982)
CLASSE EUDICOTILEDÔNEA
FAMÍLIA LAMIACEAE
GÊNERO Leonotis 
ESPÉCIE: Leonotis nepetifolia (L.) R. Br 
Pro syn.: Phlomis nepetaefolia; Leonorus globosus, Leonorus nepetaefolia, 
Stachys mediterranea, Leonorus marrubiastrum
Sin. Vulgar (nome vulgar): cordão de frade
Planta	anual,	herbácea,	ereta	e	com	70	a	210	cm	de	altura.	Caule	quadrangular,	
anguloso,	 estriado,	pouco	 ramificado	 e	verde-claro.	 Folhas	 ovadas,	de	 ápice	
agudo	 ou	 ligeiramente	 obtuso	 e	 base	 truncada	 ou	 semi-cordada,	 bordos	
fortemente	 crenados	 e	 ciliados,	 membranáceas	 opostas,	 com	 minúsculos	
pelos	simples	e	alvo-translúcidos	em	ambas	as	 faces,	sendo	a	adaxial	verde-
escura	 e	 a	 abaxial	 mais	 clara,	 fosca,	 com	 nervuras	 bastante	 proeminentes;	
pecíolo	longo	e	revestido	por	pelos	simples	e	translúcidos.	Inflorescência	em	
glomérulos	multifloros	protegidos	por	numerosas	brácteas	 linear-subuladas,	
de	 ápice	 acuminado,	 com	 pilosidade	 brancacenta.	 Cálice	 tubuloso,	 verde-
claro,	 recurvado,	 piloso,	 em	geral	 com	oito	 dentes	 estreitos,	 sendo	um	bem	
mais	 desenvolvido;	 corola	 bilabiada,	 alaranjada,	 de	 tubo	 longo,	 duas	 vezes	
mais	longa	que	o	cálice,	recurvada	e	exteriormente	pilosa;	androceu	formado	
de	 quatro	 estames	 didínamos,	 de	 filetes	 longos	 e	 filiformes,	 inseridos	 na	
porção	mediana	do	tubo	da	corola,	com	anteras	de	rima	longitudinal,	brancas	
e	divergentes;	estilete	delgado	e	de	ápice	bífido.	Fruto	núcula	oval,	trígona,	lisa,	
obtusa no ápice e acastanhada. 
Reproduz-se	exclusivamente	por	sementes	e	seu	ciclo	é	de	aproximadamente	
130 dias. 
24
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
Plântula	com	hipocótilo	e	epicótilo	cilíndricos,	verde-claros	e	glabros.	Folhas	
cotiledonares	 deltoides,	 de	 ápice	 levemente	 emarginado,	 base	 atenuada,	
bordos	curtamente	ciliados,	verde-claras	e	glabras	em	ambas	as	faces,	pecíolo	
longo.	Folhas	definitivas	lanceoladas,	de	ápice	obtuso-arredondado,	base	reta	
ou	arredondada,	bordos	ciliados,	membranáceos,	opostas;	pecíolo	curto.
Semente	trígono-lanceolada,	com	2,6-3,1	mm	de	comprimento	por	1,2-1,3	mm	
de	largura.	Testa	dura,	lisa,	glabra,	castanha	com	arestas	obsoletamente	aladas.	
Hilo	basal,	côncavo,	retangular.
FONTE: Adaptado de Bacchi, Leitão Filho e Aranha (1982)
2.1 NOMENCLATURA BOTÂNICA 
Como	se	dá	nome	às	plantas?	Qual	a	importância	de	nomear	de	maneira	
correta	uma	espécie	daninha?	
Acadêmico,	 a	 nomenclatura	 botânica	 é	 essencial	 para	 a	 correta	
identificação	de	uma	espécie	vegetal.	Existem	regras	bem	definidas	pelo	Código	
Internacional	de	Nomenclatura	Botânica,	sendo	que	o	nome	da	espécie	sempre	
será	binomial,	com	o	gênero	começando	em	letra	maiúscula,	seguido	do	epíteto	
específico.	O	nome	científico	da	espécie	sempre	será	ou	sublinhado	ou	em	itálico,	
nunca	capitalizado	(SIMPSON,	2010).	
Exemplo:	Jatropha urens,	Jatropha	é	o	gênero ao qual a planta pertence e 
urens	é	o	epíteto	específico,	que	dá	identidade	aquela	espécie.	
A	nomenclatura	botânica	é	de	suma	importância	para	evitar	problemas	
com os nomes vulgares das plantas daninhas. Nomes vulgares ou comuns variam 
entre	regiões	e	diferentes	línguas,	o	que	dificulta	a	correta	identificação	de	uma	
espécie	 vegetal.	Muitas	 vezes,	 a	mesma	 espécie	 tem	diversos	 nomes	 vulgares,	
levando	o	técnico	e	o	agricultor	a	ter	problemas	na	identificação,	se	por	acaso	o	
exemplar	do	espécime	não	está	disponível.	No	Quadro	5	você	encontra	exemplos	
da	diversidade	de	nomes	comuns	que	uma	mesma	espécie	botânica	pode	ter.
O nome científico é de uso universal, sendo mais fácil e prático identificar 
a espécie em qualquer língua ou localização do planeta. Isso também vai te ajudar a 
encontrar a descrição da espécie correta nos livros sobre plantas daninhas e em artigos 
relacionados a plantas daninhas
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 - CLASSIFICAÇÃO DE PLANTAS DANINHAS
25
NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR
Asclepia curassavica Algodãozinho-do-campo,	 leiteirinha,	mané-mole,	 erva-leiteira,	cega-olho
Cassia occidentalis Fedegoso,	café-chimarrão,	café-negro,	mudianhoca,	ibixuma
Brachiaria plantaginea Capim-doce,	capim-guatemala,	capim-marmelada,	capim-paulista,	grama-maior,	papuã
Brachiaria purpurascens Capim-angola,	 capim-de-planta,	 capim-fino,	 capim-do-pará
Sida cordifolia Guanxuma,	guaxuma,	guanxima
Sida rhombifolia Guanxuma,	guaxima,	vassourinha
FONTE: Adaptado de Bacchi, Leitão Filho e Aranha (1982)
QUADRO 5 – RELAÇÃO ENTRE O NOME CIENTÍFICO E VULGAR DE ALGUMAS ESPÉCIES DE 
PLANTAS DANINHAS ENCONTRADAS NO BRASIL
2.2 SISTEMÁTICA DE PLANTAS DANINHAS 
Com	 relação	 às	 plantas	 daninhas,	 existem	 cerca	 de	 300	 espécies	
importantes mundialmente que estão concentradas principalmente nas famílias 
botânicas	 Poaceae,	 Cyperaceae,	 Asteraceae	 e	 Polygonaceae,	 representando	
aproximadamente	 43%,	 e	 o	 restante	 fica	 distribuído	 em	 mais	 16	 famílias.	
Acadêmico,	analisaremos,	a	seguir,	as	principais	características	que	separam	os	
grupos	de	plantas	daninhas	dentro	da	Botânica,	o	que	irá	auxiliar	na	identificação	
das	espécies	no	campo.
A família Poaceae, que reúne as plantas chamadas de gramíneas, é a que 
engloba as espécies daninhas mais importantes e mais disseminadas pelo planeta e, não 
por acaso, também as plantas mais cultivadas pelo ser humano: trigo, arroz, cevada, centeio, 
milheto, aveia, milho, sorgo e cana-de-açúcar.
IMPORTANT
E
Se	 avaliarmos	 pela	 classe	 botânica,	 as	 espécies	 se	 dividem	 em	
Eudicotiledôneas,	 também	 chamadas	 de	 latifoliadas	 ou	 de	 folha	 larga	 e	 as	
Monocotiledôneas,	 conhecidas	 como	 espécies	 de	 folha	 estreita,	 que	 possuem	
poucas	 famílias	 importantes	 no	 país,	 mas	 um	 grande	 número	 de	 espécies	
invasoras	de	culturas	(SIMPSON,	2010).
Para	 uma	 melhor	 compreensão	 e	 facilidade	 de	 identificação,	 vamos	
caracterizar as principais diferenças entre as Classe Eudicotiledoneae 
(Magnoliopsida)	e	Monocotyledoneae	(Liliopsida).
26
UNIDADE 1 - BIOLOGIA DE PLANTAS DANINHAS
2.2.1 Monocotyledoneae (Liliopsida)
Nesta	classe,	a	principal	característica	é	a	presença	de	um	cotilédone	na	
semente.	A	maioria	das	espécies	são	de	hábito	herbáceo	e	apresentam	regiões	bem	
definidas

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