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Medicina Tradicional Chinesa

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Medicina Tradicional Chinesa
APRESENTAÇÃO
Atualmente as terapias alternativas vêm aumentando as opções de procedimentos médicos e 
estéticos, contribuindo para efetividade dos tratamentos. As principais bases teóricas da 
Medicina Tradicional Chinesa são as teorias Yin e Yang, Cinco Elementos e Zang Fu. O 
conceito e as ações da energia Qi permeiam essas teorias. A energia Qi flui por todo o 
organismo percorrendo o sistema de meridianos energéticos, provocando e sofrendo ajustes em 
busca do equilíbrio.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá uma terapia complementar oriental, a 
Medicina Tradicional Chinesa, verá sua base teórica e suas relações com o equilíbrio energético, 
além de conhecer os caminhos em que a energia passa.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as teorias da Medicina Tradicional Chinesa.•
Definir equilíbrio energético.•
Reconhecer o sistema de meridianos.•
DESAFIO
O embasamento teórico chinês carrega a ideia de que nada existente no universo é estático ou 
fixo, a dinâmica da vida sempre está presente. Os fenômenos não podem ser presos a categorias 
sésseis, pois estão em transição.
Você pode afirmar que este é um estado passageiro da paciente? Justifique sua resposta 
relacionando as teorias Yin e Yang, Cinco Elementos e Zang Fu.
Como as técnicas orientais, como a acupuntura, podem auxiliar essa paciente?
INFOGRÁFICO
As teorias Yin e Yang (opostos cíclicos e correlacionados), Cinco Elementos (eventos de 
constante mudança) e Zang Fu (sistema de órgãos e vísceras) ressaltam o dinamismo dos 
fenômenos do universo, incluindo o nosso organismo. Elas servem de alicerce para a fisiologia, 
patologia e tratamento dentro da medicina oriental, possibilitando observar as relações entre 
etapas e o fluxo dinâmico da vida.
No Infográfico, você verá as relações entre as principais teorias que embasam a Medicina 
Tradicional Chinesa.
CONTEÚDO DO LIVRO
As terapias alternativas proporcionam maior número de opções terapêuticas para que os 
profissionais da saúde e da estética possam atingir seus objetivos com cada paciente ou cliente. 
Os recursos orientais seguem um raciocínio e embasamento teórico específicos, aspirando ao 
equilíbrio energético do indivíduo.
No capítulo Medicina Tradicional Chinesa, da obra Terapias alternativas em estética, você 
verá as primeiras teorias da Medicina Tradicional Chinesa, os principais conceitos e a relação de 
Qi e equilíbrio energético. Também vai conhecer os meridianos que formam a imensa rede 
energética que percorre todo o organismo humano.
Boa leitura.
TERAPIAS 
ALTERNATIVAS 
EM ESTÉTICA
Caroline de Araujo 
Barroco
Medicina tradicional 
chinesa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as bases teóricas da medicina tradicional chinesa. 
 � Definir equilíbrio energético.
 � Reconhecer o sistema de meridianos energéticos.
Introdução
As terapias alternativas estão sendo muito estudadas pelo ocidente. 
A medicina e a estética estão recebendo um grande leque de possibili-
dades terapêuticas orientais, as quais podem ser associadas às terapias 
convencionais ou aplicadas isoladamente. A combinação de diferentes 
técnicas amplia os recursos terapêuticos e a satisfação dos pacientes ou 
clientes. Os métodos orientais seguem um raciocínio e embasamento 
teórico únicos, visando ao equilíbrio energético do indivíduo.
Neste capítulo, você conhecerá as bases da medicina tradicional 
chinesa, as principais teorias milenares que estruturam todo o raciocínio 
médico oriental. A medicina oriental desenvolveu-se a partir de teorias 
que fazem referência à natureza e aos seres humanos que estão inseridos 
nela. Partindo-se da ideia de que tudo está em constante transformação 
no universo e que fazemos parte dele, o grande objetivo de todos os 
processos biológicos é o equilíbrio. Você entenderá o conceito de equi-
líbrio energético e explorará os canais pelos quais a energia flui no corpo 
humano — são esses os chamados meridianos energéticos.
Bases teóricas da medicina tradicional chinesa
Terapias alternativas ou complementares são termos que se referem a práticas 
que não fazem parte da medicina convencional ocidental. Essa nomenclatura 
se deve ao fato de que são empregadas de forma complementar, ou seja, não 
excluem o tratamento ocidental tradicional. A maioria delas foi desenvolvida 
a partir de pilares culturais e teóricos próprios. Há algumas décadas, tínhamos 
apenas a medicina convencional para recorrer, que, como toda racionalidade 
médica, tem seus êxitos e suas fraquezas. Nos últimos anos, a grande mescla 
cultural tem sido muito rica tanto na área da medicina quanto na estética. 
Percebemos no mercado o interesse da população ocidental nas terapias comple-
mentares. Assim, a cada ano, temos novos profissionais aplicando um conjunto 
de diferentes técnicas com o mesmo objetivo, aumentando a efetividade do 
tratamento empregado. As terapias complementares não dispensam a medi-
cina convencional, mas enriquecem os protocolos terapêuticos, observando o 
indivíduo de forma integral, sem fracionar corpo, mente e emoções.
Em geral, o pensamento ocidental tende a observar eventos isoladamente e 
avaliar sua interação com os demais fenômenos pontualmente, sistematizando 
seus modelos de estudos para que cada vez mais as variáveis sejam isoladas. 
O raciocínio oriental se inclina a identificar padrões globais, atentando para 
o todo, sem foco restrito. Pode-se diferenciar a organização da perspectiva 
ocidental da oriental, sendo a primeira redutiva e analítica, e a segunda ampla 
e interpretativa. Enquanto, no ocidente, se foca nos polos opostos, no oriente, 
observa-se a continuidade de transformação entre eles, o caminho entre um 
e outro.
Segundo Nascimento, Nogueira e Luz (2012), a medicina tradicional chinesa 
é uma racionalidade médica diferente da medicina ocidental, tem suas próprias 
bases de morfologia, dinâmica vital, doutrina médica, sistema de diagnose, 
sistema terapêutico e cosmologia. A medicina tradicional chinesa é um sistema 
médico complexo, terapêutico, tradicional e complementar, o qual preserva 
e valoriza o meio ambiente com foco na qualidade de vida. A ótica chinesa 
em relação ao ser humano é global: uma vida é formada por corpo, mente e 
emoções — portanto, não podemos segregar doenças da mente e doenças do 
corpo, além de perceber a relação do indivíduo com o ambiente. A avaliação 
e proposta de tratamento são feitas de forma completa.
O propósito das técnicas orientais, como acupuntura e massagem terapêu-
tica, é estimular determinados pontos em diferentes profundidades na superfície 
da pele com finalidade terapêutica. Esses recursos visam a desbloquear ou 
harmonizar o fluxo de Qi (energia) e Xue (sangue), que circulam pelo orga-
Medicina tradicional chinesa2
nismo humano. Ao utilizar essas metodologias, ações locais e sistêmicas se 
manifestarão, contribuindo para o objetivo final da aplicação do tratamento.
Os conhecimentos milenares acerca da medicina oriental são embasados 
em teorias. Esses pilares foram descritos nas históricas obras orientais, como 
o Livro das Mutações (I Ching), o Clássico de Medicina Interna do Imperador 
Amarelo (Huangdi Nei Jing, Su Wen e Ling Shu) e o Clássico de Dificuldades 
(Nei Jing).
O Livro das Mutações foi datado por volta de 700 a.C., considerado o mais 
antigo livro chinês. Trata-se do primeiro registro em que a teoria Yin e Yang é 
abordada. Foi utilizado como oráculo na antiguidade e, atualmente, já migrou 
para o ocidente, passando pelas mãos de inúmeros leitores com traduções em 
diversos idiomas. Mesmo sem citar diretamente a medicina oriental, sabendo 
que a teoria Yin e Yang é o suporte para tal, a contribuição dessa obra é de 
suma importância para a medicina oriental.
A primeira exposição completa da medicina tradicional chinesa foi no 
Clássico de Medicina Internado Imperador Amarelo, no qual a experiência 
clínica foi exposta por meio de perguntas e respostas do imperador da época 
para seus ministros (médicos). Esse trabalho já passou por edições e inclusão 
de comentários. Os segmentos que permanecem atualmente são Su Wen, 
trazendo aspectos da fisiologia, patologia e de como manter saúde evitando 
doença, e Ling Shu, descrevendo as técnicas de acupuntura.
O Clássico de Dificuldades é uma expansão dos conceitos de patologia, 
além de trazer princípios de tratamento da medicina tradicional chinesa com 
explicações mais detalhadas. Foi desenvolvido pelo chinês Bian Que no perí-
odo dos Estados Combatentes (475 a.C. a 221 a.C.), após testar e sistematizar 
essas práticas.
As bases teóricas da medicina tradicional chinesa são formadas por grandes 
obras antigas e densas, as quais trazem as três principais teorias para a compre-
ensão e prática da medicina oriental: Yin e Yang, Cinco Elementos e Zang Fu.
Teoria Yin e Yang
O grande alicerce teórico de toda a medicina chinesa é a teoria de Yin e 
Yang, a qual pode ser aplicada para todo e qualquer fenômeno da natureza, 
não sendo restrita apenas à medicina. As primeiras referências dessa teoria 
estão no Livro das Mutações, uma das obras chinesas mais antigas. Maciocia 
(2016) e Auteroche e Navailh (1992) apontam em suas obras a importância 
da compreensão dos conceitos de Yin e Yang, tendo em vista que esta teoria 
3Medicina tradicional chinesa
é essencial para a prática clínica, tanto para avaliar o paciente como também 
para delinear o tratamento e sugerir o prognóstico. 
Em resumo, Yin e Yang são etapas opostas, complementares, interdependen-
tes e intimamente relacionadas que estão num constante movimento, assumindo 
polos cíclicos. Um bom exemplo é a relação entre matéria e energia, sendo 
cada uma delas identificada como extremidade de algo contínuo e cíclico, no 
qual matéria pode transforma-se em energia, e vice-versa. Nenhum fenômeno 
é estático, estando sempre em constante mudança, permeando o Yin e o Yang. 
Essa capacidade mutante dos eventos justifica a relatividade dos conceitos 
Yin e Yang. Situações de volatilidade, ascensão, movimento e hiperatividade 
estão caracterizadas como Yang, ao contrário de alta densidade, degenerações 
e hipoatividade, que se aproximam do Yin.
 � Fenômenos da natureza Yin: noite, escuro, frio, água.
 � Fenômenos da natureza Yang: dia, claro, calor, fogo.
 � Fisiologia humana Yin: estruturas dos órgãos, matéria, lentidão, interior.
 � Fisiologia humana Yang: funções dos órgãos, energia, rapidez, exterior.
Teoria dos cinco elementos
A teoria dos cinco elementos também é conhecida como teoria das cinco fases, 
ou teoria dos cinco movimentos — fogo, terra, metal, água e madeira estão 
organizados e relacionados de forma cíclica e dinâmica, representando os 
eventos de constante mudança da vida. A categorização dos cinco elementos 
auxilia no discernimento dos processos fisiológicos e patológicos dos indiví-
duos e do ambiente.
A obra Acupuntura Constitucional dos Cinco Elementos (HICKS; HI-
CKS; MOLE, 2007) traz claramente que cada elemento tem características 
abstratas e concretas, as quais podem ser aplicadas a todo fenômeno — são 
as qualidades fundamentais dos eventos do universo. Suas inter-relações 
podem indicar transformações, fazer com que um deles se sobressaia ou que 
tenha suas atividades reduzidas. Há um balanço entre eles, sendo que, caso o 
Medicina tradicional chinesa4
desequilíbrio seja estabelecido, se inicia o processo patológico. Sinteticamente, 
um elemento não é algo estático e concreto, ele é parte de um grande processo.
As principais relações entre os cinco elementos são a geração e a dominação. 
Um elemento gera o outro, formando um ciclo de geração. Fogo gera terra, 
a qual gera o metal que, por consequência, gera a água que gera a madeira 
e, assim, o fogo é gerado. Essa forma cíclica de produção deve manter-se de 
forma equilibrada e constante. Caso o fogo deixe de gerar a terra, teremos 
uma deficiência das características que fazem parte do elemento terra. Esse 
é um exemplo de um grupo de desarmonias que podem ocorrer a partir do 
desequilíbrio no ciclo de geração.
Os elementos tem um mecanismo de autorregulação chamado dominação: 
uns dominam os outros, e assim o equilíbrio é alcançado. Esse ciclo segue o 
seguinte fluxo: o fogo domina o metal que domina a madeira, a qual domina 
a terra que domina a água e esta regula o fogo. A dominação permite que 
nenhum conjunto de características vinculado a um elemento sobressaia-se 
aos demais, causando desequilíbrio. Algumas desarmonias podem ocorrer 
devido à ineficiência desse fluxo. 
A partir dos domínios fogo, terra, metal, água e madeira foi organizado o 
sistema de órgãos e vísceras, originando a teoria dos Zang Fu.
Teoria dos Zang Fu
A sistematização dos órgãos internos é descrita pela teoria Zang Fu, sendo a 
denominação Zang utilizada para “órgãos”, estruturas sólidas encarregadas 
de armazenar substâncias vitais, como energia, sangue, essência e fluidos 
corpóreos, têm característica Yin. O termo Fu refere-se às “vísceras”, estruturas 
ocas responsáveis por transformar alimentos e transportar energia, que têm 
característica Yang. 
Os órgãos Zang são coração (C), pulmão (P), baço (BP), fígado (F), rim (R) 
e pericárdio (PC). As vísceras Fu são intestino delgado (ID), intestino grosso 
(IG), estômago (E), vesícula biliar (VB), bexiga (B) e triplo aquecedor (TA). 
A relação entre os órgãos e as vísceras é baseada na teoria Yin e Yang e na 
teoria dos Cinco Elementos, como ressaltado em Ross (2003). 
5Medicina tradicional chinesa
Os órgãos e as vísceras são segregados em dois grandes grupos, de acordo 
com suas características Yin e Yang. Os Zang são classificados como Yin , e 
os Fu como Yang. Eles se organizam em pares dentro de cada um dos cinco 
elementos, sendo um representante de cada polaridade. Os Zang Fu, que 
fazem parte do elemento fogo, são C, ID, PC e TA (único elemento que tem 
dois pares Zang Fu), aqueles pertencentes ao elemento terra são BP, E, P e IG 
são metal, R e B classificam-se como água, e, compondo o elemento madeira, 
estão F e VB.
Sabendo que conseguimos classificar qualquer fenômeno da natureza nas 
teorias básicas chinesas, várias características do nosso organismo podem ser 
vistas na ótica dos Cinco Elementos — e até de uma forma mais específica 
na teoria dos Zang Fu. Percebemos excesso da expressão do elemento fogo 
quando observamos calor, febre, sede, urina escassa e fezes ressecadas. O 
sentimento de euforia, caracterizado por uma alegria intensa e descontrolada, 
e palpitação estão relacionados à alta atividade do Zang coração. A falta 
de coragem e a indecisão podem estar atreladas à vesícula biliar, logo são 
características do tipo madeira.
Estudantes, profissionais e pesquisadores refinam as técnicas da medicina 
tradicional chinesa há mais de 2,5 mil anos, mantendo as teorias básicas ativas 
e aplicadas na prática da medicina oriental, valorizando não apenas as bases 
médicas, mas, também, o legado cultural dessa prática milenar.
Equilíbrio energético
A energia que constitui a matéria fundamental do universo chama-se Qi. 
É a partir de suas ações, seus movimentos e suas transformações que os 
eventos da natureza ocorrem. Essa substância sutil e dinâmica é responsável 
por produzir as funções fisiológicas e manter a vitalidade do organismo. Ela 
pode ser observada como energia refinada gerada pelos órgãos internos e que 
assume diferentes formas em diferentes sítios do organismo, ou como atividade 
funcional de um órgão interno, como a atividade do Qi do fígado (ações que 
são realizados por este órgão). 
O ideograma de Qi (Figura 1) indica a ideia de que algo pode ser material 
e energético ao mesmo tempo, que o denso e o sutil podem estar em constante 
transição. A porção superior do ideograma significa “vapor”, dando a ideia 
de sutileza, algo imaterial, enquanto a porção inferior simboliza um “feixe de 
arroz”,algo material e denso. Qi também pode ser chamado de Chi.
Medicina tradicional chinesa6
Figura 1. Ideograma de Qi (energia).
Fonte: Beretta99/Shutterstock.com.
Na medicina oriental, percebemos diversas classificações de Qi, que são 
baseadas na localização ou na função desta energia. As principais funções 
do Qi são: atividade de transformação, controle, proteção do organismo, 
ajuste de temperatura corporal e impulsão de matéria. Quanto aos alimentos 
e fluidos Yin, o Qi realiza sua ação Yang de transformá-los em formas mais 
sutis de matéria. O Qi é Yang em relação ao Xue (sangue) que, por sua vez, 
é de natureza Yin. A ação do Qi é fundamental para movimentar o sangue 
pelos canais do organismo, permitindo que ele execute sua função de nutrir 
e umedecer o corpo. Qi age transportando e mantendo sangue e fluidos nos 
seus canais e, também, tem ação protetora, mais conhecido como Wei Qi. 
Este tipo de Qi transita no espaço entre a pele e os músculos, protegendo o 
corpo dos fatores patogênicos externos. O Yang Qi promove aquecimento, 
gerando calor para os processos que precisam dele. A seguir, estão descritos 
os principais tipos de Qi.
Yuan Qi (Qi original)
Este tipo de energia é a força motriz do organismo, desperta e movimenta a 
atividade funcional de todos os órgãos. É a base do Qi do rim, pois todas suas 
atividades funcionais estão ligadas ao Yuan Qi. Atua na transformação do 
Zong Qi em Zhen Qi (que gera Ying Qi e Wei Qi) e transforma Qi do alimento 
(Gu Qi) em sangue. Surge nos pontos fonte e é conduzido por todo o corpo 
(canais e órgãos internos) pelo triplo aquecedor.
7Medicina tradicional chinesa
GU QI (Qi do alimento)
Representa o primeiro estágio de transformação dos alimentos em Qi; é a base 
para produção do Qi e sangue do corpo. Os alimentos são “decompostos” e 
“transformados” no estômago em Gu Qi no baço. Sobe até o tórax (com o Qi 
do baço) e passa pelo pulmão, onde se une ao ar para formar Zong Qi (Qi de 
reunião); e, no coração, é transformado em sangue. 
ZONG QI (Qi de reunião)
Origina-se a partir união do Gu Qi com o Da Qi (Qi do ar), tornando-se uma 
forma de Qi mais sutil e refinada. Auxilia o coração e pulmão a empurrarem 
Qi e sangue para os membros. 
ZHEN QI (Qi verdadeiro)
Zong Qi é transformado em Zhen Qi a partir da ação do Yuan Qi. Este é o último 
estágio do processo de refinamento e transformação do Qi. É ele que circula 
nos canais. Origina-se no pulmão, que é o órgão responsável por governá-lo.
YING QI (Qi nutritivo)
Ying Qi é a essência refinada que nutre os órgãos internos e todo o organismo. 
Está em íntima relação com o sangue e flui com ele pelos canais e vasos 
sanguíneos.
WEI QI (Qi defensivo)
Flui nas camadas mais externas do corpo, entre a pele e os músculos. Age 
protegendo o organismo do ataque de fatores patogênicos exteriores. Aquece, 
hidrata e nutre parcialmente a pele e os músculos. Ajusta a abertura e o fecha-
mento dos poros e regula a temperatura do corpo. O pulmão pulveriza Wei 
Qi no espaço entre a pele e os músculos. Deficiência de Wei Qi enfraquece 
as defesas do organismo contra fatores patogênicos exteriores. Qi defensivo 
circula 50 vezes em 24 horas, 25 durante o dia e 25 à noite (nos órgãos Yin).
Medicina tradicional chinesa8
ZHONG QI (Qi central)
Zhong Qi é outra maneira de definir o Qi do estômago e do baço. É um termo 
eventualmente utilizado para a função de transporte e transformação realizada 
pelo baço. Implica na função de subida do Qi do baço.
Os pontos de acupuntura são locais específicos de grande concentração 
de energia Qi, e, tendo em vista que Qi é a força motriz da fisiologia da vida, 
alterações em suas funções caracterizam-se em desarmonias energéticas, as 
quais são as fontes do desenvolvimento das patologias. A medicina tradicional 
chinesa dispõe de diversas técnicas para reestabelecer o equilíbrio energético 
de um indivíduo. Os recursos mais comuns são acupuntura, eletroacupuntura, 
ventosaterapia, moxabustão, auriculoterapia, técnicas manuais, laser, fitoterapia 
e dietoterapia. 
Os termos médicos chineses, como Yin, Yang e Qi, estão em pinyin. Este é um método 
de transliteração do mandarim padrão (idioma oficial da China). Em mandarim padrão, 
esses termos aqui citados seriam, respectivamente, 陰, 陽, 氣.
Sistema de meridianos energéticos
O sistema de meridianos energéticos também pode ser chamado de sistema 
de canais e colaterais, que são segmentos energéticos que percorrem todo 
o organismo, formando uma imensa e unificada rede energética. Por meio 
desta rede, um sistema de comunicação é estabelecido entre órgãos, vísceras 
e extremidades do corpo, como pele, músculos e órgãos dos sentidos. O termo 
em chinês Jing Luo refere-se aos meridianos e às suas ramificações. Qi e Xue 
estão intimamente ligados, o sangue movimenta-se com o impulso da energia, 
e essa dupla de substâncias vitais percorre os meridianos inseparavelmente. 
Essa teia energética faz a comunicação entre alto e baixo, exterior e interior, 
superficial e profundo, direita e esquerda. Entre suas principais funções estão 
ligar internamente os Zang Fu e conectá-los aos membros e às demais porções 
periféricas do corpo, como tecidos e orifícios sensoriais, permitir circulação 
de Qi e Xue por todo o organismo, integrando-o, e participar do mecanismo 
de defesa.
9Medicina tradicional chinesa
O sistema de meridianos pertence ao exterior do corpo, mas consegue 
estabelecer uma eficiente comunicação com o interior, mais especificamente 
com os órgãos internos. Esse sistema e os órgãos internos formam uma uni-
dade energética indivisível, de forma que, a qualquer desequilíbrio em um 
determinado meridiano, o órgão correspondente pode ser afetado, e vice-versa. 
Meridianos regulares (Jing Mai)
Meridianos principais (Jing Zheng) 
Os meridianos principais estão intimamente relacionados com os Zang Fu, 
apresentam trajeto superficial e profundo. Os 12 meridianos (Quadro 1) se 
organizam em pares acoplados de natureza Yin e Yang, a fim de manter a 
comunicação entre um órgão (Zang - Yin) e uma víscera (Fu - Yang). Estão 
dispostos no corpo bilateralmente, e suas orientações dependem da natureza 
Yin, seguindo o fluxo de baixo para cima (três meridianos se originam dos pés 
para o tórax, e outros três do tórax para as mãos) ou Yang seguindo o fluxo de 
cima para baixo (três meridianos se originam nas mãos para a cabeça, e outros 
três da cabeça para os pés). O fluxo energético ordenado que passa através dos 
meridianos principais forma a grande circulação. 
Zang (Yin) 
/ Fu (Yang)
Meridiano 
principal 
Yin
Meridiano 
principal 
Yang
Ponto 
de união 
dos pares 
acoplados
Cinco 
elementos
C / ID Coração (Xin) Intestino 
delgado (Xiao 
Chang)
VC17 Fogo
PC / TA Pericárdio 
(Xin Bao)
Triplo 
aquecedor 
(San Jiao)
TA16 Fogo
BP / E Baço- 
-pâncreas (Pi)
Estômago 
(Wei)
E9 Terra
Quadro 1. Relação entre os 12 meridianos energéticos principais e as teorias básicas da 
medicina tradicional chinesa
(Continua)
Medicina tradicional chinesa10
Quadro 1. Relação entre os 12 meridianos energéticos principais e as teorias básicas da 
medicina tradicional chinesa
Zang (Yin) 
/ Fu (Yang)
Meridiano 
principal 
Yin
Meridiano 
principal 
Yang
Ponto 
de união 
dos pares 
acoplados
Cinco 
elementos
P / IG Pulmão (Fei) Intestino 
grosso (Da 
Chang)
IG18 Metal
R / B Rim (Shen) Bexiga (Pang 
Guang)
B10 Água
F / VB Fígado (Gan) Vesícula 
biliar (Dan)
VB1 Madeira
(Continuação)
Meridianos divergentes ou distintos (Jing Bie) 
Os 12 meridianos divergentes estão organizados em seis pares, que se originam 
nos meridianos principais e se tornam dependentes deles energeticamente. 
Eles complementam a função do meridiano principal, transportando Qi e Xue 
para locais em que não há distribuição pelos principais, principalmente para 
as regiões torácica e abdominal e, também, unindo internamente os pares 
acoplados Yin e Yang.
Meridianos extraordinários (Qi Jing Ba Mai)
Os oito meridianos extraordinários também sãoconhecidos como vasos 
maravilhosos, segregados em quatro meridianos de natureza Yin e quatro 
meridianos Yang. Entre diversas funções, destaca-se a habilidade de reforçar 
a conexão entre os meridianos principais, regulando as quantidades de Qi e 
Xue presentes em cada um. Du Mai e o Ren Mai são os únicos meridianos 
extraordinários que têm pontos próprios, sendo que os demais utilizam pontos 
dos meridianos principais. Esses dois meridianos formam a pequena circulação, 
a qual mantém o equilíbrio energético da grande circulação composta pelos 
12 meridianos principais, por meio de vasos secundários que conectam uma 
à outra. Uma obra recente de Paulo Lima, chamada Manual de Acupuntura: 
11Medicina tradicional chinesa
Direto ao Ponto, descreve a localização e a função dos principais pontos de 
acupuntura dentro dos seus meridianos energéticos (Quadro 2).
Fonte: Adaptado de Lima (2018).
Meridiano 
extraordinário
Ponto de 
abertura
Meridiano 
extraordinário 
(par acoplado)
Ponto de 
abertura do 
meridiano 
extraordinário 
acoplado
Yin Vaso diretor
(Ren Mai)
P7 Vaso Yin do 
calcanhar
(Yin Qiao Mai)
R6
Yang Vaso 
governador
(Du Mai)
ID3 Vaso Yang do 
calcanhar
(Yang Qiao Mai)
B62
Yin Vaso penetrador
(Chong Mai)
BP4 Vaso Yin de 
conexão
(Yin Wei Mai)
CS6
Yang Vaso da cintura
(Dai Mai)
VB41 Vaso Yang de 
conexão 
(Yang Wei Mai)
TA5
Quadro 2. Pontos de abertura e natureza dos meridianos extraordinários agrupados em 
seus pares acoplados
Meridianos tendinomusculares (Jing Jin) 
Os 12 meridianos tendinomusculares são bilaterais, superficiais, de natureza 
Yang e grandes. Originam-se no ponto mais extremo dos meridianos principais, 
localizados nos pés ou nas mãos, chamados pontos Ting. Atuam diretamente 
nos músculos, nos tendões e nas articulações.
Medicina tradicional chinesa12
Meridianos secundários (Luo Mai)
Os 12 meridianos secundários acompanham os Zang Fu, subdividem-se em 16 
meridianos de conexão longitudinais e 12 meridianos de conexão transversais. 
Os meridianos longitudinais auxiliam aumentando a rede de distribuição de 
Qi e Xue para o corpo, e o Wei Qi também circula auxiliando no sistema de 
defesa do organismo. Os meridianos transversais fazem a reunião externa dos 
meridianos principais acoplados. Estes meridianos recebem Qi e Xue dos me-
ridianos principais, por meio de pontos Luo (pontos de passagem ou conexão).
As zonas cutâneas (Pi Bu) representam a porção superficial dos meridianos 
energéticos, não sendo um meridiano propriamente dito.
AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. O diagnóstico na medicina chinesa. São Paulo: Andrei, 
1992. 422 p.
HICKS, A.; HICKS, J.; MOLE, P. Acupuntura constitucional dos cinco elementos. São Paulo: 
Roca, 2007. 456 p.
LIMA, P. R. Manual de acupuntura: direto ao ponto. 4. ed. Rio de Janeiro: Zen, 2018. 338 p.
MACIOCIA, G. Os fundamentos da medicina chinesa. 3. ed. São Paulo: Roca, 2016. 1016 p.
NASCIMENTO, M. C.; NOGUEIRA, M. I.; LUZ, M. T. Produção científica em racionalida-
des médicas e práticas de saúde. Cadernos de Naturologia e Terapias Complementares, 
Palhoça, v. 1, n. 1, p. 13-21, 2012. Disponível em: <http://portaldeperiodicos.unisul.br/
index.php/CNTC/article/download/1000/945>. Acesso em: 4 out. 2018.
ROSS, J. Combinações dos pontos de acupuntura: a chave para o êxito clínico. São Paulo: 
Roca, 2003. 512 p.
Leitura recomendada
WILHELM, R. I-Ching: o livro das mutações: prefácio de C. G. Jung. São Paulo: Pensa-
mento, 1984. 530 p.
13Medicina tradicional chinesa
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
A energia Qi percorre todo o organismo através dos meridianos energéticos, sendo classificada 
de acordo com suas funções específicas. A orientação do Qi na circulação segue um fluxo 
definido que deve ser observado pelo praticante da medicina oriental ao avaliar e tratar 
pacientes. Quando esse fluxo está em desequilíbrio, há o desenvolvimento de patologias.
Confira, na Dica do Professor, como ocorre a circulação energética, sistema o qual Qi percorre, 
promovendo comunicação entre todo o organismo.
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EXERCÍCIOS
1) A Medicina Tradicional Chinesa é uma terapia complementar embasada por teorias 
orientais. Qual é a ideia principal que a teoria Yin e Yang apresenta?
A) Yin e Yang representam polos opostos e completamente independentes.
B) Yin e Yang representam qualidades extremas e concorrentes.
C) Yin e Yang representam situações estáticas e fixas.
D) Yin e Yang representam o dinamismo dos fenômenos da natureza.
E) Yin e Yang representam a divergência entre a medicina ocidental e oriental.
A teoria dos cinco elementos e a teoria dos Zang Fu tem diversos pontos em comum, 
elas são complementares. A Medicina Tradicional Chinesa associa os pares acoplados 
Coração (C) - Intestino Delgado (ID); Pericárdio (PC) – Triplo Aquecedor (TA) com 
2) 
qual elemento?
A) Fogo.
B) Terra.
C) Metal.
D) Água.
E) Madeira.
3) Qi é energia vital. Há diversas classificações de Qi, as quais estão baseadas na 
localização ou na função desta energia. Como é chamada a energia produzida a 
partir do Zhen Qi, que percorre o espaço entre a pele e os músculos e realiza a defesa 
do organismo?
A) Gu Qi.
B) Zhong Qi.
C) Ying Qi.
D) Wei Qi.
E) Zong Qi.
Os meridianos energéticos são uma grande rede energética de comunicação que 
percorre todo o organismo. Os meridianos principais recebem os nomes dos Zang Fu, 
organizam-se em pares acoplados pertencentes ao mesmo elemento, porém de 
4) 
natureza Yin e Yang oposta. Assinale o par de meridianos principais que está 
acoplado corretamente.
A) Coração (C) e Rim (R).
B) Vesícula Biliar (VB) e Baço-Pâncreas (BP).
C) Triplo Aquecedor (TA) e Coração (C).
D) Fígado (F) e Intestino Delgado (ID).
E) Pulmão (P) e Intestino Grosso (IG).
5) Os meridianos energéticos são classificados de acordo com suas funções. Quais 
meridianos estão envolvidos na pequena circulação e na grande circulação, 
respectivamente?
A) Meridianos secundários e meridianos principais.
B) Meridianos principais e meridianos divergentes.
C) Meridianos extraordinários e meridianos principais.
D) Meridianos extraordinários e meridianos divergentes.
E) Meridianos principais e meridianos secundários.
NA PRÁTICA
A teorias dos Cinco Elementos e Zang Fu nos permite identificar padrões de desequilíbrio 
energético.
Neste Na Prática, você verá um conjunto de manifestações clínicas que foram avaliados a partir 
das duas teorias. Além de esse embasamento teórico nos permitir identificar padrões de 
desequilíbrio energético, também são os pilares para o delineamento de tratamentos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Introdução ao estudo da Medicina Tradicional Chinesa
No vídeo a seguir, o professor Ephraim Medeiros apresenta os principais tópicos abordados no 
estudo da Medicina Tradicional Chinesa, convidando você a conhecer esse maravilhoso 
universo da terapia complementar oriental. Ephraim Medeiros é brasileiro, mora e atua na China 
tratando pacientes com a Medicina Tradicional Chinesa.
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Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
Neste documento, o Ministério da Saúde apresenta a Política Nacional de Práticas Integrativas e 
Complementares (PNPIC) no SUS, o qual integra a acupuntura como terapia complementar.
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O professor Dr. Min Ming Yen, junto com sua equipe de profissionais habilitados em 
práticas orientais, produziram um vasto conteúdo em seu blog chamado Segredo dos 
Mestres. No primeiro episódio, ele discute as bases da Medicina Tradicional Chinesa.
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