Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anatomia das Aves --- Apostila --- @biavetlove SUMÁRIO 1. Anatomia das Aves ....................................................... 1.1. Voo ......................................................................... 1.2. Outras Adaptações ................................................. 1.3. Anatomia Básica ...................................................... 1.4. Esqueleto Geral ....................................................... 1.5. Sacos aéreos ........................................................... 1.6. Siringe .................................................................... 1.7. Sistema Circulatório ................................................. 1.8. Tegumentos ............................................................. 2. Osteologia das Aves ..................................................... 2.1. Esqueleto Axial ........................................................ 2.1.2. Crânio ............................................................... 2.1.3. Face .................................................................. 2.1.2/2.1.3.Exemplos ................................................ 2.1.4. Vértebras Cervicais ............................................ 2.1.4.1. Exemplos ..................................................... 2.1.5. Vértebras Torácicas ........................................... 2.1.5.1. Exemplos ..................................................... 2.1.6. Vértebras Lombares e Sacrais ............................ 2.1.6.1. Exemplos ..................................................... 2.1.7. Vértebras Coccígeas ........................................... 2.1.7.1. Exemplos ...................................................... 2.2. Costela ................................................................... 2.3. Esterno ................................................................... 2.2/2.3. Exemplos ................................................... 4 4 4 5 8 8 9 10 11 2 14 14 14 14 23 16 28 16 30 16 31 17 32 18 18 33 SUMÁRIO 2.4. Esqueleto Apendicular ............................................ 2.4.1. Cintura Escapular .............................................. 2.4.1.1. Osso coracóide ............................................. 2.4.1.1.1. Exemplos ................................................. 2.4.1.2. Clavícula .................................................... 2.4.1.2.1. Exemplos ................................................ 2.4.1.3. Escápula ..................................................... 2.4.1.3.1. Exemplos ................................................ 2.4.1.4. Úmero ......................................................... 2.4.1.4.1. Exemplos ................................................ 2.4.1.5. Rádio e Ulna ................................................ 2.4.1.5.1. Exemplos ................................................ 2.4.1.6. Carpo ......................................................... 2.4.1.6.1. Exemplos ................................................. 2.4.1.7. Metacarpo ................................................... 2.4.1.7.1. Exemplos ................................................. 2.4.1.8. Dedos (falanges - asas) ................................ 2.4.1.8.1. Exemplos ................................................ 2.4.2. Cintura Pélvica .............................................. 2.4.2.1. Exemplos .................................................. 2.4.3. Fêmur ........................................................... 2.4.3.1. Exemplos ................................................... 2.4.4. Tíbia e Fíbula ................................................. 2.4.4.1. Exemplos .................................................. 2.4.5. Tarso ............................................................ 2.4.6. Metatarso ..................................................... 2.4.7. Dedos (falanges - pés) .................................... 2.4.7.1. Exemplos ................................................... 3 19 19 19 36 19 35 19 37 19 38 20 40 20 40 20 40 20 40 21 41 21 44 22 45 22 22 22 47 4 Determinadas características das aves as diferenciam dos restantes vertebrados. As principais são a presença de penas a cobrir o corpo e a adaptação destes animais ao voo, com a modificação dos membros anteriores em asas para esta função. Em relação aos membros pélvicos, estes encontram-se vocacionados para andar, saltar ou nadar, de acordo com a adaptação ao meio. Vôo - A Pneumatização dos ossos; - A Fusão de ossos, como é o caso dos do crânio, do notarium ou do sinsacro; - A Cintura escapular completa, adaptada. Anatomia das Aves Mas enquanto muitas aves reduziram reduzido seu tamanho e peso, outras evoluíram em outra direção – aves mergulhadoras, como os pingüins e ganso-patola, precisam de esqueletos fortes para suportar a pressão debaixo d água, por exemplo. Além das asas, outros órgãosou sistemas concorrem em auxiliar o voo, principalmente pela redução do peso corporal. Entre eles: - A Plumagem que aumenta o volume corporal sem aumentar o peso; - Os Órgãos pesados localizados no centro do corpo; - A Ausência de dentes, estando esta função assegurada por um órgão especial, a moela; - A Simplificação do aparelho urinário, com ausência de bexiga e excreção conjunta dos aparelhos urinário e digestivo; ao voo. Aves que voam precisam de músculos grandes para bater suas asas, e por isso elas têm um esterno bem grande, ao qual seus músculos estão ligados, absorvendo o o estresse gerado pelo vôo. Esta carena, como às vezes é conhecida, não aparece em alguns pássaros que não voam, comoa ema e o avestruz, nem nos esqueletos do fóssil Arcaheopteryx – provavelmente porque este ancestral das aves ainda não havia desenvolvido a capacidade de voar de verdade. Outras Adaptações 5 Os esqueletos das aves têm outras adaptações que fazem com que sejam mais firmes e estáveis durante o vôo, como a fusão de vértebras, clavícula e ossos das asas. Outras diferenças facilmente visíveis nos esqueletos das aves incluem o número de vértebras do pescoço, que varia de acordo com o estilo de vida. Aves como os flamingos e os cisnes têm pescoços bastante alongados para que possam alcançar comida no fundo de lagos e lagoas, por exemplo, enquanto as aves que se alimentam nas árvores ou no chão têm pescoços curtos. Como resultado, os cisnes têm cerca de 25 vértebras em seus pescoços, enquanto as galinhas têm 14 e papagaios podem ter até 9. Anatomia Básica As aves que voam têm o corpo muito leve, inclusive porque seus ossos são ocos. Em algumas partes internas os ossos possuem nervuras, como as de uma asa de avião, para torná- los mais fortes. O esqueleto de uma Águia calva, por exemplo, não pesa mais do que 300 gramas. Alguns ossos são soldados, isto é, ligados uns aos outros, de maneira a dar uma estrutura mais compacta a ave. O osso do peito é adaptado em forma de quilha, como a de um barco, e é chamado de carena, servindo com suporte para a musculatura peitoral. Outras aves, como o avestruz e a ema, têm os ossos das pernas longos, que sustentam seu peso e permitem que corram em alta velocidade. Principais espécies domésticas Na boca das aves não há dentes, mas um bico que é adaptado ao tipo de alimentação mais comum de cada espécie. 6 Características: O tamanho, a forma e a força que possuem estão relacionados com a alimentação da ave. As dimensões podem varias, influenciando na taxa de ingestão de alimentos. Lhes permite explorar diferentes ambientes e recursos. O bico do macho também podeservir para atrair a fêmea, como nos tucanos. Depois, o alimento passa para o estômago mecânico, chamado moela, que tem uma forte musculatura para amassar o alimento. Seu tubo digestivo termina então na cloaca, que além de ser órgão digestivo, é também órgão reprodutivo das aves. À boca, segue-se a faringe e no esôfago é encontrada uma bolsa chamada papo. Nele o alimento vai sendo amolecido para depois avançar até o estômago químico, que solta enzimas digestivas para que se inicie o processo de digestão. 7 Os ossos são leves nas aves voadoras, sendo que os maiores apresentam cavidades pneumáticas conectadas ao sistema respiratório. Toda esta adaptação diminui o peso específico das aves, facilitando o vôo. A maioria dos ossos do crânio estão fundidos e as maxilas estão alongadas, sustentando o bico córneo. O crânio articula-se com a primeira vértebra cervical por um único côndilo occiptal, e a coluna vertebral apresenta um número de vértebras cervicais muito maior do que em qualquer outro grupo. Estas vértebras são muito flexíveis pois suas superfícies de articulação são em forma de sela (vértebras heterocélicas). O esterno na maioria das aves alarga-se e forma uma quilha aumentando a superfície para a fixação dos músculos necessários ao vôo. Outra característica é a pneumatização de alguns ossos, em que estes apresentam expansões do aparelho respiratório – os sacos aéreos. Esta pneumatização, além da particularidade fisiológica em si, tem implicações no âmbito da Medicina Veterinária, como é o caso das precauções na manipulação cirúrgica de fracturas que envolvam estas estruturas ou a possibilidade do uso da anestesia volátil por esta via. Os ossos normalmente pneumatizados são os do crânio, as vértebras ou os segmentos proximais dos ossos dos membros; os locais onde os sacos aéreos penetram nos ossos são denominados forâmens pneumáticos ou pneumatoporos. O osso medular forma espiculas na cavidade medular a partir do 3 endósteo, servindo como reserva mineral que pode ser mobilizada como fonte de cálcio para formação da casca do ovo. 8 A própria composição do osso é diferente, já que nos ossos das aves a proporção mineral é superior, o que os torna mais susceptíveis a fracturas. Nas fêmeas, durante o período reprodutivo, existe um tipo de osso secundário na cavidade medular de muitos ossos, que se denomina osso medular. Sacos Aéreos Esqueleto Geral Além disso, elas também possuem a Siringe. A siringe é um órgão presente nas aves, responsável pela produção e emissão de sons. Localiza-se na extremidade terminal da traqueia e porções iniciais dos dois brônquios primários. As aves que emitem sons provocados pela siringe (canto) são denominadas aves canoras. Extensões dos pulmões formam sacos aéreos, que penetram nos ossos das asas e nos outros ossos compactos e entre os diversos órgãos do corpo. 9 Traquéia Siringe Saco aéreo Pulmões Sacos aéreos Siringe Esse sistema passa pelos rins, mas não se ramifica em capilares. Consequentemente, não pode ser comparado ao sistema porta-renal dos vertebrados inferiores. Os eritrócitos das aves são nucleados e maiores do que os dos mamíferos. O Sistema de Circulação permite a conservação da temperatura da ave, devido a circulação intensa. As trocas gasosas ao nível das células são intensas e desenrola-se uma notável combustão celular. Isso acontece porque o deslocamento durante o vôo constitui uma atividade muscular muito grande, que exige o consumo de grandes quantidades de energia – ATP. Chegam a ter 150 batidas por minuto algumas aves. Aparelho circulatório do tipo fechado, duplo e completo. Há uma separação completa entre o sangue venoso e o arterial. Além disso, o coração tem quatro câmaras. A aorta sistêmica deixa o ventrículo esquerdo e leva o sangue para a cabeça e corpo, através do quarto arco aórtico direito. Existem, variações consideráveis no que se refere às artérias carótidas. Geralmente, as carótidas comuns são pares. Em outros grupos, pode haver uma redução do tamanho tanto da carótida comum esquerda como da direita antes da fusão e, nas aves passeriformes, só a carótida comum esquerda permanece. 10 Sistema Circulatório Existem duas veias pré-cavas funcionais e uma veia pós-cava completa. As primeiras são formadas pela união da veia jugular e subclávia de cada lado. A veia pós-cava drena o sangue dos membros através do sistema porta-renal, PENAS: As penas equivalem aos pelos dos mamíferos, e ajudam a transformar os membros torácicos em asas, deixando o corpo mais leve com relação ao seu tamanho, proporcionando uma forma aerodinâmica. Existem seis tipos de penas, mas dois deles se destacam, que são plumas e penas de contorno. As penas de contorno (tectriz) escondem as plumas, e podem ser de dois tipos: das asas (remige) e da cauda (retriz), sendo as da cauda responsáveis pela direção e frenagem no voo. Os constituintes das penas são a hastes, que se ramificam em vexilos, estes emitem as barbas e elas emitem as bárbulas. Além desses componentes, há o cálamo, que a porção da haste que se localiza no folículo da pele e é desprovida de vexilos. A pele das aves possuem músculos eretores das penas, que permitem a elas adquirirem o aspecto arrepiado. As plumas têm a mesma constituição das penas de contorno, porém sem as bárbulas, o que lhes confere o aspecto mais fofo. 11 Tegumento A pele é fina, solta e com pouco suprimento sanguíneo e nervoso. Tem coloração amarelada sobre o corpo, podendo ser mais pigmentada nas pernas e pés. Nas poedeiras produtivas a coloração é mais pálida, pois o pigmento é designado para a gema. É destituída de glândulas sebáceas e sudoríparas. A única glândula cutânea presente é a uropígea, além daquelas na orelha externa e no ânus. É uma glândula sebácea, cujo óleo produzido atua na impermeabilização das penas e isolamento da parte submersa do corpo em aves aquáticas. Crescimentos ornamentais de pele mole ao redor da cabeça ocorrem em algumas espécies, como o peru e a galinha. São eles crista ou monco (perus), barbela e lobos auriculares. Sua derme é espessa e vascular, mas a epiderme é fina, sendo facilmente lesados e servindo de entrada para infecções. Fica dorsal as vértebras caudais que formam a cauda curta e sua secreção é transportada para as penas pelo ato das aves de alisar as penas com o bico. É ausente em algumas espécies. 12 Em psitacídeos o bico é revestido por membrana carnosa (cera) na base, podendo envolver as narinas. As escamas nas pernas e pés são semelhantes às dos répteis formadas por placas epidérmicas cornificadas. Em aves aquáticas os dígitos são palmados (unidos por pele) formando remos. Os galos possuem esporão, um cone córneo com base óssea localizado na face caudomedial da perna. Serve como arma na briga entre machos. A remoção da papila do esporão em pintos impede seu crescimento. O bico é formado por um estojo córneo revestindo uma base óssea. Seu crescimento é contínuo para compensar o desgaste natural. O tegumento superior é chamado de rinoteca e o inferior de gnatoteca. O conjunto das estruturas é chamado ranfoteca. Sua forma varia entre as espécies de acordo com a alimentação do animal. É ricamente inervado. Escamas 13 Aplicações: para injeções subcutâneas é recomendado ultilizar a superfície dorsal da junção do pescoço com o tronco para aplicação. As bordas da barbela podem ser usadas para injeções intradérmicas. Rinoteca Gnatoteca Ranfoteca Esporão 14 Divide-se em duas partes: axial e apendicular. Esqueleto Axial Osteologia das Aves O número de vértebras varia bastante entre espécies. O número total oscila entre as 39- 64, com as maiores variações na região cervical. CRÂNIO: logo após a eclosão do ovo com o nascimento do filhote, os ossos da cabeça se fusionam. Ossos da face cobertas por uma cobertura córnea, o bico. O osso occipital apresenta apenas um côndilo. Permite que as aves girem a cabeça sobre a coluna vertebral em um grau muitomaior que o permitido aos mamíferos. Além dos ossos normais, há o osso quadrado que facilita a articulação da mandíbula com os ossos do crânio e o osso arco malar. Cabeça cinética e com ossos pneumáticos. O esqueleto do crânio tem a mesma constituição que o dos mamíferos, com a diferença da ausência dos interparietais e da fusão precoce dos restantes ossos. Além disto podemos ainda referir: O occipital possui apenas um côndilo, ventralmente ao forame magno, que se articula com o atlas e com o processo odontóide do áxis; esta disposição é responsável pela notável mobilidade da cabeça das aves. O esfenóide é triangular e forma a maior parte da base do crânio. A lâmina crivosa do etmóide tem um único buraco para passagem do nervo olfactivo. Os frontais são relativamente bem desenvolvidos e formam a maior parte da abóbada craniana. A cavidade timpânica é extremamente desenvolvida assim como as órbitas, as quais são apenas separadas pelo septo interorbitário. FACE: O osso incisivo e a mandíbula não possuem alvéolos dentários e em seu lugar apresentam formações córneas e são muito desenvolvidos, em contraste com os restantes ossos da face. Formam o fundamental das valvas superior e inferior do bico. 15 O osso zigomático é composto por duas porções distintas, o osso jugal (rostralmente) e o osso quadradojugal (nucalmente). Existe um osso par particular das aves que é o osso quadrado localizado entre a mandíbula e o crânio, muito móvel, que se articula ao temporal, mandíbula, quadrado-jugal e pterigoideo. Estes ossos formam a parte mais importante do aparelho maxilo-palatino pois graças a eles movem-se em simultâneo as valvas superior e inferior aquando da rotação do osso quadrado. O movimento da valva superior, dorsalmente, ocorre quando a tracção muscular faz girar as porções ventrais do osso quadrado em direcção cranial, o que faz com que os ossos zigomático, pterigoideo e palatino empurrem o maxilar, ao qual se articulam. Por outro lado, a articulação quadradomandibular empurra a valva inferior do bico em direcção ventral. Este mecanismo permite que as aves tenham uma amplitude de abertura do bico maior e um mecanismo mais rápido de fechamento da boca. O aparelho hióideo é formado por um corpo e por dois ramos. Os ossos nasais estão situados rostralmente aos frontais e formam a maior parte do tecto da cavidade nasal. A mandíbula é formada por 5 porções pares mais uma ímpar, formando um osso único que constitui a valva inferior do bico. - Osso dentário (ímpar, corresponde às porções incisivas dos mamíferos). - Osso articular (representa a faceta articular). - Osso pré articular ou angular. - Osso supra-angular. - Osso opercular - Osso complementar (não está presente na maioria das aves) Os ossos incisivos unem-se precocemente para formar um osso ímpar cuja forma varia entre as várias espécies e delimita a porção oral dos orifícios nasais pelas apófises nasais as quais, por sua vez, se intercalam entre os ossos nasais, estendendo-se até aos ossos frontais. A porção aboral dos ossos incisivo e nasal são elásticas e o segmento do septo nasal é também membranoso, o que permite que as aves sejam capazes de mover a valva superior do bico dorsal e ventralmente. Os maxilares são pequenos e contribuem para formar o palato ósseo. 16 Encontram-se dispostas de tal forma que no seu conjunto descrevem uma forma de S, que facilita o amortecimento do choque da região da cabeça após o salto ou o voo. O atlas articula-se com o único côndilo do occipital por intermédio de uma fossa articular profunda. Esta fossa estende-se até à apófise odontóide do áxis (estando portanto este último articulado também com o occipital). Nas aves a articulação entre os corpos vertebrais efectua-se por uma articulação do tipo diartrose, apresentando as superfícies articulares uma forma especial côncava latero- lateralmente e convexa dorso- ventralmente, classificando-se como uma articulação em sela, a qual permite uma mobilidade muito superior da zona cervical. Nas apófises transversas, especialmente nas vértebras mais caudais existem apófises estiliformes dirigidas caudalmente, vestígios de costelas cervicais, a que se dá o nome de apófises costais. VÉRTEBRAS CERVICAIS: No galo doméstico são em número de 13. VÉRTEBRAS TORÁCICAS: No galo são em número de 7, com a particularidade de algumas delas se unirem numa peça óssea única que denominamos de osso notarium ou dorsal. Este é formado pela união de T2 a T5. A 7ª vértebra torácica, por seu lado, está unida às vértebras lombares, que referiremos adiante. As vértebras torácicas, tal como nos mamíferos domésticos, articulam com as costelas pelas fóveas costais. Processos espinhosos dorsais são bem desenvolvidos e todas menos a ultima possui processo espinhoso ventral muito proeminente. A primeira e a sexta são livres. A sétima está fusionada com a massa lombossacra. A sexta é a única móvel do tronco, articula-se cranial e caudalmente com articulações sinoviais. VÉRTEBRAS LOMBARES E SACRAIS: Estas duas regiões vertebrais são referidas conjuntamente já que logo após o nascimento as vértebras desta zona se fundem todas num osso único – o sinsacro ou osso lombossacro – que inclui também a última vértebra torácica. O sinsacro desenvolve uma sinostose com os ílios, formando no conjunto um osso que forma o tecto da cavidave visceral. A última vértebra torácica, as vértebras lombares, sacrais e a primeira caudal formam o sinsacro. O sinsacro e o notório deixam rígida a parte dorsal do tronco; esta rigidez se prolonga lateral e caudalmente pela fusão do sinsacro com os ossos coxais. 17 VÉRTEBRAS COCCÍGEAS: O seu número é variável nas várias espécies. A primeira ou primeiras estão unidas ao sinsacro. Processos transversos são bem desenvolvidos e os processos dorsais são bifurcados. Último segmento é uma pirâmide de 3 lados denominado pigóstilo que possui uma forma mais ou menos triangular. Ele consiste de vários rudimentos fusionados e dá sustentação as penas de vôo da cauda. As vértebras se movimentam livremente com exceção da primeira. Na porção mais caudal desta região há fusão de 4 a 8 vértebras caudais embrionárias, constituindo uma estrutura única das aves – o pigóstilo – de cujas funções podemos destacar a base para inserção dos músculos e penas caudais e a sustentação da glândula uropigeana. Número de Vértebras 18 Esterno apresenta uma crista mediana (crista esternal, quilha ou carina) cuja altura diminui progressivamente, formando uma área de inserção dos principais músculos do voo (peitorais). A crista é mais desenvolvida quanto mais adaptada ao voo for a ave (ex.: é extremamente desenvolvida no pombo e ausente no avestruz). Esterno articula-se com o osso coracoide e costelas. Sua face interna é côncava. COSTELAS: 7 pares de costelas formam o esqueleto da parede lateral do tórax. As costelas que constituem os 2 primeiros pares são incompletas não alcançam o esterno - costelas flutuantes ou falsas. As 5 últimas costelas são constituídas de 2 porções articuladas por uma articulação cartilaginosa: uma porção dorsal, que se articula com as vértebras (costela vertebral) e corresponde à porção óssea enquanto a ventral corresponde a porção cartilaginosa dos mamíferos. As costelas das aves (exceto a primeira e a última) apresentam nas bordas caudais, um processo em forma de gancho achatado que se sobrepõe à vértebra seguinte, o processo uncinado, que dá maior rigidez à caixa torácica. ESTERNO: Osso extenso, ossificado, com a face visceral um pouco côncava. Forma o suporte ósseo de uma grande porção da parede ventral do tronco. A face visceral possui forames pneumáticos, através dos quais bolsas de ar dos sacos aéreos se incluem no osso. Caudalmente o esterno possui grandes aberturas que servem para inserção dos músculos peitorais e que são delimitados pelos processos caudolaterais e processos metaesternais laterais. Cranialmente, o esterno projecta-se por um par deprocessos craniolaterais ou esternocoracoidais e medialmente pelo rostro esternal ou espinha do manúbrio. Existe ainda cranialmente um sulco articular para o osso coracóide. 19 Esqueleto Apendicular Membro torácico ou asa consta de um cinturão escapular, braço, antebraço e mão. Membro torácico: Cinturão escapular: escápula, coracoide e clavícula. CINTURA ESCAPULAR: Na maioria das aves, a cintura escapular é completamente desenvolvida. Ao contrário do que acontece nos mamíferos, nas aves existem e são completamente desenvolvidos os três ossos da cintura escapular: osso coracóide, clavícula e escápula. OSSO CORACÓIDE: É o maior osso da cintura escapular e é pneumatizado. Tem uma orientação ventro- caudal e articula-se ventralmente com o esterno e dorsalmente forma, conjuntamente com a escápula, uma cavidade glenóide para articulação com o úmero. Osso alongado que põe em conexão a asa com o osso esterno. Na zona de união projeta-se uma pequena apófise que se relaciona com a extremidade cranial da crista esternal por um ligamento ou formando uma união óssea. O conjunto das duas clavículas tem como função a contenção dos ombros para que estes não se aproximem demasiado durante o voo. Este osso está ausente no avestruz. ESCÁPULA: É alongada e plana e situa-se paralelamente à coluna vertebral. A sua extremidade caudal é delgada e a extremidade cranial, que corresponde ao ângulo articular dos mamíferos, forma com o osso coracóide a cavidade glenóide para a cabeça do úmero. CLAVÍCULA: As duas clavículas, esquerda e direita, unem-se no plano mediano através da sua extremidade ventral constituindo a fúrcula. Encontra-se na parede dorsal do tórax, quase paralela as vértebras e quase alcança o ílio. ÚMERO: Constitui o esqueleto do braço. É um osso longo, pneumatizado, encurvado, que se mantém paralelo às vértebras torácicas, exceto no voo. A sua extremidade proximal articula-se através de uma cabeça à cavidade glenóide formada pela escápula e osso coracóide e apresenta duas apófises correspondentes aos tubérculos dos mamíferos. 20 Na extremidade distal existem dois côndilos para articular com o rádio e ulna, sendo o maior o que articula com a ulna. Ventralmente à tuberosidade deltóide encontra-se marcada a zona de inserção dos músculos peitorais. RÁDIO E ULNA: Formam o esqueleto do antebraço, que é mais desenvolvido nas aves voadoras. O ângulo articular com o úmero é tal que o braço e o antebraço estão quase paralelos; por sua vez, a mão forma também com o antebraço um ângulo muito apertado, de tal forma que o conjunto tem forma de um Z. A ulna é maior que o rádio, situa-se lateralmente e é encurvado. Os dois ossos estão articulados por uma união quase imóvel e estão separados por um espaço interósseo extenso. Na zona lateral da ulna existem uma série de projecções ósseas que representam os pontos de inserção dos ligamentos dos folículos das penas secundárias das asas. Os dois ossos, conforme já referido, articulam- se proximalmente com os dois côndilos do úmero. CARPO: É composto por dois ossos – carporradial e carpoulnar –, que se articulam com os respectivos ossos do antebraço e que pertencem à fileira proximal do carpo. A fileira distal está unida aos ossos do metacarpo. METACARPO: É constituído por 3 metacarpianos fundidos num só osso, a que se pode chamar também carpometacarpo devido à inclusão dos ossos distais do carpo: - Metacarpiano I é muito rudimentar. - Metacarpiano II é o maior. - Metacarpiano III é o menor. O II e III metacapianos formam entre si um espaço interósseo. Os esboços dos ossos cárpicos da fileira distal estão reduzidos a uma protuberância proximal no esqueleto do metacarpo. Por outro lado, o metacarpiano IV está fundido ao III e o V está fundido ao carpoulnar. DEDOS: São em número de três. O maior é o dedo II que apresenta duas falanges. O rudimento do dedo III é constituído por uma falange e o dedo IV é muito rudimentar e apresenta uma ou duas falanges, estando colocado junto ao carpo. 21 O termo cintura pélvica não se aplica tão apropriadamente nas aves como nos mamíferos, pois não existe uma verdadeira união ventral. CINTURA PÉLVICA: Corresponde ao osso coxal, que é formado pelo ílio, ísquio e púbis. Os três ossos unem-se no acetábulo no pombo e no ganso enquanto no galo e no pato o púbis não participa na sua constituição. Esta cavidade, nas aves, é grande e profunda, notando-se uma perfuração na sua parede. O coxal nas aves não forma uma superfície ventral como nos mamíferos, apresentando uma ampla abertura que facilita a postura dos ovos nas fêmeas. Por outro lado, nas aves os dois coxais estão fundidos ao sinsacro na zona do íleo, constituindo o conjunto a pélvis. ÍLIO: É o maior dos três ossos, unindo-se ao sinsacro. A superfície glútea está cranialmente ao acetábulo e é côncava enquanto caudalmente a este a superfície é convexa. A face endopélvica forma uma concavidade (fossa renal) que é ocupada pelos rins. Fusiona-se no animal adulto com a última vértebra torácica e as vértebras lombares e sacrais. ÍSQUIO: Tem contorno triangular, forma com o púbis o forâmen obturado e com o ílio o forâmen ilio- isquiático, sendo o seu bordo caudal livre. Coloca-se lateralmente e ventralmente ao ílio. Ventralmente se une ao púbis. PÚBIS: É uma delgada lâmina de osso, semelhante a uma costela, colocada ao longo do bordo ventral do ísquio, que ultrapassa caudalmente. Entre o púbis e o ísquio existe uma fenda que é ocupada por tecido conjuntivo. FÊMUR: É o osso da coxa e nas aves é mais curto que o esqueleto da perna. A sua forma é cilindrica e ligeiramente encurvada. Na extremidade proximal possui uma cabeça com colo bem definido que articula no acetábulo e um trocânter maior onde se inserem os músculos glúteos. Na extremidade distal existem 2 côndilos (medial para articulação com a tíbia e lateral para articulação com a fíbula) e uma tróclea, cranialmente, sobre a qual desliza a patela. 22 TARSO: O tarso nas aves não existe já que os ossos das duas fileiras proximal e distal se encontram fundidos quer com a tíbia, formando o tibiotarso, quer com os ossos do metatarso, formando o tarso-metatarso. TÍBIA E FÍBULA: A tíbia é o osso mais longo da perna, com orientação ventro- caudal. Na sua porção lateral existe uma crista para inserção da fíbula, a qual não atinge a extremidade distal. A extremidade distal apresenta dois côndilos para articulação com o metatarso, a esta zona estão anexados os ossos da fileira proximal do tarso, razão pela qual é utilizada também a designação de tibiotarso para toda esta zona. METATARSO: É constituído por um osso longo, formado pela união dos metatarsianos II, III e IV e pelo elemento tarsiano, conforme já referido. O metatarsiano I está junto ao bordo caudomedial do metatarso, é rudimentar e articula-se ao dedo I. O grande metatarsiano articula-se proximalmente com o tibiotarso e distalmente com os dedos, através de um côndilo para cada um dos respectivos dedos. Do lado medial do osso, dorsalmente à união dos terços médio e distal existe uma projeção aguda e encurvada (processo calcaris) que serve de apoio ao esporão, muito desenvolvido no macho. DEDOS: As aves domésticas têm geralmente 4 dedos no membro pélvico: - Dedo I tem 2 falanges e está dirigido caudalmente; - Dedo II tem 3 falanges e dirige- se cranialmente; - Dedo III tem 4 falanges e é o dedo mais central dos que se dirigem cranialmente; - Dedo IV tem 5 falanges e é o dedo mais lateral. A falange distal de cada um dos dedos é ponteaguda e está coberta por uma garra córnea que se adapta à forma da falange que cobre e que varia com as várias espécies de acordo com a utilização dos dedos (muito desenvolvidas, por exemplo, nas aves de rapina). 23 Crânio e Face Gallus gallus O occipital possui apenas um côndilo, ventralmente ao forame magno, que se articula com o atlas e com o processo odontóide do áxis; esta disposição é responsável pela notávelmobilidade da cabeça das aves. Forame magno Côndilo do occipital Esfenóide Maxilar Jugal do zigomático Quadrado Pterigoideo 24 Crânio e Face Gallus gallus Frontal Septo interorbitário O sso dentário O sso articular O sso angular O sso supra-angular O sso incisivo O sso m axilar Jugal do zigom ático Q uadradojugal do zigom ático O sso quadrado Vire a página! 25 Crânio e Face Gallus gallus Órbita Forame para o nervo óptico FrontalProcesso pós-orbital Parietal Crista nucal Escamoso Meato acústico externo Quadrado Quadradojugal Zigomático Maxilar Mandíbula Nasal Lacrimal Osso quadrado Osso jugal do zigomático 26 Crânio e Face Gallus gallus 27 Crânio e Face Gallus gallus Mandíbula 28 Vértebras Gallus gallus Atlas Áxis 29 Vértebras Gallus gallus C10 - Décima vértebra cervical C10 - Décima vértebra cervical 30 Vértebras Gallus gallus Y2 - T5 (Notório) 31 Vértebras Gallus gallus Sinsacro 32 Vértebras Gallus gallus Pigóstilo 33 Costelas, Esterno Gallus gallus Vire a página! 34 Costelas, Esterno Gallus gallus Esterno 35 Cintura Escapular Gallus gallus 36 Coracóide Gallus gallus Coracóide esquerdo 37 Escápula Gallus gallus Escápula esquerda 38 Úmero Gallus gallus Úmero direito 39 Úmero Gallus gallus Úmero direito 40 Rádio e Ulna Gallus gallus 41 Cintura Pélvica Gallus gallus Coxal 42 Cintura Pélvica Gallus gallus Coxal 43 Cintura Pélvica Gallus gallus 44 Fêmur Gallus gallus Esquerdo Vista caudal Direito Vista cranial 45 Tibiotarso e Fíbula Gallus gallus Direito Vista cranial Direito Vista caudal 46 Tarsometatarso Gallus gallus Esquerdo Vista plantar Esquerdo Vista medial Galo Galinha 47 Falanges Gallus gallus Esquerdo Vista dorsal
Compartilhar