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Trabalho sociológico

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ- UECE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- CCS
CURSO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS SÓCIO FILOSÓFICOS PROFESSORA MARININA GRUSKA BENEVIDES 
CAMILA MARIA TEIXEIRA DOS SANTOS 1589391 JAMILE CAVALCANTE ALVES 1592097 ROSANNA DA SILVA F. RIBEIRO 1589443 SAMANTHA ALVES FRANÇA COSTA 1589468
“O QUE É DIALÉTICA”
FORTALEZA-CE
2021
CAMILA MARIA TEXEIRA DOS SANTOS
JAMILE CAVALCANTE ALVES
ROSANNA DA SILVA F. RIBEIRO
SAMANTHA ALVES FRANÇA COSTA
“O QUE É DIALÉTICA”
Trabalho de Graduação apresentado como requisito para obtenção da nota de NPC1 na disciplina de Fundamentos Sócio Filosóficos do curso de Enfermagem pela Universidade Estadual do Ceará.
Orientadora: Marinina Gruska Benevides
 
FORTALEZA-CE
2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	03
2 DESENVOLVIMENTO	05
2.1 CAPÍTULO I: ORIGENS DA DIALÉTICA	05
2.2 CAPÍTULO II: O TRABALHO	08
2.3 CAPÍTULO III: A ALIENAÇÃO	09
2.4 CAPÍTULO IV: A TOTALIDADE	11
2.5 CAPÍTULO V: A CONTRADIÇÃO E A MEDIAÇÃO	12
2.6 CAPÍTULO VI: A “FLUIDIFICAÇÃO” DOS CONCEITOS	13
2.7 CAPÍTULO VII: AS LEIS DA DIALÉTICA	14
2.8 CAPÍTULO VIII: O SUJEITO E A HISTÓRIA	15
2.9 CAPÍTULO: O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE	16
2.10 CAPÍTULO: SEMENTES DE DRAGÃO	18
3 CONCLUSÃO	19
REFERÊNCIAS	20
APÊNCICE A	21
1. INTRODUÇÃO:
 O trabalho tem como objetivo explicar os conceitos relacionados ao livro, por meio da compreensão dos estudos de importantes nomes de filósofos e sociólogos, como Friedrich Hegel e Karl Marx, e de situações que vão exemplificar e contextualizar o entendimento sobre essa temática, ofertando diversas possibilidades de compreensão e interpretação, o que irá facilitar o estudo acerca da dialética. 
O livro “O que é Dialética’’ aborda conceitos importantes para o entendimento da dialética, como a origem desse método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias, que surgiu na Grécia antiga com base nos debates dos filósofos acerca da justiça e a política. Após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, a dialética teve como foco o trabalho e as relações envolvidas nesse âmbito, levando em consideração os estudos de Immanuel Kant, Friedrich Hegel e Karl Marx.
Foi com o trabalho que o ser humano se desprendeu um pouco da natureza e passou a ter uma perspectiva proveniente do trabalho, contrapondo-se, assim, pela primeira vez, como sujeito ao mundo dos objetos naturais, uma vez que, sem o trabalho, não existiria a relação sujeito-objeto. Para Karl Marx, o trabalho é algo intrínseco ao ser humano, no entanto, torna-se um fardo devido a divisão social, a privatização, as classes sociais e a exploração da mão de obra humana pelo capitalismo. Com isso, o indivíduo vira refém do seu próprio trabalho, pois ele não tem acesso aos frutos de seu esforço, alienando-se. 
Ademais, torna-se imprescindível observar a dialética pela perspectiva da totalidade, que constitui não somente a soma das partes que a compõem, mas também os elementos desse conjunto, que adquirem características por formarem o todo, os quais não apresentariam se não estivessem interligados. 
O capítulo V faz com que o leitor faça a seguinte indagação: “Será se estou trabalhando com a totalidade correta? ”, “Estou fazendo a totalização adequada à situação em que me encontro? ”. Além disso, ressalta sobre a importância da prática e mostra que não tem nenhuma teoria tão boa que não possa conter erros. Mostra os pensamentos de Marx sobre o processo do conhecimento e outras questões que são abordadas durante o capítulo.
 
No capítulo VI, o autor aborda a temática da fluidificação dos conceitos. Expõem os pensamentos de Marx e Hegel, eram conceitos que podiam ser relacionados como “cara” e “coroa”: duas faces da mesma moeda. Além de ressaltar os motivos que a dialética dos conceitos não possuir relação alguma com o relativismo. 
O livro também aborda as leis da dialética de Engels, que eram a lei da passagem da quantidade à qualidade, a lei da interpenetração dos contrários e a lei da negação da negação. No entanto, observa-se que tais leis devem ser utilizadas com precauções, já que tendem a limitar a dialética, a qual está em constante transformação. Além dessas leis, o conceito de sujeito como protagonista da história e não só como mero contemplador também é abordado, buscando relacionar as contribuições de Hegel e Marx com os acontecimentos dos anos 1920 e 1930.
2 DESENVOLVIMENTO:
2.1 CAPÍTULO I: ORIGENS DA DIALÉTICA
 O capítulo um explora as origens da dialética, mostrando que a discussão de seu conceito é desenvolvida desde a Grécia antiga até a modernidade por uma lista de filósofos e pensadores. A dialética viveu períodos de altas e baixas durante a historicidade, algo que resultou em um grande histórico envolvendo séculos de pesquisas e reflexões acerca de sua aplicação.
Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) considerava o pré-socrático Zênon o fundador da dialética, devido ao seu pensamento filosófico pautado em paradoxos para encontrar falhas nas teses daqueles com quem debatia. No entanto, outras personalidades consideravam o próprio Sócrates o pioneiro. Sócrates acreditava que para definir alguns conceitos de palavras como “bravura”, “política” e “justiça” era necessário o exercício da filosofia que, por meio da dialética, esclareceria a essência dessas palavras. Desse modo, Sócrates tentou demonstrar para algumas figuras públicas do período que a Filosofia desempenhava funções úteis, como essa de ser um instrumento de compreensão. Portanto, na Civilização grega, a dialética era a arte de demonstrar uma tese argumentativa capaz de definir e diferenciar os conceitos em uma discussão.
Na modernidade, a dialética passou a ter outro significado: passou a ser o modo de pensarmos nas contradições da realidade, realidade a qual está em constante transformação. Na Grécia antiga é possível identificar Heráclito como alguém com uma concepção de dialética semelhante a essa da modernidade. Esse pensador ficou conhecido como “O Obscuro” devido a sua visão de que o ser é algo completamente instável e que todas as coisas estão em constante mudança. Em seus fragmentos, fez uma famosa afirmação de que um homem não se banha duas vezes no mesmo rio, pois, da segunda vez, tanto o homem como o rio não serão os mesmos, terão sido modificados. Assim, devido a essa concepção abstrata, mobilista e unilateral de Heráclito, os gregos preferiram as respostas imobilistas de Parmênides. O pensamento metafísico de Parmênides, sobre a essência imutável do ser e sobre a superficialidade da mudança, prevaleceu sobre a dialética de Heráclito. A metafísica dificultou o aprofundamento do conhecimento científico dos aspectos mais instáveis da realidade, apesar de não o impedir. A metafísica prevaleceu, pois correspondia, nas sociedades divididas em classes, a um interesse das classes dominantes de organizar e definir os valores e os conceitos das instituições, impedindo que a sociedade desejasse mudar o regime vigente.
Logo, a concepção dialética foi reprimida e limitada em relação a hegemonia da metafísica, no entanto, não foi extinta e manteve seu espaço em ideias de diversos filósofos: Aristóteles, por exemplo, um pensador sucessor a morte de Heráclito, reintroduziu princípios da dialética em explicações dominadas pela metafísica ao afirmar que todas as coisas possuem potencialidade e possibilidade de se transformar.
Na Idade Média, entretanto, a dialética sofreu novas derrotas, tendo em vista que a sociedade desse período era feudal, bastante estratificada em camadas, seus habitantes eram praticamente restritos nos territórios do feudo, havia pouca mobilidade social e a forte ideologiada Igreja estava em vigência. Ademais, a dialética passou a ser um sinônimo de lógica e passou a ter traduzida como “lógica das aparências”. Outros ideólogos do século XI como Petrus Damianus, dizia que, para o ser humano, a única coisa importante era a salvação da sua alma se tornando monge e que um monge não precisava de filosofia. Já o árabe Averróis e o francês Abelardo procuraram, por caminhos muito diferentes, defender o espaço da filosofia, sem desafiar a teologia. 
No século XIV, a vida começou a se modificar com o desenvolvimento do comércio. Guilherme de Occam (aprox. 1285-1349), pensador dessa época, sustentava que, se Deus é todo-poderoso e se a vontade de Deus não tem limites, tudo no mundo poderia ser diferente do que é se Deus desejasse e, por isso, a teologia não devia interferir no estudo das coisas contingentes do mundo empírico. 
Na época do Renascimento, as artes e as ciências se insurgiram contra os hábitos da Idade Média, mostrando que o universo era muito mais complexo e que o ser humano era muito mais livre do que os medievais pensavam. O movimento voltou a causar reflexão e tornou-se novamente fundamental. O astrônomo Copérnico (1473-1543) descobriu que Ptolomeu tinha se enganado sobre o geocentrismo. Galileu (1564-1642) e Descartes (1596-1650) descobriram que a condição natural dos corpos era o movimento e não o repouso. Pico delia Mirandola (1463-1494) sustentou que o fato de o homem poder evoluir lhe dava até vantagem em comparação com deuses e anjos, seres que são eternos, perfeitos e por isso imutáveis. Com o Renascimento, a dialética conquistou posições que conseguiu a manter nos séculos seguintes. Pascal e Giambattista Vico (1680-1744), ambos pensadores conservadores, também ajudaram a dialética a se fortalecer. Vico achava que o homem não podia conhecer a natureza, só por Deus podia conhecê-la ser efetivamente, mas sustentava que o homem podia conhecer sua própria história. Tal formulação constituiu um poderoso estímulo à elaboração do método dialético. Os elementos de dialética se encontram também no pensamento de diversos filósofos do século XVII: Leibniz (1646-1716), Spinoza (1632-1677), Hobbes (1588- -1679), Pierre Bayle (1647-1706) e Montaigne (1533-1592), no século XVI. No entanto, esses pensadores do século XVII viviam e pensavam numa situação de isolamento em relação a dinâmica da sociedade, em relação aos movimentos políticos da época e não contavam exatamente com as bases da sociedade, logo suas visões eram um tanto superficiais.
Só na segunda metade do século XVIII é que a situação dos filósofos começou a mudar, pois os acontecimentos da Revolução Francesa e do pensamento iluminista os fizeram compreender melhor a dinâmica das transformações sociais. Os filósofos iluministas se contentaram com uma visão superficial do processo de transformação social e não procuraram refletir aprofundadamente sobre suas contradições internas. Assim, não trouxeram grandes contribuições para o avanço da dialética. Há, porém, uma exceção: Diderot (1713-1784). Diderot compreendeu que o indivíduo era condicionado por um movimento mais amplo, pelas mudanças da sociedade em que vivia. “Examinem todas as instituições políticas, civis e religiosas; ou muito me engano ou vocês verão nelas o gênero humano subjugado, a cada século mais submetido ao jugo de um punhado de meliantes”. E recomendava: “Desconfiem de quem quer impor a ordem”. Uma de suas obras mais famosas é “O sobrinho de Rameau” a qual se desenvolve e resulta em um confronto fascinante, inspiração para muitos pensadores. Sendo assim, Hegel e Marx o consideraram um primor de dialética. 
Ao lado de Diderot, quem deu a maior contribuição à dialética na segunda metade do século XVIII foi Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Observando a estrutura da sociedade e suas contradições, Rousseau concluiu que os conflitos de interesses entre os indivíduos tinham se tornado exagerados, que a propriedade estava mal distribuída, o poder estava concentrado e considerava necessário uma democratização da vida social. Para ele, as comunidades efetivamente democráticas não poderiam basear-se na vontade de todos e sim precisariam apoiar-se numa vontade geral criada por um movimento de convergência. Os caminhos que deveriam ser seguidos para que os homens chegassem a essa convergência exigiriam a remoção de muitos obstáculos, algo que não costuma ser tranquilo. Nem Rosseau, nem Diderot se deixavam intimidar pela ideologia da ordem vigente.
2.2 CAPÍTULO II: O TRABALHO
 No final do século XVIII e no começo do século XIX, os conflitos políticos, entre eles, a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas mobilizaram as massas populares a discutirem assuntos antes reduzidos a elite. Tal situação se refletiu no pensamento filosófico de um dos maiores pensadores metafísicos modernos: Immanuel Kant (1724-1804). Para Kant a consciência humana não se limita em registrar apenas impressões provenientes do mundo exterior, mas que ela interfere ativamente na realidade. Sustentou que todas as filosofias até então vinham sendo tratadas de maneira ingênua ou dogmática, pois uma questão deveria ser respondida previamente: o que é conhecimento? Kant acreditava que na “razão pura”, uma razão anterior à experiência, existiam certas contradições chamadas antinomias, que nunca poderiam ser expulsas do pensamento humano por nenhuma lógica. 
Em confronto com as ideias de Kant, Friedrich Hegel (1770-1831), sustentava que a questão central da filosofia era a questão do ser e não a do conhecimento. Hegel concordava com Kant ao reconhecer que o sujeito humano é essencialmente ativo e está sempre interferindo na realidade. Na Revolução Francesa, com a derrubada da Bastilha pelo povo francês, Hegel enxergou o poder humano como quase ilimitado. No entanto, com a fase sangrenta da guilhotina, a ascensão de Napoleão e o atraso da Alemanha, país de Hegel, em relação a falta de unidade dessa nação; fez com que tal pensador descobrisse com amargura que o homem transforma ativamente a realidade, mas que a realidade objetiva que impõe o ritmo dessa transformação. Dedicou-se também à leitura dos escritos de Adam Smith e de teóricos da economia política inglesa clássica. Com influências da Revolução Industrial, Hegel percebeu o trabalho é a mola que impulsiona o desenvolvimento humano, criando a possibilidade de ir além da natureza pura. 
O homem se distingue dos outros animais devido a sua capacidade de antecipar na sua mente os resultados de suas ações e escolher caminhos. A superação dialética para Hegel é simultaneamente a negação de uma determinada realidade, a conservação de algo de essencial que existe nessa realidade negada e a elevação dela a um nível superior. A exemplo do trabalho: a matéria-prima é “negada”, ou seja, destruída em sua forma natural, mas, ao mesmo tempo, é “conservada”, ou seja, aproveitada e assume uma forma nova, modificada, correspondente aos objetivos humanos, portanto “elevada” em seu valor.
Karl Marx (1818-1883), materialista, escreveu que em Hegel a dialética estava descrita erroneamente, logo, decidiu corrigir esse conceito. Marx teve uma vida muito atribulada pois ligou-se ao movimento operário e socialista, lutou na política ao lado dos trabalhadores, viveu na pobreza e passou a maior parte de sua vida no exílio. Sendo assim, a solidariedade que o ligou aos trabalhadores contribuiu para que ele tivesse uma compreensão diferente do trabalho em relação a interpretação de Hegel, seu mestre. 
Marx concordou plenamente com a observação de Hegel de que o trabalho era a mola que impulsionava o desenvolvimento humano, porém criticou a unilateralidade da concepção de Hegel, sustentando que esse dava importância demais ao trabalho intelectual e não enxergava a significação do trabalho físico, material. Essa concepção abstrata do trabalho levava Hegel a fixar sua atenção exclusivamente na criatividade do trabalho, ignorando o lado negativo dele, as deformações a que ele era submetido em sua realização material e social. Por isso, Hegelnão foi capaz de analisar seriamente os problemas ligados à alienação do trabalho nas sociedades divididas em classes sociais na sociedade capitalista. 
2.3 CAPÍTULO III: A ALIENAÇÃO
 Para Karl Marx, o trabalho é algo intrínseco ao ser humano, no entanto, torna-se um fardo devido a divisão social, a privatização, as classes sócias e a exploração da mão de obra humana pelo capitalismo. Nas sociedades tradicionais o trabalhador executava todas as partes do processo de produção e usufruía do produto final. No entanto, esse cenário se modificou com a Revolução Industrial, nesse período diversas mudanças ocorreram, principalmente no processo produtivo, que agora passara a ser especializado e no âmbito econômico, com o capitalismo em ascensão. 
A divisão do trabalho causou um distanciamento entre o operário e o produto final de seu trabalho, pois antes mesmo de finalizado a mercadoria já pertencia a outro. Devido a isso o ser humano vira refém do seu próprio trabalho, pois ele não tem acesso aos frutos de seu esforço, alienando-se. Além disso, no processo de produção ocorre a fragmentação do trabalho, onde o operário desconhece o resultado final de seu serviço. 
Em 1848, Marx lançou o Manifesto comunista, onde ele analisava toda história da humanidade e constatava que todo percurso tinha sido fundamentado a partir da luta entre classes sociais. Diante desse contexto, a única alternativa, na visão marxista, para dar início a desalienação do trabalho e o fim da divisão de classes, seria observar a realidade da luta de classes e promover a revolução socialista. As lutas de classes possuem formas distintas de ocorrer, porém em sociedades capitalistas esse embate torna-se mais complexo. Em sua obra, o Capital, Marx observou que a partir do capitalismo um novo modo de produção surgiu, modificando a política da história na luta de classes.
Com a eclosão do capitalismo houve um crescimento nas tecnologias e nos meios de produção, no entanto, também originou-se uma disputa entre os capitalistas em busca de lucro, gerando um maior desperdício de bens. Nessas competições o monopólio prevalece, sendo imposto por grandes empresários. Para garantir o poder, os donos de industrias reúnem massas de operários em fábricas para explorá-los, todavia, os trabalhadores compreendem sua força e se reúnem exigindo o que lhes convém, até que se inicie uma revolução social e dando início a uma organização socialista.
Em combate ao capitalismo desponta uma nova classe social, o proletariado moderno, com ideias igualitárias, socialistas, positivistas e comunistas, que buscam colocá-las em prática através de uma luta política, deixando assim de ser uma fantasia para tornar-se realidade, visando a superação da divisão social do trabalho.
Segundo Marx, a situação do trabalho em questão, estava sofrendo uma deformação decorrente de duas problemáticas, a primeira era devido a existência de classes sociais e da propriedade privada e a segunda seria devido a exploração de mão de obra humana pelo sistema de produção. Além disso, o empório capitalista está em constante expansão, buscando progressivos lucros e assumindo todas as esferas sociais, destruindo os valores humanos, sendo os principais alvos os operários, que convivem sobre constante ameaça de perderem seus empregos, a busca incessante por seus direitos e pela consciência de que já existe uma opção de uma organização socialista, onde o modo de produção poderia ser diferente agrava o mal-estar que o operário sente.
A alienação do trabalho em virtude do sistema capitalista, afeta não somente os trabalhadores, como também, os capitalistas que almejam a constante ascensão por meio da competitividade do mercado, causando uma incerteza e uma ameaça para classe burguesa. Ademais, acostumados a comandar a classe proletarizada, a burguesia tenta ultrapassar esferas, visando controlar a sociedade, no entanto, ainda como condição de classe, eles não conseguem observar a sociedade como um todo.
2.4 CAPÍTULO IV: A TOTALIDADE
 Para dialética marxista, o conhecimento é totalizante e a atividade humana é um processo de totalização, nesse sentido podemos compreender que o conhecimento é algo abrangente que compõe a atividade humana que é um processo holístico. A partir da visão marxista podemos observar que tudo está interligado, fazendo parte de um conjunto. Complementando o conceito de Marx, Hegel escreveu “ A verdade é o todo”, segundo essa perspectiva ao nos defrontarmos com alguma problemática ou alguma situação devemos examinar o todo, não fragmentando-o pois assim podemos ter uma visão distorcida da verdade.
Ao analisarmos um conjunto devemos compreender que a nossa perspectiva em relação a ele sempre será escassa, se comparada a realidade que temos dele, pois existe sempre algo que escapa de nossa percepção, no entanto, isso não anula o nosso esforço para elaborarmos sínteses e compreendermos a realidade. A síntese é a análise do conjunto, que permite com que nós consigamos entender a situação em questão, e é essa análise a partir da nossa visão proporcionada pelo conjunto que denominamos de totalidade.
A totalidade constitui não somente a soma das partes que a compõem, bem como os elementos desse conjunto, que adquirem características por formarem o todo, que não apresentariam se não estivessem interligados. Existem diversos tipos de totalidade, algumas mais abrangentes que outras, em nosso cotidiano estamos sempre analisando questões e as totalizando, contudo, antes de aplicarmos esse conceito devemos saber o nível de totalização que a problemática nos exige, tendo consciência que a totalidade é apenas um componente da totalização, que nunca alcança etapa definitiva e se esgota.
A partir do acúmulo de características, nas partes que formam o todo, ele se modifica. Esse processo de transformações se inicia com alterações setoriais, quantitativas, até que elas atingem um ponto especifico que alcança a transformação do conjunto, qualitativamente. Configurando-se assim a primeira lei da dialética, que retomaremos posteriormente o conceito. No presente momento, devemos compreender que a alteração do todo é mais complexa, que de suas partes e que cada totalidade tem maneiras diferentes para que isso ocorra.
Ao analisarmos determinada questão e fragmentá-la, podemos observar que não é possível separar totalmente os elementos do conjunto, pois fazem parte de um todo e estão interligados. Porém cada um desses fragmentos apresenta aspectos distintos, que nos auxiliam a compor a totalidade para termos uma perspectiva mais realista e orientada de sua verdadeira forma. Por exemplo, ao observamos a sociedade brasileira a partir de 1964, podemos dividi-la em três etapas, a primeira em relação ao regime jurídico-político, o segundo o perfil socioeconômico e por fim o meio de produção vigente. Ao investigarmos a primeira etapa, podemos concluir que ela sofreu uma transformação em 1968, quando foi decretado o AI-5, mudando o regime jurídico-político da época, sendo necessário reconhecer a mudança qualitativa desse conjunto e as consequências desse ato.
Em um segundo plano podemos observar que o perfil socioeconômico da época não se modificou, porém ao longo das últimas décadas vem se transformando devido a industrialização e a modernização conservadora. E por fim ao examinarmos o meio de produção concluímos que não houve modificações significativas, pois desde a data em questão continuamos com o modelo capitalista e sem previsão de crises que venham a abalá-lo. Depreendemos assim, a análise de três totalidades, em diferentes etapas, demonstrando três diferentes processos de totalização, resultando em três conceitos distintos, de uma mesma realidade.
2.5 CAPÍTULO V: A CONTRADIÇÃO E A MEDIAÇÃO
 O capítulo V mostra para o leitor que dificilmente poderá ocorrer uma totalização correta sobre determinadas situações. Independente da teoria, dependemos especialmente da prática, principalmente para verificar o maior ou menor dos acertos. Sendo assim, podemos perceberque nenhuma teoria é tão boa a ponto de evitar erros. Podemos citar como exemplo as práticas na área da saúde que facilitam o aprendizado, na medida em que torna o conhecimento teórico uma realidade mais próxima do aluno. É o momento de assimilar melhor as informações adquiridas. Em sua maioria, os conceitos apresentados nas aulas teóricas são abstratos. 
Por isso, podem ser mais bem desenvolvidos por meio das atividades práticas. Esses momentos oferecem aos alunos a oportunidade de realmente vivenciar o que foi estudado. Esse tipo de trabalho possibilita o envolvimento em equipes e o desenvolvimento de senso crítico, com os estudantes sendo sempre incentivados a levantar questionamentos e hipóteses.
Um outro benefício que as aulas práticas trazem diz respeito à facilitação do relacionamento entre os colegas de classe e, em alguns casos, até de outros cursos. Obviamente, isso gera um intercâmbio riquíssimo de informações e experiências. Sem contar que, seja qual for o curso, as aulas práticas criam uma maior intimidade com equipamentos e pacientes. 
Ademais, em um sentindo amplo, a dialética vai além da lógica, desbravando um espaço em que ela não consegue ocupar. Porém as mediações nos levam a refletir sobre um outro elemento: as contradições, que no pensamento metafísico seria a manifestação de um defeito no raciocínio.
Pela dialética a contradição é o princípio básico do movimento pelo qual os seres existem, a dialética vai além da lógica, trabalhando com determinações reflexivas e promove uma “fluidificação dos conceitos”. 
2.6 CAPÍTULO VI: A “FLUIDIFICAÇÃO” DOS CONCEITOS
 Marx mostra em seu trabalho as diferenças entre seu método (materialista) e o método de Hegel (idealista). Marx acreditava que o processo da realidade deveria ser encarado como uma totalidade aberta, porém Hegel via este movimento como ponto de partida e também de chegada, uma totalidade fechada.
A fluidificação segundo Hegel limita-se a um caráter abstrato da totalidade da história humana. Ficando claro no uso do conceito de natureza humana idealizada que “faltava uma dimensão histórica mais concreta”, já para Marx a natureza humana “só existe na história, num processo global de transformação, que abarca todos os seus aspectos. E a história, em seu conjunto, não é outra coisa senão uma transformação contínua da natureza humana.”.
Marx admite que alguns determinados aspectos da realidade do homem permanecem na história, sendo o movimento da história marcado por superações dialéticas. Ele “mostrava que a dimensão histórica de certas criações humanas não as impede de perdurar e nem as reduz a uma eficácia momentânea, limitada”. 
Portanto a fluidificação dos conceitos trataria de dois lados de uma realidade, como duas faces da mesma moeda, ocorrendo através da determinação reflexiva. 
Além disso, para Marx a fluidificação e o relativismo eram totalmente opostos e não podiam ser confundidos e para exemplificar ele usou a arte grega do século V a.C, na qual refletia as condições sociais de Atenas, que viviam em outros tempos, com outros níveis de desenvolvimentos. 
A mesma vitalidade que é demonstrada pela arte grega, pode ser encontrada em certas observações de Aristóteles, como por exemplo as atividades práticas do homem se incorporando à história da humanidade e ainda sim, são capazes de se manterem “vivas”. Por conseguinte, podemos dizer que nenhuma dessas observações podem ser compreendidas e assimiladas pelas épocas que vieram depois delas sem passar por um exame de condições especificas em que cada obro foi elaborada. 
Portanto, após a leitura dos capítulos cinco e seis, pode-se concluir que a fluidificação dos conceitos destinados a tratar dos dois lados dessa realidade só pode ocorrer através de determinações reflexivas. Logo, a dialética não pode admitir contraposições metafísicas, pois os conceitos são como “cara” e “coroa”: duas faces da mesma moeda. 
2.7 CAPÍTULO VII: AS LEIS DA DIALÉTICA
 O capítulo VII começa abordando a contribuição de Friedrich Engels sobre a dialética, o qual redigiu diversas anotações enfatizando o caráter materialista desse método e a importância de relacionar a dialética humana com a natureza. Dessa forma, Engels chegou à conclusão, de que as leis gerais da dialética poderiam ser reduzidas a três: a lei da passagem da quantidade à qualidade, a lei da interpenetração dos contrários e a lei da negação da negação. 
A primeira lei se refere ao processo de transformação das coisas, uma vez que há uma variação no ritmo em que esse processo ocorre, podendo ser lento ou acelerado. Engels cita como exemplo dessa lei a água que esquenta e depois ferve ao variar a temperatura até 100ºC, mudando, assim, de estado físico. Já a segunda lei retrata a complexidade das coisas, que, mesmo sendo aparentemente contrárias, podem apresentar inúmeras conexões e relações de dependência. A terceira lei, a lei da negação da negação, tem relação com a superação da afirmação e da própria negação para que a síntese prevaleça, sendo assim uma negação da negação. 
No entanto, essas leis devem ser utilizadas com as devidas precauções, já que são fixas e limitam a dialética, a qual está sempre mudando, acompanhando as transformações da sociedade. Além das leis, Engels influenciou vários operários conscientes e militantes socialistas, pois, além de contribuir para o materialismo histórico e dialético, Engels também dava enfoque ao socialismo científico, destacando o papel da classe trabalhadora para a destruição da ordem capitalista burguesa e instauração do comunismo. 
2.8 CAPÍTULO VIII: O SUJEITO E A HISTÓRIA
 O capítulo VIII inicia com a crítica do socialista alemão Eduard Bernstein à teoria marxista, o qual sustentava que o capitalismo permanecia forte e que as ideias de Karl Marx tinham falhado, bem como o método dialético que sustentava a sua teoria. Dessa forma, Bernstein preconizou um abandono da dialética e acabou por influenciar outros estudiosos a apoiarem essa ideia, como Karl Kautsky e Paul Lafargue, o qual era genro de Marx e escreveu um livro intitulado “O determinismo econômico de Karl Marx”, que contribuiu para uma visão antidialética da visão materialista da história. 
Logo no começo do século XX, surgiram ideias inverídicas de que, segundo Marx, a evolução da sociedade era causada por “fatores econômicos”, sem que os homens fossem os verdadeiros protagonistas do movimento da história, sendo meros contempladores. Contudo, estudiosos reagiram à deformação da concepção marxista da história, como Rosa Luxemburgo e Lênin. Lênin, por sua vez, deu bastante destaque a teoria do marxismo e ao sujeito como revolucionário da história. Ademais, Lênin deu bastante importância à influência do pensamento hegeliano nas concepções marxistas e afirmou que o livro O Capital de Marx só poderia ser entendido plenamente graças aos estudos de Hegel. 
Os estudos de Hegel e de Marx tiveram grande influência sobre Lênin, o qual pôde compreender que o ser humano tem possibilidades concretas para transformar o mundo. Apesar de algumas pessoas criticarem o marxismo como sendo um “determinismo econômico” ou um “materialismo vulgar”, as ideias de Lênin influenciaram outros estudiosos a combaterem esse tipo de pensamento. Segundo o húngaro Georg Lukács, somente com a observação da totalidade das coisas é possível enxergar, por trás da aparência, as inter-relações existentes. Já o italiano Antônio Gramsci atentou para importância de deixar para trás o determinismo histórico, uma vez que, segundo ele, o determinismo dificulta o espírito crítico e a criatividade dos revolucionários. 
Portanto, a dialética proporciona uma libertação do sujeito humano em relação aos aspectos econômicos que o dominam. Outro estudioso, o alemão Walter Benjamin, evidência o caráter violento e opressivo que a história vinha acontecendo e defende que um teórico do materialismo histórico deve se opor a continuidade de comportamentos prejudiciais. Apesar dos esforços desses estudiosos marxistas e com a morte de Lênin, JosefStálin, que assumiu a direção do partido comunista da URSS, acabou por instaurar uma visão antidialética, que desprezava a teoria, pois, segundo ele, só servia para questionar e criticar a prática. Além disso, Stálin tinha grande antipatia pelas considerações hegelianas e marxistas e não encarava dialeticamente o papel subjetivo na história. 
Stálin retomou as leis da dialética propostas por Engels em uma obra intitulada Sobre o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico, mas sustentou que a dialética não tinha três leis gerais e sim quatro traços fundamentais, que eram A Conexão Universal e Interdependência dos Fenômenos; O Movimento, A Transformação e o Desenvolvimento; A Passagem de Um Estado Qualitativo a Outro; A Luta dos Contrários Como Fonte Interna do Desenvolvimento. Os métodos de Stálin foram condenados e combatidos em termos éticos, mas só seriam efetivamente contrariados com uma análise profunda e convincente.
2.9 CAPÍTULO: O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE
 O capítulo IX começa com a narrativa que o gênero humano está excessivamente fragmentado, ou seja, que é muito difícil compreendê-lo e resumi-lo em uma só resposta ou em um só problema. Da mesma forma, que os representantes de outras correntes de pensamento acabam, muitas vezes, misturando interesses pessoais em uma causa coletiva, no marxismo não foi diferente. O ingresso do movimento comunista, tornou igualmente muito difícil para os marxistas apoiarem-se numa compreensão do movimento comunista como totalidade concreta para resolverem todos os seus problemas teóricos. Mesmo os indivíduos mais empenhados na luta pela transformação da sociedade se confundem quando falta coesão à unidade deles.
 A falta de coesão diminui as possibilidades de fazer história de modo consciente. Diminui as possibilidades de se organizarem e de se reconhecerem na ação da comunidade organizada. O indivíduo isolado não pode fazer história, pois suas forças são limitadas. Por isso, o problema da organização capaz de levá-lo a multiplicar suas energias e ganhar eficácia é um problema crucial para todo revolucionário. É preciso que a organização não se torne opaca para o indivíduo, que ele não se sinta perdido dentro dela; é preciso que ela não o reduza a uma situação de um ativismo cego. Se não, o indivíduo fica impossibilitado de atuar revolucionariamente e se sente como um fantoche na atividade coletiva. A organização deixa de ser o lugar onde suas forças se multiplicam e passa a ser um lugar onde suas forças são sugadas e moldadas.
O autor vem em seguida com a ideia do filósofo Marx, que fala que o ser humano é um ser social. Nós somos tão intrinsecamente sociais que somente ao longo de nossa história em sociedade é que o homem, depois de muito tempo, chegou a se individualizar. Mas a vida social, nos tempos atuais, já exige a existência de indivíduos que alcançaram um grau de autonomia. Embora algumas comunidades ainda consigam alienar, em determinadas circunstâncias, um enorme número de pessoas fanáticas no interior delas. Mas já avançou bastante nas pessoas a consciência de que cada uma tem um grau de responsabilidades em relação às outras. 
Porém possui igualmente responsabilidades em relação a si mesmo. Essa compreensão em que os indivíduos estão enxergando cada vez mais o seu próprio valor, não enfraquece neles o reconhecimento da necessidade de se associarem, mas cria importantes novas exigências quanto ao caráter das associações em que se inserem.
Por outro lado, existe um grupo de indivíduos que possuem um número alta de riquezas. Esse grupo sente uma necessidade complexa de se completarem como seres humanos, que os aproxime dos outros, mas sem causar prejuízo da individualidade deles. E isso causa um espírito competitivo formado pelo capitalismo. Esse espírito exageradamente competitivo estimulado pelo mercado agrava muito as contradições entre os homens, diminuem a importância das velhas formas tradicionais de comunidade como a família e os amigos. E cria situações de solidão, desenvolvem frustrações e espalham e insegurança. 
2.10 CAPÍTULO: SEMENTES DE DRAGÃO
 O capítulo X se inicia com a ideia que “Uma das características essenciais da dialética é o espírito crítico e autocrítico”. Assim como sempre examinamos o mundo em que atuamos, devemos também estar sempre dispostos a rever as interpretações em que se apoiamos para atuar. Na medida em que deixamos nos influenciarmos por qualquer movimento, passamos a querer transformar o mundo sem se preocupar suficientemente com a transformação de nós mesmos. Com isso, perdemos muito da capacidade autocrítica e não conseguimos se renovar tanto quanto é necessário.
A dialética não entrega a “boa mentalidade” a ninguém. Sua função não é tornar determinadas pessoas plenamente satisfeitas com elas mesmas. Como o autor fala “O método dialético nos incita a revermos o passado à luz do que está acontecendo no presente; ele questiona o presente em nome do futuro”.
3 CONCLUSÃO
Diante do exposto podemos compreender que a obra aborda diversos conceitos que buscam nortear o entendimento acerca da dialética, desde a sua origem, com seu precursor sendo Platão, atingindo seu ápice com a revolução industrial, sendo os métodos dialéticos mais conhecidos os de Friedrich Hegel e Karl Marx. 
Além disso, é abordado aspectos do capitalismo, como a luta de classes, a burguesia vs. proletariado, o trabalho e a alienação, e das obras de diversos estudiosos sobre a dialética, como Friedrich Engels, Rosa Luxemburgo, Lênin e Josef Stalin.
Por fim, o autor encerra a obra com uma reflexão muito relevante: "A dialética intranquiliza os comodistas, assusta os preconceituosos, perturba desagradavelmente os pragmáticos ou utilitários. Para os que assumem, consciente ou inconscientemente, uma posição de compromisso com o modo de produção capitalista, a dialética é “subversiva”, porque demonstra que o capitalismo está sendo superado e incita a superá-lo" (KONDER, 2011, p. 84).
REFERÊNCIAS
KONDER, Leandro. O que é Dialética. Brasiliense, São Paulo, 2008.
APÊNDICE A- SÍNTESE DA OBRA “O QUE É DIALÉTICA” 
Os primeiros capítulos da obra abordam as origens e o conceito da dialética. Destacando os filósofos da Grécia Antiga, tais como pré-socráticos, Platão e Aristóteles. Na idade média, a dialética sofreu uma baixa, uma vez que os pensamentos da igreja estavam prevalecendo como uma verdade incontestável. Na modernidade, a dialética passou a ter outro significado: passou a ter foco nas contradições da realidade. 
Já no final do século XVIII e no início do século XIX, o pensamento Hegeliano começou a ganhar notoriedade com a teoria do idealismo, e Marx com sua visão materialista contrapunha. 
CAMILA 3 e 4
O capítulo V reflete sobre a importância da prática, e ressalta que nenhuma teoria é tão boa que não possua erros. Além de abordar a dialética além da lógica, desbravando um espaço em que ela não pode abordar. 
O capitulo VI inicia-se com a fluidificação dos conceitos, que trata dos dois lados de uma realidade e só pode ocorrer através de determinações reflexivas, como duas faces da mesma moeda. Mostra também como Marx e Hegel tinham suas ideias opostas.
Os capítulos VII e VIII abordam, de maneira muito explicativa, aspectos sobre as Leis da Dialética e suas aplicações, enfatizadas por Friedrich Engels, e também sobre momentos em que a teoria marxista foi fortemente criticada. Ademais, o autor destaca revolucionários que reagiram a essas críticas e também ressalta o protagonismo do homem como sujeito do movimento da história, contrariando o pensamento do homem como mero contemplador.
Os capítulos finais do livro mostram a ideia do autor Leandro Konder, falando que a dialética é pleno exercício do espírito crítico e o método de questionamento capaz de desmontar preconceitos e desestabilizar o pensamento vigente. O filósofo afirma que a dialética é como "semente de dragões", sempre contestadora, capaz de intranquilizar todas as mais estruturadas teorias. E os dragões nascidos dessaconstante contestação hão de transformar o mundo.
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