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Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira CRÉDITO TRIBUTÁRIO Como o Estado Credor cobra o tributo? CT = CRÉDITO TRIBUTÁRIO Hipótese de incidência – fato gerador – obrigação tributária – lançamento – crédito tributário (cobrança administrativa) – inscrição – dívida ativa – CDA – Execução Fiscal (cobrança judicial); O estudo do Credito Tributário se divide em 3 vertentes: I. Causas de suspensão do CT (Artigo 151, CTN – 6 incisos); II. Causas de extinção do CT (Artigo 156, CTN – 11 incisos); III. Causas de exclusão do CT (Artigo 175, CTN – 2 incisos); CUIDA! Extinção não se confunde com exclusão. Portanto, o CT pode ser suspenso, extinto ou excluído. Por exemplo: se o tributo é parcelado, haverá suspensão do CT; se o tributo é pago, haverá a extinção do CT; por fim, se o tributo é isento, haverá a exclusão do CT. Suspensão Extinção Exclusão Artigo 151, CTN Artigo 156, CTN Artigo 175, CTN 6 incisos 11 incisos 2 incisos Lei (art. 97, VI, CTN) Lei (art. 97, VI, CTN) Lei (art. 97, VI, CTN) As OT ACESSÓRIAS PERMANECEM (art. 151, parágrafo único, CTN) XXXXXXXXX As OT ACESSÓRIAS PERMANECEM (art. 175, parágrafo único, CTN) Interpretação Literal art. 111, I, CTN XXXXXXX Interpretação Literal art. 111, I, CTN Parcelamento, entre outros exemplos Pagamento, entre outros exemplos Isenção e Anistia - Interpretação Literal (o intérprete deverá se fiar as palavras) – art. 111, CTN. I. Suspensão ou exclusão do crédito tributário; II. Outorga de isenção; Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira III. Dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias; 1. Suspensão da exigibilidade do CT (art. 151, CTN) O art. 151 do CTN trata das causas suspensivas da exigibilidade do CT. Ex.: parcelamento, discussão, administrativa ou judicial, entre outras adiante explicitadas. Quando o CT está suspenso, há vantagens de ordem prática para o sujeito passivo da OT: I. Obstar a cobrança judicial do tributo; II. Obtenção de “certidão positiva com efeitos de negativa” (Certidão de regularidade fiscal). Ela está prevista no artigo 206 do CTN, permitindo que o devedor participe de licitações, obtenha empréstimos bancários, etc. A suspensão da exigibilidade do CT impede a cobrança judicial do tributo. Portanto, se estou com o parcelamento em dia, não pode haver inscrição da DA e consequente execução fiscal. O mesmo raciocínio vale para o período de vigência de uma liminar ou tutela concedidas em uma ação judicial; ou, ainda, para o período de discussão administrativa pendente de julgamento. SEGREDO! Macete para memorização das suspensões: MOratória DEpósito do seu montante integral; REclamações e REcursos administrativos; COncessão (liminar ou tutela); PArcelamento; As causas suspensivas acima indicam que o CT pode ser suspenso por iniciativa exclusiva do contribuinte (parcelamento) ou por iniciativa deste com devido patrocínio do advogado (concessão de liminar / concessão da tutela). Da mesma forma, a suspensão do CT pode se dar na órbita administrativa (reclamação e recursos administrativos) ou na esfera judicial (depósito do montante integral). As hipóteses do pagamento e do parcelamento são viáveis, a depender da intenção de quitação do devedor. Por outro lado, se houver interesse no litígio, a disputa/discussão poderá ocorrer na órbita administrativa e, após, na esfera judicial; ou, ainda, diretamente na esfera judicial. Caso ocorra Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira diretamente na esfera judicial, o contribuinte não poderá mais brigar na esfera administrativa, pois ocorrerá a preclusão. a. Reclamações e recursos administrativos: feito na esfera administrativa. A “reclamação” significa a defesa administrativa ou a impugnação. Desse modo, o advogado pode protocolizar uma defesa na repartição fiscal, e essa impugnação deverá ser encaminhadas para as seções/delegacias de julgamento. Com o julgamento improcedente, o autuado poderá tentar manter a suspensão do CT interpondo um recurso administrativo (TIT – Tribunal de Impostos e Taxas, em São Paulo, na órbita estadual; CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em Brasília, na órbita Federal; entre outros). Se o julgamento do recurso por improcedente, ainda, no próprio CARF, poderá haver o recurso para a Câmara Superior de Recursos Fiscais. Se houver a derrota aqui, a órbita administrativa estará encerrada; b. Parcelamento: caso o contribuinte concorde com o pagamento do tributo, após receber o auto de infração; é uma sistemática de pagamento fragmentado e, por isso mesmo, não pode ser causa extintiva do CT; c. Concessão de liminar a concessão de tutela: a disputa judicial perante, em determinados casos, que o CT seja suspenso. O processo judicial tributário oferta as ações judiciais adequadas: mandado de segurança, ações ordinárias. Enquanto a tutela viger, o CT estará suspenso, viabilizando a certidão positiva com efeito negativa (art. 206, CTN); se a liminar for denegada o contribuinte vai ter que colocar a mão no bolso; d. Depósito do montante integral: o depósito não significa pagamento. Deve ser realizado de forma onerosa para que o crédito fique suspenso. Sendo o contribuinte depositante vitorioso, haverá levantamento do depósito. Por outro lado, se o contribuinte depositante perder, haverá a conversão do depósito de renda, extinguindo – se o CT; e. Moratória (art. 152, CTN): a moratória foi invadida pelo instituto do parcelamento. É um benefício fiscal, concedido por lei, que permite a prorrogação dos prazos para pagamento por qualquer um dos entes federados. Deve ser concedida pela Pessoa Jurídica competente para criar o tributo. 2. Causas de exclusão do CT Temos duas causas que excluem o Crédito Tributário: Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira I. Isenção: artigo 176 a 179, CTN; II. Anistia: artigos 180 a 182, CTN. Pontos em comum entre ISENÇÃO e ANISTIA: I. A isenção e a anistia são institutos jurídicos de desoneração; II. Ambas, a isenção e a anistia, dependem de lei; III. A lei, em tela, será a “específica” (art. 150, parágrafo 6° da CF); CUIDA! As isenções de ICMS são veiculadas por convênios interestaduais, celebrados no âmbito do CONFAZ. Os representantes dos Estado – membros reúnem-se no Conselho para a deliberação acerca desse benefício no tocante ao ICMS. Em tese, tais convênios precisariam ser ratificados por decreto legislativo, mas não é o que ocorre. IV. Se atingem o ato de pagar, significa dizer que a isenção e a anistia afetam a Obrigação Tributária principal, permanecendo inalteradas as OTs acessórias (art. 175, parágrafo único, CTN). EX.: transporte de mercadoria isenta do ICMS: sem pagamento do ICMS, mas devendo estar acompanhada de Nota Fiscal (OT acessória). Veja que a máxima “o acessório segue o principal” não se aplica aqui; V. Ambas, para o STF, inibem o lançamento. Note que, na isenção/anistia, acaba se realizando o FG, fazendo-se surgir a OT, despontando-se o sujeito passivo, entretanto, não se vê constituído o crédito tributário pelo lançamento. a. Isenção Conceito: a isenção é o instituto jurídico – tributário que prevê uma exceção à regra da tributação. O legislador, por questões sociopolíticas, decide retirar do campo da incidência uma parcela de pessoas e bens que seriam atingidos pela tributação, se não fosse a intenção desonerativa ao legislador. Ex.: isenção de ICMS para medicamentos; isenção de IR para aqueles que detêm enfermidades graves, etc. CUIDA! Não confunda isenção com imunidade: esta consta da CF, enquanto a isenção está na lei. A imunidade é justificada por elevados valores, enquanto a isenção prende-se a valores de menor densidade axiológica. b. Anistia Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira Conceito: a anistia é o instituto desonerativo de multa, portanto visa retirar o rótulode “impontual” do infrator. Lembre-se de que anistia não é para tributo. Será impropriedade afirmar que “o IPTU foi anistiado”. (Art. 180 a 182, CTN) A lei de anistia só poderá conter vigência retrospectiva, alcançando situações que lhe são pretéritas. Assim, não pode haver uma lei de anistia para alcançar o futuro. Revisão (Quadro sinóptico): Isenção Anistia Dispensa: tributo Dispensa: multa Abrange fatos geradores posteriores à lei, sendo “para frente” (princípio da irretroatividade) Abrange fatos geradores anteriores à lei, ou seja, a lei de anistia alcança as situações pretéritas (é “para trás) Motivo: socioeconômico ou sociopolítico Motivo: retirar a situação de impontualidade do inadimplente da obrigação 3. Causas de Extinção do CT. I. Decadência e prescrição: é uma cobrança fora de hora; - Decadência: está prevista no artigo 173 do CTN, representa a perda do direito da Fazenda Pública Federal, Estadual ou Municipal, constituir, através do lançamento, o crédito tributário, em razão do decurso do prazo de 5 anos, contado: a. Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; b. Da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. A contagem do prazo decadencial não se interrompe nem se suspende. LANÇAMENTO fora de hora pelo FISCAL. - Prescrição: extingue o direito, pertencente ao credor, da ação de cobrança do crédito tributário, também pelo decurso do prazo de 5 anos, contado da data da sua constituição definitiva (art. 174 do CTN) – quem perde o prazo neste instituto é o PROCURADOR para que ingresse com a EXECUÇÃO FISCAL. A contagem desse prazo prescricional se interrompe: a. Se interrompe a partir de pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira b. pelo protesto judicial; c. por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; d. por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. CUIDA! A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais (artigo 125, inc. III do CTN). É importante lembrar que, enquanto a prescrição refere-se à perda da ação de cobrança do crédito lançado, a decadência é a perda do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário. O prazo de decadência começa a correr desde o momento em que o direito nasce; a prescrição, desde o momento em que o direito é violado, ameaçado ou desrespeitado (porque nesse momento é que nasce a ação, contra a qual a prescrição se dirige). II. Conversão do depósito em renda: o depósito ocorrido na órbita judicial, no âmbito de uma ação, poderá, ao termino da lide, ser convertido em renda do Fisco (“contribuinte perdendo”); III. Decisão administrativa irreformável: trata-se de uma decisão favorável ao contribuinte, e não contrária a ele. De fato, se a decisão ali for contrária ao contribuinte, este poderá leva-la para a órbita judicial. Veja que o Fisco, diante de uma decisão administrativa favorável ao contribuinte de cuja elaboração ele efetivamente participou, não poderá tentar rever o que ele próprio chancelou; IV. Decisão judicial transitada em julgado; nos tributos lançados por homologação (ICMS, IR, ISS, PIS, COFINS) não é o pagamento que extingue o CT, mas a homologação do procedimento, sob pena de se admitir, por absurdo, que o pagamento parcial promoveria a extinção do CT; V. Pagamento antecipado e a homologação; VI. Consignação em pagamento: quando queremos pagar e o fisco não quer receber; a consignação em pagamento, ao final dela, ou ação consignatória, pressupõe o Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira depósito initio litis, e isso equivale a dizer que, ao final, com o julgamento dela, haverá a apropriação desse depósito pelo Estado, extinguindo – se CT; VII. Remissão: deve ocorrer após o lançamento, pressupondo uma notificação/auto de infração. A remissão é um instituto jurídico que significa perdão, vale dizer, perdão do tributo/multa lançados. Ex.: João recebe notificação de IPTU. Sobrevém uma lei que afasta o tributo/multa. Ler o art. 172, CTN. CUIDA! Para ser isenção / anistia, o benefício teria que vir antes do lançamento. A remissão indica que o fisco, perdoando, irá remitir, sempre por meio de lei específica. VIII. Dação em pagamento: ato de dar algo em substituição do dinheiro. Tem que ser bens imóveis; significa o ato de dar em pagamento algo distinto da pecúnia. Se analisarmos bem, o próprio artigo 3° do CTN deixou um espaço para isso; IX. Transação (art. 171, CTN): ACORDO - concessões recíprocas pondo-se fim ao litígio, ou seja, o fisco cede, e o contribuinte também; X. Compensação: instituo que permite um encontro de contas, reunindo-se na mesma pessoa as condições de credor e devedor; XI. Pagamento: menos dos tributos lançados por homologação. Pagamento puro e simples; prazo de 30 dias, após a notificação, para pagar salvo disposição em contrário. Para fixar: Isenção Anistia Remissão Art. 176 a 179, CTN Art. 180 a 182, CTN Arts. 172 e 156, IV, CTN EXCLUI O CT EXCLUI O CT EXTINGUE O CT Lei específica (Art. 150, parágrafo 6°, CF) Lei específica Lei específica Tributos Penalidades (multas) Tributos e multas STF (vem antes do lançamento) STF (vem antes do lançamento) STF (vem após o lançamento) Lara Berton Pereira da Silva @_larabpereira Afeta a OT – PRINCIPAL, MAS NÃO A OT – ACESSÓRIA. (Art. 175, parágrafo único, CT) Afeta a OT – PRINCIPAL, MAS NÃO A OT – ACESSÓRIA. (Art. 175, parágrafo único, CTN) XXXXXXX Interpretação Literal Interpretação Literal XXXXXXXX
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