Buscar

3 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
São contratos com a Administração Pública em um dos polos. Podem ser regidos 
pelo direito público ou pelo direito privado. São modalidades de contratos 
celebrados pela Adm. Pública: 
 
CONTRATOS PRIVADOS 
 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
A Adm. Pública estabelece relações 
horizontais com o particular. Ex: O 
município loca um imóvel de um 
particular; tal locação será regida 
normalmente pela Lei 8.245/91. 
 
Estão previstos na Lei 8.666/93 e são 
estabelecidas relações verticais com 
o particular, regidas pelo direito 
público. A Adm. Pública possuirá 
garantias que, via de regra, não são 
devidas aos entes privados, o contrato 
possuirá cláusulas exorbitantes. 
 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Segundo Alexandre Mazza (2019, p. 636): 
No exercício da função administrativa, o Poder Público 
estabelece diversas relações jurídicas com particulares, 
além de criar vínculos especiais de colaboração 
intergovernamental. Sempre que tais conexões subjetivas 
tiverem natureza contratual e forem submetidas aos 
princípios e normas do Direito Administrativo, estaremos 
diante de contratos administrativos. 
 
- Uma das características do contrato administrativo é a verticalidade, existe 
uma relação jurídica desigual, de superioridade; 
- É possível que o contrato tenha que ser readaptado, por situações de interesse 
público (mutabilidade = a Adm. pode mudar os dispositivos contratuais); 
- “Administração tem o poder de instabilizar o vínculo contratual” (Celso Antônio 
Bandeira de Mello apud Alexandre Mazza, 2019). 
Principal legislação de referência: 
a) Lei 8.666/93 (contratos de obras pública, fornecimento de bens móveis, 
prestação de serviços, alienações); 
b) Lei n. 8.987/95 (concessões e permissões); 
c) Lei n. 11.079/2004 (parceria público-privada/PPP); 
d) Lei n. 11.107/2005 (consórcios públicos). 
 
Obs.: a competência para legislar sobre contratos administrativos é concorrente; 
União cria normas gerais, mas Estados, DF e Municípios pode ter seu próprio 
regramento, desde que não contrarie as normas gerais. 
- Como regra, os contratos administrativos terão a forma escrita (interesse 
público). Em casos raros poderá ser verbal, a Lei 8.666/93 admite para objetos 
de pequeno valor com pagamento adiantado (5% do valor do convite, hoje em 
R$8.800,00) – art. 60, parágrafo único; 
 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE: 
1) Concessão de serviço público: há a transferência da prestação de 
serviço público para uma empresa privada. 
- o concessionário assume a prestação de serviço público por sua conta 
e risco; 
- prazo determinado; 
- exige licitação na modalidade concorrência; 
- prevê a cobrança de tarifa; 
- admite arbitragem; 
- ex: empresas de transporte de passageiros. 
Para Mazza (2019, p. 651): 
(...) podemos conceituar concessão de serviço público 
como o contrato administrativo pelo qual o Estado (poder 
concedente) transfere à pessoa jurídica privada 
(concessionária) a prestação de serviço público, mediante 
o pagamento de tarifa diretamente do usuário ao prestador. 
 
2) Concessão de serviço público precedida de obra: Estado não possui 
recursos para realizar alguma obra, mas, por ser ela necessária, um 
particular constrói e depois levanta a verba investida explorando a obra. 
Para Mazza (2019, p.664): 
 
O art. 2º, III, da Lei n. 8.987/95 conceitua o contrato de 
concessão de serviço público precedida da execução de 
obra pública como “a construção, total ou parcial, 
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de 
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo 
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de 
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas 
que demonstre capacidade para a sua realização, por sua 
conta e risco, de forma que o investimento da 
concessionária seja remunerado e amortizado mediante 
a exploração do serviço ou da obra por prazo 
determinado”. 
 
3) Consórcio Público: contrato administrativo multilateral (não se reduz à 
forma clássica, com credor de um lado e devedor de outro) em que as 
partes possuem interesses em comum; é assinado apenas por entidades 
federativas. 
- Há uma personalização do contrato (cria-se um contrato e uma pessoa 
jurídica para administrar o contrato). 
 
4) Parceria Público-Privada (PPP): é uma modalidade de contrato 
administrativo com repartição objetiva dos riscos. O particular é o parceiro 
privado, enquanto o Estado é o parceiro público. Trata-se de uma 
concessão com características especiais. 
 
Para José dos Santos Carvalho Filho (apud MAZZA, 2019, p. 669): 
 
(...) acordo firmado entre a Administração Pública e pessoa 
do setor privado com o objetivo de implantação ou 
gestão de serviços públicos, com eventual execução de 
obras ou fornecimento de bens, mediante financiamento 
do contratado, contraprestação pecuniária do Poder 
Público e compartilhamento dos riscos e ganhos entre os 
pactuantes. 
 
 São características fundamentais das PPPs: 
a) Duração entre 5 e 35 anos; 
b) Objeto com valor superior a 10.000.000 (dez milhões) de reais; 
c) Exige licitação na modalidade concorrência; 
d) Há um compartilhamento de riscos; 
e) Cria-se uma sociedade com propósito específico, para gerir o contrato. 
Pode ser: 
 administrativa [a Adm. Pública é a principal usuária, é utilizada quando o 
serviço prestado pelo parceiro privado é uti universi, impedindo cobrança 
de tarifa do particular, segundo MAZZA (2019) – Ex: presídios 
administrados por entes privados]; 
 patrocinada [além da tarifa paga pelo usuário, a Adm. Pública completa 
com um patrocínio – Ex: construção de uma linha de metrô]. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Para Alexandre Mazza (2019, p. 642-644): 
a) submissão ao Direito Administrativo: ao contrário 
dos contratos privados, que são regidos pelo Direito Civil e 
pelo Empresarial, os contratos administrativos estão 
submetidos aos princípios e normas de Direito Público, 
especialmente do Direito Administrativo, sujeitando-se a 
regras jurídicas capazes de viabilizar a adequada defesa 
do interesse público. 
b) presença da Administração em pelo menos um 
dos polos: todo contrato administrativo pressupõe que a 
Administração Pública figure em, pelo menos, um dos 
polos relacionais. 
c) desigualdade entre as partes: no contrato 
administrativo, as partes envolvidas não estão em 
posição de igualdade. Isso porque o interesse público 
defendido pela Administração é juridicamente 
mais relevante do que o interesse privado do contratado. 
Caracterizam-se pela verticalidade. 
d) mutabilidade: diferentemente do que ocorre no 
direito privado, em que vigora o princípio 
segundo o qual os contratos devem ser cumpridos tal como 
escritos (pacta sunt servanda), no 
Direito Administrativo a legislação autoriza que a 
Administração Pública promova a modificação 
unilateral das cláusulas do contrato. Exceção: cláusulas 
que tratam da remuneração (só podem ser modificadas 
com a anuência do contratado. 
e) existência de cláusulas exorbitantes: as cláusulas 
exorbitantes são disposições contratuais 
que definem poderes especiais para a Administração 
dentro do contrato, projetando-a para uma 
posição de superioridade em relação ao contratado. São 
exemplos de cláusulas exorbitantes: 1) 
possibilidade de revogação unilateral do contrato por 
razões de interesse público; 2) alteração 
unilateral do objeto do contrato; 3) aplicação de 
sanções contratuais; 
f) formalismo: o contrato administrativo não tem forma 
livre, devendo observar o cumprimento 
de requisitos intrínsecos e extrínsecos. Em regra, os 
contratos administrativos devem ter a forma 
escrita. 
g) bilateralidade: o contrato administrativo prevê 
obrigações para as duas partes; 
h) comutatividade: normalmente existe uma 
equivalência entre as obrigações das partes contratantes; 
i) confiança recíproca: o contrato administrativo é 
personalíssimo, celebrado intuitu personae, isso porqueo 
preenchimento de determinadas exigências subjetivas e 
objetivas foi decisivo para determinar a escolha do 
contratado. Assim, a subcontratação total ou parcial não 
prevista no edital de licitação e no contrato, a decretação 
de falência ou insolvência civil do contratado, a 
dissolução da sociedade e o falecimento do contratado são 
causas que autorizam a rescisão contratual (art. 78 da Lei 
n. 8.666/93). 
 
 
Ainda sobre as chamadas “cláusulas exorbitantes”: Para Mazza (2016), elas 
ultrapassam a normalidade das cláusulas do contrato privado, estabelecendo 
poderes especiais para a Administração Pública; valem ainda que não estejam 
escritas, decorrem da lei e da supremacia do interesse público. Destacam-se as 
mais importantes previstas na Lei 8.666/93: 
a) poder de fiscalização 
b) aplicação de sanções administrativas quando o particular não cumpre o 
contrato; 
c) alteração quantitativa do objeto; 
d) rescisão unilateral do contrato; 
e) o particular se compromete a seguir cumprindo o contrato por 90 dias 
mesmo que a Adm. Pública pare de pagar. 
É preciso, também, destacar a necessidade de manutenção do “equilíbrio 
econômico-financeiro” quando o particular contrata com a Adm. Pública, voltado 
para a preservação da margem de lucro, do custo X benefício – a Adm. Pública 
é obrigada a aumentar o valor pago pelo contrato em algumas circunstâncias, 
conforme previsão legal: 
Art. 37, CR: XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de 
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, 
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. 
Art. 55 da Lei 8.666/93: São cláusulas necessárias em todo contrato as que 
estabeleçam: 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade 
do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data 
do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
Art. 65 da Lei 8.666/93: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, 
com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
II - por acordo das partes: 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa 
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem 
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, 
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de 
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica 
extraordinária e extracontratual. 
Alexandre Mazza (2016) conceitua: 
1) Fato do Príncipe: evento estatal de natureza geral e externo ao contrato. 
Ex: aumento de tributos. 
2) Fato da Administração: produzido pela Adm. contratante. Ex: aumento do 
objeto do contrato. 
3) Circunstâncias imprevistas: aplicação da “teoria da imprevisão” – quando 
surgem dificuldades de ordem material que encarecem um contrato. Ex: 
descoberta de um terreno rochoso que encarece a construção de uma 
obra. 
 
Referência: 
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 
2016. E-book.

Continue navegando