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DIREITO ADMINISTRATIVO COLEÇÃO ANALISTAS (TJRJ) ATUALIZADO EM AGOSTO DE 2020 Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 2 Direito Administrativo 1- Breves considerações sobre a prova ................................................................................................................ 3 2- Estado, governo e administração pública. Conceitos. ................................................................................. 4 3- Direito administrativo. Conceito. Objeto. Fontes. .......................................................................................... 6 4- Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. Extinção do ato administrativo. Cassação, anulação, revogação e convalidação. Decadência administrativa. ............. 8 5- Agentes públicos: Espécies e classificação; Cargo, emprego e função públicos .............................. 15 6- Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder ............................................................................................................................................................................. 18 7- Regime jurídico-administrativo. Conceito. Princípios expressos e implícitos da administração pública. ......................................................................................................................................................................... 20 8- Responsabilidade civil do Estado. Evolução histórica. Responsabilidade por ato comissivo do Estado. Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. Reparação do dano. Direito de regresso ........................................................................................................... 23 9- Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização ............................................................................................... 25 10- Organização administrativa: Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada. Entidades paraestatais e terceiro setor. Serviços sociais autônomos, entidades de apoio, organizações sociais, organizações da sociedade civil de interesse público. ........................................ 43 11- Controle da administração pública. Controle exercido pela administração pública. Controle judicial. Controle legislativo. Lei nº 8.429/1992 e suas alterações (improbidade administrativa). ..... 63 12- Processo administrativo .................................................................................................................................... 75 13- Lei nº 8.666/1993 e suas alterações ........................................................................................................... 109 Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 3 Breves considerações sobre a prova A disciplina de Direito Administrativo é reconhecida como uma matéria de maior aprofundamento quanto a pontos doutrinários. E, no caso do último concurso do TJ RJ, a realidade não foi diferente. Houve a cobrança de um raciocínio doutrinário em boa parte das questões, como você pode verificar na planilha sobre o perfil da prova, enviada conjuntamente com esse material de estudo. O material de estudos exposto neste PDF está totalmente voltado para o perfil da prova. Porém, para evitar surpresas com questões mais profundas e complexas, recomendo muito que o estudante também aprofunde seus estudos com uma boa doutrina nesta disciplina, principalmente em momento anterior à publicação do edital. Recomendo a leitura, ao menos uma vez, do Curso de Direito Administrativo, de Maria Sylvia Zanella di Pietro, talvez a maior referência atual nesta disciplina, apenas em relação aos tópicos exigidos no edital. E é extremamente recomendável fazer muitas questões da mesma banca nesta disciplina, para entender plenamente o que eles mais cobram dos candidatos e complementar seus estudos. Assim, com certeza você terá um maior embasamento para a prova em Direito Administrativo e terá ainda mais facilidade em compreender e memorizar plenamente o conteúdo deste resumo. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 4 Estado, governo e administração pública. Conceitos. Estado: Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, Estado é a pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano, sendo, tais elementos, inseparáveis e indispensáveis para compreender essa noção: o povo, em um dado território, organizado segundo sua livre e soberana vontade. Assim, o Estado se apresenta como um ente personalizado, tanto no âmbito interno, quanto em suas relações internacionais (nas relações com outros Estados soberanos), e, assim, como um sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. São entes federados, os Municípios, Distrito Federal, Estados Federados e a União, sendo pessoas jurídicas de direito público (art. 41, CC/02), detendo autonomia política (produzem leis), o que os diferencia, inclusive, das outras pessoas de direito público (Autarquias e Fundações). Os Estados podem se apresentar, quanto à divisão de poder, como estados unitários ou federados, sendo que, nos primeiros, há um único poder que se espraia por todo o território nacional, havendo uma centralização política (como no Uruguai), ao passo que, nos segundos, há descentralização política, com a divisão do poder entre vários entes, como no Brasil, em que todos os entes federados têm oportunidade de exercer parcela do poder. Governo: O Governo corresponde aos órgãos indicados pela constituição como resposáveis pelo exercício da função política dos entes federados, isto é, pelo comando, coordenação, direção e estabelecimento das diretrizes para o modo de atuação de tais entes. O sistema de governo pode ser presidencialista ou parlamentarista, conforme o menor ou maior grau de relação entre os Poderes Executivo e Legislativo. No primeiro, é o presidente quem acumula as funções de chefe de estado (responsável pela representação da República em nível nacional e internacional) e chefe de governo (responsável pela administração do país), ao passo que, no parlamentarismo, há divisão clara entre o chefe de estado (que pode ser um presidente ou um monarca) e chefe de governo, exercido por um Primeiro Ministro ou mesmo um Conselho de Ministros. No parlamentarismo, em regra, é o Presidente quem indica o Primeiro Ministro que, entretanto, apenas prosseguirá no exercício da função se dispuser de confiança do Parlamento, já que este poderá exonera-lo (manda-lo embora), sendo que o Presidente, se verificar que é o Parlamento que não goza mais da confiança do povo, poderá dissolvê-lo, convocando novas eleições parlamentares. Percebeu como, no parlamentarismo, há grande relação entre Executivo e Legislativo? Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 5 A forma de governo poderá ser republicana ou monarquista. Na republicana, podemos citar a existência de: eleições periódicas, mandatos temporários, representativade popular e responsabilidade do governante (dever de prestar contas). Na monarquia: hereditariedade na forma de adquirir o poder, vitaliciedade, ausência de representatividade popular e irresponsabilidade do governante. No Brasil, houve governo monarquista até 1891, ano em quefoi promulgada a primeira Constituição Republicana. Anote aí: o Brasil, portanto, é um estado federado, presidencialista e republicano. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 6 Direito administrativo. Conceito. Objeto. Fontes. Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, Direito Administrativo é "o conjunto de regras e princípios que, orientados pela finalidade geral de bem atender ao interesse público, disciplinam a estruturação e funcionamento das entidades e órgãos integrantes da administração pública, as relações entre esta e seus agentes, o exercício da função administrativa – especialmente quando afeta interesses dos administrados – e a gestão dos bens públicos". Para os mesmos autores, os objetos do Direito Administrativo são: “a) as relações internas à administração pública – entre os órgãos e entidades administrativas, uns com os outros, e entre a administração e seus agentes, estatutários e celetistas; b) as relações entre a administração e os administrados, regidas predominantemente pelo direito público ou pelo direito privado; e c) as atividades de administração pública em sentido material exercidas por particulares sob regime predominante de direito público, tais como a prestação de serviços públicos mediante contratos de concessão ou de permissão”. Note, portanto, que a doutrina publicista está superada, na medida em que se passou a compreender que o Direito Administrativo não se preocupa apenas com a regulamentação da prestação do serviço público, mas de todas aquelas em que esteja presente o dever de tutelar o interesse público. Ainda, não apenas na órbita do Poder Executivo que tais objetos são identificados, já que, conquanto seja neste poder que se concentrem as execuções de políticas públicas e o dever geral de administração, há, nos demais poderes, a necessidade de, de igual modo, desenvolver tais políticas e mesmo exercer poder de gestão e administração. Basta pensar na figura de um presidente de um Tribunal de Justiça, responsável por publicar o edital de um certamente público para selecionar os melhores candidatos ao cargo de Analista Judiciário, em nítido exercício de uma função administrativa. É de se dizer: seja de modo típico ou atípico, todos os poderes exercem o dever de administração da coisa pública, direta ou indideramente, o que, inevitavelmente, atraíra a aplicação do Direito Administrativo. Já as fontes do Direito Administrativo dividem-se em: - Primárias: são aquelas que impõem o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado: Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 7 a) Leis, em sentido amplo. b) Súmulas Vinculantes (veja o art. 103-A da Constituição Federal). - Secundárias: estas não obrigam o administrador e nem os administrados ao seu cumprimento, mas servem como de apoio para a elaboração e aplicação de leis e atos administrativos: a) Doutrina b) Jurisprudência c) Costumes Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 8 Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies. Extinção do ato administrativo. Cassação, anulação, revogação e convalidação. Decadência administrativa. Conceito do ato administrativo O ato administrativo pode ser conceituado como toda manifestação de vontade da Administração Pública, sob o regime de direito público, ordenada para a produção de efeitos jurídicos de interesse público. Na clássica definição de. Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é: toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Muito embora não haja previsão em lei ou consenso entre os doutrinadores sobre o conceito de ato administrativo, é importante saber que qualquer definição abrangerá sempre 3 pressupostos: 1- Manifestação do Estado ou quem lhe esteja representando; 2- Incidência das regras de direito público. 3- Produção de efeitos jurídicos visando ao interesse público. Requisitos ou elementos de validade e eficácia ato administrativo Todo ato administrativo para ser válido e eficaz deve obedecer a cinco requisitos: competência, finalidade, forma, objeto e motivo. Para decorar os requisitos lembre-se da frase: Como Ficar Feliz? Ouvindo Música ou da outra frase: Como Ficar Fortão? Óbvio: Musculação! As iniciais de referidas frases são as mesmas dos requisitos do ato administrativo: C ompetência, F inalidade, F orma, O bjeto e M otivo Atenção! Fique atento que as bancas costumam confundir Objeto, um dos requisitos do ato administrativo, com Objetivo, pela proximidade entre a grafia e sonoridade das palavras. Não caia nesta pegadinha! Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 9 1- Competência: Para que o ato seja válido é necessário que seja proferido por alguém autorizado por lei a praticar tal conduta. A competência administrativa tem como características: a) Natureza de ordem pública, pois sua atribuição é feita somente por lei. b) Intransferível pela vontade dos interessados. No entanto, em caso de avocação ou delegação prevista em lei, a competência para determinado ato pode ser transferida temporariamente. c) Irrenunciável, porque a competência deriva do cargo e não da pessoa. e) Incaducável ou imprescritível, posto que a competência não se extingue pela falta de uso ou pelo decurso do tempo, somente por determinação legal. 2- Finalidade: Todo ato administrativo sempre deve visar ao interesse público. Se o agente praticar algum ato visando a interesse próprio ou alheio ao interesse público, o ato será nulo por desvio de finalidade, o que, inclusive, caracteriza o abuso de poder. 3- Forma: É o modo e procedimentos previstos em lei que são necessários para a exteriorização dos atos administrativos. Em regra todo ato administrativo deverá ser por escrito. Somente se admitirá atos não escritos em casos de urgência e transitoriedade da manifestação. Ex: O assobio do guarda de trânsito para desviar os carros de um acidente na rodovia. 4- Objeto: É o conteúdo do ato a fim de criar, modificar ou comprovar situações jurídicas, as quais sempre deverão ser lícitas e moralmente aceitas. 5- Motivo: É a situação fática ou o fundamento jurídico que autoriza a realização do ato administrativo. Ex: Ultrapassar o sinal vermelho é o motivo de uma multa de trânsito. Atributos ou características do ato administrativo: 1- Presunção de Legitimidade: Todo ato administrativo presume-se legal e verdadeiro até que alguém prove o contrário. Há a inversão do ônus da prova. 2- Autoexecutoriedade: Ao ato administrativo assim que emanado pode ser executado imediatamente pela Administração, independentemente de ordem judicial. Exceto as desapropriações e multas. 3- Imperatividade: O ato administrativo proferido em conformidade com a lei obriga todos aqueles que se encontrarem em seu círculo de incidência. Não pode o administrado se opor ao cumprimento. Para decorar os atributos ou características lembre-se da palavra: P A I P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade e I mperatividade. Atenção! Maria Silvia Di Pietro, renomada autora desta disciplina do Direito, afirma existir um quarto atributo: tipicidade. E algumas bancas costumam exigir esse conhecimento Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 10 A tipicidade trata-se de uma consequência direta do princípio da legalidade. Maria Silvia Di Pietro define a tipicidade daseguinte forma: “Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. E podemos destacar que tal característica se trata de uma garantia para que a Administração não aja de forma arbitrária. Para decorar os atributos ou características, com a inclusão da tipicidade, lembre-se da palavra: P A T I P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade, T ipicidade e I mperatividade. Classificação: A doutrina, em regra, classifica os atos administrativos em 05 grandes grupos: 1- Quanto aos seus destinatários: a) Atos gerais ou regulamentares ou normativos: São comandos abstratos expedidos sem um destinatário determinado, alcançando a todos que se encontrem em uma determinada situação. Não podem ser impugnados enquanto seus efeitos não atingirem um caso em concreto. Exemplo: editais de concursos e instruções normativas. b) Atos individuais: São aqueles com um destinatário previamente determinado. Exemplo: Demissão e nomeação. 2- Quanto ao alcance de seus efeitos: a) Atos internos: São aqueles que produzem efeitos somente dentro da Administração Pública, vinculando órgãos e agentes públicos. Não precisam ser publicados na imprensa oficial porque não atingirão terceiros. Exemplo: Portaria. b) Atos externos: Atingem a todos: órgãos, agentes públicos e particulares. Precisam ser publicados na imprensa oficial para que todos saibam o teor do ato. Exemplo: Decreto. 3- Quanto ao seu objeto: a) Atos de império: A Administração utiliza-se de sua supremacia para impor o seu cumprimento obrigatório ao administrado. Exemplo: Multa e interdição de estabelecimento. b) Atos de gestão: A Administração põe-se em posição de igualdade com o administrado. Não há o poder de coerção. Exemplo: Contrato de locação de imóveis. c) Atos de expediente: São atos proferidos na rotina administrativa, sem poder decisório, para andamento de processos administrativos. Exemplo: Juntada de documentos. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 11 4- Quanto à liberdade de atuação ou regramento: a) Atos vinculados: A sua elaboração fica vinculada ao que a lei estabelece. Caso cumpridos os requisitos legais, o ato deve ser expedido. Não há margem alguma de liberdade para o administrador. Exemplo: Licença para prática de determinada atividade, quando cumpridos os requisitos legais. b) Atos discricionários: São aqueles praticados conforme a conveniência e oportunidade do administrador quanto ao objeto e o motivo do ato. Os outros requisitos: competência, finalidade e forma não comportam liberdade na escolha, serão sempre vinculados ao que a lei determinar. Exemplo: Autorização. É importante ressaltar que atos discricionários não se confundem com atos arbitrários. Os atos discricionários são praticados dentro dos limites que a lei estabelece, já os arbitrários são praticados sem qualquer respaldo em lei. Atenção! A diferença entre atos vinculados e discricionários, bem como os seus exemplos costumam cair com frequência nos concursos. 5- Quanto à formação do ato: a) Atos simples: São aqueles derivados de um único órgão, seja singular ou colegiado. Não importa o número de pessoas envolvidas, mas sim que a vontade seja manifestada de forma única. Exemplo: Multa lavrada pelo Policial de Trânsito ou decisão de um conselho disciplinar. b) Atos compostos: De acordo com a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades para praticar um ato só, no ato composto, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório; este último pode ser pressuposto ou complementar daquele. Exemplo: a nomeação do Procurador-Geral da República depende da prévia aprovação pelo Senado (art. 128, § 1o, da Constituição); a nomeação é o ato principal, sendo a aprovação prévia o ato acessório, pressuposto do principal... (Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo (p. 282). Atlas. Edição do Kindle.) c) Atos complexos: Surgem da conjugação da vontade de órgãos administrativos diferentes. São vontades autônomas que juntas formam um ato único. Exemplo: Decreto que é assinado pelo Chefe do Executivo e referendado por Ministro de Estado; Espécies de atos administrativos: Segundo Hely Lopes Meirelles, podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos: Atos normativos: possuem comando geral do Executivo com vistas ao cumprimento regular de uma lei. Podem ser exteriorizados de forma geral e abstrata (decreto que regulamenta uma Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 12 determinada lei, por exemplo), ou individual e concreta (decreto de nomeação de um servidor em decorrência de aprovação em concurso público). São exemplos o regulamento, decreto, regimento, resolução e etc. Atos ordinatórios: tem a finalidade de disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta de seus agentes no exercício de suas funções. Tem origem no poder hierárquico, ou seja, podem ser expedidos por chefes de serviços aos servidores subordinados, em hierarquia inferior. Logo, não obrigam aos particulares. São exemplos: instruções, avisos, portarias, ordens de serviço e memorandos. Atos negociais: possuem uma manifestação de vontade da Administração, com a finalidade de concretizar negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público. São exemplos as licenças, autorizações e permissões. Atos enunciativos: Nestas atos a Administração Pública certifica ou a atesta a ocorrência um fato (são exemplos certidões e atestados), ou emite uma opinião sobre determinado assunto (é exemplo o parecer), e tais atos fazem parte de registros, processos e arquivos públicos, e por essa razão ficam vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos punitivos: são sanções impostas pela legislação e aplicadas pela Administração Pública, para punição de infrações administrativas e condutas irregulares de servidores ou de particulares em face da Administração. São exemplos a multa administrativa, interdição administrativa, destruição de coisas e todas penalidades previstas em lei para punição administrativa de servidores. Vale a pena ficar atento(a) aos seguintes conceitos: Vinculação e Discricionaridade a) Atos vinculados: A sua elaboração fica vinculada ao que a lei estabelece. Caso cumpridos os requisitos legais, o ato deve ser expedido. Não há margem alguma de liberdade para o administrador no caso de atos administrativo vinculados. Exemplo: Licença para prática de determinada atividade, quando cumpridos os requisitos legais. b) Atos discricionários: São aqueles praticados conforme a conveniência e oportunidade do administrador quanto ao objeto e o motivo do ato. Os outros requisitos: competência, finalidade e forma não comportam liberdade na escolha, serão sempre vinculados ao que a lei determinar. Exemplo: Autorização. É importante ressaltar que atos discricionários não se confundem com atos arbitrários. Os atos discricionários são praticados dentro dos limites que a lei estabelece, já os arbitrários são praticados sem qualquer respaldo em lei. Atenção! A diferença entre atos vinculados e discricionários costuma cair com frequência nos concursos. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 13 Extinção dos atos administrativos José dos Santos Carvalho Filho ensina que existem 5 formas de extinção dos atos administrativos: 1- Extinção natural: É aquela que decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato.Exemplo: Autorização para a realização de uma festa em espaço público. A autorização será extinta assim que a festa acabar. 2- Extinção subjetiva: Ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato. A palavra "subjetiva" refere-se sempre ao "sujeito" (à pessoa). 3- Extinção objetiva: O objeto do ato administrativo desaparece. Ex: Um estabelecimento que está interditado, desmorona. A palavra "objetiva" refere-se ao "objeto" (à coisa). 4- Caducidade: O ato administrativo perde seus efeitos em virtude de uma lei ou ato posterior que não mais permite a sua prática. 5 - Desfazimento volitivo: Enquanto as outras formas de extinções dos atos administrativos ocorrem independentemente de manifestação, o desfazimento volitivo ocorre por força de vontade. O termo "voltivo" significa "algo que provém da vontade". Pode ser dividido em: a) Invalidação ou Anulação: É a extinção do ato que é ilegal, operando efeitos retroativos (ex tunc). Pode ser decretado tanto pelo administrador como pelo Poder Judiciário. b) Revogação: É a extinção que pode ser realizada apenas pela Administração, de um ato que tenha se tornado inconveniente ou inoportuno. Seus efeitos permanecem válidos até o momento da revogação, ou seja, não retroagem (ex nunc). c) Cassação: Trata-se de uma sanção aplicada àquele que se beneficiava com determinado ato, mas deixou de cumprir as condições que permitiam o benefício. d) Sanatória ou Convalidação: É o aproveitamento de atos administrativos com vícios sanáveis, com o fim de aproveitá-los no todo ou em parte. O ato que o convalida tem efeitos ex tunc, ou seja, seus efeitos retroagem até o momento em que o ato originário foi praticado. Poderíamos, ainda, mencionar a decadência administrativa, como sendo a perda da possibilidade de a Administração Pública extinguir um ato administrativo em razão da passagem do tempo, especialmente quando o ato gere uma situação benéfica ao administrado. Neste sentido, relembre a súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. E o artigo 54, da Lei do Processo Administrativo Federal: Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 14 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 15 Agentes públicos: Espécies e classificação; Cargo, emprego e função públicos Agentes públicos: espécies e classificação Agente público pode ser definido como qualquer pessoa física incumbida, de forma definitiva ou transitória, pelo exercício de alguma função estatal. Sua classificação não é ponto pacífico na doutrina de Direito Administrativo, assim iremos apontar as principais espécies cobradas em concursos públicos: a) Agentes políticos: São aqueles investidos em cargos, funções ou mandatos para o exercício de funções expressamente previstas na Constituição Federal. Exemplos: Magistrados, Senadores, Vereadores. b) Agentes Particulares Colaboradores: São particulares que executam determinadas funções tidas como públicas sem remuneração do Estado: Exemplos: Jurados, Mesários e Titulares de Notas e Registros. c) Servidores Públicos: São pessoas que possuem um vínculo permanente com o Estado, e dele recebem habitualmente remuneração correspondente ao seu trabalho. Agentes públicos: Cargo, emprego e função pública Na definição legal dada pela Lei nº 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor: Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Hely Lopes Meirelles define cargo público como: “o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipendia correspondente para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei.”. Os cargos podem ser organizados por: a) Classe: É o conjunto de cargos da mesma natureza com idênticas atribuições, responsabilidades e remuneração. b) Carreira: É a organização dos cargos conforme as hierarquias fixadas em lei. Os cargos classificam-se em: a) Cargos Vitalícios: São previstos na Constituição Federal para que os seus ocupantes possam atuar com independência. Seus titulares não podem perder o cargo através de processo administrativo. É necessário, neste caso, que a extinção do vínculo ocorra por meio de processo judicial. Exemplos: Magistrados e membros do Ministério Público. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 16 Art. 95 da Constituição Federal: Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; §5º do art. 128 da Constituição Federal: § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) Cargos Efetivos: São aqueles ocupados por servidores que foram aprovados, exclusivamente por meio de concurso público de provas e títulos. Se o cargo não for vitalício ou em comissão será necessariamente efetivo. Após 3 anos de permanência no cargo efetivo, o servidor adquire estabilidade no cargo se for considerado apto na avaliação especial de desempenho. Com a estabilidade, o servidor somente perderá o cargo nos casos previstos no artigo 41, §1º da Constituição Federal, ou seja, através de: I - sentença em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa ou III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. c) Cargos em Comissão: São cargos de ocupação transitória e somente podem ser destinados as funções de chefia, direção e assessoramento. Seus titulares não adquirem estabilidade e sua nomeação dispensa a aprovação prévia em concurso público, bem como para que ocorra a sua exoneração não é necessária qualquer formalidade, ficando a critério exclusivo da autoridade que o nomeou. Por essa razão, são considerados como cargos de livre nomeação e exoneração (Art. 37, II, CF). Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ... II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso públicode provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 17 Emprego público: É o exercício das funções públicas firmadas através de um contrato de trabalho derivado do regime celetista (regido pela CLT). Veja a redação da súmula nº 390 sobre o tema: 390 - Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista. Inaplicável. I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº 22 da SDI-2 - Inserida em 20.09.00) II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-Oj nº 229 - Inserida em 20.06.2001) Função pública: é a atribuição ou conjunto de atribuições que são desempenhadas no exercício da atividade administrativa. Atenção! Os servidores podem estabilizar-se nos cargos, mas não nas funções. Atenção! Todo o cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. Para evitar a repetição da referida lei, colocamos os temas: Provimento, Vacância, Efetividade, estabilidade e vitaliciedade, Remuneração, Direitos e deveres, Responsabilidade e Processo administrativo disciplinar no estudo da Legislação Especial do TJRJ, que está disponível neste curso. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 18 Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder Entre os poderes que são inerentes à Administração Pública na condução de suas atividades em busca do interesse público, Hely Lopes Meirelles destaca: Atenção! Este tema é extremamente cobrado em concursos. É preciso saber o que cada poder administrativo representa e diferenciá-los uns dos outros 1- Poder hierárquico: É o poder que a Administração dispõe para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os seus servidores. 2- Poder Disciplinar: É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais cometidas por servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração Pública. 3- Poder Regulamentar (também conhecido como Poder Normativo): É a faculdade que os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) dispõem para complementar ou explicar a lei com o fim de garantir a sua fiel execução. 4- Poder de Polícia: É a faculdade que a Administração possui para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Veja a definição legal contida no Código Tributário Nacional (texto original, sem modificações): Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Uso e abuso de poder: Os poderes administrativos são atribuições especiais conferidas aos agentes públicos, com a finalidade de imposição de cumprimento das obrigações necessárias à defesa e manutenção do interesse público. Poder-dever de agir: O agente público tem o dever de praticar os atos que são de sua competência, sob pena de responsabilização nas esferas administrativa, civil e penal, conforme o caso. Sobre o tema Hely Lopes Meirelles ensina que: “Se para o particular o poder de agir é uma Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 19 faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade” . Por isso mesmo não se fala apenas em poder de agir, mas sim poder-dever de agir em defesa do interesse público. A ação do agente público deve sempre estar fundamentado em lei, pois se agir fora de sua competência ficará configurado o excesso ou abuso de poder. O abuso de poder é um desvio na conduta do agente público, uma inobservência de seu poder- dever de agir de acordo com a lei, com vistas ao alcance do interesse público. Existem 3 formas de manifestação do abuso de poder: 1) Excesso de poder: ocorre caso o agente público competente age além do permitido na legislação, ou seja, atua ultra legem. 2) Desvio de finalidade ou desvio de poder: neste caso o ato é praticado por motivos ou finalidade diversa daquela prevista na lei (atuação contra legem). O poder é atributo do cargo ou função, e não um privilégio concedido pessoalmente ao agente. 3) Omissão: é a hipótese de inércia da Administração em praticar ato que seja de competência, sem justificativa, em inquívoca violação ao seu dever de ação. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 20 Regime jurídico-administrativo. Conceito. Princípios expressos e implícitos da administração pública. Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que “a expressão regime jurídico administrativo é reservada tão-somente para abranger o conjunto de traços, de conotações que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Basicamente pode-se dizer que o regime administrativo resume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições” Marçal Justen Filho tem a seguinte definição: “o regime jurídico de direito público consiste no conjunto de normas jurídicas que disciplinam o desempenho de atividades e de organizações de interesse coletivo, vinculadas direta ou indiretamente à realização dos direitos fundamentais, caracterizado pela ausência de disponibilidade e pela vinculação à satisfação de determinados fins” Decorre do ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello que o regime de direito público resulta da caracterização normativa de determinados interesses como pertinentes à sociedade e não aos particulares considerados em sua individuada singularidade. Juridicamente esta caracterização consiste, no Direito Administrativo, segundo nosso modo de ver, na atribuição de uma disciplina normativa peculiar que, fundamentalmente se delineia em função da consagração de dois princípios: a) supremacia do interesse público sobre o privado; b) indisponibilidade, pela Administração, dos interesses públicos. Se quiser aprofundar esta leitura, indicamos o artigo publicado em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/o-regime-juridico-administrativo/ Do qual nos valemos para este tópico. Quanto aos princípios administrativos, o caput do artigo 37 da Constituição Federal dispõe expressamente acerca dos princípios que a Administração Pública deve seguir na condução de suas atividades. São eles: 1- Princípio da Legalidade:Toda atividade administrativa deve ser autorizada por lei. De acordo com Hely Lopes Meirelles, enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o que a lei não veda o administrador público só pode atuar naquilo a lei autoriza. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 21 2- Princípio da Impessoalidade: Também conhecido como Princípio da Finalidade, fixa que o administrador deve sempre agir em busca do interesse público e não em favor de interesses próprios ou de terceiros. 3- Princípio da Moralidade: Não basta a conduta administrativa obedecer à lei, deve também respeitar os padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. 4- Princípio da Publicidade: Todos os atos administrativos, ressalvados algumas exceções em razão da segurança da sociedade e do Estado, devem receber a mais ampla divulgação possível entre os administrados. Trata-se de um verdadeiro requisito de eficácia dos atos administrativos contra terceiros. 5- Princípio da Eficiência: Toda atividade administrativa deve ser prestada com perfeição e rapidez. Deve-se procurar produzir mais e em menos tempo. Sobre o tema, dispõe o artigo 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. Nota: Uma maneira fácil de lembrar dos princípios administrativos que estão expressos na Constituição Federal, que são extremamente cobrados em concurso, é lembrar da palavra LIMPE: L egalidade, I mpessoalidade, M oralidade, P ublicidade e E ficiência Há também os princípios que não estão expressos na Constituição, mas sim no artigo 2º da Lei nº 9.784/99, a qual regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal: Art. 2º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Atenção: É muito importante o candidato saber quais são os princípios que a Administração deve seguir, tanto os previstos na Constituição Federal como na Lei nº 9.784/99, além de princípio implícitos e muito difundidos na doutrina, a seguir elencados: - Princípio da isonomia (ou igualdade) - impede a adoção de privilégios de tratamento entre os cidadãos. - Princípio da supremacia do interesse público - o interesse da coletividade deve prevalecer em relação aos interesses individuais (privados) em caso de conflitos entre esses. - Princípio da presunção de legitimidade (ou de presunção de veracidade) - presumem- se legais e verdadeiros os atos administrativos praticados por agentes públicos. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 22 - Princípio da autoexecutoriedade - permissão à Administração Pública para realizar suas pretensões jurídicas e administrativas no plano material, sem a necessidade de pedir a chancela do Poder Judiciário. - Princípio da autotutela - é permitida à Administração Pública a revogação ou anulação de seus atos. Súmula nº 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. - Princípio da hierarquia - há uma estrutura entre os órgãos públicos, de maneira que permite a existência de subordinação ou corrdenação entre eles. Esse princípio é a origem do poder disciplinar, entre outros poderes. - Princípio da indisponibilidade do interesse público - Os entes que compõem a Administração Pública não podem dispor dos interesses públicos, eles têm a obrigação de agir para realizá-los e protegê-los. - Princípio da razoabilidade - exige-se que os atos administrativos não respeitem apenas à legislação, mas também que todas decisões sejam tomadas com a utilização de critérios racionais, adequados e proporcionais aos fatos e interesses envolvidos. - Princípio da motivação - obrigação dos agentes públicos de demonstração dos fundamentos fáticos e de direito de suas decisões, com a finalidade de possibilitar o controle dos atos administrativos. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 23 Responsabilidade civil do Estado. Evolução histórica. Responsabilidade por ato comissivo do Estado. Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. Reparação do dano. Direito de regresso Um dos pressupostos para a responsabilidade civil é o dano, sem este não há responsabilidade. O dano pode ser material, moral e/ou estético, e será reparado através de uma indenização, fixada com a consideração do fato, suas consequências, as condições pessoais das partes, como também deverá ser levada em consideração os aspectos compensatórios e pedagógicos da medida. Atualmente no Brasil a responsabilidade civil do Estado está prevista no art. 37, §6º, da Constituição Federal: § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Ação Regressiva: Ação proposta pelo Estado em face do agente causador do dano, em caso de dolo ou culpa deste (responsabilidade subjetiva do agente). O direito de regresso existe a partir do pagamento da indenização, e estas ações de ressarcimento ao erário são imprescritíveis. Histórico: Em linhas gerais, podemos definir a evolução histórica da responsabilidade do Estado em: a) Período da irresponsabilidade do Estado: da era monárquica, a irresponsabilidade do Estado decorria do fato de este se confundir com a figura do próprio rei, de tal modo que se estabelecia a premissa de que o rei ou seus agentes não poderiam cometer erros e, por conta disso, estariam fora do âmbito de serem responsabilizados por suas condutas. Esta fase é bem identificada na célebre frase: The king can do no wrong (O rei não erra). b) Responsabilidade com culpa Civil do Estado: Nesta fase, influenciada pelo espírito iluminista, o Estado passa a ser equiparado ao indivíduo, de modo que, agora, pode cometer erros e, portanto, ser responsabilizado por tal fato. Assim, caberia ao prejudicado demonstrar a culpa “lato sensu" (culpa ou dolo) na vontade do agente estatal para que o Estado fosse responsabilizado. c) Teoria da culpa administrativa: É ônus da pessoa lesada comprovar que o dano suportado foi consequência da falta do serviço ou seu mau funcionamento, com a ocorrência de culpa do Estado (negligência, imperícia ou imprudência). Exemplo: Acidente envolvendo veículos automotores em uma via mal sinalizada, que ocsaionou a colisão entre os veículos. Não confunda: na teoria anterior era necessário adentrar o âmbito subjetivo da conduta, isto é, verificar se o agente atuou de maneira descuidada (culpa) ou mesmo intencional (dolo), ao passo Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 24 que nesta teoria, não se investiga o modo como agiu o agente, mas apenas a irregularidade ou insuficiência do serviço. d) Teoria objetiva do risco administrativo: Por ser o Estado mais poderoso em relação ao particular, cabe a ele assumir os riscos que suas atividades gerem aos administrados. Assim, basta ao interessado comprovar que o seu prejuízo(dano) teve relação (nexo causal) com a atuação estatal (fato). Não énecessário provar a existência de culpa. Exemplo: Tiro de policial que mata um inocente em ação policial. e) Teoria da objetiva do risco integral: É admitido em casos excepcionais no direito brasileiro, como em danos causados por atividade nucleares. A Administração fica responsável em reparar o dano independentemente de culpa ou de nexo causal. Neste caso apenas é necessária a prova do dano. Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado Se a atuação ou omissão estatal não for a causa do dano a responsabilidade do Estado será excluída. Já, se atuação ou omissão estatal não for a única causadora do dano a responsabilidade do Estado será atenuada. Maria Sylvia Zanella Di Pietro classifica como causas excludentes da responsabilidade: a) Força maior: É um acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das partes, como uma tempestade, um terremoto, um raio. Não há responsabilidade do Estado porque não há nexo de causalidade entre o dano e o comportamento estatal. b) Culpa da vítima: Neste caso a culpa pelo dano deve ser exclusivamente da vítima, se a culpa foi concorrente com a atuação ou omissão estatal a responsabilidade do Estado será atenuada. c) Culpa de terceiros: Também não há que se falar em responsabilidade do Estado se foi a conduta de terceiros que ocasionou o dano. Como causa atenuante de responsabilidade podemos apontar a culpa concorrente da vítima: Se a culpa pelo dano não foi exclusiva do Estado, ou seja, se a vítima agiu de forma conjunta para que ocorresse o dano, a responsabilidade estatal será atenuada. Neste sentido dispõe o artigo 945 do Código Civil: Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano Atenção! Este tema sobre a responsabilidade do Estado é muito cobrado em concursos públicos. Para aprofundar-se neste tema, recomendo a leitura do seguinte artigo: https://www.conjur.com.br/2013-abr-17/toda-prova-responsabilidade-estado-stf-stj Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 25 Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão, permissão, autorização Serviços Públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; Cada doutrinador dá o seu próprio conceito a serviço público. Destacaremos aqui as definições dos autores que mais caem nas provas. Para Hely Lopes Meirelles: “Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado” . José dos Santos Carvalho Filho define serviço público como “toda atividade prestada pelo Estado ou seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidade essenciais e secundárias da coletividade”. Os serviços públicos, segundo a doutrina de Hely Lopes Meirelles podem ser divididos em: Serviços Públicos: são aqueles prestados diretamente pela Administração à comunidade, por reconhecer sua essencialidade e necessidade para a sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Tais serviços são considerados privativos do Poder Público, ou seja, somente a Administração deve prestá-los, sem delegação a terceiros. Exemplos: defesa nacional, segurança pública, preservação da saúde pública. Serviços de Utilidade Pública: são aqueles serviços em que a Administração, reconhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para os membros da coletividade, presta diretamente ou por meio de terceiros (concessionários, permissionários ou autorizatários), nas condições regulamentadas e sob seu controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. Exemplos: serviços de transporte coletivo, energia elétrica, gás, telefone. Serviços Próprios do Estado: são os serviços que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (Exemplos: segurança, polícia, higiene e saúde pública e etc.) e para a execução dos quais a Administração usa da sua supremacia sobre os administrados. Por esta razão, não podem ser delegados a particulares. Tais serviços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração. Serviços impróprios do Estado: são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros, e, por isso, a Administração os presta por meio de remuneração, por seus órgãos ou entidades descentralizadas (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas), ou delega sua prestação a terceiros. Serviços Administrativos: são os que a administração executa para atender as suas necessidades internas. Exemplo: Imprensa Oficial. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 26 Serviços Industriais: - são os que produzem renda para quem os presta. Esta remuneração é denominada de tarifa ou preço público e é sempre um serviço impróprio do Estado. Exemplos: Concessionárias de água, luz e telefone. Serviços Gerais ou “uti universi”: são aqueles que a Administração presta sem ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo. Exemplos: polícia, iluminação pública, calçamento. Exatamente por isso normalmente estes serviços devem ser mantidos por imposto, e não por taxa ou tarifa, que se tratam de remuneração mensuráveis e proporcionais ao uso individual do serviço prestado. Serviços Individuais ou “uti singuli”: são os que têm usuários determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário. Exemplo: o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares. São sempre serviços de utilização individual, facultativa e passível de medição, e devem ser remunerados mediante taxa (tributo) ou tarifa (preço público), e não por imposto. A regulamentação e controle caberão sempre ao Poder Público que tiver a competência para prestar o serviço público, independentemente de ser delegável a terceiros ou não. O controle poderá, ainda, ser interno, quando voltado para os órgãos da própria Administração incumbida do serviço, ou externo, quando a fiscalização é direcionada a terceiros colaboradores. Serviços Públicos: Forma, meios e requisitos A prestação dos serviços públicos pode ocorrer das seguintes formas: Serviço centralizado: trata-se da execução dos serviços de forma direta pelo Próprio Estado, em seu nome, por meio de seus órgãos e sob sua exclusiva responsabilidade. Serviço descentralizado: ocorre com a transferência da execução das atividades próprias do Estado para entidades criadas com esta finalidade, que compõem a Administração Indireta. Exemplo: Criação de autarquia para o fornecimento de água. Atenção! As atividades executadas pela Administração Indireta (Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Pública) ocorrem por meio de descentralização. Serviço concentrado: ocorre com a prática pelo próprio Estado das atividades administrativas, sem divisões internas em repartições ou departamentos. Trata-se de situação excepcional, pois pressupõe a ausência completa de distribuição de tarefas. Serviço desconcentrado: é aquele executado pela Administração de forma centralizada, porém dividida entre vários órgãos da mesma entidade. Exemplo: É de competência do Município a educação infantil, que presta tal serviço à população por meio de seus órgãos (no presente exemplo, por meio da Secretaria Municipal da Educação e suas escolas). Atenção! Os órgãos são repartições internas do Estado e não possuem personalidade jurídica. Quando eles atuam, agem em nome do próprio Estado. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com- IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 27 Atenção! Fique atento(a) às diferenças conceituais entre desconcentração e descentralização administrativa, pois o tema é recorrente em provas de concursos: A descentralização consiste no deslocamento pela Administração Direta, com a distribuição, ou tranferência da prestação de serviços para entes da Administração Indireta (Autarquias, Fundações, Sociedades de Economia mista e etc.) ou para particulares. Nesta situação não há subordinação destes à Administração Direta, pois não existe hierarquia, porém há fiscalização e controle destes serviços descentralizados. A desconcentração trata-se da distribuição dos serviços públicos dentro da mesma pessoa jurídica componente da Administração Pública, por meio de uma transferência com hierarquia, dividida entre seus órgãos. Modernamente, são apontados 5 requisitos (ou princípios) para a prestação dos serviços públicos: Continuidade: Não pode haver interrupções repentinas nos serviços públicos, que possam gerar prejuízos aos usuários. Generalidade: O serviço deve ser prestado da forma mais ampla possível, sem qualquer discriminação (tratamento diferenciado sem justificativa jurídica) aos beneficiários. Eficiência: Deve-se garantir que a prestação do serviço seja sempre realizada da forma mais proveitosa e com o menor custo possível. Modicidade: Os preços dos serviços públicos devem ser razoáveis para que possam ser adquiridos por todos. Cortesia: Deve sempre haver um bom tratamento entre os prestadores e usuários do serviços. Serviços Públicos: Delegação: concessão, permissão, autorização A delegação é transferência pela Administração à terceiros para a prestação de serviços públicos, sob seu próprio nome e sob sua responsabilidade, mediante contrato (concessão) ou ato unilateral (permissão ou autorização), para a a execução de determinado serviço público. As condições contratuais são previamente determinadas pelo delegante (Administração Pública). O regime de concessão comum, conforme destaca José dos Santos Carvalho Filho, pode ser dividido em: Concessão de serviço público simples: É o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública transfere à pessoa jurídica ou a consórcio de empresas a execução de certa atividade de interesse coletivo, remunerada através do sistema de tarifas pagas pelos usuários. Há uma tríplice participação de sujeitos: concedente, concessionário e o usuário. Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: Também é um contrato administrativo, porém neste caso o Poder Público ajusta com a pessoa jurídica ou consórcio de empresas a execução de determinada obra pública, por sua conta e risco, delegando ao construtor, após a conclusão da obra, sua exploração por determinado prazo. Há dois objetos contratuais: um para a construção e outro para a concessão do serviço. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 28 Há também concessões especiais, conhecidas como Parceiras Público-Privadas, nas quais existem o compartilhamento da responsabilidade entre o poder concedente e concessionário. Tais modalidades foram criadas pela Lei nº 11.079/2004 (veja esta lei para aprofundamento nos seus estudos, caso seja o perfil da prova), e dividem-se em: Concessão patrocinada: É a concessão de serviços públicos ou de obras pública que envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Neste caso, portanto, o concessionário recebe remuneração de duas fontes: do Poder Público e dos usuários. Concessão administrativa: Trata-se do contrato de prestação de serviços em que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Neste caso não há pagamento de tarifas pelos usuários, o pagamento da obra ou serviço é feito exclusivamente pelo poder concedente. Quanto à a autorização e permissão, Hely Lopes Meirelles as conceitua da seguinte forma: Autorização: É o ato administrativo discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível a realização de certa atividade, serviço ou a utilização de determinado bem de interesse exclusivo ou predominante do particular. Exemplo: porte de arma, trânsito em determinados lugares. Não há qualquer direito subjetivo à obtenção ou à continuidade da autorização, que pode ser cassada ou negada sem que seja devida qualquer espécie de indenização. Permissão: É o ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado. Para aprimoramento deste tema, recomendo a leitura da Lei nº 8.987/95 e 11.079/04, que seguem abaixo para facilitar a compreensão: Lei nº 8.987/1995 - Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Capítulo I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1o As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos. Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações necessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas modalidades dos seus serviços. Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão; Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 29 II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado; IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Art. 3o As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários. Art. 4o A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação. Art. 5o O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação, ato justificando a conveniência da outorga de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, área e prazo. Capítulo II DO SERVIÇO ADEQUADO Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. § 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condiçõesde regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. § 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. § 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. Capítulo III DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários: I - receber serviço adequado; II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos; Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 30 III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado; V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço; VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços. Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. (Incluído pela Lei nº 9.791, de 1999) Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.791, de 1999) Capítulo IV DA POLÍTICA TARIFÁRIA Art. 8o (VETADO) Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 1o A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 2o Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3o Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. § 4o Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico- financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração. § 5º A concessionária deverá divulgar em seu sítio eletrônico, de forma clara e de fácil compreensão pelos usuários, tabela com o valor das tarifas praticadas e a evolução das revisões ou reajustes realizados nos últimos cinco anos.(Incluído pela Lei nº 13.673, de 2018) Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 31 Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Art. 12. (VETADO) Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários. Capítulo V DA LICITAÇÃO Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório. Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 1o A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando previamente estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avaliação econômico- financeira. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 2o Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas técnicas. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 3o O poder concedente recusará propostas manifestamente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 4o Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no ato a que se refere o art. 5o desta Lei. Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 32 Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes. § 1o Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder público controlador da referida entidade. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 9.648, de 1998) § 2o Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário diferenciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre todos os concorrentes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente: I - o objeto, metas e prazo daconcessão; II - a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço; III - os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e assinatura do contrato; IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados, os dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas; V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal; VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados; VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em relação a alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para garantir a continuidade da prestação do serviço; VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa; IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados no julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta; X - a indicação dos bens reversíveis; XI - as características dos bens reversíveis e as condições em que estes serão postos à disposição, nos casos em que houver sido extinta a concessão anterior; XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de servidão administrativa; XIII - as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em que for permitida a participação de empresas em consórcio; XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis; XV - nos casos de concessão de serviços públicos precedida da execução de obra pública, os dados relativos à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que permitam sua plena caracterização, bem assim as garantias exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor da obra; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 33 XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser firmado. Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado vencedor; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas: I - comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio; III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada; IV - impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente. § 1o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo. § 2o A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas. Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato. Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor da licitação ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados no edital. Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões. Capítulo VI DO CONTRATO DE CONCESSÃO Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão; Lucas Nascimento de Souza - lucasmatrix1@hotmail.com - IP: 179.100.41.196 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO (TJ RJ) 34 II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço; III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qualidade do serviço; IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas; V - aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e conseqüente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações; VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço; VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la; VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação; IX - aos casos de extinção da concessão; X - aos bens reversíveis; XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações devidas à concessionária, quando for o caso; XII - às condições para prorrogação do contrato; XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da concessionária ao poder concedente; XIV - à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas da concessionária; e XV - ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais. Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente: I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vinculadas à concessão; e II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão. Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Art. 24. (VETADO) Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade. § 1o Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados. § 2o Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que se refere o parágrafo
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