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AULA 05

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Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 155 
Algumas questões de concursos têm exigido o item 10 da NBC TG 26 (CPC 
26) que versa sobre o “conjunto completo das demonstrações contábeis”.
A seguir transcrevemos referido item: 
Conjunto completo de demonstrações contábeis 
10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
(a) balanço patrimonial ao final do período; 
(b) demonstração do resultado do período; 
(ba) demonstração do resultado abrangente do período; 
(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
(d) demonstração dos fluxos de caixa do período; 
(da) demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 
09 – Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por 
algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente; 
(e) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis 
significativas e outras informações elucidativas; 
(ea) informações comparativas com o período anterior, conforme 
especificado nos itens 38 e 38A; 
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, 
comparativamente apresentado, quando a entidade aplica uma política 
contábil retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de 
itens das demonstrações contábeis, ou quando procede à reclassificação de 
itens de suas demonstrações contábeis de acordo com os itens 40A a 40D. 
Perceba que a NBC TG 26 (CPC 26) exige, além daquelas previstas na 
Lei 6.404/76, a Demonstração do Resultado Abrangente. 
Pessoal, a seguir transcrevo algumas disposições importantes previstas na 
Lei nº 6.404/76, exigidas literalmente em provas de concursos, com alguns 
comentários. É fundamental vocês saberem o teor desses dispositivos! 
Art. 176, § 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a 
indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício 
anterior. 
A ideia aqui é a comparabilidade das informações (demonstrações 
comparativas). Assim, ao publicar o balanço do ano X2 a companhia deve 
apresentar os valores do balanço do ano X1. 
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser
agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 155 
indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do 
respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações 
genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes". 
Atenção para o limite = 0,1, ou seja 10%. 
Exemplo de contas semelhantes: Financiamentos e Empréstimos 
Exemplo de pequenos saldos agregados: Disponibilidades (agregando-se 
as contas Caixa e Bancos, observando-se o limite de 10% do ativo 
circulante). 
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua 
aprovação pela assembleia-geral. 
Observe que quem decide sobre a destinação dos lucros é a Assembleia 
Geral Ordinária (AGO). Como ela ocorre após a elaboração das 
demonstrações, estas devem registrar a destinação dos lucros de acordo 
com a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua 
aprovação pela AGO. 
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e
outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para 
esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. 
Exemplo de demonstrações complementares: Balanço Social, Balanço 
Ambiental, sobretudo nos setores em que os fatores ambientais e sociais 
sejam significativos e quando os empregados são considerados um 
importante grupo de usuários. “Os relatórios e demonstrações 
apresentados fora das demonstrações contábeis estão fora do âmbito das 
normas emitidas pelo CFC”. (item 14 da NBC TG 26) 
1. (ESAF/AFRFB/2012) O conjunto completo das demonstrações contábeis
exigidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade inclui 
a) o relatório do Conselho de Administração e as Notas Explicativas, 
compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas. 
b) o resumo das políticas Contábeis e o Valor Adicionado obrigatoriamente 
a todos os tipos de entidade. 
c) a Demonstração do Valor Adicionado, se entidade prestadora de serviços,
e de Resultado Abrangente, se instituição financeira. 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 155 
d) as Demonstrações dos Fluxos de Caixa e das Mutações do Patrimônio
Líquido do período. 
e) a Demonstração da Conta Lucros / Prejuízos Acumulados e o Relatório
de Impacto Ambiental. 
Trata-se de exigência do item 10 da NBC TG 26 o qual transcrevemos 
acima. Para massificar, sugiro a releitura. 
Vale destacar que a opção "b" está errada, especialmente, porque afirma 
que a DVA é obrigatória para todas as empresas. O trecho "o resumo das 
políticas Contábeis" também não está completo. O mais correto seria se o 
item tratasse de: "notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis 
significativas e outras informações elucidativas".". 
Gabarito: D 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 155 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes
grupos: 
I – passivo circulante; 
II – passivo não circulante; e 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver
direito de compensar serão classificados separadamente. 
Em que pese a Lei não normatizar expressamente, no passivo as contas 
serão dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade dos 
elementos nela registrados. Portanto, as obrigações vincendas até o 
término do exercício seguinte serão classificadas no Passivo Circulante. As 
obrigações vincendas após o término do exercício seguinte serão 
classificadas no Passivo Não Circulante. 
Grau de Liquidez e Grau de Exigibilidade 
O “Grau de Liquidez” está associado ao prazo no qual os bens e direitos 
podem ser transformados em dinheiro. Sendo assim, quanto menor o 
prazo, maior a liquidez e vice-versa. 
O “Grau de Exigibilidade”, assim como o de Liquidez, está associado ao 
prazo no qual as obrigações devem ser pagas. Portanto, quanto menor o 
prazo maior o grau de exigibilidade e vice-versa. 
Pessoal, agora chegou a hora de “destrinchar” cada grupo acima visto. 
Abordaremos de forma bem objetiva tudo aquilo que você precisa saber 
sobre cada grupo. 
ATIVO 
Já sabemos que ativo é um recurso controlado pela entidade como 
resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros 
benefícios econômicos para a entidade. Estudamos, ainda, que o direito 
de propriedade não é essencial à existência do ativo! 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 155 
As disponibilidades representam basicamente os bens numerários: caixa 
e equivalentes de caixa 3 , bancos, aplicações financeiras de liquidez 
imediata, numerários em trânsito, entre outras contas. 
Os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente, por 
sua vez, representam os créditos da empresa com terceiros (direitos 
realizáveis pessoais) e os bens da empresa (direitos realizáveis reais). 
Exemplos: 
Direitos realizáveis pessoais  Duplicatas a Receber, Tributos a Recuperar 
Direitos realizáveis Reais  Estoques 
Por fim, as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte 
compreendem as despesas do exercício seguinte pagas no exercício atual, 
também denominadas de despesas antecipadas. 
Exemplos: 
- Contratação de um seguro com cobertura no exercício seguinte (Prêmios 
de Seguros a Vencer). 
- Encargos Financeiros Antecipados. 
Na empresa em que o ciclo operacional 4 tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação 
no circulante terá por base o prazo desse ciclo (art. 
179, parágrafo único). 
Ativo Não Circulante - Realizável a Longo Prazo (ARLP) 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis 
após o término do exercício seguinte, assim como os derivados 
de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades 
3 Os equivalentes de caixa são aplicações ou investimentos a curto prazo, de alta liquidez, que 
sejam prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um 
risco insignificante de alterações de valor. 
4 O ciclo operacional é o intervalo de tempo em que uma entidade adquire matéria-prima (no caso 
de indústria) ou mercadorias (no caso de empresa comercial) efetua a produção (indústria), vende 
e recebe o valor correspondente à venda. 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 155 
Na companhia em que o ciclo operacional tiver duração maior que o 
exercício social, a classificação no Realizável a Longo Prazo terá por base o 
prazo desse ciclo (art. 179, parágrafo único). 
Sendo assim, se o ciclo operacional de determinada empresa for de 18 
meses, por exemplo, todos os bens e direitos que estiverem dentro do 
prazo de 18 meses serão classificados no AC. Os demais que excederem 
esse prazo serão classificados no ARLP. Vale lembrar que os empréstimos 
a controladas, coligadas, diretores, acionistas e participantes no lucro, 
independente do prazo, serão classificados no ARLP. 
Por fim, vale destacar que no ARLP, com exceção das disponibilidades, 
poderão figurar todas as demais contas representativas das aplicações de 
recursos em bens e direitos, inclusive das despesas pagas antecipadamente 
que constarem do Ativo Circulante, desde que tenham o prazo de realização 
superior a 12 meses ou superior à duração do ciclo operacional. Assim, 
teremos a conta “Estoques – LP”, “Clientes – LP”, etc. 
Ativo Não Circulante - Investimentos 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
III - em investimentos: as participações permanentes em 
outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não 
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à 
manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
Como exemplo de contas classificáveis nesse subgrupo temos: 
- Participações em Outras Empresas; 
- Ações de empresas Coligadas; 
- Ações de empresas Controladas; 
- Terrenos para Utilização Futura (terrenos não utilizados); 
- Imóvel para Aluguel*. 
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* Os imóveis para aluguel podem ser classificados tanto no
imobilizado como em investimentos, a depender da finalidade 
desse aluguel. Será classificado no imobilizado quando o aluguel estiver 
relacionado às atividades fins da empresa (veja exemplo de questão exigida 
nesse sentido abaixo). Caso o aluguel não esteja relacionado com as 
atividades da empresa classificamos como investimentos (propriedade para 
investimento). 
2. (FCC/ISS-Recife/2014) Uma entidade adquiriu 10 apartamentos, em um
prédio ao lado de sua fábrica, por R$ 500.000,00 cada. Esses apartamentos 
são alugados para funcionários da entidade que são originalmente, de fora 
do estado. No balanço Patrimonial dessa entidade , os apartamentos devem 
ser evidenciados no subgrupo. 
a) Ativo circulante
b) ativo realizável a longo prazo
c) investimentos
d) Imobilizado;
e) Patrimônio líquido
Nesse caso, como o aluguel é para funcionários que trabalham na empresa, 
devem ser classificados como ativo imobilizado. Veja que os funcionários 
são de fora do Estado e, portanto, trata-se de uma política da empresa 
necessária para o desenrolar das suas atividades, ou seja, os apartamentos 
são bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia 
ou exercidos com essa finalidade. Logo, devem ser classificados no 
imobilizado e não em investimentos. Gabarito: D 
Tratamos desse assunto em uma dica no âmbito do Projeto 200 dicas da 
receita federal. 
Acesse nosso canal do Youtube (Contabilizando) e confira essa dica na 
playlist “Dicas Receita Federal”! 
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As principais características inerentes aos arrendamentos financeiros são: 
 Há transferência da propriedade ao final do contrato; 
 O valor residual é mais baixo que o valor justo; 
 O período do arrendamento compreende a maior parte da vida útil do 
ativo; 
 O valor presente dos pagamentos totaliza substancialmente todo o valor 
justo do ativo; 
 O ativo arrendado, por ser de alta especialização, apenas o arrendatário 
pode usá-lo sem grandes modificações. 
A importância de diferenciarmos os dois tipos de arrendamento é a 
seguinte: 
O bem objeto de arrendamento financeiro deve ser reconhecido no 
balanço patrimonial do arrendatário como ativo. 
O bem objeto de arrendamento operacional NÃO DEVE ser 
reconhecido. 
Vejamos como se dá a contabilização dos arrendamentos, de acordo com o 
seu tipo. Cabe destacar que esse assunto (contabilização de 
arrendamentos) sai do escopo introdutório da Contabilidade. Trata-se de 
um assunto de Contabilidade Avançada. Para você ter uma ideia, no nosso 
curso “Detonando os CPCs” temos praticamente uma aula inteira para 
tratar sobre o CPC 06 que aborda diversos detalhes sobre os 
arrendamentos mercantis. Logo, não “se atucane” (como diz o gaúcho rsrs) 
se não entender perfeitamente esses tópicos de contabilização dos 
arrendamentos, pois na sequência do seu estudo você vai ter um 
“reencontro” com esses tópicos, beleza? 
Aliás, no nosso blog disponibilizamos os principais tópicos do CPC 06. Caso 
queira se aprofundar um pouco ou ver a sistemática das aulas do nosso 
curso, acesse no link abaixo: 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 155 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/cpc-06-arrendamento-
mercantil-esquematizado/ 
Arrendamento Financeiro 
A empresa “Tchê Bagual” realizou um arrendamento mercantil de um 
veículo, no valor justo de R$ 30.000,00, o qual será pago em 5 prestações 
anuais de R$ 7.000,00, sem valor residual. 
D – Veículos (ativo) ... 30.000 
D – Juros a Transcorrer/a vencer (redutora de passivo) ... 5.000* 
C – Arrendamento Mercantil a Pagar (passivo) ... 35.000 (7.000 x 5) 
* Essa conta registra a diferença entre o valor justo (ou valor presente) do bem e o valor
a ser pago (valor futuro). 
Anualmente, reconhece-se a despesa financeira e a despesa de 
depreciação. 
D - Despesa financeira ... 1.000 
C - Juros a Transcorrer/a vencer (redutora de passivo) ... 1.000 
D - Depreciação ... 6.000 (30.000 / 5) 
C - Depreciação acumulada ... 6.000 
Arrendamento Operacional 
A empresa “Tchê Bagual” realizou um arrendamento operacional de um 
veículo pelo prazo de 3 anos, pagando o valor de R$ 1.000,00 mensais. 
D – Despesa de Arrendamento (resultado) 
C – Caixa/Bancos (ativo) ............................. 1.000 
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Ativo Não Circulante - Intangível 
De acordo com o art. 179 da Lei 6.404/76, 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens
incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio 
adquirido. 
O CPC 04 (item 8) define Ativo Intangível como sendo um Ativo não 
monetário 5 identificável sem substância física. Perceba que o 
Intangível abrange as contas representativas dos recursos aplicados em 
bens imateriais (incorpóreos). 
Entre as contas que são classificadas nesse subgrupo destacam-se: 
- Direitos Autorais; 
- Marcas e patentes; 
- Fundo de Comércio (Goodwill); 
- Sistemas Aplicativos (Software). 
Por fim, vale destacar que, conforme exigência prevista no CPC 04, um 
ativo somente poderá ser enquadrado na definição de Intangível quando 
cumulativamente: 
 seja identificável; 
 seja controlável; e 
 seja gerador de benefícios futuros. 
Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um 
ativo intangível, quando: 
a) for separável, ou seja, puder ser separadoda entidade e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com 
5 De acordo com o CPC 04, "Ativo monetário é aquele representado por dinheiro ou por direitos a serem 
recebidos em uma quantia fixa ou determinável de dinheiro". A definição de ativo não monetário, por sua vez, 
é residual, englobando os bens e direitos não enquadrados na definição de ativo monetário. Exemplo: 
equipamentos, veículos, etc. 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 155 
um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de 
uso pela entidade; OU (os requisitos não são cumulativos!) 
b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais,
independentemente de tais direitos serem transferíveis ou separáveis da 
entidade ou de outros direitos e obrigações. 
O CPC 04 destaca que caso um item não atenda à definição de ativo 
intangível, o gasto incorrido na sua aquisição ou geração interna deve ser 
reconhecido como despesa quando incorrido. 
A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para 
diferenciá-lo do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura 
gerado internamente (goodwill). 
Não confunda o Goodwill gerado internamente com o goodwill adquirido 
(abaixo explicado). 
Goodwill gerado internamente  não reconhecemos como ativo e sim como 
despesa. 
Goodwill adquirido = ativo intangível. 
E o que seria esse tal de Goodwill (adquirido)? 
Trata-se da diferença a maior entre o valor pago na aquisição de um 
empreendimento (patrimônio) e o valor de mercado (valor justo) 
dos ativos líquidos desse empreendimento. Vamos a um exemplo: 
A destemida empresa “Tchê Bagual” objetivando ampliar suas operações 
resolve adquirir a microempresa “Guanxuma Verde”, avaliada pelo valor de 
mercado em R$ 150.000,00. Porém, os administradores da “Tchê Bagual”, 
após sólida análise de mercado e tendo em vista outros interessados no 
negócio, resolvem comprar a promissora “Guanxuma Verde” pelo valor de 
R$ 200.000,00. Nesse caso, temos um goodwill de R$ 50.000,00. 
Se você não entendeu algo acima estudado sobre o ativo intangível ou 
quiser se aprofundar no assunto, leia a aula gratuita que disponibilizamos 
no blog do Estratégia no âmbito do nosso projeto “Detonando os CPCs”. 
Acesse o arquivo no link abaixo: 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 155 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/cpc-04-ativo-intangivel-
esquematizado/ 
3. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2009) São características
necessárias para a identificação de um ativo Intangível 
a) apresentar a possibilidade concreta de reconhecimento futuro e ser
indivisível. 
b) permitir a utilização de base confiável de controle, mesmo que a
mensuração de seu custo não possa ser feita em bases fidedignas, e ter 
indivisibilidade patrimonial. 
c) ser identificável, controlado e gerar benefícios econômicos futuros.
d) ter indivisibilidade patrimonial e financeira e utilização econômica
limitada. 
e) ter indivisibilidade patrimonial e não resultar de direitos contratuais.
Conforme acabamos de estudar, um ativo somente poderá ser enquadrado 
na definição de Intangível quando cumulativamente: 
 seja identificável; 
 seja controlável; e 
 seja gerador de benefícios futuros. 
Gabarito: C 
Passivo Circulante 
Nesse grupo, são classificadas as contas representativas das obrigações 
cujos vencimentos ocorram durante o exercício seguinte (art. 180, Lei 
6.404/76). 
Entre as contas que são classificadas nesse grupo destacam-se: 
- Fornecedores (duplicatas a pagar); 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 155 
 - Impostos a Recolher (geralmente as contas vêm discriminadas, por 
exemplo, “ICMS a Recolher”) 
- Salários a Pagar; 
- Dividendos a pagar. 
Passivo Não Circulante 
Nesse subgrupo podem aparecer as mesmas contas representativas de 
obrigações classificadas no Passivo Circulante, porém vencíveis após o 
término do exercício social seguinte. Cabe destacar que no Passivo Não 
Circulante são classificadas as Receitas Diferidas (receitas recebidas 
antecipadamente, por exemplo, aluguéis antecipados). 
As receitas diferidas vieram substituir o grupo resultado de exercícios 
futuros a partir da edição da Lei nº 11.941/2009. 
Patrimônio Líquido 
Nesse grupo estão incluídas as contas representativas aos capitais próprios 
da entidade. São recursos advindos dos proprietários (titular, sócios, 
acionistas) ou decorrentes da gestão do patrimônio (lucros/prejuízos 
apurados). 
De acordo com o art. 178 da Lei 6.404/76, 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a 
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da 
companhia. 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
São classificadas no PL as seguintes contas: 
- Capital Social; 
- Reservas de Capital; 
- Ajustes de Avaliação Patrimonial; 
- Ações em Tesouraria; 
- Reservas de Lucros; 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 155 
- Prejuízos Acumulados. 
O Manual FIPECAFI destaca que além dos itens previstos na Lei nº 
6.404/76, o grupo Patrimônio Líquido pode apresentar outras contas para 
melhor evidenciar a situação patrimonial da companhia, bem como para 
atender a outras normatizações que estabeleçam a necessidade da 
divulgação. São exemplos de outras contas que podem ser encontradas no 
Patrimônio Líquido: Opções Outorgadas Reconhecidas, Gastos na Emissão 
de Ações, Ajustes Acumulados de Conversão, assim como contas extintas, 
mas possuidoras de saldos remanescentes (Reservas de Reavaliação e 
Reservas de Capital: Prêmio na Emissão de Debêntures e Doações e 
Subvenções para Investimentos). 
Capital Social 
Segundo o art. 182, da Lei 6.404/76, a conta do capital social discriminará 
o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
O montante subscrito dá origem à conta capital social integralizado e a 
parcela ainda não realizada comporá a conta capital social a integralizar (a 
realizar/a subscrever), redutora da conta capital social integralizado. 
4. (CESPE/Analista Contábil/MEC/2014) Se uma sociedade anônima tem o
capital subscrito representado pelas contas capital autorizado e capital a 
subscrever, então, quando ocorrer uma subscrição de ações, essa 
sociedade anônima deverá fazer um lançamento contábil a crédito da conta 
capital a subscrever, classificada no patrimônio líquido. 
A conta capital a subscrever é redutora da conta capital subscrito (possui 
natureza devedora). Portanto, quando ocorrer uma subscrição de ações, 
deveremos creditá-la. 
Gabarito: Certo 
O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em 
qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro (art. 7º da 
Lei nº 6.404/76). 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 155 
Cabe destacar que, nos termos do art. 80 da Lei 6.404/76, a constituição 
da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos 
preliminares: 
(i) Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que 
se divide o capital social fixado no estatuto; 
(ii) Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço 
de emissão das ações subscritas em dinheiro; 
(iii) Depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento 
bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do 
capital realizado em dinheiro. 
Outro ponto importante que devemos saber é que o gasto na emissão de 
ações não é tratado como despesa do período, mas como redução do 
capital social. 
Reservas de Capital 
As Reservas de Capital são valores recebidos pela empresa de sócios ou 
terceiros que não transitam pelo resultado do exercício. São 
contabilizadas diretamente no PL, ficando acumuladas para utilização 
posterior. 
São classificadas comoreservas de capital as contas que registrarem (art. 
182, Lei nº 6.404/76): 
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e
a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar 
a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos 
de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; 
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; 
O item “a” acima descrito corresponde à “Reserva para ágio na emissão 
de ações”. 
O ágio na emissão de ações corresponde ao valor da contribuição do 
subscritor que ultrapassar o valor nominal das ações. Vejamos um 
exemplo: 
Prof. Gilmar Possati www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 155 
A empresa “Tchê Bagual S.A” (o negócio evoluiu!) possui um capital social 
de R$ 1.000.000,00, composta por 100.000 ações a R$ 10,00 cada. Como 
o negócio está “loco de especial”, os gestores resolvem expandir as
operações da empresa. Para tanto, emitem mais 10.000 ações pelo valor 
de R$ 12,00 cada (R$ 10,00 referente ao valor nominal + R$ 2,00 de ágio). 
Como a empresa está “mais conhecida que parteira em campanha”, as 
ações esgotam de imediato e, portanto, o valor de R$ 120.000,00 entra no 
caixa da empresa. Sendo assim, o registro contábil dessa operação fica: 
D – Caixa ...................................................................... 120.000,00 
C – Capital Social ............................................................ 100.000,00 
C – Reserva de Capital – Ágio na emissão de ações ............... 20.000,00 
As partes beneficiárias são valores mobiliários (títulos negociáveis) 
emitidos por sociedades anônimas de capital fechado sem valor nominal, 
com a finalidade de captar recursos por um prazo máximo de 10 anos. 
Esses títulos dão ao seu titular o direito de participação no máximo em 10% 
dos lucros da empresa emissora. 
Os bônus de subscrição, por sua vez, são valores mobiliários emitidos no 
limite do capital social autorizado6 no estatuto por sociedades anônimas 
que conferem aos seus titulares o direito de preferência na subscrição das 
ações da empresa, dentro de um prazo preestabelecido e por um preço 
prefixado. 
Tanto as partes beneficiárias como os bônus de subscrição possuem 
tratamento contábil similar. 
Se a parte beneficiária/bônus de subscrição for alienada(o) por um 
determinado valor, far-se-á o seguinte registro contábil: 
D – Banco 
C – Reserva de Capital de Alienação de Partes Beneficiárias/Bônus de 
Subscrição 
Caso o título seja concedido sem valor (aplicável, especialmente, ao caso 
da parte beneficiária), a informação sobre sua existência deve ser incluída 
em notas explicativas. 
6 Se não fosse respeitado esse limite, haveria a possibilidade de o adquirente do bônus se ver impedido de 
exercer seu direito de subscrever as ações (artigos 75 e 168 da Lei 6.404). 
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Quando abordamos o conceito de reservas de capital vimos que elas ficarão 
acumuladas no PL para utilização posterior. Pois bem... como poderão ser 
utilizadas essas reservas? 
A resposta está no art. 200 da Lei 6.404/76, senão vejamos: 
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas 
para: 
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros 
acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único); 
II - resgate, reembolso ou compra de ações; 
III - resgate de partes beneficiárias; 
IV - incorporação ao capital social; 
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando 
essa vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º). 
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de 
partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses 
títulos. 
Para finalizar as reservas de capital, vale destacar a seguinte alteração na 
Lei nº 6.404/76: 
As doações e subvenções para investimento e os prêmios na 
emissão de debêntures não são mais classificados como reservas 
de capital. Atualmente, devemos registrar como receita do 
exercício. 
Segundo o CPC 07 – Subvenção e Assistência Governamentais, “uma
subvenção governamental deve ser reconhecida como receita ao 
longo do período confrontada com as despesas que pretende compensar, 
em base sistemática, desde que atendidas às condições deste 
Pronunciamento. A subvenção governamental não pode ser creditada 
diretamente no patrimônio líquido”. 
5. (FCC/Analista Judiciário/Contadoria/2010) Deixou de ser uma reserva de
capital a partir da vigência da Lei nº 11.638/2007 a Reserva 
a) de Alienação de Bônus de Subscrição.
b) de Prêmio na Emissão de Debêntures.
c) para Contingências.
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d) para pagamento de Dividendo Obrigatório.
e) de Ágio na Emissão de Ações.
Conforme estudamos, as doações e subvenções para investimento e 
os prêmios na emissão de debêntures não são mais classificados 
como reservas de capital. Atualmente, devemos registrar como 
receita do exercício. 
Gabarito: B 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Segundo o art. 182, §3º da Lei 6.404/76, serão classificadas como ajustes 
de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do 
exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de 
aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo 
e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. 
Os ajustes de avaliação patrimonial têm como contrapartida o ajuste de 
instrumentos financeiros disponíveis para venda e os valores de mercado 
dos Ativos e Passivos nas reorganizações societárias (incorporação, fusão 
e Cisão). 
Em regra, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para 
o resultado do exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo
realizados. 
6. (FUNDATEC/Auditor do Estado/CAGE-RS/Reaplicação/2014) De acordo
com a Lei nº 6.404/76, com redação dada pela Lei nº 11.638/07, a conta 
ajustes de avaliação patrimonial pertence ao patrimônio líquido e recebe as 
contrapartidas de 
a) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do Ativo
Permanente, em decorrência da sua avaliação pela equivalência 
patrimonial. 
b) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do Ativo e do
Passivo, em decorrência da sua avaliação pelo valor de mercado. 
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c) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do
passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. 
d) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do passivo
circulante, em decorrência da precificação dos derivativos a valor de 
mercado. 
e) aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos das dívidas
em moeda estrangeira, em decorrência da variação cambial conjuntural. 
Para fixar! Segundo o art. 182, §3º da Lei 6.404/76, serão classificadas 
como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no 
resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as 
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a 
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação 
a valor justo. 
Gabarito: C 
Ações em Tesouraria 
Trata-se de uma conta do PL utilizada quando a empresa adquire as suas 
próprias ações, com o objetivo de elevar o preço delas e realizar no futuro 
uma nova venda, de forma a obter lucro na transação. Também tem o 
objetivo de concentrar as ações, quando estas estão muito pulverizadas 
nas mãos de um grande número de acionistas. 
Cabe destacar que na aquisição de ações em tesouraria a empresa não 
pode adquirir ações não integralizadas, o que resultaria em diminuição 
do capital social. 
Nos termos do art. 182, §5º, da Lei nº 6.404/76, as ações em tesouraria 
deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio 
líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 
Trata-se, portanto, de uma conta redutora do PL. 
Destaca-se, ainda, que o limite do saldo da conta ações em tesouraria é o 
saldode lucros acumulados e reservas, exceto a reserva legal. 
Por fim, devemos saber que a alienação de ações em tesouraria pode gerar 
lucro ou prejuízo para a empresa, não representando receitas ou despesas. 
No caso de lucro a empresa deverá creditá-lo em reservas de capital 
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(semelhante ao que ocorre com o ágio na emissão de ações). Se houver 
prejuízo, deverá debitá-lo em reservas de capitais. 
Reservas de Lucros 
As reservas de lucros são extraídas do lucro líquido do exercício. 
Possuem o objetivo de preservar o patrimônio líquido. Segundo a Lei 
nº 6.404/76 (art. 182, §4º), serão classificadas como reservas de lucros as 
contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. 
As reservas de lucros previstas na Lei nº 6.404/76 são as seguintes: 
- Reserva Legal; 
- Reservas Estatutárias; 
- Reservas para Contingências; 
- Reserva de Incentivos Fiscais; 
- Reserva de Retenção de Lucros (de Lucros para Expansão); 
- Reserva de Lucros a Realizar; 
- Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído; 
- Reserva Específica de Prêmio de Debêntures. 
Antes de estudarmos cada uma, devemos saber os limites. Segundo a Lei 
nº 6.404/76, 
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para 
contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não 
poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a 
assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na 
integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição 
de dividendos. 
A Lei nº 12.973/2014 (art. 31, §4º) incluiu entre as reservas acima a 
reserva específica de prêmio de debêntures (ou seja, não será computada 
para fins do cálculo do limite das reservas de lucros). 
Portanto, temos: 
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Como a questão informa que havia um saldo de reserva legal no valor de 
140.000,00, o máximo que podemos constituir será 10.000,00, para não 
ultrapassar o limite de 20% do capital social. 
Gabarito: E 
Reserva Estatutária 
Segundo a Lei nº 6.404/76, 
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma: 
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; 
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros 
líquidos que serão destinados à sua constituição; e 
III - estabeleça o limite máximo da reserva. 
As Reservas Estatutárias não podem restringir o pagamento do dividendo 
obrigatório, nos termos do art. 198 da Lei 6.404/76. 
Reserva para Contingências 
Segundo a Lei nº 6.404/76, 
Art. 195. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da 
administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva 
com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do 
lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser 
estimado. 
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a causa
da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que a 
recomendem, a constituição da reserva. 
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de existir
as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a 
perda. 
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Observe que a finalidade da reserva para contingências é preservar o 
capital social de possíveis contingências ocorridas, compensando, em 
exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada 
provável, cujo valor possa ser estimado. 
Segundo o Manual de Contabilidade Societária – FIPECAFI (USP) o objetivo 
da constituição dessa reserva é segregar uma parcela de lucros, 
inclusive com a finalidade de não distribuí-la como dividendo, 
correspondente a prováveis perdas extraordinárias futuras, que 
acarretarão diminuição dos lucros (ou até o surgimento de prejuízos) em 
exercícios futuros. 
Referido Manual esclarece que, em geral, as reservas para contingências 
são constituídas para fazer frente a perdas cíclicas, que se repetem no 
tempo e que, portanto, são previsíveis. Estas perdas podem decorrer, 
dentre outros: 
(i) de fenômenos climáticos ou naturais que interrompem as atividades da 
empresa em determinados momentos; 
(ii) da prestação de serviços com duração limitada, passando por períodos 
de alta lucratividade até outros de pouca lucratividade ou até mesmo 
prejuízos - sazonalidade; 
(iii) de paralisações extraordinárias de longa duração, decorrentes da 
substituição de equipamentos obsoletos, cuja substituição seja bastante 
penosa. 
Um ponto importante que devemos saber é a diferença entre reserva 
para contingências e provisões. 
Nesse sentido, o Manual FIPECAFI ensina que a Provisão destina-se a dar 
cobertura a perdas ou despesas já incorridas, mas ainda não 
desembolsadas e que, dentro do regime de competência, devem ser 
lançadas no Resultado, na constituição dessa Provisão. 
A Reserva para Contingências é, por outro lado, uma expectativa de 
perdas ou prejuízos ainda não incorridos; por ser possível antevê-los 
e por precaução e prudência empresariais, segrega-se uma parte dos lucros 
já existentes, não os distribuindo para suportar financeiramente o período 
em que o prejuízo ocorrer efetivamente. Na data em que tal prejuízo 
ocorrer, será reconhecido contabilmente como despesa, dentro do regime 
de competência. 
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Reserva de Incentivos Fiscais 
A reserva de incentivos fiscais foi criada pela Lei nº 11.638/07, adicionando 
o seguinte artigo à Lei nº 6.404/76:
Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de 
administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela 
do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais 
para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do 
dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). (Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007) 
Vimos que as doações e subvenções governamentais eram registradas à 
conta de reserva de capital. Porém, após as alterações na Lei 6.404/76, as 
doações e subvenções recebidas pela companhia deverão transitar pelo 
resultado como receitas. 
Sendo assim, o valor do lucro líquido recebido com doações e subvenções 
governamentais poderão constituir reserva de incentivos fiscais. 
O objetivo dessa reserva, segundo o Manual FIPECAFI, é evitar que as 
empresas sejam prejudicadas, do ponto de vista tributário, por 
conta da nova forma de registro contábil das doações e subvenções, 
fazendo isso da seguinte forma: permitindo que a entidade registre, em 
cada exercício em que reconhecer esse tipo de receita, a transferência da 
conta de Lucros Acumulados para a conta de Reserva de Incentivos Fiscais 
o exato valor de tal receita, de forma a não distribuir esse valor como
lucros ou dividendos aos sócios. 
Destaca-se que o valor relativo à reserva de incentivos fiscais pode ser 
excluído da base de cálculo do dividendo obrigatório. 
Reserva de Retenção de Lucros 
Para atender a projeto de investimento, a companhia poderá reter parte 
dos lucros do exercício, a fim de constituir a reserva de retenção de lucros, 
também denominada de reserva de lucros para expansão, conforme 
estabelece o art. 196 da Lei nº 6.404/76, 
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Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da 
administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício 
prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado. 
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a
justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas 
as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou circulante, e 
poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no caso de 
execução, por prazo maior, de projeto de investimento. 
§ 2º O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral ordinária
que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, 
quando tiver duração superiora um exercício social. (Redação dada pela Lei
nº 10.303, de 2001) 
Destaca-se que essa reserva não pode ser constituída em detrimento do 
pagamento do dividendo obrigatório. 
Reserva de Lucros a Realizar 
Segundo a Lei nº 6.404/76, 
Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, 
calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar a parcela 
realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia-geral poderá, por 
proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à 
constituição de reserva de lucros a realizar. (Redação dada pela Lei nº 10.303,
de 2001) 
§ 1º Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela do
lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes valores: 
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) 
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 
248); e (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) 
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou
contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo 
prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social 
seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) 
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§ 2º A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada
para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso 
III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os 
lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem 
realizados em dinheiro. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001)
A reserva de lucros a realizar é constituída como uma destinação dos lucros 
do exercício, sendo optativa (facultativa) sua constituição. 
A Reserva de Lucros a Realizar poderá ser constituída quando não existirem 
lucros realizados suficientes para o pagamento do dividendo obrigatório. 
Segundo o Manual FIPECAFI, seu objetivo é não distribuir dividendos 
obrigatórios sobre a parcela de lucros ainda não realizada 
financeiramente (apesar de contábil e economicamente realizada) pela 
companhia, quando tais dividendos excederem a parcela financeiramente 
realizada do lucro líquido do exercício. 
Vamos entender melhor a constituição dessa reserva por meio de um 
“exemplo real”. 
8. (FCC/Analista Judiciário/Contabilidade/TRT2/2008) Considere as
informações abaixo, extraídas da contabilidade da Cia. Carandiru, relativas 
ao exercício findo em 31/12/2007. 
Lucro líquido do exercício ................................................. 520.000,00 
Resultado positivo na equivalência patrimonial ..................... 270.000,00 
Acréscimo à reserva legal ................................................... 26.000,00 
Reversão de reservas para contingências .............................. 14.000,00 
Lucro com realização financeira a ocorrer em 2009 .................20.000,00 
O estatuto da companhia é omisso com relação ao pagamento de 
dividendos. De acordo com o disposto nos artigos 197 e 202 da Lei das 
Sociedades por Ações, ela poderá constituir, nesse exercício, reserva de 
lucros a realizar no valor, em R$, de 
a) 40.000,00.
b) 36.000,00.
c) 30.000,00.
d) 24.000,00.
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e) 18.000,00.
Para resolvermos essa questão antes temos que entender como se dá a 
contabilização dos dividendos. Geralmente, as questões que envolvem 
cálculos referentes à Reserva de Lucros a Realizar envolvem também a 
contabilização dos dividendos, pois um assunto está ligado ao outro e nada 
mais coerente que seja exigido de forma conjunta. O bom é que vamos 
“matar dois assuntos com uma tacada só”. Então, vejamos, de forma bem 
objetiva, como se dá essa contabilização. 
Geralmente, o dividendo é fixado no estatuto. No entanto, caso o estatuto 
seja omisso, a Lei nº 6.404/76 determina que deve ser aplicado o 
percentual de 50% sobre o lucro líquido ajustado. 
E o que seria o lucro líquido ajustado? 
Lucro Líquido Ajustado (LLA) = Lucro Líquido do Exercício – 
Reserva Legal – Reserva para Contingências + Reversão de Reserva 
para Contingências – Reserva de Incentivos Fiscais (facultativo) – 
Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures 
(facultativo). 
Bem... veja que no caso em tela o estatuto é omisso, ou seja, devemos 
aplicar o percentual de 50% sobre a base de cálculo do dividendo (lucro 
líquido ajustado). Assim, temos: 
LLA = 520.000,00 – 26.000,00 + 14.000,00 = 508.000,00 
Portanto, temos como dividendo a ser distribuído o valor de 254.000,00, 
correspondente a 50% do LLA (508.000). 
Conforme estudamos, consideram-se lucros não realizados os resultados 
positivos na equivalência patrimonial e as receitas auferidas para 
recebimento a longo prazo. Assim, temos: 
Lucro Realizado = lucro líquido do exercício – resultado positivo na 
equivalência patrimonial – lucro com realização financeira de longo prazo. 
Lucro Realizado = 520.000,00 – 270.000,00 – 20.000,00 = 230.000,00 
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Logo, de acordo com a Lei nº 6.404/76, a companhia poderá constituir 
Reserva de Lucros a Realizar no valor de R$ 24.000,00, correspondente à 
diferença entre o dividendo a ser distribuído (254.000,00) e o lucro 
realizado (230.000,00). 
Gabarito: D 
Reserva Especial de Dividendo Obrigatório Não Distribuído 
Segundo o Manual FIPECAFI, a companhia deverá constituir essa Reserva 
de Lucros quando tiver dividendo obrigatório a distribuir, mas sem 
condições financeiras para seu pagamento, situação em que se 
utilizará do expediente previsto nos §§ 4º e 5º do art. 202 da Lei das 
Sociedades por Ações. Vejamos esses dispositivos: 
§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício
social em que os órgãos da administração informarem à assembleia-
geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da 
companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar 
parecer sobre essa informação e, na companhia aberta, seus 
administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, 
dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembleia-geral, exposição 
justificativa da informação transmitida à assembleia. 
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do §
4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos 
por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como 
dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia. 
Nesse caso, o dividendo deixa de ser pago naquele exercício e, para tanto, 
já no balanço, dever-se-á apurar o valor do dividendo obrigatório e 
apropriá-lo para essa reserva especial de lucros a debito de Lucros 
Acumulados. 
Tais dividendos serão pagos aos acionistas no futuro, assim que a situação 
financeira o permitir, desde que não tenham sido absorvidos por prejuízos 
dos exercícios seguintes. 
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Reserva Específica de Prêmio de Debêntures 
As debêntures são títulos de créditos emitidos por Sociedades Anônimas, 
registrados no passivo circulante ou no não circulante, para captação de 
recursos que dão direito à participação nos lucros, rendem juros, 
correção monetária e em alguns casos podem ser convertidas em ações, 
ou seja, o credor pode tornar-se acionista da empresa. 
9. (CESPE/Analista Contábil/MEC/2014) As debêntures são títulos
negociáveis registrados no passivo circulante, ou no não circulante da 
empresa emitente, e podem conceder ao seu detentor o direito à 
participação nos lucros. 
Trata-se do conceito de debêntures acima estudado. 
Gabarito: Certo 
Quando a empresa emite debêntures com ágio, dizemos que ocorre 
emissão “acima do par”, mais conhecido como prêmios na emissão de 
debêntures. 
Segundo a legislação, a pessoa jurídica contabilizará os prêmios na emissão 
de debêntures no Passivo Não Circulante na conta “prêmios de debêntures 
a amortizar” e deverá reconhecer o valor do prêmio na emissão de 
debêntures em conta do resultado do exercício pelo regime de competência 
e poderá destinaro valor referente à parcela do lucro líquido do 
exercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures na 
constituição da reserva de lucros específica. 
A legislação estabelece, ainda, que para fins do limite de que trata o artigo 
199 da Lei n.º 6.404/76, a reserva de lucros específica terá o mesmo 
tratamento dado à reserva de incentivo fiscal, prevista no artigo 195-A da 
Lei n.º 6.404/76. 
A empresa poderá destinar para a Reserva de Lucros Específica a parcela 
do lucro líquido decorrente da receita apropriada da conta dos prêmios de 
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debêntures a apropriar, que poderá ser excluída da base de cálculo dos 
dividendos obrigatórios. 
Dividendos Propostos (adicionais) 
Os dividendos propostos a serem pagos, fundamentados em obrigação 
estatutária (dividendo mínimo obrigatório) atendem a definição de passivo 
e, portanto, devem ficar registrados no Passivo Circulante. 
Os dividendos propostos pela administração, excedentes ao mínimo 
obrigatório, não atendem à definição de passivo. Tais dividendos devem 
ser contabilizados ou não, a depender da situação. 
Assim, se a empresa fechar as demonstrações financeiras em 31.12.XX e 
declarar dividendo adicional nos meses subsequentes (janeiro, por 
exemplo), esses dividendos não serão contabilizados nas demonstrações 
encerradas em 31.12.XX. Nesse caso, serão divulgados em notas 
explicativas. 
De outro modo, se os dividendos adicionais forem declarados antes 
da data de fechamento das demonstrações, haverá o atendimento aos 
requisitos de obrigação presente, devendo ser evidenciados nas 
demonstrações financeiras da companhia. 
A respeito do assunto vale destacar o disposto na Interpretação Técnica 
CPC 08 – Contabilização da Proposta de Pagamento de Dividendos: 
“A parcela do dividendo que se caracterize efetivamente como obrigação 
presente deve figurar no passivo da entidade. Mas a parcela que exceder 
ao previsto legal ou estatutariamente deve ser mantida no patrimônio 
líquido, em conta específica, do tipo “dividendo adicional proposto”, até a 
deliberação definitiva que vier a ser tomada pelos sócios. Afinal, esse 
dividendo adicional não se caracteriza como obrigação presente na data do 
balanço, já que a assembleia dos sócios ou outro órgão competente poderá, 
não havendo qualquer restrição estatutária ou contratual, deliberar ou não 
pelo seu pagamento ou por pagamento por valor diferente do proposto”. 
“(...) qualquer declaração de dividendo adicional ao previsto legal ou 
estatutariamente ou outra forma de distribuição de resultado que ocorrer 
após a data do balanço e antes da data da autorização de emissão dessas 
demonstrações não gerará registro no passivo da entidade na data do 
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a. Errada. Conforme vimos, os dividendos declarados após o período
contábil não são contabilizados. 
b. Errada. Os dividendos que forem declarados pela assembleia geral ou
outro órgão competente, ou declarados e pagos, de acordo com as 
formalidades previstas no estatuto social ou equivalente, antes da data 
base das demonstrações contábeis, atendem aos requisitos de 
obrigação presente e, portanto, se não pagos devem figurar no passivo da 
entidade como uma obrigação. 
c. Certa. Conforme vimos, os dividendos mínimos obrigatórios devem ser
registrados no passivo. 
d. Errada. Os dividendos adicionais ao mínimo obrigatório são
contabilizados no Patrimônio Líquido até sua aprovação pela assembleia. 
e. Errada. Os dividendos adicionais declarados após o fechamento das
demonstrações financeiras não são contabilizados. Todavia, o dividendo 
mínimo obrigatório é contabilizado no passivo. 
Gabarito: C 
Lucros ou Prejuízos Acumulados 
Segundo o Manual FIPECAFI, a partir da vigência da Lei nº 11.638/07 foi 
extinta a possibilidade de manutenção e apresentação de saldos a título de 
Lucros Acumulados no Balanço Patrimonial, mas apenas para o caso das 
sociedades por ações, o que não significa que a referida conta deverá ser 
eliminada dos planos de contas dessas entidades. 
A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados continuará sendo utilizada nos 
planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado 
do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de 
exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas 
e destinar valores para reservas de lucros. Mas, no balanço patrimonial, 
só poderá aparecer quando tiver saldo negativo, e será denominada 
de Prejuízos Acumulados. 
Reitera-se que a obrigação da conta Lucros Acumulados não conter saldo 
positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações, e não às demais. 
Assim, saldos nessa conta precisam ser totalmente destinados por proposta 
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da administração da companhia no pressuposto de sua aprovação pela 
assembleia geral ordinária. 
O Manual salienta que a Lei nº 6.404/76, no parágrafo único do art. 189, 
determina que "o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido 
pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, 
nessa ordem", além de explicitar, no item I do art. 200 que as reservas de 
capital poderão ser utilizadas para absorver prejuízos quando as reservas 
de lucros não forem suficientes. Dessa forma, depreende-se que a 
apresentação da conta Prejuízos Acumulados no Patrimônio Líquido 
das companhias só deverá ocorrer se as empresas não mais 
possuírem reservas de lucros que possam ser utilizadas para 
absorver tais prejuízos, podendo ainda ser utilizadas para a absorção, 
as reservas de capital. 
Outras Contas do PL 
Conforme já comentado, além dos itens previstos na Lei nº 6.404/76, o 
grupo Patrimônio Líquido pode apresentar outras contas para melhor 
evidenciar a situação patrimonial da companhia, bem como para atender a 
outras normatizações que estabeleçam a necessidade da divulgação. 
Vejamos objetivamente as características dessas contas, tomando-se como 
base o disposto no Manual FIPECAFI, haja vista que muitas questões são 
extraídas de forma literal do Manual. 
Opções outorgadas reconhecidas 
Segundo o Manual FIPECAFI, 
“As Opções Outorgadas Reconhecidas representam uma conta especial que 
deve ser utilizada nos casos em que as sociedades negociam serviços de 
seus administradores e empregados, cujo valor de mercado não é 
facilmente obtido. Ela deve ser apresentada junto às Reservas de Capital, 
no Patrimônio Líquido, quando os serviços negociados tiverem como 
contraprestação pagamentos baseados em ações a serem liquidados com 
instrumentos patrimoniais. Caso a liquidação tenha realização prevista em 
dinheiro, o registro deve ser reconhecido no Passivo”. 
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11. (COPS – UEL/Auditor Fiscal/SEAP-PR/2012) Uma empresa, ao
contabilizar o reconhecimento de um produto ou de um serviço adquirido 
em transação com pagamento em ações liquidadas em instrumentos 
patrimoniais, deve contabilizar em contrapartida a uma conta do 
a) Ativo Circulante.
b) Ativo Não Circulante.
c) Passivo Circulante.
d) Patrimônio Líquido.
e) Resultado.
Observe que a questão foi baseada no trecho transcrito do Manual 
FIPECAFI. Organizando a “bagaça”, temos: 
Opções Outorgadas Reconhecidas  relacionada ao pagamento de 
serviços de seus administradores baseado em ações. 
Pagamentos liquidados com instrumentos patrimoniais = conta do 
patrimônio líquido (juntamente com as reservas de capitais); 
Pagamentos realizados em dinheiro = conta do passivo. 
Gabarito: D 
Gastos na emissão de ações 
Segundo o Manual FIPECAFI, 
“Os gastos incorridos no processo de emissão de ações e outros valores 
mobiliários patrimoniais não mais poderão ser tratados como despesas do 
período da emissão, mas sim como uma redução dos valores efetivamente 
obtidos na captação junto aos sócios”. 
Agora observe o que dispõe o CPC 08 – Custos de Transações: 
Contabilizaçãodas captações de recursos para o capital próprio 
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4. O registro do montante inicial dos recursos captados por intermédio da
emissão de títulos patrimoniais deve corresponder aos valores líquidos 
disponibilizados para a entidade pela transação, pois essas transações são 
efetuadas com sócios já existentes e/ou novos, não devendo seus custos 
influenciar o saldo líquido das transações geradoras de resultado da 
entidade. 
5. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por
intermédio da emissão de títulos patrimoniais devem ser contabilizados, de 
forma destacada, em conta redutora de patrimônio líquido, deduzidos os 
eventuais efeitos fiscais, e os prêmios recebidos devem ser reconhecidos 
em conta de reserva de capital. 
6. Nas operações de captação de recursos por intermédio da emissão de
títulos patrimoniais em que exista prêmio (excedente de capital) originado 
da subscrição de ações aos quais os custos de transação se referem, deve 
o prêmio, até o limite do seu saldo, ser utilizado para absorver os custos
de transação registrados na conta de que trata o item 5. Nos demais casos, 
a conta de que trata o item anterior será apresentada após o capital social 
e somente pode ser utilizada para redução do capital social ou absorção por 
reservas de capital. 
7. Quando a operação de captação de recursos por intermédio da emissão
de títulos patrimoniais não for concluída, inexistindo aumento de capital ou 
emissão de bônus de subscrição, os custos de transação devem ser 
reconhecidos como despesa destacada no resultado do período em que se 
frustrar a transação. 
Portanto, grave no “HD”: 
Gastos na emissão de ações  não devem ser reconhecidos como despesa, 
mas sim como acréscimo do custo de emissão em conta retificadora do 
capital social. 
Vamos a um “exemplo real” de como o assunto tem sido exigido. 
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12. (FCC/Prefeitura de São Paulo/2010) A Cia. Acionária resolveu aumentar
seu capital social mediante emissão de 10.000 novas ações, cujo valor 
nominal é de R$ 1,00. Devido às condições de mercado, as ações foram 
negociadas a R$ 1,50, à vista. Para a emissão das ações a Cia. Acionária 
incorreu em custos de R$ 500,00. A Cia. Acionária reconheceu um aumento 
de: 
a) capital social no valor de R$ 10.000,00.
b) capital social no valor de R$ 9.500,00.
c) capital social no valor de R$ 15.000,00.
d) patrimônio líquido no valor de R$ 15.000,00.
e) reservas de lucros no valor de R$ 5.000,00.
Quando há a emissão de ação com ágio (ou seja, valor de venda da ação 
foi maior que o valor patrimonial), a contabilidade faz o seguinte 
lançamento: 
D – Caixa .................................................................... 14.500,00 * 
C – Reservas de capital (ágio na emissão de ações) ............ 4.500,00 ** 
C – Capital Social ......................................................... 10.000,00 *** 
* A captação de recursos via mercado de ações visa justamente colocar à
disposição da empresa o montante de recursos necessários para que ela 
possa investir. No momento da captação, os recursos entram (aplicação) 
no caixa (ou no banco). 
O montante de R$ 14.500 foi calculado da seguinte forma: 
Caixa = número de ações emitidas x valor de mercado das ações - custos 
de emissão das ações 
Caixa = 10.000 x R$ 1,5 - R$ 500 = R$ 15.000 - 500 = 14.500 
** O valor do ágio foi calculado da seguinte forma: 
Valor de mercado das ações - Valor nominal das ações - custos de emissão 
das ações = ágio na emissão de ações 
(10.000 x 1,5) – (10.000 x 1 – 500) = 15.000 - 10.000 - 500 = R$ 4.500 
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Só vai para reserva o montante que ultrapassar o somatório entre o valor 
patrimonial da ação (R$ 10.000) e os custos de sua emissão (R$ 500). 
*** O capital social, no caso, é a origem dos recursos. Seu montante é 
calculado a partir da multiplicação do número de ações pelo valor 
patrimonial = 10.000 x R$ 1 = R$ 10.000. 
Do exposto, percebe-se que a Cia. Acionária reconheceu um aumento de 
capital social no valor de R$ 10.000,00. 
Gabarito: A 
Ajustes acumulados de conversão 
Segundo o Manual FIPECAFI, 
“A conta Ajustes Acumulados de Conversão representa uma conta 
transitória do Patrimônio Líquido que deve ser utilizada para registrar as 
variações cambiais dos investimentos em controladas (aquelas que não 
possuem a característica de filial, sucursal ou extensão das atividades da 
controladora), controladas em conjunto e coligadas em outra moeda 
funcional que não o Real (R$), pois tais variações não podem, em função 
do que determina o Pronunciamento Técnico CPC 02 - Efeitos das Mudanças 
nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis, afetar o 
resultado do exercício. O reconhecimento no resultado dos valores 
registrados na conta Ajustes Acumulados de Conversão ocorrerá apenas 
quando da baixa do investimento. É importante salientar que essa conta 
não é uma reserva. Ela pode ter saldo positivo ou negativo e pode ser 
apresentada logo apos a conta “Ajustes de Avaliação Patrimonial", não se 
confundindo, entretanto, com esta. Seu saldo também deverá ser 
eliminado quando do calculo do JCP [Juros sobre Capital Próprio]”. 
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13. (CESPE/TJ-RR/2012) Considere que a Cia Alfa tenha fechado o seu
balanço patrimonial, em USD, em 31/12/X2, com os saldos constantes da 
tabela a seguir: 
Nesse caso, se o capital social foi integralizado em 1º/1/X2, cuja taxa de 
câmbio era de $ 1,50, se o valor relativo à conversão do resultado do 
exercício foi de $ 3.500,00 e se a taxa de fechamento do câmbio na data 
do balanço (31/12/X2) era de $ 2,00, então, após a conversão do balanço 
patrimonial, o saldo relativo ao ajuste acumulado de conversão, nesse 
exercício, foi de $ 10.500,00. 
Questão nada trivial. Aplicação pura do CPC 02 (R2). A seguir 
transcrevemos parte do pronunciamento. 
39. Os resultados e a posição financeira da entidade, cuja moeda funcional não é
moeda de economia hiperinflacionária, devem ser convertidos para moeda de 
apresentação diferente, adotando-se os seguintes procedimentos: 
(a) ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado (incluindo 
os balanços comparativos) devem ser convertidos, utilizando-se a taxa de 
câmbio de fechamento na data do respectivo balanço; 
(b) receitas e despesas para cada demonstração do resultado abrangente ou 
demonstração do resultado apresentada (incluindo as demonstrações 
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comparativas) devem ser convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas datas 
de ocorrência das transações; e 
(c) todas as variações cambiais resultantes devem ser reconhecidas em outros 
resultados abrangentes. 
40. Por razões práticas, uma taxa que se aproxime das taxas de câmbio vigentes
nas datas das transações, por exemplo, a taxa média para o período, pode ser 
normalmente utilizada para converter itens de receita e despesa. 
Entretanto, se as taxas de câmbio flutuarem significativamente, o uso da taxa de 
câmbio média para o período é inapropriado. 
41. As variações cambiais mencionadas no item 39(c) são decorrentes de:
(a) conversão de receitas e despesas pela taxas de câmbio vigentes nas datas de 
ocorrência das transações e conversão de ativos e passivos pela taxa de câmbio 
de fechamento; 
(b) conversão dos saldos de abertura de ativos líquidos (patrimônio 
líquido) pela taxa de câmbio de fechamento atual, que difere da taxa de 
câmbio de fechamento anterior. 
Organizando toda essa teoria... 
Ajustes acumulados de conversão 
 Ativo e Passivo: usamos a taxa de fechamento da data do balanço. 
 Patrimônio Líquido: usamos a taxa histórica (taxa de conversão da 
data em que foi contabilizado o item no PL). 
 Resultado do exercício: deve ser usada a taxa da data da transação, 
sendo aceitável usaruma taxa média. 
 A diferença entre o Ativo e o Passivo + PL será contabilizado como 
“Ajuste acumulado de Conversão” no PL. 
De posse desse conhecimento, passemos à resolução da questão: 
Ativo convertido pela taxa de fechamento de $ 2,00 = $ 82.000,00 
Passivo convertido pela taxa de fechamento de $ 2,00 = $ 38.000,00 
Capital Social convertido pela taxa histórica de $ 1,50 = $ 30.000,00 
A questão já informa o resultado de $ 3.500,00 
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Portanto, o ajuste acumulado de conversão será: 
82.000 – 38.000 – 30.000 – 3.500 = $ 10.500,00 
Observação: no vídeo acabou que não subtraímos os 3.500,00, mas o cálculo correto é 
esse acima. 
Gabarito: Certo 
Dúvidas de aluno: (i) o valor de lucros acumulados, dentro do PL 
é de 2.000, multiplicado por 1,5 não dá o valor de 3.500... Só dá 
3.000! 
Para a conversão do resultado do exercício (e, por consequência, dos lucros 
acumulados) deve ser usada a taxa da data da transação, sendo aceitável 
usar uma taxa média. 
Nessa questão, você não precisa realizar essa conversão, porque o próprio 
enunciado já afirmou que "o valor relativo à conversão do resultado do 
exercício foi de $ 3.500,00". Logo, basta utilizar essa informação. 
Poderíamos até calcular uma taxa média = $ 3.500 / US$ 2.000 = $ 1,75 
por US$, mas isso não é necessário para resolver a questão. 
(ii) A diferença entre o Ativo e o Passivo + PL será contabilizado como 
“Ajuste acumulado de Conversão” no PL. Porém, fiquei com dúvida quando 
o senhor elaborou a questão subtraindo os valores, ou seja, sem somar
com o PL. 
Vamos realizar as conversões: 
Ativo: usamos a taxa de fechamento da data do balanço 
R$ 2 x 41.000 = R$ 82.000 
Passivo: usamos a taxa de fechamento da data do balanço 
R$ 2 x 19.000 = 38.000 
Patrimônio Líquido: 
Capital social  usamos a taxa histórica: R$ 1.5 x 20.000 = 30.000 
Aula 05 
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Mas, e o saldo da conta "lucros acumulados"? 
O examinador informou que o Balanço Patrimonial da questão já estava 
fechado. Assim, o saldo da conta "lucros acumulados" contempla o 
resultado do exercício. 
De acordo com o que aprendemos na aula, para a conversão do resultado 
do exercício deve ser usada a taxa da data da transação, sendo aceitável 
usar uma taxa média. 
Precisaríamos então saber a taxa da data de cada receita e despesa ou a 
taxa média para fazer a conversão. 
O examinador, no entanto, já apresentou essa conversão. No enunciado da 
questão ele afirma que "o valor relativo à conversão do resultado do 
exercício foi de $ 3.500,00". 
Com base nas conversões feitas anteriormente e nas informações dadas 
pelo examinador, temos que o ajuste acumulado de conversão será: 
82.000 (ativo) – [ 38.000 (passivo) + 30.000 (PL) + 3.500 (PL) ] = $ 
10.500,00 (ajuste acumulado de conversão) 
Veja que é válida a afirmação feita nesta aula. De fato, "a diferença entre 
o Ativo e o Passivo + PL será contabilizado como ‘Ajuste acumulado de
Conversão’ no PL". 
Não se preocupe se esse assunto (ajustes acumulados de conversão) não 
ficou muito claro, pois é um tópico avançado da disciplina e nesse primeiro 
contato é natural a dificuldade de entendimento. Nesse primeiro momento, 
apenas saiba que se trata de uma conta que está no patrimônio líquido, 
ok? 
Contas Extintas 
Segundo o Manual FIPECAFI, “algumas contas não mais listadas nas 
normas contábeis como pertencentes ao Patrimônio Líquido ainda podem 
ser encontradas nesse grupo em função da existência de saldos 
remanescentes; nelas não é permitida, entretanto, a inclusão de novos 
valores. As contas mais comuns são: Reservas de Reavaliação, Reserva de 
Capital - Prêmios na Emissão de Debêntures e a Reserva de Capital-
Doações e Subvenções para Investimentos”.
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Observações: 
a) Elaboramos o balanço completo para fins didáticos. Na hora da prova
não há necessidade de elaborar tudo. No caso dessa questão, bastava 
apurar o resultado e identificar as contas do PL; 
b) A partir da vigência da Lei nº 11.638/07 foi extinta a possibilidade de
manutenção e apresentação de saldos a título de Lucros Acumulados no 
Balanço Patrimonial, mas apenas para o caso das sociedades por ações, o 
que não significa que a referida conta deverá ser eliminada dos planos de 
contas dessas entidades. 
A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados continuará sendo utilizada nos 
planos de contas, e seu uso continuará a ser feito para receber o resultado 
do exercício, as reversões de determinadas reservas, os ajustes de 
exercícios anteriores, para distribuir os resultados nas suas várias formas 
e destinar valores para reservas de lucros. Mas, no balanço patrimonial, 
só poderá aparecer quando tiver saldo negativo, e será denominada 
de Prejuízos Acumulados. 
Reitera-se que a obrigação da conta Lucros Acumulados não conter saldo 
positivo aplica-se unicamente às sociedades por ações, e não às demais. 
Assim, saldos nessa conta precisam ser totalmente destinados por proposta 
da administração da companhia no pressuposto de sua aprovação pela 
assembleia geral ordinária. 
O Manual de Contabilidade Societária (FIPECAFI) salienta que a Lei nº 
6.404/76, no parágrafo único do art. 189, determina que "o prejuízo do 
exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados, pelas 
reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem", além de explicitar, 
no item I do art. 200 que as reservas de capital poderão ser utilizadas para 
absorver prejuízos quando as reservas de lucros não forem suficientes. 
Dessa forma, depreende-se que a apresentação da conta Prejuízos 
Acumulados no Patrimônio Líquido das companhias só deverá 
ocorrer se as empresas não mais possuírem reservas de lucros que 
possam ser utilizadas para absorver tais prejuízos, podendo ainda ser 
utilizadas para a absorção, as reservas de capital. 
Gabarito: B 
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1.130 – 1.615 = 485,00 credor 
* A nosso ver a ESAF cometeu uma impropriedade ao não considerar no
cálculo os valores referentes às despesas e receitas do exercício anterior. 
Temos duas situações: 
1ª) As despesas e receitas foram contabilizadas no ano anterior (2012)  
nesse caso não poderiam constar em 2013, pois as contas de receitas e 
despesas são zeradas ao final do exercício na apuração do resultado. 
2ª) As despesas e receitas não foram contabilizadas  nesse caso, 
deveriam constar como ajustes de exercícios anteriores no patrimônio 
líquido e, mesmo que não influenciem o resultado de 2013, afetam a 
equação contábil. 
Devemos, portanto, ficar alertas quanto a esse tipo de exigência da ESAF 
em provas futuras! 
Gabarito: D 
17. (ESAF/Contador/MF/2013) Com base nos dados a seguir, responder a
questão. 
O Auditor, ao analisar a demonstração contábil elaborada com base nestes 
dados, poderá certificar que o: 
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18. (ESAF/Contador/MF/2013) O Livro Razão da firma Afrescos & Molduras
Ltda. demonstra as seguintes contas e respectivos saldos no fim do 
exercício social: 
Elaborando o Balanço Patrimonial, após a apuração do resultado do 
exercício, cuja única distribuição foi 30% para o imposto de renda, deverá 
ser ostentado o valor de 
a) R$ 4.500,00 de patrimônio líquido.
b) R$ 4.660,00 de ativo não circulante.
c) R$ 4.962,00 de patrimônio líquido.
d) R$ 5.160,00 de patrimônio líquido.
e) R$ 6.900,00 de passivo circulante.
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20. (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil/2012) São
evidenciados nos Passivos os saldos finais das contas 
a) Ajustes de Avaliação Patrimonial e Provisões para Reestruturação.
b) Créditos de Acionistas Transação não Recorrente e Debêntures
Conversíveis em Ações. 
c) Perdas Estimadas para Redução ao Valor Recuperável e Duplicatas
Descontadas. 
d) Faturamentopara Entrega Futura e Ajustes de Avaliação Patrimonial.
e) Duplicatas Descontadas e Debêntures Conversíveis em Ações.
Vamos classificar as contas de cada uma das alternativas. 
a. Errado. Ajustes de Avaliação Patrimonial  Patrimônio Líquido
Provisões para Reestruturação  Passivo Circulante/Passivo Não Circulante 
Cabe destacar que, segundo o CPC 25, as provisões para reestruturação 
são obrigações futuras cujo prazo e/ou montante (custos para 
reestruturação) são incertos. 
b. Errado. Créditos de Acionistas Transação não Recorrente  Ativo Não
Circulante Realizável a Longo Prazo 
Observação: o mais correto seria utilizar a preposição “com” no lugar da 
preposição “de” (Créditos com Acionistas Transação não Recorrente), pois isso 
altera a semântica da nomenclatura da conta. No entanto, apesar dos recursos a 
ESAF manteve o gabarito preliminar. Assim, temos: 
Créditos de Acionistas Transação não Recorrente  Passivo 
Créditos com Acionistas Transação não Recorrente  Ativo 
De qualquer forma, não se preocupe muito com essa nomenclatura, pois foi a 
única vez que vi exigência em prova. 
Debêntures Conversíveis em Ações  Passivo Circulante/Passivo Não 
Circulante 
A conta “Créditos de Acionistas Transação não Recorrente” decorre do 
disposto na Lei nº 6.404/64, art. 179, II. 
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c. Errado. Perdas Estimadas para Redução ao Valor Recuperável 
Retificadora de Ativo 
Duplicatas Descontadas  Passivo Circulante 
d. Errado. Faturamento para Entrega Futura (receitas antecipadas) 
Passivo Circulante 
Ajustes de Avaliação Patrimonial  Patrimônio Líquido 
e. Certo. Duplicatas Descontadas  Passivo Circulante
Debêntures Conversíveis em Ações  Passivo Circulante/Passivo Não 
Circulante 
Gabarito: E 
21. (ESAF/Analista Tributário da Receita Federal do Brasil/2012) Uma
empresa, cujo livro Razão contém essas contas, apresentou os seguintes 
saldos para compor o balanço patrimonial em 31/12/2011. 
Ao elaborar o balanço patrimonial a empresa vai apresentar um Ativo 
Circulante no valor de 
a) R$ 58.000,00.
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b) R$ 68.000,00.
c) R$ 69.800,00.
d) R$ 71.000,00.
e) R$ 79.000,00.
Da lista acima são contas do ativo circulante as seguintes: 
Aluguéis pagos Antecipadamente 1.200,00 
Bancos c/Movimento 20.000,00 
Bancos c/Poupança 6.000,00 
Caixa 3.000,00 
Clientes 9.000,00 
Contas a Receber 11.000,00 
Duplicatas a Receber 15.000,00 
Prov. p/Créditos de Liquidação Duvidosa (1.000,00) 
Seguros a Vencer 1.800,00 
Títulos a Receber 13.000,00 
Total 79.000,00 
Observação: As contas “Endosso para Desconto” e “Títulos Endossados” 
são contas de compensação. Segundo a doutrina, esse tipo de conta 
serve para controle, sem fazer parte do patrimônio. Abrange, ainda, as 
contas que podem no futuro integrar o patrimônio. Trata-se de um conjunto 
de contas de uso paralelo (extracontábil) e facultativo. 
Gabarito: E 
22. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/2012) Estes são alguns títulos
contábeis constantes no plano de contas da empresa. Com base neles 
indique a opção incorreta. 
Mercadorias 
Imóveis em Construção 
Capital a Realizar 
Receita de Vendas 
Custo das Mercadorias Vendidas 
Fornecedores 
Impostos a Recolher 
Impostos 
Juros Ativos 
Juros Passivos 
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d. Certo. De fato, temos 6 contas de saldo credor.
e. Certo. De fato, temos oito contas de saldo devedor.
Gabarito: B 
23. (ESAF/Analista de Comércio Exterior/2012) A Cia. de Solas e Solados
apurou no livro Razão, ao fim do exercício, mas antes do encerramento das 
contas de resultado, os valores listados a seguir: 
CONTAS SALDOS 
Receita de Vendas 21.000,00 
Capital Social 15.000,00 
Produtos Acabados 14.800,00 
Duplicatas a Pagar 14.000,00 
Custo das Mercadorias Vendidas 14.000,00 
Duplicatas a Receber 10.000,00 
Salários a Pagar 5.200,00 
Equipamentos 4.600,00 
Caixa 4.000,00 
Veículos 3.900,00 
Títulos a Pagar a Longo Prazo 3.800,00 
Investimentos em Controladas 3.500,00 
Salários 3.000,00 
Títulos a Receber a Longo Prazo 3.000,00 
Reserva Legal 1.800,00 
Impostos 1.700,00 
Aluguéis Ativos 1.600,00 
Depreciação Acumulada 1.500,00 
Prejuízos Acumulados 1.400,00 
Reserva de Capital 1.200,00 
Despesas Diferidas 1.200,00 
Juros Passivos 1.100,00 
Provisão p/Ajuste de Estoques 1.100,00 
Examinando-se o resultado desse exercício, com distribuição do lucro em 
R$ 300,00 para o imposto de renda, R$ 500,00 para dividendos, e 
destinação do saldo remanescente para a formação de reservas de lucro, 
pode-se dizer que a contabilização desses eventos provocará um aumento 
final no patrimônio líquido no valor de: 
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a) R$ 1.400,00.
b) R$ 1.100,00.
c) R$ 800,00.
d) R$ 600,00.
e) R$ 500,00.
Primeira providência a ser adotada é verificar o valor do PL antes da 
apuração do resultado. Assim, temos: 
Capital Social 15.000,00 
Reserva Legal 1.800,00 
(-) Prejuízos Acumulados (1.400,00) 
Reserva de Capital 1.200,00 
Total 16.600,00 
Agora, vamos apurar o resultado do exercício. 
Receita de Vendas 21.000,00 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (14.000,00) 
(-) Salários (3.000,00) 
(-) Impostos (1.700,00) 
(+) Aluguéis Ativos 1.600,00 
(-) Juros Passivos (1.100,00) 
(=) Lucro antes do IR 2.800,00 
(-) Provisão para IR 300,00 
(=) Lucro líquido do exercício 2.500,00 
Esse valor deverá ser transferido para o PL. Como há no PL um prejuízo 
acumulado, deveremos deduzir esse prejuízo do valor do resultado 
apurado, conforme determina o art. 189 da Lei nº 6.404/76, senão 
vejamos: 
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer 
participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a 
Renda. 
Esse resultado será incorporado ao PL através do seguinte lançamento: 
D - Apuração do Resultado do Exercício 
C - Lucros ou prejuízos acumulados ... 2.500 
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A partir desse lançamento, a conta "lucros ou prejuízos acumulados" passa 
a ter o seguinte saldo: -1.400 (prejuízo anterior) + 2.500 (lucro do 
presente exercício) = + 1.100 (saldo credor) 
Ademais, temos que efetuar a distribuição dos dividendos no valor de R$ 
500,00, diminuindo o PL. 
D - Lucros ou prejuízos acumulados 
C - Dividendos a pagar ... 500 
A partir desse lançamento, a conta "lucros ou prejuízos acumulados" passa 
a ter o seguinte saldo: 1.100 - 500 = 600 
Por fim, do valor que restou (R$ 600,00) constituiremos as reservas de 
lucros, conforme informa o comando da questão. 
D - Lucros ou prejuízos acumulados 
C - Reserva de lucros ... 600 
A partir desse lançamento, a conta "lucros ou prejuízos acumulados" passa 
a ter o seguinte saldo: 600 - 600 = 0 
Logo, o PL (saldo do PL atual) ficará da seguinte forma: 
Capital Social 15.000,00* 
Reserva Legal 1.800,00* 
Reservas de lucros 600,00 
Reserva de Capital 1.200,00* 
Total 18.600,00 
* Não houve alteração no saldo dessas contas durante o exercício.
Logo, a variação do PL será: 
PL (atual) - PL (inicial) = 18.600 - 16.600 = 2.000 
Observe que a questão deveria ter sido anulada, pois não há resposta válida 
entre as alternativas, pois o PL aumentou em R$ 2.000,00. 
Gabarito Oficial: D 
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Dúvida de aluno: Sempre que aparecer o nome de uma conta 
(despesa, receita) associada à palavra diferida, posso entender 
diferida como sinônimo de antecipada? 
Esse assunto é bastante polêmico. A seguir temos o entendimento 
majoritário, com o qual concordo: 
Despesa Diferida x Despesa Antecipada 
Despesa Diferida está em desuso, pois era uma nomenclatura utilizada 
quando havia o ativo diferido. Porém, ainda encontramos na doutrina 
(desatualizada!). Mas, entendo que possa ser utilizada como sinônimo 
atualmente, embora tecnicamente existisse diferença

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