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2021 ATIVIDADE: APS. O aluno deverá construir uma análise crítica dos textos, considerando os conhecimentos adquiridos na disciplina, traçando um paralelo entre as regras atuais do regime da Previdência Social e as alterações trazidas pela PEC 6/2019, destacando os pontos positivos e negativos da reforma. Com o nosso país enfrentando diversas mudanças nas últimas décadas, o desenvolvimento de novas tecnologias em saúde e um padrão de vida mais saudável fez com que houvesse um aumento na expectativa de vida do brasileiro. Diferentemente dos anos 40 onde a média de vida do cidadão brasileiro era de 45,5 anos; hoje ultrapassa os 75 anos e isso tem impacto direto com o conteúdo do texto base da reforma da previdência. Tendo em vista os milhões de brasileiros vivendo mais e recebendo os benefícios previdenciários por mais tempo, vemos que o número de nascimentos de crianças tem sido cada vez menor, portanto, é menor a quantidade da população economicamente ativa a contribuir no sustento de um volume cada vez maior de aposentados. No ano de 2016, segundo dados do Portal da Indústria, tínhamos 52,1 milhões de trabalhadores ativos e 33,2 milhões de aposentados. As projeções para 2050, entretanto, indicam uma inversão no equilíbrio desses números, 43,9 milhões de ativos, contribuindo para prover 61 milhões de aposentados. A reforma da previdência pela PEC 6/2019, não alterou os direitos já adquiridos, pois estes já estão incorporados ao patrimônio do segurado e não pode haver modificações nos critérios dos benefícios já concedidos. Entretanto, é possível que sejam instituídas contribuições extraordinárias sobre os benefícios já concedidos, especialmente para o servidor público. Em contrapartida, modificou o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, unificando agora por tempo de contribuição e idade, ou seja, para conceder a aposentadoria deve conter a idade mínima que será de 62 anos para mulher com 15 anos de contribuição e 65 para o homem com 20 anos de contribuição, os homens que já estão no mercado podem ter contribuição mínima de 15 anos (no entanto, para obter 100% do benefício, a contribuição deve ser de 40 anos). Aos servidores públicos, o benefício será concedido aos 65 anos de idade (homens) e 62 anos (mulheres), com 25 anos de tempo mínimo de contribuição, 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo. Porém, para obterem a totalidade do benefício, a contribuição é de 40 anos. A mudança vale apenas para os servidores da União, os servidores dos estados e municípios não são alcançados por essa mudança. Para os trabalhadores rurais, a reforma tinha mudanças em seu texto base que foram retiradas. Sendo assim, segue 60 anos de idade (homens) e 55 anos (mulheres), com 15 anos de comprovação de atividade rural. Para os professores 60 anos de idade (homens) e 57 anos (mulheres), com pelo menos 25 anos de contribuição (no efetivo exercício do magistério, exceto no ensino superior) A aposentadoria por incapacidade (antiga aposentadoria por invalidez) mudou também a forma de cálculo: se a invalidez não se deu por razões laborais, será feita a média de todas as contribuições. A partir do valor alcançado, o trabalhador receberá 60% desse montante + 2% para cada ano que exceder 20 anos de contribuição. Caso a invalidez tenha ocorrido por conta do trabalho, o trabalhador receberá 100% da média salarial. No caso dos militares a nova aposentadoria foi definida a partir de um outro projeto, esses servidores estão dispensados do requisito de idade mínima e irão receber o salário integral, o período mínimo de serviço ficará de 30 para 35 anos e pelo menos 25 anos de atividade militar, além de um aumento da contribuição previdenciária dos atuais 7,5%, para 9,5% em 2020 e 10,5% em 2021. Como pontos positivos da reforma da previdência, podemos vislumbrar a redução da velocidade de aumento no deficit na previdência; bem como a busca pelo equilíbrio atuarial. A reforma da previdência acaba incentivando os brasileiros a terem uma poupança e à poupança e investir mais em estudos financeiros para estarem melhor preparados para o futuro já que o mundo tem mudado. A baixa no custo do crédito, que estimula investimentos externos e, por consequência, impacta positivamente o PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Na contramão disso há os pontos negativos, como a idade mínima elevada, já que a média de vida do brasileiro é de 75 anos, chega a não dar tempo de desfrutar dos benefício e vale ressaltar que nas regiões mais pobres do Brasil a expectativa de vida é ainda menor. Além disso, temos ainda a diminuição do benefício que acarreta na dificuldade das pessoas se aposentarem com o teto da previdência. No caso dos militares que tiveram regras de maior facilidade, estes também conseguiram um aumento salarial junto ao texto da reforma, o que é contraditório em relação ao discurso de abdicação coletiva.
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