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MÓDULO II //curso de APERFEIÇOAMENTO FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO NOS TERRITÓRIOS MUNICIPAIS Aula 08 // BASES EPIDEMIOLÓGICAS C r é d i t o s / / Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe MaisCONASEMS e Faculdade São Leopoldo Mandic. Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização nos Territórios Municipais. Módulo II: Bases Imunológicas, Epidemiológicas, Vigilância Epidemiológica e Cuidado em Saúde: Aula 8 - Bases Epidemiológicas. Ficha Catalográfica Ficha Técnica Curadoria e Produção de Conteúdos Mandic André Ricardo Ribas Freitas Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira Giuliano Dimarzio Laura Andrade Lagoa Nóbrega Márcia Fonseca Regina Célia de Menezes Succi Gestor Educacional Rubensmidt Ramos Riani Coordenação Técnica e Pedagógica Cristina Crespo Valdívia Marçal Coordenação Pedagógica – Faculdade São Leopoldo Mandic Fabiana Succi Patrícia Zen Tempski Especialista em Educação a Distância Kelly Santana Priscila Rondas Designer instrucional Alexandra Gusmão Carla Cristini Justino de Oliveira Juliana de Almeida Fortunato Pollyanna Micheline Lucarelli Simone Ferreira de Assis Web Desenvolvedor Aidan Bruno Alexandre Itabayana Cristina Perrone Paloma Eveir Vitor Almas de Moura Este material foi elaborado e desenvolvido pela equipe técnica e pedagógica do Mais CONASEMS em parceria com a Faculdade São Leopoldo Mandic. Coordenação Geral Conexões Consultoria em Saúde Ltda. Revisão textual Gehilde Reis Paula de Moura Olá! Este é o seu Material de Referência da Aula 8 que apresenta de forma mais aprofundada o conteúdo referente ao tema Bases Epidemiológicas. A proposta é agregar mais conhecimento à sua aprendizagem, por isso, leia-o com atenção e consulte-o sempre que necessário! Objetivos de aprendizagem Reconhecer os fatores contribuintes para a história natural da doença, bem como, os diversos níveis de prevenção. Conhecer os conceitos de endemia e epidemia e a abrangência das epidemias. Compreender os elos da cadeia de transmissão das doenças (do agente etiológico ao hospedeiro suscetível). 01 02 03 Introdução Na aula anterior (Aula 7), você iniciou os estudos sobre as Bases Imunológicas com foco na forma de entendimento da interação entre o homem e o meio-ambiente e nos conhecimentos sobre os mecanismos da defesa inata e adaptativa, seus processos de saúde-doença e interação hospedeiro e patógenos. Na Aula 8, você dará continuidade ao estudo sobre as Bases Epidemiológicas enfatizando outros aspectos como: a História Natural das Doenças; Elos da Cadeia de Transmissão; Níveis de Prevenção; Surto; Epidemia e Pandemia. Boa leitura! // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção O processo saúde-doença constitui-se das etapas pelas quais passa o indivíduo, ou a população, durante o processo de adoecimento, levando-se em consideração todas as variáveis que influenciam a saúde e as doenças, bem como seus desfechos, a cura ou a morte. A busca por explicações causais do processo saúde-doença resultou na configuração da História Natural das Doenças (HND), modelo proposto por Leavell e Clark em 1976, que conceituam HND como um conjunto de processos interativos que compreendem as interrelações do agente etiológico, do suscetível e do meio ambiente, passando desde as variações ambientais/biológicas, que criam o estímulo patógeno, até a resposta do suscetível a este agente, e que pode levar o indivíduo à doença, à invalidez, à recuperação ou à morte. A História Natural da Doença se divide em dois períodos sequenciados que se completam: o pré- patogênico e o patogênico(figura 1). Você sabe como se dá o processo saúde-doença de um indivíduo ou de uma população? // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção 01 Pré-patogênico Diz respeito à interação entre os fatores do agente, do hospedeiro e do meio ambiente. 02 Patogênico Corresponde ao momento quando o homem interage com um estímulo externo, apresenta sinais e sintomas e ocorre o desenlace da doença. Figura 1: História Natural da Doença Fonte: OPAS, 2010 // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção O período epidemiológico (pré-patogênico) configura- se pelas interações dos fatores sociais, ambientais e do próprio suscetível até se atingir condições favoráveis para o desenvolvimento da doença. Quadro 1. Período Pré-Patogênico. Fonte: GOMES, 2015 Sociais Ambientais Próprios do susceptível • Fatores econômicos • Políticos • Culturais • Psicossociais • Vetores • Poluentes • Estrutura Sanitária • Ocupação desordenada de ambientes naturais(clima, geografia, hidrografia, desastres naturais, etc.) • Biológicos • Genéticos • imunológicos // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção Condicionantes sociais Fatores socioeconômicos - há uma associação inversa entre capacidade econômica e probabilidade de adquirir doenças - os grupos sociais economicamente mais favorecidos estão menos sujeitos a ação de fatores ambientais que impactam no adoecimento. Fatores políticos - higidez política, transparência das ações, acesso à informação, valorização da cidadania, participação popular. fatores culturais - preconceitos, hábitos, crendices, comportamentos e valores. fatores psicossociais - marginalidade, violência urbana, falta de vínculos familiares, falta de redes de apoio. // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção Condicionantes ambientais Os condicionantes ambientais são naturais (clima, hidrografia, topografia) e artificiais (desmatamento, poluição ambiental, ocupação dos espaços de forma desestruturada). Condicionantes do próprio suscetível: fatores genéticos, imunidade, biológicos. O período patológico mostra as mudanças que se apresentam no hospedeiro uma vez realizado um estímulo efetivo. Iniciam-se as primeiras alterações, no estado de normalidade, pela atuação de agentes patogênicos; seguem-se perturbações bioquímicas em nível celular, provocando distúrbios na forma e função de órgãos e sistemas, evoluindo para as seguintes possibilidades: defeito permanente (sequela), cronicidade, morte ou cura. No modelo da História Natural da Doença, é enfatizada a importância das diferentes medidas de prevenção (figura 1). // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção Medidas de prevenção efetuadas no período epidemiológico Prevenção primária - são ações que: interferem nas causas/fatores de risco, no sentido de suprimi-los, para impedir o desenvolvimento da doença; podem ser divididas em dois níveis: promoção de saúde (educação, habitação, nutrição, laser); proteção específica (imunização, pré-natal; saúde ocupacional, controle de vetores, uso de preservativos). // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção Medidas de prevenção efetuadas no período patogênico Prevenção secundária São ações realizadas para detectar um problema de saúde em estágio inicial, facilitando o diagnóstico, tratamento e reduzindo complicações e incapacidades, como por exemplos: inquéritos para descoberta de casos; exames periódicos individuais para detecção precoce de casos; tratamento precoce para evitar a progressão da doença e futuras complicações. Prevenção terciária Proporciona melhor qualidade de vida com o que a doença deixou de incapacidades. (Exemplos: fisioterapia, terapia ocupacional, educação visando ao máximo de aproveitamento da capacidade remanescente). // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção Em 2003, foi oficializada a prevenção quaternária, novo nível de prevenção agregado aos demais níveis de Leavell e Clark. Esse nível de prevenção proposto por Marc Jamoulle nasceu de uma necessidade real e prática da medicinade família, especialmente para lidar com as pessoas e seus adoecimentos em situações “que escapam completamente a qualquer autoridade estatística e a qualquer previsibilidade”. É um conjunto de ações em saúde voltadas para detecção de indivíduos em risco de intervenções, diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis. Segundo Gomes (2015), com base nessa compreensão sobre a história natural da doença, é possível se pensar em modelos de atenção à saúde que vêm a impedir o processo de instalação da doença a partir da identificação das necessidades de cada indivíduo e comunidade, através do planejamento de ações preventivas nos diversos níveis. // História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção //Elos da cadeia de transmissão das doenças As doenças transmissíveis ocorrem como resultado de uma interação entre agente infeccioso, processo de transmissão, hospedeiro e o ambiente (figura 2). O controle dessas doenças pode envolver mudanças em um ou mais desses componentes, os quais são influenciados pelo ambiente. Essas doenças podem ter um grande número de efeitos, variando de uma infecção silenciosa – com sinal ou sintoma – até doença severa ou morte. Elos da cadeia de transmissão das doenças Figura 2: Agente e Ambiente Fonte: OPAS, 2010 // Elos da cadeia de transmissão das doenças Agente Hospedeiro Ambiente Figura 3: A cadeia epidemiológica: Elos que identificam os pontos principais da sequência contínua da interação entre o agente, o hospedeiro e o meio. Fonte: OPAS, 2010 1 - Agente causal específico A cadeia epidemiológica AGENTE CAUSAL Um agente é um fator que está presente para a ocorrência de uma doença; de modo geral, um agente é considerado uma causa necessária, porém não suficiente para a produção da doença. É importante entendermos as diferenças entre os conceitos: Infecção é a entrada e o desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no hospedeiro. Doença é a manifestação clínica da infecção onde outros fatores (causas suficientes) devem estar presentes para a produção de doenças. // Elos da cadeia de transmissão das doenças O Agente Infeccioso é um ser Vivo? O agente infeccioso é um ser vivo que, através de uma das formas (adulto, larva, cisto, ovo, esporo etc.), pode ser introduzido em outro ser vivo, onde é capaz de se desenvolver ou de se multiplicar e, dependendo das predisposições intrínsecas do novo hospedeiro, gerar ou não um estado patológico manifesto, denominado doença infecciosa, que também é doença transmissível. As características específicas de cada agente são importantes para determinar a natureza da infecção, que é determinada por fatores tais como: ● Infectividade: é a capacidade de o agente infeccioso de poder alojar-se e multiplicar-se dentro de um hospedeiro. Exemplos: alta infectividade: vírus do sarampo e varicela; baixa infectividade: bactéria da hanseníase. ● Patogenicidade: é a capacidade de um agente infeccioso de produzir doença em pessoas infectadas. Exemplos: o vírus do sarampo é de alta patogenicidade e o da poliomielite de baixa patogenicidade. Patogenicidade: casos de doença _______________________ X 100 Nº total de infectados // Elos da cadeia de transmissão das doenças ● Virulência: é a capacidade do agente infeccioso produzir casos graves e fatais. Exemplos: raiva é uma doença de alta virulência e poliomielite de baixa virulência. ● Letalidade: é uma característica frequentemente usada para descrever a gravidade de uma epidemia. É a capacidade do agente infeccioso de produzir casos fatais. Diferenças entre virulência e letalidade: Virulência Letalidade ● Dose infectante: é a quantidade requerida para causar infecção em um indivíduo suscetível. ● Imunogenicidade ou poder imunogênico: capacidade do agente biológico estimular a resposta imune no hospedeiro. Há agentes, como os vírus do sarampo, caxumba, rubéola de alto poder imunogênico (uma vez infectadas por estes microrganismos, as pessoas, em geral, ficam imunes para o resto da vida, já salmonelas, shigelas, por exemplo, são de baixo poder imunogênico e conferem imunidade apenas temporária aos suscetíveis. Casos graves e fatais ______________________ Total de casos aparentes Casos fatais ______________________ Total de casos aparentes // Elos da cadeia de transmissão das doenças Destruição do agente: pasteurização do leite e outros produtos, cloração da água e esterilização de equipamentos cirúrgicos. Evitar o contato hospedeiro-agente: isolar e limitar o movimento dos casos altamente contagiosos quando existe grande número de suscetíveis na área ou isolar os mais suscetíveis (isolamento, quarentena); buscar, identificar e tratar os doentes e portadores, através da detecção, diagnóstico, notificação, tratamento e acompanhamento de casos até seu período de convalescença e total recuperação. Veja mais exemplos de medidas de prevenção e controle voltadas ao agente // Elos da cadeia de transmissão das doenças é qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada, onde um agente infeccioso, normalmente, vive e se multiplica e do qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma que possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível. • Humanos: o fato de que uma doença ou grupo de doenças tenha o ser humano como reservatório é de grande importância prática, já que as medidas de controle que se adotam podem circunscrever-se ao mesmo ser humano. Se uma doença pode ser tratada com um antibiótico adequado, a ação direta é exercida sobre o sujeito como paciente e como reservatório. Exemplos de doenças cujo reservatório é humano: doenças de transmissão sexual, hanseníase, coqueluche, sarampo e febre tifoide. Reservatório de agentes infecciosos: // Elos da cadeia de transmissão das doenças Extra-humanos os animais podem ser infectados e, também, servir de reservatórios para várias doenças do ser humano. São exemplos disso a brucelose, a leptospirose, a peste, a raiva e o tétano. As doenças infecciosas que são transmitidas em condições normais de animais para o homem são denominadas zoonoses. // Elos da cadeia de transmissão das doenças Ambiental as plantas, o solo e a água podem comportar-se como reservatórios para alguns agentes infecciosos. // Elos da cadeia de transmissão das doenças Humanos: casos clínicos e subclínicos e portadores, convalescentes, crônicos e intermitentes: isolamento e quarentena; quimioterapia, como tratamento profilático para eliminar o agente de pacientes infectados; imunização para evitar o estado de portador, como ocorre com as vacinas meningocócicas conjugadas e contra a coqueluche (tríplice bacteriana). Veja mais exemplos de medidas de prevenção e controle voltadas ao reservatório // Elos da cadeia de transmissão das doenças Animais: imunização de animais selvagens e animais domésticos contra a raiva; controle sanitário e quimioterapia massiva de gado para consumo humano, inclusive eliminação dos animais (teníase, encefalopatia espongiforme); eliminação de carrapatos de certos animais domésticos. Ambientais: desinfecção de áreas contaminadas com fezes de aves e morcegos; eliminação de criadouros de mosquitos; tratamento de torres de resfriamento. // Elos da cadeia de transmissão das doenças Fonte de infecção: É a pessoa, animal ou objeto de onde o hospedeiro adquire a doença. O conhecimento tanto do reservatório quanto da fonte é necessário para o desenvolvimento de medidas efetivas de controle. Uma importante fonte de infecção pode ser o portador – uma pessoa infectada que não mostra qualquer evidência de doença clínica. A duração do estado de portador varia entre diferentes agentes. Os portadores podem ser assintomáticos durante todo o período de infecção, ou o estado de portador pode ser limitadoa uma fase da doença. Os portadores desempenham um importante papel na disseminação global do vírus da imunodeficiência humana em decorrência da transmissão sexual durante os longos períodos. Portas de eliminação ou de saída do agente: o caminho pelo qual um agente infeccioso sai do seu hospedeiro. As principais portas/vias são: Agora, vamos falar sobre as Fonte de Infecção // Elos da cadeia de transmissão das doenças ● Respiratórias: as doenças que utilizam esta porta de saída são as de maior difusão e as mais difíceis de controlar (covid-19, tuberculose, influenza, sarampo etc.). ● Geniturinárias: sífilis, AIDS, gonorreia e outras doenças de transmissão sexual. ● Digestivas: próprias da febre tifoide, hepatite A e E, cólera e amebíase. ● Percutânea: através de contato direto com lesões superficiais, como na varicela, herpes zoster e sífilis. Por picadura, mordeduras, perfuração por agulha ou outro mecanismo que tenha contato com sangue infectado, como na sífilis, doença de Chagas, malária, leishmaniose, febre amarela, hepatite B etc. ● Placentária: em geral, a placenta é uma barreira efetiva de proteção do feto contra infecções da mãe, no entanto, não é totalmente efetiva para alguns agentes infecciosos como os da sífilis, rubéola, toxoplasmose, AIDS e doença de Chagas. // Elos da cadeia de transmissão das doenças O agente costuma sair do reservatório humano e animal por vias fisiológicas, tais como a respiratória e a digestiva. O controle da via de saída respiratória é feito através de máscaras, como está sendo utilizado para controle da covid-19. As medidas de controle entérico, ou seja, bloqueio da via de saída digestiva, compreendem principalmente ações de eliminação do agente por meio da desinfecção, incluindo a aplicação contínua de medidas de higiene pessoal básicas. A via percutânea pode ser bloqueada evitando punções de agulhas e picadas de mosquito e a via urogenital utilizando preservativos. Modo de transmissão do agente: é a forma em que o agente infeccioso se transporta do reservatório ao hospedeiro (quadro2). Veja mais exemplos de medidas de prevenção e controle voltadas à porta de saída // Elos da cadeia de transmissão das doenças Transmissão direta É a transferência imediata do agente infeccioso de um hospedeiro ou reservatório para uma porta de entrada através da qual a infecção poderá ocorrer. É denominada também transmissão de pessoa a pessoa. Esta pode ser pelo contato direto através do toque, beijo, relação sexual ou pela disseminação de gotículas ao tossir ou espirrar. A transfusão de sangue e a infecção transplacentária da mãe para o feto são outras importantes formas de transmissão direta. Transmissão indireta Pode ser através de veículo, vetor ou aérea. A transmissão por veículos ocorre através de materiais contaminados, tais como brinquedos, alimentos, vestimentas, roupas de cama e utensílios de cozinha. A transmissão por vetor ocorre quando o agente é carregado por um inseto ou animal (o vetor) para um hospedeiro suscetível; o agente pode se multiplicar no vetor (exemplos: dengue, febre amarela, malária, esquistossomose, leishmaniose) ou não (moscas). A transmissão aérea de longa distância ocorre quando há disseminação de pequenas gotículas para uma porta de entrada, usualmente o trato respiratório. As partículas de poeira também facilitam a transmissão aérea, por exemplo, através de esporos de fungos. // Elos da cadeia de transmissão das doenças A distinção entre os tipos de transmissão é importante quando são escolhidos os métodos de controle de doenças. A transmissão direta pode ser interrompida pela prevenção do contato com a fonte, enquanto a transmissão indireta requer abordagens diferentes, tais como o fornecimento de mosquiteiros, ventilação adequada, armazenamento de alimentos sob refrigeração e fornecimento de agulhas e seringas descartáveis. Transmissão direta Transmissão indireta Relação sexual Aperto de mãos Beijo Via gotículas respiratórias, curta distância (respiração, tosse, espirro) Outro contato (procedimentos médico-hospitalares, amamentação) Vetores (insetos, carrapatos) Veículos (alimentos contaminados, água) Aérea ou aerossol, longa distância (gotículas respiratórias de menor tamanho eliminadas por respiração, tosse, espirro) Parenteral (injeção com seringas contaminadas) Transfusão (sangue, plasma) Fonte: elaboração própria // Elos da cadeia de transmissão das doenças Algumas medidas de prevenção e controle voltadas à via de transmissão são: evitar que a água, os alimentos e o solo sejam contaminados com excreções humanas, animais ou outros materiais biológicos potencialmente perigosos para a saúde; evitar o contato entre o vetor e o sujeito infectado; prevenir a infecção do vetor com o agente; tratar o sujeito infectado para que deixe de ser fonte potencial de infecção; controlar o vetor; prevenir o contato entre um vetor infectado e uma pessoa suscetível; tratamento ou eliminação de animais doentes; imunização dos animais quando existem medidas específicas de proteção; evitar o contato entre os animais doentes e o indivíduo; esterilização de produtos animais disponíveis para o consumo; controle de roedores domésticos. Veja mais exemplos de medidas de prevenção e controle voltadas à via de transmissão // Elos da cadeia de transmissão das doenças Portas de entrada no hospedeiro: as portas de entrada de um agente no novo hospedeiro são basicamente as mesmas usadas para a saída do hospedeiro prévio. Nas doenças respiratórias, a via aérea é utilizada como porta de saída e porta de entrada entre as pessoas. Em outras doenças, as portas de saída e de entrada podem ser diferentes. Como exemplo, nas intoxicações alimentares por estafilococos, o agente é eliminado através de uma lesão aberta da pele e entra no novo hospedeiro através de alimentos contaminados com secreção da lesão. // Elos da cadeia de transmissão das doenças Exemplos de medidas de prevenção e controle voltadas à porta de entrada Evitar a punção com agulhas, evitar as picadas de mosquitos, limpar e cobrir as feridas e usar preservativos, são exemplos de medidas de controle voltadas ao bloqueio da porta de entrada. Nesse caso, as medidas de bloqueio da porta de entrada estão voltadas ao hospedeiro suscetível, diferentemente das de bloqueio da porta de saída, voltadas ao reservatório (o paciente). // Elos da cadeia de transmissão das doenças Você sabe o que é Suscetibilidade? ● Suscetibilidade: é a situação de uma pessoa ou animal que se caracteriza pela ausência de resistência suficiente contra um determinado agente patogênico que a proteja da enfermidade na eventualidade de entrar em contato com esse agente. A suscetibilidade do hospedeiro depende de fatores genéticos, de fatores gerais de resistência às doenças e das condições de imunidade específica para cada doença. As portas de entrada respiratória e digestiva são também as mais difíceis de controlar; de fato, a aplicação de medidas massivas de eliminação ou destruição do agente por meio de desinfecção são as únicas que protegem essas portas de entrada no hospedeiro suscetível; se aquelas falham, essas também, e, portanto a doença se propaga com facilidade. Isso explica em parte a alta prevalência de doenças de transmissão respiratória e digestiva, assim como a importância de manter sistemas de abastecimento de água e saneamento com apropriado controle de qualidade, entre outros aspectos relevantes. O hospedeiro suscetível: é um indivíduo ou animal vivo, que em circunstâncias naturais permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso. Para produzir uma doença infecciosa no indivíduo, deve ser reunida uma série de aspectos estruturais e funcionais do próprio indivíduo. // Elos da cadeia de transmissão das doenças O que é Resistência? ● Resistência: é o conjunto de mecanismos que servem de defesacontra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos, ou contra efeitos nocivos de seus produtos tóxicos. A resistência pode ser: ● Inespecífica (inerente ou natural): é a que o organismo apresenta naturalmente, em geral associada a características de sua anatomia e fisiologia e independentes da ação de anticorpos. ● Específica (imunidade): é o estado de resistência relacionado à presença de anticorpos, substâncias produzidas pelo organismo e que possuem ação particular sobre o microrganismo responsável pela infecção (figura). O indivíduo será imunologicamente resistente se adquire anticorpos de forma passiva (curta duração) ou ativa (longa duração). Fonte: OPAS, 2010 (a). // Elos da cadeia de transmissão das doenças Aplicação de gamaglobulina e soros específicos; biossegurança universal; busca e tratamento de portadores; cloração da água; controle biológico de vetores; controle de armazenamento, manipulação e comercialização de alimentos; controle de reservatório extra-humano; controle de roedores; controle de vetores; controle sanitário de matadouros; cordão epidemiológico ou sanitário; cozimento adequado dos alimentos; desinfecção concorrente; desinfestação; despoluição ambiental; eliminação sanitária de fezes humanas; eliminação sanitária do lixo; esterilização de agulhas e seringas; exame de doadores de sangue; higiene pessoal; isolamento (doentes) e quarentena (expostos); legislação sanitária; melhoramento da moradia; melhoramento do estado nutricional; modificações de conduta e de atitude; mudanças de hábitos pessoais; orientação genética e familiar; orientação nos locais de trabalho; pasteurização de produtos lácteos e outros alimentícios; promoção e uso de preservativos; pulverização de residências; quimioprofilaxia; recomendações sanitárias através de meios massivos de comunicação (comunicação de risco); regulações de segurança sanitária; tratamento de casos; triagem ou rastreamento de sangue e hemoderivados; triagem ou rastreamento populacional; vacinação de contatos; vacinação de população suscetível. Exemplos de medidas de prevenção e controle voltadas ao hospedeiro suscetível // Elos da cadeia de transmissão das doenças O ambiente desempenha um papel importante no desenvolvimento das doenças transmissíveis. Condições sanitárias, temperatura, poluição aérea e qualidade da água estão entre os fatores que podem influenciar os estágios na cadeia de infecção. Além disso, fatores socioeconômicos, tais como, densidade populacional, aglomeração e pobreza, são de grande importância. Outros conceitos relacionados: Período de incubação: período decorrente entre a penetração do agente etiológico e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. É extremante variável desde horas (cólera), dias (covid-19, dengue, influenza...), até meses ou anos (hanseníase, AIDS). Período de latência: período entre a exposição e o início da transmissibilidade. Período de transmissibilidade: período durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra, ou de um animal infectado ao homem, ou de um homem infectado a um animal, inclusive artrópodes. Dependendo da doença, a transmissão pode ocorrer através de pacientes sintomáticos ou assintomáticos, também. // Elos da cadeia de transmissão das doenças Isolamento: é uma medida que visa separar as pessoas doentes durante o período de transmissibilidade, em lugar e condições que evitem a transmissão direta ou indireta de agente infeccioso a pessoas ou animais suscetíveis ao agente. O isolamento pode ocorrer em domicílio ou em ambiente hospitalar, conforme o estado clínico da pessoa. O isolamento depende da forma de transmissão (exemplo: respiratório na covid-19, tuberculose; entérico na cólera). Quarentena: é a restrição de atividades ou separação de pessoas que foram presumivelmente expostas a uma doença transmissível, mas que não estão doentes (porque estão no período de incubação ou até mesmo porque não foram infectadas). O período de quarentena deve ser igual ao período máximo de incubação. Atualmente, poucas são as doenças em que se utiliza a quarentena como método de controle, a covid-19 é uma dessa poucas. // Elos da cadeia de transmissão das doenças // Surto, Epidemia e Pandemia // Surto, Epidemia e Pandemia Surto, Epidemia e Pandemia As epidemias foram e continuam sendo importantes no cenário global e tal temática assume relevância ainda maior com a COVID 19, de proporções avassaladoras. No Brasil, além das epidemias, a exemplo, covid-19, AIDS, influenza por H1N1, cólera, sarampo, dengue, ainda se convive com doenças endêmicas e surtos de etiologias diversas. Você sabe quais as diferenças entre estes conceitos? Endemia Pode ser conceituada como a ocorrência de um agravo dentro de um número esperado de casos para aquela região, naquele período de tempo, baseado na sua ocorrência em anos anteriores não epidêmicos. Dessa forma, a incidência de uma doença endêmica é relativamente constante, podendo ocorrer variações sazonais no comportamento esperado para o agravo em questão. Surto É o aumento pouco comum no número de casos relacionados epidemiologicamente entre si, de aparecimento súbito e disseminação localizada num espaço específico. Como situação limitada, um surto implica a ocorrência num espaço especificamente localizado e geograficamente restrito, como por exemplo, uma comunidade, um povoado, um barco, uma instituição fechada (escola, hospital, quartel, mosteiro). // Surto, Epidemia e Pandemia Epidemia Representa a ocorrência de um agravo acima da média (ou mediana) histórica de sua ocorrência. O agravo causador de uma epidemia tem geralmente aparecimento súbito e se propaga por determinado período de tempo em determinada área geográfica, acometendo frequentemente elevado número de pessoas. O número de casos necessários para definir uma epidemia varia de acordo com o agente, o tamanho, tipo e suscetibilidade da população exposta e o momento e local da ocorrência da doença. A identificação de uma epidemia também depende da frequência usual da doença na região, no mesmo grupo populacional, durante a mesma estação do ano. Pandemia É definida quando uma epidemia atinge vários países de diferentes continentes, como está acontecendo com a covid-19. // Surto, Epidemia e Pandemia Aumento do número de suscetíveis: quando o número de suscetíveis em um local é suficientemente grande, a introdução de um caso alóctone (caso importado) de uma doença transmissível gera diversos outros, configurando um aumento na incidência. O aumento do número de suscetíveis pode apresentar diversas causas, como: baixas coberturas vacinais e migração de susceptíveis. As epidemias ou surtos geralmente são ocasionados por: // Surto, Epidemia e Pandemia Alterações no meio ambiente que favorecem a transmissão de doenças infecciosas e não infecciosas: contaminação da água potável por dejetos favorece a transmissão de febre tifoide, hepatite A, hepatite E, cólera, entre outras; aglomeração de pessoas em abrigos provisórios, em situações de calamidade, facilita a eclosão de surtos de gripes, sarampo e outras doenças respiratórias agudas; aumento no número de vetores infectados, responsáveis pela transmissão de algumas doenças em razão de condições ambientais favoráveis e inexistência ou ineficácia das medidas de controle, facilita o crescimento do número de agravos, como no caso de malária, dengue; contaminação de alimentos por microrganismos patogênicos ocasiona surtos de intoxicação, toxi-infecção e infecção alimentar, frequentes em locais de refeições coletivas; extravasamento de produtos químicos poluindo o ar, solo e mananciais leva a intoxicações agudas na comunidade local; emissão descontrolada de material particulado por veículos motorizados leva a problemas respiratórios agudos napopulação. // Surto, Epidemia e Pandemia Então um surto ou epidemia podem surgir a partir das seguintes situações: • Quando inexiste uma doença em determinado lugar e se introduz uma fonte de infecção ou contaminação (por exemplo, um caso de cólera ou um alimento contaminado), dando início ao aparecimento de casos ou epidemia. • Quando ocorrem casos esporádicos de uma determinada doença e começa a haver aumento na incidência além do esperado. • Uma doença que ocorre endemicamente e alguns fatores desequilibram a sua estabilidade, iniciando uma epidemia. Epidemias e endemias têm como fatores determinantes e condicionantes diversas situações econômicas, culturais, ecológicas, psicossociais e biológicas (Quadro 3). A compreensão desses determinantes e condicionantes é importante para o planejamento de ações de prevenção e controle dos agravos com potencial endêmico e epidêmico. // Surto, Epidemia e Pandemia Exemplos As doenças transmitidas por contato direto são favorecidas por condições de habitação e de saneamento precárias, além de situações que favoreçam aglomeração; a transmissão sexual é favorecida pela falta de informação e por barreiras culturais, como, por exemplo, resistência ao uso de preservativo. As doenças transmitidas por contato indireto, entre as quais se incluem as transmitidas por vetor, requerem a existência de um ambiente favorável para a replicação de mosquito ou carrapatos. A maioria dos vetores se reproduz bem em regiões com clima quente e úmido, mas enquanto alguns utilizam água limpa parada para sua reprodução (exemplo: Aedes aegypti, vetor da dengue), outros se reproduzem em matéria orgânica, sendo favorecido pelo acúmulo de lixo ou fezes de animais no peridomicílio (exemplo: Lutzomyia, vetor da leishmaniose visceral). // Surto, Epidemia e Pandemia As doenças que são transmitidas por formas infectantes presentes no ambiente (exemplo: esquistossomose) também estão relacionadas à falta de saneamento básico adequado. Nos dias atuais, a globalização constitui outro determinante importante, resultado do intenso fluxo de pessoas e alimentos por todo o mundo. Alimentos produzidos na América do Sul e América Central, por exemplo, podem causar surtos de intoxicação alimentar na América do Norte ou Europa. A rapidez de deslocamento das pessoas proporcionada pela facilidade de acesso ao transporte aéreo permite que agentes causadores de epidemias sejam transmitidos rapidamente para pessoas de várias regiões do planeta em curto espaço de tempo, a exemplo da influenza H1N1 e covid-19. Quadro 3: Exemplos de determinantes de epidemias e endemias Determinantes econômicos: miséria, privações resultando em habitações precárias, falta de saneamento básico e de água tratada e ocupação do território de forma desordenada. Determinantes culturais: hábito de defecar próximo de mananciais, hábitos alimentares de risco como ingestão de peixe ou ostras. Determinantes ecológicos: poluição atmosférica, condições climáticas e ambientais e favoráveis à proliferação de vetores. Determinantes psicossociais: estresse, uso de drogas, ausência de atividade e locais para lazer. Determinantes biológicos: Indivíduos suscetíveis, mutação do agente infeccioso, transmissibilidade do agente. // Surto, Epidemia e Pandemia // Considerações Finais Chegamos ao final desta aula. É importante destacar os seguintes pontos abordados: Chegamos ao final desta aula e é importante destacar os seguintes pontos abordados: ● História natural das doenças e níveis de prevenção. ● Medidas de prevenção. ● Elos da cadeia de transmissão das doenças: agente, reservatório, porta de saída do agente, modo de transmissão do agente, porta de entrada do agente no novo hospedeiro, suscetibilidade do hospedeiro. ● Surto, epidemia e pandemia. Esperamos que o conhecimento adquirido sobre os mecanismos de defesa; processo de adoecimento e conceitos de imunologia auxilie você nas boas práticas de cuidado com o paciente no seu dia a dia. // Considerações Finais Até a próxima! BRASIL. Ministério da Saúde. Curso básico de vigilância epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, 2005. 210p Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/C urso_vigilancia_epidemio.pdf. Acesso em: 21 abr. 2021 Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de vigilância em saúde: volume único. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/ pdf/2019/junho/25/guia-vigilancia-saude- volume-unico-3ed.pdf. Acesso em: 21 abr. 2021 Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf. Acesso em: 21 abr. 2021 // referências r e f e r ê n c i a s / / http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Curso_vigilancia_epidemio.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Módulos de Princípios de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. Módulo 1 a 6: Saúde e doença na população. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/. Acesso em: 21 abr. 2021 CARDOSO,RV. Prevenção quaternária: um olhar sobre a medicalização na prática dos médicos de família. ver. Bras. Med. Fam. Comunidade. 2015;10(35): 1-10. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc10(35)1117. Acesso em: 21 abr. 2021 CEBALLOS, AGC. Modelos conceituais de saúde, determinação social do processo saúde e doença, promoção da saúde. Recife: [s.n.], 2015. 20 p. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/AR ES/3332. 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