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Bases Epidemiológicas: História Natural das Doenças e Prevenção

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MÓDULO II
//curso de
APERFEIÇOAMENTO 
FORTALECIMENTO 
DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO 
NOS TERRITÓRIOS 
MUNICIPAIS
Aula 
08
// BASES EPIDEMIOLÓGICAS
C
r
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o
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/
/
Todos os direitos reservados. É permitida a 
reprodução parcial ou total desta obra, desde 
que citada a fonte e que não seja para venda 
ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta 
publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado 
pela equipe MaisCONASEMS e Faculdade São 
Leopoldo Mandic.
Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de Aperfeiçoamento 
Fortalecimento das Ações de Imunização nos Territórios Municipais. 
Módulo II: Bases Imunológicas, Epidemiológicas, Vigilância 
Epidemiológica e Cuidado em Saúde: Aula 8 - Bases Epidemiológicas.
Ficha Catalográfica 
Ficha
Técnica
Curadoria e Produção de Conteúdos 
Mandic
André Ricardo Ribas Freitas
Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira 
Giuliano Dimarzio
Laura Andrade Lagoa Nóbrega 
Márcia Fonseca
Regina Célia de Menezes Succi
Gestor Educacional
Rubensmidt Ramos Riani
Coordenação Técnica e Pedagógica
Cristina Crespo
Valdívia Marçal
Coordenação Pedagógica – Faculdade 
São Leopoldo Mandic
Fabiana Succi
Patrícia Zen Tempski
Especialista em Educação a Distância
Kelly Santana
Priscila Rondas
Designer instrucional 
Alexandra Gusmão
Carla Cristini Justino de Oliveira
Juliana de Almeida Fortunato
Pollyanna Micheline Lucarelli
Simone Ferreira de Assis
Web Desenvolvedor 
Aidan Bruno
Alexandre Itabayana
Cristina Perrone 
Paloma Eveir
Vitor Almas de Moura
Este material foi 
elaborado e desenvolvido 
pela equipe técnica e 
pedagógica do Mais 
CONASEMS em parceria 
com a Faculdade São 
Leopoldo Mandic.
Coordenação Geral 
Conexões Consultoria em 
Saúde Ltda.
Revisão textual 
Gehilde Reis Paula de Moura
Olá!
Este é o seu Material de 
Referência da Aula 8 que 
apresenta de forma mais 
aprofundada o conteúdo 
referente ao tema Bases 
Epidemiológicas. A proposta é 
agregar mais conhecimento à 
sua aprendizagem, por isso, 
leia-o com atenção e consulte-o 
sempre que necessário!
Objetivos de 
aprendizagem
Reconhecer os fatores contribuintes para a
história natural da doença, bem como, os diversos 
níveis de prevenção.
Conhecer os conceitos de endemia e epidemia
e a abrangência das epidemias.
Compreender os elos da cadeia de transmissão das 
doenças (do agente etiológico ao hospedeiro 
suscetível). 
01
02
03
Introdução
Na aula anterior (Aula 7), você iniciou os estudos sobre as 
Bases Imunológicas com foco na forma de entendimento 
da interação entre o homem e o meio-ambiente e nos 
conhecimentos sobre os mecanismos da defesa inata e 
adaptativa, seus processos de saúde-doença e interação 
hospedeiro e patógenos.
Na Aula 8, você dará continuidade ao estudo sobre as 
Bases Epidemiológicas enfatizando outros aspectos como: 
a História Natural das Doenças; Elos da Cadeia de 
Transmissão; Níveis de Prevenção; Surto; Epidemia e 
Pandemia. 
Boa leitura!
// História Natural das 
Doenças e Níveis de 
Prevenção
O processo saúde-doença constitui-se das etapas 
pelas quais passa o indivíduo, ou a população, 
durante o processo de adoecimento, levando-se 
em consideração todas as variáveis que 
influenciam a saúde e as doenças, bem como seus 
desfechos, a cura ou a morte. 
A busca por explicações causais do processo 
saúde-doença resultou na configuração da História 
Natural das Doenças (HND), modelo proposto por 
Leavell e Clark em 1976, que conceituam HND 
como um conjunto de processos interativos que 
compreendem as interrelações do agente 
etiológico, do suscetível e do meio ambiente, 
passando desde as variações 
ambientais/biológicas, que criam o estímulo 
patógeno, até a resposta do suscetível a este 
agente, e que pode levar o indivíduo à doença, à 
invalidez, à recuperação ou à morte.
A História Natural da Doença se divide em dois 
períodos sequenciados que se completam: o pré-
patogênico e o patogênico(figura 1). 
Você sabe como se dá o 
processo saúde-doença 
de um indivíduo ou de 
uma população?
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
01 Pré-patogênico
Diz respeito à interação entre os fatores do agente, 
do hospedeiro e do meio ambiente.
02 Patogênico
Corresponde ao momento quando o homem 
interage com um estímulo externo, apresenta sinais 
e sintomas e ocorre o desenlace da doença.
Figura 1: História Natural da Doença
Fonte: OPAS, 2010 
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
O período epidemiológico (pré-patogênico) configura-
se pelas interações dos fatores sociais, ambientais e do 
próprio suscetível até se atingir condições favoráveis 
para o desenvolvimento da doença. 
Quadro 1. Período Pré-Patogênico. 
Fonte: GOMES, 2015
Sociais Ambientais Próprios do susceptível
• Fatores econômicos
• Políticos
• Culturais
• Psicossociais
• Vetores
• Poluentes
• Estrutura Sanitária
• Ocupação 
desordenada de 
ambientes 
naturais(clima, 
geografia, 
hidrografia, 
desastres naturais, 
etc.)
• Biológicos
• Genéticos
• imunológicos
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
Condicionantes sociais
Fatores socioeconômicos - há uma associação inversa 
entre capacidade econômica e probabilidade de 
adquirir doenças - os grupos sociais economicamente 
mais favorecidos estão menos sujeitos a ação de 
fatores ambientais que impactam no adoecimento.
Fatores políticos - higidez política, transparência das 
ações, acesso à informação, valorização da cidadania, 
participação popular.
fatores culturais - preconceitos, hábitos, crendices, 
comportamentos e valores.
fatores psicossociais - marginalidade, violência 
urbana, falta de vínculos familiares, falta de redes de 
apoio. 
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
Condicionantes ambientais
Os condicionantes ambientais são naturais (clima, 
hidrografia, topografia) e artificiais (desmatamento, 
poluição ambiental, ocupação dos espaços de forma 
desestruturada). 
Condicionantes do próprio suscetível: fatores 
genéticos, imunidade, biológicos. 
O período patológico mostra as mudanças que se 
apresentam no hospedeiro uma vez realizado um 
estímulo efetivo. Iniciam-se as primeiras alterações, no 
estado de normalidade, pela atuação de agentes 
patogênicos; seguem-se perturbações bioquímicas em 
nível celular, provocando distúrbios na forma e função 
de órgãos e sistemas, evoluindo para as seguintes 
possibilidades: defeito permanente (sequela), 
cronicidade, morte ou cura.
No modelo da História Natural da Doença, é enfatizada 
a importância das diferentes medidas de prevenção 
(figura 1). 
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
Medidas de prevenção efetuadas no 
período epidemiológico
Prevenção primária - são ações que: interferem nas 
causas/fatores de risco, no sentido de suprimi-los, 
para impedir o desenvolvimento da doença; podem 
ser divididas em dois níveis: promoção de saúde 
(educação, habitação, nutrição, laser); proteção 
específica (imunização, pré-natal; saúde ocupacional, 
controle de vetores, uso de preservativos).
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
Medidas de prevenção efetuadas
no período patogênico
Prevenção secundária
São ações realizadas para detectar um problema de 
saúde em estágio inicial, facilitando o diagnóstico, 
tratamento e reduzindo complicações e incapacidades, 
como por exemplos: inquéritos para descoberta de casos; 
exames periódicos individuais para detecção precoce de 
casos; tratamento precoce para evitar a progressão da 
doença e futuras complicações.
Prevenção terciária 
Proporciona melhor qualidade de vida com o que a 
doença deixou de incapacidades. (Exemplos: 
fisioterapia, terapia ocupacional, educação visando ao 
máximo de aproveitamento da capacidade 
remanescente). 
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
Em 2003, foi oficializada a prevenção quaternária, 
novo nível de prevenção agregado aos demais níveis de 
Leavell e Clark. Esse nível de prevenção proposto por 
Marc Jamoulle nasceu de uma necessidade real e 
prática da medicinade família, especialmente para 
lidar com as pessoas e seus adoecimentos em situações 
“que escapam completamente a qualquer autoridade 
estatística e a qualquer previsibilidade”. É um conjunto 
de ações em saúde voltadas para detecção de 
indivíduos em risco de intervenções, diagnósticas e/ou 
terapêuticas, excessivas para protegê-los de novas 
intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes 
alternativas eticamente aceitáveis. 
Segundo Gomes (2015), com base nessa compreensão 
sobre a história natural da doença, é possível se pensar 
em modelos de atenção à saúde que vêm a impedir o 
processo de instalação da doença a partir da 
identificação das necessidades de cada indivíduo e 
comunidade, através do planejamento de ações 
preventivas nos diversos níveis.
// História Natural das Doenças e Níveis de Prevenção
//Elos da cadeia
de transmissão
das doenças
As doenças transmissíveis ocorrem como resultado de 
uma interação entre agente infeccioso, processo de 
transmissão, hospedeiro e o ambiente (figura 2). 
O controle dessas doenças pode envolver mudanças em um 
ou mais desses componentes, os quais são influenciados 
pelo ambiente. Essas doenças podem ter um grande 
número de efeitos, variando de uma infecção silenciosa –
com sinal ou sintoma – até doença severa ou morte.
Elos da cadeia de 
transmissão das 
doenças
Figura 2: Agente e Ambiente
Fonte: OPAS, 2010
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Agente Hospedeiro
Ambiente
Figura 3: A cadeia epidemiológica: Elos que identificam os pontos principais 
da sequência contínua da interação entre o agente, o hospedeiro e o meio.
Fonte: OPAS, 2010
1 - Agente causal 
específico
A cadeia 
epidemiológica
AGENTE CAUSAL 
Um agente é um fator que está presente para a ocorrência 
de uma doença; de modo geral, um agente é considerado 
uma causa necessária, porém não suficiente para a 
produção da doença. 
É importante entendermos as diferenças entre os 
conceitos: 
Infecção é a entrada
e o desenvolvimento
ou multiplicação de
um agente infeccioso
no hospedeiro. 
Doença é a manifestação
clínica da infecção onde outros 
fatores (causas suficientes) 
devem estar presentes para
a produção de doenças. 
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
O Agente Infeccioso é um ser Vivo?
O agente infeccioso é um ser vivo que, através de uma 
das formas (adulto, larva, cisto, ovo, esporo etc.), 
pode ser introduzido em outro ser vivo, onde é capaz 
de se desenvolver ou de se multiplicar e, dependendo 
das predisposições intrínsecas do novo hospedeiro, 
gerar ou não um estado patológico manifesto, 
denominado doença infecciosa, que também é doença 
transmissível. 
As características específicas de cada agente são 
importantes para determinar a natureza da infecção, 
que é determinada por fatores tais como:
● Infectividade: é a capacidade de o agente 
infeccioso de poder alojar-se e multiplicar-se 
dentro de um hospedeiro. 
Exemplos: alta infectividade: vírus do sarampo 
e varicela; baixa infectividade: bactéria da 
hanseníase.
● Patogenicidade: é a capacidade de um agente 
infeccioso de produzir doença em pessoas 
infectadas. 
Exemplos: o vírus do sarampo é de alta 
patogenicidade e o da poliomielite de baixa 
patogenicidade.
Patogenicidade: 
casos de doença 
_______________________ X 100
Nº total de infectados
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
● Virulência: é a capacidade do agente infeccioso 
produzir casos graves e fatais. 
Exemplos: raiva é uma doença de alta virulência 
e poliomielite de baixa virulência.
● Letalidade: é uma característica 
frequentemente usada para descrever a 
gravidade de uma epidemia. É a capacidade do 
agente infeccioso de produzir casos fatais.
Diferenças entre virulência e letalidade: 
Virulência Letalidade
● Dose infectante: é a quantidade requerida para 
causar infecção em um indivíduo suscetível. 
● Imunogenicidade ou poder imunogênico: 
capacidade do agente biológico estimular a 
resposta imune no hospedeiro. Há agentes, como 
os vírus do sarampo, caxumba, rubéola de alto 
poder imunogênico (uma vez infectadas por estes 
microrganismos, as pessoas, em geral, ficam 
imunes para o resto da vida, já salmonelas, 
shigelas, por exemplo, são de baixo poder 
imunogênico e conferem imunidade apenas 
temporária aos suscetíveis.
Casos graves e fatais
______________________
Total de casos aparentes
Casos fatais
______________________
Total de casos aparentes
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Destruição do agente:
pasteurização do leite e outros produtos, 
cloração da água e esterilização de 
equipamentos cirúrgicos.
Evitar o contato hospedeiro-agente: isolar e 
limitar o movimento dos casos altamente 
contagiosos quando existe grande número de 
suscetíveis na área ou isolar os mais 
suscetíveis (isolamento, quarentena); buscar, 
identificar e tratar os doentes e portadores, 
através da detecção, diagnóstico, notificação, 
tratamento e acompanhamento de casos até 
seu período de convalescença e total 
recuperação.
Veja mais exemplos 
de medidas de 
prevenção e controle 
voltadas
ao agente
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
é qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo 
ou matéria inanimada, onde um agente infeccioso, 
normalmente, vive e se multiplica e do qual depende 
para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma que 
possa ser transmitido a um hospedeiro suscetível.
• Humanos: o fato de que uma doença ou grupo de 
doenças tenha o ser humano como reservatório é de 
grande importância prática, já que as medidas de 
controle que se adotam podem circunscrever-se ao 
mesmo ser humano.
Se uma doença pode ser tratada com um antibiótico 
adequado, a ação direta é exercida sobre o sujeito como 
paciente e como reservatório. Exemplos de doenças cujo 
reservatório é humano: doenças de transmissão sexual, 
hanseníase, coqueluche, sarampo e febre tifoide.
Reservatório de 
agentes infecciosos: 
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Extra-humanos
os animais podem ser infectados e, também, 
servir de reservatórios para várias doenças do ser 
humano. São exemplos disso a brucelose, a 
leptospirose, a peste, a raiva e o tétano. As 
doenças infecciosas que são transmitidas em 
condições normais de animais para o homem são 
denominadas zoonoses.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Ambiental
as plantas, o solo e a água podem comportar-se 
como reservatórios para alguns agentes 
infecciosos.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Humanos: casos clínicos e subclínicos e portadores, 
convalescentes, crônicos e intermitentes: isolamento e 
quarentena; quimioterapia, como tratamento profilático 
para eliminar o agente de pacientes infectados; 
imunização para evitar o estado de portador, como ocorre 
com as vacinas meningocócicas conjugadas e contra a 
coqueluche (tríplice bacteriana).
Veja mais exemplos 
de medidas de 
prevenção e controle 
voltadas ao 
reservatório
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Animais: imunização de animais selvagens e 
animais domésticos contra a raiva; controle sanitário e 
quimioterapia massiva de gado para consumo 
humano, inclusive eliminação dos animais (teníase, 
encefalopatia espongiforme); eliminação de 
carrapatos de certos animais domésticos. 
Ambientais: desinfecção de áreas contaminadas com 
fezes de aves e morcegos; eliminação de criadouros de 
mosquitos; tratamento de torres de resfriamento.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Fonte de infecção:
É a pessoa, animal ou objeto de onde o hospedeiro 
adquire a doença. 
O conhecimento tanto do reservatório quanto da 
fonte é necessário para o desenvolvimento de 
medidas efetivas de controle. Uma importante fonte 
de infecção pode ser o portador – uma pessoa 
infectada que não mostra qualquer evidência de 
doença clínica. A duração do estado de portador varia 
entre diferentes agentes. Os portadores podem ser 
assintomáticos durante todo o período de infecção, ou 
o estado de portador pode ser limitadoa uma fase da 
doença. 
Os portadores desempenham um importante papel na 
disseminação global do vírus da imunodeficiência 
humana em decorrência da transmissão sexual 
durante os longos períodos.
Portas de eliminação ou de saída do agente: o 
caminho pelo qual um agente infeccioso sai do seu 
hospedeiro. As principais portas/vias são: 
Agora, vamos falar 
sobre as Fonte de 
Infecção
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
● Respiratórias: as doenças que utilizam esta 
porta de saída são as de maior difusão e as 
mais difíceis de controlar (covid-19, 
tuberculose, influenza, sarampo etc.). 
● Geniturinárias: sífilis, AIDS, gonorreia e outras 
doenças de transmissão sexual.
● Digestivas: próprias da febre tifoide, hepatite A 
e E, cólera e amebíase. 
● Percutânea: através de contato direto com 
lesões superficiais, como na varicela, herpes 
zoster e sífilis. Por picadura, mordeduras, 
perfuração por agulha ou outro mecanismo 
que tenha contato com sangue infectado, 
como na sífilis, doença de Chagas, malária, 
leishmaniose, febre amarela, hepatite B etc.
● Placentária: em geral, a placenta é uma 
barreira efetiva de proteção do feto contra 
infecções da mãe, no entanto, não é 
totalmente efetiva para alguns agentes 
infecciosos como os da sífilis, rubéola, 
toxoplasmose, AIDS e doença de Chagas.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
O agente costuma sair do reservatório humano e animal 
por vias fisiológicas, tais como a respiratória e a digestiva. 
O controle da via de saída respiratória é feito através de 
máscaras, como está sendo utilizado para controle da 
covid-19. 
As medidas de controle entérico, ou seja, bloqueio da via 
de saída digestiva, compreendem principalmente ações 
de eliminação do agente por meio da desinfecção, 
incluindo a aplicação contínua de medidas de higiene 
pessoal básicas. 
A via percutânea pode ser bloqueada evitando punções 
de agulhas e picadas de mosquito e a via urogenital 
utilizando preservativos.
Modo de transmissão do agente: é a forma em que o 
agente infeccioso se transporta do reservatório ao 
hospedeiro (quadro2).
Veja mais exemplos de 
medidas de prevenção e 
controle voltadas à
porta de saída
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Transmissão direta
É a transferência imediata do agente infeccioso de 
um hospedeiro ou reservatório para uma porta de 
entrada através da qual a infecção poderá ocorrer. 
É denominada também transmissão de pessoa a 
pessoa. Esta pode ser pelo contato direto através 
do toque, beijo, relação sexual ou pela 
disseminação de gotículas ao tossir ou espirrar. A 
transfusão de sangue e a infecção transplacentária 
da mãe para o feto são outras importantes formas 
de transmissão direta.
Transmissão indireta
Pode ser através de veículo, vetor ou aérea. A 
transmissão por veículos ocorre através de materiais 
contaminados, tais como brinquedos, alimentos, 
vestimentas, roupas de cama e utensílios de cozinha. 
A transmissão por vetor ocorre quando o agente é 
carregado por um inseto ou animal (o vetor) para um 
hospedeiro suscetível; o agente pode se multiplicar 
no vetor (exemplos: dengue, febre amarela, malária, 
esquistossomose, leishmaniose) ou não (moscas).
A transmissão aérea de longa distância ocorre 
quando há disseminação de pequenas gotículas para 
uma porta de entrada, usualmente o trato 
respiratório. As partículas de poeira também facilitam 
a transmissão aérea, por exemplo, através de esporos 
de fungos.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
A distinção entre os tipos de transmissão é importante 
quando são escolhidos os métodos de controle de 
doenças. A transmissão direta pode ser interrompida pela 
prevenção do contato com a fonte, enquanto a 
transmissão indireta requer abordagens diferentes, tais 
como o fornecimento de mosquiteiros, ventilação 
adequada, armazenamento de alimentos sob refrigeração 
e fornecimento de agulhas e seringas descartáveis. 
Transmissão direta Transmissão indireta
Relação sexual
Aperto de mãos
Beijo
Via gotículas respiratórias, curta 
distância (respiração, tosse, 
espirro)
Outro contato (procedimentos 
médico-hospitalares, 
amamentação)
Vetores (insetos, carrapatos)
Veículos (alimentos contaminados, 
água)
Aérea ou aerossol, longa distância 
(gotículas respiratórias de menor 
tamanho eliminadas por 
respiração, tosse, espirro)
Parenteral (injeção com seringas 
contaminadas)
Transfusão (sangue, plasma)
Fonte: elaboração própria
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Algumas medidas de prevenção e controle 
voltadas à via de transmissão são: evitar que a 
água, os alimentos e o solo sejam contaminados 
com excreções humanas, animais ou outros 
materiais biológicos potencialmente perigosos 
para a saúde; evitar o contato entre o vetor e o 
sujeito infectado; prevenir a infecção do vetor 
com o agente; tratar o sujeito infectado para que 
deixe de ser fonte potencial de infecção; controlar 
o vetor; prevenir o contato entre um vetor 
infectado e uma pessoa suscetível; tratamento ou 
eliminação de animais doentes; imunização dos 
animais quando existem medidas específicas de 
proteção; evitar o contato entre os animais 
doentes e o indivíduo; esterilização de produtos 
animais disponíveis para o consumo; controle de 
roedores domésticos.
Veja mais exemplos de 
medidas de prevenção e 
controle voltadas à 
via de transmissão
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Portas de entrada no hospedeiro: as portas de 
entrada de um agente no novo hospedeiro são 
basicamente as mesmas usadas para a saída do 
hospedeiro prévio. Nas doenças respiratórias, a 
via aérea é utilizada como porta de saída e porta 
de entrada entre as pessoas. Em outras doenças, 
as portas de saída e de entrada podem ser 
diferentes. Como exemplo, nas intoxicações 
alimentares por estafilococos, o agente é 
eliminado através de uma lesão aberta da pele e 
entra no novo hospedeiro através de alimentos 
contaminados com secreção da lesão.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Exemplos de medidas 
de prevenção e 
controle voltadas à 
porta de entrada
Evitar a punção com agulhas, evitar as 
picadas de mosquitos, limpar e cobrir as 
feridas e usar preservativos, são 
exemplos de medidas de controle 
voltadas ao bloqueio da porta de 
entrada. Nesse caso, as medidas de 
bloqueio da porta de entrada estão 
voltadas ao hospedeiro suscetível, 
diferentemente das de bloqueio da 
porta de saída, voltadas ao reservatório 
(o paciente). 
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Você sabe o que é Suscetibilidade?
● Suscetibilidade: é a situação de uma pessoa 
ou animal que se caracteriza pela ausência 
de resistência suficiente contra um 
determinado agente patogênico que a 
proteja da enfermidade na eventualidade de 
entrar em contato com esse agente. A 
suscetibilidade do hospedeiro depende de 
fatores genéticos, de fatores gerais de 
resistência às doenças e das condições de 
imunidade específica para cada doença. 
As portas de entrada respiratória e digestiva são também 
as mais difíceis de controlar; de fato, a aplicação de 
medidas massivas de eliminação ou destruição do agente 
por meio de desinfecção são as únicas que protegem essas 
portas de entrada no hospedeiro suscetível; se aquelas 
falham, essas também, e, portanto a doença se propaga 
com facilidade. Isso explica em parte a alta prevalência de 
doenças de transmissão respiratória e digestiva, assim 
como a importância de manter sistemas de abastecimento 
de água e saneamento com apropriado controle de 
qualidade, entre outros aspectos relevantes.
O hospedeiro suscetível: é um indivíduo ou animal vivo, 
que em circunstâncias naturais permite a subsistência e o 
alojamento de um agente infeccioso. Para produzir uma 
doença infecciosa no indivíduo, deve ser reunida uma série 
de aspectos estruturais e funcionais do próprio indivíduo.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
O que é Resistência?
● Resistência: é o conjunto de mecanismos que 
servem de defesacontra a invasão ou 
multiplicação de agentes infecciosos, ou 
contra efeitos nocivos de seus produtos 
tóxicos.
A resistência pode ser: 
● Inespecífica (inerente ou natural): é a que o 
organismo apresenta naturalmente, em geral 
associada a características de sua anatomia e 
fisiologia e independentes da ação de 
anticorpos.
● Específica (imunidade): é o estado de 
resistência relacionado à presença de 
anticorpos, substâncias produzidas pelo 
organismo e que possuem ação particular 
sobre o microrganismo responsável pela 
infecção (figura). 
O indivíduo será imunologicamente resistente se 
adquire anticorpos de forma passiva (curta 
duração) ou ativa (longa duração).
Fonte: OPAS, 2010 (a).
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Aplicação de gamaglobulina e soros específicos; biossegurança 
universal; busca e tratamento de portadores; cloração da água; 
controle biológico de vetores; controle de armazenamento, 
manipulação e comercialização de alimentos; controle de 
reservatório extra-humano; controle de roedores; controle de 
vetores; controle sanitário de matadouros; cordão 
epidemiológico ou sanitário; cozimento adequado dos 
alimentos; desinfecção concorrente; desinfestação; despoluição 
ambiental; eliminação sanitária de fezes humanas; eliminação 
sanitária do lixo; esterilização de agulhas e seringas; exame de 
doadores de sangue; higiene pessoal; isolamento (doentes) e 
quarentena (expostos); legislação sanitária; melhoramento da 
moradia; melhoramento do estado nutricional; modificações de 
conduta e de atitude; mudanças de hábitos pessoais; orientação 
genética e familiar; orientação nos locais de trabalho; 
pasteurização de produtos lácteos e outros alimentícios; 
promoção e uso de preservativos; pulverização de residências; 
quimioprofilaxia; recomendações sanitárias através de meios 
massivos de comunicação (comunicação de risco); regulações de 
segurança sanitária; tratamento de casos; triagem ou 
rastreamento de sangue e hemoderivados; triagem ou 
rastreamento populacional; vacinação de contatos; vacinação de 
população suscetível.
Exemplos de medidas de 
prevenção e controle 
voltadas ao hospedeiro 
suscetível
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
O ambiente desempenha um papel importante no 
desenvolvimento das doenças transmissíveis. Condições 
sanitárias, temperatura, poluição aérea e qualidade da 
água estão entre os fatores que podem influenciar os 
estágios na cadeia de infecção. Além disso, fatores 
socioeconômicos, tais como, densidade populacional, 
aglomeração e pobreza, são de grande importância.
Outros conceitos 
relacionados: 
Período de incubação: período decorrente entre a 
penetração do agente etiológico e o aparecimento 
dos primeiros sintomas clínicos. É extremante 
variável desde horas (cólera), dias (covid-19, 
dengue, influenza...), até meses ou anos 
(hanseníase, AIDS). 
Período de latência: período entre a exposição e o 
início da transmissibilidade.
Período de transmissibilidade: período durante o 
qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta 
ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra, 
ou de um animal infectado ao homem, ou de um 
homem infectado a um animal, inclusive artrópodes. 
Dependendo da doença, a transmissão pode ocorrer 
através de pacientes sintomáticos ou 
assintomáticos, também.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
Isolamento: é uma medida que visa separar as 
pessoas doentes durante o período de 
transmissibilidade, em lugar e condições que evitem 
a transmissão direta ou indireta de agente 
infeccioso a pessoas ou animais suscetíveis ao 
agente. O isolamento pode ocorrer em domicílio ou 
em ambiente hospitalar, conforme o estado clínico 
da pessoa. O isolamento depende da forma de 
transmissão (exemplo: respiratório na covid-19, 
tuberculose; entérico na cólera).
Quarentena: é a restrição de atividades ou 
separação de pessoas que foram presumivelmente 
expostas a uma doença transmissível, mas que não 
estão doentes (porque estão no período de 
incubação ou até mesmo porque não foram 
infectadas). O período de quarentena deve ser igual 
ao período máximo de incubação. Atualmente, 
poucas são as doenças em que se utiliza a 
quarentena como método de controle, a covid-19 é 
uma dessa poucas.
// Elos da cadeia de transmissão das doenças
// Surto, Epidemia
e Pandemia
// Surto, Epidemia e Pandemia
Surto, Epidemia e 
Pandemia
As epidemias foram e continuam sendo 
importantes no cenário global e tal temática 
assume relevância ainda maior com a COVID 19, de 
proporções avassaladoras. No Brasil, além das 
epidemias, a exemplo, covid-19, AIDS, influenza por 
H1N1, cólera, sarampo, dengue, ainda se convive 
com doenças endêmicas e surtos de etiologias 
diversas. 
Você sabe quais as 
diferenças entre 
estes conceitos? 
Endemia
Pode ser conceituada como a 
ocorrência de um agravo 
dentro de um número 
esperado de casos para 
aquela região, naquele 
período de tempo, baseado na 
sua ocorrência em anos 
anteriores não epidêmicos. 
Dessa forma, a incidência de 
uma doença endêmica é 
relativamente constante, 
podendo ocorrer variações 
sazonais no comportamento 
esperado para o agravo em 
questão.
Surto
É o aumento pouco comum no 
número de casos relacionados 
epidemiologicamente entre si, 
de aparecimento súbito e 
disseminação localizada num 
espaço específico. Como 
situação limitada, um surto 
implica a ocorrência num 
espaço especificamente 
localizado e geograficamente 
restrito, como por exemplo, 
uma comunidade, um 
povoado, um barco, uma 
instituição fechada (escola, 
hospital, quartel, mosteiro).
// Surto, Epidemia e Pandemia
Epidemia
Representa a ocorrência de 
um agravo acima da média 
(ou mediana) histórica de sua 
ocorrência. O agravo causador 
de uma epidemia tem 
geralmente aparecimento 
súbito e se propaga por 
determinado período de 
tempo em determinada área 
geográfica, acometendo 
frequentemente elevado 
número de pessoas. O número 
de casos necessários para 
definir uma epidemia varia de 
acordo com o agente, o 
tamanho, tipo e 
suscetibilidade da população 
exposta e o momento e local 
da ocorrência da doença. A 
identificação de uma 
epidemia também depende 
da frequência usual da doença 
na região, no mesmo grupo 
populacional, durante a 
mesma estação do ano. 
Pandemia
É definida quando uma 
epidemia atinge vários países 
de diferentes continentes, 
como está acontecendo com a 
covid-19. 
// Surto, Epidemia e Pandemia
Aumento do número de suscetíveis:
quando o número de suscetíveis em um local é 
suficientemente grande, a introdução de um caso 
alóctone (caso importado) de uma doença transmissível 
gera diversos outros, configurando um aumento na 
incidência. O aumento do número de suscetíveis pode 
apresentar diversas causas, como: baixas coberturas 
vacinais e migração de susceptíveis. 
As epidemias ou surtos 
geralmente são 
ocasionados por: 
// Surto, Epidemia e Pandemia
Alterações no meio ambiente que favorecem a 
transmissão de doenças infecciosas e não infecciosas: 
contaminação da água potável por dejetos favorece a 
transmissão de febre tifoide, hepatite A, hepatite E, 
cólera, entre outras; aglomeração de pessoas em 
abrigos provisórios, em situações de calamidade, 
facilita a eclosão de surtos de gripes, sarampo e outras 
doenças respiratórias agudas; aumento no número de 
vetores infectados, responsáveis pela transmissão de 
algumas doenças em razão de condições ambientais 
favoráveis e inexistência ou ineficácia das medidas de 
controle, facilita o crescimento do número de agravos, 
como no caso de malária, dengue; contaminação de 
alimentos por microrganismos patogênicos ocasiona 
surtos de intoxicação, toxi-infecção e infecção 
alimentar, frequentes em locais de refeições coletivas; 
extravasamento de produtos químicos poluindo o ar, 
solo e mananciais leva a intoxicações agudas na 
comunidade local; emissão descontrolada de material 
particulado por veículos motorizados leva a problemas 
respiratórios agudos napopulação.
// Surto, Epidemia e Pandemia
Então um surto ou epidemia podem surgir 
a partir das seguintes situações: 
• Quando inexiste uma doença em determinado 
lugar e se introduz uma fonte de infecção ou 
contaminação (por exemplo, um caso de cólera ou 
um alimento contaminado), dando início ao 
aparecimento de casos ou epidemia. 
• Quando ocorrem casos esporádicos de uma 
determinada doença e começa a haver aumento na 
incidência além do esperado. 
• Uma doença que ocorre endemicamente e alguns 
fatores desequilibram a sua estabilidade, iniciando 
uma epidemia. 
Epidemias e endemias têm como fatores 
determinantes e condicionantes diversas situações 
econômicas, culturais, ecológicas, psicossociais e 
biológicas (Quadro 3). A compreensão desses 
determinantes e condicionantes é importante para o 
planejamento de ações de prevenção e controle dos 
agravos com potencial endêmico e epidêmico. 
// Surto, Epidemia e Pandemia
Exemplos
As doenças transmitidas por contato direto são 
favorecidas por condições de habitação e de 
saneamento precárias, além de situações que 
favoreçam aglomeração; a transmissão sexual é 
favorecida pela falta de informação e por barreiras 
culturais, como, por exemplo, resistência ao uso de 
preservativo. 
As doenças transmitidas por contato indireto, entre as 
quais se incluem as transmitidas por vetor, requerem a 
existência de um ambiente favorável para a replicação 
de mosquito ou carrapatos. A maioria dos vetores se 
reproduz bem em regiões com clima quente e úmido, 
mas enquanto alguns utilizam água limpa parada para 
sua reprodução (exemplo: Aedes aegypti, vetor da 
dengue), outros se reproduzem em matéria orgânica, 
sendo favorecido pelo acúmulo de lixo ou fezes de 
animais no peridomicílio (exemplo: Lutzomyia, vetor da 
leishmaniose visceral).
// Surto, Epidemia e Pandemia
As doenças que são transmitidas por formas infectantes 
presentes no ambiente (exemplo: esquistossomose) 
também estão relacionadas à falta de saneamento básico 
adequado.
Nos dias atuais, a globalização constitui outro determinante 
importante, resultado do intenso fluxo de pessoas e 
alimentos por todo o mundo. Alimentos produzidos na 
América do Sul e América Central, por exemplo, podem 
causar surtos de intoxicação alimentar na América do Norte 
ou Europa. A rapidez de deslocamento das pessoas 
proporcionada pela facilidade de acesso ao transporte 
aéreo permite que agentes causadores de epidemias sejam 
transmitidos rapidamente para pessoas de várias regiões do 
planeta em curto espaço de tempo, a exemplo da influenza 
H1N1 e covid-19. 
Quadro 3: Exemplos de determinantes de epidemias e endemias
Determinantes econômicos: miséria, privações resultando em 
habitações precárias, falta de saneamento básico e de água 
tratada e ocupação do território de forma desordenada.
Determinantes culturais: hábito de defecar próximo de 
mananciais, hábitos alimentares de risco como ingestão de 
peixe ou ostras.
Determinantes ecológicos: poluição atmosférica, condições 
climáticas e ambientais e favoráveis à proliferação de vetores.
Determinantes psicossociais: estresse, uso de drogas, ausência 
de atividade e locais para lazer.
Determinantes biológicos: Indivíduos suscetíveis, mutação do 
agente infeccioso, transmissibilidade do agente.
// Surto, Epidemia e Pandemia
// Considerações 
Finais
Chegamos ao final desta aula. É 
importante destacar os seguintes 
pontos abordados:
Chegamos ao final desta aula e é importante destacar 
os seguintes pontos abordados:
● História natural das doenças e níveis de prevenção.
● Medidas de prevenção.
● Elos da cadeia de transmissão das doenças: agente, 
reservatório, porta de saída do agente, modo de 
transmissão do agente, porta de entrada do agente 
no novo hospedeiro, suscetibilidade do hospedeiro. 
● Surto, epidemia e pandemia.
Esperamos que o conhecimento adquirido sobre os 
mecanismos de defesa; processo de adoecimento e 
conceitos de imunologia auxilie você nas boas práticas 
de cuidado com o paciente no seu dia a dia.
// Considerações Finais
Até a 
próxima!
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