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Pediatria II Como a deficiência nutricional interfere na saúde infantil? Cite as principais carências nutricionais e suas consequências. O aporte nutricional do lactente, crianças e adolescentes deve suprir necessidades para crescimento pondero-estatural e desenvolvimento neurocognitivo e puberal, que são muito grandes nestes períodos da vida. Os primeiros 1.000 dias de vida (da concepção até os dois anos de vida) são os mais vulneráveis à desnutrição, e este dano precoce ao crescimento e desenvolvimento provoca consequências futuras na saúde do indivíduo, com prejuízo na capacidade intelectual, desempenho escolar, produtividade laborativa. DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS - Importância - “Estudos mostram que fatores nutricionais e metabólicos, em fases iniciais do desenvolvimento, têm efeito em longo prazo na programação da saúde na vida adulta” = programming (programação metabólica e celular). a) Relação entre alimentação inadequada no 1º ano de vida e o desenvolvimento futuro de obesidade. b) O leite materno (LM) tem efeito protetor e dose-dependente na redução do risco de obesidade na vida adulta. c) Cada mês de aleitamento materno reduz em 4% o risco de obesidade na infância e vida adulta. d) A introdução precoce da alimentação complementar (antes de 12 semanas/4 meses) está associada a maior risco de problemas respiratórios e obesidade aos 7 anos. Alimentação dos primeiros 1000 dias - Primeiros 1000 dias - 270 dias (gestação) + 365 dias (1º ano) + 365 dias (2º ano). Intervalo de ouro: pode mudar radicalmente o destino da criança, não apenas em termos biológicos (crescimento e desenvolvimento), mas também em questões intelectuais e sociais. DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA - Síndrome metabólica decorrente da deficiência de energia e de proteínas em proporções variadas. a) Primária: oferta insuficiente de calorias, macro e micronutrientes. b) Secundária: doenças que aumentam as necessidades metabólicas, diminuem a absorção intestinal ou levam à perda de nutrientes. A introdução de alimentos seguros, acessíveis e aceitos na dieta da criança, na época certa e de forma adequada, é de grande valor para o desenvolvimento saudável na saúde da criança e para a prevenção de distúrbios nutricionais que são de grande impacto em Saúde Pública. A alimentação deve haver suficientes quantidades de água, energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos seguros e que sejam agradáveis à criança, visto que promovem o crescimento saudável das crianças. Considera-se eutrófica a criança que apresenta estado nutricional normal. Distrofia significa qualquer alteração do estado nutricional normal e compreendem distúrbios da nutrição por carência (anemia, deficiência calórico-protéica) ou por excesso (obesidade) (CARRAZA, 1994). As situações mais comuns relacionadas à alimentação de forma inadequada são: anemia, excesso de peso e desnutrição. ANEMIAS Suspeita-se da presença de anemia quando ao exame físico for constatada presença de palidez cutâneo-mucosa. Poderá ser percebida em: mucosas conjuntivais, labial e intra-oral; ponta dos dedos e orelhas; leitos ungueais, face palmar e a pele como um todo (LEÃO, 1989). Tem como causas 3 mecanismos para o seu aparecimento: hemorragia aguda (interna ou externa), hemólise (defeito congênito ou fator extrínseco à hemácia levando-a a uma destruição precoce) e produção deficiente de hemácias (medula hipoplásica, invadida por células neoplásicas ou disfuncional por causa da carência de ferro, vitamina B12 ou outros fatores) (LEÃO, 1989). A deficiência de ferro é a causa mais frequente de anemia, principalmente em populações de baixa renda. Estão mais sujeitos à anemia ferropriva: lactentes sob amamentação mista ou em aleitamento materno estendido por longo tempo sem receber suplementação de ferro; pré-termos, já que o feto recebe a maior parte do ferro durante os últimos 3 meses de gravidez; baixo peso ao nascimento; gemelaridade; perda de sangue fetal durante o parto (placenta prévia, deslocamento prematuro de placenta,...); pré-escolares e escolares que tenham uma dieta pobre em ferro; parasitismo intestinal (ancilóstomos, em especial); outras perdas gastrintestinais; ingestão de leite cru. O quadro clínico é caracterizado por: déficit de crescimento e desenvolvimento; alteração da pele e anexos - palidez, glossite, quelite...; alterações gastro-intestinais - gastrite, acloridria,...; distúrbios comportamentais-irritabilidade, desinteresse pelo meio, distração, falta de memória, pica (perversão do apetite, ingerindo gelo, terra...); diminuição da capacidade de trabalho e do rendimento físico; alterações da imunidade - maior índice de infecções. Para o tratamento é fundamental uma diversificação da dieta, principalmente com produtos de origem animal e vegetais em geral. DESNUTRIÇÃO PROTÉICO-CALÓRICA A baixa ingestão energética leva o organismo a desenvolver mecanismos de adaptação: queda da atividade física em comparação com crianças normais; parada no crescimento (falta de ganho de peso e altura) e alteração da imunidade. A gravidade da desnutrição também pode ser classificada segundo critérios de Gomez, em 1º, 2º e 3º graus, conforme a perda de peso apresentada pela criança. Desnutrição de 1º grau ou leve - o percentil fica situado entre 10 e 25% abaixo do peso médio considerado normal para a idade. Desnutrição de 2º grau ou moderada - o déficit situa-se entre 25 e 40 %. Desnutrição de 3º grau ou grave - a perda de peso é igual ou superior a 40%, ou desnutridos que já apresentem edema, independente do peso. A desnutrição grave pode apresentar-se de três formas: Marasmo, Kwashiorkor e Marasmo-Kwashiorkor. 1. Marasmo: criança fica com baixa atividade, pequena para a idade, membros delgados devido a atrofia muscular e subcutânea, costelas proeminentes, pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas, apresenta infecções constantes, comumente é irritadiça e seu apetite é variável. 2. Kwashiorkor: déficit importante de estatura, massa muscular consumida, tecido gorduroso subcutâneo preservado, alterações de pele dos membros inferiores, alterações dos cabelos, hepatomegalia, faces de lua, anasarca e baixa concentração sérica de proteínas e albumina, área perineal frequentemente irritada com dermatites e escoriações devido a diarréias. Apatia exagerada, raramente responde a estímulos e não apresenta apetite. 3. Marasmo-Kwashiorkor: a origem pode ser de um marasmo que entrou em déficit protéico ou um Kwashiorkor que passou a sofrer déficit energético. Estão presentes: retardo da estatura, do desenvolvimento neuro psicomotor e queda da resistência imunológica. OBESIDADE Ocasionada pelo maior consumo de alimentos pouco nutritivos e em grandes quantidades. A obesidade está intimamente relacionada com a hipertensão arterial, alterações cardíacas, diabetes mellitus e outras patologias. Distúrbio nutricional ocasionado por um aumento do tecido adiposo. Pode ocorrer por alguns fatores: ● caráter familial - alerta para se desenvolver ações profiláticas pois um adulto obeso tende a ter filhos com grande chance de desenvolverem a obesidade e também tornarem-se adultos obesos; ● fatores endócrinos - responsáveis por um pequeno número de casos; ● fatores psicológicos atrelados à falta de exercícios físicos; ● renda, hábitos e culturas familiares, propaganda, escola, trabalho, grupo de amigos, entre outros. Existem vários critérios usados para definir a obesidade na infância ou adolescência: ● Indicador de obesidade - avalia o quanto o peso de uma criança ou adolescente excede seu peso ideal, sendo considerado um problema leve quando IO = 20 a 30%, moderado, 30 a 50% e severa quando excede 50%: IO = (peso corpóreo real / peso ideal) - 1 x 100 Este método é complicado para ser usado entre os adolescentes por encontrarem-se em diferentes momentos de seu crescimento físico e de sua maturação sexual.● Índice de massa corpórea (IMC): IMC = peso / altura Sendo considerado normais valores menores ou iguais a 19%. A profilaxia constitui-se o melhor tratamento, com vigilância dos fatores predisponentes na infância e adolescência: 1. estímulo ao aleitamento materno; 2. disciplina de horários; 3. orientação às famílias sobre as necessidades dietéticas reais e individuais de seus filhos; 4. abolição do uso excessivo de carboidratos (principalmente refrigerantes e guloseimas); 5. promoção de atividades físicas. VITAMINA A Bebês e crianças em idades tenras têm maior necessidade de vitamina A para compensar o rápido crescimento e ajudar a combater infecções. Em geral, os bebês nascem com baixas reservas de vitamina A e dependem de recursos externos, o mais importante deles sendo o leite materno, para otimizar seus níveis de vitamina A e reservas corporais. A vitamina A possui grande importância na maturação de vários órgãos e sistemas como pulmões, tecidos epiteliais sistema imune, entre outros A deficiência de vitamina A o que, por sua vez, pode causar danos visuais (cegueira noturna), anemia, baixa resistência a infecções e também pode aumentar o risco de doenças e morte resultantes de doenças comuns na infância como sarampo e outras causadoras de diarreia. ZINCO O zinco talvez seja o microelemento mais estudado em nutrição do recém-nascido, pois é importante para o crescimento, diferenciação celular, metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídeos. Tem papel na estrutura hormonal e em fatores de transcrição genética. Sinais de deficiência subclínica de zinco podem ocorrer e assemelham-se à deficiência de outros componentes da dieta em virtude de seu vasto leque de atuação, caso o prematuro permaneça por tempo prolongado em nutrição parenteral sem adição de zinco. Manifestações mais características surgem após 3 meses de idade, incluindo perda de peso, dificuldade em crescer, dermatite ao redor de orifícios, glossite e suscetibilidade aumentada às infecções. Alguns fatores contribuem para o aparecimento de deficiências, como o nascimento prematuro, privando o recém-nascido da incorporação fetal do zinco, que, à semelhança dos demais micronutrientes, acumula-se no terceiro trimestre de gestação. Também apresentam trato gastrointestinal imaturo, resultando em balanço negativo de zinco, com excreção de zinco pelo trato intestinal. Quais os métodos utilizados na avaliação da idade gestacional? (DUM, capurro, ultrassom, new ballard) Método New Ballard (NBS): realiza a avaliação da idade gestacional através da análise de seis parâmetros neurológicos e físicos, a cada um dos quais se atribui uma pontuação que na somatória determinará a estimativa da idade gestacional. Permite a avaliação de recém-nascidos com idade gestacional a partir de 20 semanas. Possui uma correlação com a idade gestacional calculada por amenorreia é de 0,97. É indicado para todos os RN na UTI, na primeira avaliação clínica. Data da última menstruação (DUM): verifica-se a quantidade de dias que se passaram desde da ultima menstruação até o dia em que o cálculo está sendo realizado e dividido por 7. O resultado é dado em semanas. A gravidez é contada sempre em semanas de atraso menstrual, mas a concepção, normalmente, ocorre duas semanas após a menstruação. Portanto, quando se diz que uma gravidez tem 38 semanas, quer dizer que se passaram 38 semanas da última menstruação, mas o embrião foi gerado a 36 semanas. Método de Capurro: nesse método são observados sinais físicos e características neurológicas, para a avaliação da idade gestacional, em semanas. É observado cinco fatores: Existem 2 tipos o somático (5 características físicas são avaliadas) e o somático neurológico (4 características físicas e 2 neurológicas); uma das características mais importantes seria o sinal de maturidade que é a pele com rugas e descamação em palmas e plantas dos pés. Ultrassom: A ultrassonografia transvaginal é a forma usada para estimar o tempo de gravidez. A partir da 5ª semana de gravidez, o embrião já pode ser identificado pelo ultrassom. Este exame tem uma acurácia muito elevada se for feito ainda no primeiro trimestre. Até as primeiras 20 semanas de gravidez, todos os fetos têm mais ou menos o mesmo tamanho. Por isso, medidas biométricas simples, tais como o tamanho do osso fêmur, circunferência da cabeça, comprimento céfalo-caudal e a circunferência da cintura, ajudam o médico a estabelecer a idade gestacional. Após a 20ª semana de gravidez, a genética entra em ação e cada bebê passa a crescer em um ritmo diferente. Desta forma, a partir deste momento, torna-se mais difícil afirmar com exatidão a idade gestacional baseado no tamanho do feto. A aferição do comprimento céfalo-caudal pela ultrassonografia durante o primeiro trimestre é a forma mais confiável para se estimar a idade gestacional e a data provável do parto O próprio computador que recebe os dados da ultrassonografia já consegue determinar o tempo de gestação, através de modernos softwares e técnicas de análise de imagens. Como funciona a avaliação do desenvolvimento infantil? (etapas do desenvolvimento neuropsicomotor) O DNPM é um processo sequencial, contínuo, dinâmico e relacionado a idade cronológica. Desenvolvimento: Evolução dinâmica do ser humano, moldado por meio de estímulos externos; possibilita avaliar nos dois primeiros anos de vida o desenvolvimento da criança. Processo contínuo de acompanhamento e detecção precoce de desvios e atrasos. Primeiros anos -> Maior vulnerabilidade e plasticidade (adequação maior e melhor e poucas interações). Fatores de Riscos 1. Ausência de pré-natal; 2. Gestação não planejada e intercorrências durante a gestação (uso ilícito de drogas de abuso, depressão materna e outros.); 3. Intercorrências durante o parto e neonatais; 4. Baixo peso ao nascer <2.500g; 5. Icterícia Grave; 6. Prematuridade; 7. Parentesco entre os pais; 8. Ausência de estímulos externos. ETAPAS DO DNPM Menor que 1 mês As avaliações do desenvolvimento devem acontecer em todas as visitas de puericultura, de forma individualizada e compartilhada com a família. É fundamental o conhecimento do contexto familiar e social no qual a criança está inserida: desde quando foi gerada, se planejada ou não; as fantasias da mãe durante a gestação; quem é o responsável pelos seus cuidados; como é a rotina da criança; e quais mudanças ocorreram nas relações familiares após o seu nascimento. Além disso, é importante obter dados relacionados a possíveis fatores de risco para distúrbios do desenvolvimento, como ausência de pré-natal, dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer, prematuridade, intercorrências neonatais, uso de drogas ou álcool, infecções e depressão durante a gestação. Desde o nascimento até os 2 meses de idade: o bebê reconhece e se acalma com a voz da mãe; olha o rosto das pessoas que estão próximas; presta atenção quando ouve sons e assusta-se com ruídos inesperados e altos; responde ao sorriso com um sorriso. De 2 a 4 meses: O bebê está mais ativo. Quando colocado de bruços, levanta a cabeça e os ombros; segue com os olhos pessoas e objetos que estão perto dele; brinca com a voz e tenta “conversar”; descobre as mãos, começa a brincar com elas e gosta de levá-las à boca. De 4 a 6 meses: O bebê está mais firme e já senta com apoio; virar-se sozinho e rola de um lado para o outro; agarra brinquedos como argolas e chocalhos, segurando firme e resistindo se alguém tentar tirá-los de sua mão; quando escuta algum barulho, vira a cabeça para achar de onde vem. De 6 a 9 meses: O bebê fica sentado sem apoio; precisa de espaço no chão, pois começa a se arrastar ou engatinhar; passa objetos de uma mão para a outra; gosta de ficar com quem conhece e pode estranhar pessoas desconhecidas; repete sons como “pa-pa”, “ma-ma”, “ba-ba”. De 9 a 12 meses: O bebê pode ficar em pé, apoiando-se em móveis ou com ajudade uma pessoa; bate palmas, pode apontar com o dedo o que deseja pegar e diverte-se dando adeus; pode estar falando uma ou duas palavras. De 1 ano a 1 ano e 6 meses: A criança anda sozinha; compreende bem o que lhe dizem, mas fala poucas palavras. Entende ordens simples como “dá um beijo na mamãe”; quer comer sozinha; gosta de escutar pequenas histórias, músicas e de dançar; começa a fazer birra quando contrariada. De 1 ano e 6 meses a 2 anos: Começa a juntar duas palavras e a falar frases simples; demonstra ter vontade própria, testa limites e fala muito a palavra “não”; sobe em cadeiras e sofás. Corre, sobe e desce escadas, em pé, com auxílio de um adulto; pode ajudar a se vestir; pode começar a aprender a controlar o xixi e o cocô. De 3 a 6 anos: Veste-se sozinha; fala de forma clara e compreensível; pergunta muito “por quê?” De 6 a 10 anos: Deve estar na escola, aprendendo a ler e a escrever. A criança tem interesse por grupos de amigos e por atividades independentes da família. A avaliação do desenvolvimento deve ser baseada nos marcos definidos pela escala de desenvolvimento Denver II. Deve-se avaliar o desenvolvimento social, motor e linguagem. 1. Desenvolvimento social 2. Desenvolvimento motor 3. Desenvolvimento da linguagem 4. Desenvolvimento do desenho Desenvolvimento social ● Olhar o examinador e segui-lo em 180º = 2 meses ● Sorriso social = 3 meses ● Leva mão a objetos = 4 meses https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvSocial https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvMotor https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvLinguag https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvDesenho ● Apreensão a estranhos = 10 meses ● Dá tchau, bate palma = 15 meses ● Imita atividades diárias = 18 meses Desenvolvimento Motor ● Sustento cefálico = 4 meses ● Sentar com apoio = 6 meses ● Sentar sem apoio = 9 meses ● Pinça superior = 9 meses ● Em pé com apoio = 10 meses ● Andar sem apoio = 18 meses Desenvolvimento da Linguagem ● Lalação = 6 meses ● Primeiras palavras = 12 meses ● Palavra frase = 18 meses ● Junta duas palavras = 2 anos ● Frases gramaticais = 3 anos Desenvolvimento do desenho na infância 2 anos Rabiscos (depois de alguns meses a criança começa a nomear o que o rabisco representa). 3 anos Círculo como símbolo universal (pode representar quase tudo). Tentativa de representação da figura humana (círculo com duas pernas). 4 a 5 anos A figura humana tem mais detalhes e os desenhos representam histórias ou eventos. 6 a 7 anos Fase da paisagem (linha azul na parte superior representa céu, linha verde na parte inferior representa o chão). Muitas vezes desenham a mesma paisagem inúmeras vezes. 8 a 10 anos Fase do realismo, quando a criança começa a desenhar detalhadamente as coisas (não se contenta com esquematização/simplificação do desenho). Como ocorre o crescimento (altura e peso)- antropometria? A média de velocidade de crescimento de acordo com a idade da criança é: - Nascimento – 1 ano de idade = 25 centímetros por ano. - 1 ano- 3 anos de idade = 12,5 centímetros por ano. - 3 anos - Puberdade = 5 a 7 centímetros por ano (meninas = 8 a 10 centímetros ao ano; meninos = 10 a 12 centímetros ao ano). Curva de crescimento: É um padrão internacional , desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para acompanhar o crescimento e o estado nutricional das crianças. As curvas são obtidas a partir do cálculo entre a idade da criança e variáveis como o peso, a altura e o perímetro da cabeça. Os parâmetros padronizados possibilitam a avaliação de crianças de qualquer país, independente de etnia, condição socioeconômica e tipo de alimentação. A única variável é o sexo da criança. Como meninos e meninas têm padrões diferentes de crescimento, as curvas são distintas. O objetivo é que problemas como desnutrição, sobrepeso, obesidade e outras condições associadas ao crescimento e à nutrição da criança possam ser detectados e encaminhados precocemente. Antropometria: avaliação total do corpo sem ser invasiva. É medido o peso, altura e comprimento e perímetro cefálico. PESO Recém-nascidos normais a termo geralmente perdem 5 a 8% do peso no nascimento nos dias que se seguem ao parto, mas recuperam o peso no prazo de 2 semanas. Eles ganham de 14 a 28 g/dia até o 3o mês, depois 4.000 g entre 3 e 12 meses, dobrando o peso de nascimento por volta do 5o mês, triplicando até os 12 meses, e quase quadruplicando até os 2 anos. Entre os 2 anos e a puberdade, o peso aumenta 2 kg/ano. PERÍMETRO CEFÁLICO O perímetro cefálico é reflexo do tamanho cerebral, sendo medido rotineiramente até os 36 meses. Ao nascimento, o cérebro corresponde a 25% do tamanho do adulto, e o perímetro cefálico tem, em média, 35 cm. O perímetro cefálico aumenta, em média, 1 cm/mês durante o 1o ano; o crescimento é mais rápido nos 1ºs 8 meses, e até os 12 meses o cérebro completa metade do seu crescimento pós-natal, correspondendo a 75% do tamanho adulto. O perímetro cefálico aumenta mais 3,5 cm até os 2 anos; até os 3 anos, o cérebro corresponde a 80% do adulto e 90% até os 7 anos. Qual a importância do aleitamento materno e alimentação complementar? (composições de cada leite materno por fases e escreva os alimentos necessários referente a cada período) As modificações detectadas na composição do leite humano de acordo com o tempo de lactação parecem vir de encontro às necessidades variáveis do lactente, cuja velocidade de crescimento sofre acentuada redução com o passar dos meses . Nos primeiros dias após o parto, é produzido o colostro. Quando comparado ao leite maduro, ele é mais viscoso, possuindo maiores concentrações de proteínas, minerais e vitaminas lipossolúveis, particularmente A, E e carotenóides, bem como menores quantidades de lactose, gorduras e vitaminas do complexo B1. Seu conteúdo energético oscila ao redor de 58 kcal/100ml, contra com as 71 kcal/100ml existentes no leite maduro. Caracteriza-se por ainda conter resíduos de materiais celulares presentes na glândula mamária e dutos por ocasião do parto. O colostro é muito rico em fatores de defesa, como imunoglobulinas e outros agentes antimicrobianos, substâncias imunomoduladoras, agentes antiinflamatórios, dentre os quais se destacam os fatores de crescimento ou tróficos, e ainda os leucócitos. As imunoglobulinas representam a maior parte da fração protéica do colostro, constituindo, nessa fase da lactação, elementos de capital importância na proteção do RN contra microrganismos presentes no canal de parto. Os níveis de anticorpos sofrem rápido e acentuado declínio nos primeiros dias de vida, sendo seus valores com 72 horas apenas 20% daqueles das primeiras 24 horas. A duração do período de colostro não é bem definida, existindo grandes variações individuais. Segundo o Ministério da Saúde, entretanto, o período de colostro se estende até o sétimo dia pós-parto. As modificações na composição láctea após o quinto dia ocorrem de forma gradual e progressiva, sendo denominado leite de transição aquele produzido no período intermediário entre o colostro e o leite maduro. Embora se considere como período transicional aquele compreendido entre o sexto e décimo dias pós-parto, poucos nutrientes atingem o décimo dia com seus valores definitivos; esta irregularidade na composição láctea dos primeiros dias pode ser atribuída a uma imaturidade fisiológica e metabólica da glândula mamária . Assim, embora o processo de transição perdure por todo o primeiro mês de lactação, convencionou-se definir como leite maduro, aquele produzido posteriormente ao décimo quinto dia de vida. O leite materno é completo, isso significa que até os 6 meses, o bebê não precisa de nenhum outro alimento, depois disso,a amamentação deverá ser complementada com outros alimentos. A amamentação pode continuar até 2 anos ou mais. O leite materno funciona como uma verdadeira vacina, protegendo a criança de muitas doenças. Além disso, é limpo e está sempre pronto e quentinho. E ainda favorece um contato mais íntimo entre a mãe eo bebê. O leite materno é composto por todas as vitaminas e minerais, além de células de defesa, que o bebê precisa para crescer forte e saudável. Veja abaixo a composição do leite materno: Composição do leite materno (100ml) Energia - 70 kcal Proteína - 1,1 g Caseína: albumina - 40:60 Lipídios - 4,2g Carboidrato - 7g Vitamina A - 190 mcg Vitamina D - 2,2 mcg Vitamina E - 0,18 mg Vitamina K - 1,5 mcg Vitamina C - 4,3 mg Tiamina - 16 mcg Riboflavina - 36 mcg Niacina - 147 mcg Piridoxina - 10 mcg Folato - 5,2 mcg Vitamina B12 - 0,03 mcg Cálcio - 34 mg Fósforo - 14 mg Ferro - 0,05 mg Zinco - 0,3 mg Água - 87,1 ml Sódio - 0,7 mEq Cloro - 1,1 mEq Potássio - 1,3 mEq Minerais Leite materno contém: - 34.00 mg de cálcio - 0.05 mg de ferro - 0.00 mg de magnésio - 14.00 mg de fósforo - 11.00 mg de potássio - 17.00 mg de sódio Vitaminas Leite materno contém: - 0.06 mg de vitamina A (retinol ou caroteno) - 0.04 mg de vitamina B1 (tiamina, Aneurin) - 0.04 mg de vitamina B2, ou riboflavina - 0.02 mg de vitamina B6 ou piridoxina - 5.00 mg de vitamina C ou ácido ascórbico - 0.24 mg de vitamina E ou tocoferol Além de alimentar a criança, o aleitamento materno (AM) protege mãe e criança contra algumas doenças e promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança e o bem-estar físico e psíquico da díade mãe-filho. O Ministério da Saúde do Brasil (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam AM por 2 anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses. A amamentação por 2 anos ou mais pode ser vantajosa em razão do valor nutritivo do leite materno e da proteção contra doenças infecciosas, que se mantém enquanto a criança for amamentada, independentemente da idade. Com relação à duração do AME, existem evidências de que não há vantagens em oferecer alimentos complementares a crianças menores de 6 meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, como maior chance de adoecer por infecção intestinal e hospitalização por doença respiratória. Além disso, a introdução precoce dos alimentos complementares diminui a duração do AM, interfere na absorção de nutrientes importantes nele existentes, como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de novas gestações. Os efeitos do AM sobre a saúde da criança e da mulher que amamenta, comprovam a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena: • redução da mortalidade infantil: estima-se que o AM pode reduzir em 13% a mortalidade em crianças menores de 5 anos por causas preveníveis. Nenhuma outra estratégia alcança o impacto da amamentação na redução das mortes de crianças dessa faixa etária. A amamentação na primeira hora de vida tem sido associada à redução da mortalidade neonatal; • redução da incidência e gravidade da diarreia: há fortes evidências epidemiológicas de que a amamentação confere proteção contra diarreia, sobretudo em crianças de baixo nível socioeconômico de países de baixa renda. É importante salientar que essa proteção diminui quando o AM deixa de ser exclusivo; • redução da morbidade por infecção respiratória: a proteção da amamentação contra infecções respiratórias e otite média foi demonstrada em vários estudos; • redução de alergias: há evidências de que o risco de dermatite atópica em crianças com história familiar de atopia, nascidas a termo e amamentadas exclusivamente por pelo menos 3 meses, é menor quando comparadas com crianças amamentadas por menos tempo, assim como é menor a chance de desenvolver asma em crianças sem história familiar de asma, quando comparadas com crianças não amamentadas. A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca. Por isso, é muito importante evitar o uso desnecessário de fórmulas infantis nas maternidades; • redução de doenças crônicas: há relatos bem consistentes da associação entre AM e menor chance de desenvolver obesidade e diabete tipo 2, pressões sistólica e diastólica mais baixas e níveis menores de colesterol total; • melhor nutrição: por ser próprio da espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. Atualmente, o crescimento da criança amamentada é a referência utilizada nas curvas de crescimento da OMS; • melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência: a maioria dos estudos publicados sobre AM e desenvolvimento cognitivo conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto, quando comparadas com as não amamentadas ou amamentadas por um período inferior. • melhor desenvolvimento da cavidade bucal: a interrupção precoce do exercício que a criança faz para retirar o leite do seio da mãe pode determinar ruptura do desenvolvimento motor-oral harmônico, prejudicando o alinhamento adequado dos dentes e as funções de mastigação, deglutição, respiração e fala; • proteção contra doenças na mulher que amamenta: há evidências de proteção do AM contra câncer de mama e de ovário, e o desenvolvimento de diabete tipo 2, além do efeito anticoncepcional; • economia: não amamentar tem implicações financeiras, podendo onerar uma família de modo substancial. Ao gasto com leites industrializados, devem-se acrescentar custos com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não amamentadas. Onera também o sistema público de saúde e às empresas/serviços públicos e privados, pelas faltas ao trabalho de mães e pais por doença da criança; • promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: a amamentação traz benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. É uma oportunidade ímpar de intimidade e afeto, gerando sentimentos de segurança e proteção na criança e de autoconfiança e realização como mãe na mulher. Para uma amamentação eficiente a técnica deve ser correta; a posição adequada do bebê deve ser adequada, com seu corpo voltado para o da mãe (barriga com barriga), corpo e cabeça alinhados e corpo apoiado. Já na pega adequada, o bebê deve ficar com o nariz livre, pegar o máximo possível da aréola, e é importante que se escute o barulho da deglutição. No início da mamada, o teor de água e a presença de constituintes hidrossolúveis confere ao leite coloração de água de coco; no meio da mamada, com o aumento da concentração de caseína, o leite tende a ter uma coloração branca opaca; e, no final da mamada, em virtude da concentração dos pigmentos lipossolúveis, o leite é mais amarelado. Composição e aspecto do leite materno Apesar da enorme diversidade de alimentos consumidos pelos povos de todo o mundo, o leite materno é surpreendentemente homogêneo quanto à sua composição. Apenas as mulheres com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado tanto qualitativa como quantitativamente. O leite maduro só é secretado por volta do 10º dia pós-parto. Nos primeiros dias, a secreção láctea é chamada de colostro, que contém mais proteínas e menos lipídios do que o leite maduro, e é rico em imunoglobulinas, em especial a IgA. O leite de mães de recém-nascidos pré-termo difere do de mães de bebês a termo. A Tabela 2 apresenta os principais componentes do leite materno maduro e do colostro, em mães de bebês nascidos a termo e pré-termo. A água contribui com quase 90% da composição do leite materno, o que garante o suprimento das necessidades hídricas de uma criança em AME, mesmo em climas quentes e áridos. O principal carboidrato do leite maternoé a lactose, e a principal proteína é a lactoalbumina. As gorduras são o componente mais variável do leite materno e são responsáveis por suprir até 50% das necessidades energéticas da criança pequena. Os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa são essenciais no desenvolvimento cognitivo e visual, e na mielinização dos neurônios. A concentração de gordura no leite (e consequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (leite posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança; daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. Levando em consideração que o leite materno contém baixas concentrações de vitamina K, vitamina D e ferro, o Departamento de Nutrologia da SBP faz as seguintes recomendações de suplementação das crianças amamentadas:14 vitamina K ao nascimento, vitamina D diária até os 18 meses para as crianças sem exposição regular ao sol, e ferro até os 2 anos de idade a partir da introdução da alimentação complementar em crianças nascidas a termo, ou antes em lactentes pré-termo. A cor e o aspecto do leite humano variam ao longo da mamada como decorrência das variações na sua composição e também de acordo com a dieta da mãe. Por exemplo, o leite é mais amarelado quando a mãe tem uma dieta rica em betacaroteno, e esverdeado em dietas ricas em riboflavinas. No início da mamada, o teor de água e a presença de constituintes hidrossolúveis confere ao leite coloração de água de coco; no meio da mamada, com o aumento da concentração de caseína, o leite tende a ter uma coloração branca opaca; e, no final da mamada, em virtude da concentração dos pigmentos lipossolúveis, o leite é mais amarelado. O leite humano possui vários fatores imunológicos específicos e não específicos que conferem proteção ativa e passiva contra infecções nas crianças amamentadas. A IgA secretória é a principal imunoglobulina, que atua contra microrganismos que colonizam ou invadem superfícies mucosas. A especificidade dos anticorpos IgA no leite humano é um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, o que proporciona proteção à criança contra os agentes infecciosos prevalentes no meio em que ela está inserida. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. Outros fatores de proteção que se encontram no leite materno são: leucócitos, que matam microrganismos; lisozima e lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus e fungos; oligossacarídios (mais de 130 compostos), que previnem ligação da bactéria na superfície mucosa e protegem contra enterotoxinas no intestino, ligando-se à bactéria; fator bífido, que favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus na criança, uma bactéria saprófita que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou parcialmente inativados pelo calor, razão pela qual o leite humano pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5°C por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru. Compreenda sobre a classificação Z escore e percentil. Escore-Z e percentil são formas de expressar, de modo padronizado, a posição relativa de uma observação no interior de uma distribuição. O escore-Z é um estimador que quantifica a distância de um valor observado em relação à mediana de uma população. No caso da avaliação do estado nutricional, após se calcular a diferença entre o valor observado e a mediana de referência, esse resultado é dividido pelo desvio-padrão relativos à idade e sexo do indivíduo. O percentil também expressa a posição relativa ocupada por determinada observação no interior de uma distribuição. É proveniente da divisão de uma série de observações em uma população de referência em cem partes iguais, estando os dados ordenados do menor para o maior, em que cada ponto de divisão corresponde a um percentil. O Escore-Z representa o número de desvios-padrão a partir do ponto central da população referência. Enquanto o Percentil quantifica os indivíduos desde o início até o final da distribuição (de próximo a zero até próximo a 100), o Escore-Z quantifica a partir da Mediana ou Percentil 50. Um valor negativo de Escore-Z indica que a medida está à esquerda da Mediana e abaixo do Percentil 50 e não implica posições diferentes. A área entre o Escore-Z –2 e +2 equivale a 95% da população e ao intervalo entre os percentis 2,5 e 97,5. Assim, é possível correlacionar, por exemplo, o Percentil 3 ao Escore-Z –2 ou +2 desvios-padrão. Cálculo do Escore-Z = estatura da criança – estatura média da população referência dividido por desvio-padrão para idade e sexo. Desenvolvimento→ o conceito é amplo e se refere a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais. Costuma-se falar: desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. O desenvolvimento da criança será sempre mediado por outras pessoas, pelas famílias, pelos profissionais de saúde, da educação entre outros que delimitam e atribuem significados à sua realidade Crescimento→ O crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas) e de fatores extrínsecos, dentre os quais destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança. Compreenda SISVAN. É um sistema de informação que visa descrever e predizer de maneira contínua, tendências das condições de nutrição e alimentação de uma população, e seus fatores determinantes, com fins ao planejamento e avaliação dos efeitos de políticas, programas e intervenções. (OPAS, 1990). O SISVAN tem como objetivos: descrever o estado nutricional da população com particular referência a subgrupos que são identificados como estando sob risco, permitindo o conhecimento do problema nutricional; prover informação que irá contribuir para a análise das causas e fatores associados possibilitando uma seleção de medidas preventivas e/ou educativas que poderão ser ou não nutricionais; permitir predições a serem feitas com base na consolidação e análise dos dados a fim de indicar a evolução provável dos problemas nutricionais; acompanhar e monitorar o estado nutricional da população atendida em Unidades Básica de Saúde e/ou Programa Saúde da Família; monitorar programas e políticas públicas no contexto da alimentação e nutrição, e avaliar sua efetividade. No contexto do setor saúde, o SISVAN contempla quatro eixos interligados: SISTEMA: Padronização de atividades, isto é, tarefas organizadas de receber, tratar, analisarem dados e informações para devolvê-los à rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e à sociedade, retro alimentando os setores responsáveis pelo planejamento, gestão e controle social dos programas e políticas públicas. VIGILÂNCIA: Engloba quaisquer atividades rotineiras e contínua de coleta, processamento, análise e interpretação dos dados: recomendação de medidas de controle apropriadas: promoção das ações de controle indicadas; avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; e divulgação de informações pertinentes. ALIMENTAR: Envolve os aspectos relativos à promoção de práticas alimentares saudáveis e à prevenção e ao controle dos distúrbios alimentares e de doenças associadas à alimentação. NUTRICIONAL: Considera o estado nutricional de coletividades como resultante do equilíbrio entre o consumo alimentar e a utilização biológico e sua estreita relação com o estado de saúde. Discorra sobre a puericultura (o que é, importância) Realizado por uma equipe multidisciplinar, definida como acompanhamento periódico e sistemático da criança, tendo como foco a prevenção e educação em saúde com vistasà intervenção efetiva e apropriada. Promove a prevenção de doenças e promoção da saúde. Se baseia em três momentos: Anamnese (atenção personalizada a cada família e cuidado a criança); Exame Físico (adequado preenchimento da caderneta de saúde da criança); Orientações e prescrição (VD faz-se necessária no atendimento à saúde da criança.) É de grande importância pois, reduz a mortalidade e morbidade (doenças em crianças) infantil por meio da proteção, promoção, tratamento e recuperação à saúde. Na consulta de puericultura o pediatra tem que ver a crianças de forma global; não se ater somente à queixa da mãe; e o exame físico deve ser o mais completo possível. Ações preventivas que correspondem ao atendimento de puericultura: 1. Higiene física: supervisão da higiene corporal e da estrutura existente no lar para garanti-la, tais como água apropriada, saneamento, etc. Levantamento das condições oferecidas à criança em termos de espaço físico, a saber, quarto adequado, ensolarado, sem umidade, sem presença de fatores alergênicos; frequência a ambientes saudáveis como parques, clubes, prática de atividades físicas. 2. Higiene anti-infecciosa: acompanhar e aconselhar os pais durante o processo de vacinação, detectar precocemente e eliminar quadros infecciosos que possam prejudicar o organismo em crescimento. 3. Higiene mental: abordagem, junto à família, da dinâmica domiciliar, e aconselhar os pais acerca das melhores maneiras de lidar com os distúrbios emocionais próprios da infância, ou com as dificuldades escolares e de socialização. 4. Higiene do crescimento: aferição periódica de todos os parâmetros indicativos de crescimento e ganho de peso adequados, prevenção do sobrepeso 5. Higiene alimentar: aconselhamento aos pais quanto aos melhores nutrientes a serem ofertados em cada etapa da vida da criança e que possam servir de arcabouço para o crescimento e desenvolvimento sadios. Itens avaliados em uma consulta de puericultura: - Avaliação do estado nutricional da criança pelos indicadores clínicos definidos pelo Ministério da Saúde; - Avaliação do histórico alimentar; - Avaliação da curva de crescimento pelos parâmetros antropométricos adotados pelo Ministério da Saúde; - Estado vacinal segundo o calendário oficial de vacinas do Ministério da Saúde; - Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor; - Avaliação do desempenho escolar e dos cuidados dispensados pela escola; - Avaliação do padrão de atividades físicas diárias conforme parâmetros recomendados pelo Ministério da Saúde; - Exame da capacidade visual; - Avaliação das condições do meio ambiente conforme roteiro do Ministério da Saúde; - Avaliação dos cuidados domiciliares dispensados à criança; - Avaliação do desenvolvimento da sexualidade; - Avaliação quantitativa e qualitativa do sono; - Avaliação da função auditiva; - Avaliação da saúde bucal. O que é a consulta de puericultura? O atendimento ambulatorial em puericultura compreende a realização periódica de consultas de pacientes de zero a 19 anos com o pediatra para uma avaliação global de desenvolvimento. A iniciativa prevê orientação aos pais ou responsáveis sobre os diversos aspectos de proteção integral da criança e a realização de intervenções quando necessário. Como funciona o atendimento? O médico pediatra avalia com a periodicidade recomendada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar diversos aspectos do paciente. São avaliados itens como condição nutricional, curva de crescimento, estado vacinal, desenvolvimento neuropsicomotor e cuidados domiciliares dispensados à criança. Quando identificados desvios além da normalidade, é realizada uma intervenção rápida e eficaz. Qual a diferença de uma consulta tradicional? Entende-se por consulta tradicional aquela onde há uma queixa específica do paciente. Na puericultura, por sua vez, o atendimento destina-se a uma análise de diversos aspectos da saúde da criança ou adolescente. O atendimento exige mais tempo e o conhecimento global do desenvolvimento da criança, e por isso também tem valor diferente de consulta.
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