Buscar

PEDIATRIA II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pediatria II
Como a deficiência nutricional interfere na saúde
infantil? Cite as principais carências nutricionais e suas
consequências.
O aporte nutricional do lactente, crianças e
adolescentes deve suprir necessidades para
crescimento pondero-estatural e desenvolvimento
neurocognitivo e puberal, que são muito grandes nestes
períodos da vida. Os primeiros 1.000 dias de vida (da
concepção até os dois anos de vida) são os mais
vulneráveis à desnutrição, e este dano precoce ao
crescimento e desenvolvimento provoca consequências
futuras na saúde do indivíduo, com prejuízo na
capacidade intelectual, desempenho escolar,
produtividade laborativa.
DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS - Importância -
“Estudos mostram que fatores nutricionais e
metabólicos, em fases iniciais do desenvolvimento, têm
efeito em longo prazo na programação da saúde na vida
adulta” = programming (programação metabólica e
celular). a) Relação entre alimentação inadequada no 1º
ano de vida e o desenvolvimento futuro de obesidade. b)
O leite materno (LM) tem efeito protetor e
dose-dependente na redução do risco de obesidade na
vida adulta. c) Cada mês de aleitamento materno reduz
em 4% o risco de obesidade na infância e vida adulta. d)
A introdução precoce da alimentação complementar
(antes de 12 semanas/4 meses) está associada a maior
risco de problemas respiratórios e obesidade aos 7
anos.
Alimentação dos primeiros 1000 dias - Primeiros
1000 dias - 270 dias (gestação) + 365 dias (1º ano) +
365 dias (2º ano).
Intervalo de ouro: pode mudar radicalmente o destino
da criança, não apenas em termos biológicos
(crescimento e desenvolvimento), mas também em
questões intelectuais e sociais.
DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA
- Síndrome metabólica decorrente da deficiência de
energia e de proteínas em proporções variadas.
a) Primária: oferta insuficiente de calorias, macro e
micronutrientes.
b) Secundária: doenças que aumentam as necessidades
metabólicas, diminuem a absorção intestinal ou levam à
perda de nutrientes.
A introdução de alimentos seguros, acessíveis e aceitos
na dieta da criança, na época certa e de forma
adequada, é de grande valor para o desenvolvimento
saudável na saúde da criança e para a prevenção de
distúrbios nutricionais que são de grande impacto em
Saúde Pública.
A alimentação deve haver suficientes quantidades de
água, energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais,
por meio de alimentos seguros e que sejam agradáveis à
criança, visto que promovem o crescimento saudável
das crianças.
Considera-se eutrófica a criança que apresenta estado
nutricional normal. Distrofia significa qualquer
alteração do estado nutricional normal e compreendem
distúrbios da nutrição por carência (anemia, deficiência
calórico-protéica) ou por excesso (obesidade)
(CARRAZA, 1994). As situações mais comuns
relacionadas à alimentação de forma inadequada são:
anemia, excesso de peso e desnutrição.
ANEMIAS
Suspeita-se da presença de anemia quando ao exame
físico for constatada presença de palidez
cutâneo-mucosa. Poderá ser percebida em: mucosas
conjuntivais, labial e intra-oral; ponta dos dedos e
orelhas; leitos ungueais, face palmar e a pele como um
todo (LEÃO, 1989).
Tem como causas 3 mecanismos para o seu
aparecimento: hemorragia aguda (interna ou externa),
hemólise (defeito congênito ou fator extrínseco à
hemácia levando-a a uma destruição precoce) e
produção deficiente de hemácias (medula hipoplásica,
invadida por células neoplásicas ou disfuncional por
causa da carência de ferro, vitamina B12 ou outros
fatores) (LEÃO, 1989).
A deficiência de ferro é a causa mais frequente de
anemia, principalmente em populações de baixa renda.
Estão mais sujeitos à anemia ferropriva:
lactentes sob amamentação mista ou em
aleitamento materno estendido por longo tempo
sem receber suplementação de ferro;
pré-termos, já que o feto recebe a maior parte
do ferro durante os últimos 3 meses de
gravidez;
baixo peso ao nascimento;
gemelaridade;
perda de sangue fetal durante o parto (placenta
prévia, deslocamento prematuro de placenta,...);
pré-escolares e escolares que tenham uma
dieta pobre em ferro;
parasitismo intestinal (ancilóstomos, em
especial);
outras perdas gastrintestinais;
ingestão de leite cru.
O quadro clínico é caracterizado por:
déficit de crescimento e desenvolvimento;
alteração da pele e anexos - palidez, glossite,
quelite...;
alterações gastro-intestinais - gastrite,
acloridria,...;
distúrbios comportamentais-irritabilidade,
desinteresse pelo meio, distração, falta de
memória, pica (perversão do apetite, ingerindo
gelo, terra...);
diminuição da capacidade de trabalho e do
rendimento físico;
alterações da imunidade - maior índice de
infecções.
Para o tratamento é fundamental uma diversificação da
dieta, principalmente com produtos de origem animal e
vegetais em geral.
DESNUTRIÇÃO PROTÉICO-CALÓRICA
A baixa ingestão energética leva o organismo a
desenvolver mecanismos de adaptação: queda da
atividade física em comparação com crianças normais;
parada no crescimento (falta de ganho de peso e altura)
e alteração da imunidade.
A gravidade da desnutrição também pode ser
classificada segundo critérios de Gomez, em 1º, 2º e 3º
graus, conforme a perda de peso apresentada pela
criança.
Desnutrição de 1º grau ou leve - o percentil fica
situado entre 10 e 25% abaixo do peso médio
considerado normal para a idade.
Desnutrição de 2º grau ou moderada - o déficit
situa-se entre 25 e 40 %.
Desnutrição de 3º grau ou grave - a perda de
peso é igual ou superior a 40%, ou desnutridos
que já apresentem edema, independente do peso.
A desnutrição grave pode apresentar-se de
três formas: Marasmo, Kwashiorkor e
Marasmo-Kwashiorkor.
1. Marasmo: criança fica com baixa atividade,
pequena para a idade, membros delgados devido a
atrofia muscular e subcutânea, costelas proeminentes,
pele se mostra solta e enrugada na região das nádegas,
apresenta infecções constantes, comumente é
irritadiça e seu apetite é variável.
2. Kwashiorkor: déficit importante de estatura,
massa muscular consumida, tecido gorduroso
subcutâneo preservado, alterações de pele dos
membros inferiores, alterações dos cabelos,
hepatomegalia, faces de lua, anasarca e baixa
concentração sérica de proteínas e albumina, área
perineal frequentemente irritada com dermatites e
escoriações devido a diarréias. Apatia exagerada,
raramente responde a estímulos e não apresenta
apetite.
3. Marasmo-Kwashiorkor: a origem pode ser de
um marasmo que entrou em déficit protéico ou um
Kwashiorkor que passou a sofrer déficit energético.
Estão presentes: retardo da estatura, do
desenvolvimento neuro psicomotor e queda da
resistência imunológica.
OBESIDADE
Ocasionada pelo maior consumo de alimentos pouco
nutritivos e em grandes quantidades. A obesidade está
intimamente relacionada com a hipertensão arterial,
alterações cardíacas, diabetes mellitus e outras
patologias.
Distúrbio nutricional ocasionado por um aumento do
tecido adiposo. Pode ocorrer por alguns fatores:
● caráter familial - alerta para se desenvolver
ações profiláticas pois um adulto obeso tende a ter
filhos com grande chance de desenvolverem a
obesidade e também tornarem-se adultos obesos;
● fatores endócrinos - responsáveis por um
pequeno número de casos;
● fatores psicológicos atrelados à falta de
exercícios físicos;
● renda, hábitos e culturas familiares,
propaganda, escola, trabalho, grupo de amigos, entre
outros.
Existem vários critérios usados para definir a
obesidade na infância ou adolescência:
● Indicador de obesidade - avalia o quanto o peso
de uma criança ou adolescente excede seu peso ideal,
sendo considerado um problema leve quando IO = 20 a
30%, moderado, 30 a 50% e severa quando excede
50%:
IO = (peso corpóreo real / peso ideal) - 1 x 100
Este método é complicado para ser usado entre os
adolescentes por encontrarem-se em diferentes
momentos de seu crescimento físico e de sua
maturação sexual.● Índice de massa corpórea (IMC):
IMC = peso / altura
Sendo considerado normais valores menores ou iguais
a 19%.
A profilaxia constitui-se o melhor tratamento, com
vigilância dos fatores predisponentes na infância e
adolescência:
1. estímulo ao aleitamento materno;
2. disciplina de horários;
3. orientação às famílias sobre as necessidades
dietéticas reais e individuais de seus filhos;
4. abolição do uso excessivo de carboidratos
(principalmente refrigerantes e guloseimas);
5. promoção de atividades físicas.
VITAMINA A
Bebês e crianças em idades tenras têm maior
necessidade de vitamina A para compensar o rápido
crescimento e ajudar a combater infecções. Em geral,
os bebês nascem com baixas reservas de vitamina A e
dependem de recursos externos, o mais importante
deles sendo o leite materno, para otimizar seus níveis
de vitamina A e reservas corporais.
A vitamina A possui grande importância na maturação
de vários órgãos e sistemas como pulmões, tecidos
epiteliais sistema imune, entre outros
A deficiência de vitamina A o que, por sua vez, pode
causar danos visuais (cegueira noturna), anemia, baixa
resistência a infecções e também pode aumentar o
risco de doenças e morte resultantes de doenças
comuns na infância como sarampo e outras causadoras
de diarreia.
ZINCO
O zinco talvez seja o microelemento mais estudado
em nutrição do recém-nascido, pois é importante para
o crescimento, diferenciação celular, metabolismo de
proteínas, carboidratos e lipídeos. Tem papel na
estrutura hormonal e em fatores de transcrição
genética. Sinais de deficiência subclínica de zinco
podem ocorrer e assemelham-se à deficiência de
outros componentes da dieta em virtude de seu vasto
leque de atuação, caso o prematuro permaneça por
tempo prolongado em nutrição parenteral sem adição
de zinco. Manifestações mais características surgem
após 3 meses de idade, incluindo perda de peso,
dificuldade em crescer, dermatite ao redor de orifícios,
glossite e suscetibilidade aumentada às infecções.
Alguns fatores contribuem para o aparecimento de
deficiências, como o nascimento prematuro, privando o
recém-nascido da incorporação fetal do zinco, que, à
semelhança dos demais micronutrientes, acumula-se no
terceiro trimestre de gestação. Também apresentam
trato gastrointestinal imaturo, resultando em balanço
negativo de zinco, com excreção de zinco pelo trato
intestinal.
Quais os métodos utilizados na avaliação da idade
gestacional? (DUM, capurro, ultrassom, new ballard)
Método New Ballard (NBS): realiza a avaliação da
idade gestacional através da análise de seis parâmetros
neurológicos e físicos, a cada um dos quais se atribui
uma pontuação que na somatória determinará a
estimativa da idade gestacional. Permite a avaliação de
recém-nascidos com idade gestacional a partir de 20
semanas. Possui uma correlação com a idade
gestacional calculada por amenorreia é de 0,97. É
indicado para todos os RN na UTI, na primeira
avaliação clínica.
Data da última menstruação (DUM): verifica-se a
quantidade de dias que se passaram desde da ultima
menstruação até o dia em que o cálculo está sendo
realizado e dividido por 7. O resultado é dado em
semanas. A gravidez é contada sempre em semanas de
atraso menstrual, mas a concepção, normalmente,
ocorre duas semanas após a menstruação. Portanto,
quando se diz que uma gravidez tem 38 semanas, quer
dizer que se passaram 38 semanas da última
menstruação, mas o embrião foi gerado a 36 semanas.
Método de Capurro: nesse método são observados
sinais físicos e características neurológicas, para a
avaliação da idade gestacional, em semanas. É
observado cinco fatores:
Existem 2 tipos o somático (5 características físicas
são avaliadas) e o somático neurológico (4
características físicas e 2 neurológicas); uma das
características mais importantes seria o sinal de
maturidade que é a pele com rugas e descamação em
palmas e plantas dos pés.
Ultrassom:
A ultrassonografia transvaginal é a forma usada para
estimar o tempo de gravidez. A partir da 5ª semana de
gravidez, o embrião já pode ser identificado pelo
ultrassom. Este exame tem uma acurácia muito elevada
se for feito ainda no primeiro trimestre.
Até as primeiras 20 semanas de gravidez, todos os
fetos têm mais ou menos o mesmo tamanho. Por isso,
medidas biométricas simples, tais como o tamanho do
osso fêmur, circunferência da cabeça, comprimento
céfalo-caudal e a circunferência da cintura, ajudam o
médico a estabelecer a idade gestacional.
Após a 20ª semana de gravidez, a genética entra em
ação e cada bebê passa a crescer em um ritmo
diferente. Desta forma, a partir deste momento,
torna-se mais difícil afirmar com exatidão a idade
gestacional baseado no tamanho do feto.
A aferição do comprimento céfalo-caudal pela
ultrassonografia durante o primeiro trimestre é a
forma mais confiável para se estimar a idade
gestacional e a data provável do parto
O próprio computador que recebe os dados da
ultrassonografia já consegue determinar o tempo de
gestação, através de modernos softwares e técnicas de
análise de imagens.
Como funciona a avaliação do desenvolvimento infantil?
(etapas do desenvolvimento neuropsicomotor)
O DNPM é um processo sequencial, contínuo,
dinâmico e relacionado a idade cronológica.
Desenvolvimento:
Evolução dinâmica do ser humano, moldado por meio de
estímulos externos; possibilita avaliar nos dois
primeiros anos de vida o desenvolvimento da criança.
Processo contínuo de acompanhamento e detecção
precoce de desvios e atrasos.
Primeiros anos -> Maior vulnerabilidade e plasticidade
(adequação maior e melhor e poucas interações).
Fatores de Riscos
1. Ausência de pré-natal;
2. Gestação não planejada e intercorrências
durante a gestação (uso ilícito de drogas de abuso,
depressão materna e outros.);
3. Intercorrências durante o parto e neonatais;
4. Baixo peso ao nascer <2.500g;
5. Icterícia Grave;
6. Prematuridade;
7. Parentesco entre os pais;
8. Ausência de estímulos externos.
ETAPAS DO DNPM
Menor que 1 mês
As avaliações do desenvolvimento devem acontecer em
todas as visitas de puericultura, de forma
individualizada e compartilhada com a família. É
fundamental o conhecimento do contexto familiar e
social no qual a criança está inserida: desde quando foi
gerada, se planejada ou não; as fantasias da mãe
durante a gestação; quem é o responsável pelos seus
cuidados; como é a rotina da criança; e quais mudanças
ocorreram nas relações familiares após o seu
nascimento.
Além disso, é importante obter dados relacionados a
possíveis fatores de risco para distúrbios do
desenvolvimento, como ausência de pré-natal,
dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer,
prematuridade, intercorrências neonatais, uso de
drogas ou álcool, infecções e depressão durante a
gestação.
Desde o nascimento até os 2 meses de idade: o bebê
reconhece e se acalma com a voz da mãe; olha o rosto
das pessoas que estão próximas; presta atenção
quando ouve sons e assusta-se com ruídos inesperados
e altos; responde ao sorriso com um sorriso.
De 2 a 4 meses: O bebê está mais ativo. Quando
colocado de bruços, levanta a cabeça e os ombros;
segue com os olhos pessoas e objetos que estão perto
dele; brinca com a voz e tenta “conversar”; descobre as
mãos, começa a brincar com elas e gosta de levá-las à
boca.
De 4 a 6 meses: O bebê está mais firme e já senta com
apoio; virar-se sozinho e rola de um lado para o outro;
agarra brinquedos como argolas e chocalhos,
segurando firme e resistindo se alguém tentar tirá-los
de sua mão; quando escuta algum barulho, vira a cabeça
para achar de onde vem.
De 6 a 9 meses: O bebê fica sentado sem apoio;
precisa de espaço no chão, pois começa a se arrastar
ou engatinhar; passa objetos de uma mão para a outra;
gosta de ficar com quem conhece e pode estranhar
pessoas desconhecidas; repete sons como “pa-pa”,
“ma-ma”, “ba-ba”.
De 9 a 12 meses: O bebê pode ficar em pé, apoiando-se
em móveis ou com ajudade uma pessoa; bate palmas,
pode apontar com o dedo o que deseja pegar e
diverte-se dando adeus; pode estar falando uma ou
duas palavras.
De 1 ano a 1 ano e 6 meses: A criança anda sozinha;
compreende bem o que lhe dizem, mas fala poucas
palavras. Entende ordens simples como “dá um beijo na
mamãe”; quer comer sozinha; gosta de escutar
pequenas histórias, músicas e de dançar; começa a
fazer birra quando contrariada.
De 1 ano e 6 meses a 2 anos: Começa a juntar duas
palavras e a falar frases simples; demonstra ter
vontade própria, testa limites e fala muito a palavra
“não”; sobe em cadeiras e sofás. Corre, sobe e desce
escadas, em pé, com auxílio de um adulto; pode ajudar a
se vestir; pode começar a aprender a controlar o xixi e
o cocô.
De 3 a 6 anos: Veste-se sozinha; fala de forma clara e
compreensível; pergunta muito “por quê?”
De 6 a 10 anos: Deve estar na escola, aprendendo a ler
e a escrever. A criança tem interesse por grupos de
amigos e por atividades independentes da família.
A avaliação do desenvolvimento deve ser baseada nos
marcos definidos pela escala de desenvolvimento
Denver II. Deve-se avaliar o desenvolvimento social,
motor e linguagem.
1. Desenvolvimento social
2. Desenvolvimento motor
3. Desenvolvimento da linguagem
4. Desenvolvimento do desenho
Desenvolvimento social
● Olhar o examinador e segui-lo em 180º = 2
meses
● Sorriso social = 3 meses
● Leva mão a objetos = 4 meses
https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvSocial
https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvMotor
https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvLinguag
https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo-didatico/desenvolvimento-neuropsicomotor#desenvDesenho
● Apreensão a estranhos = 10 meses
● Dá tchau, bate palma = 15 meses
● Imita atividades diárias = 18 meses
Desenvolvimento Motor
● Sustento cefálico = 4 meses
● Sentar com apoio = 6 meses
● Sentar sem apoio = 9 meses
● Pinça superior = 9 meses
● Em pé com apoio = 10 meses
● Andar sem apoio = 18 meses
Desenvolvimento da Linguagem
● Lalação = 6 meses
● Primeiras palavras = 12 meses
● Palavra frase = 18 meses
● Junta duas palavras = 2 anos
● Frases gramaticais = 3 anos
Desenvolvimento do desenho na infância
2 anos
Rabiscos (depois de alguns meses a criança começa a
nomear o que o rabisco representa).
3 anos
Círculo como símbolo universal (pode representar
quase tudo).
Tentativa de representação da figura humana (círculo
com duas pernas).
4 a 5 anos
A figura humana tem mais detalhes e os desenhos
representam histórias ou eventos.
6 a 7 anos
Fase da paisagem (linha azul na parte superior
representa céu, linha verde na parte inferior
representa o chão). Muitas vezes desenham a mesma
paisagem inúmeras vezes.
8 a 10 anos
Fase do realismo, quando a criança começa a desenhar
detalhadamente as coisas (não se contenta com
esquematização/simplificação do desenho).
Como ocorre o crescimento (altura e peso)-
antropometria?
A média de velocidade de crescimento de acordo com a
idade da criança é:
- Nascimento – 1 ano de idade = 25 centímetros por
ano.
- 1 ano- 3 anos de idade = 12,5 centímetros por ano.
- 3 anos - Puberdade = 5 a 7 centímetros por ano
(meninas = 8 a 10 centímetros ao ano; meninos = 10 a
12 centímetros ao ano).
Curva de crescimento:
É um padrão internacional , desenvolvido pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), para
acompanhar o crescimento e o estado nutricional das
crianças. As curvas são obtidas a partir do cálculo
entre a idade da criança e variáveis como o peso, a
altura e o perímetro da cabeça. Os parâmetros
padronizados possibilitam a avaliação de crianças de
qualquer país, independente de etnia, condição
socioeconômica e tipo de alimentação. A única variável
é o sexo da criança. Como meninos e meninas têm
padrões diferentes de crescimento, as curvas são
distintas. O objetivo é que problemas como
desnutrição, sobrepeso, obesidade e outras condições
associadas ao crescimento e à nutrição da criança
possam ser detectados e encaminhados precocemente.
Antropometria: avaliação total do corpo sem ser
invasiva. É medido o peso, altura e comprimento e
perímetro cefálico.
PESO
Recém-nascidos normais a termo geralmente perdem
5 a 8% do peso no nascimento nos dias que se seguem
ao parto, mas recuperam o peso no prazo de 2
semanas. Eles ganham de 14 a 28 g/dia até o 3o mês,
depois 4.000 g entre 3 e 12 meses, dobrando o peso
de nascimento por volta do 5o mês, triplicando até os
12 meses, e quase quadruplicando até os 2 anos. Entre
os 2 anos e a puberdade, o peso aumenta 2 kg/ano.
PERÍMETRO CEFÁLICO
O perímetro cefálico é reflexo do tamanho cerebral,
sendo medido rotineiramente até os 36 meses. Ao
nascimento, o cérebro corresponde a 25% do tamanho
do adulto, e o perímetro cefálico tem, em média, 35 cm.
O perímetro cefálico aumenta, em média, 1 cm/mês
durante o 1o ano; o crescimento é mais rápido nos 1ºs 8
meses, e até os 12 meses o cérebro completa metade
do seu crescimento pós-natal, correspondendo a 75%
do tamanho adulto. O perímetro cefálico aumenta mais
3,5 cm até os 2 anos; até os 3 anos, o cérebro
corresponde a 80% do adulto e 90% até os 7 anos.
Qual a importância do aleitamento materno e
alimentação complementar? (composições de cada leite
materno por fases e escreva os alimentos necessários
referente a cada período)
As modificações detectadas na composição do leite
humano de acordo com o tempo de lactação parecem
vir de encontro às necessidades variáveis do lactente,
cuja velocidade de crescimento sofre acentuada
redução com o passar dos meses .
Nos primeiros dias após o parto, é produzido o
colostro. Quando comparado ao leite maduro, ele é
mais viscoso, possuindo maiores concentrações de
proteínas, minerais e vitaminas lipossolúveis,
particularmente A, E e carotenóides, bem como
menores quantidades de lactose, gorduras e vitaminas
do complexo B1. Seu conteúdo energético oscila ao
redor de 58 kcal/100ml, contra com as 71 kcal/100ml
existentes no leite maduro. Caracteriza-se por ainda
conter resíduos de materiais celulares presentes na
glândula mamária e dutos por ocasião do parto.
O colostro é muito rico em fatores de defesa, como
imunoglobulinas e outros agentes antimicrobianos,
substâncias imunomoduladoras, agentes
antiinflamatórios, dentre os quais se destacam os
fatores de crescimento ou tróficos, e ainda os
leucócitos.
As imunoglobulinas representam a maior parte da
fração protéica do colostro, constituindo, nessa fase da
lactação, elementos de capital importância na proteção
do RN contra microrganismos presentes no canal de
parto. Os níveis de anticorpos sofrem rápido e
acentuado declínio nos primeiros dias de vida, sendo
seus valores com 72 horas apenas 20% daqueles das
primeiras 24 horas.
A duração do período de colostro não é bem definida,
existindo grandes variações individuais. Segundo o
Ministério da Saúde, entretanto, o período de colostro
se estende até o sétimo dia pós-parto.
As modificações na composição láctea após o quinto dia
ocorrem de forma gradual e progressiva, sendo
denominado leite de transição aquele produzido no
período intermediário entre o colostro e o leite
maduro. Embora se considere como período
transicional aquele compreendido entre o sexto e
décimo dias pós-parto, poucos nutrientes atingem o
décimo dia com seus valores definitivos; esta
irregularidade na composição láctea dos primeiros dias
pode ser atribuída a uma imaturidade fisiológica e
metabólica da glândula mamária . Assim, embora o
processo de transição perdure por todo o primeiro mês
de lactação, convencionou-se definir como leite
maduro, aquele produzido posteriormente ao décimo
quinto dia de vida.
O leite materno é completo, isso significa que até os 6
meses, o bebê não precisa de nenhum outro alimento,
depois disso,a amamentação deverá ser
complementada com outros alimentos. A amamentação
pode continuar até 2 anos ou mais.
O leite materno funciona como uma verdadeira vacina,
protegendo a criança de muitas doenças. Além disso, é
limpo e está sempre pronto e quentinho. E ainda
favorece um contato mais íntimo entre a mãe eo bebê.
O leite materno é composto por todas as vitaminas e
minerais, além de células de defesa, que o bebê precisa
para crescer forte e saudável.
Veja abaixo a composição do leite materno:
Composição do leite materno (100ml)
Energia - 70 kcal
Proteína - 1,1 g
Caseína: albumina - 40:60
Lipídios - 4,2g
Carboidrato - 7g
Vitamina A - 190 mcg
Vitamina D - 2,2 mcg
Vitamina E - 0,18 mg
Vitamina K - 1,5 mcg
Vitamina C - 4,3 mg
Tiamina - 16 mcg
Riboflavina - 36 mcg
Niacina - 147 mcg
Piridoxina - 10 mcg
Folato - 5,2 mcg
Vitamina B12 - 0,03 mcg
Cálcio - 34 mg
Fósforo - 14 mg
Ferro - 0,05 mg
Zinco - 0,3 mg
Água - 87,1 ml
Sódio - 0,7 mEq
Cloro - 1,1 mEq
Potássio - 1,3 mEq
Minerais
Leite materno contém:
- 34.00 mg de cálcio
- 0.05 mg de ferro
- 0.00 mg de magnésio
- 14.00 mg de fósforo
- 11.00 mg de potássio
- 17.00 mg de sódio
Vitaminas
Leite materno contém:
- 0.06 mg de vitamina A (retinol ou caroteno)
- 0.04 mg de vitamina B1 (tiamina, Aneurin)
- 0.04 mg de vitamina B2, ou riboflavina
- 0.02 mg de vitamina B6 ou piridoxina
- 5.00 mg de vitamina C ou ácido ascórbico
- 0.24 mg de vitamina E ou tocoferol
Além de alimentar a criança, o aleitamento materno
(AM) protege mãe e criança contra algumas doenças e
promove o desenvolvimento cognitivo e emocional da
criança e o bem-estar físico e psíquico da díade
mãe-filho.
O Ministério da Saúde do Brasil (MS) e a Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam AM por 2
anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6
meses. A amamentação por 2 anos ou mais pode ser
vantajosa em razão do valor nutritivo do leite materno
e da proteção contra doenças infecciosas, que se
mantém enquanto a criança for amamentada,
independentemente da idade. Com relação à duração
do AME, existem evidências de que não há vantagens
em oferecer alimentos complementares a crianças
menores de 6 meses, podendo, inclusive, haver
prejuízos à saúde da criança, como maior chance de
adoecer por infecção intestinal e hospitalização por
doença respiratória. Além disso, a introdução precoce
dos alimentos complementares diminui a duração do
AM, interfere na absorção de nutrientes importantes
nele existentes, como o ferro e o zinco, e reduz a
eficácia da lactação na prevenção de novas gestações.
Os efeitos do AM sobre a saúde da criança e da mulher
que amamenta, comprovam a superioridade da
amamentação sobre outras formas de alimentar a
criança pequena:
• redução da mortalidade infantil: estima-se que o AM
pode reduzir em 13% a mortalidade em crianças
menores de 5 anos por causas preveníveis. Nenhuma
outra estratégia alcança o impacto da amamentação na
redução das mortes de crianças dessa faixa etária. A
amamentação na primeira hora de vida tem sido
associada à redução da mortalidade neonatal;
• redução da incidência e gravidade da diarreia: há
fortes evidências epidemiológicas de que a
amamentação confere proteção contra diarreia,
sobretudo em crianças de baixo nível socioeconômico
de países de baixa renda. É importante salientar que
essa proteção diminui quando o AM deixa de ser
exclusivo;
• redução da morbidade por infecção respiratória: a
proteção da amamentação contra infecções
respiratórias e otite média foi demonstrada em vários
estudos;
• redução de alergias: há evidências de que o risco de
dermatite atópica em crianças com história familiar de
atopia, nascidas a termo e amamentadas
exclusivamente por pelo menos 3 meses, é menor
quando comparadas com crianças amamentadas por
menos tempo, assim como é menor a chance de
desenvolver asma em crianças sem história familiar de
asma, quando comparadas com crianças não
amamentadas. A exposição a pequenas doses de leite
de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o
risco de alergia ao leite de vaca. Por isso, é muito
importante evitar o uso desnecessário de fórmulas
infantis nas maternidades;
• redução de doenças crônicas: há relatos bem
consistentes da associação entre AM e menor chance
de desenvolver obesidade e diabete tipo 2, pressões
sistólica e diastólica mais baixas e níveis menores de
colesterol total;
• melhor nutrição: por ser próprio da espécie, o leite
materno contém todos os nutrientes essenciais para o
crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança
pequena, além de ser mais bem digerido, quando
comparado com leites de outras espécies. Atualmente,
o crescimento da criança amamentada é a referência
utilizada nas curvas de crescimento da OMS;
• melhor desenvolvimento cognitivo e inteligência: a
maioria dos estudos publicados sobre AM e
desenvolvimento cognitivo conclui que as crianças
amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto,
quando comparadas com as não amamentadas ou
amamentadas por um período inferior.
• melhor desenvolvimento da cavidade bucal: a
interrupção precoce do exercício que a criança faz para
retirar o leite do seio da mãe pode determinar ruptura
do desenvolvimento motor-oral harmônico,
prejudicando o alinhamento adequado dos dentes e as
funções de mastigação, deglutição, respiração e fala;
• proteção contra doenças na mulher que amamenta: há
evidências de proteção do AM contra câncer de mama
e de ovário, e o desenvolvimento de diabete tipo 2, além
do efeito anticoncepcional;
• economia: não amamentar tem implicações
financeiras, podendo onerar uma família de modo
substancial. Ao gasto com leites industrializados,
devem-se acrescentar custos com mamadeiras, bicos e
gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes
de doenças, que são mais comuns em crianças não
amamentadas. Onera também o sistema público de
saúde e às empresas/serviços públicos e privados,
pelas faltas ao trabalho de mães e pais por doença da
criança;
• promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: a
amamentação traz benefícios psicológicos para a
criança e para a mãe. É uma oportunidade ímpar de
intimidade e afeto, gerando sentimentos de segurança e
proteção na criança e de autoconfiança e realização
como mãe na mulher.
Para uma amamentação eficiente a técnica deve ser
correta; a posição adequada do bebê deve ser
adequada, com seu corpo voltado para o da mãe
(barriga com barriga), corpo e cabeça alinhados e corpo
apoiado. Já na pega adequada, o bebê deve ficar com o
nariz livre, pegar o máximo possível da aréola, e é
importante que se escute o barulho da deglutição.
No início da mamada, o teor de água e a presença de
constituintes hidrossolúveis confere ao leite coloração
de água de coco; no meio da mamada, com o aumento da
concentração de caseína, o leite tende a ter uma
coloração branca opaca; e, no final da mamada, em
virtude da concentração dos pigmentos lipossolúveis, o
leite é mais amarelado.
Composição e aspecto do leite materno
Apesar da enorme diversidade de alimentos
consumidos pelos povos de todo o mundo, o leite
materno é surpreendentemente homogêneo quanto à
sua composição. Apenas as mulheres com desnutrição
grave podem ter o seu leite afetado tanto qualitativa
como quantitativamente. O leite maduro só é secretado
por volta do 10º dia pós-parto. Nos primeiros dias, a
secreção láctea é chamada de colostro, que contém
mais proteínas e menos lipídios do que o leite maduro, e
é rico em imunoglobulinas, em especial a IgA. O leite de
mães de recém-nascidos pré-termo difere do de mães
de bebês a termo. A Tabela 2 apresenta os principais
componentes do leite materno maduro e do colostro,
em mães de bebês nascidos a termo e pré-termo. A
água contribui com quase 90% da composição do leite
materno, o que garante o suprimento das necessidades
hídricas de uma criança em AME, mesmo em climas
quentes e áridos. O principal carboidrato do leite
maternoé a lactose, e a principal proteína é a
lactoalbumina. As gorduras são o componente mais
variável do leite materno e são responsáveis por suprir
até 50% das necessidades energéticas da criança
pequena. Os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia
longa são essenciais no desenvolvimento cognitivo e
visual, e na mielinização dos neurônios. A concentração
de gordura no leite (e consequentemente o teor
energético) aumenta no decorrer de uma mamada.
Assim, o leite do final da mamada (leite posterior) é
mais rico em energia e sacia melhor a criança; daí a
importância de a criança esvaziar bem a mama. Levando
em consideração que o leite materno contém baixas
concentrações de vitamina K, vitamina D e ferro, o
Departamento de Nutrologia da SBP faz as seguintes
recomendações de suplementação das crianças
amamentadas:14 vitamina K ao nascimento, vitamina D
diária até os 18 meses para as crianças sem exposição
regular ao sol, e ferro até os 2 anos de idade a partir da
introdução da alimentação complementar em crianças
nascidas a termo, ou antes em lactentes pré-termo. A
cor e o aspecto do leite humano variam ao longo da
mamada como decorrência das variações na sua
composição e também de acordo com a dieta da mãe.
Por exemplo, o leite é mais amarelado quando a mãe
tem uma dieta rica em betacaroteno, e esverdeado em
dietas ricas em riboflavinas. No início da mamada, o
teor de água e a presença de constituintes
hidrossolúveis confere ao leite coloração de água de
coco; no meio da mamada, com o aumento da
concentração de caseína, o leite tende a ter uma
coloração branca opaca; e, no final da mamada, em
virtude da concentração dos pigmentos lipossolúveis, o
leite é mais amarelado. O leite humano possui vários
fatores imunológicos específicos e não específicos que
conferem proteção ativa e passiva contra infecções nas
crianças amamentadas. A IgA secretória é a principal
imunoglobulina, que atua contra microrganismos que
colonizam ou invadem superfícies mucosas. A
especificidade dos anticorpos IgA no leite humano é um
reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe,
o que proporciona proteção à criança contra os
agentes infecciosos prevalentes no meio em que ela
está inserida. A concentração de IgA no leite materno
diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo
relativamente constante a partir de então. Outros
fatores de proteção que se encontram no leite materno
são: leucócitos, que matam microrganismos; lisozima e
lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus e fungos;
oligossacarídios (mais de 130 compostos), que previnem
ligação da bactéria na superfície mucosa e protegem
contra enterotoxinas no intestino, ligando-se à
bactéria; fator bífido, que favorece o crescimento do
Lactobacilus bifidus na criança, uma bactéria saprófita
que acidifica as fezes, dificultando a instalação de
bactérias que causam diarreia, como Shigella,
Salmonella e Escherichia coli. Alguns dos fatores de
proteção do leite materno são total ou parcialmente
inativados pelo calor, razão pela qual o leite humano
pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5°C
por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que o
leite cru.
Compreenda sobre a classificação Z escore e
percentil.
Escore-Z e percentil são formas de expressar, de
modo padronizado, a posição relativa de uma
observação no interior de uma distribuição.
O escore-Z é um estimador que quantifica a distância
de um valor observado em relação à mediana de uma
população. No caso da avaliação do estado nutricional,
após se calcular a diferença entre o valor observado e
a mediana de referência, esse resultado é dividido pelo
desvio-padrão relativos à idade e sexo do indivíduo.
O percentil também expressa a posição relativa
ocupada por determinada observação no interior de
uma distribuição. É proveniente da divisão de uma série
de observações em uma população de referência em
cem partes iguais, estando os dados ordenados do
menor para o maior, em que cada ponto de divisão
corresponde a um percentil.
O Escore-Z representa o número de desvios-padrão a
partir do ponto central da população referência.
Enquanto o Percentil quantifica os indivíduos desde o
início até o final da distribuição (de próximo a zero até
próximo a 100), o Escore-Z quantifica a partir da
Mediana ou Percentil 50. Um valor negativo de
Escore-Z indica que a medida está à esquerda da
Mediana e abaixo do Percentil 50 e não implica
posições diferentes. A área entre o Escore-Z –2 e +2
equivale a 95% da população e ao intervalo entre os
percentis 2,5 e 97,5. Assim, é possível correlacionar,
por exemplo, o Percentil 3 ao Escore-Z –2 ou +2
desvios-padrão.
Cálculo do Escore-Z = estatura da criança – estatura
média da população referência dividido por
desvio-padrão para idade e sexo.
Desenvolvimento→ o conceito é amplo e se refere a
uma transformação complexa, contínua, dinâmica e
progressiva, que inclui, além do crescimento,
maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e
sociais. Costuma-se falar: desenvolvimento físico,
cognitivo e psicossocial. O desenvolvimento da
criança será sempre mediado por outras pessoas,
pelas famílias, pelos profissionais de saúde, da
educação entre outros que delimitam e atribuem
significados à sua realidade
Crescimento→ O crescimento sofre influências de
fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e
malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja,
podem ser geneticamente determinadas) e de fatores
extrínsecos, dentre os quais destacam-se a
alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os
cuidados gerais com a criança.
Compreenda SISVAN.
É um sistema de informação que visa descrever e
predizer de maneira contínua, tendências das
condições de nutrição e alimentação de uma
população, e seus fatores determinantes, com fins ao
planejamento e avaliação dos efeitos de políticas,
programas e intervenções. (OPAS, 1990).
O SISVAN tem como objetivos: descrever o estado
nutricional da população com particular referência a
subgrupos que são identificados como estando sob
risco, permitindo o conhecimento do problema
nutricional; prover informação que irá contribuir para
a análise das causas e fatores associados
possibilitando uma seleção de medidas preventivas
e/ou educativas que poderão ser ou não nutricionais;
permitir predições a serem feitas com base na
consolidação e análise dos dados a fim de indicar a
evolução provável dos problemas nutricionais;
acompanhar e monitorar o estado nutricional da
população atendida em Unidades Básica de Saúde
e/ou Programa Saúde da Família; monitorar
programas e políticas públicas no contexto da
alimentação e nutrição, e avaliar sua efetividade.
No contexto do setor saúde, o SISVAN contempla
quatro eixos interligados:
SISTEMA: Padronização de atividades, isto é,
tarefas organizadas de receber, tratar, analisarem
dados e informações para devolvê-los à rede do
Sistema Único de Saúde (SUS) e à sociedade, retro
alimentando os setores responsáveis pelo
planejamento, gestão e controle social dos programas
e políticas públicas.
VIGILÂNCIA: Engloba quaisquer atividades
rotineiras e contínua de coleta, processamento,
análise e interpretação dos dados: recomendação de
medidas de controle apropriadas: promoção das
ações de controle indicadas; avaliação da eficácia e
efetividade das medidas adotadas; e divulgação de
informações pertinentes.
ALIMENTAR: Envolve os aspectos relativos à
promoção de práticas alimentares saudáveis e à
prevenção e ao controle dos distúrbios alimentares e
de doenças associadas à alimentação.
NUTRICIONAL: Considera o estado nutricional de
coletividades como resultante do equilíbrio entre o
consumo alimentar e a utilização biológico e sua
estreita relação com o estado de saúde.
Discorra sobre a puericultura (o que é, importância)
Realizado por uma equipe multidisciplinar,
definida como acompanhamento periódico e
sistemático da criança, tendo como foco a prevenção
e educação em saúde com vistasà intervenção efetiva
e apropriada. Promove a prevenção de doenças e
promoção da saúde.
Se baseia em três momentos: Anamnese (atenção
personalizada a cada família e cuidado a criança);
Exame Físico (adequado preenchimento da caderneta
de saúde da criança); Orientações e prescrição (VD
faz-se necessária no atendimento à saúde da criança.)
É de grande importância pois, reduz a mortalidade
e morbidade (doenças em crianças) infantil por meio
da proteção, promoção, tratamento e recuperação à
saúde.
Na consulta de puericultura o pediatra tem que ver a
crianças de forma global; não se ater somente à
queixa da mãe; e o exame físico deve ser o mais
completo possível.
Ações preventivas que correspondem ao atendimento
de puericultura:
1. Higiene física: supervisão da higiene corporal e da
estrutura existente no lar para garanti-la, tais como
água apropriada, saneamento, etc. Levantamento das
condições oferecidas à criança em termos de espaço
físico, a saber, quarto adequado, ensolarado, sem
umidade, sem presença de fatores alergênicos;
frequência a ambientes saudáveis como parques,
clubes, prática de atividades físicas.
2. Higiene anti-infecciosa: acompanhar e aconselhar
os pais durante o processo de vacinação, detectar
precocemente e eliminar quadros infecciosos que
possam prejudicar o organismo em crescimento.
3. Higiene mental: abordagem, junto à família, da
dinâmica domiciliar, e aconselhar os pais acerca das
melhores maneiras de lidar com os distúrbios
emocionais próprios da infância, ou com as
dificuldades escolares e de socialização.
4. Higiene do crescimento: aferição periódica de
todos os parâmetros indicativos de crescimento e
ganho de peso adequados, prevenção do sobrepeso
5. Higiene alimentar: aconselhamento aos pais quanto
aos melhores nutrientes a serem ofertados em cada
etapa da vida da criança e que possam servir de
arcabouço para o crescimento e desenvolvimento
sadios.
Itens avaliados em uma consulta de puericultura:
- Avaliação do estado nutricional da criança pelos
indicadores clínicos definidos pelo Ministério da
Saúde;
- Avaliação do histórico alimentar;
- Avaliação da curva de crescimento pelos
parâmetros antropométricos adotados pelo
Ministério da Saúde;
- Estado vacinal segundo o calendário oficial de
vacinas do Ministério da Saúde;
- Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor;
- Avaliação do desempenho escolar e dos cuidados
dispensados pela escola;
- Avaliação do padrão de atividades físicas diárias
conforme parâmetros recomendados pelo Ministério
da Saúde;
- Exame da capacidade visual;
- Avaliação das condições do meio ambiente
conforme roteiro do Ministério da Saúde;
- Avaliação dos cuidados domiciliares dispensados à
criança;
- Avaliação do desenvolvimento da sexualidade;
- Avaliação quantitativa e qualitativa do sono;
- Avaliação da função auditiva;
- Avaliação da saúde bucal.
O que é a consulta de puericultura?
O atendimento ambulatorial em puericultura
compreende a realização periódica de consultas de
pacientes de zero a 19 anos com o pediatra para uma
avaliação global de desenvolvimento. A iniciativa
prevê orientação aos pais ou responsáveis sobre os
diversos aspectos de proteção integral da criança e a
realização de intervenções quando necessário.
Como funciona o atendimento?
O médico pediatra avalia com a periodicidade
recomendada pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar diversos aspectos do paciente. São
avaliados itens como condição nutricional, curva de
crescimento, estado vacinal, desenvolvimento
neuropsicomotor e cuidados domiciliares dispensados
à criança. Quando identificados desvios além da
normalidade, é realizada uma intervenção rápida e
eficaz.
Qual a diferença de uma consulta tradicional?
Entende-se por consulta tradicional aquela onde há
uma queixa específica do paciente. Na puericultura,
por sua vez, o atendimento destina-se a uma análise
de diversos aspectos da saúde da criança ou
adolescente. O atendimento exige mais tempo e o
conhecimento global do desenvolvimento da criança, e
por isso também tem valor diferente de consulta.

Continue navegando