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Legislaçào e Avaliação do Ensino Superior no Brasil

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Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
LEGISLAÇÃO E 
AVALIAÇÃO DO ENSINO 
SUPERIOR NO BRASIL
Autores: Giancarlo Moser
 Norberto Siegel
 Vilmar Urbaneski
378.0026
M899l Moser, Giancarlo
 Legislação e avaliação do ensino superior no Brasil / 
 Giancarlo Moser; Norberto Siegel e Vilmar Urbaneski. 
 Indaial : Uniasselvi, 2011. 99 p. : il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-502-4
 1. Educação superior – legislação.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
Revisão de Conteúdo: Evandro André de Souza
Revisão Gramatical: Profa. Camila Thaísa Alves
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Copyright © Editora Grupo UNIASSELVI 2011
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
Possui graduação em História pela UFSC 
(1992), Licenciatura em Sociologia (1993), graduação 
em Processos Gerenciais (2008), Post Laurea em 
Cultura e Sociologia (Universita di Trento, 1993), 
especialização em Administração, (2003), mestrado em 
Patrimônio Cultural e Turismo (Universidade do Vale do Itajaí, 
2001) e doutoramento em Ciências Sociais (Universidade de 
Aveiro, 2007) e atualmente é pós-doutorando da Fundação 
Getúlio Vargas, no Centro de Pesquisa e Documentação de 
História Contemporânea do Brasil (FGV/CPDOC). Atua como: 
professor de graduação e pós-graduação; avaliador de Ensino 
Superior MEC/INEP (desde 2001) e pelo CEE/SC. Professor de 
graduação e Diretor do Centro Universitário Leonardo da Vinci 
e Diretor de Relações Institucionais do Grupo UNIASSELVI. 
Editor-Chefe da Editora UNIASSELVI. É autor de diversos 
livros. Tem experiência na área de Educação Superior, 
com ênfase multidisciplinar, atuando principalmente 
nos seguintes temas: Educação Superior, História da 
Educação, Planejamento e Gestão de Instituições 
de Ensino, Patrimônio Histórico e Cultural e 
Editoras Universitárias.
Giancarlo Moser
Possui graduação em Filosofia pela Fundação 
Educacional de Brusque (1990), graduação em 
Teologia pelo Instituto Teológico de Santa Catarina 
(1994), especialização em Filosofia e Teoria do 
Conhecimento e Filosofia da Ciência pela Fundação 
Educacional de Brusque (2001) e mestrado em Educação 
pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2005). 
Professor de graduação e pós-graduação do Centro 
Universitário Leonardo da Vinci. Tem experiência na 
área de Filosofia e Educação, com ênfase em Ética. Na 
EAD, publicou: Fundamentos da Educação: Temas 
Transversais e Ética, Filosofia Geral e da Educação, 
Fundamentos Epistemológicos da Geografia, Ética 
na Educação Escolar, entre outros. Atualmente é 
coordenador pedagógico da UNIASSELVI-PÓS.
Norberto Siegel
Possui graduação em Filosofia pela 
Universidade São Francisco de São Paulo (1994), 
especialização em Filosofia e Teoria do Conhecimento 
e Filosofia da Ciência pela Fundação Educacional de 
Brusque (2001), mestrado em Educação pela Fundação 
Universidade Regional de Blumenau (2006). Atualmente, 
leciona em cursos de graduação e pós-graduação. Tem 
experiência na área de Filosofia. Na EAD, publicou: 
Filosofia da Religião.
Vilmar Urbaneski
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................ 7
CAPÍTULO 1
Aspectos Conceituais do Ensino Superior Brasileiro ........... 9
CAPÍTULO 2
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e Avaliação ...................... 21
CAPÍTULO 3
A Articulação entre o PDI, PPI, PPC e as Diretrizes 
Curriculares Nacionais ............................................................ 45
CAPÍTULO 4
Avaliação no Ensino Superior ................................................. 73
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
Bem-vindo a mais uma disciplina de seu curso. Esta disciplina é bastante técnica, 
pois apresenta a estrutura de funcionamento do Ensino Superior no Brasil. 
A educação está repleta de Leis, Decretos, Pareceres, Normas que estão 
em vigência e regem o sistema de ensino. O ensino superior brasileiro segue 
a legislação Federal estabelecida pelo MEC, sob tutela do Governo Federal. O 
MEC, através de suas secretarias, estabelece as regras de funcionamento das 
instituições de ensino superior, bem como estabelece o marco regulatório e o 
sistema de avaliação de todo o processo de ensino. 
Diante disso, esta disciplina tem por finalidade apresentar os principais 
aspectos que norteiam o Ensino Superior no Brasil, tais como: o Conselho Nacional 
de Educação (CNE), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira (INEP) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior 
(SINAES). 
Neste caderno de estudos, reunimos as principais legislações e normas que 
regem o ensino superior no Brasil em quatro capítulos, que são: “Os aspectos 
conceituais do ensino superior brasileiro”; “Os principais marcos regulatórios do 
ensino superior no Brasil: avaliação, supervisão e regulação”; “O PDI, PPI, PPC e 
as Diretrizes Curriculares Nacionais”; “A avaliação no ensino superior”.
Desejamos a você bons estudos e esperamos que tenha sucesso em seu 
aprendizado.
Os autores.
CAPÍTULO 1
Aspectos Conceituais do 
Ensino Superior Brasileiro
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Compreender os aspectos teóricos e conceituais que norteiam a oferta do 
Ensino Superior no Brasil.
 9 Conhecer as principais propostas de Ensino Superior estabelecidas no mundo 
atual e seus tipos de aplicação e formato.
10
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
11
Aspectos Conceituais do Ensino Superior BrasileiroCapítulo 1
Contextualização
Neste capítulo iremos apresentar as principais formas e os conceitos que 
norteiam a oferta de Ensino Superior, apresentado, de forma sintética, quais os 
seus principais postulados e suas origens teóricas e práticas.
Para que se possa entender o processo de Avaliação, Regulação e 
Supervisão no Ensino Superior brasileiro contemporâneo deve-se ir além das 
simples observações e análises de que tratam os Instrumentos de Avaliação do 
MEC/Inep, pois os mesmos refletem nos seus parâmetros e indicadores aplicados 
nas concepções de Ensino Superior vigente na estrutura educacional da área. 
Dessa forma, este capítulo é introdutório e explanatório, pois privilegia o 
entendimento conceitual com base histórica, pretendendo esclarecer os modelos 
utilizados no sistema de Ensino Superior vigente atualmente.
Concepções de Ensino Superior no 
Mundo Ocidental Contemporâneo
Para melhor entendermos o processo de Regulação, Avaliação e Supervisão 
do Ensino Superior, temos que saber que atualmente os modelos avaliativos 
propostos pelo MEC/Inep estão em consonância direta com propostas filosóficas 
e operacionais de modelos distintos de ensino superior.
Para uma compreensão mais adequada, apresentamos os modelos atuais 
vigentes, destacando os seus principais postulados e práticas:
• o modelo clássico Francês, conhecido também como Modelo Napoleônico;
• o Modelo alemão, baseado no tripé Ensino-Pesquisa-Extensão;
• o Modelo Universalista ou Modelo Americano, pautado pela massificação do 
Ensino Superior e na busca da inclusão de todos os segmentos sociais no 
mesmo.
a) Modelo Napoleônico
Este modelo é oriundo do chamado período napoleônico (1799-1815) e vem 
eivado de concepções próprias desse período, com a ascensão da burguesiae a 
busca de valores educacionais que privilegiassem a formação de profissionais de 
cunho prático e com espírito voltado à profissionalização. 
12
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Deste modelo, pode-se resumir o seguinte:
• elitização – o ensino superior voltado para uma pequena elite;
• heteronomia – todo o sistema vinculado ao Estado;
• sistema de cátedra – o professor presta contas ao Estado;
• hiper-centralização – o mesmo currículo em todo o país;
• hierarquização do sistema – universidades mais prestigiadas do que outras;
• politização – o sistema é visto como um instrumento para identidade nacional;
• ênfase no conhecimento técnico.
No Brasil, esse modelo foi adotado por D. João VI, que tinha 
um controle sobre a lei, o currículo, o conteúdo, os professores, os 
estudantes, os horários e taxas a serem pagas pelos estudantes. 
A nomeação de professores, como não poderia deixar de ser, era 
controlada pelo governo, e não pelas escolas. Esse modelo dissociava 
ensino e pesquisa, e influenciou a formação profissional implantado no 
ensino superior.
b) Modelo Alemão
Este modelo é um dos mais tradicionais no sistema, também 
conhecido como Modelo Humboldtiano, pois entende o Ensino 
Superior lastreado na autonomia das Universidades e sendo uma 
aplicação do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. 
Modelo Humboldtiano: este conceito teve origem na 
organização da Universidade de Berlim, em 1808, e tem no famoso 
texto de Humboldt (1997) “Sobre a Organização Interna e Externa 
das Instituições Científicas Superiores em Berlim” a reflexão mais 
significativa e concisa sobre a universidade. Pode-se afirmar que 
as formulações de Humboldt, bem como seus pressupostos mais 
gerais, são ainda tomadas como relevantes quando a questão 
da universidade é discutida. Humboldt concebeu a universidade 
desenvolvendo essencialmente duas tarefas: de um lado, promoção 
do desenvolvimento máximo da ciência, de outro, produção do 
conteúdo responsável pela formação intelectual e moral da nação. 
(FERREIRA, 2009)
Esse modelo foi 
adotado por D. 
João VI, que tinha 
um controle sobre 
a lei, o currículo, 
o conteúdo, os 
professores, os 
estudantes, os 
horários e taxas 
a serem pagas 
pelos estudantes.
13
Aspectos Conceituais do Ensino Superior BrasileiroCapítulo 1
Pode-se caracterizá-lo objetivamente da seguinte forma:
• elitização;
• autonomia – autonomia em relação ao Estado;
• liberdade de cátedra – o professor tem grande liberdade de ensino e pesquisa
• associação entre ensino e pesquisa;
• descentralização – o alcance da universidade é local;
• ênfase no conhecimento enciclopédico;
• orientação neo-humanista.
Dentro desta perspectiva, ou seja, de contradições entre esses 2 modelos, 
apresentamos o texto da Professora Maria de Fátima Costa de Paula1, da 
Universidade Federal Fluminense, que caracteriza as diferenças entre as 
concepções alemã e francesa de Ensino Superior:
Encontramos divergências profundas entre as 
concepções alemã e francesa de universidade. 
O modelo alemão enfatiza a importância da 
pesquisa na universidade, e mais do que isto, 
da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e 
formação; ao passo que, no modelo francês, a 
pesquisa não é tarefa primordial da universidade, 
havendo dissociação entre universidades, que se 
dedicam fundamentalmente ao ensino, e “grandes 
escolas”, voltadas para a pesquisa e a formação 
profissional de alto nível. Enquanto o modelo 
francês volta-se para a formação especializada e 
profissionalizante, via escolas isoladas, o alemão 
enfatiza a formação geral, científica e humanista, 
com enfoque na totalidade e universalidade do 
saber e na consequente importância da Faculdade 
de Filosofia, Ciências e Letras como órgão 
central da universidade. Enquanto a universidade 
francesa, desde Napoleão, é mantida e dirigida 
pelo Estado, tornando-se uma espécie de aparelho 
ideológico deste, com pequena autonomia frente 
aos poderes políticos, a universidade alemã, 
embora sendo instituição do Estado, por ele 
mantida e vivendo sob a sua vigilância, conservou 
uma parte notável do seu caráter corporativo e 
deliberativo, gozando de liberdade de ensino 
e de pesquisa, nas suas primeiras décadas de 
funcionamento, no século XIX. Enquanto a intelligentsia 
francesa possuía forte vínculo com o Estado e com a política 
napoleônica, os intelectuais alemães mantinham uma posição 
de maior neutralidade frente aos poderes políticos instituídos. 
(DE PAULA, 2011, p. 6-7).
 
Sendo assim, essas propostas acabaram ganhando terreno no mundo 
ocidental, sendo implantadas de formas mais ou menos distintas nos países em 
O modelo 
alemão enfatiza 
a importância 
da pesquisa na 
universidade, 
e mais do 
que isto, da 
indissociabilidade 
entre ensino, 
pesquisa e 
formação; ao 
passo que, no 
modelo francês, 
a pesquisa não é 
tarefa primordial 
da universidade, 
havendo 
dissociação entre 
universidades,
14
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
formação da América, principalmente nos séculos XIX e XX. 
Podemos afirmar que cada país teve motivações políticas e estruturais 
distintas, dentro de períodos históricos específicos de sua formação, portanto 
devemos entender que as adaptações foram fundamentais para que o Ensino 
Superior atende-se as necessidades e demandas que o momento exigiu.
c) O Modelo Atual: O Americano 
 
O sistema de Ensino Superior dos EUA pode parecer confuso para um país 
como o Brasil em que a regulamentação sobre o mesmo é rígida e controlada 
pelo Estado.
Nesse sistema existem diversas formas de “Ensino Superior” que, conforme o 
estado da federação norte-americana, são totalmente isentas de fiscalização pelo 
governo, podendo ir desde as instituições comunitárias, voltadas para públicos de 
classes mais simples, até as instituições da chamada Ivy League, instituições da 
elite americana.
A Ivy League (Liga de hera) é um grupo de oito universidades 
privadas do Nordeste dos Estados Unidos da América. Originalmente, 
a denominação designava uma liga desportiva formada por essas 
universidades, das mais antigas dos Estados Unidos. O grupo, 
também referido como as oito antigas, é constituído pelas instituições 
de maior prestígio científico nos Estados Unidos e no mundo e, 
assim, atualmente, a denominação tem conotação, sobretudo, de 
excelência acadêmica, também associada a certo elitismo e ao 
establishment WASP.
Os membros da Ivy League são:
• Universidade Brown, em Providence, Rhode Island, fundada em 
1764 como College of Rhode Island.
• Universidade Columbia, em Nova Iorque, fundada em 1754 como 
King’s College.
• Universidade Cornell, em Ithaca, Nova Iorque, fundada em 1865.
• Dartmouth College, em Hanover, New Hampshire, fundada em 
1769.
• Universidade Harvard, em Cambridge, Massachusetts, fundada 
em 1636, fundada como New College, depois Harvard College.
15
Aspectos Conceituais do Ensino Superior BrasileiroCapítulo 1
• Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia, Pensilvânia, fundada 
em 1751 como Academy of Philadelphia.
• Universidade Princeton, em Princeton, New Jersey, fundada em 
1746 como College of New Jersey. 
• Universidade Yale, em New Haven, Connecticut, fundada em 
1701 como Collegiate School. (LEITE, 2009).
De qualquer maneira, pode-se sintetizar o sistema Americano da seguinte 
forma:
• massificação – as universidades recebem muitos alunos;
• diversificação – escolas de elite, de excelência, e outras fracas;
• autonomia – a presença do Estado regulador é desprezível;
• competitividade – competição por alunos e por recursos;
• flexibilidade – de currículos, salários e de gestão;
• padrão industrial;
• especialização das áreas de conhecimento;
• orientação diversificada – humanistas, profissionais, de pesquisa;
• prestação de serviços para a sociedade;
• espalhou-se pelo mundo depois da Segunda Guerra;
• as universidades americanas estão entre as melhores do mundo;
• são dirigidas pelo mercado;
• o estudante é visto como consumidor e a procura é que definea qualidade;
• estão surgindo universidades empresas transnacionais;
• nos países subdesenvolvidos - a pesquisa é deixada para o segundo plano 
por ser mais cara.
Atividade de Estudos: 
1) Faça uma pequena pesquisa e disserte sobre o modelo brasileiro 
de Ensino Superior atual, contrapondo o sistema de Universidades 
Públicas Federais e o sistema de Instituições Privadas de Ensino 
Superior. 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
16
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Observando o Ambiente de Ensino-
Aprendizagem nas Instituições de 
Ensino Superior
O ambiente de ensino-aprendizagem das instituições de ensino 
superior esteve por muito tempo desvinculado da disseminação do 
conhecimento e do intercâmbio de ideias, comportando-se de forma 
individualizada, sem propiciar a criação de um ambiente harmônico 
e adequado à comunhão de ideias de docentes e discentes. Tal 
característica possibilitava a cada aluno o acesso à sabedoria e ao 
mesmo tempo à ignorância. 
Os professores, agentes motivadores do saber, não submetiam 
integralmente os seus conhecimentos ao processo de ensino-
aprendizagem, temendo perder a sua posição, pois o domínio das 
informações não seria somente deles. Nesse contexto, ao mesmo 
tempo em que a sabedoria é estimulada, a criação de conhecimento, 
por meio do inter-relacionamento professor-aluno, é refreada (LUCKESI 
et al., 1998).
A aquisição e transmissão do conhecimento podem ser 
compreendidas como o processo de criação de um ambiente de 
ensino-aprendizado, a partir da criatividade, do julgamento e do diálogo 
entre os indivíduos, que na sociedade do conhecimento necessitam 
desenvolver a proatividade, a flexibilidade, a multidisciplinaridade e a 
abertura para novos ensinamentos (SVEIBY,1998). 
Para aprofundar o estudo sobre as concepções de ensino 
superior e as suas discussões no ordenamento cotidiano das IES 
no Brasil, é interessante visitar o Portal do MEC, principalmente no 
link do Conselho Nacional de Educação, onde estão disponíveis os 
pareceres e súmulas dos conselheiros.
Cada parecer é sempre embasado em uma profunda 
conceituação doutrinária que percorre a discussão com sua 
concepção teórica, provendo o material de sustentação e sendo 
indispensável para quem quiser entender os modelos e propostas na 
realidade brasileira. O link é:
https://goo.gl/WqyB1D
O ambiente 
de ensino-
aprendizagem 
das instituições 
de ensino 
superior esteve 
por muito tempo 
desvinculado da 
disseminação do 
conhecimento e 
do intercâmbio 
de ideias, 
comportando-
se de forma 
individualizada, 
sem propiciar 
a criação de 
um ambiente 
harmônico e 
adequado à 
comunhão 
de ideias de 
docentes e 
discentes.
17
Aspectos Conceituais do Ensino Superior BrasileiroCapítulo 1
O Papel da Universidade
A Universidade é uma organização humana das mais antigas, cuja 
história, no mundo ocidental, vem sendo construída há dez séculos, 
desde quando, no final do século X, foram criadas a Universidade de 
Bolonha, na Itália, e a Universidade de Paris, na França, originadas 
de uma associação livre de estudantes e professores, destinadas ao 
estudo de Teologia e dos Clássicos. 
Nascidas de modo espontâneo, a partir da vontade de seus 
integrantes e despidas de qualquer interferência do poder leigo e 
religioso, logo as instituições passaram a granjear o respeito e a 
admiração da sociedade, cultivando, na sua organização, a mais ampla 
autonomia de funcionamento.
 
Segundo Burke (2003, p. 87):
Em 1450, o currículo das universidades europeias, 
uma rede que se estendia de Coimbra a Cracóvia, 
era notavelmente uniforme, permitindo assim 
que os estudantes se transferissem com relativa 
facilidade de uma instituição para outra (prática 
conhecida como peregrinatio academica). O 
primeiro grau era o bacharelado, e as artes em 
que o estudante se tornava bacharel eram as sete 
“artes liberais”, divididas em duas partes, o trivium, 
mais elementar, que lidava com a linguagem 
(gramática, lógica e retórica), e o quadrivium, 
mais avançado, que lidava com os números 
(aritmética, geometria, astronomia e música).[...] 
O primeiro grau podia ser seguido por um curso 
em uma das três faculdades superiores, teologia, 
direito e medicina, esquema ternário de um tipo 
raro na Idade Média.[...] As faculdades superiores 
eram as consideradas mais “nobres”, outro termo 
que revela a projeção da hierarquia no mundo do 
intelecto.
Mas foi a partir do século XVIII que a universidade se viu compelida a sair 
de sua “Torre de Marfim” para se interessar pelos problemas que a sociedade 
enfrentava, sofrendo inúmeras transformações, algumas delas profundas, como 
a perda da autonomia plena para o Estado. Essa autonomia ficou condicionada 
aos interesses maiores da sociedade. Daí surgiram os dois principais grupos 
institucionais de universidades modernas: as públicas e as privadas. 
 
Ortega y Gasset (1946, p. 30) conceitua a universidade medieval como um 
ambiente 
A Universidade é 
uma organização 
humana das 
mais antigas, 
cuja história, no 
mundo ocidental, 
vem sendo 
construída há 
dez séculos, 
desde quando, 
no final do século 
X, foram criadas 
a Universidade 
de Bolonha, 
na Itália, e a 
Universidade de 
Paris, na França, 
originadas de 
uma associação 
livre de 
estudantes e 
professores, 
destinadas 
ao estudo de 
Teologia e dos 
Clássicos.
18
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
que não investiga; ocupa-se muito pouco de profissão, o seu 
essencial é... <<cultura geral>> - teologia, filosofia, “artes”. 
Isso que hoje se chama “cultura geral” não era tal para a Idade 
Média; não era ornato do espírito ou disciplina formadora 
da personalidade; era, sim, o sistema de idéias [sic] sobre 
o Mundo e a Humanidade que o homem de então possuía. 
Era, enfim, o repertório de convicções que havia de dirigir 
efetivamente a sua existência.
E do ponto de vista acadêmico-pedagógico, as universidades se 
dividiram conforme as sociedades e as missões para as quais foram 
instituídas. Assim, na Alemanha, criou-se o modelo de universidade de 
pesquisa, chamado de Modelo Humboldtiano, com a implantação dos 
institutos especializados, e na França, a universidade profissionalizante, 
através das chamadas “Grandes Escolas”, que tinham como objetivo 
formar engenheiros, médicos, administradores públicos, professores e 
advogados. 
Para alcançar o atual estágio de desenvolvimento do Ensino 
Superior, a sociedade passou, sucessivamente, por várias etapas que 
caracterizam uma verdadeira revolução. 
Atividade de Estudos: 
1) _______________________________________________________
O Brasil encontra-se em um período ímpar de sua história, tendo 
despontado nos últimos 25 anos como uma nação democrática e 
estável na maioria de suas instituições republicanas, crescendo 
no cenário mundial como uma nação respeitável e emergindo 
com um dos maiores PIBs do mundo, derivado de sua potencia 
agrícola e de seu parque industrial.
 Com base na afirmativa acima e tomando em consideração as 
concepções de Ensino Superior apresentadas nesse capítulo, 
desenvolva uma argumentação sobre qual seria o melhor modelo 
conceitual de Ensino Superior a ser implantado para que o Brasil 
possa continuar desenvolvendo-se e mantendo um crescimento 
sustentável, promovendo a melhoria contínua de suas condições 
internas. Justifique. 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Assim, na 
Alemanha, criou-
se o modelo de 
universidade 
de pesquisa, 
chamado 
de Modelo 
Humboldtiano, 
com a 
implantação 
dos institutos 
especializados, 
e na França, a 
universidade 
profissionalizante, 
através das 
chamadas 
“Grandes 
Escolas”,que 
tinham como 
objetivo formar 
engenheiros, 
médicos, 
administradores 
públicos, 
professores e 
advogados.
19
Aspectos Conceituais do Ensino Superior BrasileiroCapítulo 1
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
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 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Um bom estudo sobre a atualidade e os cenários possíveis 
para o Ensino Superior no Brasil e no Mundo pode ser encontrado 
em http://www.unemat.br/prpdi/pdi/docs/ensino_superior_mundo_
brasil_tendencias_cenarios_2003_2025.pdf
Algumas Considerações 
O balanço da situação da educação no País e os cenários projetados para 
a próxima década sugerem alguns dos enormes desafios a serem enfrentados. 
É verdade que os anos 90 mostram avanços inegáveis, que representam um 
importante ponto de inflexão nas características estruturais do sistema. 
São aspectos inequívocos do redesenho do sistema educacional do País 
a quase universalização da cobertura do nível fundamental e a progressiva 
democratização do acesso ao ensino médio. Em consequência, os novos desafios 
assumem maior complexidade. Não se trata mais de apenas assegurar o acesso, 
mas sim de promover a permanência e o sucesso das crianças e jovens na escola 
e de oferecer um ensino de qualidade. 
Também em relação ao ensino superior, os desafios são imensos. Sua 
expansão é inexorável, como revelam os dados projetados. Mas o sistema deverá 
se expandir e, simultaneamente, tornar-se mais flexível para absorver as novas 
demandas surgidas da transformação por que vem passando o ensino médio e da 
própria dinâmica das mudanças sociais e econômicas deste início do século XXI.
http://www.unemat.br/prpdi/pdi/docs/ensino_superior_mundo_brasil_tendencias_cenarios_2003_2025.pdf
http://www.unemat.br/prpdi/pdi/docs/ensino_superior_mundo_brasil_tendencias_cenarios_2003_2025.pdf
20
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Há indícios bastante evidentes de que estamos ingressando numa nova era 
das políticas educacionais no País. Nosso sistema educacional, que até o final 
da década de 80 caracterizava-se pela disjunção entre o ensino fundamental de 
massa versus educação de elite para os níveis superiores, ingressa agora num 
novo patamar.
Referências
BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
DE PAULA, Maria de Fátima Costa. A influência das concepções alemã e 
francesa sobre a universidade de São Paulo e a universidade do Rio de Janeiro 
quando de suas fundações. Disponível em: <www.anped.org.br/reunioes/25/
mariafatimapaulat11.rtf>. Acesso em: 28 out. 2011.
LEITE, Felipe Laragnoit de Cillo. Boom imobiliário e treinamento de 
corretores de imóveis no Brasil: um estudo de caso de uma empresa líder do 
setor. 2009. 146f. Dissertação (Mestrado em Administração) - FEA/USP, 2009.
ORTEGA Y GASSET, J. Meditaciones del Quijote. In: GASSET, J. O. Obras 
Completas (1ª Edição ed., Vols. Tomo I (1902-1916), p. 309-400). Madrid: Revista 
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PEREIRA, Elisabete Monteiro de Aguiar. A universidade da modernidade nos 
tempos atuais. Avaliação. (Campinas) [online]. 2009, vol.14, n.1, pp. 29-52. ISSN 
1414-4077.
SVEIBY, Karl Erik. A Nova Riqueza das Organizações: gerando e avaliando 
patrimônios de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
CAPÍTULO 2
Os Principais Marcos Regulatórios 
do Ensino Superior no Brasil: 
Regulação, Supervisão e Avaliação
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Entender a diversidade do sistema de Ensino Superior no Brasil e as principais 
formas de IES segundo a LDB e legislação correlata.
 9 Conhecer a legislação consolidada que norteia e normatiza o sistema de 
Ensino Superior no Brasil pós-LDB 9.394/1996.
22
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
23
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
Contextualização
Este capítulo apresenta a atual estrutura de Ensino Superior brasileiro e 
os principais marcos regulatórios referenciais no sistema pós-LDN 9.394/1996, 
com uma abordagem sobre o processo de diversificação e diferenciação que o 
mesmo apresenta com seus influxos históricos, por meio da legislação pertinente 
ao processo, que levaram aos modelos diversos de Instituições de Ensino 
Superior. A oferta diferenciada de modalidade de formação superior, estabelecida 
pela LDB 9.394/1996, está dividida, basicamente, em: Cursos Superiores 
(Sequenciais) de Formação Específica (que não permite a sequência de estudos 
de pós-graduação); Cursos de Bacharelado, Cursos de Licenciatura e Cursos 
Tecnológicos.
Diferenciação e Diversificação do 
Ensino Superior no Brasil
Este processo de diferenciação e diversificação do Ensino Superior brasileiro 
está estabelecido no artigo 43 da LDB 9.394/1996, que claramente coloca o 
Ensino Superior além do tripé ensino, pesquisa e extensão, definindo o sistema 
da seguinte forma:
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento 
do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas 
de conhecimento, aptos para a inserção em 
setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e 
colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação 
científica, visando o desenvolvimento da ciência e 
da tecnologia e da criação e difusão da cultura, 
e, desse modo, desenvolver o entendimento do 
homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos 
culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber 
através do ensino, de publicações ou de outras 
formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de 
aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar 
a correspondente concretização, integrando 
os conhecimentos que vão sendo adquiridos 
numa estrutura intelectual sistematizadora do 
conhecimento de cada geração;
Incentivar o 
trabalho de 
pesquisa e 
investigação 
científica, 
visando o 
desenvolvimento 
da ciência e da 
tecnologia e da 
criação e difusão 
da cultura, e, 
desse modo, 
desenvolver o 
entendimento do 
homem e do meio 
em que vive.
24
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo 
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar 
serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta 
uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, 
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da 
criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas 
na instituição.
Como podemos perceber no artigo 43 da LDB, a Educação Superior no 
Brasil é um sistema complexo e diversificado, com instituições públicas e privadas 
e com vários níveis de ensino, desde a graduação até a pós-graduação (lato e 
stricto sensu) e com diferentes tipos de cursos e programas.
Ainda sobre a organização do Ensino Superior no Brasil, cabe ressaltar que 
elas podem ser compreendidas como autônomas, empresariais, religiosas, 
técnicas e militares. Sobre essas questões, nos apoiamos em Soares (2002, p. 
47-48) que apresenta uma explicação sobre cada uma delas. Acompanhe !!!
Autônomas: a autonomia consagrada na Constituição para 
as universidades públicas e privadas não foi, ainda, implementada 
no que se refere à autonomia financeira dasuniversidades públicas 
federais. As universidades públicas estaduais em São Paulo e 
Paraná, por sua vez, já contam com essa prerrogativa, pelo menos 
em estágio mais avançado do que as federais. As universidades 
privadas garantem sua autonomia por contar com recursos próprios.
Empresariais: no Brasil, essa categoria existe unicamente entre 
as instituições privadas, em função da especificidade da instituição 
mantenedora, ou seja, são mantidas por grupos empresariais ou 
empresários, como instituições lucrativas.
Religiosas: é no campo privado que aparecem as instituições 
que, no Brasil, são denominadas confessionais, vinculadas a uma 
Diocese, ordem religiosa (jesuíta, salesiana, marista etc.) ou, ainda, 
a uma denominação religiosa (tais como Luterana, Metodista etc.).
Técnicas: a esse tipo corresponderiam no Brasil as IES 
especializadas quando estruturadas com ênfase em áreas de 
engenharia e tecnológicas, em geral, como é o caso da Universidade 
Federal de Itajubá. Além disso, de acordo com a legislação, a oferta de 
formação tecnológica concentra-se nos Centros Federais de Educação 
Tecnológica (CEFETs) e nos Centros de Educação Tecnológica (CETs). 
25
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
Militares: não existem universidades militares em nosso 
país. No entanto, poder-se-ia mencionar, aqui, os institutos ligados 
ao exército brasileiro (Instituto Militar de Engenharia/IME) e à 
aeronáutica (Instituto Tecnológico da Aeronáutica/ITA), que formam 
recursos humanos em diferentes especialidades no campo da 
engenharia. (SOARES, 2002, p. 47-48)
Sobre a tipologia das IES no Brasil, a LDB, a Lei nº 9.394/96, trouxe 
inovações no sistema de ensino superior, principalmente quanto à natureza e 
dependência administrativa. No tocante à natureza acadêmica, constata-se que 
ela foi definida por decretos complementares, tais como os Decretos nº 3.860/01, 
2.406/97 e 5.773/2005.
No nível das instituições, isto é, no plano vertical, além das já existentes, 
foram criados mais dois novos tipos: a universidade especializada e os centros 
universitários. No plano horizontal, criaram-se novos tipos de cursos e programas, 
tais como os cursos sequenciais (no nível da graduação), os mestrados 
profissionais (no nível da pós-graduação) e a regulamentação da educação a 
distância (SOARES, 2002).
Para melhor entendimento, apresentamos um organograma estrutural da 
Organização Acadêmica brasileira.
Figura 1 – Organização acadêmica da educação superior
Fonte: Soares, 2002, p. 47.
 
CENTROS UNIVERSITÁRIOS
INSTITUIÇÕES NÃO UNIVERSITÁRIAS
INST. SUPERIORES
 DE EDUCAÇÃO
CEFETS E CETS FACULDADES 
ISOLADAS
FACULDADES
INTEGRADAS
INSTITUIÇÕES UNIVERSITÁRIAS
UNIVERSIDADES UNIVERSIDADES ESPECIALIZADAS
26
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Deve-se ressaltar que “Faculdades Isoladas e Integradas” são entendidas 
atualmente como somente “Faculdades”.
Dando continuidade aos nossos estudos, vamos apresentar as principais 
diferenças de cada uma das organizações acadêmicas do Ensino Superior no 
Brasil. Para isso, vamos nos basear nas ideias de Soares (2002), que faz uma 
ótima descrição sobre as instituições universitárias e não-universitárias.
De acordo com a figura 1, as instituições universitárias classificam-se em:
• Universidades: instituições que se caracterizam pela indissociabilidade das 
atividades de ensino, pesquisa e de extensão.
• Universidade Especializada: caracteriza-se por concentrar suas atividades 
de ensino e pesquisa num campo do saber, tanto nas áreas básicas como 
nas aplicadas, pressupondo a existência de uma área de conhecimento ou 
formação especializada dos quadros profissionais de nível superior.
• Centros Universitários: configuram-se como uma nova modalidade de 
instituição de ensino superior pluricurricular (criados a partir do Decreto n° 
3860/01). Caracterizam-se pela oferta de ensino de graduação, qualificação do 
seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico proporcionadas 
à comunidade escolar. (SOARES, 2002)
Já as instituições não-universitárias caracterizam-se por atuar numa área 
específica do conhecimento ou da formação profissional e não tem autonomia 
para criação de novos cursos superiores, necessitando de autorização do poder 
executivo. As instituições não-universitárias classificam-se em:
• Faculdades Isoladas e Integradas: como afirmado 
anteriormente, são entendidas como faculdades, abrangem mais 
de uma área de conhecimento e estão organizadas para atuar com 
regimento comum e comando unificado.
• Centros de Educação Tecnológica e os Centros Federais 
de Educação Tecnológica (CEFETS e CETS): são instituições 
especializadas de educação profissional pós-secundária, públicas ou 
privadas que tem a finalidade de qualificar profissionais, nos vários 
níveis e modalidades de ensino. 
• Institutos Superiores de Educação: têm por finalidade a 
formação inicial, continuada e complementar para o magistério da 
educação básica, podendo oferecer cursos de licenciatura e de 
pedagogia, entre outros. (SOARES, 2002)
As instituições de 
ensino superior, 
de acordo com 
sua organização 
e respectivas 
prerrogativas 
acadêmicas, 
serão 
credenciadas 
como: 
I- faculdades;
II- centros 
universitários; e
III- universidades.
27
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
É importante destacar que essa organização tem suas normativas e 
constantemente o MEC faz alterações conforme as políticas públicas de educação. 
De acordo com decreto nº 5.773, de maio de 2006, seu Art. 12: 
As instituições de ensino superior, de acordo com sua 
organização e respectivas prerrogativas acadêmicas, serão 
credenciadas como: 
I- faculdades;
II- centros universitários; e
III- universidades.
Para finalizar essa etapa, apresentamos a figura 2, que dá uma ideia de 
outros aspectos referentes ao Ensino Superior no Brasil.
Figura 2 – Cursos, Níveis/Diplomas e Certificados
Pós-Graduação
EspecialistaDoutorMestre Mestre
Mestrado Mestrado Profissional Doutorado Especialização
Sequenciais
Formação Específica Extensão
Extensão
Complementação 
de Estudos
Formação 
Específica
Cursos sequenciais 
de complementação 
de Estudos
Lato SensuStricto Sensu
Graduação
Bacharelado TecnólogoLicenciatura 
Plena
Licenciatura 
Curta
Outros 
Títulos
 Certificados
 Diplomas
Obs.: O ensino superior no Brasil pode ser oferecido através de 
três modalidades: ensino presencial, semipresencial e a distância.
28
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Diplomas e certificados: os diplomas são oferecidos aos alunos 
que concluem a graduação (bacharelado, licenciatura e tecnólogo), 
cursos sequenciais de formação específica e cursos de pós-
graduação stricto sensu (mestrado e doutorado). Já os certificados 
são fornecidos para cursos de extensão, cursos sequenciais de 
formação de complementação de estudos e para pós-graduação lato 
sensu (especializações e MBAs). 
Os Principais Aspectos que 
Marcaram o Avanço do Ensino 
Superior na Última Década
Um dos marcos fundamentais que estabelecem o regramento do 
Ensino Superior Brasileiro após a LDB de 1996 é o Decreto 3.860, 
que foi revogado pelo Decreto nº 5.773, de 2006. Esse decreto definiu 
de forma mais objetiva as competências dos órgãos e autarquias do 
MEC para os processos envolvidos na expansão do ensino superior 
brasileiro. 
Nesse sentido, vale destacar, conforme Decreto nº 5.773, de 2006, 
em seu art. 1º, nos parágrafos 1, 2 e 3, sobre as funções de regulação, 
supervisão e avaliação das instituições e cursos superiores do sistema 
federal de ensino:
§ 1o A regulação será realizada por meio de atos 
administrativos autorizativos do funcionamento de instituições 
de educação superior e de cursos de graduação e sequenciais. 
§ 2o A supervisão será realizada a fim de zelar pela 
conformidade da oferta de educação superiorno sistema 
federal de ensino com a legislação aplicável. 
§ 3o A avaliação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação 
da Educação Superior - SINAES constituirá referencial 
básico para os processos de regulação e supervisão da 
educação superior, a fim de promover a melhoria de sua 
qualidade. (BRASIL 2006, grifos dos autores)
A avaliação 
realizada 
pelo SINAES 
constituirá 
referencial 
básico para 
os processos 
de regulação 
e supervisão 
da educação 
superior, a fim 
de promover a 
melhoria de sua 
qualidade.
A supervisão 
será realizada a 
fim de zelar pela 
conformidade 
da oferta de 
educação 
superior.
 A regulação 
será realizada 
por meio de atos 
administrativos.
29
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
Figura 3 – Regulação, Supervisão e Avaliação do Ensino Superior
Fonte: Os autores.
Conforme art. 5º do decreto 5.773 de 2006, compete ao MEC, como 
autoridade máxima da educação superior no Brasil, através de suas Secretarias, 
“exercer as funções de regulação e supervisão da educação superior, em suas 
respectivas áreas de atuação”. (BRASIL, 2006).
O Art. 3º desse mesmo decreto estabelece as seguintes competências: 
[...] para as funções de regulação, supervisão e avaliação 
serão exercidas pelo Ministério da Educação, pelo Conselho 
Nacional de Educação - CNE, pelo Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, 
e pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação 
Superior - CONAES, na forma deste Decreto. 
Para entender melhor sobre as competências do CNE, INEP e CONAES, 
apresentamos a você, conforme decreto 5.773 de 2006, em seus artigos 6º, 7º e 
8º, as seguintes competências:
DECRETO Nº 5.773, DE 9 DE MAIO DE 2006
[...]
Art. 6o No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, 
compete ao CNE:
I - exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento 
do Ministro de Estado da Educação;
30
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
II - deliberar, com base no parecer da Secretaria competente, 
observado o disposto no art. 4o, inciso I, sobre pedidos de 
credenciamento e recredenciamento de instituições de educação 
superior e específico para a oferta de cursos de educação 
superior a distância;
III - recomendar, por sua Câmara de Educação Superior, 
providências das Secretarias, entre as quais a celebração de 
protocolo de compromisso, quando não satisfeito o padrão de 
qualidade específico para credenciamento e recredenciamento 
de universidades, centros universitários e faculdades;
IV - deliberar sobre as diretrizes propostas pelas Secretarias para 
a elaboração, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação para 
credenciamento de instituições;
V - aprovar os instrumentos de avaliação para credenciamento de 
instituições, elaborados pelo INEP;
VI - deliberar, por sua Câmara de Educação Superior, sobre a 
exclusão de denominação de curso superior de tecnologia do 
catálogo de que trata o art. 5o, § 3o, inciso VII;
VII - aplicar as penalidades previstas no Capítulo IV deste Decreto;
VIII - julgar recursos, nas hipóteses previstas neste Decreto; 
IX - analisar questões relativas à aplicação da legislação da educação 
superior; e
X - orientar sobre os casos omissos na aplicação deste Decreto, 
ouvindo o órgão de consultoria jurídica do Ministério da Educação. 
Art. 7o No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, 
compete ao INEP:
I - realizar visitas para avaliação in loco nos processos de 
credenciamento e recredenciamento de instituições de educação 
superior e nos processos de autorização, reconhecimento 
e renovação de reconhecimento de cursos de graduação e 
sequenciais;
II - realizar as diligências necessárias à verificação das condições 
31
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
de funcionamento de instituições e cursos, como subsídio para o 
parecer da Secretaria competente, quando solicitado;
III - realizar a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho 
dos estudantes;
IV - elaborar os instrumentos de avaliação conforme as diretrizes da 
CONAES;
V - elaborar os instrumentos de avaliação para credenciamento de 
instituições e autorização de cursos, conforme as diretrizes do 
CNE e das Secretarias, conforme o caso; e
VI - constituir e manter banco público de avaliadores especializados, 
conforme diretrizes da CONAES. 
Art. 8o No que diz respeito à matéria objeto deste Decreto, 
compete à CONAES:
I - coordenar e supervisionar o SINAES;
II - estabelecer diretrizes para a elaboração, pelo INEP, dos 
instrumentos de avaliação de cursos de graduação e de avaliação 
interna e externa de instituições;
III - estabelecer diretrizes para a constituição e manutenção do banco 
público de avaliadores especializados;
IV - aprovar os instrumentos de avaliação referidos no inciso II 
e submetê-los à homologação pelo Ministro de Estado da 
Educação;
V - submeter à aprovação do Ministro de Estado da Educação 
a relação dos cursos para aplicação do Exame Nacional de 
Desempenho dos Estudantes - ENADE;
VI - avaliar anualmente as dinâmicas, procedimentos e mecanismos 
da avaliação institucional, de cursos e de desempenho dos 
estudantes do SINAES;
VII - estabelecer diretrizes para organização e designação de 
comissões de avaliação, analisar relatórios, elaborar pareceres e 
encaminhar recomendações às instâncias competentes;
32
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
VIII - ter acesso a dados, processos e resultados da avaliação; e
IX - submeter anualmente, para fins de publicação pelo Ministério da 
Educação, relatório com os resultados globais da avaliação do 
SINAES.
Fonte: BRASIL. MEC. Decreto nº 5.773 de 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5773.htm#art79>. Acesso em: 22 nov. 2011.
Em suma, podemos apresentar as principais competências do CNE, INEP e 
CONAES nas figuras que seguem.
Figura 4 – Competências do CNE
Fonte: Os autores.
Figura 5 – Competências do INEP
Fonte: os autores.
33
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
Figura 6 – Competências do CONAES
Fonte: os autores.
De acordo com a normativa 40, republicada em 2010, em seu 
artigo 53, parágrafo 3: “Os cursos na modalidade a distância devem 
ser considerados de maneira independente dos cursos presenciais 
para fins dos processos de regulação, avaliação e supervisão”.
A atual estrutura do Ministério da Educação está distribuída da forma 
representada na figura a seguir. Isso permite uma melhor compreensão da 
legislação que será apresentada, principalmente nos aspectos de órgãos e 
autarquias que compõem o MEC e o fluxo processual ou normativo apresentado 
na legislação.
34
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Figura 7 – Estrutura organizacional do MEC
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/images/stories/
organograma.gif>. Acesso em: 22 out. 2011.
Na sequência, apresentamos a legislação principal (lei, decreto, 
portaria, resolução) referente ao funcionamento do ensino superior no Brasil 
e um breve comentário sobre seu mérito e qual a normatização nela contida.
Você sabe qual a diferença entre indicação, parecer, resolução, 
decreto, portaria, lei? A seguir, apresentamos algumas definições 
Ministério da Educação
Conselho Nacional 
de Educação
Secretaria 
Executiva
Gabinete 
do Ministro
Consultoria 
Jurídica
Subsecretaria 
de Assuntos 
Administrativos 
Subsecretaria de 
Planejamento e 
Orçamento
Secretaria 
de Educação 
Superior
Representação 
do MEC nos 
Estados
Instituto
Benjamin
Constant
Institutos Nacionais de 
Estudos e Pesquisas 
Educacionais
Colégio 
Pedro II
Escolas 
Técnicas 
Federais
Escolas 
Agrotécnicas 
Ferderais
Centros 
Federais de 
Educação 
Tecnológico
Instituições 
Isolados 
de Ensino 
Superior
Universida-
des Federais
Hospital de Clínicasde Porto Alegre
 Subordinação Vinculação Supervisão
Fundo Nac. do 
Desenvolvimen-
to da Educação
Fundação 
Joaquin 
Nabuco
Coordenação de 
Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior
Instituto 
Nacional de 
Educação 
de Surdos
Secretaria 
de Educação 
Especial
Secretaria 
de Educação 
Básica
Secretaria 
de Educação 
Continuada, 
Alfabetização 
e 
Diversidade
Secretaria 
de Educação 
Profissional e 
Tecnológica
Secretaria 
de Educação 
a Distância
35
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
que irão ajudá-lo a compreender melhor como funciona o sistema de 
ensino superior no Brasil.
Indicação - ato propositivo subscrito por um ou mais 
Conselheiros, contendo sugestão justificada de estudo sobre 
qualquer matéria de interesse do Conselho.
Parecer – ato pelo qual o Conselho ou a Câmara pronuncia-se 
sobre matéria de sua competência.
Resolução: ato decorrente de parecer, destinado a estabelecer 
normas a serem observadas pelos sistemas de ensino sobre matéria 
de competência do Conselho ou das Câmaras.
Decreto: é uma ordem emanada de autoridade superior para o 
cumprimento de uma resolução.
Decreto-Lei: é um decreto com força de lei expedido pelo poder 
executivo. 
Portaria: é um documento administrativo expedido por chefes 
de repartições ou outras autoridades contendo instrução sobre a 
aplicação da lei.
a) Lei nº 10.861/2004 – Sinaes
Essa lei institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – 
SINAES, que tem como objetivo assegurar o processo nacional de avaliação das 
instituições de educação superior, dos cursos de graduação e do desempenho 
acadêmico de seus estudantes, nos termos do art. 9º, VI, VIII e IX, da Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996.
b) Portaria nº 2.051/2004 - Sinaes
Essa portaria regulamenta os procedimentos de avaliação do Sistema 
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), instituído pelo decreto 
10.861, de 14 de abril de 2004. Dispõe sobre as competências da Comissão 
Nacional de Avaliação da Educação – CONAES e traz orientações para os 
três tipos de avaliações: Institucional, de cursos e ENADE. Dispõe ainda 
36
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
sobre os conceitos das instituições e cursos de graduação, numa escala de 
cinco níveis: 4 e 5 - indicativos de pontos fortes; 1 e 2 – indicativos de pontos 
fracos; e 3 - indicativo do mínimo aceitável para os processos de autorização, 
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos e de credenciamento 
e recredenciamento de instituições.
c) Decreto nº 5.622/2005 – Educação a Distância
Esse decreto regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional sobre Educação 
a Distância. Esse decreto caracteriza a EAD como modalidade educacional na 
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem 
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, 
com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares 
ou tempos diversos. 
d) Decreto nº 5.773/2006 – regulação, supervisão e avaliação das IES
Abordamos esse decreto anteriormente. Ele apresenta o exercício das 
funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior 
e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino.
e) Portaria nº 1.027/2006 – CTAA
Essa portaria dispõe sobre banco de avaliadores do Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Superior - Sinaes, a Comissão Técnica de Acompanhamento 
da Avaliação – CTAA. Estabelece que as avaliações das instituições e dos cursos 
serão realizadas in loco por comissões, compostas por avaliadores cadastrados no 
banco de avaliadores do SINAES - BASis, sob a gestão do INEP.
f) Decreto nº 6.303/2007 – credenciamento de polos
Esse decreto altera os dispositivos dos Decretos nos 5.622, de 19 de 
dezembro de 2005, e 5.773, de 9 de maio de 2006. Uma das alterações efetuadas 
por esse decreto é a obrigatoriedade das instituições que ofertam cursos na 
modalidade EAD terem polos de apoio presencial devidamente credenciados e 
atividades presenciais obrigatórias (avaliação, estágios, defesa de trabalhos ou 
prática em laboratório).
37
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
g) Portaria Normativa nº 40/2007, republicada em 2010 – E-MEC
Essa portaria institui o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e 
gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação da educação 
superior no sistema federal de educação. Em suma, essa portaria estabelece que 
“A tramitação dos processos regulatórios de instituições e cursos de graduação e 
sequenciais do sistema federal de educação superior será feita exclusivamente 
em meio eletrônico, no sistema e-MEC”. 
Credenciamento, Autorização e 
Reconhecimento
 
As IES, para poderem funcionar, dependem de atos autorizativos, expedidos 
pelo MEC. As modalidades de atos autorizativos são: “credenciamento e 
recredenciamento de instituições de educação superior e de autorização, 
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação.” 
(BRASIL, 2011).
Para compreendermos melhor sobre credenciamento, autorização e 
reconhecimento, apresentamos a você algumas informações que consideramos 
importante saber e que estão disponíveis no portal do MEC.
CREDENCIAMENTO E RECREDENCIAMENTO
• Para iniciar suas atividades, as instituições de educação superior 
devem solicitar o credenciamento junto ao MEC. De acordo com 
sua organização acadêmica, as IES são credenciadas como: 
faculdades, centros universitários e universidades.
• Inicialmente a IES é credenciada como faculdade. O 
credenciamento como universidade ou centro universitário, 
com as respectivas prerrogativas de autonomia, depende do 
credenciamento específico de instituição já credenciada, em 
funcionamento regular e com padrão satisfatório de qualidade.
• O primeiro credenciamento da instituição tem prazo máximo de 
três anos, para faculdades e centros universitários, e de cinco 
anos, para as universidades.
38
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
• O recredenciamento deve ser solicitado pela IES ao final de cada 
ciclo avaliativo do Sinaes, junto à Secretaria competente.
Para saber se uma instituição é credenciada, consulte a página 
do e-MEC (http://emec.mec.gov.br).
 
AUTORIZAÇÃO
• Para iniciar a oferta de um curso de graduação, a IES depende 
de autorização do Ministério da Educação. A exceção são as 
universidades e centros universitários que, por terem autonomia, 
independem de autorização para funcionamento de curso 
superior. No entanto, essas instituições devem informar à 
Secretaria competente os cursos abertos para fins de supervisão, 
avaliação e posterior reconhecimento (art. 28, § 2° do Decreto nº 
5.773, de 9 de maio de 2006).
• No processo de autorização dos cursos de graduação de Direito, 
Medicina, Odontologia e Psicologia, inclusive em universidades 
e centros universitários, a Secretaria de Educação Superior 
considera a manifestação do Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil e do Conselho Nacional de Saúde (art. 28, 
§2º do Decreto nº 5773, de 9 de maio de 2006).
Para saber se um curso de uma instituição é autorizado pelo 
MEC, acesse http://emec.mec.gov.br.
 
RECONHECIMENTO E RENOVAÇÃO DE RECONHECIMENTO
• O reconhecimento deve ser solicitado pela IES quando o curso 
de graduação tiver completado 50% de sua carga horária. O 
reconhecimento de curso é condição necessária para a validade 
nacional dos respectivos diplomas.
• Assim como nos processos de autorização, o Conselho Federal 
da Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Nacional de 
Saúde têm prerrogativas para manifestar-se junto ao Ministério da 
Educação no ato de reconhecimento dos cursos de graduação de 
Direito, Medicina, Odontologia e Psicologia.http://emec.mec.gov.br/
http://emec.mec.gov.br/
http://emec.mec.gov.br
39
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
• A renovação do reconhecimento deve ser solicitada pela IES ao final 
de cada ciclo avaliativo do Sinaes junto à Secretaria competente.
Fonte: Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12467&Itemid=783>.
 Acesso em: nov. 2011.
Atividade de Estudos: 
1) Estabeleça algumas características das universidades, centros 
universitários e faculdades.
a) As universidades: 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
b) Centros Universitários: 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
c) Faculdades: 
 _________________________________________________________________
 _________________________________________________________________
 _________________________________________________________________
 _________________________________________________________________
 _________________________________________________________________
 _________________________________________________________________
 _________________________________________________________________
40
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
2) Quais são as funções de regulação, supervisão e avaliação das 
instituições e cursos superiores do sistema federal de ensino?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
3) Realize uma pesquisa no site do e-MEC (http://emec.mec.gov.
br) sobre as instituições de ensino superior de seu Estado ou 
município.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
4) Explique a diferença entre credenciamento, autorização e 
reconhecimento de curso.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
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 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
http://emec.mec.gov.br
http://emec.mec.gov.br
41
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
Caso você queira conhecer um pouco da plataforma e-MEC, 
acesse o:
http://emec.mec.gov.br
Sugerimos que você acesse o portal do MEC e conheça as 
Secretarias, bem como toda a estrutura de funcionamento da 
Educação no Brasil.
http://portal.mec.gov.br
Caso queira conhecer as normas (leis, decretos, portarias 
normativas, resoluções, pareceres e normas) sobre o Ensino 
Superior no Brasil, acesse:
http://meclegis.mec.gov.br
Caso você queira acompanhar diariamente os despachos e 
decretos sobre a legislação educacional, acesse:
http://www.cmconsultoria.com.br/legislacoes.php
Algumas Considerações 
A regulamentação, supervisão e avaliação do complexo Sistema de Ensino 
Superior não se encerra nas citadas legislações desse capítulo, pois os temas são 
muitos e é imensamente diversificada a atuação nas esferas públicas e privadas 
da matéria no Brasil.
Os processos e seus procedimentos serão apresentados com mais 
propriedade nos capítulos 4 e 5 deste material.
http://emec.mec.gov.br
http://portal.mec.gov.br
http://meclegis.mec.gov.br
http://www.cmconsultoria.com.br/legislacoes.php
42
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Referências
BRASIL. Decreto nº 5.622/2005, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o 
art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm>. Acesso em: 24 nov. 2011.
BRASIL. Decreto nº 5.622/2005, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o 
art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm>. Acesso em: 24 nov. 2011.
BRASIL. Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício 
das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação 
superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal 
de ensino. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Decreto/D5773.htm>. Acesso em: 21 nov. 2011.
BRASIL. Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007. Altera dispositivos dos 
Decretos nos 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional, e 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe sobre 
o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de 
educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema 
federal de ensino. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Decreto/D6303.htm>. Acesso em: 24 nov. 2011.
BRASIL. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras providências. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. 
Acesso em: 24 nov. 2011.
BRASIL. Portaria nº 1.027, de 15 de maio de 2006. Dispõe sobre banco de 
avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, 
a Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação - CTAA, e dá outras 
providências. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=13153&Itemid=904>. Acesso em: 24 nov. 2011.
BRASIL. Portaria nº 2.051, de 9 de julho de 2004. Regulamenta os 
procedimentos de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação 
Superior (SINAES), instituído na Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/PORTARIA_2051.pdf>. 
Acesso em: 24 nov. 2011.
43
Os Principais Marcos Regulatórios do Ensino Superior 
no Brasil: Regulação, Supervisão e AvaliaçãoCapítulo 2
BRASIL. PortariaNormativa n. 40/2007. Institui o e-MEC, sistema 
eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas 
aos processos de regulação da educação superior no sistema federal de 
educação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=13153&Itemid=904>. Acesso em: 24 nov. 2011.
SOARES, M. S. A. (Coord.). Educação superior no Brasil. Brasília: CAPES, 
2002. 
MACHADO, L. M.; LABEGALINI, A. C. F. B. A educação inclusiva na legislação 
de ensino. Marília: Edições M3T Tecnologia e Educação, 2007.
44
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
CAPÍTULO 3
A Articulação entre o PDI, 
PPI, PPC e as Diretrizes 
Curriculares Nacionais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Conhecer os elementos que compõem o PDI, PPI, PPC e as DCN.
 9 Relacionar as informações contidas nestes documentos com as IES.
46
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
47
A Articulação entre o PDI, PPI, PPC e as 
Diretrizes Curriculares NacionaisCapítulo 3
Contextualização
Neste capítulo vamos conhecer os principais elementos que norteiam as ações 
das IES no Brasil e que se fazem presentes pelo PDI, PPI, PPC e DCN. Estas 4 
siglas orientam o trabalho das IES e determinam as ações a serem seguidas. 
Primeiramente vamos conhecer o Plano de Desenvolvimento Institucional – 
PDI – e apresentar as estratégias de ações e o perfil institucional. Posteriormente 
vamos conhecer o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), que tem um caráter 
mais pedagógico, em que são apresentados os aspectos filosóficos e técnico-
metodológicos e que guiará as práticas acadêmicas e pedagógicas da instituição. 
Além disso, vamos conhecer os elementos que compõem o Projeto Pedagógico 
dos Cursos (PPC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) com suas 
principais orientações.
Plano de Desenvolvimento 
Institucional – PDI
O objetivo desta seção é apresentar o Plano de Desenvolvimento 
Institucional, mais conhecido como PDI, e destacar sua importância para as IES 
e como referência básica para avaliação das instituições pela sociedade ou pelo 
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior.
Em 2004, a Secretaria da Educação Superior do Ministério da Educação 
lançou as diretrizes que orientam as IES na elaboração do PDI. Nessas 
orientações “[...] constatou-se a necessidade de introduzir, como parte integrante 
do processo avaliativo das Instituições de Ensino Superior - IES, o seu 
planejamento estratégico, sintetizado no que se convencionou denominar de 
Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI.” (BRASIL, 2004, p. 2).
O Plano de Desenvolvimento Institucional é um documento elaborado 
pela IES em que são apresentadas a missão e visão da instituição, a estrutura 
organizacional e suas diretrizes pedagógicas e acadêmicas. Mas um aspecto 
importante a se destacar é que a elaboração desse documento deve ser coletiva. 
Ou seja, para a elaboração desse documento, é necessário envolver toda a IES. 
É importante salientar que esse documento, construído coletivamente, reflete 
a identidade da Instituição e seus princípios filosóficos. Além disso, ele determina 
as demandas da IES e seu envolvimento com a comunidade na qual está inserida.
48
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
A seguir, apresentamos as orientações para a elaboração do PDI conforme as 
atualizações propostas no Artigo 16 do Decreto nº 5.773, de 09 de maio de 2006.
a) Pressupostos e Orientações para a elaboração do PDI
Inicialmente gostaríamos de apresentar os pressupostos básicos 
para a melhor compreensão do PDI, pois são de suma importância para 
o entendimento do funcionamento da IES. São eles:
Devem integrar os anexos ao PDI, no caso de faculdades 
ou credenciamento de IES nova, os seguintes documentos: 
projetos de cursos previstos para o primeiro ano de 
vigência de PDI; regimento ou estatuto (ou proposta 
de), conforme a natureza da instituição e outros documentos 
relevantes e complementares ao PDI, que a IES entenda que 
devam fazer parte do mesmo. 
A construção do PDI deverá se fazer de forma livre, para que 
a Instituição exercite sua criatividade e liberdade, no processo 
de sua elaboração. Entretanto, os eixos temáticos constantes 
das Instruções a seguir deverão estar presentes, pois serão 
tomados como referenciais das análises subsequentes, que se 
realizarão por comissão designada pela SESu/MEC e SETEC/
MEC para este fim.
O texto do PDI deverá ser conciso e claro, contendo dados 
e informações relevantes para a análise de mérito da 
proposta e que permitam também, tanto à IES como ao MEC, 
identificar e monitorar o cumprimento das metas institucionais 
estabelecidas. (BRASIL, 2006).
É importante destacar que as instituições que solicitam junto ao 
MEC seu credenciamento para a oferta de ensino superior também 
devem elaborar o PDI e descrever toda a sua infraestrutura e seu 
projeto pedagógico. Outro elemento importante a se destacar é que por 
esse documento é que são feitas as avaliações do MEC junto as IES.
Quanto às orientações gerais para a elaboração do PDI, o MEC 
destaca os seguintes aspectos:
O Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, elaborado 
para um período de 5 (cinco) anos, é o documento que 
identifica a Instituição de Ensino Superior (IES), no que diz 
respeito à sua filosofia de trabalho, à missão a que se propõe, 
às diretrizes pedagógicas que orientam suas ações, à sua 
estrutura organizacional e às atividades acadêmicas que 
desenvolve e/ou que pretende desenvolver.
A elaboração do PDI deverá explicitar o modo pelo qual o 
documento foi construído e a interferência que exercerá 
A construção do 
PDI deverá se 
fazer de forma 
livre, para que 
a Instituição 
exercite sua 
criatividade e 
liberdade, no 
processo de sua 
elaboração.
PDI, elaborado 
para um período 
de 5 (cinco) anos, 
é o documento 
que identifica a 
Instituição de 
Ensino Superior 
(IES), no que 
diz respeito à 
sua filosofia 
de trabalho, à 
missão a que 
se propõe, 
às diretrizes 
pedagógicas 
que orientam 
suas ações, à 
sua estrutura 
organizacional 
e às atividades 
acadêmicas que 
desenvolve e/
ou que pretende 
desenvolver.
49
A Articulação entre o PDI, PPI, PPC e as 
Diretrizes Curriculares NacionaisCapítulo 3
sobre a dinâmica da Instituição, tendo como pressuposto o 
atendimento ao conjunto de normas vigentes.
É imprescindível, na elaboração do PDI, considerar como 
princípios, a clareza e a objetividade do texto, bem como a 
coerência, de forma a expressar a adequação entre todos os 
seus elementos, e a factibilidade, de forma a demonstrar a 
viabilidade do seu cumprimento integral.
A recomendação do Plano de Desenvolvimento Institucional, 
não autoriza, por si só, as IES a implementarem a expansão 
nele prevista, devendo as mesmas, de acordo com os 
cronogramas apresentados no PDI, proceder às solicitações 
que se fazem necessárias, encaminhando seus pedidos, pelo 
Sistema SAPIENS. Os Projetos Pedagógicos, incluindo a 
denominação de curso e o perfil proposto, devem ser objeto 
de avaliação posterior. (BRASIL, 2006. Grifos dos autores).
Dentre as orientações gerais, é interessante destacar que o PDI não é um 
documento elaborado por um corpo técnico da instituição, mas deve envolver de 
forma participativa o maior número de pessoas. Além disso, deve-se descrever o 
processo como se deu a construção do PDI na IES.
b) 10 Elementos Temáticos Essenciais do PDI 
Com a finalidade de orientar e apoiar as IES no trabalho de elaboração 
do PDI, o MEC elaborou um formulário que contém as dimensões que são 
analisadas no processo de credenciamento ou recredenciamento da instituição. 
Esse documento baseia-se no decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006, art. 16, 
que apresenta os elementos essenciais que devem estar presentes no PDI. 
INSTRUMENTO
Eixos Temáticos Essenciais do PDI
 
I. PERFIL INSTITUCIONAL
• Breve Histórico da IES;
• Missão;
• Objetivos e Metas (Descriçãodos objetivos e quantificação das 
metas com cronograma);
• Área (s) de atuação acadêmica.
50
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
II. PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL – PPI 
• Inserção regional;
• Princípios filosóficos e técnico-metodológicos gerais que norteiam 
as práticas acadêmicas da instituição;
• Organização didático-pedagógica da instituição:
 – Plano para atendimento às diretrizes pedagógicas, 
estabelecendo os critérios gerais para definição de:
1) Inovações consideradas significativas, especialmente 
quanto à flexibilidade dos componentes curriculares;
2) Oportunidades diferenciadas de integralização curricular;
3) Atividades práticas e estágio;
4) Desenvolvimento de materiais pedagógicos;
5) Incorporação de avanços tecnológicos.
• Políticas de Ensino; 
• Políticas de Extensão;
• Políticas de Pesquisa (para as IES que propõem desenvolver 
essas atividades acadêmicas);
• Políticas de Gestão;
• Responsabilidade Social da IES (enfatizar a contribuição à inclusão 
social e ao desenvolvimento econômico e social da região).
III. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA 
INSTITUIÇÃO E DOS CURSOS (PRESENCIAL E A DISTÂNCIA) 
Oferta de Cursos
As Instituições deverão apresentar dados relativos ao número de 
vagas, dimensões das turmas, turno de funcionamento e regime de 
matrícula de seus cursos. Informar ainda a situação atual dos cursos 
(em funcionamento, em fase de autorização ou de futura solicitação), 
incluindo o cronograma de expansão na vigência do PDI conforme 
detalhamento a seguir:
• Graduação (Bacharelado, Licenciatura e Tecnologia);
• Sequenciais (formação específica, complementação de estudos);
• Programas Especiais de Formação Pedagógica;
• Pós-Graduação (lato sensu);
• Pós-Graduação (stricto sensu);
• Polos de EAD (atender Portaria Normativa nº 2, de 10 de janeiro 
de 2007);
51
A Articulação entre o PDI, PPI, PPC e as 
Diretrizes Curriculares NacionaisCapítulo 3
• Campi e cursos fora de sede.
IV. PERFIL DO CORPO DOCENTE 
• Composição (titulação, regime de trabalho, experiência acadêmica 
no magistério superior e experiência profissional não acadêmica);
• Plano de Carreira;
• Critérios de seleção e contratação;
• Procedimentos para substituição (definitiva e eventual) dos 
professores do quadro;
• Cronograma e plano de expansão do corpo docente, com titulação 
e regime de trabalho, detalhando perfil do quadro existente e 
pretendido para o período de vigência do PDI.
V. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA IES
• Estrutura Organizacional, Instâncias de Decisão e Organograma 
Institucional e Acadêmico.
• Órgãos Colegiados: competências e composição.
• Órgãos de apoio às atividades acadêmicas.
VI. POLÍTICAS DE ATENDIMENTO AOS DISCENTES
• Programas de apoio pedagógico e financeiro (bolsas).
• Estímulos à permanência (programa de nivelamento, atendimento 
psicopedagógico).
• Organização estudantil (espaço para participação e convivência 
estudantil).
• Acompanhamento dos egressos. 
VII. INFRAESTRUTURA
• Infraestrutura física (detalhar salas de aula, biblioteca, laboratórios, 
instalações administrativas, sala de docentes, coordenações, 
área de lazer e outros);
• Biblioteca: 
 – Quantificar acervo por área de conhecimento (livros e 
periódicos, assinatura de revistas e jornais, obras clássicas, 
dicionários, enciclopédias, vídeos, DVD, CD Rom’s e 
assinaturas eletrônicas);
 – Espaço físico para estudos;
 – Horário de funcionamento;
52
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
 – Pessoal técnico-administrativo;
 – Serviços oferecidos;
 – Formas de atualização e cronograma de expansão do acervo.
• Laboratórios:
 – Instalações e equipamentos existentes e a serem adquiridos, 
indicando sua correlação pedagógica com os cursos e 
programas previstos;
 – Recursos de informática disponíveis;
 – Relação equipamento/aluno;
 – Descrição de inovações tecnológicas significativas.
• Recursos tecnológicos e de áudio visual.
• Plano de promoção de acessibilidade e de atendimento 
diferenciado a portadores de necessidades especiais (Decreto nº 
5.296/04 e Decreto nº 5.773/06).
• Cronograma de expansão da infraestrutura para o período de 
vigência do PDI.
VIII. AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO 
INSTITUCIONAL
• Procedimentos de autoavaliação institucional em conformidade 
com a Lei nº 10.861/2004 (SINAES).
 
IX. ASPECTOS FINANCEIROS E ORÇAMENTÁRIOS
• Demonstração da sustentabilidade financeira, incluindo os 
programas de expansão previstos no PDI:
 – Estratégia de gestão econômico-financeira;
 – Planos de investimentos;
 – Previsão orçamentária e cronograma de execução (5 anos).
X. ANEXOS
• Projeto pedagógico do (s) curso (s) solicitado (s) para primeiro 
ano de vigência do PDI.
Fonte: BRASIL. SAPIEnS. Instruções para elaboração de Plano de Desenvolvimento 
Institucional. Artigo 16 do Decreto nº 5.773 de 09 de maio de 2006. Disponível 
em: <http://www4.mec.gov.br/sapiens/pdi.html>. Acesso em: 09 out. 2011.
53
A Articulação entre o PDI, PPI, PPC e as 
Diretrizes Curriculares NacionaisCapítulo 3
Desde 2001, através do decreto nº 3.860, de 9 de junho de 2001, é obrigatório 
as IES elaborarem o PDI para fins de credenciamento. Para as instituições que 
já são credenciadas, é necessário mantê-lo atualizado para o recredenciamento, 
que ocorre a cada 5 anos.
Cabe ressaltar que as legislações brasileiras com relação ao credenciamento 
e recredenciamento das IES são regulamentadas pelo Ministério da Educação 
com portarias, resoluções, normativas e atos institucionais e que estão sujeitas 
a alteração na legislação. Por isso, é necessário estar atento e acompanhar as 
legislações referentes ao Ensino Superior no Brasil.
O PDI obriga as instituições a ter uma prática. “Mais que cumprir um papel 
burocrático de controle por parte das políticas oficiais, é um meio que proporciona 
mudanças, desde que analisados os dados com coerência, de forma participativa, 
articulada e integrada.” (CARON, 2008, p. 60).
Para aprofundar seus estudos sobre o PDI, uma sugestão é a 
leitura do artigo “O PDI como Referente para Avaliação de Instituições 
de Educação Superior: Lições de uma Experiência”, elaborado por 
Stella Cecília Duarte Segenreich e que está disponível na Scielo: 
http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v13n47/v13n47a03.pdf.
Resumo do artigo: O Sistema Nacional de Avaliação da 
Educação Superior (SINAES), instituído em abril de 2004, colocou 
o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) como um de 
seus principais eixos de referência. Neste trabalho será descrita e 
analisada a experiência de organização do PDI em uma universidade 
consolidada do Rio de Janeiro, em 2002, com o objetivo de 
demonstrar que, à medida que este plano é resultado de uma 
construção coletiva, impõe-se naturalmente como fio condutor para 
qualquer avaliação, interna ou externa. Inicialmente, é feita uma 
análise da concepção governamental do PDI naquele momento 
para, em seguida, descrever a experiência realizada. Finalmente são 
levantadas questões e alternativas de ação como, por exemplo, a 
necessidade de inserir a avaliação de cada PDI, no bojo do projeto 
de avaliação interna do SINAES, não só em relação às metas nele 
propostas, mas, também, em relação ao seu próprio processo de 
construção e implementação.
http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v13n47/v13n47a03.pdf
54
Legislação e avaliação do ensino superior no brasil
Projeto Pedagógico Institucional - PPI
As IES são criadas com base em um planejamento criterioso de suas 
atividades e da sua proposta de desenvolvimento social para a região ou 
comunidade em que está inserida. Por isso, a elaboração da PPI deve ser muito 
bem estruturada e sedimentada.
Segundo Barros (apud SILVA, 2011, p. 85), “[...] O Projeto Pedagógico 
Institucional é uma construção histórica, aberta e sujeita a avaliações com vistas à 
sua melhor adequação”. 
A citação de Davi Ferreira Barros ressalta que o PPI é uma construção 
histórica. Se o PPI é uma construção histórica, logo deve representar os anseios

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