Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTÁCIO - FCAT DANIELLE MODESTO BRAGA PINHEIRO ELIZÂNGELA ROCHA GONDIM ARAÚJO JOANA D’ARC LOURINHO PORTILHO VIVACIDADES DE ALEGRIA, AMIZADE E BEM- ESTAR: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE SAÚDE, DOENÇA E GRUPOS ENTRE IDOSOS PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA CASTANHAL - PA 2016 FACULDADE DE CASTANHAL – FCAT DANIELLE MODESTO BRAGA PINHEIRO ELIZÂNGELA ROCHA GONDIM ARAÚJO JOANA D’ARC LOURINHO PORTILHO VIVACIDADES DE ALEGRIA, AMIZADE E BEM- ESTAR: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE SAÚDE, DOENÇA E GRUPOSENTRE IDOSOS PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Enfermagem – Bacharelado – turma 10ENFN11.2 da Estácio FCAT, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Prof. Msc. Horácio Pires Medeiros CASTANHAL - PA 2016 DANIELLE MODESTO BRAGA PINHEIRO ELIZÂNGELA ROCHA GONDIM ARAÚJO JOANA D’ARC LOURINHO PORTILHO VIVACIDADES DE ALEGRIA, AMIZADE E BEM-ESTAR: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE SAÚDE, DOENÇA E GRUPOS ENTRE IDOSOS PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA Data: ____/___/_____ Resultado: ___________________ Banca Examinadora: ________________________________________________________ Orientador: Prof. Msc. Horácio Pires Medeiros ________________________________________________________ Prof.ª Esp. Bruna Alessandra Costa e Silva ________________________________________________________ Prof. Msc. Marcelo Valente de Souza CASTANHAL / PARÁ 2016 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Enfermagem – Bacharelado – turma 10ENFN11.2 da Faculdade Estácio - FCAT, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Prof. Msc. Horácio Pires Medeiros Dedico aos meus avós, Raimundo e Francisca. Em especial a minha vó Francisca que sempre me deu muito carinho e amor até os dias de hoje. Danielle Modesto Braga Dedico ao grupo de idosos do SESC Castanhal, por terem aceitado participar dessa pesquisa e partilhado muitas de suas experiências e vivências conosco. Elizângela Rocha Gondim Araújo Dedico ao meu esposo Estanislau, e aos meus filhos Manoel Vinicius e Marcos Victor, pelo apoio incondicional no decorrer desde cinco anos, e aos idosos que participaram desta pesquisa. Joana D’Arc Lourinho Portilho AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e a Nossa Senhora de Nazaré pelas graças alcançadas e que me deram esperança, força e guiaram-me nesta caminhada. Aos meus pais Carlos Alberto Gomes Braga e Maria das Graças Modesto Braga que me deram a vida e que sempre estiveram e estão ao meu lado. Em especial a minha mãe uma pessoa maravilhosa, que é minha amiga, meu apoio e me ensinou a lutar pelos meus sonhos. Aos meus irmãos Tays Modesto, Roberta Modesto e Carlos Alberto Júnior, que juntos passamos os melhores momentos da infância e adolescência. Em especial as minhas irmãs que sempre foram um espelho para mim nesta caminhada acadêmica e ensinaram-me a nunca desistir dos sonhos, mesmo nos momentos de dificuldades. Aos meus avós, Raimundo e Francisca, que hoje se encontram acamados e precisando de todo meu carinho e atenção. Que hoje tento retribuir todo amor e carinho que me deram na infância. Em especial a minha vó Francisca que sempre me deu muito carinho e amor até os dias de hoje. Agradeço em especial ao meu esposo Waltency Pinheiro Júnior que tanto amo, por toda dedicação e respeito, apoio e amor que ele demonstra por mim deste que estamos juntos, especialmente nesta fase que tive que me dedicar aos estudos e sempre me apoiou cuidando dos nossos filhos e incentivou-me para realizar este sonho e soube entender e estar ao meu lado. Agradeço aos meus filhos Vitor e Beatriz pelo apoio e carinho nos meus momentos de estudo. Meus agradecimentos ao querido orientador Professor Horácio Medeiros, que com jeito sábio soube orientar-nos nesta caminhada. Aos meus colegas que estiveram ao meu lado, em especial as minhas amigas de TCC Joana e Elizângela pela paciência e que apesar das diferenças de personalidade soubemos trilhar nosso caminho do sucesso. Meus agradecimentos a todos que participaram deste estudo direta ou indiretamente, em especial aos idosos do grupo de convivências SESC Castanhal. Danielle Modesto Braga Pinheiro Agradeço Àquele que me presenteou com o bem mais precioso que poderia receber um dia, a vida, e com ela a capacidade para pensar, amar e lutar pela conquista de meus objetivos. Muitas foram as lutas, maiores as vitórias, e isso porque o Senhor Deus se fez sempre presente, transformando a fraqueza em força e a derrota em vitória. Reconheço que o tempo todo o Senhor amou a mim e que sem a Sua misericordiosa, graça e intervenção nada disso seria possível. Não sou mais a mesma. Amadureci ao enfrentar os vários obstáculos, mas agora tudo é felicidade, pois atingi o meu alvo. Hoje, tenho a certeza de que a Sua companhia foi o que fundamentou essa vitória. Sou grata ao Senhor hoje, amanhã e eternamente. Obrigado, Senhor! Ao meu grande amor e companheiro Aldeir, que durante esses anos de graduação foi muito mais do que um esposo, foi meu amigo, um incentivador e admirador de minhas conquistas. Obrigada por ter tido paciência, pelo apoio em concretizar minhas aspirações e incentivar-me nos momentos difíceis da vida, e por todo o seu carinho! Te amo. Aos meus filhos, Douglas, Darlan e Brendo, por me darem grande apoio nos caminhos traçados, por me incentivarem e pelo grande carinho! Amo vocês. Agradeço ao meu orientador Horácio Medeiros. Uma pessoa dedicadíssima e comprometida com o ensino e pesquisa. Sempre disposto a ouvir, ajudar e partilhar seus conhecimentos. Obrigado pela atenção, cuidado, incentivo, paciência, orientação e principalmente pelo exemplo de dedicação e compromisso! Obrigada. Às minhas parceiras de TCC Danielle e Joana. Obrigada por ter compartilhado comigo não só os momentos do TCC, mas também momentos da vida. Obrigada por terem tido paciência e pela confiança em mim depositada. Aos mestres que transmitiram e estimularam a formação de conhecimentos, Prof.ª Msc. Nadile de Castro, pelo incentivo científico, à nossa Coordenadora Prof.ª Msc. Andréa Leal pela paciência e por todos os estímulos. Agradeço a todos que nestes cinco anos contribuíram para minha formação enquanto profissional. Agradeço aos professores participantes da banca examinadora que dividiram comigo este momento tão importante e esperado: Prof.ª Esp. Bruna Silva e Prof. Msc. Marcelo Valente. Aos idosos participantes desse estudo, por terem aceitado participar dessa pesquisa e partilhado muitas de suas experiências e vivências conosco. Suas vozes são o corpo deste trabalho. Ao SESC Castanhal e a Coordenadora do grupo de idosos Hildeana Nogueira, por abrir as portas da instituição e nos ajudarem na construção dessa pesquisa. Meu muito obrigado. A todos muitíssimo obrigada! Elizângela Rocha Gondim Araújo Agradeço primeiramente a Deus, por iluminar meu caminho, dando-me forças, ânimo para superar as dificuldades no decorrer desta trajetória e por ter me ajudado a manter a fé nos momentos difíceis. Ao meu esposo Estanislau, pela paciência, incentivo e o constante apoio, especialmente nesta fase em que abdiquei de momentos juntos para realizar um sonho e soube entender. Aos meus filhos Manoel Viniciuse Marcos Victor, por toda compreensão e por entenderem a minha ausência, os momentos de tensão, preocupações, alegrias, mas principalmente pela torcida e o carinho incondicional, que foi minha principal razão para concretização deste sonho. Agradeço a minha família, irmãos, irmãs, enteados, sobrinhos, sobrinhas, minha sogra, cunhadas, e cunhados pelas suas orações, abraços, carinhos e estímulo que foram imprescindíveis para mim, que vieram no momento que mais precisei e todos me fizeram acreditar que eu conseguiria, e pelo apoio ilimitado em todos os sentidos. Ao meu orientador Horácio Medeiros pelas correções e incentivo que contribuiu para realização deste trabalho. Aos colegas de curso que compartilharam comigo experiências, momentos de alegrias e preocupações no decorrer destes cinco anos, em especial as minhas colegas de pesquisa Danielle e Elizângela, pela dedicação, auxílio ilimitado em relação à busca e organização de estudo acerca do tema. Aos professores que dedicaram tempo e compartilharam experiência, que contribuiu para o meu aprendizado. Aos idosos do grupo de convivência Plenitude SESC Castanhal, que nos receberam e contribuíram com este trabalho. Agradeço aos professores membros da banca por aceitarem fazer parte deste processo. Amigos de trabalho e a todos, que mesmo de longe torceram por mim e que fizeram parte desta trajetória. Joana D’Arc Lourinho Portilho Aos que possuem o privilégio de envelhecer, cabe a alegria de ter vivido o bastante para aprender as preciosas lições da vida. Marislei Brasileiro LISTA DE ABREVIAÇÕES CNS – Conselho Nacional de Saúde EVOC – Ensemble de Programmes Permettantl Analyse dês Evoctions FCAT – Faculdade de Castanhal IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada NC – Núcleo Central OMS – Organização Mundial da Saúde PIN – Política Nacional do Idoso RS – Representações Sociais SESC – Serviço Social do Comércio TALP – Teste de Associação Livre de Palavras TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TNC – Teoria do Núcleo Central TRS – Teoria das Representações Sociais UEPA – Universidade do Estado do Pará RESUMO Introdução: O Brasil vem experimentando uma transição demográfica acelerada, com a queda acentuada nos níveis de fecundidade, além da influência na queda da mortalidade em todas as idades, o país vive um período de envelhecimento. Segundo projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), dentre todos os grupos etários da população, que deverá apresentar maior taxa de crescimento entre os anos de 2010 e 2050, será a população de 60 anos ou mais, com tendência de aumento para os idosos em idade avançada, com mais de 80 anos. Então, é necessário conhecer como esses indivíduos representam saúde, doença e grupo, com vistas a orientar o cuidar-educar em enfermagem nesses novos tempos. Objetivo: Analisar as representações sociais de idosos participantes de um grupo de convivência sobre saúde, doença e grupo. Metodologia: estudo de abordagem qualitativa, do tipo exploratório, pautado em uma perspectiva multimétodos para coleta e análise de dados, com base na Teoria das Representações Sociais e Teoria do Núcleo Central. Participaram do estudo 101 idosos, participantes do grupo de convivência para idosos, Plenitude do Serviço Social do Comércio (SESC) Castanhal-Pará. A coleta ocorreu por meio do teste de evocações livres de palavras. A análise foi com base no quadro de quatro casas processado no EVOC 2003®*. Conclusão: Esse estudo proporcionou uma visão integrada do contexto do envelhecimento para grupo de pessoas diferentes, sob o olhar das representações sociais de saúde, doença e grupo, possibilitando melhores condições para lidar com seus hábitos frente ao processo saúde- doença, contribuindo de maneira significativa para a prática assistencial do Enfermeiro. Palavras Chave: Representações Sociais. Saúde. Grupo. ____________________________ * EVOC - Ensemble de Programmes Permettant L’Analyse des Evocations – Conjunto de Programas que Permitem a Análise de Evocações ABSTRACT Introduction: the Brazil comes experiencing an accelerated demographic transition, with the sharp drop in fertility levels, in addition to the influence on the fall of mortality at all ages, the country is experiencing a period of aging. According to projections of the Institute of applied economic research (IPEA), among all age groups of the population, which is expected to introduce higher rate of growth between 2010 and 2050, will be the population of 60 years or more, with a tendency of increase for the elderly in old age, with more than 80 years. So, it is necessary to know how these individuals represent health, disease and group, to guide the care-educating in nursing in these new times. Objective: to Analyze the social representations of the elderly participants of a group of living together on health, disease and group. Methodology: study with a qualitative approach, the exploratory type, based on a perspective multimethods for data collection and analysis, based on the theory of social representations and Central Nucleus theory. Participated in this study, Seniors group 101 of coexistence for the elderly, fullness of Social Service of Commerce (SESC) Castanhal-Pará. The collection occurred through the test of evocations of free words. The analysis was based on a framework of four houses rendered in EVOC 2003®. Conclusion: this study has provided an integrated view of the context of aging for different group of people, under the gaze of social representations of health, disease and group, making it better able to handle their habits outside the health-disease process, contributing significantly to the care practice of the nurse. Keywords: Social Representations. Health. Group. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 14 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA .......................................................................... 14 1.1.1 Justificativa........................................................................................................... 15 1.2 PROBLEMÁTICA E QUESTÃO DE PESQUISA ........................................... 16 2 OBJETIVOS........................................................................................................ 18 2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO .................................................................................... 18 2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS ......................................................................... 18 3 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 19 3.1 SOBRE O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO ........................................ 19 3.2 ENVELHECIMENTO ATIVO, SOCIAL E GRUPOS .................................... 20 3.3 ENFERMAGEM GERONTOLÓGICA ............................................................. 22 3.4 TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS .............................................. 23 3.5 TEORIA DO NÚCLEO CENTRAL .................................................................. 25 4 METODOLOGIA................................................................................................ 27 4.1 DESENHO .......................................................................................................... 27 4.2 CENÁRIO DE PESQUISA ................................................................................27 4.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO ....................................................................... 28 4.3.1 Critérios de inclusão............................................................................................ 28 4.3.2 Critérios de exclusão............................................................................................ 28 4.4 COLETA DE DADOS ........................................................................................ 28 4.5 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................... 29 4.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ................................................................. 30 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................... 32 5.1 CARACTERIZAÇÃO DE QUEM FALA .......................................................... 32 5.2 ESTRUTURA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE SAÚDE, DOENÇA E GRUPO ........................................................................................... 40 5.2.1 Sobre saúde .......................................................................................................... 40 5.2.2 Sobre doença......................................................................................................... 45 5.2.3 Sobre grupo........................................................................................................... 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 54 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 56 ANEXOS 14 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA O Brasil vem experimentando uma transição demográfica acelerada, com a queda acentuada nos níveis de fecundidade, além da influência na queda da mortalidade em todas as idades. O país vive um período de envelhecimento, modificando o formato triangular da pirâmide populacional, com a base larga, que vem dando lugar, ao longo dos anos, a uma pirâmide etária típica de uma população em processo de envelhecimento (BORGES, 2015). Segundo projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), dentre todos os grupos etários da população quem deverá apresentar maior taxa de crescimento entre os anos de 2010 e 2050 será a população de 60 anos ou mais, com tendência de aumento para os idosos em idade avançada com mais de 80 anos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a população de idosos no Brasil vai saltar de 7% para 14% até 2025, tornando o país o sexto no mundo em número de pessoas com idade acima de 60 anos (CAMARANO, 2015; IBGE, 2009). Envelhecer atualmente é uma realidade, o que antes era privilégio das populações que viviam em países desenvolvidos, hoje é observado nos países em desenvolvimento. A população está envelhecendo em velocidade maior que a dos países desenvolvidos. Em cinco décadas pouco mais de 80% dos idosos do mundo viveram em países em desenvolvimento, comparativamente com 60% em 2005 (OMS, 2008). O envelhecimento da população tem profundas implicações, trazendo importantes desafios para a sociedade, entre eles pode-se destacar a promoção do envelhecimento ativo, manter o idoso inserido na sociedade, implementação de políticas e programas de “envelhecimento ativo” que melhorem a saúde, a participação e segurança dos idosos. Assim, os grupos de terceira idade são apontados como alternativas para melhorar a qualidade de vida, autonomia e a independência dos idosos (MIRANDA; SCHALL; MODENA, 2007). Estar inserido em um espaço de convivência no qual é possível compartilhar alegrias, tristezas, trocar conhecimentos, entre outros, propicia ao idoso motivação e suporte emocional. Os grupos de convivência possibilitam ao idoso realizar diferentes atividades e, ao mesmo tempo, conversar, sorrir e estar com outras pessoas, o que é benéfico à saúde dos idosos (ARAÚJO; COUTINHO; SANTOS, 2006). Os idosos que estão inseridos em grupos de convivência com pessoas da mesma idade e com os mesmos objetivos, constroem representações em que se acentuam os aspectos 15 positivos da velhice, com isso a aceitação do processo natural do envelhecimento (OLIVEIRA, 2012). Nesse sentido, as representações sociais consistem em um ato de pensamento no qual um sujeito reporta-se a um objeto, que pode ser uma pessoa, uma coisa, um acontecimento material, psíquico ou social, um fenômeno natural, uma ideia, uma teoria, entre outros (JODELET, 2001). De tal modo, as representações sociais são uma forma de pensamento social, cuja gênese, propriedades e funções devem ser relacionadas com os processos que afetam a vida e a comunicação sociais, com os mecanismos que concorrem para a definição da identidade e a especificidade dos sujeitos (JODELET, 2005). As representações sociais construídas pelos idosos participantes de um grupo de convivência são formas de conhecimentos socialmente elaboradas e partilhadas. Têm um objetivo prático e que contribui para a construção de uma realidade comum a seu grupo de convivência (JODELET, 2001). 1.1.1 Justificativa Os avanços tecnológicos alcançados na área da saúde ocasionaram inúmeras transformações demográficas. Entre elas é possível destacar a redução da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias, queda na taxa de natalidade, redução na taxa de mortalidade infantil e um aumento da expectativa de vida ao nascer. Esse prolongar da vida é uma conquista que vem exigindo da sociedade, não só as mudanças na saúde pública, mas a ruptura de crendices, tabus e preconceitos acerca do envelhecimento (BALDISSERA; BUENO, 2010). A nova realidade demográfica brasileira, requerer modificações e inovações nos modelos de atenção à saúde da população idosa. Isto requer estruturas criativas, com propostas e ações amplas e diferenciadas, possibilitando à pessoa idosa usufruir totalmente os anos proporcionados a mais pelos avanços tecnológicos (VERAS, 2008). O aumento da expectativa e a qualidade de vida das pessoas idosas podem estar associados não somente à evolução da tecnologia, mas também à vivência dos idosos em grupos, a qual transcende as atividades físicas e de lazer. Os grupos de convivência para idosos são uma forma de interação, inclusão social e uma maneira de resgatar a autonomia. Possibilita aos participantes um espaço de convivência, que podem partilhar conhecimentos, alegrias, tristezas, entre outros. Propicia ao idoso um suporte emocional, melhora a 16 autoestima, senso de humor e promove inclusão social, bem como a construção de representações sociais (ARAÚJO; COUTINHO; SANTOS, 2006; OLIVEIRA, 2012). Compreender as representações sociais dos idosos participantes de grupo de convivência acerca de saúde, doença e grupo possibilita a compreensão pelo profissional de enfermagem de como as representações sociais são produzidas e transformadas. Assim como também podem elaborar um planejamento de ações e estratégias que possam trabalhar com a promoção da saúde e na prevenção de doenças, melhorando assim a qualidade de vida desses idosos (CAMARGO, 2007; SILVA, 2014). Estudar as representações sociais de idosos inseridos em um grupo de convivência sobre saúde, doença, grupo é relevante para esta população que necessita atenção e cuidados. Os profissionais da enfermagem precisam conhecer o que é necessário para eles terem uma vida melhor. Assim, investigando as representações desses idosos tem-se a possibilidade de estabelecer metas e ações específicas e adequadas para proporcionar uma melhor qualidade de vida a essa população. Isto, através da adoção de ações educativas em saúde, que promovam o envelhecimento saudável, estimulando o idoso à prática de atividades físicas no cotidiano e no lazer, hábitos saudáveis de alimentação, cuidados com a saúde, proporcionando a inclusão sociale manutenção da autonomia e independência durante o processo do envelhecimento. 1.2 PROBLEMÁTICA E QUESTÃO DE PESQUISA O desejo de estudar essa temática surgiu durante as ações realizadas com o grupo de idosos do SESC Castanhal, em 2014, através de um Projeto de Extensão da Faculdade. Nesse projeto, foram realizadas ações educativas, que estimulam o idoso ao autocuidado, hábitos alimentares saudáveis, entre outros, com vista a proporcionar ao idoso uma maior qualidade de vida. O Serviço Social do Comércio – SESC – Castanhal é mantido pelos empresários do comércio de bens, turismo e serviços. O SESC é uma entidade privada que tem como objetivo proporcionar o bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores deste setor e sua família. O SESC Castanhal passou a funcionar no dia 11 de junho de 1984, mas o lançamento da pedra fundamental foi no dia 18 de setembro de 1988, na Avenida Magalhães Barata, n.º 1190, Edifício Pimbô. No entanto no dia 28 de janeiro de 2001 passaram para o edifício próprio na Avenida Barão do Rio Branco s/n, Bairro: Nova Olinda, Castanhal/Pará. Nessa instituição há um grupo de idosos, cujo nome é Plenitude. Atualmente tem a participação de 189 idosos, sendo 14 homens e 175 mulheres, com faixa etária entre 60 e 85 17 anos. O grupo foi criado em maio de 2000 pela técnica Raimunda Abido, com formação na área de Serviço Social. Na ocasião constatou que nas ações promovidas pelo SESC havia um grande número de idosos à procura de atividades que ocupassem seu tempo livre. O grupo deu início a suas atividades no ano de 2000 e desde então vem desenvolvendo atividades socioeducativas, voltadas para a pessoa idosa, que visam a estimular o exercício da cidadania, por meio de ações que criam condições para promover sua autonomia, integração e participação na sociedade. Isto, conforme preconiza o plano internacional de Madri e as leis brasileiras voltadas para esse segmento populacional: Política Nacional do Idoso (PNI) e o Estatuto do Idoso. Nesse grupo são desenvolvidas ações, tais como: atividade física em geral, reuniões, passeios, festas temáticas, excursões, oficinas, visitas institucionais, campanhas, dinâmicas de grupo e educação em saúde. Essas atividades são realizadas como objetivo proporcionar autonomia aos idosos e que eles sejam protagonistas da sua própria vida. No decorrer do projeto de extensão, durante o desenvolvimento das ações educativas, de promoção e prevenção da saúde, constatou-se que cada participante tem um modo de pensar e de lidar com as questões relacionadas à saúde, doença e sobre o próprio grupo. A participação em grupos com pessoas da mesma idade e com os mesmos objetivos possibilita a construção de representações sociais. Desta maneira, a vivência nesse grupo de convivência exerce sobre o idoso um papel transformador, desenvolvendo em sua coletividade formas de conviver com as perdas e ganhos da velhice. Partindo deste princípio, faz-se necessário analisar as representações sociais desses idosos sobre saúde, doença e grupos, possibilitando entender o ser idoso de forma integral e não de forma isolada. Surge, assim, a questão de pesquisa: quais as representações sociais sobre saúde, doença e grupo entre idosos participantes de um grupo de convivência? E como questões norteadoras: Qual o perfil sociodemográfico desses idosos? Qual o conteúdo e a estrutura das representações sociais desses idosos sobre saúde, doença e grupo? 18 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO Analisar as representações sociais sobre saúde, doença e grupo entre idosos participantes de um grupo de convivência. 2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS * Identificar o perfil sociodemográfico desses idosos. * Constatar o conteúdo e a estrutura das representações sociais desses idosos sobre saúde, doença e grupo. 19 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 SOBRE O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO De acordo com a OMS a população idosa é definida como aquela a partir dos 60 anos de idade. Esse limite é válido para os países em desenvolvimento, mas admite-se um ponto de corte de 65 anos de idade para os países desenvolvidos pela tradição de utilizarem este índice há várias décadas. No entanto é difícil caracterizar uma pessoa idosa utilizando como único critério a idade. Além disso, nesse segmento, conhecido como terceira idade, estão incluídos indivíduos diferenciados entre si, tanto do ponto de vista socioeconômico como demográfico e epidemiológico (OMS, 2006). O processo de envelhecimento caracteriza-se por ser contínuo irreversível e universal, implicando a ocorrência de várias alterações no organismo que repercutem em dimensões diversas do desenvolvimento humano. As repercussões do fenômeno do envelhecimento estendem-se a diversos domínios, nomeadamente ao nível da saúde, social e político (DIAS, 2014). A velhice pode ser vista e definida a partir das mais diversas áreas do conhecimento. Pela perspectiva da medicina, a ênfase recai nos estudos sobre saúde, ciclo de vida, medicação, morte. No caso da área político-administrativa, o foco estará nas políticas públicas para o envelhecimento, o sistema de proteção social, a concessão de benefícios, já a psicologia se preocupa em compreender os processos do envelhecimento (LUCA, 2006). Diversas são as denominações para se referir à velhice: meia idade, velho, idoso, terceira idade. De acordo com Peixoto (2003), a utilização do termo idoso, embora seja mais respeitoso, não é tão preciso quanto velho. O uso dos termos velho e idoso sempre levou em consideração a classe social e a qualidade do envelhecimento, sendo o termo velho mais específico para classificar pessoas decadentes e pobres. Já com relação à definição terceira idade, expressão de origem francesa, designa principalmente “os jovens velhos”, os aposentados dinâmicos, enquanto idoso simboliza as pessoas mais velhas. O envelhecimento é um processo que está cercado de muitas concepções falsas, de temores, crenças e mitos. A velhice como etapa da vida, também é uma palavra carregada de inquietude, fragilidade e às vezes angústias (ROTTA, 2009). As preocupações sociais decorrentes do envelhecimento em nossa sociedade são relativamente recentes. O surgimento de um discurso científico sobre envelhecimento nasce 20 do interesse das instituições e profissionais que atuam com idosos a partir da década de 1960. As ações do estado, nesta década, eram direcionadas ao idoso pobre, carente, doente e marginalizado da sociedade, marcadas pelo asilamento, referendadas por uma visão negativa da velhice (MEDEIROS, 2011). Nos últimos anos, em todos os segmentos da sociedade, as questões relativas à terceira idade têm merecido destaque. Entretanto, a infraestrutura necessária para responder às demandas desse grupo etário ainda é precária em termos de instalações, programas específicos e mesmo recursos humanos adequados, quantitativa e qualitativamente. São inúmeros os problemas atuais na área da saúde, vivenciados pela população de idosos e por uma sociedade que se transforma rapidamente. Com o acelerado crescimento da população idosa, esse quadro de precariedade e defasagem de alternativas concretas frente às prementes necessidades tende a se agravar (VERAS, 2004). A melhor condição de saúde, especialmente relacionada à preservação da autonomia e da mobilidade física é um importante fator para a permanência da vida ativa nas idades mais avançadas. Para isso, é necessário modificações no perfil das políticas públicas, em especial nas áreas de saúde e previdência social. Idoso com boas condições de saúde e autonomia física e mental mantém boas perspectivas de vida (MEDEIROS, 2011). A PNI destaca principalmente: A promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, a preservaçãode doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter a sua capacidade funcional restrita, de modo a garantir-lhes permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas funções na sociedade (BRASIL, 1999, p.01). Percebe-se, assim, que o envelhecimento é um processo complexo que envolve muitas variáveis. Assegurar a participação contínua do indivíduo idoso nas questões sociais, econômicas, culturais, civis e espirituais, é uma forma de manter um envelhecimento saudável. 3.2 ENVELHECIMENTO ATIVO, SOCIAL E GRUPOS Envelhecimento ativo é um processo de otimização das oportunidades para a saúde, participação e a segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso 21 da vida, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários, e permite que as que pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades (BRASIL, 2006). A palavra “ativo” refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. O envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados (GONTIJO, 2005). O envelhecimento bem sucedido é uma questão pragmática de valores particulares que permeia o curso da vida, incluindo as condições próximas à morte. A implementação de programas que elevem a qualidade de vida dos idosos tem sido objetivada tanto por profissionais quanto por idosos, visto que todos almejam um envelhecimento saudável, produtivo, ativo ou bem sucedido (NERI, 2008). É desejável que o envelhecimento ocorra com qualidade e manutenção da autonomia dos indivíduos, buscando preservar a oportunidade de os mais velhos continuarem a participar da sociedade e minimizar as possibilidades de exclusão social (LIMA, 2005; NERI, 2008). A política de envelhecimento ativo, proposta pela OMS enfatiza que envelhecer bem não é apenas uma questão individual e sim um processo que deve ser facilitado pelas políticas públicas e pelo aumento das iniciativas sociais e de saúde ao longo do curso de vida (OMS, 2005). Para Neri (2007, p. 150): (...) qualidade de vida na idade madura excede os limites da responsabilidade individual e deve ser vista por múltiplos aspectos, ou seja, uma velhice satisfatória não será atributo do indivíduo biológico, psicológico ou social, mas resulta da interação entre pessoas e de suas relações intra, extra-individuais e comunitárias. Envelhecer é um processo vital inerente a todos os seres humanos. A velhice é uma etapa da vida, parte integrante de um ciclo natural, constituindo-se como uma experiência única e diferenciada. Manter-se ativo nesta fase da vida é importante para um envelhecimento com qualidade, permanecer inserido na sociedade, permite ao idoso manter seu papel social. Manter o idoso inserido socialmente em uma sociedade que vê a velhice como inutilidade, dependência e improdutividade, torna-se um grande desafio. Múltiplas são as 22 alternativas que buscam inserir estes indivíduos em diferentes espaços sociais, visando uma melhor qualidade de vida e seu reconhecimento como pessoa (OLIVEIRA, 2012). Os grupos de convivência para idosos têm sido apontados como alternativas para manter esses indivíduos inseridos na sociedade, bem como melhorar a qualidade de vida, autonomia e independência, promove mecanismos individuais e coletivos para as ações de intervenção na velhice (MIRANDA, SCHALL, MODENA 2007). A possibilidade de ter um espaço de convivência, no qual é permitido compartilhar seus sentimentos, conhecimentos, entre outros, proporcionam ao idoso um suporte emocional e motivação. Os grupos de convivência para idosos possibilitam realizar diferentes atividades e, ao mesmo tempo, conversar, sorrir e partilhar com outras pessoas seus conhecimentos e experiências adquiridas ao longo da vida (ARAÚJO; COUTINHO; SANTOS, 2006). O grupo é uma experiência primordial e constituinte para qualquer indivíduo. A experiência grupal é crucial, pois é no grupo que se encontra reconhecimento interpessoal, sentimento de pertencimento, criação de objetivos comuns, coesão, trocas afetivas e cognitivas. Pertencer a um grupo pode significar a construção ou reconstrução de identidades, regaste de vínculos familiares que levam o velho à retomada de seu papel social. No grupo ocorre também o reconhecimento de seus direitos enquanto cidadão, estimulando a reflexão sobre as possibilidades da construção de novos papéis social e políticos (MAIA; BERALDO, 2009). A participação em grupos com pessoas da mesma idade e com os mesmos objetivos possibilita a construção de representações sociais, que permitem a interpretação e a construção de realidades sociais. Possibilita ao idoso expressar a relação com o grupo, e ao mesmo tempo, essas representações os situam nesse grupo (DUVEEN, 2008). 3.3 ENFERMAGEM GERONTOLÓGICA A Gerontologia é definida pela OMS como a área do conhecimento científico voltada para o estudo do envelhecimento em sua perspectiva mais ampla, levando em conta os aspectos clínicos, biológicos, condições psicológicas, sociais, econômicas e históricas (MONTANHOLI; OLIVEIRA; CARVALHO, 2006). Esta área, em sua constituição, incorpora subsídios científicos e técnicos de outros ramos que lhe são afins. Aqui está sua maior contradição, que corresponde a sua maior riqueza: ao mesmo tempo, que se desloca como “especialização”, ela ultrapassa, de imediato, 23 as características da atomização e da unilateralidade. O objeto não pode ser fragmentado, porque a parte isolada ou colheita do contexto originário do real, só pode ser explicada na integridade de suas características (SANTOS, 2008). A Enfermagem Gerontologia é o estudo científico do cuidado de enfermagem ao idoso. Caracteriza-se como ciência aplicada, com o propósito de utilizar os conhecimentos do processo de envelhecimento, para o planejamento da assistência de enfermagem e dos serviços, que melhor atendam à promoção da saúde, à longevidade, à independência e ao nível mais alto possível de funcionamento do idoso (SANTOS, 2000). Para o cuidar em Enfermagem Gerontologia é necessário conhecer o processo do envelhecimento, com a finalidade de produzir ações que possam atender totalmente às necessidades expressas e não expressas do idoso. Assim, possibilitando a esse idoso manter ao máximo possível a sua autonomia e independência (SILVA et al., 2013). A assistência de enfermagem está centrada em diversos cenários, voltados ao cuidado do idoso, à família e à comunidade. Diante do cenário atual referente ao envelhecimento populacional, a possibilidade de ter uma especialidade voltada a essa população proporciona ao enfermeiro a obtenção de conhecimentos que irá direcionar suas condutas às necessidades de cada indivíduo, possibilitando assim um envelhecimento saudável (POPIN et al., 2010). Na atenção ao idoso, a importância do cuidado se dá pelo fato de que a população idosa apresenta grande diversidade entre si e em relação aos demais grupos etários. Então, para sua compreensão torna-se necessário empregar diversos pontos de vista. A compreensão das representações dos idosos construídas no grupo de convivência contribui para o processo do cuidar em enfermagem (RICCI et al., 2006). 3.4 TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS Representações Sociais (RS) é um termo filosófico que significa a reprodução de uma percepção retida na lembrança ou do conteúdodo pensamento. Nas ciências sociais, são definidas como categorias de pensamento que expressam a realidade, explicam-na, justificando-a ou questionando-a (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000). A Teoria das Representações Sociais (TRS) desenvolvidas pelo sociólogo Serge Moscovici, teve origem na França, na década de 1960 e culminou na publicação de sua obra “A Psicanálise, sua imagem e seu público”. Foi o pioneiro nos estudos das RS como teoria do senso comum, porém recusou, inicialmente, a apresentar um conceito da teoria. Isso porque 24 para Moscovici, “(...) a realidade das representações sociais é fácil de apreender, não é o conceito” (ALEXANDRE, 2004, p.125). O autor Durkheim foi quem exerceu maior influência na TRS vista como uma forma Sociológica de Psicologia Social por Serge Moscovici. Foi o sociólogo que mais demonstrou hostilidade à Psicologia opondo-se ao estudo das representações individuais, proposta por Moscovici (ROTTA, 2009). Mendonça e Pontes (2002) destacam que o conceito de Durkheim de representações coletivas aplica-se melhor às sociedades menos complexas. Quanto à teoria de Moscovici para as RS era voltada para as sociedades mais modernas (ROTTA, 2009). Tais RS manifestam-se em palavras, sentimentos e condutas e institucionalizam-se, portanto, podem e devem ser analisadas a partir da compreensão das estruturas e dos comportamentos sociais (MINAYO, 2011). As RS comunicam-se entre si. São dinâmicas e refletem um determinado modo de compreender o mundo e de ver a vida. São o conjunto de explicações, crenças e ideias comuns a um determinado grupo de indivíduos, resultam de uma interação social, sem perder de vista a questão da individualidade, torna familiar algo até então desconhecido (MORAES et al., 2014). As RS produzem normas de conduta, regulam comportamentos, prescrevendo possibilidades para a ação. Consistem, portanto, em um ato de pensamento no qual o sujeito reporta-se a um objeto, que pode ser uma pessoa, uma coisa, um acontecimento material, psíquico ou social, um fenômeno natural, uma teoria, entre outros (JODELET, 2001). De acordo com Abric (2001, p.165), representações sociais são: (...) o produto e o processo de uma atividade mental pela qual um indivíduo ou um grupo reconstrói o real com que se confronta e lhe atribui uma significação especifica. Elas são determinadas, ao mesmo tempo pelo próprio sujeito (sua história, vivência), pelo sistema social e ideológico no qual se encontra inserido e pela natureza dos vínculos que mantém com tal sistema. As RS são uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e compartilhada, que tem como objetivo prático e concorre para construção de uma realidade comum a um conjunto social. São ao mesmo tempo estáveis e móveis, rígidas e flexíveis, são consensuais, mas também marcadas por fortes diferenças interindividuais (SÁ, 2002). 25 Apresentam-se como uma maneira de interpretar e pensar a realidade cotidiana, uma forma de conhecimento da atividade mental desenvolvida pelos indivíduos e pelos grupos. São elaboradas e partilhadas socialmente, ligadas a inserções específicas dentro de um conjunto de relações sociais, isto é, a grupos sociais que têm por funções explicar aspectos relevantes da realidade, definir a identidade grupal, orientar práticas sociais e justificar ações e tomadas de posição depois que elas são realizadas (WACHELKE, 2007). Um exemplo clássico de estudo nas RS no campo da saúde é o trabalho de Jodelet, realizado em 1989, sobre representações sociais da loucura. O estudo foi realizado em uma colônia (Ainoy-le-château, França) com treze pequenas comunidades e com um grande hospital psiquiátrico, que desenvolve atividades de assistência, ensino e pesquisa (MEDEIROS, 2011). A partir do estudo de Jodelet (2001) as pesquisas na área da saúde, com em relação às RS têm aumentado constantemente e isso pode auxiliar na compreensão dos comportamentos e hábitos da saúde de uma população. Isto, como por exemplo, os processos de construção dos conceitos populares sobre saúde e doença. As RS de saúde e doença interagem para determinar concepções específicas de necessidades humanas de saúde (MEDEIROS, 2011). Dessa forma, saber como os indivíduos representam as concepções do processo de saúde-doença é essencial para que se possa entender as necessidades de determinado grupo, podendo planejar, uma forma peculiar de cuidado adequado à necessidade social. A TRS se desdobra em três abordagens, a saber, Abordagem Societal, Abordagem Processual e Abordagem Estrutural. Neste estudo optou-se pela abordagem estrutural, que tem por base a Teoria do Núcleo Central, do que se trata a seguir. 3.5 TEORIA DO NÚCLEO CENTRAL A Teoria do Núcleo Central (TNC) foi proposta por Jean Claude Abric (1998) no ano de 1976. O autor sustenta a hipótese de que toda representação social está organizada em torno de um núcleo central e um sistema periférico. O núcleo central está relacionado à memória coletiva, dando consistência, significação e permanência às RS, sendo, portanto, estável e resistente a mudanças (MACHADO, 2010). De acordo com a TNC (ABRIC, 1998) as RS constituem-se como um conjunto organizado e estruturado de informações, crenças, opiniões e atitudes, compostas de dois subsistemas, o central e o periférico, que funcionam como uma entidade, onde cada parte exerce o seu papel específico e complementar. 26 No que tange à teoria do núcleo central, Abric (2001. P.168), ressalta que “(...) toda representação se organiza em torno de um núcleo central e um periférico. O núcleo central é o elemento fundamental da representação, pois é ele quem determina ao mesmo tempo sua significação e sua organização. ” O núcleo central (NC) é o elemento mais estável ou mais permanente da RS, o mais resistente à mudança, e quando modificado toda a representação muda, tendo então, duas representações distintas. O sistema periférico, ao contrário do NC, é flexível e suporta as contradições. Protege o NC das modificações, é a parte mais flexível das RS e permite a elaboração de representação relacionada às histórias individuais dos sujeitos (VIEIRA, 2006). As RS se organizam em torno de um sistema central, o NC consiste em um sistema principal da representação, nele se origina a organização e significação dos demais elementos de uma RS, em um indivíduo ou grupo específico (LIMA; MACHADO, 2010). Para Sá (2002) uma RS é uma forma de saber prático que liga um sujeito a um objeto, que pode ser considerado do ponto de vista epistêmico ou psicodinâmico, mas também social ou coletivo, na medida em que sempre se há de integrar na análise daqueles processos o pertencimento e a participação social e cultural do sujeito. 27 4 METODOLOGIA 4.1 DESENHO Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo exploratório, pautado em uma perspectiva multimétodo na coleta e análise de dados, com base na TRS e TNC. A perspectiva multimétodo pode revelar a complexidade e a multidimensionalidade das RS, tal articulação garante uma interpretação mais íntegra dos resultados (ROSA, 2005). Nessa perspectiva, a abordagem qualitativa demonstra ser um caminho bastante propício para o desenvolvimento deste estudo visto que: (...) o método qualitativo é o que se aplica ao estudo da história, das relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam. [...] as abordagens qualitativas se conformam melhor às investigações de grupos e segmentos delimitados e focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos atores, de relações e para análises de discursos e de documentos. (MINAYO, 2012, p.103) Para responder às questões norteadoras e aos objetivos, esse estudofoi desenvolvido à luz da Teoria das Representações Sociais (TRS), priorizando-se a abordagem estrutural ou TNC. 4.2 CENÁRIO DA PESQUISA O estudo ocorreu no SESC Castanhal-Pará. Destaca-se que o SESC Castanhal é uma entidade privada mantida pelos empresários do comércio de bens, turismo e serviços, tem como objetivo proporcionar o bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores deste setor e sua família. Entre os serviços prestados aos usuários, tem destaque um grupo de convivência para idosos, cujo nome é Plenitude. Nesse grupo são desenvolvidas atividades socioeducativas voltadas para a pessoa idosa, que visam estimular o exercício da cidadania, por meio de ações que criam condições para promover sua autonomia, integração e participação na sociedade. 28 4.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO Participaram do estudo 101 idosos, participantes do grupo de convivência para idosos, Plenitude do SESC Castanhal-Pará. Os estudos que visam a identificar a estrutura das RS, segundo Oliveira (2010), têm priorizado um universo mínimo entre 80 e 100. Tal opção possibilitará que as RS difundidas e comunicadas sejam reveladas. 4.3.1 Critérios de inclusão Pessoas a partir de 60 anos de idade, participantes do grupo há mais de 12 meses, possuir estado cognitivo preservado. 4.3.2 Critérios de exclusão Pessoas abaixo de 60 anos, novatos no grupo de convivência, aqueles que possuam algum déficit cognitivo. 4.4 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada em três momentos. Momento 1: convite aos participantes que atenderem aos critérios de inclusão para assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), (APÊNDICE 1). Momento 2: aplicação de um formulário voltado à identificação pessoal e sociodemográfica (APÊNDICE 2). Momento 3: aplicação de um formulário para registro das evocações livres de palavras sobre saúde/doença/grupo (APÊNDICE 3). Para identificar como se manifesta a estrutura (central e periférica) dos termos indutores saúde, doença e grupo, todos os sujeitos concordaram em participar a técnica de evocação livre de palavras, também conhecida como associação livre ou teste por associação livre de palavras (TALP). Essa técnica consiste em instigar os participantes para que digam o que pensam ao serem estimulados por um termo (um ou mais estímulos indutores) que caracteriza o objeto da representação em estudo. 29 A palavra “evocação” tem vários significados na língua portuguesa, mas como uma projeção mental significa o “ato de evocar”, ou seja, trazer à lembrança, à imaginação algo que está presente na memória dos indivíduos (OLIVEIRA et al., 2005 p. 574). A aplicação da evocação como técnica de coleta de dados em pesquisa científica possibilita a apreensão das projeções mentais de maneira descontraída e espontânea. Isto revela, inclusive, os conteúdos implícitos ou latentes, que nas produções discursivas podem ser mascarados, e pelo fato de se obter o conteúdo semântico de forma rápida e objetiva, reduz as dificuldades e os limites das expressões discursivas convencionais (OLIVEIRA, 2005). No campo de estudo das RS a técnica livre consiste em pedir ao indivíduo que produza as cinco primeiras palavras ou expressões que possa imaginar, a partir de um ou mais termos indutores, seguindo-se de um trabalho de hierarquização dos termos produzidos, do mais para o menos importante. A hierarquização da produção obtida com a técnica é importante, enumerar as evocações de acordo com a ordem de importância atribuída pelo sujeito, ou seja, hierarquizar as palavras ou expressões ordenando da de maior para a de menor importância. É um procedimento fundamental, uma vez que a hierarquia da produção possibilita a constituição dos critérios para determinação dos elementos centrais e periféricos (MEDEIROS, 2011). Assim, neste estudo a evocação livre de palavras foi construída a partir dos termos indutores saúde, doença e grupo, nesta ordem, tendo como pressupostos o objeto investigado, o estudo atual da arte, bem como os contextos dos atores sociais. Devido à faixa etária pesquisada ser maior de 60 anos, leva-se em consideração a redução do raciocínio cognitivo presente no envelhecimento normal e convenciona-se o tempo máximo de três minutos para evocação das palavras a cada estímulo indutor (ARAÚJO; COUTINHO; CARVALHO, 2005). No caso deste estudo, como foram três estímulos indutores, os sujeitos tiveram o tempo total de nove minutos para fazer as evocações. A partir dos estímulos dos termos indutores, foram feitas anotações das respostas no formulário pelos pesquisadores. 4.5 ANÁLISE DOS DADOS A análise estatística descritiva foi o tipo utilizado, referente perfil sociodemográfico dos idosos, com base no programa Excel 2007. A estatística descritiva apresenta processos próprios para coletar, apresentar e interpretar adequadamente conjuntos de dados, fazendo 30 usos de tabelas, gráficos e resumos numéricos. Possibilita uma maior compreensão dos fatos que eles apresentam. Neste estudo, os dados foram organizados em tabelas e gráficos, aplicando-se testes como a frequência e média aritmética. A análise das evocações livres foi realizada por meio da técnica do quadro de quatro casas, proposta por Vergès (1994), com o auxílio do software Ensemble de Programmes Permettantl Analyse dês Evoctions (EVOC 2003®). Este tem como fundamento a concepção de que toda representação está organizada em torno de um núcleo central, entendido como princípio organizador dos elementos da representação e que lhe dá sentido. Trata-se de uma “ferramenta” auxiliar para o tratamento de dados. O trabalho do software é auxiliar para o trabalho de interpretação realizado pelos investigadores acerca da realidade e das representações dos sujeitos investigados. De acordo com Oliveira (2005), o tratamento dos dados coletados através de evocação livre pode ser realizado com auxílio de um software denominado EVOC. Esse recurso informático representa um grande auxílio na organização dos dados. Particularmente na identificação de discrepâncias derivadas da polissemia do material coletado e na realização dos cálculos das médias – simples e ponderadas – para a construção do quadro de quatro casas. 4.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA Para o desenvolvimento da pesquisa foram respeitadas as normas e diretrizes para a realização de pesquisas envolvendo seres humanos, contidas na Resolução n.º 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), estando o estudo cadastrado no CEP Instituto Evandro Chagas/IEC/SVS/MS, sob CAAE: 54245116.1.0000.0019. Seguindo os princípios a seguir. a) consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa envolvendo seres humanos deverá sempre tratá-lo em sua dignidade, respeitá-lo em sua autonomia e defendê-lo em sua vulnerabilidade. b) Ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos (beneficência), comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos; c) Garantia de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência); 31 d) Relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o que garante a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio- humanitária (justiça e equidade). e) submissão do projeto à Plataforma Brasil. 32 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 CARACTERIZAÇÃO DE QUEM FALA Quanto à idade dos participantes da pesquisa verificou-se que 51 (50,49%) tem entre 60 a 69 anos e 44 (43,56%) entre 70 a 80 anos e 6 (5,94%) maior de 80 anos (Gráfico1). Gráfico 1-Distribuição dos participantes segundo a idade Quanto ao gênero dos participantes 95(94,05%) são mulheres e 6 (5,94%) são homens (Gráfico 2). Gráfico 2- Distribuição dos participantes segundo gênero Quando à religião dos idosos 91 (90,09%) são católicos, 8 (7,92%) são evangélicos, 1(0,99%) é espírita e 1(0,99%) budista (Gráfico 3). 50,49%43,56% 5,94% 60-69(51) 70-80(44) Maior 80(6) 5,94% 94,04% Masculino(6) Feminino(95) 33 Gráfico 3-Distribuição dos participantes quanto à religião Quanto ao estado civil dos participantes foi verificado que 43 (42,57%) são viúvos,29 (28,71%)são casados,15(15%) são solteiros e 14 (13,86%) são divorciados (Gráfico 4). Gráfico 4 - Distribuição dos participantes quanto ao estado civil Quanto à situação de moradia dos participantes, se moram sozinhos ou não, constatou- se que 32(31,68%) moram com duas pessoas, 30 (29,70%) moram com mais de três pessoas, 22 (21,78%) moram com três pessoas,10 (9,90%) moram com uma pessoa e apenas 7 (6,93%) moram sozinho (Gráfico 5). 90,09% 7,92% 0,99% 0,99% Católico(91) Evangélico(8) Espírita (1) Budista(1) 14,85% 28,71% 42,57% 13,86% Solteiro(15) Casado(29) Viúvo(43) Divorciado (14) 34 Gráfico 5-Distribuição dos participantes quanto à situação de moradia Quanto à ocupação dos participantes 84 (83,16%) são aposentados, 14 (13,86%) são pensionistas, 1 (0,99%) é do lar, 1 (0,99%) autônoma e somente 1 (0,99%) é merendeira (Gráfico 6). Gráfico 6-Distribuição dos participantes com relação à ocupação No que tange à renda familiar dos participantes da pesquisa 67 (66,33%) recebem de um a três salários mínimos,6 (5,94%) recebem de três a cinco salários mínimos, 16 (15,84%) 7% 10% 32% 22% 30% Sozinho(7) 1 Pessoa(10) 2 Pessoas(32) 3 Pessoas(22) > 3 Pessoas(30) 83,16% 13,86% 0,99% 0,99% 0,99% Aposentada(84) Pensionista(14) Do lar (1) Autônoma(1) Merendeira(1) 35 recebem acima de cinco salários mínimos e 12 (11,88%) não informaram sua renda (Gráfico 7). Gráfico 7-Distribuição dos sujeitos quanto à renda familiar Quando questionados sobre a existência de um serviço de saúde próximo de sua residência constatamos que 71(70,29%)têm serviço de saúde próximo e 30 (29,70%) não têm serviço de saúde próximo (Gráfico 8). Gráfico 8 - Distribuição dos participantes quando a existência de serviço de saúde próximo da residência Quando questionados se há transporte coletivo próximo 88(87,12%) respondeu que sim, há transporte coletivo e 13 (12,87%) respondeu que não. (Gráfico 9) 66,33%5,94% 15,84 % 11,88% 1 a 3 salários 3 a 5 salários < 5 salários Não informado 29,70% 70,29% Não (30) Sim(71) 36 Gráfico 9- Distribuição dos participantes se há transporte coletivo próximo da residência. Quanto ao tempo de permanência no grupo 38(37,62%) dos participantes convivem no grupo no período de 5 anos e 35 (34,65%) convivem entre 6 a 10 anos no grupo e 28 (27,72%) convive há mais de dez anos (Gráfico 10). Gráfico 10 - Distribuição dos participantes em relação ao tempo de permanência no grupo No que se refere às características sociodemográficas, constatou-se que a média da idade correspondeu a 60-69 (50,49%) anos. Dados semelhantes foram encontrados nos estudos de Oliveira (2011), com uma média de idades de 69 anos, bem como no estudo de Silva (2011), um predomínio da faixa etária de 65-70 anos. Em relação à faixa etária, Aguiar (2014), em sua pesquisa encontrou dados similares a estes, no grupo de 279 idosos participantes da pesquisa, a faixa etária de maior predomínio se encontrava entre 60 e 69 anos. 87,12% 12,87% Sim (88) Não(13) 37,62% 34,65% 27,72% Até 5 anos 6-10 anos < 10 anos 37 Cesarino (2004) ressalta que de 1900 a 2025, a população brasileira terá sido multiplicada por cinco. Pessoas com mais de 60 anos de idade terá seu número multiplicado por 15, em que um em cada sete brasileiros fará parte da população com uma expectativa de vida ao nascer de aproximadamente 73 anos. Quanto ao sexo houve um maior predomínio do feminino com 94,05% dos participantes. A presença do sexo feminino nos grupos de convivência em outros estudos também foi predominante, Silva (2011), em seu estudo com 181 idosos participantes de grupo de convivência, constatou que 54% eram do sexo feminino, fato esse que se assemelha a outras investigações com grupo de idoso, (MASTROENI, et al., 2007; BORGES et al., 2008; RAMOS, 2003, AGUIAR 2014), o que demonstra a predominância das mulheres nesses ambientes. Estudo de Oliveira (2011) vem a confirmar o resultado apresentado pela pesquisa deste trabalho. O autor observou em sua pesquisa com idosos do SESC – Ceará, um maior predomínio do sexo feminino. Aguiar (2014) identificou em seu estudo com um grupo de 279 idosos do estado do Piauí uma proporção de 58,1%, dado esse que corresponde à maioria do grupo. Medeiros (2011) observou achados em sua pesquisa com idosos participantes de um grupo de convivência de Santarém, parecidos este trabalho, em que 65% dos participantes de sua pesquisa eram do sexo feminino. Esses dados vêm a solidificar os achados da nossa pesquisa e demonstrar que as mulheres ainda são prevalentes nos grupos de convivência. Embora neste estudo, como também nos dos autores referenciados anteriormente, não se tenha pesquisado, qual o motivo dessa proporção maior de idosas nos grupos de convivência, algumas justificativas podem estar relacionadas às situações comuns a todas, como por exemplo, a presença da viuvez entre mulheres da terceira idade. Já os homens tendem a assumir novos relacionamentos, a resistência dos homens em buscar outras atividades após a aposentadoria e o desejo maior das mulheres em se manterem inseridas na sociedade. Silva (2011) comenta que as ações destinadas aos grupos de convivência de idosos devem considerar o universo feminino na terceira idade e sua peculiaridade, ao mesmo tempo em que considerem alternativas que atraiam os homens, para favorecer a interação social. Verificou-se que todos os idosos referem um credo religioso, sendo mais predominante entre os participantes a religião católica com uma representatividade de 90,09%. Fato esse também observado nos estudos de Souza (2011), com idosos de São Paulo a autora identificou que quando perguntados sobre a religião 71,0% dos participantes 38 referiram ser católicos, proporção semelhante referida em 2006 em outro estudo da mesma autora, que identificou uma proporção de 69,3%. Batista (2008) em seu estudo com 6.961 idosos do Rio Grande do Sul, identificou que a maioria da amostra eram pertencentes à religião católica (75,7%), o que vem a confirmar o deste trabalho. Medeiros (2011), em seu estudo com 154 idosos constatou que 87% dos participantes eram católicos. Quanto ao estado civil dos participantes dessa pesquisa ficou constatado que 42,57% dos participantes são viúvos. Dados similares foram encontrados no estudo de Nascimento (2015), com uma porcentagem de 37,80% de um total de 164 idosos de participantes um grupo de convivência na Bahia. Embora neste estudo, não se tenha pesquisado qual o motivo deste número considerável de pessoas viúvas. Algumas observações podem ser ressaltadas, por exemplo, a perda da relação parceiro/casamento devido à morte do cônjuge altera o padrão da vida do idoso. Estudos como os de Torre (2006) e Rubio (2011) têm demonstrado que muitos idosos, especialmente as mulheres preferem não repetir a experiência do casamento. Umas porque passaram por algum tipo de sofrimento durante esse período e agora querem aproveitar a liberdade. Enquanto que outras porque querem preservar a memória de um companheiro amoroso, atencioso, de um casamento repleto de alegria e felicidade. Os grupos de convivência possibilitam para esse idoso viúvo um redimensionamentoda identidade, por meio da convivência com os pares na mesma faixa etária, causam satisfação, aumentam a rede de relacionamento, proporcionam momentos de lazer, liberdade e provocam mudanças nos hábitos de vida (BALSING, et al., 2007). Quando questionados em relação à moradia, pode-se observar que 31,68% relataram morar com duas pessoas e apenas 6,93% moram sozinho. Dados estes também encontrados nos estudos de Victor (2009), com um grupo de 208 idosos identificou que 35% dos participantes moram com duas pessoas e 6,3% moram sozinhos. Estudos de Bocca (2012), também tiveram dados semelhantes com uma porcentagem de 29% dos participantes moram com duas pessoas, sendo a maioria dos participantes do referido estudo. Mesmo que a residência não seja um indicador suficiente para medir ajuda, vale ressaltar que ela pode ser considerada um importante instrumento facilitador para que as trocas ocorram entre os idosos e seus familiares. Nesse caso, idosos que vivem com outras pessoas, sejam elas parentes ou não, parecem estar mais bem amparados em caso de problemas de saúde, ou alguma necessidade apresentadas. Em contrapartida, idosos que 39 moram sozinhos podem parecer mais desprovidos de apoio e cuidados e uma maior vulnerabilidade diante de dificuldades de saúde e da vida diária. Em se tratando do termo renda, Martins e Massarolo (2010) destacam que possuir renda própria constitui um dos principais instrumentos sociais de proteção aos idosos. É através dela que o idoso suprirá suas necessidades diárias, manterá sua independência e garantirá o acesso a outros direitos como a alimentação e lazer. No presente estudo foi identificado que todos os idosos participantes da pesquisa possuem renda própria, sendo a sua maioria aposentados, 84 (83,16%) e pensionistas 14(13,86%). Os idosos da pesquisa em questão possuem renda média de três salários mínimos, correspondendo a 66,33% dos participantes. Dados semelhantes também foram observados nos estudos de Aguiar (2014) e Oliveira (2011), onde os participantes dessas pesquisas apresentavam uma renda média de dois a três salários mínimos, e sua maioria 73,8% composta por aposentados e/ou pensionistas. Dado similar também foi encontrado no estudo de Rotta (2009), idosos participantes de GC, onde a maioria dos entrevistados é aposentado (40%) ou pensionista (35%). Os participantes também foram indagados quanto à presença de serviço de saúde próximo a sua residência. Do total 70,29% relatou ter serviço de saúde próximo de sua casa, seja ele de atenção básica ou terciária. O Estatuto do Idoso em seu Art. 15 do Direito à Saúde diz: É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. (BRASIL, 2007) Neste estudo também foram perguntados aos participantes se há transporte coletivo próximo de suas residências. Foi encontrada como resultado uma taxa bem expressiva de 87,12% dos participantes que respondeu sim. O Brasil merece destaque pela existência de um quadro normativo-legal que define como direito fundamental da população acima de 65 anos de idade o acesso gratuito aos serviços de transporte coletivo urbano. Este direito passou a ter validade em todo o território nacional a partir da Constituição Federal de 1988 (CF/1988) e foi posteriormente ratificado em lei federal pelo Estatuto do Idoso (PEREIRA, 2014). 40 Os grupos de convivência têm sido uma alternativa estimulada em todo o Brasil. De uma maneira geral e, inicialmente os idosos buscam nesses grupos melhora física, através das atividades físicas realizadas no grupo e manutenção da saúde. Posteriormente, as necessidades aumentam e as atividades de lazer como as viagens ganham espaço, além dos vínculos que são criados entre os membros do grupo, fazendo com que os idosos permaneçam por um longo período inserido no grupo. São fatores como estes citados que vêm a confirmar este resultado, em que a maioria dos participantes do grupo de convivência estão inseridos há mais de cinco anos no grupo. Nos grupos surgem as oportunidades de estabelecer novas amizades, ampliar os conhecimentos, afastar a solidão, resgatar a autonomia, promove a autoestima, inclusão social e melhora a qualidade de vida. Assim, o conhecimento das características dos idosos que frequentam o grupo de convivência poderá contribuir para ações visando à participação de mais idosos. Do ponto de vista social, o intuito é investir na qualidade de vida desses idosos para mantê-los em situação de envelhecimento ativo e saudável. 5.2 ESTRUTURA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE SAÚDE, DOENÇA E GRUPO 5.2.1 Sobre saúde Em relação ao corpus formado foram obtidas 464 evocações. Após a padronização semântica chegou-se a 33 evocações diferentes, com uma ordem média (OME) por sujeito de 2,90 evocações. Quanto ao tratamento dessas evocações pelo software EVOC, utilizou-se como ponto de corte uma frequência mínima de 10, o que significa que evocações abaixo dessa frequência foram eliminadas do quadro. A frequência intermediária foi de 31. A ordem média geral foi de 2,90 numa escala de 1 a 5. Como demonstra o quadro a seguir: 41 Número total de evocações 464 Número total de evocações diferentes 33 Número total de evocações padronizadas semanticamente 33 Frequência mínima 10 Frequência intermediaria 31 Média de evocações por sujeito 4,59 Média das ordens médias das evocações 2,90 Quadro 1: Descrição das evocações sobre o termo indutor saúde Com base nos dados o quadro de quatro casas sobre saúde obtido por meio do software EVOC, estruturou-se da seguinte forma: Ordem Média Geral 2,90 Termo Evocado Freq. O.M.E Termo Evocado Freq. O.M.E Freq. ≥ 31 Alegria Bem-estar 158 67 2,79 2,71 Disposição 41 3,26 Freq. ≤ 10 < 30 Bom Paz Tudo 15 15 12 2,00 2,55 2,66 Amor Ativa Exercício Interação Lazer Satisfeita Viver 15 24 12 10 13 10 14 3,33 3,41 3,33 3,50 3,53 2,90 3,00 Fonte: Software EVOC 2003 Quadro 2: Quadro de quatro casas ao termo indutor saúde entre idosos participantes de um grupo de convivência do SESC Castanhal-PA, 2016. Segundo Medeiros (2011) para identificar a estrutura base da RS é necessário utilizar as técnicas desenvolvidas por Vergès (1987-1994), em que ele cruza elementos de natureza quantitativa, as frequências das evocações com elementos de natureza qualitativa, as ordens das evocações. Assim, o quadro de quatro casas representa essas combinações, possibilitando identificar a estrutura e o conteúdo de uma RS. O quadro de quatro casas organiza-se da seguinte forma: os termos que se situam no quadrante superior esquerdo (1º quadrante) são, muito provavelmente, elementos do núcleo central da representação estudada. Aqueles situados no quadrante superior direito são elementos da primeira periferia (ou intermediários), enquanto que aqueles situados no 42 quadrante inferior direito (3º quadrante) são elementos da segunda periferia. Já aqueles situados no quadrante inferior esquerdo (4º quadrante) são elementos de contraste, podendo ter alguma ligação com o núcleo central ou ser uma representação diferente advinda de um subgrupo específico dentro do grupo pesquisado (OLIVEIRA, 2005; SÁ, 1996; ABRIC, 2003; MEDEIROS, 2011). Assim, quanto ao quadro obtido pelo termo indutor, saúde, foi possível observar no quadrante superior esquerdo (1º quadrante) do quadro de quatro casas os termos Alegria e Bem-estar. O termo alegria teve frequência de evocação de 158, com ordem média de evocação de 2,79. Bem-estar teve frequência de evocação de 67, com umaordem média de 2,71. Esses termos representam 48,49% do total geral das evocações e revelam o possível núcleo central das representações sociais sobre saúde. No quadrante superior direito (2º quadrante) observa-se o termo Disposição, o termo disposição teve uma frequência de evocação de 41, com uma ordem média de evocação de 3,26, esse termo representa 8,83% do total das evocações. Assim, tem-se o conteúdo do que seriam os termos intermediários das representações sociais desses idosos. É um termo que está em estreita ligação tanto com o núcleo central quanto com a periferia, podendo estar em qualquer um dos sistemas tanto central quanto periférico. No quadrante inferior direito (3º quadrante) verificou-se que é composto pelos termos Amor, Ativa, Exercício, Interação, Lazer, Satisfeita, Viver. O termo amor teve uma frequência de evocação de 15, com ordem média de evocação de 3,33. Ativa teve frequência de evocação de 24, com ordem média de evocação de 3,41. Exercício teve frequência de evocação de 12, com ordem média de evocação de 3,33. Interação teve frequência de evocação de 10, com ordem média de evocação de 3,50. Lazer teve frequência de 13 com ordem média de evocação de 23,53. Satisfeita teve frequência de evocação de 10, com ordem média de evocação de 2,90. Viver teve frequência de evocação de 14, com ordem média de evocação de 3,00. Esses termos representam 21,12% do total das evocações. No quadrante inferior esquerdo (4º quadrante), observam-se os seguintes termos: Bom, Paz e Tudo. Bom com frequência de 15 e ordem média de evocação de 2,00. Paz teve frequência de 15 e ordem média de evocação de 2,53. Tudo teve frequência de 12 e ordem média de evocação de 2,66. Esses termos representam 21,33% do total das evocações. Ao realizar a análise das RS obtidas, vale salientar as funções orientadoras e justificatórias (SÁ, 1996) propostas por Abric, e assim, em analogia, destacam-se os termos Alegria e Bem-estar, como orientadoras sobre saúde, justificados pela condição de serem participantes de um grupo de convivência. 43 Nesta análise dessas evocações busca-se entender a centralidade das RS. Observa-se que os termos Alegria e Bem-estar fazem parte do NC. Segundo Sá (1996) o NC constitui a base comum, consensual, coletivamente partilhada das representações, definindo a homogeneidade do grupo social. É estável, coerente, resistente às mudanças, assegurando assim a continuidade e a permanência da representação. Quanto ao possível NC encontrado nesse estudo faz-se uma analogia com as duas funções que Abric (1994) atribui a esse sistema. Assim a alegria e bem-estar têm uma função geradora para os elementos da representação, visto que foram construídos pelos idosos ao longo do tempo. Nesse sentido, constata-se que esse possível NC tem uma dimensão funcional, em vista de que a saúde para o idoso participante de um grupo de convivência é alegria, trazendo uma sensação de bem-estar. Em relação ao sistema periférico, que é constituído pelos demais elementos da representação, provendo a "interface entre a realidade concreta e o sistema central", apresenta as seguintes características: permite a integração das experiências e histórias individuais, suporta a heterogeneidade do grupo e as contradições. É evolutivo e sensível ao contexto imediato. Apresentam um caráter mais mutável, podendo ter os elementos trocados com mais facilidade (ABRIC, 1994). Os elementos situados na periferia e/ou os intermediários das RS são identificados como sendo sustentadores do sistema central, pois houve uma convergência nos quadrantes do quadro de quatro casas. Observa-se que Disposição, Amor, Ativa, Exercício, Interação, Lazer, Satisfeita, Viver, Bom, Paz e Tudo, sustenta as cognições Alegria e Bem-estar, localizadas no primeiro quadrante. Ao se comparar com estudos de Rotta (2009), verifica-se que os idosos de Campo Grande têm representações similares às encontradas entre os idosos do grupo de convivência do SESC Castanhal-PA, pois percebem a saúde como estar alegre, viver bem, paz, atividade física e tudo. Ainda segundo a autora, os idosos demonstraram perceber a saúde como um estado de bem-estar completo. Nesse sentido Dias (2008) aponta que o principal motivo de participação de idosos em grupos de convivência está relacionado à procura por bem-estar e atividade física, o que reflete a tomada da consciência desses idosos sobre os benefícios proporcionados à saúde quando participam e interagem com um grupo. Os espaços coletivos proporcionam manutenção do equilíbrio biopsicossocial, promoção da saúde e uma melhor qualidade de vida. Os grupos de convivência possibilitam a 44 socialização, bem como a manutenção da saúde, auxiliando o idoso a manter a sua independência física, mental e social. Estimulam o desenvolvimento da criatividade, proporcionando dessa forma bem-estar, os grupos são desse modo um indicador de saúde (DIAS, 2012). É de conhecimento que os idosos participantes desse estudo vivenciam o cotidiano do grupo. Nesse grupo são compartilhados experiências e hábitos que constroem as RS deles. Dessa forma, por serem idosos ativos, em sua rotina diária, a prática de algumas atividades físicas ou de recreação tem grande importância, visto que influenciam de forma direta na manutenção da saúde e no seu bem-estar geral. Andrade (2003) em seu estudo sobre RS de saúde e doença com idoso identificou que o termo indutor saúde para o idoso vincula-se à felicidade. O autor diz que se a pessoa é idoso e tem saúde essa pessoa é feliz, mesmo sendo idoso. No mesmo estudo descreve as representações disposição, interação, satisfeita e ativo relacionado ao termo saúde. Saúde é uma dimensão muito importante para a qualidade de vida dos idosos. Ter saúde é um fator determinante de boa qualidade de vida para os mais velhos. É perceptível nesse estudo que os participantes relacionam o termo saúde a RS como viver, satisfeita, bom, paz e tudo. Neste contexto saúde denota disposição, estado de bem-estar, motivação para a realização de atividades. Quando há saúde tem-se uma grande possibilidade da pessoa estar feliz, de bem consigo mesma e assim ter uma melhor qualidade de vida. Santana e Maia (2009), em seu estudo sobre os aspectos negativos do envelhecimento, ressaltam que as mudanças estruturais do corpo, determinadas pelo processo do envelhecimento têm implicações psicossociais. Estas acarretam em diferentes visões e manifestações de comportamento, como inatividade, solidão, isolamento e preconceito. Porém o ressaltam que o fator saúde presente no envelhecimento é considerado pelos idosos a possibilidade da manutenção de suas atividades, bem-estar, alegria e vida social. O grupo assume um papel importante na vida do idoso no sentido da aceitação das transformações inevitáveis decorrentes desta fase da vida. Possibilita a manutenção da saúde, a criação de hábitos saudáveis aumentando a sua sobrevida (BULSING, 2007). Pereira (2006) observou que os idosos têm vínculo afetivo com a saúde, ou seja, está carregado de investimentos afetivos e sentimentos, de modo que o estado de saúde se vincula à felicidade, proporcionando ao idoso um estado de bem-estar. O cotidiano dos grupos de convivência, portanto, contribui de maneira muito significativa para a construção das RS sobre saúde. Visto que os idosos encontram-se para 45 falar, argumentar e discutir o seu cotidiano, é nesses momentos que as RS são formadas (MEDEIROS, 2011). Dessa forma é possível lembrar a influência dos sistemas de comunicação destacados por Moscovici (1961) na construção das RS: a difusão, a propagação e a propaganda. A difusão no sentido de que se tem falado muito em saúde e isso torna o termo familiar para o idoso, assim como também para a busca por uma vida saudável. A propagação, no que se refere ao grupo que convivem, pois ao ir às atividades proporcionadas
Compartilhar