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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR Disciplina: Direito Tributário II Professor: Aluno/a: ANÁLISE JURISPRUDENCIAL RE 630.790 SP A jurisprudência em análise tem como temática principal a imunidade tributária que é entendida em nosso ordenamento jurídico como sendo a limitação constitucional ao poder de tributar do Estado. A expressão ‘imunidade’ é, via de regra, reservada a uma espécie de tributo, os impostos, o que se identifica na própria ideia de não se sujeitar ao munus público. A imunidade exclui algumas situações ou algumas pessoas, o que implica de certo modo, um privilégio, já que os gastos públicos aproveitam a toda a coletividade, mas alguns membros desta deixam de suportá-los. A questão em comento gira em torno da possibilidade de concessão da imunidade tributária a parte requerente que alega exercer atividade filantrópica, tendo como base e princípio a caridade, estando à luz de preceitos religiosos e atividades em caráter de assistência social. Contudo, a fundamentação legislativa apontada por esta no requerimento da referida imunidade aduz que, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: b) templos de qualquer culto; § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. Enquanto que, entende-se por atividade de assistência social, Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III- a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Portanto, a imunidade tributária deve ser entendida como um mecanismo expresso constitucionalmente, trazendo situações que, de fato, não podem ser objeto de tributação, tendo como principal objetivo a garantia dos direitos fundamentais e sociais, como, por exemplo, a liberdade religiosa e de expressão, acesso à cultura e democracia política. O referido requerimento fora negado a parte requerente onde não ficaram comprovados os requisitos necessários a concessão da imunidade tributária, não havendo consonância com os dispositivos ora evocados e as atividades de fato desenvolvidas pela requerente como demonstra o seguinte trecho retirado do julgado em análise, “apesar ser entidade de caráter filantrópico, a Associação não se caracterizaria como instituição de assistência social, pois não haveria correspondência entre os objetivos da recorrente e os da assistência social constitucionalmente previstos.” Diante do exposto, a partir do conhecimento auferido durante a unidade, entende-se por acertada a improcedência do pedido, uma vez que as atividades mencionadas pela requerente como de assistência social e religiosa não se enquadram nas hipóteses taxativas observadas em análise aos dispositivos da constituição federal.
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