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Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 1 Aparelho genital masculino INTRODUÇÃO ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS Os órgãos genitais externos compreendem o pênis, a bolsa escrotal, os testículos, os epidídimos, os cordões espermáticos e os canais deferentes. A uretra mantém estreitas relações, anatômicas e funcionais, com os órgãos genitais internos e externos. ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS Os órgãos genitais internos são constituídos pela próstata e pelas vesículas seminais, ANAMNESE Cuidado ao abordar a paciente neste tema, normalmente se pergunta desse sistema mais no final da anamnese depois de criar uma boa relação médico-paciente Destacar os antecedentes pessoais fisiológicos e hábitos de vida, principalmente no que diz respeito à vida sexual IDADE Nos recém-nascidos destacam-se ambiguidade sexual, hidrocele, edema escrotal (hérnias), criptorquias e dismorfias penianas. Na infância, ocorrem com mais frequência as afecções que interferem com o fluxo sanguíneo testicular (p. ex., torção do cordão espermático). Na puberdade e no adulto jovem, predominam os processos infecciosos, de modo particular as doenças sexualmente transmissíveis e tumores testiculares. Mais tarde, passados os 40 anos de idade, destaca-se o aparecimento de priapismo, hidrocele secundária, prostatovesiculite, câncer peniano e doença de Peyronie. Após os 60 anos, os homens se deparam com as obstruções urinárias de origem prostática, principalmente a hiperplasia nodular benigna e carcinoma da próstata. PROFISSÃO O carcinoma escrotal, por exemplo, ocorre com mais frequência nos indivíduos que lidam com piche e alcatrão (“câncer dos limpadores de chaminés”). As pessoas que trabalham em ambientes de temperatura elevada (forneiros, padeiros) e as que se expõem a radiações ionizantes (técnicos de raios X, radiologistas) são mais propensas aos distúrbios espermatogênicos. SINAIS E SINTOMAS Convém ressaltar que o fato de os órgãos genitais masculinos terem uma dupla função – sexual e urinária – possibilita o surgimento de distúrbios miccionais e sexuais, isoladamente ou de maneira associada. Os principais sintomas das afecções do sistema genital masculino são: dor, hematúria, alterações miccionais, retenção urinária, priapismo (ereção prolongada), hemospermia, corrimento uretral e também ejaculação precoce, impotência sexual e infertilidade. EXAME FÍSICO O exame físico dos órgãos genitais masculinos externos é realizado por inspeção e palpação, devendo o paciente ficar em decúbito dorsal ou de pé. Os órgãos genitais internos são examinados pelo toque retal. É importante ressaltar que se deve explicar todas as etapas do exame, onde irá tocar ou local de inspeção. Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 2 O exame deve incluir sempre a inspeção e a palpação das regiões inguinais, porque aí se encontram os linfonodos que drenam os vasos linfáticos das redes pélvica e perineal. Quando necessária, solicite a companhia de um assistente e caso o paciente for adolescente é importante ter a presença de uma terceira pessoa. Se o paciente recusar fazer o exame é preciso respeitar à vontade dele. Ocasionalmente, se o paciente tiver uma ereção, explique que essa é uma resposta normal, termine o exame e mantenha uma atitude tranquila. EXAME DO PÊNIS A inspeção do pênis, complementada pela palpação, possibilita diagnosticar a maioria das enfermidades que acometem esse órgão. As anomalias congênitas (agenesia, duplicação, macro e micropênis, hipospádia, epispádia, fimose) são facilmente detectadas pela simples inspeção. No exame do pênis é indispensável retrair completamente o prepúcio, única maneira de obter uma boa visualização da glande e do sulco balanoprepucial, expondo-se, dessa maneira, lesões que poderiam passar despercebidas (lesões ulceradas, neoplasias, balanopostites, condilomas). A palpação do pênis pode revelar áreas de endurecimento ao longo do corpo esponjoso, reflexo de processo inflamatório periuretral secundário ou mesmo consequência de cálculo impactado ao longo da uretra. Além de realizar a expressão da glande com o intuito de averiguar se tem alguma secreção ou se sai alguma secreção da uretra, corrimento uretral normalmente é relacionado com DST Placas fibrosas endurecidas no trajeto dos corpos cavernosos podem ser palpadas com relativa facilidade na doença de Peyronie. EXAME DA BOLSA ESCROTAL Investigam-se o formato, o tamanho, as características da pele e os aspectos vasculares. A pele escrotal é enrugada, mas apresenta-se lisa na criança e no adulto com insuficiência hormonal. As massas escrotais podem ser duras ou moles, e são múltiplas as causas: epididimite, orquite, torção testicular, hematocele, neoplasias do cordão espermático e dos testículos, hidrocele, espermatocele, varicocele, hérnias inguinais indiretas, lipomas e gomas do cordão espermático. Os processos inflamatórios, neoplásicos ou traumáticos, alteram a configuração e o tamanho da bolsa escrotal. Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 3 A hidrocele pode aumentar de maneira gigantesca o volume do escroto. EXAME DOS TESTÍCULOS A palpação é o método de maior valor na análise dos testículos. Deve ser feita com extrema delicadeza, não apenas por despertar dor intensa nos processos inflamatórios agudos, como também pelo risco de disseminação venosa nos casos de neoplasia maligna. Palpa-se um dos testículos, comparando-o com o do lado oposto, avaliando-lhe a consistência, o formato, os contornos e o tamanho. Os testículos normais apresentam superfície lisa, consistência elástica – a mesma do globo ocular – e formato ovóide. Áreas endurecidas ou nodulares devem ser consideradas suspeitas de lesão maligna. Criptorquidia EXAME DOS EPIDÍDIMOS Os epidídimos situam-se sobre a borda posterossuperior dos testículos e são facilmente perceptíveis entre os dedos indicador e polegar, fazendo-os deslizar de baixo para cima e de diante para trás, ao longo de ambas as faces dos testículos (manobra de Chevassu) Em seguida, palpam-se os epidídimos, situados acima e posteriormente aos testículos, procurando-se reconhecer as partes que os constituem: cabeça, corpo e cauda. Depois, palpam-se os cordões espermáticos até o anel inguinal externo; por fim, procura-se determinar a existência de hérnia inguinal. Nesta fase do exame, pede-se ao paciente que contraia a musculatura abdominal soprando contra o dorso da mão (manobra de Valsalva) ou que tussa repetidas vezes. O exame é concluído com a pesquisa do reflexo cremastérico. TOQUE RETAL Um exame físico só pode ser considerado completo quando dele consta um toque retal. Antes do exame, solicita-se ao paciente urinar, esvaziando a bexiga o máximo que puder. Se possível, o médico observa o jato urinário. Logo em seguida, palpa-se e percute-se a bexiga para verificar se existe urina residual aumentada. Antes de realizar o toque retal, é necessário inspecionar cuidadosamente a região anoperineal, examinando-se a pele em volta do ânus em busca de sinais inflamatórios, alterações provocadas pelo ato de coçar, fissuras, pertuitos fistulosos, condilomas e abscessos. A inspeção do orifício anal pode revelar a presença de mamilos hemorroidários. O paciente deve ser devidamente esclarecido sobre o que será feito, devendo-se dizer a ele que, durante o exame, poderá ter a sensação de estar evacuando. As seguintes afecções podem ser diagnosticadas pelo toque retal: fissura anal, fístula anorretal, cisto e fístula pilonidal, hemorroidas internas, relaxamento esfincteriano (senilidade, tabes dorsalis,lesões medulares), estenoses retais (congênita, Semiologia | Ana Beatriz Rodrigues e Gleysla Silva 4 linfogranulomatosa, inguinal, senil), abscesso anorretal, pólipos, neoplasias benignas, neoplasias malignas,ânus imperfurado, extensão de neoplasias malignas da uretra bulbomembranosa, enfermidades prostáticas, enfermidades das vesículas seminais e enfermidades das glândulas de Cowper. EXAME DA PRÓSTATA Deve-se analisar o tamanho, a consistência, a superfície, os contornos, o sulco mediano e a mobilidade da próstata. A próstata normal é palpável na parede anterior do reto como uma estrutura em formato de coração (pirâmide invertida, maçã, pera), com a base voltada para cima e o vértice para baixo. Seus lobos laterais são separados por um sulco mediano (encaixe, septo vertical ou sulco interlobular). Em condições normais, a próstata tem o tamanho de uma noz grande, é regular, simétrica, depressível, apresenta superfície lisa, consistência elástica, lembrando borracha, contornos precisos e é discretamente móvel. HÉRNIA A hérnia inguinal é uma protuberância que surge na região da virilha que geralmente se deve a uma parte do intestino que sai através de um ponto fraco dos músculos abdominais. Existem 2 tipos principais de hérnia inguinal: • Hérnia inguinal direta: é mais comum nos adultos e idosos, acontecendo após fazer esforços que aumentam a pressão na barriga, como pegar em objetos pesados; • Hérnia inguinal indireta: é mais comum nos bebês e crianças, pois acontece por um problema congênito que permite a entrada de um pedaço do intestino na região da virilha e até do saco escrotal. Dessa forma, avalia-se a região inguinal, canal/anel inguinal, com intuito de encontrar hérnia inguinal
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