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Epidemiologia das Doenças Ocupacionais W BA 00 23 _v 2. 0 Principais doenças relacionadas ao trabalho Bloco 1 Valéria Masson Riscos ocupacionais e adoecimento Riscos químicos Riscos físicos Riscos ergonômicos Riscos biológicos Risco químico e adoecimento É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos químicos, como: Solventes Agrotóxicos Metais pesados (chumbo e mercúrio) Metais pesados e adoecimento Intoxicação por mercúrio Hidrargirismo Intoxicação por chumbo Saturnismo Exposição ocupacional ao mercúrio Atividades econômicas: • Garimpo. • Manipulação de amálgamas. • Indústria elétrica. • Produção de cloro e soda. Inúmeros acidentes ambientais têm levado à contaminação das águas, de peixes e crustáceos que são consumidos pela população. Exposição ocupacional ao mercúrio: intoxicações agudas e crônicas • Intoxicações agudas: Depressão do sistema respiratório, alterações cardiovasculares (edema pulmonar) e gastrointestinais (diarreia, vômito, corrosão da mucosa gástrica). • Intoxicações crônicas: Alteração do sistema nervoso central, levando a danos cerebrais irreversíveis. Exposição ocupacional ao chumbo Atividades econômicas: • Mineração. • Fundição. • Manipulação de baterias elétricas. • Soldas. • Manipulação de sucatas. • Indústria de plástico e tinturas. Exposição ocupacional ao chumbo: vias de contaminação A absorção do chumbo ocorre por contato com: • Pele. • Ingestão de alimentos ou água contaminada. • Inalação: maioria dos casos. Exposição ocupacional ao chumbo: ação tóxica Sistema nervoso: • Desmielinização e degeneração dos axônios, o que pode provocar um dano ao nervo periférico conhecido como “queda do punho” devido à paresia do nervo radial. Ação sistêmica: • Cólicas abdominais, anemia e neuropatia. Exposição aos agrotóxicos A intoxicação por agrotóxicos atinge principalmente: • Trabalhadores rurais. Pode atingir outros profissionais que atuam: • Produção, transporte, manipulação e armazenamento. Nos casos de intoxicação crônica, os sintomas aparecem de forma tardia e são indefinidos. Já nos casos de intoxicação aguda, os sintomas são severos. Exposição aos agrotóxicos Os sintomas são variáveis, podendo ser classificados: • Leves: fadiga, cefaleia e distúrbios gastrointestinais. • Moderados: fraqueza, dificuldade de fala, mialgia. • Intensos: dificuldade respiratória, sudorese intensa, náuseas e vômitos. Exposição aos solventes A manipulação de solventes ocorre principalmente em: • Indústrias petroquímicas. • Produção e manipulação de vernizes, tintas, colas e plásticos. Absorção: inalação. Sintomas: irritabilidade, depressão respiratória, agitação psíquica, cefaleia severa, fadiga, perda de memória. Risco biológico e adoecimento • É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produtos contendo micro-organismos, como bactérias, vírus, fungos, parasitas, ou secreções, como sangue. • Atividades de profissionais de saúde: enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e dentistas, mas outros profissionais também estão expostos ao manipular alimentos, lixo, restos de animais e meios de cultura. Risco biológico e adoecimento Os acidentes com material biológico são classificados em: • Leves: contato com secreções, urina ou sangue em pele íntegra. • Moderados: contato com secreções ou urina em mucosas; sem sangue visível. • Graves: contato de líquido orgânico contendo sangue visível com mucosas ou exposição percutânea com materiais perfurocortantes. Risco ergonômico e adoecimento • É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao desenvolver a tarefa, considerando a biomecânica do trabalhador relacionada à carga de trabalho, ritmo e movimentos desenvolvidos. • Atividades: com sobrecarga estática levando à sobrecarga do sistema osteomuscular. Trabalhos de ritmo intenso, também podem provocar lesões musculoesqueléticas e alterações psíquicas. Risco ergonômico e adoecimento Desrespeito da biomecânica do trabalhador na realização de tarefas que impõem movimentos: • Torção, flexão de tronco, braços suspensos, cadeiras sem apoios, exigência de força muscular intensa, jornadas prolongadas, controle excessivo de produtividade, repetitividade de tarefas, ritmos excessivos ou monotonia. Principais doenças relacionadas ao trabalho Bloco 2 Valéria Masson Risco físico e adoecimento São considerados riscos físicos as diversas formas de energia, tais como: • Ruído. • Temperaturas extremas. • Vibração. • Pressões anormais. • Radiação. • Umidade. Ruído • A exposição ao ruído, a curto, médio e longo prazo, pode provocar sérios prejuízos à saúde. • O limite para exposição ao ruído segue a lógica de quanto maior o ruído, menor deve ser a exposição. • Níveis elevados de ruído podem ocasionar fadiga, perda de memória, irritabilidade, dificuldade de concentração, hipertensão, alterações cardíacas, gastrointestinais e perda temporária ou definitiva da audição. Vibração • Atividades: ao operar máquinas ou manipular equipamentos, o trabalhador pode ser exposto a vibrações que podem ser localizadas (uso de ferramentas manuais) ou generalizadas (operação de tratores). • Danos à saúde: pode levar à alterações neurovasculares em membros superiores e inferiores, assim como a lesões na coluna. Radiação É uma forma de energia que é transmitida por ondas eletromagnéticas. Pode ser classificada em dois grupos: • Radiações ionizantes: afetar o organismo em nível celular, como aparelhos de raios X. • Radiações não ionizantes (provenientes de operação em fornos, radiação ultravioleta), que geram efeitos como perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele etc. Temperaturas extremas • Exposição ao calor excessivo em trabalho a céu aberto, em fornos ou próximo de outras fontes de calor intenso, pode levar o trabalhador a desenvolver desidratação, insolação, fadiga e alterações neurológicas. • Exposição ao frio intenso pode acarretar no desenvolvimento de congelamento, doenças respiratórias, hipotermia fadiga física. Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) • As DORT também são conhecidas como doenças dos tecidos moles causadas por esforços repetitivos. • São caracterizadas por acometer tendões, nervos e músculos de membros superiores • Presentes em diferentes ocupações, e ocorrem devido à associação de movimentos repetitivos e sobrecarga muscular. Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) • A fisiopatologia inclui processo inflamatório, fadiga neuromuscular e isquemia de tecidos. • Sintomas: dor, paresia, edema, rigidez matinal, alterações de temperatura e formigamento. • Prevenção: avaliação do trabalho buscando eliminar os possíveis estressores, eliminar a fonte, dependendo do grau de lesão. • Tratamento: pode envolver fisioterapia, medicamentos (anti- inflamatórios) ou ato cirúrgico. Lesões de coluna • Fatores de risco individuais: idade, sexo, anormalidades musculoesqueléticas, força e resistência muscular e condicionamento físico. • A coluna sofre durante a ocupação profissional com atividades de levantamento, torção e encurvamento, com posturas inadequadas e tarefas repetitivas. • Dependendo do grau da lesão, além de dor local e limitação de movimento, pode ocorrer lesão do disco intervertebral. Cardiorrespiratório • O estresse influencia diretamente a ocorrência de patologias do miocárdio. • Fatores como: carga de trabalho, insegurança, insatisfação, monotonia, grau de responsabilidade e trabalho em turnos. • Os nitratos orgânicos têm ação vasodilatadora, influenciando o controle da pressão arterial. Já os solventes são cardiotóxicos e levam à diminuição da contractilidade do miocárdio. Cardiorrespiratório • Gases, partículas suspensas, fumos e aerossóis são absorvidos pelos pulmões. • A gravidade das lesões é determinada pela natureza do agente, tempo de exposição, concentraçãodo agente e suscetibilidade do indivíduo. • Os principais agentes causadores de lesões pulmonares são: arsênico, sílica, poeiras de algodão, asbesto, gás cloro, flúor e poeiras de resíduos biológicos. Rins e fígado • Quando o trabalhador é exposto a uma substância química tóxica, observam-se reflexos na atividade devido a lesões agudas ou crônicas que interferem na eficiência desses órgãos. • A hepatite aguda pode ocorrer devido à exposição a solventes alifáticos, aromáticos e metais, como arsênico, chumbo e fósforo. Teoria em prática Bloco 3 Valéria Masson Teoria em prática A. M.C, 34 anos trabalha há um ano em uma indústria de produção de tinturas, atuando diretamente no processo de produção de tintas, necessitando manipular compostos de chumbo e solventes em seu processo de trabalho. Também trabalha exposto ao ruído e altas temperaturas pela proximidade de caldeiras. Além disso, constantemente, apresenta-se em posições de trabalho incômodas, como grande parte do tempo em pé, porém necessitando se agachar e se curvar durante o processo de produção, incluindo movimentos repetitivos. Teoria em prática Classifique os riscos ocupacionais apresentados no processo de trabalho de produção de tintas. Para cada tipo de risco relatado, quais as patologias ocupacionais a que o trabalhador está exposto? Sugestão de resposta Tipos de riscos • Físicos: ruído e altas temperaturas, exposto a problemas de audição, alterações neurológicas e fadiga. • Químico: manipulação de solvente e chumbo, exposto a intoxicação por chumbo, intoxicação por solvente. • Ergonômico: posições incomodas, trabalho em pé, movimentos repetitivos, exposto a DORT, lesões da coluna. Dica da professora Bloco 4 Valéria Masson Dica da professora O portal DATASUS disponibiliza informações que podem servir para subsidiar análises objetivas da situação sanitária, tomadas de decisão baseadas em evidências e elaboração de programas de ações de saúde. Visite o site, conheça as estatísticas de sua região e compare o local onde vive com outras regiões do Brasil. Estão disponíveis dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da atenção, condições de vida e fatores ambientais. Referências BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ L8080.htm. Acesso em: 7 jan. 2020. BRASIL, Ministério do Trabalho. NR32. Segurança e segurança no trabalho em serviços de saúde. Brasília: Ministério do Trabalho em Emprego, 2005. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/ Documentos/SST/NR/NR32.pdf. Acesso em: 7 jan. 2020 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf Referências BRASIL. Ministério do Trabalho. NR15. Atividades e operações insalubres. Brasília: Ministério do Trabalho em Emprego, 2011. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_ SST/SST_NR/NR-15.pdf. Acesso em: 7 jan. 2020. FARIA, M. A. M. Mercuralismo metálico crônico ocupacional. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 1, 2003. MEDRONHO, A. R. Epidemiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2009. https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf Número do slide 1 Número do slide 2 Riscos ocupacionais e adoecimento Risco químico e adoecimento Metais pesados e adoecimento Exposição ocupacional ao mercúrio Exposição ocupacional ao mercúrio: intoxicações agudas e crônicas Exposição ocupacional ao chumbo Exposição ocupacional ao chumbo: vias de contaminação Exposição ocupacional ao chumbo: ação tóxica Exposição aos agrotóxicos Exposição aos agrotóxicos Exposição aos solventes Risco biológico e adoecimento Risco biológico e adoecimento Risco ergonômico e adoecimento Risco ergonômico e adoecimento Número do slide 18 Risco físico e adoecimento Ruído Vibração Radiação Temperaturas extremas Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) Lesões de coluna Cardiorrespiratório Cardiorrespiratório Rins e fígado Número do slide 30 Teoria em prática Teoria em prática Sugestão de resposta Número do slide 34 Dica da professora Referências Referências Número do slide 38
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