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Bioética ebook 1

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19/05/2019 Bioética
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BIOÉTICA
CAPÍTULO 1 - BIOÉTICA: CÓDIGO DE
POSTURA PROFISSIONAL OU
REQUISITO DO SER MORAL?
Hermínio Oliveira Medeiros
 
INICIAR
19/05/2019 Bioética
https://fadergs.blackboard.com/bbcswebdav/pid-10493857-dt-content-rid-25384782_1/institution/laureate/conteudos/bioetica/ebook_html/unidad… 2/31
Introdução
O trabalho dos profissionais da saúde é regido por normas éticas, morais e
deontológicas que conferem humanização e legalidade aos serviços prestados. O
que seria dos pacientes se a sua saúde fosse deixada somente aos interesses do
mercado? Infelizmente, o mercado da saúde envolve atividades altamente
lucrativas e, se não limitados por normas legais e humanitárias, acaba por
influenciar de forma negativa a atividade de empresas e profissionais. Assim,
como a Ética, a Moral e o Direito podem orientar a conduta dos profissionais de
saúde? Veremos que a evolução desses conceitos e a discussão acerca da conduta
profissional elevaram a prestação de serviços a um patamar que visa à proteção
dos usuários dos serviços de saúde em detrimento ao foco exclusivo no lucro
financeiro. E qual o papel da Bioética nesse cenário? A Bioética surge para
representar a necessidade da consciência dos seres humanos quanto ao respeito,
não só a todos os seres vivos, mas também ao planeta, dando expressão prática
aos princípios éticos aplicados à vida e à saúde. Mas como aplicar esses alicerces
no trabalho dos profissionais de saúde? Os diferentes modelos explicativos que
fazem parte da Bioética são utilizados na construção de sólidos padrões de
conduta profissional e no desenvolvimento de ferramentas para a proteção dos
usuários das organizações de pesquisa e serviços em saúde. Os hospitais, por
exemplo, evoluíram muito com o passar dos anos e se transformaram em grandes
organizações prestadoras de serviços de saúde. É o local onde uma complexa rede
composta por gestores, profissionais do cuidado, pacientes e familiares se
entrelaçam intimamente e vivenciam em conjunto situações e conflitos das mais
diferentes naturezas e que necessitam ser analisados e tratados da maneira mais
racional e correta possível. Desde que essas instituições passaram a ser
enxergadas como empresas e o mercado da saúde investiu na oferta de serviços
de saúde como um produto altamente lucrativo, as relações profissional-paciente
sofreram grande impacto e alterou-se a tradicional conjuntura vigente a séculos. O
resultado foi uma assistência extremamente normatizada por códigos e leis e
marcada pela judicialização das insatisfações. No estudo desse capítulo, vamos
compreender os conceitos, a dinâmica e os aspectos éticos que envolvem os
agentes da saúde em seu exercício cotidiano e a sua importância na manutenção
da harmônica relação entre profissionais e seus pacientes, ponto essencial na
recuperação da saúde e preservação da imagem das equipes e organizações que
fazem parte. Bons estudos!
19/05/2019 Bioética
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1.1 O estudo da Ética e da Bioética
O estudo da Ética e da Bioética na área da saúde e de pesquisas, em seres
humanos e animais, surgiu como uma forma de proteger esses indivíduos, antes
tratados simplesmente como um cliente qualquer, ou mesmo como objetos de
pesquisa científica, e devolvê-los à sua dignidade, premissa fundamental de todo
ser humano.  
Pensadores e cientistas cunharam o termo Bioética tendo em vista a necessidade
crescente de um conceito que englobasse a tradicional Ética e as preocupações
que surgiam com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia afetando
 Figura 1 -
Uma das questões que a Bioética se propõe a resolver é: onde se aplica a ética nas organizações de
saúde? Fonte: angelo sarnacchiaro, Shutterstock, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
19/05/2019 Bioética
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diretamente na relação entre os seres humanos com a natureza em um novo
paradigma global. 
Como seríamos sem a Ética e Bioética para se dedicar a normatizar e a fiscalizar as
pesquisas de medicamentos, cosméticos, tratamentos e tecnologias médicas?
Quem protegeria a humanidade dela mesma? Seriam os doentes, miseráveis e
idosos objetos de pesquisa científica sem regulamentação em prol de um “bem
maior”? Todo esse questionamento deve servir como uma primeira análise para
subsidiará nossos estudos.   
1.1.1 A complexidade da Ética
A Ética surge como um estreitamento entre os conceitos de moral e caráter
necessários à vida em sociedade e também como norma balizadora do que é “bem
ou mal” e “lícito ou ilícito”, padronizando a conduta humana na direção da prática
de ações - individuais e coletivas - que desenvolvam o respeito, a autonomia, a
liberdade e a cidadania. 
Por conta da relevância e complexidade, seria desonesto e impreciso definir este
conceito, discutido arduamente desde os tempos antigos, e que se faz atual a todo
o momento nas relações humanas. Se formos buscar sua origem, temos em grego
que a palavra ethikós expressava a conduta, a moral, o caráter e os bons costumes
de um indivíduo, definindo o “homem ético”. Originalmente a conduta ética era
imposta àqueles que exerciam cargos públicos políticos, e, posteriormente,
tornou-se questão fundamental na formação da pessoa humana. No entanto, por
sua natureza subjetiva e profundamente dinâmica, os preceitos éticos que regem
um indivíduo podem ser diferentes daqueles recomendados pelo grupo social ou
classe profissional a que ela pertença (OLIVEIRA JUNIOR, 2009). 
19/05/2019 Bioética
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A sociedade é composta por uma vasta teia de relações humanas que necessitam
de delimitações e normatizações de comportamentos regidos pelos conceitos de
ética e moral (REZENDE, 2006). Nesse âmbito, a Ética representa um compêndio de
critérios de convivência humana transformados em normas de caráter e de
conduta, de natureza dinâmica, ou seja, mudando de acordo com a evolução da
humanidade e de suas relações interpessoais.
Encontramos uma pluralidade de abordagens teóricas que dão origem a
diferentes enfoques da maneira de se praticar a ética, seja no exercício profissional
em saúde em âmbito administrativo, ou mesmo clínico. Independente disso, cada
teoria retira suas bases da ética filosófica fundamental, que mesmo complexa,
apresenta-se padronizada e universal (SANTOS, 2001). 
 Figura 2 - As reflexões sobre a conduta
humana e a ética já ocupavam os antigos filósofos gregos. Fonte: stefane, Shutterstock, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Vejamos que nesse ambiente desponta a Bioética, enquanto aplicação da Ética no
âmbito das ciências da vida, uniformizando a maneira de pensar e de agir dos
profissionais da saúde em busca de relações mais humanizadas e que
proporcionem, acima de tudo, dignidade e respeito aos pacientes. 
1.1.2 A Bioética e a vulnerabilidade
A Bioética expressa a evolução do pensamento humano acerca da necessidade de
normas definidas para a proteção da humanidade dela mesma. O curso da
História evidencia atrocidades cometidas pelos homens contra a própria
humanidade através da realização de práticas desumanas em nome da ciência, da
medicina e da tecnologia disfarçadas do discurso do desenvolvimento em prol da
humanidade.
Para Cruz, Oliveira e Portillo (2010), o desenvolvimento da humanidade está
historicamente ligado, paradoxalmente, à obtenção de conhecimento que deveria
ser utilizado na melhoraria da qualidadede vida. Porém é transformado em poder
potencialmente capaz de provocar danos irreversíveis e em escala cada vez mais
amplas. Assim, as grandes questões bioéticas da atualidade, analisadas à luz do
avanço científico e tecnológico das ciências da saúde, não se referem às
competências do ser humano, e sim às suas responsabilidades. Silva (2010)
reforça essa ideia ao sustentar que o desafio da ética atual se volta à
responsabilidade para com os impactos futuros das ações praticadas hoje, já que
o desenvolvimento da ciência torna o homem capaz de inviabilizar a vida no
planeta. 
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Não podemos desconsiderar que o desenvolvimento das ciências provoca
mudanças significativas nas relações com a natureza e com a humanidade. As
relações sociais é o ponto em que suscitam as discussões sobre dilemas de grande
magnitude como as desigualdades socioeconômicas, o mercado da saúde, a
indústria bélica e as pesquisas científicas envolvendo animais e pessoas. Em
termos gerais, a Bioética protege o lado mais fraco das relações humanas,
aflorando a crescente necessidade de discussões sobre a vulnerabilidade. 
VOCÊ SABIA?
O Serviço de Saúde Pública dos EUA, de 1932 a 1972, realizou uma pesquisa sobre
sífilis utilizando-se de 600 homens negros, dentre os quais 399 estavam infectados.
Conhecido como Caso Tuskegee, o estudo buscava observar a evolução da doença,
porém foi omitido o diagnóstico aos pacientes e não se realizou tratamento dos
doentes, mesmo com terapêutica conhecida. Para mais informações, você pode ler
“O Caso Tuskegee: quando a ciência se torna eticamente inadequada” (GOLDIM,
1999), disponível em:  <https://www.ufrgs.br/bioetica/tueke2.htm
(https://www.ufrgs.br/bioetica/tueke2.htm)>.
 Figura 3 -
A ação de hoje tem consequências no futuro, por isso a responsabilidade é preceito fundamental da
Bioética. Fonte: Mathias Rosenthal, Shutterstock, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
https://www.ufrgs.br/bioetica/tueke2.htm
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A vulnerabilidade tem sido entendida atualmente não somente como uma
característica relacionada às condições do indivíduo em si, mas, de forma mais
ampla, às condições do meio em que vive. Esse meio, seja ambiental ou social,
incorpora aspectos socioculturais ao entendimento do conceito de
vulnerabilidade destacando seu aspecto antropológico de fragilidade inerente ao
ser humano biológico, psíquico e social (LIMA et al., 2017).
O artigo 8º da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (UNESCO,
2005) discorre em sua redação que a vulnerabilidade humana deve ser sempre
considerada nos estudos, na prática e nas aplicações da ciência, da medicina e das
tecnologias da saúde em geral. Indivíduos e grupos vulneráveis devem sempre ser
protegidos e terem sua autonomia, liberdade e integridade respeitadas. São
preceitos que devem ser conhecidos e obedecidos pelos profissionais do serviço
de saúde, entre eles os da gestão hospitalar. 
1.1.3 A complexidade da gestão hospitalar 
O profissional da área de gestão hospitalar se depara com um cenário
organizacional extremamente complexo, pois temos a interação entre atores
distintos em situações difíceis e, muitas vezes, com interesses conflitantes. Equipe
multidisciplinar diversificada, usuários vulneráveis, pressão do mercado da saúde
- representado pelos laboratórios farmacêuticos e de tecnologia médica -,
instituições em situação histórica de déficit financeiro, dentre outros agentes e
recursos, perfazem o ambiente de uma organização prestadora de serviços de
saúde, tendo os hospitais como exemplo máximo de multiplicidade
organizacional.
Ashby (1964 apud COUTO; PEDROSA, 2007) enuncia que um sistema de tamanha
complexidade como um hospital só pode ser gerido com a utilização de um
sistema igualmente complexo ou superior. Por esse viés, todas as normas, atitudes
e condutas no ambiente de prestação de serviços em saúde devem ser delimitadas
pelos preceitos da Ética e da Bioética. Dessa maneira, os profissionais e usuários
podem se proteger mutuamente, além de ser possível oferecer um serviço com
segurança e de real qualidade.
É imensa a responsabilidade social das organizações hospitalares e o
comportamento da gestão está entre as questões que mais influenciam a conduta
dos profissionais da equipe ligada ao cuidado. Assim, implicações ético-
profissionais estão relacionadas às medidas administrativas e devem se atentar
para a segurança, o conforto e o bem-estar dos pacientes (BARRETO; SILVA, 2017).
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Você pode se questionar sobre a aplicação da Ética e da Bioética no trabalho dos
profissionais de gestão em saúde, uma vez que podem estar relativamente
distantes do contato direto com os usuários que representam a essência desses
princípios. Porém, como defendem Malagón-Londoño, Morera e Laverde (2003),
toda atividade humana deve ser regida pelos “seres sociais” na busca sempre do
bem comum. Os hospitais, por se tratarem de um conjunto de seres humanos,
necessitam de uma estrutura rígida de normas regulamentadoras e
comportamentos para o benefício dos usuários.
Os profissionais da gestão hospitalar precisam conhecer a realidade que se passa
dentro das paredes da instituição e se responsabilizar, solidariamente, pela
conduta dos componentes de sua equipe, uma vez que reflete a cultura
organizacional vigente. Cabe aos gestores à busca pela construção de uma cultura
interna pautada nos preceitos éticos e morais e a vigília constante na defesa de
sua aplicação. Somente assim, em meio a um mercado altamente turbulento e
judicializado como o da saúde, poderá manter, ao mesmo tempo, a integridade
dos pacientes, a segurança dos profissionais e a reputação do hospital. Para isso,
códigos são definidos e implementados pela influência da gestão e em conjunto
com os demais profissionais das organizações. Para isso, é preciso uma estrutura
que envolva a ética, a moral e o direito. 
1.2 Ética, Moral e Direito 
A partir do intricado conceito de Ética é possível desenvolver a discussão de temas
como a moral, a integridade, os direitos humanos, a cidadania, a autonomia e a
liberdade. Mesmo tratando de concepções dinâmicas, por se conceberem pelo
momento histórico e social, a essência de suas aplicações práticas é sempre o
direcionamento à proteção da “pessoa humana”, principalmente aqueles em
condição de vulnerabilidade.   
É extremamente importante a diferenciação entre os conceitos de Ética, Moral e
Direito. Apesar do vínculo e sobreposição inegável entre elas, essas três áreas de
conhecimento se distinguem por assumirem diferentes significados no âmbito
prático da vida social. Enquanto a Moral e o Direito baseiam-se em regras que
buscam determinar previsibilidade e padronização para a conduta humana, a
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Ética se preocupa em classificar essas ações em “boas” ou “más”. Em termos
gerais, está na Ética a justificativa das regras impostas pela Moral e pelo Direito
(GOLDIM, 2003).
Vamos esclarecer esses importantes conceitos e suas aplicações na prática
profissional do gestor hospitalar na busca da prestação de um serviço de saúde
justo, humanizado e que atenda aos requisitos ético-legais. 
1.2.1 Conceituando a ética
Sabemos que o conceito de Ética remonta à Antiguidade na Grécia como sendo o
conjunto de costumes, hábitos e valores que se esperavam dos políticos
cuidadores da cidade. Os indivíduos que mantinham a sua conduta baseada
nessas diretrizes em seu tempo eram considerados de bom caráter.Tanto em
termos individuais ou coletivos, para a vida cotidiana ou profissional, a ética se
aplica desde sua origem à manutenção da boa harmonia social. 
Sócrates (469 a.C. a 399 a.C.), filósofo grego do período clássico da Grécia Antiga, é considerado o “pai
da ética” por suas reflexões racionais, sistemáticas e críticas sobre a conduta humana virtuosa.
Acreditava que o saber vem do conhecimento da essência humana, ou seja, é da alma racional que
deve se fundamentar as normas e costumes morais. Por meio de questionamentos sobre verdade,
moral, certo e errado, a indagação ética socrática, é possível se refletir tanto sobre os próprios
indivíduos quanto a sociedade.  
Conceitos modernos definem Ética como conjunto filosófico que abarca a análise
dos juízos de avaliação referentes ao comportamento humano, considerando dois
polos distintos: o bem e o mal. Logo, deve nortear a boa conduta dos seres
humanos em sociedade (FERREIRA, 2005). E o que isso significa em termos
práticos? A Ética proporciona a transformação de valores sociais em ação humana
(DUBRIN, 2003).
VOCÊ O CONHECE?
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Vale ressaltar que o conceito do que é “certo ou errado” é relativo e muda de
acordo com as transformações das sociedades. Valls (2000) apresenta uma
explicação holística e situacional para a Ética como o conjunto dos hábitos e
comportamentos humanos permitidos em delimitado espaço de tempo e
localidade baseando-se nos costumes vigentes considerados morais pela
sociedade.  
Ética pode ser compreendida como uma ciência que trata da linear ordenação das
ações humanas, portanto, uma disciplina de cunho prático, que lida com atitudes
práticas e reais, também definida por alguns autores como a “filosofia da prática”.
É importante entendermos que não se ocupa do irracional e imaginário, mas que
configura a atitude humana materializada.  O indivíduo, com base no contexto em
que está inserido, fundamenta a sua tomada de decisão. Isto é, a razão da escolha
de uma determinada conduta tem base nos fundamentos da tomada de decisão,
razão pela qual se deve ou não fazer algo, ou seja, nas normas, leis e princípios
que regem os fenômenos éticos (FIGUEIREDO, 2008).
 Figura 4 -
Ética é uma construção social e deve servir de norte para as tomadas de decisões dentro da
sociedade. Fonte: garagestock, Shutterstock, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Para além da visão que conduz à harmonia social temos a aplicação da ética nas
práxis profissionais de grupos distintos como a ética médica, a ética política e a
ética em administração, com orientação sempre similar, porém com nuances
específicas a cada ocupação.  É comum que se utilize “ética” e “moral” como
sinônimo, apesar de se tratarem de conceitos distintos. No âmbito filosófico, os
termos se complementam, todavia, apresentam etimologia e significados
díspares. 
1.2.2 A moral e o comportamento humano 
Como vimos, a palavra ética nos impele à natureza, ao caráter do ser humano,
representando assim a conduta dos indivíduos no seu cotidiano na sociedade da
qual participa. Essa postura, que sempre parte de uma índole baseada no livre
arbítrio, pressupõem responsabilidades pelas escolhas feitas uma vez
estruturadas em um padrão, um código temporal, constituído pelos princípios e
valores morais vigentes.
Etimologicamente, a palavra “moral” provém do latim “mores” e expressa
“costume”, ou seja, um padrão social que se consolidou como correto em uma
sociedade e que deve ser seguido “pela mesma” e “para a mesma” na busca da
harmonia das relações sociais. Analisando os autores clássicos, da Antiguidade
aos filósofos e sociólogos contemporâneos, Pedro (2014), define a ética como
particularmente teórica, uma vez que se preocupa com a regulamentação da
moral, essa sim essencialmente prática.
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No campo da moral se conectam os hábitos, os costumes e os comportamentos
sendo as atitudes humanas abalizadas como corretas ou não. Assim, você precisa
ter em mente que embora distintos, os conceitos de ética e moral são
indissociáveis. Uma visão um pouco mais profunda mostrará, sobretudo, que a
Ética estabelece essa íntima relação com a Moral, contudo não possui exclusiva
dependência desta. Ela pode ser considerada como uma ferramenta de reflexão e
questionamento dos indivíduos quanto aos valores sociais vigentes no âmbito da
moralidade (ORESTES-CARDOSO; MELO; ORESTES-CARNEIRO, 2015).
Você deve ter reparado que os conceitos tratados até agora, bem como todo o
arcabouço de normatização das relações sociais que abarcam, parecem abstratos
e filosóficos, mas é importante destacar que são a base das leis que, sem as quais,
 Figura 5 -
O caráter humano é baseado na sua capacidade de agir dentro do que de define como “bem e mal”.
Fonte: jorgen mcleman, Shutterstock, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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não seria possível a vida equilibrada em sociedade. A legislação equaliza os
interesses individuais e coletivos, estabelecendo códigos, acórdãos e punições,
isto é, formulando a concepção do Direito. 
1.2.3 Direito em saúde: atendendo o requisito legal
O Direito surge no contexto da necessidade de normatização da convivência
humana em sociedade. Para isso, cria-se o ordenamento jurídico, o conjunto das
leis de um povo e que regem o seu equilíbrio através da máxima da justiça
buscando, além de orientar a conduta humana, julgar e punir os infratores por
meio de órgãos institucionalizados, como os tribunais. 
A saúde, como todas as demais áreas de interesse da humanidade, é regida pelas
leis gerais do ordenamento jurídico de um povo. Logicamente, pela complexidade
do tema, há legislação específica para regulamentar o funcionamento de
organizações prestadoras de serviços de saúde, de indústrias de medicamentos,
insumos e tecnologia, bem como o exercício dos profissionais, este último bem
definido em códigos de éticas, deontológicos e legislações próprias.
 Figura 6 -
O Direito tem função de orientar, julgar e punir de acordo com o ordenamento jurídico. Fonte:
sergign, Shutterstock, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Couto e Pedrosa (2007) explicam que tal complexidade faz com que instituições
hospitalares sejam submetidas a um extenso arcabouço legal proveniente de uma
grande diversidade de órgãos governamentais, direta ou indiretamente ligadas à
sua atividade. E qual o motivo dessa postura? Pois é devido ao risco à segurança e
integridade dos pacientes frente ao serviço oferecido. Vale ressaltar que a
legislação é dinâmica e avança ininterruptamente em direção ao aumento da
qualidade da segurança dos serviços médico-hospitalares prestados por essas
organizações.
Podemos afirmar que a Ética é a base para a definição e a avaliação da conduta
dos indivíduos em sociedade no exercício de suas profissões. Além disso, também
se preocupa com o comportamento das organizações, aprovando ou reprovando a
postura em relação a um padrão idealizado. Esse padrão é transformado em leis
por meio da redação de códigos de condutas éticos. Existe um código específico
para cada profissão, mas existe também um vasto ordenamento jurídico sobre
como devem agir as organizações, como sistema vivos, na prestação de serviços
de saúde (BARRETO; SILVA, 2017).
Nesse cenário desponta a figura do gestorhospitalar. Seu papel é extenso, uma vez
que deve exercer a função de gestão dos recursos humanos, físicos, materiais,
tecnológicos, econômicos, financeiros, mercadológicos, políticos, dentre outros,
mediar conflitos e na vigilância do respeito aos requisitos legais que norteiam as
boas práticas de uma organização hospitalar, protegendo os usuários e oferecendo
condições dignas de trabalho e de vida à sua equipe. 
1.3 Bioética
A Bioética pode ser entendida, de forma simples, como a aplicação da Ética na
prática dos profissionais da saúde, seja nos âmbitos do ensino, pesquisa e
exercício profissional. Acontecimentos históricos demonstraram a necessidade da
implantação de normas rígidas que limitassem as atividades envolvendo seres
humanos, uma vez comprovadas a realização de atrocidades contra a humanidade
por profissionais que deveriam se dedicar a protegê-la. Ademais, o lucrativo
mercado da saúde e a obstinação terapêutica também suscitaram discussões
sobre o que é ético em saúde e até que ponto pode ir um profissional sem ferir a
liberdade, autonomia e integridade de um ser humano.
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Veremos a seguir as definições e caracterizações envolvendo a temática da
Bioética e como fatos históricos foram importantes na evolução dessa concepção
levando ao conjunto de normas pautadas em valores humanos que compõem o
cerne das profissões de saúde. 
1.3.1 Histórico 
Falar em Bioética é remeter ao Código de Nuremberg e à Declaração de Helsinki,
marcos da legislação em pesquisa com seres humanos. Trata-se de um compêndio
de preceitos éticos, resultado dos julgamentos por desvios éticos e práticas
abusivas criminosas cometidas por médicos durante a Segunda Guerra Mundial.
Entretanto, o termo foi citado pela primeira vez por Fritz Jahr, um pastor da
Alemanha que, no ano de 1927, criticamente em contraposição ao imperativo
categórico enunciado pelo filósofo Immanuel Kant, exprime o seu imperativo
bioético: “respeite todos os seres vivos como um fim em si mesmo e trate-os como
tal” (JAHR, 1927, apud PESSINI, 2013, p. 10). Em seu artigo sobre o relacionamento
ético dos humanos com os animais e plantas, Jahr (1927, apud PESSINI, 2013, p.
15) ampliava para todas as formas de vida o imperativo moral de Kant: “age de tal
modo que consideres a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa dos
outros, sempre como fim e nunca como simples meio”. 
Analiticamente, podemos considerar sua máxima biética como a promoção do
respeito a todo ser vivo como princípio e fim em si mesmo e o seu tratamento
enquanto tal. O conceito proposto por Jahr é ainda mais amplo que o do pioneiro
norte-americano, o bioquímico Van Rensselaer Potter, em 1970, por incluir todas
as formas de vida do planeta, não restrito somente à humanidade (FISCHER et al.,
2017).
O documento de maior visibilidade e aplicabilidade prática nos dilemas bioéticos
é a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos. Este documento
considera que para evitar o perigo, assumir responsabilidades, buscar a
cooperação e expor o sentido moral que dá expressão a princípios éticos, é
necessário e adequado para a comunidade internacional estabelecer princípios
universais que sirvam como base para uma resposta da humanidade para os
dilemas e controvérsias cada vez mais numerosos que a ciência e tecnologia
representam para a espécie humana e o ambiente.
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Nesse sentido, tanto as discussões sobre Bioética quanto definição, caracterização
e dilemas vieram à tona na comunidade científica, política e jurídica, aumentando
o interesse e a consequente necessidade de regulamentação. Considerando que
as decisões sobre questões éticas relacionadas com a medicina, ciências da vida e
tecnologias correlatas possam ter impacto sobre os indivíduos, famílias, grupos ou
comunidades e na espécie humana como um todo. 
1.3.2 Definição e caracterização
Como você pode perceber, a Bioética é cercada de complexidade por envolver
questões de natureza tão controversas e que podem ser avaliadas por prismas
diversos como, por exemplo, as pesquisas com células-tronco, a clonagem, a
eutanásia e o aborto. As diferentes convicções tornam as discussões acirradas e o
consenso infactível entre os grupos sociais.
Se formos conceituar Bioética, temos que é o estudo sistemático da conduta
humana aplicada às ciências da vida e da saúde, analisada a partir de valores e
princípios morais atualmente vigentes. Como fragmento da ética humana, é
voltada para as demandas que envolvem a pesquisa científica, principalmente
aquelas onde se interfere diretamente na vida ou na saúde humana (GOZZO,
2012).
Em sua obra Introdução ao Pensamento Complexo, Morin (2004) afirma que o ser
humano adquiriu uma percepção sem precedentes do mundo em seu aspecto
físico, biológico, psicológico e sociológico. Entretanto, esse conhecimento parece
ter agravado a sua cegueira em relação ao próprio ser humano. O domínio da
ciência faz cada vez mais os métodos de verificação empírica e lógica rejeitarem a
espiritualidade, intrínseca do homem, rechaçando-a pela razão. Como
consequência, apesar de todo conhecimento e tecnologia, o erro, a ignorância e a
cegueira evoluem em todos os lugares, juntamente com o conhecimento
humano.  
Assim, com as expressões do conceito de saúde, do homem biológico e social e,
principalmente da inserção do papel dos profissionais nas decisões da saúde e
para a saúde de seus pacientes, a temática da Bioética vem à tona para respaldar o
exercício profissional e proteger a autonomia e a integridade do homem. 
 
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Referência mais citada na literatura atual sobre a Bioética, o livro Bioética - Ponte para o Futuro (POTTER,
2016) do oncologista Van Potter, publicado na década de 1970, tem um valor inestimável na história e
entendimentos atuais sobre o tema. Reunindo conhecimento em seus mais de trinta anos pesquisando
sobre o câncer, o autor expõe seu olhar para uma bioética global que inclui todo o ecossistema.  
Para Ramos, Nitschke e Borges (2009), o termo bioética surge com o intuito de
reunir as informações e os documentos de interesse ao assunto de forma a
compilar e ordenar o que formará, historicamente, uma melhor compreensão das
ideias em torno do termo. Seria o acompanhamento das evoluções e proposições
conceituais, forjadas por diferentes autores em momentos distintos, visando
contextualizar o enunciado de cada visão conceitual apresentada. 
1.3.3 Contextualização 
É certo que em qualquer argumentação sobre a tônica da bioética é indissociável
o princípio universal da responsabilidade. E o que isso significa? A
responsabilidade está intrinsecamente envolvida nos dilemas éticos e relaciona-se
aos aspectos da conduta humana responsável, praticada por todos os indivíduos
de uma sociedade. Como da ética da responsabilidade pública emanam os
deveres do Estado com os aspectos da vida das sociedades, da Bioética surge
nosso compromisso com a saúde, a qualidade de vida e a preservação do planeta.
Este prisma ampliado de valorização de toda a vida existente no planeta demanda
de uma conscientização individual para atitudes coletivas que demonstrem uma
conduta consciente, humanitária e responsável de todos os atores sociais e,
principalmente, daqueles que se dedicam ao cuidado em saúde, fazendo de
outros seres humanos o foco de seu trabalho seja em organizações prestadoras de
serviços de saúde ou mesmo em seus domicílios (KOERICH; MACHADO; COSTA,
2005). 
Seguindo o fluxo dessas reflexões, chegamos sempre ao que entendemos como
“dignidade humana”, princípio fundamental do Estado Democrático de Direito. A
necessidadeimperativa de preservá-la é critério para a efetiva aplicação da
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Bioética e do Direito aplicado - o Biodireito - principalmente na definição de
limites de realização de determinados experimentos e procedimentos técnico-
científicos. À Bioética e ao Biodireito recairá a incumbência da demarcação de
limites ético-legais no campo de atuação da ciência, coibindo as práticas que
atentem contra a dignidade humana, mesmo que em contraposição a interesses
da própria humanidade, na proteção das minorias e vulneráveis (ALVES, 2001). 
 
Em 1971, no Instituto de Psicologia da Universidade de Stanford, nos EUA, uma equipe de
pesquisadores reuniu voluntários com o intuito de analisar o comportamento humano em uma
sociedade definida por grupos, simulada a partir de papeis de guardas e prisioneiros em uma prisão
simulada. Esse é o enredo do filme O Experimento de Aprisionamento de Stanford (TALBOTT; MCQUARRIE;
HOPSIDOR, 2015). É baseado em uma experiência psicológica real considerada como uma das mais
antiéticas já realizadas.
No artigo 18 da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (UNESCO,
2005), é deliberado sobre a promoção do profissionalismo, da honestidade, da
integridade e da transparência na tomada de decisões, principalmente, no que
tange ao empenho para a utilização do adequado conhecimento científico e da
metodologia disponíveis na análise, discussão e resolução das questões bioéticas.
Também preconiza o diálogo e o debate público pluralista considerando todas as
opiniões individuais e de grupos específicos na proteção ampla dos direitos
sociais.
Potter (1988, apud PESSINI, 2013, p. 11) já propunha uma Bioética ampliada,
transdisciplinar, não somente como elo entre as ciências da saúde e a ética, mas
como um complexo de dimensão global: uma ciência que se preocupasse com a
sobrevivência da espécie humana, de maneira sustentável, utilizando-se do
desenvolvimento do conhecimento das ciências na construção de um sistema
ético de utilização de recursos naturais e vida social. Modelos e princípios foram
propostos por autores atuais da Bioética no intuito de melhor elaborar suas ideias
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e explicar sua visão. É importante conhecer e diferenciar esses modelos para que
se possa desenvolver uma visão holística das distintas perspectivas teóricas que
demarcam o pensamento bioético contemporâneo vigente.
1.4 Os modelos e os princípios da
Bioética
A legislação ainda é incipiente para regulamentar os assuntos envolvendo a
Bioética. A ausência de uma teoria como base absoluta faz com que os limites
estabelecidos pelos códigos atuais sejam controversos. Isso ocorre devido às
diferenças de cultura e opinião e a consequente falta de consenso, o que leva, por
exemplo, com que a experimentação em seres vivos ainda os exponha a situações
de risco sob a justificativa de evolução da ciência e bem de uma maioria.  
A reflexão sobre o uso de pessoas e animais como cobaias em experimentos
culminou na proposição de modelos e princípios norteadores utilizados na
demarcação dos limites da ciência para que continue a evoluir, porém, sem
 Figura 7 -
O uso de animais em testes e experimentos é tema polêmico e área de interesse da Bioética. Fonte:
Vasiliy Koval, Shutterstock, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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prejudicar os objetos do estudo.
1.4.1 Principialismo
O modelo principialista é baseado nos princípios básicos da não maleficência,
beneficência, autonomia e justiça. Muito utilizado como referência, é questionado
quanto à aplicação prática devido à complexidade e diversidade das sociedades
humanas, o que dificulta estabelecer um padrão, por não haver homogeneidade
cultural de visões e opiniões em suas partes. O que leva à dominação de alguns e
exclusão de outros grupos do ponto de vista econômico e moral (SCHRAMM;
PALACIOS; REGO, 2008).
No livro O Nascimento da Clínica  (FOUCAULT, 1963), o autor Michel Foucault discorre sobre a moral
religiosa e os dilemas éticos que cercavam o estudo da medicina principalmente com relação à
utilização de cadáveres, prática proibida nos séculos passados na Europa. 
Para esse modelo o desejável é que o ser humano seja livre e autônomo e no agir
pondere suas atitudes no respeito ao próximo e no direito comum. O homem ético
deve agir para a benevolência e a beneficência (praticar sempre o bem e nunca o
nocivo), exercitar a justiça (refletir e analisar à luz da razão sem mentir nem
tampouco distorcer a verdade) e ser de caráter virtuoso (praticar a solidariedade, a
generosidade, a tolerância, a liberdade e a justiça) (KOERICH; MACHADO; COSTA,
2005).
O princípio apresentado pode ser base de grandes discussões e argumentações
sobre a avaliação da prática benéfica ou nociva, considerando-se perspectivas
diversas e visões contrastantes.  Essa perspectiva é constantemente confrontada
entre os profissionais de saúde (executores) e os legisladores e magistrados
(julgadores) nas discussões sobre o rumo dos aspectos legais sobre temas
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bioéticos.  Na formação dos profissionais de saúde estão presentes os quatro
princípios básicos principialistas, de acordo com Costa (2004, apud KOERICH;
MACHADO; COSTA, 2005):
 
1 – beneficência: diz respeito à obrigação moral de ajudar os outros, de fazer ou
promover o bem;
2 – não maleficência: relaciona-se ao dever de se recusar a praticar qualquer mal
para os pacientes, de não ocasionar danos ou expô-los à risco;
3 – autonomia: refere-se à autodeterminação ou autogoverno, ao arbítrio de
decidir sobre si próprio; resguardando a liberdade de cada ser humano;
4 – justiça: ocupa-se da reflexão sobre a distribuição harmônica e adequada de
obrigações e benefícios sociais.
 
Os quatro princípios, por mais adequados do ponto de vista da conduta humana,
se observados pelo cunho da conveniência e pelo crivo da lei, podem levar a
distorções conceituais e éticas, influenciando sobremaneira na tomada de
decisões. Uma crítica corriqueira é se existe uma hierarquia, uma prioridade, entre
eles: em caso de um dilema bioético, qual deve ser considerado como o mais
importante?
A aplicação do principialismo na oferta de serviços de saúde e na pesquisa
envolvendo seres humanos gera o questionamento se o modelo é ainda
pertinente na conjuntura multifacetada da sociedade contemporânea complexa
atual. Sabemos que grande parte da responsabilidade do desenvolvimento da
moderna medicina científica se deu devido à experimentação em seres humanos e
que, muitas vezes, não se respeitava a autonomia e a dignidade dos pacientes,
bastando a “boa intenção do pesquisador” para que uma pesquisa fosse
justificada moralmente. Hoje, no campo da ética, outros princípios também
passaram a orientar a tomada de decisão, considerando, principalmente a
vulnerabilidade e a proteção à populações em situações de carência  (SCHRAMM;
PALACIOS; REGO, 2008).
Assim, outros modelos também são utilizados para ao discernimento das ações à
concepção da bioética, como por exemplo, o modelo utilitarista, o deontológico, o
do cuidado, o da proteção e o casuístico. 
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1.4.2 Utilitarismo 
O modelo utilitarista avalia as atitudes humanas a partir das consequências que
produzem e que devem ser positivas gerando bem-estare independentemente da
análise de certo ou errado. Na teoria utilitarista, busca-se a felicidade a partir da
satisfação dos interesses dos atores morais, rejeitando-se o que gera sofrimento. A
crítica fundamental a esse modelo se concentra na visão de que o bom para uma
maioria pode ser prejudicial para as minorias, tornando a atitude tomada
inadequada (ANDRADE, 2013). 
VOCÊ SABIA?
Para a realização de testes da vacina da tuberculose (BCG) na Alemanha (1930), 100
crianças foram utilizadas sem o prévio consentimento dos seus responsáveis. O
resultado foi que 75 morreram durante o experimento. O fato ficou conhecido como
“o desastre de Lübeck” e serviu para a elaboração de diretrizes sobre pesquisa com
seres humanos.  
Caille (2001) aponta que utilitarismo defende a ideia de que os homens são
efetivamente sujeitos egoístas, independentes e calculistas, porém, suas atitudes
devem visar o que é justo e virtuoso, contribuindo para a maximização da
felicidade de todos ou do maior número possível de pessoas.
Em sua análise, Pereira (1990) denuncia a existência de um grande esforço, em
especial das nações mais desenvolvidos, na tentativa de aplicação do utilitarismo
como fórmula máxima de orientação da conduta em saúde.
É uma fórmula que nos leva a preocupações em relação às desigualdades entre os
países, o que gera vulnerabilidades e o potencial risco de utilização de pessoas
para o benefício de outras, principalmente na realização de pesquisas científicas
em saúde. O financiamento de pesquisas científicas nesse âmbito pode esconder
o seu real objetivo e camuflar as metodologias discutíveis de desenvolvimento.
Além dos modelos do principialismo e do utilitarismo outras vertentes de ideias
ainda surgiram com o intuito de se explicar as máximas bioéticas e a conduta
humana padronizada por preceitos sociológicos definidos.  
1.4.3 Outros modelos propostos
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Dentre outros modelos bioéticos propostos merecem destaque a ética
deontológica, a bioética do cuidar, a bioética da proteção e a casuística. Os
diferentes modelos explicativos podem ser analisados considerando-se critérios
definidos e que fornecem esclarecimentos das nuances e diferenças entre suas
abordagens fundamentais.
A ética deontológica é amplamente utilizada na elaboração dos códigos de ética
profissionais onde se estabelecem regras de conduta com proibições expressas de
determinadas atitudes. O modelo possui a vantagem de ser mais rígido e livre de
subjetividades por se tratar de um código com forma de lei para reger o exercício
profissional. Ainda assim, por não contemplar as possibilidades de situações
passíveis de dilemas ético-profissionais, não se pode considerar o modelo como
completo necessitando de atualizações periódicas e dificultando o julgamento por
parte dos conselhos profissionais e órgãos governamentais. 
CASO
O medicamento imunoglobulina humana anti-RH, anticorpo pronto
utilizado para a prevenção da eritroblastose fetal - doença hemolítica do
recém-nascido - está em falta devido à falta de matéria-prima no mercado
internacional. Por isso, os hospitais-maternidade apresentam falta do
medicamento causando verdadeiro rebuliço entre os médicos e pacientes.
Porém, o Hospital Santa Clara, por uma diminuição de sua demanda de
obstetrícia acabou por manter um grande estoque do medicamento,
situação que se espalhou na região e causou grande procura. Quando
consultado, o gestor do hospital viu ali uma grande oportunidade de fazer
dinheiro e fixou o valor da aplicação do medicamento em várias vezes o
seu valor de mercado, exorbitando a sua lucratividade e fazendo com que
pacientes mais carentes ficassem sem condições financeiras de pagar pelo
medicamento essencial. Questionado sobre a ética de sua conduta, o
gestou afirmou que sua atitude era legal e que os preços de
medicamentos, eram modulados pelo mercado, através da lei da oferta e
procura.
Diante da situação de algumas gestantes, o gestor se sensibilizou e acabou
ele próprio, indagando a sua atitude. Lembrou-se que ser ético é agir com
justiça e na defesa dos vulneráveis, protegendo a vida e a saúde dos seres
humanos. Sua análise fez com que voltasse atrás em sua primeira decisão
e liberou a aplicação do medicamento a um preço justo e acessível.  
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A bioética do cuidar é um modelo atual por considerar as dimensões biológicas e
sociais da saúde, abordando o seu conceito ampliado. Nesse âmbito, leva-se em
conta que as decisões de saúde tomadas pelo profissional devem ser de acordo
com o contexto sociológico em que o paciente se insere. Assim, sua situação
socioeconômica e cultural, bem como a aproximação entre o profissional e o
paciente, pode influenciar no julgamento correto do caso e na decisão da melhor
conduta a ser seguida.
Já a bioética da proteção aplica-se somente à parcela carente e vulnerável da
humanidade e defende que essas pessoas, pelo déficit social - financeiro, cultural
ou educacional -   não possuem capacidade de decidir sobre a própria vida e
saúde. Nesse modelo, os indivíduos são tolhidos de sua autonomia por se
considerar que sua vulnerabilidade possa influir de maneira negativa em sua
decisão.
Na abordagem casuística, aproxima-se mais do direito clássico pelas decisões se
basearem em um julgamento prévio, mesmo que ainda não expresso em forma de
códigos ou legislação próprios.   Ao conjunto das decisões e interpretações
realizadas pelos órgãos competentes damos o nome de jurisprudência e esta será
utilizada como precedente para a orientação de conduta frente a novos casos
semelhantes. Para Aleksandrowicz (2008), a casuística se resume à retomada da
análise e do julgamento já realizados e homologados de casos específicos para
respaldar uma nova interpretação de normas gerais, raciocínio muito utilizado na
ética prática contemporânea.
Desse modo, a Bioética pode ser examinada por dimensões variadas o que confere
complexidade, relativismo e abstração aos seus ditames. Esse fato, porém, não
diminui sua importância e aplicabilidade na tomada de decisões dos profissionais
da saúde na busca da segurança e manutenção da integridade e dignidade de seus
pacientes. 
Síntese
Ao finalizar os estudos do capítulo, pudemos conhecer o histórico, os conceitos, os
princípios a contextualização da Ética e da Bioética, fundamentos primordiais na
prática cotidiana de qualquer profissional da saúde, seja da área assistencial ou
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administrativa. Assim, é possível compreender a complexidade da temática e
praticar uma conduta baseada nos preceitos éticos e deontológicos apresentados
de modo a promover o bem estar e a justiça na proteção da saúde e da vida dos
usuários dos serviços de saúde. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
reconhecer a Bioética como fundamento de um código de postura social e
profissional;
entender a aplicação da Bioética na prestação de serviços de saúde como
forma de proteção dos usuários;
analisar a complexidade do tema e a dificuldade de se apresentar um
conceito final para a Ética e a Bioética;
apontar a vulnerabilidade como foco primordial dos esforços da Bioética;
expressar a evolução do pensamento humano no que se refere à proteção
da humanidade das ciências e da tecnologia;
explorar a gestão hospitalar como profissão da saúde multifacetada e de
grande complexidade;
discutir o comportamento humano moral, ético e legal nas relações sociais e
profissionais;
utilizar o direito em saúde como ferramenta primordial no atendimento ao
requisito legal por parte dos profissionais e organizações de saúde;
distinguir os modelos e princípios explicativosda bioética e evidenciar como
estes influenciam na tomada de decisão.
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