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HumanizaSUS - Saúde Coletiva e Atenção Primária à Saúde

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SCAPS3 HumanizaSUS 
A Política Nacional de Humanização existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no 
cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando 
trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. 
ESTRUTURAÇÃO 
A PNH se estrutura a partir de: 
• princípios; 
• método; 
• diretrizes; 
• dispositivos. 
 
PRINCÍPIOS 
Por princípio entende-se o que causa ou força a ação, ou que dispara um determinado 
movimento no plano das políticas públicas. A PNH, como movimento de mudança dos modelos 
de atenção e gestão, possui três princípios a partir dos quais se desdobra enquanto política 
pública de saúde: 
 
Transversalidade 
• aumento do grau de comunicação intra e intergrupos; 
• transformação dos modos de relação e de comunicação entre os sujeitos implicados nos 
processos de produção de saúde, produzindo como efeito a desestabilização das 
fronteiras dos saberes, dos territórios de poder e dos modos instituídos na constituição 
das relações de trabalho. 
Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem 
conversar com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir 
saúde de forma mais corresponsável. 
Indissociabilidade entre atenção e gestão 
• alteração dos modos de cuidar inseparável da alteração dos modos de gerir e se 
apropriar do trabalho; 
• inseparabilidade entre clínica e política, entre produção de saúde e produção de 
sujeitos; 
• 24 HumanizaSUS – Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS - 
Integralidade do cuidado e integração dos processos de trabalho. 
As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde. Por isso, trabalhadores e 
usuários devem buscar conhecer como funciona a gestão dos serviços e da rede de saúde, assim 
como participar ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações de saúde e nas 
ações de saúde coletiva. Ao mesmo tempo, o cuidado e a assistência em saúde não se restringem 
às responsabilidades da equipe de saúde. O usuário e sua rede sócio-familiar devem também se 
corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição protagonista com 
relação a sua saúde e a daqueles que lhes são caros. 
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos 
• trabalhar implica na produção de si e na produção do mundo, das diferentes realidades 
sociais, ou seja, econômicas, políticas, institucionais e culturais; 
• as mudanças na gestão e na atenção ganham maior efetividade quando produzidas pela 
afirmação da autonomia dos sujeitos envolvidos, que contratam entre si 
responsabilidades compartilhadas nos processos de gerir e de cuidar. 
Qualquer mudança na gestão e atenção é mais concreta se construída com a ampliação da 
autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que compartilham responsabilidades. Os usuários 
não são só pacientes, os trabalhadores não só cumprem ordens: as mudanças acontecem com 
o reconhecimento do papel de cada um. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como 
legítima cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde. 
MÉTODO 
Por método entende-se a condução de um processo ou o seu modo de caminhar (meta = fim; 
hodos = caminho). A PNH caminha no sentido da inclusão, nos processos de produção de saúde, 
dos diferentes agentes implicados nestes processos. Podemos falar de um “método de tríplice 
inclusão”: 
• inclusão dos diferentes sujeitos (gestores, trabalhadores e usuários) no sentido da 
produção de autonomia, protagonismo e co-responsabilidade. Modo de fazer: rodas; 
• inclusão dos analisadores sociais ou, mais especificamente, inclusão dos fenômenos que 
desestabilizam os modelos tradicionais de atenção e de gestão, acolhendo e 
potencializando os processos de mudança. Modo de fazer: análise coletiva dos conflitos, 
entendida como potencialização da força crítica das crises; 
• inclusão do coletivo seja como movimento social organizado, seja como experiência 
singular sensível (mudança dos perceptos e dos afetos) dos trabalhadores de saúde 
quando em trabalho grupal. Modo de fazer; fomento das redes. 
 
DIRETRIZES 
Por diretrizes entende-se as orientações gerais de determinada política. No caso da PNH, suas 
diretrizes expressam o método da inclusão no sentido da: 
• Gestão participativa e co-gestão: tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de 
análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão. Modo de fazer: rodas, 
colegiados gestores, mesas de negociação, contratos internos de gestão, câmara 
Técnica de Humanização (CTH), Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), Gerência de 
Porta Aberta, entre outros, são arranjos de trabalho que permitem a experimentação 
da cogestão no cotidiano da saúde. 
• Acolhimento: acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular 
necessidade de saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre 
equipes/serviços e usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, o 
acolhimento é construído de forma coletiva. Modo de fazer: escuta qualificada, acesso, 
atendimento a partir da situação individual. 
• Ambiência: ambiência na Saúde refere-se ao tratamento dado ao espaço físico 
entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais que deve 
proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana. Este conceito segue os eixos de 
confortabilidade, espaço de encontro entre os sujeitos e arquitetura. Modo de fazer: 
discussão compartilhada do projeto arquitetônico, das reformas e do uso dos espaços 
de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores de cada serviço é uma 
orientação que pode melhorar o trabalho em saúde. 
• Valorização do trabalho e do trabalhador: é importante dar visibilidade à experiência 
dos trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, apostando na sua capacidade de 
analisar, definir e qualificar os processos de trabalho. Modo de fazer: O Programa de 
Formação em Saúde e Trabalho e a Comunidade Ampliada de Pesquisa são 
possibilidades que tornam possível o diálogo, intervenção e análise do que gera 
sofrimento e adoecimento, do que fortalece o grupo de trabalhadores e do que propicia 
os acordos de como agir no serviço de saúde. É importante também assegurar a 
participação dos trabalhadores nos espaços coletivos de gestão. 
• Defesa dos Direitos do Usuário: os usuários de saúde possuem direitos garantidos por 
lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento desses direitos e assegurar 
que eles sejam cumpridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção até a alta. 
Modo de fazer: todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser informado 
sobre sua saúde e também de decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com 
sua rede social. 
• Clínica ampliada e compartilhada: é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é 
contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere 
a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. Permite o 
enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus 
respectivos danos e ineficácia. Modo de fazer: recursos que permitam enriquecimento 
dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos 
afetos produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os 
profissionais de saúde envolvidos no tratamento quanto destes com o usuário), de 
modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a 
saúde dos usuários do SUS. 
• Construção da memória do SUS que dá certo. 
DISPOSITIVOS 
Dispositivo é um arranjo de elementos, que podem ser concretos (ex.: uma reforma 
arquitetônica, uma decoração, um manual de instruções) e/ou imateriais (ex.: conceitos, 
valores, atitudes) mediante o qual se faz funcionar, se catalisa ou se potencializa um processo. 
 
Na PNH, foram desenvolvidosvários dispositivos que são acionados nas práticas de produção 
de saúde, envolvendo coletivos e visando promover mudanças nos modelos de atenção e de 
gestão: 
Acolhimento e Classificação de Risco (ACR), Colegiado Gestor, Contrato de Gestão, Equipe 
Transdiciplinar de Referência e de Apoio Matricial, Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e 
Câmara Técnica de Humanização (CTH), Programa de Formação em Saúde e Trabalho (PFST) e 
Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP), Projeto memória do SUS que dá certo, Projeto 
Terapêutico Singular (PTS) e Projeto de Saúde Coletiva, Projetos co-geridos de ambiência, 
Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: gerência de porta aberta, 
ouvidorias, grupos focais e pesquisas de satisfação, etc. e Visita aberta e Direito a 
acompanhante. 
OBJETIVOS 
A Política Nacional de Humanização busca: 
• redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso; 
• atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco; 
• implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo; 
• garantia dos direitos dos usuários; 
• valorização do trabalho na saúde; 
• gestão participativa nos serviços. 
 
REDE HUMANIZASUS 
A Rede HumanizaSUS é a rede social das pessoas interessadas ou já envolvidas em processos de 
humanização da gestão e do cuidado no SUS. A rede é um local de colaboração, que permite o 
encontro, a troca, a afetação recíproca, o afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão 
livre, a escuta sensível, a polifonia, a arte da composição, o acolhimento, a multiplicidade de 
visões, a arte da conversa, a participação de qualquer um. 
 
Trata-se de um ambiente virtual aberto para ampliar o diálogo em torno de seus princípios, 
métodos, diretrizes e dispositivos. Uma aposta na inteligência coletiva e na constituição de 
coletivos inteligentes. 
 
O Coletivo HumanizaSUS se constitui em torno desse imenso acervo de conhecimento comum, 
que se produz sem cessar nas interações desta Rede. A grande aposta é que essa experiência 
colaborativa aumente o enfrentamento dos grandes e complexos desafios da humanização no 
SUS. 
 
Referências 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. HumanizaSUS – Método e Dispositivos da PNH. Disponível em: 
https://antigo.saude.gov.br/acoes-e-programas/humanizasus/metodo-e-dispositivos-da-pnh 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. O HumanizaSUS na Atenção Básica. Brasília – DF, 2009. Disponível em: 
https://www.saude.rj.gov.br/comum/code/MostrarArquivo.php?C=MjQyMA%2C%2C 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS – HumanizaSUS, 4ed. 
Brasília – DF, 2010. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_documento_gestores_trabalhadores_sus.pd
f 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 
HumanizaSUS, Política Nacional de Humanização, Documento para Discussão, Versão preliminar, Brasília-
DF, 2003. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSus.pdf 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ambiência, 2ed, Brasília-DF, 2010. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ambiencia_2ed.pdf 
 
https://antigo.saude.gov.br/acoes-e-programas/humanizasus/metodo-e-dispositivos-da-pnh
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_documento_gestores_trabalhadores_sus.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_documento_gestores_trabalhadores_sus.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSus.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ambiencia_2ed.pdf

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