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DIAGNÓSTICO DE RISCOS E IMPACTOS AMBIENTAIS Professor Robson Zago Souza 2 SUMÁRIO 1 RISCOS AMBIENTAIS ................................................................................................................... 3 2 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ...................................................................... 11 3 IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................................................................... 21 4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................. 29 5 RELATÓRIOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................................. 38 6 LEGISLAÇÕES ............................................................................................................................ 48 3 1 RISCOS AMBIENTAIS Caro aluno, neste primeiro bloco nos aprofundaremos nos aspectos que envolvem os riscos ambientais. Você verá, por exemplo, que esses riscos já dizimaram milhares de pessoas ao redor do mundo, como consequência de acidentes catastróficos. Um dos objetivos do bloco, além de fazer com que você conheça um pouco sobre esses os riscos e acidentes ambientais, é fazer com que você diferencie os tipos de riscos existentes. Bons estudos! 1.1 Riscos Ambientais: Contexto Histórico Você já deve ter visto ou ouvido falar em acidentes ambientais de grandes proporções, não é verdade? O infográfico deste tópico apresenta alguns dos principais acidentes ambientais ocorridos com consequências significativas para o meio ambiente, bem como para a saúde pública. Nos últimos anos, problemas ambientais decorrentes dos graves acidentes industriais, tais como derramamentos de petróleo no mar, vazamento de substâncias químicas, acidentes com indústrias mineradores, bem como problemas globais como o efeito estufa e destruição da camada de ozônio estratosférico tem preocupado as nações de uma forma geral. A incerteza sobre as consequências dos impactos ambientais ocasionados pelas atividades antrópicas tem motivado a busca pela prevenção como uma solução para minimizar os diversos impactos ambientais. Dessa forma, torna-se imperativo que os segmentos industriais utilizem de alternativas técnicas para controlar e reduzir os possíveis riscos e acidentes ambientais. Acidente ambiental é definido como um evento não previsível, capaz de, direta ou indiretamente, acarretar danos ao meio ambiente ou a saúde pública. Como exemplo podemos citar os vazamentos ou lançamentos inadequados de substâncias sejam gasosas, liquidas ou sólidas para a atmosfera, solo ou recursos hídricos. 4 Vejamos alguns acidentes de grande repercussão: Seveso/Itália Acidente ocorrido em 1976 devido à ruptura do disco de segurança de um reator, liberando para a atmosfera uma grande nuvem tóxica de dioxina que é considerada uma substância cancerígena. A nuvem tóxica se espalhou por uma grande área da região onde estava instalada a indústria ocasionando a contaminação de pessoas, animais e o próprio solo. Acidente em Bhopal/Índia Considerado um dos piores desastres químicos da História, esse acidente ocorreu em 1984, quando uma nuvem tóxica de isocianato de metila (um produto utilizado na fabricação de inseticidas) causou a morte de milhares de pessoas. A provável causa do acidente foi atribuída à entrada de água em um dos tanques do complexo industrial de uma indústria química, fazendo com que a temperatura e a pressão dos tanques que armazenavam o material se elevassem. Acidente em San Juan/México Esse acidente ocorreu em 1984, com a explosão de um reservatório de gás liquefeito de petróleo (GLP) devido à elevação da temperatura bem acima da temperatura de ebulição à pressão atmosférica. Tudo começou com o vazamento do gás devido uma ruptura de uma tubulação. As consequências foram catastróficas, com centenas de mortos e milhares de feridos. São Paulo - Cubatão/Brasil Infelizmente o Brasil também sofre com acidentes ambientais. Talvez um dos mais conhecidos de nossa História tenha acontecido também em 1984. Tudo começou quando moradores da Vila Socó – Cubatão, perceberam o vazamento de gasolina em um dos oleodutos da Petrobrás, que ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal 5 de Alemoa. Devido a esse vazamento de material inflamável, o fogo se alastrou por diversas áreas, atingindo as moradias de palafitas da região. A tragédia causou a destruição parcial da vila, com centenas de mortos e feridos. Mariana/Brumadinho – Minas Gerais/Brasil Com um intervalo de aproximadamente três anos (novembro de 2015 a janeiro de 2019), dois acidentes ambientais causaram estragos jamais vistos em nosso país. O rompimento das barragens em Mariana e posteriormente em Brumadinho, ambas em Minas Gerais, causaram mais de 200 mortes na sua totalidade. Em ambos os casos, após o rompimento da barragem que era destinada a rejeitos de mineração, houve um “mar de lama” sobre a população próxima dessas cidades. Muitos consideram este o pior crime ambiental de nossa história, já que os rios próximos às regiões afetadas foram contaminados e fauna e flora foram muito castigadas. Goiânia/Brasil Em 1987, mais precisamente em Goiânia, no dia 13 de setembro, um acidente que ganhou grande notoriedade em nosso país causou a morte e a contaminação de várias pessoas. O acidente com o Césio 137, um elemento químico radioativo, mudou para sempre a vida de muitos moradores da região afetada. Ocorreu basicamente quando catadores de lixo encontraram um aparelho de tratamento de câncer que estava em um hospital que não funcionava na época. Ao desmontar a máquina para que pudessem vender suas partes, os catadores entraram em contato com a cápsula de césio-137. Após a venda dos materiais, membros da família do comprador da máquina desmontada começaram a passar mal (alguns chegaram a morrer). Chernobil/Ucrânia Pouco antes do acidente no Brasil com o Césio-137, a Ucrânia viveu dias de terror em 26 de abril de 1986. Um dos quaro reatores de energia nuclear do país explodiu, liberando 6 uma nuvem gigantesca de gases radioativos, matando milhares de pessoas e contaminando outros milhares. Com relação à causa da explosão, nada é muito conhecido. Há quem diga que o aumento de temperatura e a entrada de oxigênio foram decorrentes pela falha dos operadores. Outros dizem que a falha se deu no projeto de construção do reator. O que se sabe é que o reator atualmente está confinado em uma espécie de sarcófago, devido à quantidade de radiação que pode ser espalhada para outras regiões. Por conta de todos esses problemas, há quase 50 anos empresas do mundo todo começaram a se preocupar especificamente com questões relacionadas aos riscos ambientais, pois viram que as possíveis falhas e perigos provenientes de suas atividades poderiam causar a morte de muitos de seus funcionários e, até mesmo, a perda da sua propriedade. Além disso, algumas das principais consequências foram a criação de regulamentações e uma legislação específica para tratar da segurança industrial, antes muito comprometida. 1.2 Riscos Ambientais: Conceito Risco pode ser definido como um potencial de ocorrência de consequências indesejadas decorrentes da realização de atividades. Risco ambiental é aquele que resulta da exposição a um potencial perigo ambiental (MIHELCIC, 2018). Com base na definição de riscos há dois aspectos de grande relevância que precisam ser destacados: o potencial de ocorrência remete à incerteza do risco, ou seja, à probabilidade de ocorrer o acidente, e as consequências indesejáveis refere-se aos diversos tipos de danos possíveis, seja à saúde pública ou ao meio ambiente. Em resumo, o risco pode ser expresso como uma combinação de dois fatores,a frequência esperada de ocorrência e a intensidade das consequências. Já a definição de perigo está bem atrelada ao risco, e nesse caso está relacionada a um conjunto de circunstâncias que podem causar um risco muito grande, como um dano às 7 instalações de uma fábrica, ao meio ambiente e, em alguns casos, levando inclusive à morte. O perigo propriamente dito seria uma fonte de riscos (SANCHÉZ, 2006). Podemos citar inúmeros exemplos de riscos e perigos. Uma indústria química com centenas de funcionários, que possui várias fontes de riscos, pode, por exemplo, acarretar inúmeros acidentes e/ou falhas. Essas falhas podem acarretar um perigo enorme para a indústria, seja por conta de um vazamento ou até mesmo uma explosão. Outro exemplo na área ambiental pode se dar através da construção de um empreendimento em uma floresta, como uma rodovia ou um aeroporto. O perigo nesse caso é, sobretudo, ao meio ambiente, onde poderá ocorrer a destruição maciça dos recursos naturais, além da possível diminuição da fauna e flora e contaminação dos corpos hídricos. 1.3 Tipos de Riscos Ambientais De acordo com Sanchéz (2006), os riscos ambientais podem ser classificados em tecnológicos ou naturais, agudos ou crônicos. Os riscos naturais podem ser divididos em: Atmosféricos: dizem respeito aos processos e fenômenos meteorológicos (tornados, trombas, d’água, raios e secas). Hidrológicos: como por exemplo inundações. Geológicos: podem ser divididos em função dos processos endógenos (atividades sísmicas e vulcânicas) ou exógenos (erosão, escorregamentos e assoreamento). Biológicos: referem-se à atuação dos agentes patogênicos. Siderais: têm origem na camada externa da superfície planetária (queda de meteoritos). Deve-se ressaltar que os riscos naturais podem ser submetidos aos agentes aceleradores dos processos, como por exemplos as atividades antrópicas. Como exemplo podemos destacar as inundações que, embora sejam fenômenos naturais passíveis de ocorrência 8 em qualquer lugar no planeta, podem ter sua intensidade e frequência aumentados em função de algumas alterações no meio ambiente, como os desmatamentos e impermeabilização do solo. Os riscos tecnológicos são aqueles ligados ao homem e que certamente causam grandes impactos ambientais. Um exemplo é o vazamento de produto tóxico ou até mesmo radioativo que acontece em um ambiente. Os riscos causados por esses produtos podem ser catastróficos e até mesmo irreversíveis, uma vez que um produto químico pode se infiltrar no lençol freático contaminando todo o solo e água da região, além de causar a morte de muitas espécies da flora e fauna. Já o produto radioativo, como sabemos, é capaz de realizar mutações em células e causar morte e anomalias a milhares de pessoas e animais. Outros exemplos de riscos tecnológicos podem ser atribuídos a quedas de aviões e colisões de automóveis. Segundo Sanchéz (2006), os riscos tecnológicos podem ser divididos em agudos e crônicos: Agudos: são acarretados pelo funcionamento não ideal de um sistema que foi criado pelo homem, mas que, por uma falha, traz inúmeros problemas, como vazamento de petróleo em uma plataforma ou um grande acidente industrial. Crônicos: são ditos como muito silenciosos, pois vão sendo liberadas pequenas quantidades de poluentes dos mais diferentes agentes (físicos e químicos), podendo causar efeitos à longo prazo. 1.4 Riscos Ambientais: Fatores Determinantes e Condicionantes Mineração e agricultura são atividades básicas de toda economia mundial. Por conta disso, através da extração e do uso dolo, observam-se inúmeros impactos ambientais decorrentes dessas atividades. Há quem diga que os demais impactos causados pelo homem não são significativos quando comparados a esses dois. 9 Olhando para o lado da mineração, são vários os impactos ao ambiente e, consequentemente, os riscos dessa atividade. A poluição da água, ar e sonora, por exemplo, são fatores determinantes e condicionantes para causar uma catástrofe no meio ambiente, como a destruição da flora e fauna, além da contaminação do ar da região, com a ocorrência de incêndios, por exemplo. Uma água contaminada pode trazer inúmeros impactos, como o desabastecimento para os moradores e a acidificação dos rios, causando a morte de peixes e outros seres aquáticos, turbidez etc. Infelizmente, esse tipo de impacto ambiental está muito longe de acabar, pois mesmo sabendo do seu impacto negativo para a sociedade, é ela mesma que exige a atuação da mineração para o crescimento e manutenção de sua qualidade de vida. O artigo “Impactos ambientais causados pela mineração” aborda com mais ênfase tudo o que foi comentado. Além dos impactos ambientais que ocorrem por conta dessa atividade, o artigo aborda quais são os tipos de extração mineral, tais como mineração do ouro, extração de carvão, garimpo, etc., e quais são as consequências da mineração para o meio ambiente. O artigo finaliza citando os fatores que influenciam a natureza e a extensão dos impactos ambientais. Conclusão Chegamos ao fim do nosso primeiro bloco intitulado “Riscos Ambientais”. Nele, foi possível conceituar e diferenciar os diversos tipos de riscos existentes, além de verificar a importância de cada um. Vimos também que os acidentes ambientais há tempos causam desgraças não só no nosso país, mas nos quatro cantos do mundo. Também vimos brevemente os fatores determinantes e condicionantes dos riscos ambientais, bem como a importância de se ter um estudo mais aprofundando sobre o caso, pois se trata de um caso de saúde pública. 10 Referências Bibliográficas BBC. Brumadinho é o maior acidente de trabalho já registrado no Brasil. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47012091>. Acesso em: Março/2019 INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS: ESTUDO DE CASOS. Caso 058: O Desastre de San Juanico (1984). Disponível em: <http://inspecaoequipto.blogspot.com/2014/02/caso- 058-o-desastre-de-san-juanico-1984.html>. Acesso em: Março/2019. MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, J. B. Engenharia Ambiental: fundamentos, sustentabilidade e projeto, 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018 PENSAMENTO VERDE. Acidente de Bhopal e o vazamento de gases tóxicos na atmosfera. Disponível em: <https://www.pensamentoverde.com.br/meio- ambiente/acidente-de-bhopal-e-o-vazamento-de-gases-toxicos-na-atmosfera/>. Acesso em: Março/2019. SANCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. SUPER INTERESSANTE. O que foi o acidente com o Césio-137. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-o-acidente-com-o-cesio-137/>. Acesso em: Março/2019. TAKASHIMA, Vinicius. Acidente de explosão no Seveso. Disponível em: <http://anguloscidadania.blogspot.com/2017/11/acidente-de-explosao-no-seveso- vinicius.html>. Acesso em: Março/2019. 11 2 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS Nesse segundo bloco aprenderemos um pouco mais sobre a análise e a avaliação de riscos ambientais. Atualmente, as indústrias estão sendo obrigadas a utilizar diferentes técnicas de perigos baseados em inúmeras legislações vigentes, a fim de evitar danos ao meio ambiente. Bons estudos! 2.1 Técnicas de Análise de Risco Ao longo dessa disciplina você já se deparou com textos, artigos e aulas que falam dos impactos negativos causados pela ação humana, certo? Para que esses diferentes tipos de riscos ambientais diminuam ou até mesmo sejam eliminados, o homem criou inúmeras técnicas de análise de riscos. Essas técnicas são ferramentas imprescindíveis para o correto gerenciamento de uma empresa. Existe uma sutil diferença entre análise e avaliação de impactos ambientais. Na análise, o objetivo é identificar os fatores que contribuíram para os resultados. Já a avaliação tem o intuito de compararos resultados que foram muitas vezes alcançados com aquilo que foi desejado. Por essa razão, a análise de riscos ambientais é de extrema importância, pois nesse campo de observação, os resultados serão interpretados e compreendidos. Existem, hoje em dia, inúmeras técnicas de análise de riscos. Veremos algumas delas a seguir. Análise Preliminar de Perigos (APP) A primeira das técnicas apresentada se chama Análise Preliminar de Perigos (APP). Essa técnica consiste no preenchimento de uma planilha onde os principais itens a serem preenchidos são: causa, modo de detecção, efeitos, além das recomendações e 12 observações. A seguir, um modelo de apresentação de uma planilha para a elaboração da APP: Exemplo: no primeiro campo devemos colocar um tipo de risco que possa existir dentro da empresa, como uma liberação tóxica, por exemplo. A seguir, devemos preencher as possíveis causas dessa liberação (como um vazamento ou até mesmo o não consumo de todo gás tóxico). Depois, é necessário indicar se existe um modo de detecção, como um alarme ou se ele simplesmente não existe e quais os possíveis efeitos desse risco (possíveis mortes, por exemplo). É necessário categorizar esse risco em três frentes (frequência, severidade e risco). No campo frequência existe uma classificação que vai desde “Muito Improvável”, simbolizado pela letra A, indo para “Improvável”, onde se utiliza a letra B, passando por “Ocasional” (letra C), “Provável” (letra D) e, por último, “Frequente” (letra E). Já no campo severidade deve-se mencionar se o incidente é “Desprezível” (simbolizado pelo número I em romano), “Marginal” (II), ou seja, com potencial de causar ferimentos e pequenos danos ao meio ambiente, “Crítico (III)”, nesse caso é capaz de causar grandes danos ao meio ambiente e instalações e, por último, “Catastrófico” (IV), com potencial de causar danos irreparáveis, por exemplo. A última frente a ser mencionada é a categoria de risco, passando de “Desprezível” (1), “Menor” (2), “Moderado” (3), “Sério” (4) e “Crítico” (5). Por fim e não menos importante, deve-se escrever quais são as medidas e/ou observações para que esse risco seja de fato extinto ou minimizado. Uma das 13 observações que podem ser dadas de acordo com o exemplo dado sobre a liberação tóxica é a instalação de um sistema de alarme e minimizar armazenamento local. HazOp HazOp é uma técnica que deve contar com uma equipe multidisciplinar que trabalha para evitar possíveis anomalias dentro de uma empresa. Também deve ser preenchida uma tabela, como você verá a seguir: Fonte: Amorim, 2013. Na primeira coluna deve-se estabelecer uma palavra-guia, que tem como função apresentar se existe aumento ou diminuição quantitativa. Depois, deve-se preencher qual o tipo de desvio (se é menos vazão ou mais vazão de um líquido) e, sucessivamente, preencher o campo de causas possíveis (a fim de evitar o possível problema). Tanto o campo “consequências”, como o de “ações requeridas” são muito parecidos com a técnica anterior. 14 What if? Por fim, temos a What if?, técnica bastante interessante e um pouco mais simples que aponta as causas e consequências a partir de uma pergunta: “O que aconteceria se?”. Veja a tabela a seguir: Atividade O que aconteceria se Causas Consequências Observações e Recomendações Exemplo: na primeira coluna deve ser escrita qual é a atividade que vai desencadear todo o processo. Por exemplo, a construção de uma hidrelétrica. Após isso, deve-se responder a um questionamento, algo do tipo “o que aconteceria se fosse construída uma barragem na região” para depois serem apontadas as causas, consequências e, é claro, as observações e recomendações. Para ilustrar o exemplo anterior, poderíamos citar como causa o alagamento da região, como consequência, a morte de peixes e/ou a queda do número de peixes para os pescadores. Como observação e/ou recomendação pode ser realizado um estudo mais aprofundado na área para evitar tal problema. 2.2 Avaliação da Exposição, Percepção e Comunicação de Riscos Ambientais Você já deve ter ouvido falar em expressões do tipo: “Não subestime a mãe natureza”, ou ainda, “Aqui se faz, aqui se paga”. Contextualizando essas expressões com a nossa temática, podemos falar um pouco sobre os riscos de acidentes ambientais que todos 15 nós estamos passíveis de enfrentar. Acidentes como terremotos, maremotos e até mesmo tsunamis ocorrem quase diariamente nos quatro cantos do planeta. Precisamos nos recordar do significado de risco, que nada mais é do que uma combinação entre a magnitude dos danos atrelada à frequência da sua ocorrência. Muitas das vezes esses acontecimentos não foram ou não são previstos pelo homem, o que torna cada vez mais difícil encontrar soluções ou medidas para atenuar ou eliminar qualquer tipo de impacto, até mesmo aquele que, por muitas vezes, pode ser fatal. Por essa razão, é imprescindível que se concentrem estudos em busca de respostas principalmente para os grandes acidentes. O uso da comunicação, por exemplo, pode ser uma importante ferramenta para o acesso à informação, juntamente com o estudo da percepção de risco, que vai procurar sinais negativos que podem causar grandes estragos. Outro item que também precisa ser considerado é a avaliação da exposição dos riscos ambientais. É extremamente importante saber, por exemplo, quais são os agentes de um ambiente de trabalho. Tanto um agente físico, químico ou biológico pode causar inúmeras enfermidades nas pessoas e, dependendo da sua concentração, impactos irreversíveis no meio ambiente. 2.3 Técnicas de Identificação de Perigos Dentre as diversas técnicas utilizadas para a identificação de perigos, as mais comumente utilizadas e aqui apresentadas, são: 1. Análise Preliminar de Perigos (APP) 2. Estudo de Perigos e Operabilidade (HazOp – Hazard and Operability Study) 3. Lista de Verificação (Checklist) 4. Análise “E se...” (What If...?) 5. Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) 6. Análise Histórica de Acidentes 7. Análise de Causas e Consequências 16 8. Análise de Árvore de Falhas (AAF) 9. Análise de Árvore de Eventos (AAE) Existem muitas técnicas de prevenção de impactos negativos dentro de uma empresa. O vídeo que foi indicado nesse subitem, por exemplo, aponta algumas técnicas e dicas de identificação de perigos mais utilizadas nas empresas brasileiras. É importante ressaltar que não existe uma técnica perfeita, pois cada uma delas apresenta vantagens e desvantagens. Também é importante frisar que as empresas podem utilizar mais de uma das técnicas apresentadas, podendo dessa forma alcançar um alto grau de excelência. Existe, por exemplo, uma técnica chamada Análise de Modos de Falhas e Eventos (AMFE) que, diferente das outras técnicas mostradas acima, faz uma análise individual de componentes que possam causar danos em um sistema. Ainda diferente das técnicas estudadas, ela não considera erros humanos. Abaixo segue um modelo de planilha de AMFE: 17 Fonte: Amorim, 2013. Já a Análise de Segurança da Tarefa (AST) é outra técnica bastante eficiente, pois descreve passo a passo as etapas, além de citar as medidas preventivas. Essa técnica, inclusive, é muito parecida com outra que já estudamos aqui: a Análise Preliminar de Perigos (APP), porém, a AST foca em uma tarefa e suas diversas etapas. 18 2.4 Estudo de Análise de Riscos Ambientais (EAR) Você já percebeu que este bloco enfatiza as análises e avaliações de impactos ambientais, não é mesmo? Nesse subitem não será diferente. O estudo de análises de riscos é uma ferramenta que não necessariamente é restrita à área de gestão ambiental, mas pode ser usada em outras áreas,até mesmo na gestão de projetos. O EAR se baseia na quantificação e qualificação de riscos através de cálculos matemáticos e, é claro, na identificação de perigos. Para a elaboração do EAR são realizadas algumas etapas importantes. Uma delas é a caracterização da região a ser estudada. Nessa primeira etapa é realizado um levantamento da região que será influenciada pela construção do empreendimento, além da caracterização de todas as atividades operacionais. Após toda a coleta de informações, os resultados são cruzados e interpretados. Outra etapa da EAR é a de identificar perigos que, por sua vez, podem causar acidentes. Nessa etapa o estudo visa identificar eventos indesejáveis para que sejam eliminados. Nesse caso são definidas as hipóteses acidentais, que podem causar grandes consequências. Detalhe: nessa fase são empregadas técnicas de identificação de perigos, tais como a APP, Hazop, What if e/ou Checklist. A partir daí, são realizadas as estimativas dos efeitos físicos de análise e de vulnerabilidade. Nessa etapa deverão ser utilizados modelos matemáticos que representem os efeitos decorrentes das hipóteses que foram identificadas através das técnicas realizadas na etapa anterior. Uma das representações que possam representar os possíveis efeitos são as sobrepressões causadas pelas explosões e as radiações térmicas oriundas de incêndios. As próximas etapas estão relacionadas com estimativas de efeitos e frequências de falhas de equipamentos. Nessas etapas também podem-se utilizar técnicas de identificação de perigos, tais como a Análise Árvore de Eventos (AAE), a Análise de Árvore de Falhas (AAF), além da Análise Histórica de Acidentes. Os dados referentes aos equipamentos costumam estar disponíveis nos fabricantes que, por sua vez, precisam manter o seu banco de dados sempre atualizado. 19 Com relação à última etapa antes do gerenciamento de riscos, a estimativa e a avaliação dos riscos dependem de uma série de fatores a serem contemplados, como danos à saúde e levantamento de possíveis vítimas fatais. Por fim, é necessário criar um programa que contemple todas as informações citadas acima: um programa de gerenciamento de riscos. Esse programa é parte fundamental de um processo de análise e avaliação de riscos e passa por auditorias com intuito de melhorar sempre, além da criação de um plano de emergência. O Plano de Ação de Emergência, por exemplo, é um elemento fundamental, pois através dele são criadas ações que visam à minimização de impactos de perigos não identificados. Esse programa de gerenciamento de riscos contempla também os seguintes itens: revisão de riscos e processos, pois a empresa sofre muitas transformações durante o processo; capacitação dos profissionais; investigação de acidentes, até para que se saibam as possíveis causas; auditorias, que são importantíssimas ferramentas desde que feitas de forma periódica. Nesta etapa também é criado um Plano de Emergência Individual (PEI), porém, específico para incidentes de poluição relacionados a óleo no mar. Esse plano deve possuir minimamente os cenários acidentais, a estrutura organizacional, a análise da vulnerabilidade, os equipamentos e materiais de resposta e os procedimentos operacionais de resposta. 2.5 Normas Aplicadas Veremos agora que tudo o que foi mostrado até então é totalmente amparado por legislações. Especificamente sobre a avaliação de impactos ambientais (AIA), a Resolução CONAMA n.1, de 23 de janeiro de 1986 dispõe sobre seus critérios básicos. Um dos itens importantes apontados nessa resolução e que são consideradas ferramentas importantíssimas para a AIA são o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Nessa resolução são definidas, por exemplo, quais são as atividades onde o EIA/RIMA é obrigatório. Não é qualquer atividade, por exemplo, que necessita de um EIA/RIMA, tais como a reforma ou a construção de uma 20 casa. Já para a construção de aeroportos, rodovias, aterros sanitários, enfim, grandes construções, aí sim um estudo acompanhado de um relatório é obrigatório. A resolução também aponta algumas atividades técnicas relacionadas ao estudo de impacto ambiental, tais como: diagnóstico ambiental, o meio físico, biológico e socioeconômico. O meio físico faz referência a fatores abióticos, como o solo, a água, o ar etc. Já o meio biológico está relacionado basicamente a fauna e a flora. Por fim, o diagnóstico socioeconômico faz menção ao uso e ocupação do solo, as relações de dependência a sociedade local e a potencial utilização dos recursos ambientais. Conclusão Chegamos ao fim do nosso terceiro bloco “Análise e Avaliação de Riscos Ambientais”. Nele foi possível observar que, por mais que a ação antrópica ainda castigue a natureza, o homem pouco a pouco tenta restabelecê-la. Isso é notado através das diversas técnicas de identificação de perigos apresentadas ao longo desse bloco, além de estudos de análises de riscos. Toda e qualquer técnica/estudo apresentado nesse bloco tem o intuito de diminuir os impactos ambientais, mesmo sabendo que eliminá-lo em 100% é algo quase impossível de atingir. Referências Bibliográficas AMORIM, E. L. C. Curso completo de análise de risco. Notas de Aula. Maceió, 2013. Disponível em: <www.ctec.ufal.br/professor/elca>. Acesso em: Março/2019. Apostila do curso sobre estudo de análise de riscos e programa de gerenciamento de riscos. Módulo 10. Ministério do Meio Ambiente. 2006. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/_12.pdf>. Acesso em: Março/2019. FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE (FEEMA). Instrução técnica para elaboração de Estudo de Impacto Ambiental – EIA e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. Rio de Janeiro: FEEMA, 2007. 21 3 IMPACTOS AMBIENTAIS Olá! Neste terceiro bloco daremos início ao estudo dos impactos ambientais e das metodologias de avaliação de impactos, assim como das medidas mitigadoras e compensatórias para reduzir as consequências dos impactos gerados. Embora a eliminação dos impactos negativos seja um pouco utópica, é necessário pensarmos como viver aplicando o conceito de desenvolvimento sustentável. Por conta disso, existem alguns métodos criados para se avaliar a grandiosidade dos impactos ambientais para que, então, sejam tomadas as medidas pertinentes. 3.1 Impactos Ambientais: Conceito Antes de conceituarmos impacto ambiental é importante sabermos que os mesmos possuem uma série de características peculiares. Vejamos: o impacto pode ser direto ou indireto, por exemplo, ser temporário ou durar a vida toda, ser um impacto apenas local (em uma região), ou até mesmo ser um impacto estratégico. Com base nesse contexto, de acordo com a resolução CONAMA 001/86, impacto ambiental é: “Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”. Você verá que os impactos ambientais podem ser não somente negativos, mas também positivos. Um impacto positivo é aquele que pode trazer benfeitorias à população, como por exemplo, na construção de uma estação de tratamento de água. Os impactos ambientais podem ser classificados da seguinte maneira: 22 OS IMPACTOS AMBIENTAIS PODEM SER: Diretos e Indiretos Imediatos e a Médio e Longo Prazo Temporários e Permanentes Reversíveis e Irreversíveis Benéficos e Adversos Locais, Regionais e Estratégicos Outra expressão também abordada nesse bloco é o “aspecto ambiental” e sua definição está associada aos elementosproduzidos nas atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. Seria algo como a causa que levará à consequência (impacto ambiental). Exemplo: na lavagem de um automóvel é utilizado água, que poderá causar um impacto muito grande ao ambiente, como a diminuição desse recurso natural tão importante. Portanto, o uso da água seria o “aspecto ambiental”, enquanto que a diminuição desse recurso seria o “impacto ambiental”. A tabela a seguir exemplifica algumas atividades com seus respectivos aspectos e impactos ambientais: Fonte: VERBANAC, s/d. Com base em todo o contexto apresentado é possível que o meio impactado seja, de fato, recuperado. Existem, para tanto, diversas aplicações e medidas técnicas que são realizadas visando à restauração ambiental, como medidas de manejo ou até mesmo o plantio de espécies de árvores. Trata-se das medidas mitigadoras e compensatórias, que serão abordadas mais adiante. 23 3.2 Previsão de Impactos Ambientais: Bases Conceituais Quando falamos de impacto ambiental, temos que ter em mente que esse impacto necessita ser previsto. É basicamente isso que a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) faz. A AIA é uma ferramenta política de planejamento e deve ser organizada através de uma série de atividades em sequência para que, então, possa ser feito um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O processo de Avaliação de Impacto Ambiental apresenta as seguintes características: Conjunto de procedimentos: como falado anteriormente, os procedimentos devem estar ligados entre si, a fim de atender aos objetivos da AIA. Regido por uma legislação/regulamentação: todos os componentes são e devem estar previstos na legislação. Documentado: os requisitos para o atendimento das solicitações devem ser realizados de forma prévia, além de serem documentados e registrados. Diversos participantes no processo: os envolvidos são os mais variados possíveis, desde a autoridade até os grupos de interesse. Voltado para a análise da viabilidade ambiental: característica que mostra a real importância do AIA; é a finalidade do processo de avaliação de impacto ambiental. Você percebeu que a aplicação de uma avaliação de impacto ambiental não é tão simples assim. A seguir, você irá conferir as etapas desse processo: Apresentação da proposta: o processo tem início quando um plano ou um projeto é apresentado para aprovação. Triagem: selecionar, dentre as diversas ações antrópicas, quais serão aquelas que, de fato, podem causar grandes impactos ambientais. Determinação do escopo do estudo de impacto ambiental: em grandes empreendimentos que requerem um estudo de impacto ambiental é necessário saber a profundidade e abrangência desses estudos. Elaboração do estudo de impacto ambiental: talvez a atividade mais importante do processo, onde uma equipe multidisciplinar estará disposta a verificar a 24 grandiosidade dos impactos ambientais visando eliminar ao máximo os impactos negativos. Análise técnica do estudo de impacto ambiental: parte do processo que cabe a um órgão governamental capaz de autorizar o empreendimento. Consulta pública: através de audiência pública, fazer com que as partes interessadas tomem conhecimento das mudanças e, consequentemente, dos impactos que serão causados. Decisão: momento em que o empreendimento recebe ou não uma autorização. Monitoramento e gestão ambiental: gestão do empreendimento visando implementar medidas de compensação de impactos negativos, além de monitorar se aquilo que foi previsto realmente se confirmou. Documentação: um grande número de documentos deve ser preparado visando à conquista de uma licença ambiental. Falando especificamente sobre as previsões dos impactos ambientais, é muito importante se planejar e definir um roteiro de trabalho visando, por exemplo, estimar a intensidade dos impactos, além de comparar e selecionar alternativas para que ocorra sua diminuição. Agora que você conheceu um pouco mais sobre os impactos ambientais, viu que o problema é mais sério do que parece, não é mesmo? Uma das formas de evitar que grandes catástrofes ambientais aconteçam é por meio da previsão das mesmas. Dessa forma, com um gerenciamento ambiental, as falhas podem ser apontadas de modo que, antes mesmo que elas venham a acontecer, algumas recomendações já tenham sido criadas. Veremos ao longo do bloco a utilização do método de Análise dos Modos de Falhas e seus Efeitos (FMEA) no gerenciamento ambiental. Este método, projetado inicialmente para estudar as falhas potenciais em produtos na indústria aeronáutica, mostra ser uma metodologia eficiente para a realização de análises de riscos ambientais. Mais uma vez é importante frisar que não existe uma metodologia “melhor” que a outra. O que existe, às vezes, é uma metodologia se encaixar melhor em áreas distintas. 25 A metodologia utilizada e apresentada no artigo indicado (FMEA) é um método qualitativo que aponta uma lista de falhas e efeitos causados por elas e que é de fácil aplicação, além de poder ser utilizada nas etapas de projeto, construção e operação. 3.3 Impactos Ambientais: Métodos de Avaliação Os impactos ambientais produzidos pela ação antrópica dependem de estudos de impacto ambiental (EIA), que têm como intuito planejar ações para que os impactos negativos sejam os menores possíveis. Para identificar esses impactos é primordial que se conheçam suas causas, que podem ser identificadas através de uma lista prévia das atividades que o empreendimento realiza. Existem inúmeros métodos de avaliação de impactos ambientais, sendo que cada método apresenta suas vantagens e desvantagens, não havendo um que proporcione uma completa avaliação do impacto ambiental de um empreendimento. Os métodos são: Métodos “AD HOC”: Método mais rápido de avaliação e de baixo custo; basicamente se dá através do encontro de especialistas (equipe multidisciplinar), onde são elaborados relatórios apontando os diversos pontos acerca de um impacto. Listagens de Controle: Também chamadas de checklist, as listagens podem ser simples, descritivas, escalares e escalares ponderadas. Também necessita de uma reunião prévia e tem como vantagem possuir maior memorização de todos os fatores, porém, não identifica impactos diretos e indiretos. Matrizes de Interação: Compostas de duas listagens de controle, em que são apontadas as causas e efeitos dos impactos, mostrando sua magnitude e importância. Possuem uma boa visualização, simplicidade e baixo custo, mas não identifica impactos indiretos. Redes de Interação (Diagramas de Sistema): Têm uma abordagem integrada de impactos e interações, além de apresentar uma boa visualização da interação dos 26 elementos que a compõem. Porém, como desvantagem, não detectam a importância relativa dos impactos. Superposição de Cartas: Método bastante interessante por conta de sua apresentação, que pode ser através de mapas sobrepostos, obtendo uma distribuição espacial dos impactos. Possuem uma boa visualização e exposição de dados, mas como desvantagem apresentam resultados subjetivos. Qualquer que seja o método utilizado é necessário que sua aplicação seja complementada com uma descrição detalhada dos impactos sobre os meios físico, biológico e antrópico. 3.4 Medidas Mitigadoras Existem algumas medidas que tendem a minimizar grandes impactos ambientais, como por exemplo, aqueles oriundos da construção de um empreendimento de grande porte. Essas medidas são chamadas de medidas mitigadoras. Veremos que, além da redução de prejuízos, pode haver ainda um beneficiamento na área em que será construído o empreendimento. Assim como as medidas compensatórias (que você verá a seguir), essas medidas são importantíssimas para a redução dos prejuízos ambientais,seja no campo físico, biótico ou antrópico. As medidas mitigadoras podem ser divididas em preventivas (quando um possível evento pode causar um prejuízo futuro) e corretivas. Vejamos alguns exemplos: enterrar linhas de transmissão para evitar a interferência com uma rota de migração de aves, como aconteceu em Northumberland - Reino Unido, ou ainda a instalação de sistemas de captação de poeiras (como filtros, por exemplo) em uma fábrica de produção de cimentos, são excelentes exemplos de medidas mitigadoras. Tanto no primeiro como no segundo exemplo, observamos as modificações que foram feitas nos ambientes visando ao menor impacto negativo possível. 27 No trecho do livro “Avaliação de Impactos Ambientais”, a autora Katia Cristina Garcia mostrará um pouco mais sobre as medidas mitigadoras e de controle ambiental para a recuperação e restauração ambiental de ecossistemas e de área de preservação ambiental, sempre amparadas por seus aspectos legais. Após essa breve leitura, você será capaz de identificar quais são as medidas de controle e mitigação adequadas para um estudo de avaliação de impacto ambiental. 3.5 Medidas Compensatórias Existem algumas diferenças entre as medidas compensatórias e mitigadoras. Quando não se consegue reduzir um impacto ambiental, ou até mesmo mitigá-lo, a primeira das medidas citadas tem a intenção de compensar os danos ambientais que vierem a ser causados. Mas isso não é uma tarefa das mais simples. As medidas compensatórias devem contar com o auxílio do governo, pois existem leis específicas que subjugam o uso dos ambientes e recursos naturais. Essas medidas funcionam também como critério de avaliação dos prejuízos ambientais, caso um empreendimento, durante sua construção, explore áreas de preservação ou que ultrapassem limites que já foram estabelecidos anteriormente. Essas medidas são tomadas quando ações diretas e indiretas são realizadas na construção de um empreendimento e, por conta disso, essas medidas têm por função repor bens sociais e ambientais, para que, então, a região continue existindo em perfeita harmonia. Além disso, essas medidas devem ser tomadas pelos responsáveis da execução do projeto, em todas as suas fases. Por fim, existem diversos exemplos de medidas compensatórias, como a de retirar o mínimo de vegetação possível, sempre procurando evitar atingir o número mínimo de espécies, quando se tratar sobre a perda da diversidade vegetal etc. Vejamos um exemplo de medida compensatória e, ao mesmo tempo, uma diferença entre essa e a medida mitigadora: na construção de uma rodovia, uma grande 28 quantidade de vegetação nativa é perdida, não é verdade? Dessa forma, desviar um trecho da estrada, ou fazer um túnel, pode ser considerado uma medida mitigadora, mas por conta da grandeza de sua construção, não elimina completamente a necessidade de remoção da mata nativa. É aí que entra a medida de compensação que, no exemplo citado, seria a conservação de uma área equivalente ou maior daquela que foi degradada. Conclusão Neste bloco conceituamos impacto ambiental e verificamos a diferença existente entre impacto e aspecto ambiental, além de abordarmos os principais métodos de avaliação de impactos ambientais. Foi possível também verificar a importância das medidas mitigadoras e compensatórias, uma vez que a ação antrópica colabora negativamente para a destruição dos recursos naturais. Referências Bibliográficas BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo: Editora Érica, 2014. BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e Segurança do Trabalho. São Paulo: Editora Érica, 2014. SANCHÉZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. VERBANAC, R. 4 etapas na identificação e avaliação de aspectos ambientais. 14001 Academy. Disponível em: <https://advisera.com/14001academy/pt- br/knowledgebase/4-etapas-na-identificacao-e-avaliacao-de-aspectos-ambientais/>. Acesso em: Março/2019. ZEFERINO, M. C. Medidas Mitigadoras e Compensatórias de Impactos Ambientais. Blog da Mata Nativa, 22 de março de 2018. Disponível em: <http://www.matanativa.com.br/blog/medidas-mitigadoras-e-compensatorias-de- impactos-ambientais/>. Acesso em: Março/2019. 29 4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS Neste bloco abordaremos as metodologias de avaliação de impactos ambientais. Sabemos que a maioria dos impactos ambientais é causada pelo homem, certo? O intuito da criação dessas metodologias, de certa forma, é tentar prever grande parte desses impactos, uma vez que muitos deles podem ser irreversíveis. As seguintes técnicas serão apresentadas nesse bloco: 4.1 Método AD HOC O método AD HOC se baseia em reuniões de especialistas a fim de construir um relatório apontando os principais itens relacionados aos impactos ambientais. A equipe multidisciplinar deve ser a mais variada possível e, dependendo da área a ser analisada, 30 pode contar com profissionais nas áreas da Biologia, Geologia, Engenharias, além, é claro, de gestores ligados à área ambiental. Como se trata de um método onde se realiza uma análise prévia dos resultados (os possíveis impactos), no AD HOC é possível definir a melhor alternativa a ser tomada. Essa alternativa é aquela que menos agrida o meio ambiente e conserve o maior número de recursos naturais possíveis. Esse método é indicado quando não existem muitos dados e, por conta disso, o método não aprofunda a avaliação nem os impactos secundários. Essas podem ser consideradas desvantagens que podem ser supridas utilizando outros métodos concomitantemente. 4.2 Método Checklist (listagem) Para leigos no assunto, este talvez seja o método mais “conhecido”. Você já deve ter feito ou participado de um questionário em que, conforme as respostas, são marcados “X” nas diferentes opções do questionário. Guardadas as devidas proporções, a Listagem de Controle (Checklist) funciona dessa forma, com questionários voltados à análise dos impactos. Através desse método é possível a memorização de todos os fatores ambientais. Essas listagens de controle podem ser divididas em: Listagens de controle simples: Listam somente os fatores ambientais e seus indicadores. Listagens descritivas: Apresentam a relação de parâmetros ambientais e podem ter a forma de um questionário para a análise dos impactos. Listagens de controle escalar: Apresentam atribuições de valores numéricos ou em forma de símbolos (letras e sinais) para cada fator ambiental. Como já comentamos, os métodos também apresentam suas desvantagens e, aqui, não é diferente. Os impactos diretos, ou seja, aqueles criados de fato pelo ser humano, e os impactos indiretos (ou secundários), que são parte de uma cadeia de reações, não são 31 identificados. Mesmo sendo um método de diagnóstico ambiental até a comparação de alternativas, esse método também não identifica características temporais. A seguir apresentamos dois exemplos do método Checklist: Fonte: (GARCIA, 2014, p. 130). 32 Fonte: (GARCIA, 2014, p. 130). Em resumo, o Checklist apresenta as seguintes características: Pode ser usado quando não se tem muitos dados. Uma das vantagens é que pode ser feito de forma rápida, em um curto espaço de tempo. Apresenta um dos custos mais baixos dentre as metodologias existentes. É de fácil compreensão. 4.3 Método de Matrizes de Interação O método de matrizes de interação é a junção de duas listagens de controle, como vimos acima. Em um dos eixos (chamado de coluna), são colocadas, por exemplo, as causas das atividades impactantes, enquanto que no outro eixo (chamado de linha), são apresentados os efeitos (fatores ambientais que serão impactados). Como desvantagens, esse método não identifica impactos indiretose possui certa subjetividade na magnitude do impacto. Porém, possui uma boa visualização, além de ser mais simples. Outra vantagem está relacionada ao custo, sendo muito baixo quando 33 comparado aos demais, e quando se fala em impactos ambientais, diminuir gastos para a obtenção de melhorias traz um benefício não só econômico, mas também social e ambiental. Vejamos um modelo de matriz de interação: Outro tipo de matriz, a cromática, permite uma visualização mais clara dos fatores de impacto ao meio ambiente e seus respectivos meios (antrópico, físico, químico e biológico). A seguir você verá um exemplo de preenchimento de uma matriz cromática: FATORES DE IMPACTO AO AMBIENTE Meio Antrópico Meio Físico Meio Químico Meio Biológico 1. Geração de Empregos * / / / 2. Implantação de Infraestrutura / / 3. Mudança das características das águas - - - 4. Vetores de doenças - / / / 5. Alteração do Relevo Natural / - / 6. Ocorrência de erosão - / 7. Obtenção de Material de Cobertura / / / 34 8. Alteração de espécies da fauna e flora / - 9. Tráfego / / 10. Geração de biogás / / - / 11. Odores - / / 12. Mudança dos níveis de ruído - / / - 13. Alteração da Paisagem - - / IMPACTOS CORES Positivo baixo * Médio / Alto - Negativo baixo -- Indiferente : 4.4 Método de Redes de Interação Também chamado de diagramas de sistema, esse é considerado um excelente método de avaliação de impacto ambiental. A começar pela sua fácil e boa visualização, esse método conta com a construção de fluxogramas e/ou gráficos e consegue fazer uma abordagem integrada de impactos e suas interações ambientais. Outro ponto importante é que ele pode ser utilizado para o diagnóstico e prognóstico de uma possível área ambiental impactada. Prognóstico está relacionado a um conhecimento prévio, antecipado de algo e que foi baseado em um diagnóstico e nas possibilidades que possam existir. O prognóstico, portanto, é a fase de análise dos impactos, e que, a partir do diagnóstico, por exemplo, permite que se façam projeções futuras dos impactos ambientais que a construção pode causar. Mesmo sendo um método excelente de avaliação, as redes de interação ou diagramas de sistema apresentam como desvantagem a não detecção de aspectos temporais, ou seja, aquele impacto ambiental que ocorre e persiste durante certo tempo, além dos aspectos espaciais. 35 A seguir você verá um exemplo de redes de interação utilizadas no processo de urbanização: 4.5 Método de Superposição de Cartas Outro método bastante benéfico por conta da questão da visualização de dados, a superposição de cartas possibilita uma avaliação e identificação qualitativa dos impactos. O sucesso desse método se dá por conta da exposição dos impactos ambientais causados pelo homem. O uso de mapas torna a visualização mais simples e objetiva, de fácil identificação dos impactos. Basicamente é aplicado para projetos lineares e em diagnósticos ambientais, possuindo forte poder de síntese, o que facilita a comparação com ou sem o projeto. Por fim, também apresenta desvantagens, como a subjetividade, e também em relação à integração de dados socioeconômicos, uma vez que não considera a dinâmica dos sistemas. Além disso, ele possui um uso limitado por conta da superposição de muitos mapas. A seguir, veremos um exemplo desse método: 36 Fonte: (PARTIDÁRIO, s/d). Para finalizar, seguem as características gerais do método de superposição de cartas: Metodologia está atrelada aos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) Juntamente com o SIG e, consequentemente, ao uso do computador, o método é considerado um dos mais exatos É possível armazenar uma grande quantidade de informações Grau de subjetividade alto Método muito caro Limitação na quantificação dos impactos Baixa visualização de impactos socioeconômicos Conclusão Chegamos ao fim do nosso quarto bloco “Metodologias de Avaliação de Impactos Ambientais”. Nele, foi possível identificar os diferentes métodos que são utilizados para se avaliar um impacto ambiental, seja ele de pequena ou grande magnitude. Foi possível reconhecer suas particularidades, bem como suas vantagens e desvantagens. 37 Referências Bibliográficas BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, 2014. GARCIA, K. C. Avaliação de Impactos Ambientais. 1. ed. Curitiba: Editora Intersaberes, 2014. PARTIDÁRIO, M. R. Metodologias e Técnicas em AIA. Previsão de impactes. Identificação e comparação de alternativas. Impacte Ambiental, 4ª aula, Instituto Superior Técnico. Disponível em: <https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779572230888/4.%20Metod%20e%2 0tecnicas%20AIA.pdf>. Acesso em: Março/2019. SANCHÉZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 38 5 RELATÓRIOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS Nesse quinto bloco veremos um pouco mais sobre algumas estratégias necessárias para minimizar os impactos ambientais decorrentes das atividades potencialmente poluidoras, para as quais é obrigatória a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental, de acordo com a legislação brasileira. A obrigatoriedade da elaboração de um EIA/RIMA é um pré-requisito para obtenção das licenças ambientais, conforme resolução CONAMA 01/86. As ferramentas disponíveis para se analisar os impactos ambientais foram descritas no Bloco 4 e, agora, estudaremos como se elabora um EIA/RIMA. 5.1 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Considerado um dos processos de avaliação de impacto ambiental, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é muito importante quando se observa a construção e a posterior operação de um grande empreendimento. Através do EIA é possível identificar, medir e quantificar quais impactos serão causados no processo citado acima. O estudo se dá basicamente pela caracterização dos meios físicos, biológicos e socioeconômicos, uma vez que as relações culturais e históricas de uma região têm precioso valor. Na tabela a seguir temos uma amostra dos meios mencionados: Meio físico Subsolo, águas, ar e clima, destacando os recursos minerais, topografia, tipos e aptidões de solo, corpos d’água, regime hidrológico, correntes marinhas e correntes atmosféricas. Meio biológico e ecossistemas naturais Fauna e flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e/ou ameaçadas de extinção e as de preservação permanente. Meio socioeconômico Uso e ocupação do solo e da água, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, relações de dependência entre a sociedade local e potencial utilização futura desses recursos. 39 Além das análises realizadas, o EIA também tem por função estabelecer e definir as medidas mitigadoras dos impactos ditos como negativos. Por fim e não menos importante, esse estudo também tem como objetivo elaborar programas de monitoramento, visto que é necessário realizar um acompanhamento para verificar se os impactos previstos de fato ocorreram. Dessa forma, um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um documento técnico elaborado por uma equipe multidisciplinar, formado por profissionais independentes do empreendedor, com capacidade técnica para avaliar os aspectos físicos, químicos, biológicos, econômicos e sociais que envolvem a implantação de atividades potencialmente poluidoras, como indicado na resolução CONAMA 01/86 no artigo 2º. O EIA deve contemplar algumas diretrizes, conforme estipulado no artigo 5º da resolução CONAMA 01/86: I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto. II - Identificare avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade. III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. Vejamos agora as principais atividades/etapas de um estudo de impacto ambiental: Atividades preparatórias: existe a necessidade de reconhecimento ambiental, além da caracterização do projeto proposto. Esse reconhecimento ambiental pode se dar através de um levantamento de fotografias áreas, visitas a empreendimentos parecidos e até mesmo conversas informais no entorno do projeto. Identificação preliminar dos impactos prováveis: nessa etapa são preparadas listas de prováveis impactos decorrentes da construção do empreendimento. 40 Determinação do escopo: essa é uma etapa do processo de avaliação de impacto ambiental, assim como a de um planejamento de um estudo ambiental. São analisadas nessa etapa algumas questões relevantes, como a comparação com casos similares, a opinião de especialistas, dentre outras. Estudos de base: nessa etapa são fornecidas as informações às demais fases do estudo de impacto ambiental. Essa etapa costuma ser a mais longa e onerosa, pois aqui devem ser realizadas as previsões dos impactos e a elaboração de um plano de gestão ambiental. Identificação e previsão dos impactos: neste momento deve-se descrever a sequência de atividades, onde serão analisados os impactos. Nessa etapa é realizada uma revisão dos impactos previstos anteriormente, com informações novas advindas do estudo de base. Essas previsões podem ser feitas através de modelos matemáticos com base nos indicadores ambientais e suas variáveis. Avaliação dos impactos: aqui é informada a importância dos impactos. A equipe multidisciplinar responsável pelo estudo de impacto ambiental vai realizar julgamentos de valor avaliando os impactos que foram identificados e previstos. Plano de gestão: etapa muito importante de um Estudo de Impacto Ambiental, pois a partir daqui são propostas medidas e ações mitigatórias dos impactos negativos. Medidas de valorização, quando se tratar de impactos ambientais positivos, também podem ser apontadas nessa etapa. Custos do estudo e processo de avaliação de impacto ambiental: é importantíssimo estimar de forma prévia custos para a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental. Existem poucos estudos sobre esse assunto específico, mas algumas informações públicas que estão disponíveis relatam que o custo para a elaboração de um EIA fica entre 0,1 e 1,0% do custo de investimento total. Vale ressaltar ainda que os custos da elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental serão do próprio proponente do empreendimento. Dentre os custos destacam-se a coleta de dados, trabalhos de campo, estudos técnicos, monitoramento dos impactos, elaboração do relatório RIMA e disponibilidade de pelo menos cinco cópias do documento. 41 O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deverá conter algumas informações importantes, dentre elas: I. Informações gerais do empreendimento (identificação, histórico e localização). II. Caracterização do empreendimento (objetivo do empreendimento, porte, etapas de implantação). III. A área de influência do empreendimento com descrição do entorno. IV. Diagnóstico ambiental da área do projeto com o intuito de caracterizar a verdadeira situação da área, considerando os meios físico, biológico e socioeconômico. V. Análise dos impactos ambientais através da identificação e verificação de vários itens, tais como: impactos diretos e indiretos, benéficos ou adversos, imediatos e a médio e longo prazos, benefícios sociais, entre outros. VI. Indicação das medidas mitigadoras de impactos negativos avaliando os sistemas de controle e tratamento. VII. Descrição dos programas de monitoramento dos impactos. Um dos objetivos da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é ajudar na seleção da alternativa mais viável do ponto de vista econômico, ambiental, social e jurídico. Por exemplo: o AIA pode ser muito útil para se determinar qual o melhor traçado de uma rodovia ou de linhas de transmissão de energia, qual a melhor localização de um reservatório de água para atendimento de uma usina hidrelétrica, qual a melhor opção para implantação de um aterro sanitário etc. O EIA deve também incluir a possibilidade de não realização do empreendimento. A AIA é um processo público de análise ambiental de um empreendimento e os resultados devem ser comunicados às partes interessadas, dentre elas a comunidade local. A resolução CONAMA 9/87 diz que a audiência Pública referida na RESOLUÇÃO CONAMA nº 1/86 tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. Os estudos e, consequentemente, os relatórios de impacto ambiental, são lidos por todos aqueles participantes do processo, tais como os membros da comunidade local, analistas de órgão licenciador, ativistas de ONGs, advogados etc. A mesma resolução diz que, no caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual não a realizar, a licença não terá validade. 42 A seguir, você verá as atividades onde se exige o EIA/RIMA: I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento II - Ferrovias III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66 V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, carvão) IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW XII - Complexo e unidades industriais e agroindustriais XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante XVI- Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia XVII - Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha ou menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental 43 5.2 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) Sabe-se que todo esse processo (EIA/RIMA) é muito complexo e por muitas vezes, eleva o tempo do processo de instalação e operação, mas nem por isso esse tipo de estudo deve ser descartado, uma vez que sem ele os impactos ambientais seriam bem maiores. Por conta disso tudo, o RIMA deve ser apresentado de uma forma que seja mais transparente e clara possível, para que todos (em especial o poder público) possam interpretar os dados sem margem de erros. Um dos itens mais importantes que devem estar contidos em um Relatório de Impacto Ambiental é a recomendação quanto à alternativa mais favorável, ou seja, aquela que menos agrida o meio ambiente.Esse subtema também nos mostra as atividades que exigem o EIA/RIMA, de ferrovias até projetos agropecuários. Com base em todo o contexto apresentado, o Relatório de Impacto Ambiental, ou simplesmente RIMA, tem como objetivo apresentar, de forma objetiva e acessível à população, o que foi analisado através dos Estudos de Impacto Ambiental feitos anteriormente. O RIMA contemplará as conclusões do EIA e deverá conter: I. Objetivos e justificativa para a realização do empreendimento II. Descrição detalhada do projeto e possíveis alternativas tecnológicas e de localização do empreendimento no que diz respeito à área de influência, matéria-prima, mão de obra, fontes de energia utilizada, processos operacionais, emissão de efluentes líquidos e gasosos, resíduos gerados, além da geração de empregos diretos e indiretos. Esta descrição detalhada deverá ser contemplada nas etapas de construção e operação do projeto III. Resumo dos resultados obtidos na análise de diagnóstico ambiental da área do projeto IV. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando: O projeto e suas alternativas Os horizontes de tempo de incidência dos impactos Indicação dos métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação V. Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência: Comparar as diferentes situações da adoção do projeto Suas alternativas 44 Hipótese de sua não realização VI. Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras Mencionar aqueles que não puderam ser evitados Grau de alteração esperado VII. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos VIII. Recomendação quanto à alternativa mais favorável: Conclusões e comentários de ordem geral 5.3 Relatório Ambiental Preliminar (RAP) Talvez você esteja se perguntando para que tantos estudos e relatórios. Se mesmo com esses documentos os impactos ambientais já existem e são grandiosos, imagine sem um estudo aprofundado? É por isso que muitos estados solicitam também o Relatório Ambiental Preliminar, ou simplesmente RAP. O RAP é um documento que indica a necessidade, ou não, da elaboração de uma EIA/RIMA para se conseguir as três licenças previstas. São elas: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. O RAP também é um documento que visa flexibilizar ou até mesmo desburocratizar o sistema de concessão de licenças que, por muitas vezes, é bastante lento. Outra vantagem do RAP é que ele atende às pequenas e médias empresas, o que antes era limitado a grandes corporações que realizam o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e que, por conta disso, são caros e muitas vezes fora do alcance dos pequenos e médios empresários. A seguir, você verá quais são os empreendimentos/atividades para as quais o RAP pode ser utilizado para a solicitação da licença prévia: Aterro de inertes e da construção civil Distrito industrial Estrutura de apoio a embarcações Extração mineral (em fase de revisão) Linha de transmissão Obras hidráulicas Pequenas centrais hidroelétricas Projeto urbanístico Resíduos sólidos 45 Sistema de irrigação Transportes viários Turismo e lazer Usinas de açúcar, álcool e cogeração de energia Dutos (em fase de revisão) Geral – destinado a atividades não listadas Orientação para a produção de material cartográfico SAIBA MAIS O artigo “Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD)”, indicado como Material de Apoio, apresenta com clareza o que é um Relatório Ambiental Preliminar (RAP). Em São Paulo, este documento é o primeiro a ser obtido antes do licenciamento ambiental. O artigo relata uma série de elementos que serão necessários para a elaboração e preparação do RAP, tais como, medidas mitigadoras, caracterização do empreendimento, etc. O artigo ainda faz considerações sobre o estudo de impacto ambiental (EIA) e o relatório de impacto ambiental (RIMA) na legislação brasileira e paulista. 5.4 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) Ao longo de toda a disciplina você percebeu que somos parte integrante do meio ambiente, mas também somos os que mais poluímos, não é mesmo? Reparou também que são realizados inúmeros estudos a fim de diminuir os impactos ambientais realizados por nós? O homem, da mesma forma que contribui negativamente com a extração dos recursos naturais, por exemplo, cria inúmeras maneiras de reverter tal situação. Uma delas são os planos de recuperação de áreas degradadas, sejam essas áreas um ambiente aquático ou terrestre. O ambiente impactado pela ação antrópica pode se recuperar desde que haja ações específicas para este fim. Essa recuperação ambiental pode ser do tipo reabilitação, quando o ambiente degradado deverá ter uma nova forma de utilização, como uma atividade de mineração, por exemplo. Temos ainda o termo chamado remediação, que é usado para recuperar áreas contaminadas. 46 O PRAD foi definido pelo Decreto Federal nº 97.632/89, que determinou à apresentação e aprovação do órgão ambiental competente um plano de recuperação de área degradada no caso de empreendimentos voltados à exploração mineral, e institui como objetivo do PRAD garantir a recuperação visando o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização. Esse plano tem como principal característica estabelecer um novo equilíbrio dinâmico para a região impactada, tornando o ambiente apto para utilização no futuro, desde que não interfira negativamente na qualidade de vida da flora e fauna. Esse tipo de plano é solicitado por órgãos ambientais e faz parte do processo para a obtenção de licenças ambientais, seja ela prévia, de instalação ou de operação. No trecho do livro indicado, você conhecerá um pouco mais sobre princípios a serem observados na recuperação e gestão de recursos hídricos. Serão também apresentadas algumas alternativas que visam à não contaminação das águas através de efluentes domésticos, além de métodos de conservação de bacias hidrográficas. Conclusão Chegamos ao fim do nosso quinto bloco “Relatórios de Impactos Ambientais”. Nele, foi possível observar os diferentes estudos e relatórios ambientais que são produzidos pelo homem, sempre com a intenção prévia de minimizar os impactos ambientais. Através das aulas, artigos e trechos de livros apresentados, foi possível observar que não são estudos simples, uma vez que a natureza é um meio complexo de entendimento e assimilação. Referências Bibliográficas ALMEIDA, D. S. Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD). In: Recuperação ambiental da Mata Atlântica [online]. 3rd ed. rev. and enl. Ilhéus, BA: Editus, 2016, pp. 140-158. ISBN 978-85- 7455-440-2. Available from SciELO Books. 47 BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, 2014. Elaboração dos Projetos Básico e Executivo e Apresentação de Relatório Ambiental Preliminar (RAP) da Estação de Tratamento de Esgotos do Sistema Boa Vista, em Campinas/SP. Relatório Ambiental Preliminar, v. 1, n. 03615-AM-RT-B-001, dez., 2003. SANCHÉZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 48 6 LEGISLAÇÕES Olá caro aluno! Nesse último bloco trataremos sobre as legislações ambientais. Não é nada fácil falar de leis, ainda mais se tratando de um bem onde o Brasil prevalece por conta de sua quantidade e riqueza: os recursos naturais. Nos subitens abaixo você verá algumas particularidades principalmente se tratando nos âmbitos municipal, estadual e federal. Não podemos esquecer que a nossa legislação cita dois importantes itens que têm a função prevenir o meio ambiente e as pessoas. São eles, o plano de contingência e o plano deemergência. Abaixo você verá uma tabela que mostra como funciona o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA): ESTRUTURA DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) ORGÃOS FINALIDADE ÓRGÃO SUPERIOR Conselho do Governo A sua função é auxiliar o Presidente da República na formulação da Política Nacional do Meio Ambiente. ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) A finalidade do CONAMA é estudar e propor diretrizes e políticas governamentais para o meio ambiente e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas, padrões e critérios de controle ambiental. O CONAMA assim procede através de suas resoluções. ÓRGÃO CENTRAL Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal Encarregado de planejar, coordenar e supervisionar as ações relativas à Política Nacional do Meio Ambiente. Como órgão federal implementa os acordos internacionais na área ambiental. ÓRGÃO EXECUTOR Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica de direito público e autonomia administrativa, é a encarregada da execução da Política Nacional para o Meio Ambiente e sua fiscalização. ÓRGÃOS SECCIONAIS São entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos de controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras (Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e entidades supervisionadas como a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental-CETESB, no estado de São Paulo, e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente-FEEMA, do Rio de Janeiro). 49 ÓRGÃOS LOCAIS Entidades ou Órgãos Municipais São órgãos ou entidades municipais voltadas para o meio ambiente, responsáveis por avaliar e estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional de seus recursos, supletivamente ao Estado e à União. Fonte: (IPT/CEMPRE, 1995). 6.1 Legislações Municipais Sempre embasadas em leis ditas como “maiores”, as legislações municipais são por muitas vezes diferentes de uma cidade para outra, devido a sua localização, características regionais etc. Muitas dessas leis têm o intuito de promover uma maior adequação entre as atividades que serão realizadas e o impacto que será causado. Outro ponto a ser mencionado é em relação à abrangência desse tipo de lei. Enquanto a lei federal contempla o “todo”, leis municipais “abraçam” a região de forma a se tornar via de regra para aquele município. As leis orgânicas e os planos diretores são alvo de muita discussão para este fim. Essas leis, por exemplo, podem exigir a obtenção de licenças para a implantação de obras ou atividades que podem degradar o meio ambiente e prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas. O trecho do livro indicado (páginas 201-211) abordará o tema turismo ambiental, que atualmente movimenta milhões de reais anualmente no Brasil. Embora seja uma atividade com muito destaque em nosso país (visto que possuímos um imenso território verde), o turismo carece de normas com relação ao zoneamento de áreas que tenham esse fim, cuja competência final fica por conta dos municípios, através de sua legislação específica, como o Plano Diretor. Obra: RECH, Adir Ubaldo (org.). Direito e economia verde: natureza jurídica e aplicações práticas do pagamento por serviços ambientais, como instrumento de ocupações sustentáveis. Caxias do Sul, RS: Educs, 2011. p. 201-211. 50 6.2 Legislações Estaduais Muitos estados concentram uma grande quantidade de empresas, principalmente em suas capitais, não é mesmo? Por conta dessa concentração de riquezas, fábricas e indústrias se instalam buscando uma competitividade sem limites. Nesses casos específicos, são criados órgãos que regulamentam muitos assuntos voltados ao meio ambiente. É comum que cada estado possua sua própria legislação. Tomemos como exemplo a constituição do Estado de São Paulo (1989, acrescida das alterações das ementas constitucionais), que diz em seu artigo 192: “Estabelece que a execução de obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos e a exploração de recursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor público, quer pelo privado, serão admitidas se houver resguardo do meio ambiente ecologicamente equilibrado”. Outra lei do estado de São Paulo, a Lei Estadual nº 997 de 31 de maio de 1976 dispõe sobre o Controle da Poluição do Meio Ambiente e condiciona a instalação de fontes de poluição à prévia autorização do órgão estadual de controle da poluição do meio ambiente, mediante expedição, de Licença Ambiental Prévia (LP), de Licença Ambiental de Instalação (LI) e/ou de Licença Ambiental de Operação (LO). Voltando a falar dos órgãos ambientais, os mesmos possuem funções específicas desde a fiscalização, monitoramento, licenciamento e até mesmo a aplicação de multas, como é o caso da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a CETESB. A CETESB tem como intuito descentralizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de pequeno impacto local. Você sabe e já conferiu aqui ao longo da disciplina que a obtenção de licenças, assim como seus respectivos estudos são muitas vezes demorados e cheios de burocracia. Uma das várias atribuições da CETESB no estado de São Paulo é fazer o monitoramento do ar, solo, rios e praias da região paulista. Observa- se, por exemplo, que a CETESB informa a qualidade das praias através de placas de sinalização, dizendo se a praia está própria ou imprópria para o banhista. 51 6.3 Legislações Federais Pensando em uma escala de tempo, somos absurdamente jovens quando o assunto é leis ambientais. Para se ter uma ideia, as primeiras leis são datadas do século XVI, diferentemente da extração dos recursos naturais, que aqui no Brasil se dá desde o “descobrimento” pelos portugueses e que, infelizmente, acontece até hoje. Embora seja “nova”, nossa legislação ambiental é tida como exemplo para muitos países do mundo. Ela é considerada a mais completa e embasada das leis, talvez pela magnitude e grandeza dos recursos disponíveis em nossa nação, ou ainda pela competência dos seus criadores. Um exemplo de lei federal específica para o meio ambiente está em nossa Constituição Federal de 1998, que em seu artigo 225, VI, determina a possibilidade de ser exigido estudo prévio de Impacto Ambiental para instalação de atividades ou obra potencialmente poluidora causadora de significativa degradação ambiental, na forma estabelecida pela legislação regulamentar (Resoluções CONAMA nº 237/97 e 001/86). A Avaliação do Impacto Ambiental (AIA), por exemplo, que é uma ferramenta de política de planejamento ambiental. está prevista na Política Nacional do Meio Ambiente por meio da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 9º, inciso III, que diz: Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante 52 interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 18.07.89); VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente. Outra lei importante é a resolução CONAMA, nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que trata sobre o EIA/RIMA em seu artigo 2º: “Dependerá de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de
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