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Apostila - Diagnóstico de Riscos e Impactos Ambientais

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DIAGNÓSTICO DE RISCOS E 
IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
Professor Robson Zago Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
1 RISCOS AMBIENTAIS ................................................................................................................... 3 
2 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS ...................................................................... 11 
3 IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................................................................... 21 
4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................. 29 
5 RELATÓRIOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................................. 38 
6 LEGISLAÇÕES ............................................................................................................................ 48 
 
 
 
 
3 
 
 
1 RISCOS AMBIENTAIS 
Caro aluno, neste primeiro bloco nos aprofundaremos nos aspectos que envolvem os 
riscos ambientais. Você verá, por exemplo, que esses riscos já dizimaram milhares de 
pessoas ao redor do mundo, como consequência de acidentes catastróficos. Um dos 
objetivos do bloco, além de fazer com que você conheça um pouco sobre esses os riscos 
e acidentes ambientais, é fazer com que você diferencie os tipos de riscos existentes. 
Bons estudos! 
 
1.1 Riscos Ambientais: Contexto Histórico 
Você já deve ter visto ou ouvido falar em acidentes ambientais de grandes proporções, 
não é verdade? O infográfico deste tópico apresenta alguns dos principais acidentes 
ambientais ocorridos com consequências significativas para o meio ambiente, bem 
como para a saúde pública. Nos últimos anos, problemas ambientais decorrentes dos 
graves acidentes industriais, tais como derramamentos de petróleo no mar, vazamento 
de substâncias químicas, acidentes com indústrias mineradores, bem como problemas 
globais como o efeito estufa e destruição da camada de ozônio estratosférico tem 
preocupado as nações de uma forma geral. 
A incerteza sobre as consequências dos impactos ambientais ocasionados pelas 
atividades antrópicas tem motivado a busca pela prevenção como uma solução para 
minimizar os diversos impactos ambientais. Dessa forma, torna-se imperativo que os 
segmentos industriais utilizem de alternativas técnicas para controlar e reduzir os 
possíveis riscos e acidentes ambientais. 
Acidente ambiental é definido como um evento não previsível, capaz de, direta ou 
indiretamente, acarretar danos ao meio ambiente ou a saúde pública. Como exemplo 
podemos citar os vazamentos ou lançamentos inadequados de substâncias sejam 
gasosas, liquidas ou sólidas para a atmosfera, solo ou recursos hídricos. 
 
 
 
4 
 
Vejamos alguns acidentes de grande repercussão: 
Seveso/Itália 
Acidente ocorrido em 1976 devido à ruptura do disco de segurança de um reator, 
liberando para a atmosfera uma grande nuvem tóxica de dioxina que é considerada uma 
substância cancerígena. A nuvem tóxica se espalhou por uma grande área da região 
onde estava instalada a indústria ocasionando a contaminação de pessoas, animais e o 
próprio solo. 
 
Acidente em Bhopal/Índia 
Considerado um dos piores desastres químicos da História, esse acidente ocorreu em 
1984, quando uma nuvem tóxica de isocianato de metila (um produto utilizado na 
fabricação de inseticidas) causou a morte de milhares de pessoas. A provável causa do 
acidente foi atribuída à entrada de água em um dos tanques do complexo industrial de 
uma indústria química, fazendo com que a temperatura e a pressão dos tanques que 
armazenavam o material se elevassem. 
 
Acidente em San Juan/México 
Esse acidente ocorreu em 1984, com a explosão de um reservatório de gás liquefeito de 
petróleo (GLP) devido à elevação da temperatura bem acima da temperatura de 
ebulição à pressão atmosférica. Tudo começou com o vazamento do gás devido uma 
ruptura de uma tubulação. As consequências foram catastróficas, com centenas de 
mortos e milhares de feridos. 
 
São Paulo - Cubatão/Brasil 
Infelizmente o Brasil também sofre com acidentes ambientais. Talvez um dos mais 
conhecidos de nossa História tenha acontecido também em 1984. Tudo começou 
quando moradores da Vila Socó – Cubatão, perceberam o vazamento de gasolina em 
um dos oleodutos da Petrobrás, que ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal 
 
 
 
5 
 
de Alemoa. Devido a esse vazamento de material inflamável, o fogo se alastrou por 
diversas áreas, atingindo as moradias de palafitas da região. A tragédia causou a 
destruição parcial da vila, com centenas de mortos e feridos. 
 
Mariana/Brumadinho – Minas Gerais/Brasil 
Com um intervalo de aproximadamente três anos (novembro de 2015 a janeiro de 
2019), dois acidentes ambientais causaram estragos jamais vistos em nosso país. O 
rompimento das barragens em Mariana e posteriormente em Brumadinho, ambas em 
Minas Gerais, causaram mais de 200 mortes na sua totalidade. Em ambos os casos, após 
o rompimento da barragem que era destinada a rejeitos de mineração, houve um “mar 
de lama” sobre a população próxima dessas cidades. Muitos consideram este o pior 
crime ambiental de nossa história, já que os rios próximos às regiões afetadas foram 
contaminados e fauna e flora foram muito castigadas. 
 
Goiânia/Brasil 
Em 1987, mais precisamente em Goiânia, no dia 13 de setembro, um acidente que 
ganhou grande notoriedade em nosso país causou a morte e a contaminação de várias 
pessoas. O acidente com o Césio 137, um elemento químico radioativo, mudou para 
sempre a vida de muitos moradores da região afetada. Ocorreu basicamente quando 
catadores de lixo encontraram um aparelho de tratamento de câncer que estava em um 
hospital que não funcionava na época. Ao desmontar a máquina para que pudessem 
vender suas partes, os catadores entraram em contato com a cápsula de césio-137. Após 
a venda dos materiais, membros da família do comprador da máquina desmontada 
começaram a passar mal (alguns chegaram a morrer). 
 
Chernobil/Ucrânia 
Pouco antes do acidente no Brasil com o Césio-137, a Ucrânia viveu dias de terror em 26 
de abril de 1986. Um dos quaro reatores de energia nuclear do país explodiu, liberando 
 
 
 
6 
 
uma nuvem gigantesca de gases radioativos, matando milhares de pessoas e 
contaminando outros milhares. Com relação à causa da explosão, nada é muito 
conhecido. Há quem diga que o aumento de temperatura e a entrada de oxigênio foram 
decorrentes pela falha dos operadores. Outros dizem que a falha se deu no projeto de 
construção do reator. O que se sabe é que o reator atualmente está confinado em uma 
espécie de sarcófago, devido à quantidade de radiação que pode ser espalhada para 
outras regiões. 
 
Por conta de todos esses problemas, há quase 50 anos empresas do mundo todo 
começaram a se preocupar especificamente com questões relacionadas aos riscos 
ambientais, pois viram que as possíveis falhas e perigos provenientes de suas atividades 
poderiam causar a morte de muitos de seus funcionários e, até mesmo, a perda da sua 
propriedade. Além disso, algumas das principais consequências foram a criação de 
regulamentações e uma legislação específica para tratar da segurança industrial, antes 
muito comprometida. 
 
1.2 Riscos Ambientais: Conceito 
Risco pode ser definido como um potencial de ocorrência de consequências indesejadas 
decorrentes da realização de atividades. Risco ambiental é aquele que resulta da 
exposição a um potencial perigo ambiental (MIHELCIC, 2018). 
Com base na definição de riscos há dois aspectos de grande relevância que precisam ser 
destacados: o potencial de ocorrência remete à incerteza do risco, ou seja, à 
probabilidade de ocorrer o acidente, e as consequências indesejáveis refere-se aos 
diversos tipos de danos possíveis, seja à saúde pública ou ao meio ambiente. 
Em resumo, o risco pode ser expresso como uma combinação de dois fatores,a 
frequência esperada de ocorrência e a intensidade das consequências. 
Já a definição de perigo está bem atrelada ao risco, e nesse caso está relacionada a um 
conjunto de circunstâncias que podem causar um risco muito grande, como um dano às 
 
 
 
7 
 
instalações de uma fábrica, ao meio ambiente e, em alguns casos, levando inclusive à 
morte. O perigo propriamente dito seria uma fonte de riscos (SANCHÉZ, 2006). 
Podemos citar inúmeros exemplos de riscos e perigos. Uma indústria química com 
centenas de funcionários, que possui várias fontes de riscos, pode, por exemplo, 
acarretar inúmeros acidentes e/ou falhas. Essas falhas podem acarretar um perigo 
enorme para a indústria, seja por conta de um vazamento ou até mesmo uma explosão. 
Outro exemplo na área ambiental pode se dar através da construção de um 
empreendimento em uma floresta, como uma rodovia ou um aeroporto. O perigo nesse 
caso é, sobretudo, ao meio ambiente, onde poderá ocorrer a destruição maciça dos 
recursos naturais, além da possível diminuição da fauna e flora e contaminação dos 
corpos hídricos. 
 
1.3 Tipos de Riscos Ambientais 
De acordo com Sanchéz (2006), os riscos ambientais podem ser classificados em 
tecnológicos ou naturais, agudos ou crônicos. 
Os riscos naturais podem ser divididos em: 
 Atmosféricos: dizem respeito aos processos e fenômenos meteorológicos 
(tornados, trombas, d’água, raios e secas). 
 Hidrológicos: como por exemplo inundações. 
 Geológicos: podem ser divididos em função dos processos endógenos 
(atividades sísmicas e vulcânicas) ou exógenos (erosão, escorregamentos e 
assoreamento). 
 Biológicos: referem-se à atuação dos agentes patogênicos. 
 Siderais: têm origem na camada externa da superfície planetária (queda de 
meteoritos). 
Deve-se ressaltar que os riscos naturais podem ser submetidos aos agentes aceleradores 
dos processos, como por exemplos as atividades antrópicas. Como exemplo podemos 
destacar as inundações que, embora sejam fenômenos naturais passíveis de ocorrência 
 
 
 
8 
 
em qualquer lugar no planeta, podem ter sua intensidade e frequência aumentados em 
função de algumas alterações no meio ambiente, como os desmatamentos e 
impermeabilização do solo. 
Os riscos tecnológicos são aqueles ligados ao homem e que certamente causam grandes 
impactos ambientais. Um exemplo é o vazamento de produto tóxico ou até mesmo 
radioativo que acontece em um ambiente. Os riscos causados por esses produtos 
podem ser catastróficos e até mesmo irreversíveis, uma vez que um produto químico 
pode se infiltrar no lençol freático contaminando todo o solo e água da região, além de 
causar a morte de muitas espécies da flora e fauna. Já o produto radioativo, como 
sabemos, é capaz de realizar mutações em células e causar morte e anomalias a milhares 
de pessoas e animais. 
Outros exemplos de riscos tecnológicos podem ser atribuídos a quedas de aviões e 
colisões de automóveis. 
Segundo Sanchéz (2006), os riscos tecnológicos podem ser divididos em agudos e 
crônicos: 
 Agudos: são acarretados pelo funcionamento não ideal de um sistema que foi 
criado pelo homem, mas que, por uma falha, traz inúmeros problemas, como 
vazamento de petróleo em uma plataforma ou um grande acidente industrial. 
 Crônicos: são ditos como muito silenciosos, pois vão sendo liberadas pequenas 
quantidades de poluentes dos mais diferentes agentes (físicos e químicos), 
podendo causar efeitos à longo prazo. 
 
1.4 Riscos Ambientais: Fatores Determinantes e Condicionantes 
Mineração e agricultura são atividades básicas de toda economia mundial. Por conta 
disso, através da extração e do uso dolo, observam-se inúmeros impactos ambientais 
decorrentes dessas atividades. Há quem diga que os demais impactos causados pelo 
homem não são significativos quando comparados a esses dois. 
 
 
 
9 
 
Olhando para o lado da mineração, são vários os impactos ao ambiente e, 
consequentemente, os riscos dessa atividade. A poluição da água, ar e sonora, por 
exemplo, são fatores determinantes e condicionantes para causar uma catástrofe no 
meio ambiente, como a destruição da flora e fauna, além da contaminação do ar da 
região, com a ocorrência de incêndios, por exemplo. Uma água contaminada pode trazer 
inúmeros impactos, como o desabastecimento para os moradores e a acidificação dos 
rios, causando a morte de peixes e outros seres aquáticos, turbidez etc. 
Infelizmente, esse tipo de impacto ambiental está muito longe de acabar, pois mesmo 
sabendo do seu impacto negativo para a sociedade, é ela mesma que exige a atuação 
da mineração para o crescimento e manutenção de sua qualidade de vida. 
O artigo “Impactos ambientais causados pela mineração” aborda com mais ênfase tudo 
o que foi comentado. Além dos impactos ambientais que ocorrem por conta dessa 
atividade, o artigo aborda quais são os tipos de extração mineral, tais como mineração 
do ouro, extração de carvão, garimpo, etc., e quais são as consequências da mineração 
para o meio ambiente. O artigo finaliza citando os fatores que influenciam a natureza e 
a extensão dos impactos ambientais. 
 
 
Conclusão 
Chegamos ao fim do nosso primeiro bloco intitulado “Riscos Ambientais”. Nele, foi 
possível conceituar e diferenciar os diversos tipos de riscos existentes, além de verificar 
a importância de cada um. Vimos também que os acidentes ambientais há tempos 
causam desgraças não só no nosso país, mas nos quatro cantos do mundo. 
Também vimos brevemente os fatores determinantes e condicionantes dos riscos 
ambientais, bem como a importância de se ter um estudo mais aprofundando sobre o 
caso, pois se trata de um caso de saúde pública. 
 
 
 
 
 
10 
 
Referências Bibliográficas 
BBC. Brumadinho é o maior acidente de trabalho já registrado no Brasil. Disponível em: 
<https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47012091>. Acesso em: Março/2019 
INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS: ESTUDO DE CASOS. Caso 058: O Desastre de San 
Juanico (1984). Disponível em: <http://inspecaoequipto.blogspot.com/2014/02/caso-
058-o-desastre-de-san-juanico-1984.html>. Acesso em: Março/2019. 
MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, J. B. Engenharia Ambiental: fundamentos, 
sustentabilidade e projeto, 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018 
PENSAMENTO VERDE. Acidente de Bhopal e o vazamento de gases tóxicos na 
atmosfera. Disponível em: <https://www.pensamentoverde.com.br/meio-
ambiente/acidente-de-bhopal-e-o-vazamento-de-gases-toxicos-na-atmosfera/>. 
Acesso em: Março/2019. 
SANCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2006. 
SUPER INTERESSANTE. O que foi o acidente com o Césio-137. Disponível em: 
<https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-o-acidente-com-o-cesio-137/>. 
Acesso em: Março/2019. 
TAKASHIMA, Vinicius. Acidente de explosão no Seveso. Disponível em: 
<http://anguloscidadania.blogspot.com/2017/11/acidente-de-explosao-no-seveso-
vinicius.html>. Acesso em: Março/2019. 
 
 
 
 
11 
 
 
2 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS 
Nesse segundo bloco aprenderemos um pouco mais sobre a análise e a avaliação de 
riscos ambientais. Atualmente, as indústrias estão sendo obrigadas a utilizar diferentes 
técnicas de perigos baseados em inúmeras legislações vigentes, a fim de evitar danos ao 
meio ambiente. 
Bons estudos! 
 
2.1 Técnicas de Análise de Risco 
Ao longo dessa disciplina você já se deparou com textos, artigos e aulas que falam dos 
impactos negativos causados pela ação humana, certo? Para que esses diferentes tipos 
de riscos ambientais diminuam ou até mesmo sejam eliminados, o homem criou 
inúmeras técnicas de análise de riscos. Essas técnicas são ferramentas imprescindíveis 
para o correto gerenciamento de uma empresa. 
Existe uma sutil diferença entre análise e avaliação de impactos ambientais. Na análise, 
o objetivo é identificar os fatores que contribuíram para os resultados. Já a avaliação 
tem o intuito de compararos resultados que foram muitas vezes alcançados com aquilo 
que foi desejado. Por essa razão, a análise de riscos ambientais é de extrema 
importância, pois nesse campo de observação, os resultados serão interpretados e 
compreendidos. 
Existem, hoje em dia, inúmeras técnicas de análise de riscos. Veremos algumas delas a 
seguir. 
 
Análise Preliminar de Perigos (APP) 
A primeira das técnicas apresentada se chama Análise Preliminar de Perigos (APP). Essa 
técnica consiste no preenchimento de uma planilha onde os principais itens a serem 
preenchidos são: causa, modo de detecção, efeitos, além das recomendações e 
 
 
 
12 
 
observações. A seguir, um modelo de apresentação de uma planilha para a elaboração 
da APP: 
 
 
Exemplo: no primeiro campo devemos colocar um tipo de risco que possa existir dentro 
da empresa, como uma liberação tóxica, por exemplo. A seguir, devemos preencher as 
possíveis causas dessa liberação (como um vazamento ou até mesmo o não consumo de 
todo gás tóxico). Depois, é necessário indicar se existe um modo de detecção, como um 
alarme ou se ele simplesmente não existe e quais os possíveis efeitos desse risco 
(possíveis mortes, por exemplo). 
É necessário categorizar esse risco em três frentes (frequência, severidade e risco). No 
campo frequência existe uma classificação que vai desde “Muito Improvável”, 
simbolizado pela letra A, indo para “Improvável”, onde se utiliza a letra B, passando por 
“Ocasional” (letra C), “Provável” (letra D) e, por último, “Frequente” (letra E). 
Já no campo severidade deve-se mencionar se o incidente é “Desprezível” (simbolizado 
pelo número I em romano), “Marginal” (II), ou seja, com potencial de causar ferimentos 
e pequenos danos ao meio ambiente, “Crítico (III)”, nesse caso é capaz de causar 
grandes danos ao meio ambiente e instalações e, por último, “Catastrófico” (IV), com 
potencial de causar danos irreparáveis, por exemplo. 
A última frente a ser mencionada é a categoria de risco, passando de “Desprezível” (1), 
“Menor” (2), “Moderado” (3), “Sério” (4) e “Crítico” (5). 
Por fim e não menos importante, deve-se escrever quais são as medidas e/ou 
observações para que esse risco seja de fato extinto ou minimizado. Uma das 
 
 
 
13 
 
observações que podem ser dadas de acordo com o exemplo dado sobre a liberação 
tóxica é a instalação de um sistema de alarme e minimizar armazenamento local. 
 
HazOp 
HazOp é uma técnica que deve contar com uma equipe multidisciplinar que trabalha 
para evitar possíveis anomalias dentro de uma empresa. Também deve ser preenchida 
uma tabela, como você verá a seguir: 
 
Fonte: Amorim, 2013. 
 
Na primeira coluna deve-se estabelecer uma palavra-guia, que tem como função 
apresentar se existe aumento ou diminuição quantitativa. Depois, deve-se preencher 
qual o tipo de desvio (se é menos vazão ou mais vazão de um líquido) e, sucessivamente, 
preencher o campo de causas possíveis (a fim de evitar o possível problema). Tanto o 
campo “consequências”, como o de “ações requeridas” são muito parecidos com a 
técnica anterior. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
What if? 
Por fim, temos a What if?, técnica bastante interessante e um pouco mais simples que 
aponta as causas e consequências a partir de uma pergunta: “O que aconteceria se?”. 
Veja a tabela a seguir: 
Atividade O que aconteceria se Causas Consequências 
Observações e 
Recomendações 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: na primeira coluna deve ser escrita qual é a atividade que vai desencadear 
todo o processo. Por exemplo, a construção de uma hidrelétrica. Após isso, deve-se 
responder a um questionamento, algo do tipo “o que aconteceria se fosse construída 
uma barragem na região” para depois serem apontadas as causas, consequências e, é 
claro, as observações e recomendações. 
Para ilustrar o exemplo anterior, poderíamos citar como causa o alagamento da região, 
como consequência, a morte de peixes e/ou a queda do número de peixes para os 
pescadores. Como observação e/ou recomendação pode ser realizado um estudo mais 
aprofundado na área para evitar tal problema. 
 
2.2 Avaliação da Exposição, Percepção e Comunicação de Riscos 
Ambientais 
Você já deve ter ouvido falar em expressões do tipo: “Não subestime a mãe natureza”, 
ou ainda, “Aqui se faz, aqui se paga”. Contextualizando essas expressões com a nossa 
temática, podemos falar um pouco sobre os riscos de acidentes ambientais que todos 
 
 
 
15 
 
nós estamos passíveis de enfrentar. Acidentes como terremotos, maremotos e até 
mesmo tsunamis ocorrem quase diariamente nos quatro cantos do planeta. 
Precisamos nos recordar do significado de risco, que nada mais é do que uma 
combinação entre a magnitude dos danos atrelada à frequência da sua ocorrência. 
Muitas das vezes esses acontecimentos não foram ou não são previstos pelo homem, o 
que torna cada vez mais difícil encontrar soluções ou medidas para atenuar ou eliminar 
qualquer tipo de impacto, até mesmo aquele que, por muitas vezes, pode ser fatal. 
Por essa razão, é imprescindível que se concentrem estudos em busca de respostas 
principalmente para os grandes acidentes. O uso da comunicação, por exemplo, pode 
ser uma importante ferramenta para o acesso à informação, juntamente com o estudo 
da percepção de risco, que vai procurar sinais negativos que podem causar grandes 
estragos. 
Outro item que também precisa ser considerado é a avaliação da exposição dos riscos 
ambientais. É extremamente importante saber, por exemplo, quais são os agentes de 
um ambiente de trabalho. Tanto um agente físico, químico ou biológico pode causar 
inúmeras enfermidades nas pessoas e, dependendo da sua concentração, impactos 
irreversíveis no meio ambiente. 
 
2.3 Técnicas de Identificação de Perigos 
Dentre as diversas técnicas utilizadas para a identificação de perigos, as mais comumente 
utilizadas e aqui apresentadas, são: 
1. Análise Preliminar de Perigos (APP) 
2. Estudo de Perigos e Operabilidade (HazOp – Hazard and Operability Study) 
3. Lista de Verificação (Checklist) 
4. Análise “E se...” (What If...?) 
5. Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) 
6. Análise Histórica de Acidentes 
7. Análise de Causas e Consequências 
 
 
 
16 
 
8. Análise de Árvore de Falhas (AAF) 
9. Análise de Árvore de Eventos (AAE) 
Existem muitas técnicas de prevenção de impactos negativos dentro de uma empresa. 
O vídeo que foi indicado nesse subitem, por exemplo, aponta algumas técnicas e dicas 
de identificação de perigos mais utilizadas nas empresas brasileiras. É importante 
ressaltar que não existe uma técnica perfeita, pois cada uma delas apresenta vantagens 
e desvantagens. 
Também é importante frisar que as empresas podem utilizar mais de uma das técnicas 
apresentadas, podendo dessa forma alcançar um alto grau de excelência. Existe, por 
exemplo, uma técnica chamada Análise de Modos de Falhas e Eventos (AMFE) que, 
diferente das outras técnicas mostradas acima, faz uma análise individual de 
componentes que possam causar danos em um sistema. Ainda diferente das técnicas 
estudadas, ela não considera erros humanos. Abaixo segue um modelo de planilha de 
AMFE: 
 
 
 
17 
 
 
Fonte: Amorim, 2013. 
 
Já a Análise de Segurança da Tarefa (AST) é outra técnica bastante eficiente, pois 
descreve passo a passo as etapas, além de citar as medidas preventivas. Essa técnica, 
inclusive, é muito parecida com outra que já estudamos aqui: a Análise Preliminar de 
Perigos (APP), porém, a AST foca em uma tarefa e suas diversas etapas. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
2.4 Estudo de Análise de Riscos Ambientais (EAR) 
Você já percebeu que este bloco enfatiza as análises e avaliações de impactos 
ambientais, não é mesmo? Nesse subitem não será diferente. O estudo de análises de 
riscos é uma ferramenta que não necessariamente é restrita à área de gestão ambiental, 
mas pode ser usada em outras áreas,até mesmo na gestão de projetos. 
O EAR se baseia na quantificação e qualificação de riscos através de cálculos 
matemáticos e, é claro, na identificação de perigos. Para a elaboração do EAR são 
realizadas algumas etapas importantes. Uma delas é a caracterização da região a ser 
estudada. Nessa primeira etapa é realizado um levantamento da região que será 
influenciada pela construção do empreendimento, além da caracterização de todas as 
atividades operacionais. Após toda a coleta de informações, os resultados são cruzados 
e interpretados. 
Outra etapa da EAR é a de identificar perigos que, por sua vez, podem causar acidentes. 
Nessa etapa o estudo visa identificar eventos indesejáveis para que sejam eliminados. 
Nesse caso são definidas as hipóteses acidentais, que podem causar grandes 
consequências. 
Detalhe: nessa fase são empregadas técnicas de identificação de perigos, tais como a 
APP, Hazop, What if e/ou Checklist. A partir daí, são realizadas as estimativas dos efeitos 
físicos de análise e de vulnerabilidade. Nessa etapa deverão ser utilizados modelos 
matemáticos que representem os efeitos decorrentes das hipóteses que foram 
identificadas através das técnicas realizadas na etapa anterior. Uma das representações 
que possam representar os possíveis efeitos são as sobrepressões causadas pelas 
explosões e as radiações térmicas oriundas de incêndios. 
As próximas etapas estão relacionadas com estimativas de efeitos e frequências de 
falhas de equipamentos. Nessas etapas também podem-se utilizar técnicas de 
identificação de perigos, tais como a Análise Árvore de Eventos (AAE), a Análise de 
Árvore de Falhas (AAF), além da Análise Histórica de Acidentes. Os dados referentes aos 
equipamentos costumam estar disponíveis nos fabricantes que, por sua vez, precisam 
manter o seu banco de dados sempre atualizado. 
 
 
 
19 
 
Com relação à última etapa antes do gerenciamento de riscos, a estimativa e a avaliação 
dos riscos dependem de uma série de fatores a serem contemplados, como danos à 
saúde e levantamento de possíveis vítimas fatais. 
Por fim, é necessário criar um programa que contemple todas as informações citadas 
acima: um programa de gerenciamento de riscos. Esse programa é parte fundamental 
de um processo de análise e avaliação de riscos e passa por auditorias com intuito de 
melhorar sempre, além da criação de um plano de emergência. O Plano de Ação de 
Emergência, por exemplo, é um elemento fundamental, pois através dele são criadas 
ações que visam à minimização de impactos de perigos não identificados. 
Esse programa de gerenciamento de riscos contempla também os seguintes itens: 
revisão de riscos e processos, pois a empresa sofre muitas transformações durante o 
processo; capacitação dos profissionais; investigação de acidentes, até para que se 
saibam as possíveis causas; auditorias, que são importantíssimas ferramentas desde que 
feitas de forma periódica. Nesta etapa também é criado um Plano de Emergência 
Individual (PEI), porém, específico para incidentes de poluição relacionados a óleo no 
mar. Esse plano deve possuir minimamente os cenários acidentais, a estrutura 
organizacional, a análise da vulnerabilidade, os equipamentos e materiais de resposta e 
os procedimentos operacionais de resposta. 
 
2.5 Normas Aplicadas 
Veremos agora que tudo o que foi mostrado até então é totalmente amparado por 
legislações. Especificamente sobre a avaliação de impactos ambientais (AIA), a 
Resolução CONAMA n.1, de 23 de janeiro de 1986 dispõe sobre seus critérios básicos. 
Um dos itens importantes apontados nessa resolução e que são consideradas 
ferramentas importantíssimas para a AIA são o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Nessa resolução são definidas, por exemplo, 
quais são as atividades onde o EIA/RIMA é obrigatório. Não é qualquer atividade, por 
exemplo, que necessita de um EIA/RIMA, tais como a reforma ou a construção de uma 
 
 
 
20 
 
casa. Já para a construção de aeroportos, rodovias, aterros sanitários, enfim, grandes 
construções, aí sim um estudo acompanhado de um relatório é obrigatório. 
A resolução também aponta algumas atividades técnicas relacionadas ao estudo de 
impacto ambiental, tais como: diagnóstico ambiental, o meio físico, biológico e 
socioeconômico. O meio físico faz referência a fatores abióticos, como o solo, a água, o 
ar etc. Já o meio biológico está relacionado basicamente a fauna e a flora. Por fim, o 
diagnóstico socioeconômico faz menção ao uso e ocupação do solo, as relações de 
dependência a sociedade local e a potencial utilização dos recursos ambientais. 
 
Conclusão 
Chegamos ao fim do nosso terceiro bloco “Análise e Avaliação de Riscos Ambientais”. 
Nele foi possível observar que, por mais que a ação antrópica ainda castigue a natureza, 
o homem pouco a pouco tenta restabelecê-la. Isso é notado através das diversas 
técnicas de identificação de perigos apresentadas ao longo desse bloco, além de estudos 
de análises de riscos. Toda e qualquer técnica/estudo apresentado nesse bloco tem o 
intuito de diminuir os impactos ambientais, mesmo sabendo que eliminá-lo em 100% é 
algo quase impossível de atingir. 
 
Referências Bibliográficas 
AMORIM, E. L. C. Curso completo de análise de risco. Notas de Aula. Maceió, 2013. 
Disponível em: <www.ctec.ufal.br/professor/elca>. Acesso em: Março/2019. 
Apostila do curso sobre estudo de análise de riscos e programa de gerenciamento de 
riscos. Módulo 10. Ministério do Meio Ambiente. 2006. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/_12.pdf>. Acesso em: 
Março/2019. 
FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE (FEEMA). Instrução 
técnica para elaboração de Estudo de Impacto Ambiental – EIA e seu respectivo 
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. Rio de Janeiro: FEEMA, 2007. 
 
 
 
 
21 
 
 
3 IMPACTOS AMBIENTAIS 
Olá! Neste terceiro bloco daremos início ao estudo dos impactos ambientais e das 
metodologias de avaliação de impactos, assim como das medidas mitigadoras e 
compensatórias para reduzir as consequências dos impactos gerados. Embora a 
eliminação dos impactos negativos seja um pouco utópica, é necessário pensarmos 
como viver aplicando o conceito de desenvolvimento sustentável. Por conta disso, 
existem alguns métodos criados para se avaliar a grandiosidade dos impactos 
ambientais para que, então, sejam tomadas as medidas pertinentes. 
 
3.1 Impactos Ambientais: Conceito 
Antes de conceituarmos impacto ambiental é importante sabermos que os mesmos 
possuem uma série de características peculiares. Vejamos: o impacto pode ser direto ou 
indireto, por exemplo, ser temporário ou durar a vida toda, ser um impacto apenas local 
(em uma região), ou até mesmo ser um impacto estratégico. 
Com base nesse contexto, de acordo com a resolução CONAMA 001/86, impacto 
ambiental é: “Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas, que direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população; atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas 
e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”. 
Você verá que os impactos ambientais podem ser não somente negativos, mas também 
positivos. Um impacto positivo é aquele que pode trazer benfeitorias à população, como 
por exemplo, na construção de uma estação de tratamento de água. 
Os impactos ambientais podem ser classificados da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
22 
 
OS IMPACTOS AMBIENTAIS PODEM SER: 
Diretos e Indiretos Imediatos e a Médio e Longo Prazo 
Temporários e Permanentes Reversíveis e Irreversíveis 
Benéficos e Adversos Locais, Regionais e Estratégicos 
 
Outra expressão também abordada nesse bloco é o “aspecto ambiental” e sua definição 
está associada aos elementosproduzidos nas atividades, produtos ou serviços de uma 
organização que pode interagir com o meio ambiente. Seria algo como a causa que 
levará à consequência (impacto ambiental). Exemplo: na lavagem de um automóvel é 
utilizado água, que poderá causar um impacto muito grande ao ambiente, como a 
diminuição desse recurso natural tão importante. Portanto, o uso da água seria o 
“aspecto ambiental”, enquanto que a diminuição desse recurso seria o “impacto 
ambiental”. 
A tabela a seguir exemplifica algumas atividades com seus respectivos aspectos e 
impactos ambientais: 
 
Fonte: VERBANAC, s/d. 
 
Com base em todo o contexto apresentado é possível que o meio impactado seja, de 
fato, recuperado. Existem, para tanto, diversas aplicações e medidas técnicas que são 
realizadas visando à restauração ambiental, como medidas de manejo ou até mesmo o 
plantio de espécies de árvores. Trata-se das medidas mitigadoras e compensatórias, que 
serão abordadas mais adiante. 
 
 
 
 
23 
 
3.2 Previsão de Impactos Ambientais: Bases Conceituais 
Quando falamos de impacto ambiental, temos que ter em mente que esse impacto 
necessita ser previsto. É basicamente isso que a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) 
faz. A AIA é uma ferramenta política de planejamento e deve ser organizada através de 
uma série de atividades em sequência para que, então, possa ser feito um Estudo de 
Impacto Ambiental (EIA). 
O processo de Avaliação de Impacto Ambiental apresenta as seguintes características: 
 Conjunto de procedimentos: como falado anteriormente, os procedimentos 
devem estar ligados entre si, a fim de atender aos objetivos da AIA. 
 Regido por uma legislação/regulamentação: todos os componentes são e devem 
estar previstos na legislação. 
 Documentado: os requisitos para o atendimento das solicitações devem ser 
realizados de forma prévia, além de serem documentados e registrados. 
 Diversos participantes no processo: os envolvidos são os mais variados possíveis, 
desde a autoridade até os grupos de interesse. 
 Voltado para a análise da viabilidade ambiental: característica que mostra a real 
importância do AIA; é a finalidade do processo de avaliação de impacto 
ambiental. 
Você percebeu que a aplicação de uma avaliação de impacto ambiental não é tão 
simples assim. A seguir, você irá conferir as etapas desse processo: 
 Apresentação da proposta: o processo tem início quando um plano ou um 
projeto é apresentado para aprovação. 
 Triagem: selecionar, dentre as diversas ações antrópicas, quais serão aquelas 
que, de fato, podem causar grandes impactos ambientais. 
 Determinação do escopo do estudo de impacto ambiental: em grandes 
empreendimentos que requerem um estudo de impacto ambiental é necessário 
saber a profundidade e abrangência desses estudos. 
 Elaboração do estudo de impacto ambiental: talvez a atividade mais importante 
do processo, onde uma equipe multidisciplinar estará disposta a verificar a 
 
 
 
24 
 
grandiosidade dos impactos ambientais visando eliminar ao máximo os impactos 
negativos. 
 Análise técnica do estudo de impacto ambiental: parte do processo que cabe a 
um órgão governamental capaz de autorizar o empreendimento. 
 Consulta pública: através de audiência pública, fazer com que as partes 
interessadas tomem conhecimento das mudanças e, consequentemente, dos 
impactos que serão causados. 
 Decisão: momento em que o empreendimento recebe ou não uma autorização. 
 Monitoramento e gestão ambiental: gestão do empreendimento visando 
implementar medidas de compensação de impactos negativos, além de 
monitorar se aquilo que foi previsto realmente se confirmou. 
 Documentação: um grande número de documentos deve ser preparado visando 
à conquista de uma licença ambiental. 
Falando especificamente sobre as previsões dos impactos ambientais, é muito 
importante se planejar e definir um roteiro de trabalho visando, por exemplo, estimar a 
intensidade dos impactos, além de comparar e selecionar alternativas para que ocorra 
sua diminuição. 
Agora que você conheceu um pouco mais sobre os impactos ambientais, viu que o 
problema é mais sério do que parece, não é mesmo? Uma das formas de evitar que 
grandes catástrofes ambientais aconteçam é por meio da previsão das mesmas. Dessa 
forma, com um gerenciamento ambiental, as falhas podem ser apontadas de modo que, 
antes mesmo que elas venham a acontecer, algumas recomendações já tenham sido 
criadas. 
Veremos ao longo do bloco a utilização do método de Análise dos Modos de Falhas e 
seus Efeitos (FMEA) no gerenciamento ambiental. Este método, projetado inicialmente 
para estudar as falhas potenciais em produtos na indústria aeronáutica, mostra ser uma 
metodologia eficiente para a realização de análises de riscos ambientais. Mais uma vez 
é importante frisar que não existe uma metodologia “melhor” que a outra. O que existe, 
às vezes, é uma metodologia se encaixar melhor em áreas distintas. 
 
 
 
25 
 
A metodologia utilizada e apresentada no artigo indicado (FMEA) é um método 
qualitativo que aponta uma lista de falhas e efeitos causados por elas e que é de fácil 
aplicação, além de poder ser utilizada nas etapas de projeto, construção e operação. 
 
3.3 Impactos Ambientais: Métodos de Avaliação 
Os impactos ambientais produzidos pela ação antrópica dependem de estudos de 
impacto ambiental (EIA), que têm como intuito planejar ações para que os impactos 
negativos sejam os menores possíveis. Para identificar esses impactos é primordial que 
se conheçam suas causas, que podem ser identificadas através de uma lista prévia das 
atividades que o empreendimento realiza. 
Existem inúmeros métodos de avaliação de impactos ambientais, sendo que cada 
método apresenta suas vantagens e desvantagens, não havendo um que proporcione 
uma completa avaliação do impacto ambiental de um empreendimento. 
 
Os métodos são: 
 Métodos “AD HOC”: Método mais rápido de avaliação e de baixo custo; basicamente 
se dá através do encontro de especialistas (equipe multidisciplinar), onde são 
elaborados relatórios apontando os diversos pontos acerca de um impacto. 
 Listagens de Controle: Também chamadas de checklist, as listagens podem ser 
simples, descritivas, escalares e escalares ponderadas. Também necessita de uma 
reunião prévia e tem como vantagem possuir maior memorização de todos os 
fatores, porém, não identifica impactos diretos e indiretos. 
 Matrizes de Interação: Compostas de duas listagens de controle, em que são 
apontadas as causas e efeitos dos impactos, mostrando sua magnitude e 
importância. Possuem uma boa visualização, simplicidade e baixo custo, mas não 
identifica impactos indiretos. 
 Redes de Interação (Diagramas de Sistema): Têm uma abordagem integrada de 
impactos e interações, além de apresentar uma boa visualização da interação dos 
 
 
 
26 
 
elementos que a compõem. Porém, como desvantagem, não detectam a 
importância relativa dos impactos. 
 Superposição de Cartas: Método bastante interessante por conta de sua 
apresentação, que pode ser através de mapas sobrepostos, obtendo uma 
distribuição espacial dos impactos. Possuem uma boa visualização e exposição de 
dados, mas como desvantagem apresentam resultados subjetivos. 
Qualquer que seja o método utilizado é necessário que sua aplicação seja 
complementada com uma descrição detalhada dos impactos sobre os meios físico, 
biológico e antrópico. 
 
3.4 Medidas Mitigadoras 
Existem algumas medidas que tendem a minimizar grandes impactos ambientais, como 
por exemplo, aqueles oriundos da construção de um empreendimento de grande porte. 
Essas medidas são chamadas de medidas mitigadoras. Veremos que, além da redução 
de prejuízos, pode haver ainda um beneficiamento na área em que será construído o 
empreendimento. 
Assim como as medidas compensatórias (que você verá a seguir), essas medidas são 
importantíssimas para a redução dos prejuízos ambientais,seja no campo físico, biótico 
ou antrópico. 
As medidas mitigadoras podem ser divididas em preventivas (quando um possível 
evento pode causar um prejuízo futuro) e corretivas. 
Vejamos alguns exemplos: enterrar linhas de transmissão para evitar a interferência 
com uma rota de migração de aves, como aconteceu em Northumberland - Reino Unido, 
ou ainda a instalação de sistemas de captação de poeiras (como filtros, por exemplo) 
em uma fábrica de produção de cimentos, são excelentes exemplos de medidas 
mitigadoras. Tanto no primeiro como no segundo exemplo, observamos as modificações 
que foram feitas nos ambientes visando ao menor impacto negativo possível. 
 
 
 
27 
 
No trecho do livro “Avaliação de Impactos Ambientais”, a autora Katia Cristina Garcia 
mostrará um pouco mais sobre as medidas mitigadoras e de controle ambiental para a 
recuperação e restauração ambiental de ecossistemas e de área de preservação 
ambiental, sempre amparadas por seus aspectos legais. Após essa breve leitura, você 
será capaz de identificar quais são as medidas de controle e mitigação adequadas para 
um estudo de avaliação de impacto ambiental. 
 
3.5 Medidas Compensatórias 
Existem algumas diferenças entre as medidas compensatórias e mitigadoras. Quando 
não se consegue reduzir um impacto ambiental, ou até mesmo mitigá-lo, a primeira das 
medidas citadas tem a intenção de compensar os danos ambientais que vierem a ser 
causados. Mas isso não é uma tarefa das mais simples. As medidas compensatórias 
devem contar com o auxílio do governo, pois existem leis específicas que subjugam o 
uso dos ambientes e recursos naturais. Essas medidas funcionam também como critério 
de avaliação dos prejuízos ambientais, caso um empreendimento, durante sua 
construção, explore áreas de preservação ou que ultrapassem limites que já foram 
estabelecidos anteriormente. 
Essas medidas são tomadas quando ações diretas e indiretas são realizadas na 
construção de um empreendimento e, por conta disso, essas medidas têm por função 
repor bens sociais e ambientais, para que, então, a região continue existindo em perfeita 
harmonia. 
Além disso, essas medidas devem ser tomadas pelos responsáveis da execução do 
projeto, em todas as suas fases. 
Por fim, existem diversos exemplos de medidas compensatórias, como a de retirar o 
mínimo de vegetação possível, sempre procurando evitar atingir o número mínimo de 
espécies, quando se tratar sobre a perda da diversidade vegetal etc. 
Vejamos um exemplo de medida compensatória e, ao mesmo tempo, uma diferença 
entre essa e a medida mitigadora: na construção de uma rodovia, uma grande 
 
 
 
28 
 
quantidade de vegetação nativa é perdida, não é verdade? Dessa forma, desviar um 
trecho da estrada, ou fazer um túnel, pode ser considerado uma medida mitigadora, 
mas por conta da grandeza de sua construção, não elimina completamente a 
necessidade de remoção da mata nativa. É aí que entra a medida de compensação que, 
no exemplo citado, seria a conservação de uma área equivalente ou maior daquela que 
foi degradada. 
 
Conclusão 
Neste bloco conceituamos impacto ambiental e verificamos a diferença existente entre 
impacto e aspecto ambiental, além de abordarmos os principais métodos de avaliação 
de impactos ambientais. 
Foi possível também verificar a importância das medidas mitigadoras e compensatórias, 
uma vez que a ação antrópica colabora negativamente para a destruição dos recursos 
naturais. 
 
Referências Bibliográficas 
BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo: Editora Érica, 2014. 
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e Segurança do Trabalho. São Paulo: Editora 
Érica, 2014. 
SANCHÉZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2008. 
VERBANAC, R. 4 etapas na identificação e avaliação de aspectos ambientais. 14001 
Academy. Disponível em: <https://advisera.com/14001academy/pt-
br/knowledgebase/4-etapas-na-identificacao-e-avaliacao-de-aspectos-ambientais/>. 
Acesso em: Março/2019. 
ZEFERINO, M. C. Medidas Mitigadoras e Compensatórias de Impactos Ambientais. Blog 
da Mata Nativa, 22 de março de 2018. Disponível em: 
<http://www.matanativa.com.br/blog/medidas-mitigadoras-e-compensatorias-de-
impactos-ambientais/>. Acesso em: Março/2019. 
 
 
 
 
29 
 
 
4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
Neste bloco abordaremos as metodologias de avaliação de impactos ambientais. 
Sabemos que a maioria dos impactos ambientais é causada pelo homem, certo? O 
intuito da criação dessas metodologias, de certa forma, é tentar prever grande parte 
desses impactos, uma vez que muitos deles podem ser irreversíveis. As seguintes 
técnicas serão apresentadas nesse bloco: 
 
 
 
4.1 Método AD HOC 
O método AD HOC se baseia em reuniões de especialistas a fim de construir um relatório 
apontando os principais itens relacionados aos impactos ambientais. A equipe 
multidisciplinar deve ser a mais variada possível e, dependendo da área a ser analisada, 
 
 
 
30 
 
pode contar com profissionais nas áreas da Biologia, Geologia, Engenharias, além, é 
claro, de gestores ligados à área ambiental. 
Como se trata de um método onde se realiza uma análise prévia dos resultados (os 
possíveis impactos), no AD HOC é possível definir a melhor alternativa a ser tomada. 
Essa alternativa é aquela que menos agrida o meio ambiente e conserve o maior número 
de recursos naturais possíveis. Esse método é indicado quando não existem muitos 
dados e, por conta disso, o método não aprofunda a avaliação nem os impactos 
secundários. Essas podem ser consideradas desvantagens que podem ser supridas 
utilizando outros métodos concomitantemente. 
 
4.2 Método Checklist (listagem) 
Para leigos no assunto, este talvez seja o método mais “conhecido”. Você já deve ter 
feito ou participado de um questionário em que, conforme as respostas, são marcados 
“X” nas diferentes opções do questionário. Guardadas as devidas proporções, a 
Listagem de Controle (Checklist) funciona dessa forma, com questionários voltados à 
análise dos impactos. Através desse método é possível a memorização de todos os 
fatores ambientais. 
Essas listagens de controle podem ser divididas em: 
 Listagens de controle simples: Listam somente os fatores ambientais e seus 
indicadores. 
 Listagens descritivas: Apresentam a relação de parâmetros ambientais e podem 
ter a forma de um questionário para a análise dos impactos. 
 Listagens de controle escalar: Apresentam atribuições de valores numéricos ou 
em forma de símbolos (letras e sinais) para cada fator ambiental. 
Como já comentamos, os métodos também apresentam suas desvantagens e, aqui, não 
é diferente. Os impactos diretos, ou seja, aqueles criados de fato pelo ser humano, e os 
impactos indiretos (ou secundários), que são parte de uma cadeia de reações, não são 
 
 
 
31 
 
identificados. Mesmo sendo um método de diagnóstico ambiental até a comparação de 
alternativas, esse método também não identifica características temporais. 
A seguir apresentamos dois exemplos do método Checklist: 
 
Fonte: (GARCIA, 2014, p. 130). 
 
 
 
 
32 
 
 
Fonte: (GARCIA, 2014, p. 130). 
 
Em resumo, o Checklist apresenta as seguintes características: 
 Pode ser usado quando não se tem muitos dados. 
 Uma das vantagens é que pode ser feito de forma rápida, em um curto espaço de 
tempo. 
 Apresenta um dos custos mais baixos dentre as metodologias existentes. 
 É de fácil compreensão. 
 
4.3 Método de Matrizes de Interação 
O método de matrizes de interação é a junção de duas listagens de controle, como vimos 
acima. Em um dos eixos (chamado de coluna), são colocadas, por exemplo, as causas 
das atividades impactantes, enquanto que no outro eixo (chamado de linha), são 
apresentados os efeitos (fatores ambientais que serão impactados). 
Como desvantagens, esse método não identifica impactos indiretose possui certa 
subjetividade na magnitude do impacto. Porém, possui uma boa visualização, além de 
ser mais simples. Outra vantagem está relacionada ao custo, sendo muito baixo quando 
 
 
 
33 
 
comparado aos demais, e quando se fala em impactos ambientais, diminuir gastos para 
a obtenção de melhorias traz um benefício não só econômico, mas também social e 
ambiental. 
Vejamos um modelo de matriz de interação: 
 
 
Outro tipo de matriz, a cromática, permite uma visualização mais clara dos fatores de 
impacto ao meio ambiente e seus respectivos meios (antrópico, físico, químico e 
biológico). A seguir você verá um exemplo de preenchimento de uma matriz cromática: 
FATORES DE IMPACTO 
AO AMBIENTE 
Meio 
Antrópico 
Meio 
Físico 
Meio 
Químico 
Meio 
Biológico 
1. Geração de Empregos * / / / 
2. Implantação de 
Infraestrutura 
 / / 
3. Mudança das 
características das águas 
 - - - 
4. Vetores de doenças - / / / 
5. Alteração do 
Relevo Natural 
/ - / 
6. Ocorrência de erosão - / 
7. Obtenção de Material 
de Cobertura 
/ / / 
 
 
 
34 
 
8. Alteração de espécies 
da fauna e flora 
 / - 
9. Tráfego / / 
10. Geração de biogás / / - / 
11. Odores - / / 
12. Mudança dos níveis 
de ruído 
- / / - 
13. Alteração da Paisagem - - / 
 
IMPACTOS CORES 
Positivo baixo * 
Médio / 
Alto - 
Negativo baixo -- 
Indiferente : 
 
 
4.4 Método de Redes de Interação 
Também chamado de diagramas de sistema, esse é considerado um excelente método 
de avaliação de impacto ambiental. A começar pela sua fácil e boa visualização, esse 
método conta com a construção de fluxogramas e/ou gráficos e consegue fazer uma 
abordagem integrada de impactos e suas interações ambientais. 
Outro ponto importante é que ele pode ser utilizado para o diagnóstico e prognóstico 
de uma possível área ambiental impactada. Prognóstico está relacionado a um 
conhecimento prévio, antecipado de algo e que foi baseado em um diagnóstico e nas 
possibilidades que possam existir. O prognóstico, portanto, é a fase de análise dos 
impactos, e que, a partir do diagnóstico, por exemplo, permite que se façam projeções 
futuras dos impactos ambientais que a construção pode causar. 
Mesmo sendo um método excelente de avaliação, as redes de interação ou diagramas 
de sistema apresentam como desvantagem a não detecção de aspectos temporais, ou 
seja, aquele impacto ambiental que ocorre e persiste durante certo tempo, além dos 
aspectos espaciais. 
 
 
 
35 
 
A seguir você verá um exemplo de redes de interação utilizadas no processo de 
urbanização: 
 
 
 
4.5 Método de Superposição de Cartas 
Outro método bastante benéfico por conta da questão da visualização de dados, a 
superposição de cartas possibilita uma avaliação e identificação qualitativa dos 
impactos. 
O sucesso desse método se dá por conta da exposição dos impactos ambientais 
causados pelo homem. O uso de mapas torna a visualização mais simples e objetiva, de 
fácil identificação dos impactos. Basicamente é aplicado para projetos lineares e em 
diagnósticos ambientais, possuindo forte poder de síntese, o que facilita a comparação 
com ou sem o projeto. 
Por fim, também apresenta desvantagens, como a subjetividade, e também em relação 
à integração de dados socioeconômicos, uma vez que não considera a dinâmica dos 
sistemas. Além disso, ele possui um uso limitado por conta da superposição de muitos 
mapas. 
A seguir, veremos um exemplo desse método: 
 
 
 
36 
 
 
Fonte: (PARTIDÁRIO, s/d). 
 
Para finalizar, seguem as características gerais do método de superposição de cartas: 
 Metodologia está atrelada aos Sistemas de Informações Geográficas (SIG) 
 Juntamente com o SIG e, consequentemente, ao uso do computador, o método é 
considerado um dos mais exatos 
 É possível armazenar uma grande quantidade de informações 
 Grau de subjetividade alto 
 Método muito caro 
 Limitação na quantificação dos impactos 
 Baixa visualização de impactos socioeconômicos 
 
Conclusão 
Chegamos ao fim do nosso quarto bloco “Metodologias de Avaliação de Impactos 
Ambientais”. Nele, foi possível identificar os diferentes métodos que são utilizados para 
se avaliar um impacto ambiental, seja ele de pequena ou grande magnitude. Foi possível 
reconhecer suas particularidades, bem como suas vantagens e desvantagens. 
 
 
 
 
37 
 
 
Referências Bibliográficas 
BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, 
2014. 
GARCIA, K. C. Avaliação de Impactos Ambientais. 1. ed. Curitiba: Editora Intersaberes, 
2014. 
PARTIDÁRIO, M. R. Metodologias e Técnicas em AIA. Previsão de impactes. 
Identificação e comparação de alternativas. Impacte Ambiental, 4ª aula, Instituto 
Superior Técnico. Disponível em: 
<https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779572230888/4.%20Metod%20e%2
0tecnicas%20AIA.pdf>. Acesso em: Março/2019. 
SANCHÉZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2008. 
 
 
 
 
38 
 
 
5 RELATÓRIOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS 
Nesse quinto bloco veremos um pouco mais sobre algumas estratégias necessárias para 
minimizar os impactos ambientais decorrentes das atividades potencialmente 
poluidoras, para as quais é obrigatória a apresentação de um Estudo de Impacto 
Ambiental, de acordo com a legislação brasileira. A obrigatoriedade da elaboração de 
um EIA/RIMA é um pré-requisito para obtenção das licenças ambientais, conforme 
resolução CONAMA 01/86. As ferramentas disponíveis para se analisar os impactos 
ambientais foram descritas no Bloco 4 e, agora, estudaremos como se elabora um 
EIA/RIMA. 
 
5.1 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 
Considerado um dos processos de avaliação de impacto ambiental, o Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) é muito importante quando se observa a construção e a posterior 
operação de um grande empreendimento. Através do EIA é possível identificar, medir e 
quantificar quais impactos serão causados no processo citado acima. O estudo se dá 
basicamente pela caracterização dos meios físicos, biológicos e socioeconômicos, uma 
vez que as relações culturais e históricas de uma região têm precioso valor. Na tabela a 
seguir temos uma amostra dos meios mencionados: 
Meio físico 
Subsolo, águas, ar e clima, destacando os recursos minerais, 
topografia, tipos e aptidões de solo, corpos d’água, regime 
hidrológico, correntes marinhas e correntes atmosféricas. 
Meio biológico e 
ecossistemas naturais 
Fauna e flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade 
ambiental, de valor científico e econômico, raras e/ou 
ameaçadas de extinção e as de preservação permanente. 
Meio socioeconômico 
Uso e ocupação do solo e da água, destacando os sítios e 
monumentos arqueológicos, históricos e culturais da 
comunidade, relações de dependência entre a sociedade local e 
potencial utilização futura desses recursos. 
 
 
 
 
39 
 
Além das análises realizadas, o EIA também tem por função estabelecer e definir as 
medidas mitigadoras dos impactos ditos como negativos. Por fim e não menos 
importante, esse estudo também tem como objetivo elaborar programas de 
monitoramento, visto que é necessário realizar um acompanhamento para verificar se 
os impactos previstos de fato ocorreram. 
Dessa forma, um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um documento técnico elaborado 
por uma equipe multidisciplinar, formado por profissionais independentes do 
empreendedor, com capacidade técnica para avaliar os aspectos físicos, químicos, 
biológicos, econômicos e sociais que envolvem a implantação de atividades 
potencialmente poluidoras, como indicado na resolução CONAMA 01/86 no artigo 2º. 
O EIA deve contemplar algumas diretrizes, conforme estipulado no artigo 5º da 
resolução CONAMA 01/86: 
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, 
confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto. 
II - Identificare avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de 
implantação e operação da atividade. 
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos 
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, 
a bacia hidrográfica na qual se localiza. 
IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na 
área de influência do projeto, e sua compatibilidade. 
 
Vejamos agora as principais atividades/etapas de um estudo de impacto ambiental: 
Atividades preparatórias: existe a necessidade de reconhecimento ambiental, além da 
caracterização do projeto proposto. Esse reconhecimento ambiental pode se dar através 
de um levantamento de fotografias áreas, visitas a empreendimentos parecidos e até 
mesmo conversas informais no entorno do projeto. 
Identificação preliminar dos impactos prováveis: nessa etapa são preparadas listas de 
prováveis impactos decorrentes da construção do empreendimento. 
 
 
 
40 
 
Determinação do escopo: essa é uma etapa do processo de avaliação de impacto 
ambiental, assim como a de um planejamento de um estudo ambiental. São analisadas 
nessa etapa algumas questões relevantes, como a comparação com casos similares, a 
opinião de especialistas, dentre outras. 
Estudos de base: nessa etapa são fornecidas as informações às demais fases do estudo 
de impacto ambiental. Essa etapa costuma ser a mais longa e onerosa, pois aqui devem 
ser realizadas as previsões dos impactos e a elaboração de um plano de gestão 
ambiental. 
Identificação e previsão dos impactos: neste momento deve-se descrever a sequência 
de atividades, onde serão analisados os impactos. Nessa etapa é realizada uma revisão 
dos impactos previstos anteriormente, com informações novas advindas do estudo de 
base. Essas previsões podem ser feitas através de modelos matemáticos com base nos 
indicadores ambientais e suas variáveis. 
Avaliação dos impactos: aqui é informada a importância dos impactos. A equipe 
multidisciplinar responsável pelo estudo de impacto ambiental vai realizar julgamentos 
de valor avaliando os impactos que foram identificados e previstos. 
Plano de gestão: etapa muito importante de um Estudo de Impacto Ambiental, pois a 
partir daqui são propostas medidas e ações mitigatórias dos impactos negativos. 
Medidas de valorização, quando se tratar de impactos ambientais positivos, também 
podem ser apontadas nessa etapa. 
Custos do estudo e processo de avaliação de impacto ambiental: é importantíssimo 
estimar de forma prévia custos para a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental. 
Existem poucos estudos sobre esse assunto específico, mas algumas informações 
públicas que estão disponíveis relatam que o custo para a elaboração de um EIA fica 
entre 0,1 e 1,0% do custo de investimento total. Vale ressaltar ainda que os custos da 
elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental serão do próprio proponente do 
empreendimento. Dentre os custos destacam-se a coleta de dados, trabalhos de campo, 
estudos técnicos, monitoramento dos impactos, elaboração do relatório RIMA e 
disponibilidade de pelo menos cinco cópias do documento. 
 
 
 
41 
 
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deverá conter algumas informações importantes, 
dentre elas: 
I. Informações gerais do empreendimento (identificação, histórico e localização). 
II. Caracterização do empreendimento (objetivo do empreendimento, porte, 
etapas de implantação). 
III. A área de influência do empreendimento com descrição do entorno. 
IV. Diagnóstico ambiental da área do projeto com o intuito de caracterizar a 
verdadeira situação da área, considerando os meios físico, biológico e 
socioeconômico. 
V. Análise dos impactos ambientais através da identificação e verificação de vários 
itens, tais como: impactos diretos e indiretos, benéficos ou adversos, imediatos 
e a médio e longo prazos, benefícios sociais, entre outros. 
VI. Indicação das medidas mitigadoras de impactos negativos avaliando os sistemas 
de controle e tratamento. 
VII. Descrição dos programas de monitoramento dos impactos. 
 
Um dos objetivos da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é ajudar na seleção da 
alternativa mais viável do ponto de vista econômico, ambiental, social e jurídico. Por 
exemplo: o AIA pode ser muito útil para se determinar qual o melhor traçado de uma 
rodovia ou de linhas de transmissão de energia, qual a melhor localização de um 
reservatório de água para atendimento de uma usina hidrelétrica, qual a melhor opção 
para implantação de um aterro sanitário etc. O EIA deve também incluir a possibilidade 
de não realização do empreendimento. 
A AIA é um processo público de análise ambiental de um empreendimento e os 
resultados devem ser comunicados às partes interessadas, dentre elas a comunidade 
local. A resolução CONAMA 9/87 diz que a audiência Pública referida na RESOLUÇÃO 
CONAMA nº 1/86 tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em 
análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas 
e sugestões a respeito. Os estudos e, consequentemente, os relatórios de impacto 
ambiental, são lidos por todos aqueles participantes do processo, tais como os membros 
da comunidade local, analistas de órgão licenciador, ativistas de ONGs, advogados etc. 
A mesma resolução diz que, no caso de haver solicitação de audiência pública e na 
hipótese do Órgão Estadual não a realizar, a licença não terá validade. 
 
 
 
 
42 
 
A seguir, você verá as atividades onde se exige o EIA/RIMA: 
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento 
II - Ferrovias 
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos 
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 
18.11.66 
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos 
sanitários 
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV 
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para 
fins hidrelétricos, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação 
de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques 
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, carvão) 
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração 
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos 
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, 
acima de 10MW 
XII - Complexo e unidades industriais e agroindustriais 
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI 
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha 
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante 
XVI- Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em 
quantidade superior a dez toneladas por dia 
XVII - Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 ha ou menores, 
neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de 
importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental 
 
 
 
 
 
 
43 
 
5.2 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
Sabe-se que todo esse processo (EIA/RIMA) é muito complexo e por muitas vezes, eleva 
o tempo do processo de instalação e operação, mas nem por isso esse tipo de estudo 
deve ser descartado, uma vez que sem ele os impactos ambientais seriam bem maiores. 
Por conta disso tudo, o RIMA deve ser apresentado de uma forma que seja mais 
transparente e clara possível, para que todos (em especial o poder público) possam 
interpretar os dados sem margem de erros. Um dos itens mais importantes que devem 
estar contidos em um Relatório de Impacto Ambiental é a recomendação quanto à 
alternativa mais favorável, ou seja, aquela que menos agrida o meio ambiente.Esse 
subtema também nos mostra as atividades que exigem o EIA/RIMA, de ferrovias até 
projetos agropecuários. 
Com base em todo o contexto apresentado, o Relatório de Impacto Ambiental, ou 
simplesmente RIMA, tem como objetivo apresentar, de forma objetiva e acessível à 
população, o que foi analisado através dos Estudos de Impacto Ambiental feitos 
anteriormente. 
O RIMA contemplará as conclusões do EIA e deverá conter: 
I. Objetivos e justificativa para a realização do empreendimento 
II. Descrição detalhada do projeto e possíveis alternativas tecnológicas e de 
localização do empreendimento no que diz respeito à área de influência, 
matéria-prima, mão de obra, fontes de energia utilizada, processos 
operacionais, emissão de efluentes líquidos e gasosos, resíduos gerados, 
além da geração de empregos diretos e indiretos. Esta descrição detalhada 
deverá ser contemplada nas etapas de construção e operação do projeto 
III. Resumo dos resultados obtidos na análise de diagnóstico ambiental da área 
do projeto 
IV. Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da 
atividade, considerando: 
 O projeto e suas alternativas 
 Os horizontes de tempo de incidência dos impactos 
 Indicação dos métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, 
quantificação e interpretação 
V. Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência: 
 Comparar as diferentes situações da adoção do projeto 
 Suas alternativas 
 
 
 
44 
 
 Hipótese de sua não realização 
VI. Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras 
 Mencionar aqueles que não puderam ser evitados 
 Grau de alteração esperado 
VII. Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos 
VIII. Recomendação quanto à alternativa mais favorável: 
 Conclusões e comentários de ordem geral 
 
5.3 Relatório Ambiental Preliminar (RAP) 
Talvez você esteja se perguntando para que tantos estudos e relatórios. Se mesmo com 
esses documentos os impactos ambientais já existem e são grandiosos, imagine sem um 
estudo aprofundado? É por isso que muitos estados solicitam também o Relatório 
Ambiental Preliminar, ou simplesmente RAP. 
O RAP é um documento que indica a necessidade, ou não, da elaboração de uma 
EIA/RIMA para se conseguir as três licenças previstas. São elas: licença prévia, licença de 
instalação e licença de operação. 
O RAP também é um documento que visa flexibilizar ou até mesmo desburocratizar o 
sistema de concessão de licenças que, por muitas vezes, é bastante lento. Outra 
vantagem do RAP é que ele atende às pequenas e médias empresas, o que antes era 
limitado a grandes corporações que realizam o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o 
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e que, por conta disso, são caros e muitas vezes 
fora do alcance dos pequenos e médios empresários. 
A seguir, você verá quais são os empreendimentos/atividades para as quais o RAP pode 
ser utilizado para a solicitação da licença prévia: 
 Aterro de inertes e da construção civil 
 Distrito industrial 
 Estrutura de apoio a embarcações 
 Extração mineral (em fase de revisão) 
 Linha de transmissão 
 Obras hidráulicas 
 Pequenas centrais hidroelétricas 
 Projeto urbanístico 
 Resíduos sólidos 
 
 
 
45 
 
 Sistema de irrigação 
 Transportes viários 
 Turismo e lazer 
 Usinas de açúcar, álcool e cogeração de energia 
 Dutos (em fase de revisão) 
 Geral – destinado a atividades não listadas 
 Orientação para a produção de material cartográfico 
 
SAIBA MAIS 
O artigo “Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD)”, indicado como Material 
de Apoio, apresenta com clareza o que é um Relatório Ambiental Preliminar (RAP). Em 
São Paulo, este documento é o primeiro a ser obtido antes do licenciamento ambiental. 
O artigo relata uma série de elementos que serão necessários para a elaboração e 
preparação do RAP, tais como, medidas mitigadoras, caracterização do 
empreendimento, etc. O artigo ainda faz considerações sobre o estudo de impacto 
ambiental (EIA) e o relatório de impacto ambiental (RIMA) na legislação brasileira e 
paulista. 
 
5.4 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) 
Ao longo de toda a disciplina você percebeu que somos parte integrante do meio 
ambiente, mas também somos os que mais poluímos, não é mesmo? Reparou também 
que são realizados inúmeros estudos a fim de diminuir os impactos ambientais 
realizados por nós? O homem, da mesma forma que contribui negativamente com a 
extração dos recursos naturais, por exemplo, cria inúmeras maneiras de reverter tal 
situação. Uma delas são os planos de recuperação de áreas degradadas, sejam essas 
áreas um ambiente aquático ou terrestre. 
O ambiente impactado pela ação antrópica pode se recuperar desde que haja ações 
específicas para este fim. Essa recuperação ambiental pode ser do tipo reabilitação, 
quando o ambiente degradado deverá ter uma nova forma de utilização, como uma 
atividade de mineração, por exemplo. Temos ainda o termo chamado remediação, que 
é usado para recuperar áreas contaminadas. 
 
 
 
46 
 
O PRAD foi definido pelo Decreto Federal nº 97.632/89, que determinou à apresentação 
e aprovação do órgão ambiental competente um plano de recuperação de área 
degradada no caso de empreendimentos voltados à exploração mineral, e institui como 
objetivo do PRAD garantir a recuperação visando o retorno do sítio degradado a uma 
forma de utilização. 
Esse plano tem como principal característica estabelecer um novo equilíbrio dinâmico 
para a região impactada, tornando o ambiente apto para utilização no futuro, desde que 
não interfira negativamente na qualidade de vida da flora e fauna. Esse tipo de plano é 
solicitado por órgãos ambientais e faz parte do processo para a obtenção de licenças 
ambientais, seja ela prévia, de instalação ou de operação. 
No trecho do livro indicado, você conhecerá um pouco mais sobre princípios a serem 
observados na recuperação e gestão de recursos hídricos. Serão também apresentadas 
algumas alternativas que visam à não contaminação das águas através de efluentes 
domésticos, além de métodos de conservação de bacias hidrográficas. 
 
Conclusão 
Chegamos ao fim do nosso quinto bloco “Relatórios de Impactos Ambientais”. Nele, foi 
possível observar os diferentes estudos e relatórios ambientais que são produzidos pelo 
homem, sempre com a intenção prévia de minimizar os impactos ambientais. Através 
das aulas, artigos e trechos de livros apresentados, foi possível observar que não são 
estudos simples, uma vez que a natureza é um meio complexo de entendimento e 
assimilação. 
 
Referências Bibliográficas 
ALMEIDA, D. S. Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD). In: Recuperação 
ambiental da Mata Atlântica [online]. 3rd ed. rev. and enl. Ilhéus, BA: Editus, 2016, pp. 
140-158. ISBN 978-85- 7455-440-2. Available from SciELO Books. 
 
 
 
47 
 
BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, 
2014. 
Elaboração dos Projetos Básico e Executivo e Apresentação de Relatório Ambiental 
Preliminar (RAP) da Estação de Tratamento de Esgotos do Sistema Boa Vista, em 
Campinas/SP. Relatório Ambiental Preliminar, v. 1, n. 03615-AM-RT-B-001, dez., 2003. 
SANCHÉZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2008. 
 
 
 
 
48 
 
 
6 LEGISLAÇÕES 
Olá caro aluno! Nesse último bloco trataremos sobre as legislações ambientais. Não é 
nada fácil falar de leis, ainda mais se tratando de um bem onde o Brasil prevalece por 
conta de sua quantidade e riqueza: os recursos naturais. Nos subitens abaixo você verá 
algumas particularidades principalmente se tratando nos âmbitos municipal, estadual e 
federal. Não podemos esquecer que a nossa legislação cita dois importantes itens que 
têm a função prevenir o meio ambiente e as pessoas. São eles, o plano de contingência 
e o plano deemergência. 
Abaixo você verá uma tabela que mostra como funciona o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente (SISNAMA): 
ESTRUTURA DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) 
ORGÃOS FINALIDADE 
ÓRGÃO SUPERIOR 
Conselho do Governo 
A sua função é auxiliar o Presidente da República na 
formulação da Política Nacional do Meio Ambiente. 
ÓRGÃO CONSULTIVO E DELIBERATIVO 
Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA) 
A finalidade do CONAMA é estudar e propor diretrizes 
e políticas governamentais para o meio ambiente e 
deliberar, no âmbito de sua competência, sobre 
normas, padrões e critérios de controle ambiental. O 
CONAMA assim procede através de suas resoluções. 
ÓRGÃO CENTRAL 
Ministério do Meio Ambiente, dos 
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal 
Encarregado de planejar, coordenar e supervisionar as 
ações relativas à Política Nacional do Meio Ambiente. 
Como órgão federal implementa os acordos 
internacionais na área ambiental. 
 
ÓRGÃO EXECUTOR 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis 
(IBAMA) 
 
Entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica 
de direito público e autonomia administrativa, é a 
encarregada da execução da Política Nacional para o 
Meio Ambiente e sua fiscalização. 
ÓRGÃOS SECCIONAIS 
São entidades estaduais responsáveis pela execução de 
programas e projetos de controle e fiscalização das 
atividades potencialmente poluidoras (Secretarias 
Estaduais de Meio Ambiente e entidades 
supervisionadas como a Companhia de Tecnologia de 
Saneamento Ambiental-CETESB, no estado de São 
Paulo, e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
Ambiente-FEEMA, do Rio de Janeiro). 
 
 
 
49 
 
ÓRGÃOS LOCAIS 
Entidades ou Órgãos Municipais 
 
São órgãos ou entidades municipais voltadas para o 
meio ambiente, responsáveis por avaliar e estabelecer 
normas, critérios e padrões relativos ao controle e à 
manutenção da qualidade do meio ambiente com 
vistas ao uso racional de seus recursos, supletivamente 
ao Estado e à União. 
 
Fonte: (IPT/CEMPRE, 1995). 
 
6.1 Legislações Municipais 
Sempre embasadas em leis ditas como “maiores”, as legislações municipais são por 
muitas vezes diferentes de uma cidade para outra, devido a sua localização, 
características regionais etc. Muitas dessas leis têm o intuito de promover uma maior 
adequação entre as atividades que serão realizadas e o impacto que será causado. 
Outro ponto a ser mencionado é em relação à abrangência desse tipo de lei. Enquanto 
a lei federal contempla o “todo”, leis municipais “abraçam” a região de forma a se tornar 
via de regra para aquele município. As leis orgânicas e os planos diretores são alvo de 
muita discussão para este fim. Essas leis, por exemplo, podem exigir a obtenção de 
licenças para a implantação de obras ou atividades que podem degradar o meio 
ambiente e prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas. 
O trecho do livro indicado (páginas 201-211) abordará o tema turismo ambiental, que 
atualmente movimenta milhões de reais anualmente no Brasil. Embora seja uma 
atividade com muito destaque em nosso país (visto que possuímos um imenso território 
verde), o turismo carece de normas com relação ao zoneamento de áreas que tenham 
esse fim, cuja competência final fica por conta dos municípios, através de sua legislação 
específica, como o Plano Diretor. 
Obra: RECH, Adir Ubaldo (org.). Direito e economia verde: natureza jurídica e aplicações 
práticas do pagamento por serviços ambientais, como instrumento de ocupações 
sustentáveis. Caxias do Sul, RS: Educs, 2011. p. 201-211. 
 
 
 
 
 
50 
 
6.2 Legislações Estaduais 
Muitos estados concentram uma grande quantidade de empresas, principalmente em 
suas capitais, não é mesmo? Por conta dessa concentração de riquezas, fábricas e 
indústrias se instalam buscando uma competitividade sem limites. Nesses casos 
específicos, são criados órgãos que regulamentam muitos assuntos voltados ao meio 
ambiente. 
É comum que cada estado possua sua própria legislação. Tomemos como exemplo a 
constituição do Estado de São Paulo (1989, acrescida das alterações das ementas 
constitucionais), que diz em seu artigo 192: “Estabelece que a execução de obras, 
atividades, processos produtivos e empreendimentos e a exploração de recursos 
naturais de qualquer espécie, quer pelo setor público, quer pelo privado, serão 
admitidas se houver resguardo do meio ambiente ecologicamente equilibrado”. 
Outra lei do estado de São Paulo, a Lei Estadual nº 997 de 31 de maio de 1976 dispõe 
sobre o Controle da Poluição do Meio Ambiente e condiciona a instalação de fontes de 
poluição à prévia autorização do órgão estadual de controle da poluição do meio 
ambiente, mediante expedição, de Licença Ambiental Prévia (LP), de Licença Ambiental 
de Instalação (LI) e/ou de Licença Ambiental de Operação (LO). 
Voltando a falar dos órgãos ambientais, os mesmos possuem funções específicas desde 
a fiscalização, monitoramento, licenciamento e até mesmo a aplicação de multas, como 
é o caso da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a CETESB. 
A CETESB tem como intuito descentralizar o licenciamento de empreendimentos e 
atividades de pequeno impacto local. Você sabe e já conferiu aqui ao longo da disciplina 
que a obtenção de licenças, assim como seus respectivos estudos são muitas vezes 
demorados e cheios de burocracia. Uma das várias atribuições da CETESB no estado de 
São Paulo é fazer o monitoramento do ar, solo, rios e praias da região paulista. Observa-
se, por exemplo, que a CETESB informa a qualidade das praias através de placas de 
sinalização, dizendo se a praia está própria ou imprópria para o banhista. 
 
 
 
 
51 
 
 
6.3 Legislações Federais 
Pensando em uma escala de tempo, somos absurdamente jovens quando o assunto é 
leis ambientais. Para se ter uma ideia, as primeiras leis são datadas do século XVI, 
diferentemente da extração dos recursos naturais, que aqui no Brasil se dá desde o 
“descobrimento” pelos portugueses e que, infelizmente, acontece até hoje. 
Embora seja “nova”, nossa legislação ambiental é tida como exemplo para muitos países 
do mundo. Ela é considerada a mais completa e embasada das leis, talvez pela 
magnitude e grandeza dos recursos disponíveis em nossa nação, ou ainda pela 
competência dos seus criadores. 
Um exemplo de lei federal específica para o meio ambiente está em nossa Constituição 
Federal de 1998, que em seu artigo 225, VI, determina a possibilidade de ser exigido 
estudo prévio de Impacto Ambiental para instalação de atividades ou obra 
potencialmente poluidora causadora de significativa degradação ambiental, na forma 
estabelecida pela legislação regulamentar (Resoluções CONAMA nº 237/97 e 001/86). 
A Avaliação do Impacto Ambiental (AIA), por exemplo, que é uma ferramenta de política 
de planejamento ambiental. está prevista na Política Nacional do Meio Ambiente por 
meio da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 9º, inciso III, que diz: 
Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) 
III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público 
federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante 
 
 
 
52 
 
interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 
18.07.89); 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente. 
Outra lei importante é a resolução CONAMA, nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que trata 
sobre o EIA/RIMA em seu artigo 2º: “Dependerá de elaboração de Estudo de Impacto 
Ambiental e respectivo Relatório de

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