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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2011 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Disciplina na modalidade a distância Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Reitor Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretora Adjunta Patrícia Alberton Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Iris de Sousa Barros Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva Coordenação Cursos Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski Assistente e Auxiliar de Coordenação Maria de Fátima Martins (Assistente) Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Ana Denise Goularte de Souza Coordenadores Graduação Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R. Pacheco Arthur Beck Neto Bernardino José da Silva Catia Melissa S. Rodrigues Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Fabiano Ceretta José Carlos da Silva Junior Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn Jorge Alexandre N. Cardoso José Carlos N. Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto D. Toledo Joseane Borges de Miranda Luciana Manfroi Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina S. Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz M. Pinheiro Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Roberto Iunskovski Rose Clér Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Sergio Sell Coordenadores Pós-Graduação Aloisio Rodrigues Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Nunes Leticia Cristina Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Rogério Santos da Costa Roberto Iunskovski Thiago Coelho Soares Vera Regina N. Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente) Fernanda Farias Secretaria de Ensino a Distância Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Eduardo Rodrigues Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto e Reconhecimento de Curso Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem) Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Felipe Cascaes Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Simone Zigunovas (Capacitação) Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Fabiana Pereira Tutoria e Suporte Claudia Noemi Nascimento (Líder) Anderson da Silveira (Líder) Ednéia Araujo Alberto (Líder) Maria Eugênia F. Celeghin (Líder) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Francine Cardoso da Silva Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Schenon Souza Preto Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.) Aline Cassol Daga Ana Cláudia Taú Carmelita Schulze Carolina Hoeller da Silva Boeing Eloísa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Gislaine Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo Jaqueline de Souza Tartari João Marcos de Souza Alves Leandro Romanó Bamberg Letícia Laurindo de Bonfim Lygia Pereira Lis Airê Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Melina de La Barrera Ayres Michele Antunes Corrêa Nágila Hinckel Pâmella Rocha Flores da Silva Rafael Araújo Saldanha Roberta de Fátima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Sabrina Paula Soares Scaranto Viviane Bastos Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Avaliação da aprendizagem Geovania Japiassu Martins (Coord.) Gabriella Araújo Souza Esteves Jaqueline Cardozo Polla Thayanny Aparecida B.da Conceição Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro Avaliações Presenciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti Gerência de Marketing Fabiano Ceretta (Gerente) Relacionamento com o Mercado Eliza Bianchini Dallanhol Locks Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Assuntos Jurídicos Bruno Lucion Roso Marketing Estratégico Rafael Bavaresco Bongiolo Portal e Comunicação Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Marcelo Barcelos Rafael Pessi Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Diogo Rafael da Silva EdisonRodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Oberdan Porto Leal Piantino Patrícia Fragnani de Morais Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.) Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Juliana Cardoso da Silva Jonatas Collaço de Souza Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Nidia de Jesus Moraes Orivaldo Carli da Silva Junior Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Vanessa Trindade Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual Palhoça UnisulVirtual 2011 Revisão e atualização de conteúdo Claudio Alvim Zanini Pinter Design instrucional Dênia Falcão de Bittencourt João Marcos de Souza Alves 3ª Edição Elmo Tambosi Filho Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Livro didático Edição – Livro Didático Professor Conteudista Elmo Tambosi Filho Revisão e atualização de conteúdo Claudio Alvim Zanini Pinter Design Instrucional Dênia Falcão de Bittencourt Luiz Henrique Queriquelli João Marcos de Souza Alves (3ª edição) Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Fernanda Fernandes (3ª edição) Revisão Foco Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 332.6 T16 Tambosi Filho, Elmo Mercado de capitais e bolsa de valores : livro didático / Elmo Tambosi Filho ; revisão e atualização de conteúdo Claudio Alvim Zanini Pinter ; design instrucional Dênia Falcão de Bittencourt, [Luiz Henrique Queriquelli], João Marcos de Souza Alves. – 3. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011. 168 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. 1.Mercado de capitais. 2. Bolsa de valores. 3. Política monetária. I. Pinter, Claudio Alvim Zanini. II. Bittencourt, Dênia Falcão de. II. Queriquelli, Luiz Henrique. IV. Alves, João Marcos de Souza. IV. Título. Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Introdução ao Mercado de Capitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional . . . . . . . . . . . . . . . . 31 UNIDADE 3 - Títulos e valores mobiliários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 UNIDADE 4 - Mercado Acionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 UNIDADE 5 - Mercados Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 UNIDADE 6 - Análise de Ações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116 UNIDADE 7 - Teoria das Carteiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 Sobre o autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 Sobre o revisor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 160 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 162 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Mercado de Capitais e Bolsa de Valores. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. Palavras do professor Bem-vindo à disciplina de Mercado de Capitais e Bolsa de Valores! O objetivo é que você assimile com sucesso os conceitos de Mercado de Capitais e Bolsa de Valores. Esses conceitos são muito importantes para um futuro gestor, pois eles são, muitas vezes, utilizados nas decisões de investimento dentro da organização. São ferramentas importantes, uma vez que diversos fatos relevantes nas áreas de finanças e administração financeira, entre outras, têm sua relação com o Mercado de Capitais. Este livro didático foi desenvolvido especialmente para você e foi preparado com o intuito de tornar o seu contato com o Mercado de Capitais e a Bolsa de Valores simples e agradável. Fique à vontade. Bons estudos! Professor Elmo Tambosi Filho. Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: � o livro didático; � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); � o Sistema Tutorial. Ementa Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Títulos e valores mobiliários. Mercado acionário. Debêntures. Mercado de opções e Mercados Futuros. Análises de ações. Teoria das carteiras. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos Geral: Proporcionar o conhecimento do Mercado de Capitais e suas interações nos diversos cenários econômicos. Específicos: � Entender a importância e funcionamento do Mercado de Capitais. � Conhecer a estrutura do Sistema Financeiro Nacional. � Entender o funcionamento do mercado acionário. � Apresentar as principais modalidades operacionais do mercado acionário. � Conhecer o funcionamento da Teoria das Carteiras. Carga Horária A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivosobjetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 7 13 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 – Introdução ao Mercado de Capitais Nesta primeira unidade você entenderá a importância do mercado de capitais. Irá conhecer sua função e um pouco de seu funcionamento. Unidade 2 – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Em nossa segunda unidade você vai conhecer a estrutura do Sistema Financeiro Nacional. O que é? Quais são os principais órgãos e suas funções? Unidade 3 – Títulos e valores mobiliários Nesta terceira unidade serão apresentados a você os títulos. Você irá compreender o que é um título e também o que são valores mobiliários. Definiremos também fundos de investimentos e seus tipos, bem como discutiremos a questão do risco. Unidade 4 – Mercado Acionário Nesta unidade você vai conhecer a definição de ações e debêntures e seus tipos. Vai aprender um pouco mais do funcionamento do mercado via negociação de ações. Unidade 5 – Mercados Futuros Esta quinta unidade vai apresentar a você os Mercados Futuros. Aqui você vai identificar a finalidade e importância destas operações. Vai conhecer quais são as diferentes modalidades operacionais. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 6 – Análise de Ações As duas principais escolas de análise de ações ser-lhe-ão apresentadas nesta unidade. Você vai entender as diferenças entre elas e suas aplicações. Unidade 7 – Teoria das Carteiras A última unidade desta disciplina está reservada para a compreensão da Teoria das Carteiras. Você vai entender a importância da utilização dessa teoria no mercado acionário. 15 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Agenda de atividades/Cronograma � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) 1UNIDADE 1Introdução ao Mercado de Capitais Objetivos de aprendizagem � Entender a importância do Mercado de Capitais; e � Conhecer o fascinante funcionamento desse mercado. Seções de estudo Seção 1 Por que estudar Mercado de Capitais? Seção 2 Qual a principal função do Mercado de Capitais? Seção 3 Onde está inserido esse Mercado? Seção 4 Por que investir na Bolsa de Valores? 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Bem-vindo ao início dos estudos sobre Mercado de Capitais e Bolsa de Valores. Aqui algumas dicas para iniciar seus estudos: � leia sequencialmente com atenção e reflexão os textos apresentados; � anote suas dúvidas e questionamentos durante a sua leitura; � assinale os pontos-chave do conteúdo; e � realize as atividades de autoavaliação no final de cada unidade. Para o estudante que primeiro quer compreender o valor desse conhecimento para sua formação, entender sua utilidade é um bom ponto de partida. E essa é a proposta da Seção 1. Siga em frente! Seção 1 – Por que estudar Mercado de Capitais? Aguce um pouco mais a sua curiosidade, pois agora você irá compreender a importância de estudar Mercado de Capitais. Saiba que, com o processo de globalização da economia, que resultou em um incremento no intercâmbio entre os países, cada vez mais o Mercado de Capitais vem conquistando uma crescente importância no cenário financeiro internacional. De acordo com essa tendência mundial, os países em desenvolvimento procuram abrir suas fronteiras para poder receber investimentos externos. Como consequência desse fato, quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu Mercado de Capitais. 19 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 Esse Mercado é um canal de fundamental importância na captação de recursos a custos baixos que permitem o desenvolvimento das empresas por meio da emissão de Ações que tem o objetivo de expandir a produção, gerando novos empregos e contribuindo para o progresso do país. O Mercado Acionário se constitui em uma importante opção de investimento para pessoas e instituições. Portanto, você precisa ter claro que investimento é a aplicação de recursos com a finalidade de obter aumento no produto e, com isso, gerar emprego e renda. Já a aplicação financeira é uma transação de renda entre as partes. Você precisa compreender que o investidor busca sempre uma melhor rentabilidade no seu investimento. Portanto, o Mercado trabalha na possibilidade de uma maior ou menor rentabilidade que vai determinar a sua oscilação. Sendo assim, você precisa saber que a atuação das variáveis macroeconômicas é importante para a tomada de decisão por parte dos investidores. O equilíbrio macroeconômico dará sustentação para todo tipo de investimento. O equilíbrio macroeconômico é dado pela interação entre a oferta e a demanda agregada. A oferta agregada pode ser expressa pelo Produto Interno Bruto e a demanda agregada pela renda disponível. A partir dessa relação, será gerada a renda pela qual todo sistema será ativado. Portanto, a economia é dinamizada através de um fluxo circular tanto de renda como de bens e serviços. As famílias consomem bens e serviços que, por sua vez, são oferecidos pelas empresas e comercializados no Mercado de bens e serviços. Já as empresas produzem todos esses bens com a finalidade de suprir essa demanda e este equilíbrio macroeconômico é influenciado pela atuação do Governo na esfera fiscal e monetária. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina Entretanto, nosso objetivo não é o estudo do ciclo econômico, mas sim demonstrar a importância desse ciclo para o Mercado de Capitais. O Mercado de Capitais é responsável por canalizar recursos de poupança para o sistema produtivo e, com isso, proporcionar o crescimento econômico. Seção 2 – Qual a principal função do Mercado de Capitais? Como você acabou de acompanhar: O Mercado de Capitais é um importante instrumento para o crescimento econômico e financeiro do país. Esse Mercado tem a finalidade de dar liquidez, ou seja, garantias na distribuição de valores mobiliários (Ações), com o propósito de viabilizar o processo de capitalização das empresas. No Mercado de Capitais, os principais títulos negociados são os que representam o capital social das empresas, denominados Ações, que permitem que estas se financiem. Tais financiamentos são o motor do crescimento econômico e esse, por sua vez, gera aumento da poupança e do investimento, que se traduz em desenvolvimento econômico para o país. 21 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 Seção 3 – Onde está inserido esse Mercado? Neste momento, você deve estar curioso para saber onde está inserido esse Mercado. O Mercado de Capitais está inserido no Sistema Financeiro Nacional, que é composto de instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros e pela distribuição e circulação desses valores. O Conselho Monetário Nacional é seu órgão representativo, presidido pelo ministro da Fazenda. Diretamente interligado a ele estão o Banco Central do Brasil, que tem o poder executivo e a Comissão de Valores Mobiliários, que é responsável pela normatização e regulamentação do Mercado de Bolsa e Balcão. É importante você notar que o Mercado de Capitais é altamente disciplinado, supervisionado, fiscalizado e com regras rígidas. Seção 4 – Por que investir na Bolsa de Valores? Você precisa entender que, quando investimosna compra de Ações, nos tornamos sócios da empresa e, com esses recursos, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos, contribuindo, assim, para um aumento na produção de bens, que, por sua vez, gera aumento na renda do trabalhador, proporcionando também crescimento econômico. É interessante compreender que o acionista é sócio da empresa e recebe dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. Neste segmento, ocorre uma maior democratização do capital, na qual, independentemente da renda e classe social, o indivíduo pode se tornar sócio de uma empresa. Exemplo: a dona de casa, a empregada doméstica, a faxineira, o engraxate, o advogado, o professor, o médico, entre as demais profissões. 22 Universidade do Sul de Santa Catarina Com investimentos na área petrolífera, a empresa Petrol obteve lucros significativos no ano de 2002. Como consequência, seus acionistas participaram da distribuição desses lucros através do recebimento de dividendos na proporção do lucro obtido pela empresa Petrol. Dicas do professor A melhor maneira de aprimorar os conhecimentos em Mercados de Capitais é por meio da leitura de jornais especializados e acessando o site da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros. Nesse site você poderá aprofundar-se nesse fascinante Mercado. Aprenda a se conhecer: quando investir na compra de Ações, você precisa ser altamente cauteloso no planejamento e ter condições de cumprir o planejado. Fique de olho: a tendência de Ativos com preços muito elevados é que desçam. COMO INVESTIR EM AÇÕES? Investir em ações implica em realizar pesquisas preliminares que permitam ao investidor uma maior confiabilidade na aplicação, mesmo sem a garantia de retorno esperado. A figura abaixo nos permite observar que as negociações em ações passam obrigatoriamente por uma Corretora de Títulos e Valores Mobiliários e exigem passos que devem ser seguidos, conforme veremos no texto posterior. 23 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 Figura 1.1 – Como investir em ações? Fonte: Equipe Design Visual – UnisulVirtual, 2010. Primeiramente você deverá efetuar um cadastro numa corretora de sua confiança (preferencialmente que tenha o registro na Bolsa e na CVM. Consulte os sites da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e BM&FBOVESPA e certifique-se. Algumas corretoras operam através do Home Broker, assim, você poderá investir diretamente do seu micro, em casa. Eis alguns passos: 1. Abrir um cadastro numa corretora – após enviar os documentos exigidos (cópia de identidade, CPF, comprovante de renda e de residência autenticados), você receberá uma senha e um limite de crédito para iniciar seus investimentos em ações. 2. Possuir uma conta-corrente bancária. 3. Selecionar empresas para investir, estudando o setor da economia, perspectivas de crescimento, acompanhando as notícias do dia a dia e fatos relevantes. As Escolas Fundamentalista e Técnica oportunizam vários indicadores para análise de tomada de decisão. 24 Universidade do Sul de Santa Catarina 4. Conhecer o perfil do investir. Vários sites oferecem gratuitamente ao investidor a opção de conhecer o seu perfil: conservador, moderado ou agressivo. Conhecer a si próprio é fundamental para evitar problemas futuros. 5. Lembre-se de que neste mercado não há garantias de retorno. Os investimentos na Bolsa de Valores normalmente são de médio e longo prazo. 6. Evite empenhar todas as suas economias na Bolsa. Invista apenas o que você não irá precisar em curto prazo. 7. Fuja das promessas milagrosas. O mercado é o que é e não o que você gostaria que fosse. 8. Em toda operação de compra e venda de ações incidem algumas taxas, tais como: Corretagem, emolumentos, custódia e imposto de renda sobre ganhos de capital. Taxa de corretagem corresponde a taxa cobrada pela corretora. A tabela a seguir permite uma visibilidade quanto a incidência das taxas nas operações de ações, fornecendo informações relevantes sobre o custo das operações. Importante ressaltar que toda a compra e toda e venda de ações implica em pagamento de taxas. Tabela 1.1 – Exemplo de Tabela de Corretagem Se você investir Irá pagar De R$ Até R$ Percentual ( %) Valor Fixo (+R$) 0,01 135,07 -- 2,70 135,08 498,62 2,0 0,00 498,63 1.514,69 1,5 2,49 1.514,70 3.029,38 1,0 10,06 3.029,39 Acima 0,5 25,21 Fonte: Folhainvest, 2011. 25 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 Optamos por esta tabela, para facilitar a compreensão do cálculo das corretagens, que incidem sobre o total do volume das negociações com ações. Considerando que o material da apostila é didático e adequado para o período de sua utilização, torna-se necessário estar em constante consulta nos sites da Bolsa e da Receita Federal para obter as taxas sempre atualizadas. Além disso, algumas corretoras oferecem taxas de corretagem e custódia diferenciadas aos seus investidores. Recomenda-se, antes de investir, pesquisar e selecionar as taxas praticadas pelas instituições em relação aos serviços prestados. A taxa de emolumentos refere-se ao serviço de negociação ou registro de operações, cobrada pela Bolsa. Importante ressaltar que toda a compra e toda e venda de ações implica em pagamento de taxas de emolumentos, destinadas à Bolsa, de acordo com o tipo de operação. Tipos: Normais: 0,035% - compra e venda de ações em dias alternados. Day trade: 0,025% - compra e venda da mesma ação, pela mesma corretora, na mesma quantidade e no mesmo dia. Taxa de custódia: é uma taxa mensal cobrada do intermediário (Corretora) , que pode ou não repassá-la ao investidor. Corresponde ao serviço prestado aos investidores para a guarda de títulos e exercícios de direitos. Imposto de Renda: incide sobre os ganhos líquidos. Consulte o site da Receita Federal e mantenha-se atualizado das taxas para cada tipo de operação. Imposto de Renda Retido na Fonte: é de responsabilidade da instituição intermediadora que recebeu a ordem do cliente. O Recolhimento do Imposto de Renda sobre ganhos de capital é de responsabilidade do Investidor. 26 Universidade do Sul de Santa Catarina Exemplo: 1. Calcular os valores das corretagens, taxas de emolumentos e os valores líquidos, referentes a compra e venda de ações. C/V Quantidade Ativo/Tipo Preço Histórico Valor C 100 NATURA NATU3 43,81 Subtotal - 4.381.00 Corretagem (D) - 47,12 Emolum (D) 0,035% - 1,53 Custódia - 10,80 Líquido (D/C) - 4.440,45 O resultado líquido será debitado na conta-corrente do investidor no terceiro dia útil após a efetivação do negócio. Significa dizer que será debitado na conta-corrente do investidor o valor líquido no terceiro dia útil após a efetivação do negócio – D+3. C/v Quantidade Ativo/Tipo Preço Histórico Valor C 100 PETROBRÁS/PETR4 28,55 - 2.855,00 V 100 VALE/VALE5 47,57 +4.757,00 Subtotal <7.612,00> Corretagem (D) - 63,27 Emolum (D) 0,035% - 2,66 Custódia - 10,80 Líquido (D/C) - + 1.825,27 Lembre-se: quando você efetuar uma operação de compra, o valor é debitado em sua conta-corrente e quando você efetuar uma operação de venda, é creditado em sua conta-corrente. O subtotal corresponde ao total do volume negociado no dia. Através deste valor (veja a tabela de corretagem para calcular a taxa de corretagem), a taxa de emolumento também é calculada sobre o item subtotal, cujo percentual será sempre indicado. A taxa de custódia é fixa. Este valor é cobrado uma vez por mês (sendo debitado em sua conta-corrente como serviço de ações). 27 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 Cálculo do imposto de renda. Apuração de Ganho para fins de IR O IR incide apenas sobre o ganho líquido, sendo: Ganho Líquido = Valor da Venda – Custo da Compra Demonstração do Cálculo do Custo da Compra e Valor de Venda: Exemplo: Compra e Venda de ações Petrobrás em 30 dias Compra Venda Ação PETR4 Ação PETR4 Quantidade 1.000 Quantidade 1.000 Preço 30,00 Preço 40,00 Compra 30.000,00 Venda 40.000,00 Corretagem(*)175,21 Corretagem 225,21 Emolumentos (0,035%) 10,50 Emolumentos (0,035%) 14,00 Custo Compra 30.285,71 Valor Venda 39.760,79IR na Fonte 1,89 * Ver tabela de corretagem Imposto de Renda Valor Venda Líq. = Venda Bruta (40.000,00) – Desp. Oper. ( 225,21 + 14,00) 39.760,79 Valor Compra Total = Compra Bruta (30.000,00) + Desp. Oper. (17521 + 10,50 = 217,81) 30.285,71 Ganho Líquido = Valor Venda Líquida (39.760,79) – Valor Compra Total (30.285,71) 9.475,08 Imp. de Renda = 15% sobre o Ganho Líquido (9.475,08) 1.421,26 IR retido na fonte = 0,005% sobre o Valor Venda Líq. (39.760,79) 1,99 IR a recolher via Darf = IR (15%) 1421,26 – IR Fonte (0,005) 1,99 1.419,27 *Ver tabela de corretagem Fonte: Adaptado do site da BM&FBOVESPA. Curiosidades: “Por maior que seja o talento ou esforço, algumas coisas exigem tempo: não dá para produzir um bebê em um mês engravidando nove mulheres” Warren Buffett. 28 Universidade do Sul de Santa Catarina RETORNO EM AÇÕES O retorno obtido num investimento em ações pode ser dividido em duas partes. Uma parte é composta pelos pagamentos dos dividendos ou Juros sobre o Capital, que são a parte do lucro distribuído em dinheiro aos acionistas, e a outra parte do retorno é o ganho de capital sobre o investimento que corresponde à variação do valor de mercado da ação. Assim, o retorno pode ser calculado pela seguinte equação: Retorno: Dividendos pagos no final do período + Preço no final do período – 1 Preço Inicial Exemplo: Suponha que a ação da Empresa Santa Felicidade S. A. iniciou o ano com um preço de R$ 25,00 e terminou o ano a R$ 35,00. Durante este ano, a Santa Felicidade pagou um dividendo de R$ 2,00 por ação. Qual a rentabilidade desta ação durante o ano? Solução: R = 2 + 35 – 1 x 100 = 48% 25 Considerando-se uma inflação de 15% no período, temos o retorno real deste investimento na empresa Santa Felicidade S. A. Solução: 48/ 100 + 1 = 1,48 Inflação: 15/100 + 1 = 1,15 Veja: 1,48 / 1,15 – 1 x 100= 28,70% Retorno Real Falta descontar ainda as taxas, emolumentos, custódia e imposto de renda, quando houver. Agora que você estudou a Unidade 1, realize algumas atividades e pratique esses novos conhecimentos. 29 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 Síntese Nesta unidade você pôde tomar conhecimento de que o estudo do Mercado de Capitais é importante porque proporciona o crescimento do setor produtivo e, como consequência, o desenvolvimento econômico do país. Para você conferir se alcançou os objetivos da unidade, antes de ir adiante, reveja no início da unidade se os objetivos de aprendizagem foram atingidos. Atividades de autoavaliação 1) Para você, qual a importância de estudar Mercado de Capitais? 30 Universidade do Sul de Santa Catarina 2) Qual a principal função do Mercado de Capitais para economia? 3) Refletindo sobre o que você aprendeu nesta unidade, explique por que é importante investir na Bolsa de Valores. 31 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 1 Saiba mais Você poderá aprofundar os temas estudados pesquisando em: PINHEIRO, L. J. Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2005. MELLAGI, F. A.; ISHIKAWA, S. Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo: Atlas, 2000. KRUGMAN, P.; OBSTFELD, M. Economia internacional: teoria e política. São Paulo: Makron Books, 2002. 2UNIDADE 2Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Objetivos de aprendizagem � Entender o que é o Sistema Financeiro Nacional. � Conhecer seu modo de funcionamento e sua relação com as Bolsas de Valores. Seções de estudo Seção 1 O que é o Sistema Financeiro Nacional? Seção 2 Quais os principais órgãos que compõem o SFN? Seção 3 Quais as principais funções da Comissão de Valores Mobiliários? 34 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nesta unidade você será introduzido no mundo do Sistema Financeiro Nacional e será conduzido a aprender como funciona esse complexo sistema. Lembre-se Para você ter um bom aproveitamento ao estudar esta unidade: � leia com atenção e reflexão os textos apresentados; � anote as dúvidas e os questionamentos; e � assinale os pontos-chave do conteúdo. A seguir acompanhe as definições apresentadas em cada seção. Seção 1 – O que é o Sistema Financeiro Nacional? O Sistema Financeiro Nacional é composto de instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros, pela distribuição e circulação destes recursos e também pela regulação de todo o processo. É segmentando em quatro grandes mercados: � Monetário – controla a liquidez monetária através do controle da oferta da moeda e das taxas de juros no curto prazo, regulando o seu funcionamento, bem como os fluxos monetários, para as atividades de produção e consumo. � Crédito – destina-se ao financiamento do consumo e do capital de giro das empresas no curto e médio prazo. � Câmbio – controla a troca das moedas estrangeiras por reais, definindo o valor da nossa moeda. 35 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 � Capitais – destina-se principalmente ao financiamento de investimentos de médio e longo prazo, através da negociação dos títulos de valores mobiliários, em especial, das empresas de capital aberto. É também responsável pelas políticas monetárias, de crédito, cambial e fiscal. Você sabia que, em sua forma mais simples, esse Sistema é responsável por manter a segurança dos depósitos de dinheiro público nos bancos comerciais? O Sistema Financeiro Nacional visa a aproximar os agentes detentores de recursos (denominados superavitários) dos agentes que necessitam ou desejam de recursos chamados (deficitários). Por isso o Sistema Financeiro de cada nação é sempre relacionado com o seu nível de desenvolvimento. O mau funcionamento do Sistema Financeiro gera problemas nos fluxos monetários, cujas consequências, quando não solucionados, são de difícil solução, levando a uma briga intensa pelos recursos financeiros e, como consequência, transferindo as atividades econômicas do setor privado para o setor público. Você precisa concluir então que, entre as principais funções desse sistema, estão a de incentivar a poupança, a de transformar a poupança em créditos especiais visando às atividades produtivas, e a de administrar essas aplicações, criando um Mercado para elas. 36 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 2 – Quais os principais órgãos que compõem o SFN? Segundo Mellagi e Ishikawa (2000), o atual Sistema Financeiro Brasileiro baseia-se principalmente nas reformas bancária e do Mercado de Capitais (lei nº 4.595, de 31-12-1964, e lei nº 4.728, de 14-7-1965), quando foram constituídos como autoridades monetárias o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil. Adicionalmente, em 1976, incorporou-se ao sistema a Comissão de Valores Mobiliários, voltada à regulamentação do Mercado de Títulos Mobiliários não emitidos pelo Sistema Financeiro. Você precisa saber que, na teoria, essas autoridades monetárias citadas acima não deveriam ser confundidas com instituições do Governo, tal como o Banco do Brasil. Historicamente o Banco do Brasil funcionou como emissor de moeda, auxiliando no fechamento de contas entre as autoridades monetárias e o Tesouro Nacional. Desde 1986, o Banco do Brasil vem gradativamente perdendo sua posição de autoridade monetária, tendendo a tornar-se um banco com características comerciais. As instituições que integram o Sistema Financeiro Nacional podem dividir-se em três segmentos: Normativo, Supervisor e o Operativo. � Normativo – estabelece as normas. � Supervisor - supervisiona o cumprimento das normas estabelecidas. � Operativo – é constituído pelas instituições financeiras públicas ou privadas que atuam no mercado financeiro (execução da prestação de serviços dentro das diretrizes previamente definidas). Já o Conselho Monetário Nacional é órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional e não exerce função executiva. É composto atualmente portrês membros: � Ministro da Fazenda (presidente); � Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; e � Presidente do Banco Central do Brasil. 37 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 No CMN funciona: Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), composta pelo Presidente do Bacen, na qualidade de Coordenador, pelo Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secretário Executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, pelo Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, pelo Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e por quatro diretores do Bacen, indicados por seu Presidente. Está previsto o funcionamento também no CMN de comissões consultivas de Normas e Organização do Sistema Financeiro, de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros, de Crédito Rural, de Crédito Industrial, de Crédito Habitacional e para Saneamento e Infraestrutura Urbana, de Endividamento Público e de Política Monetária e Cambial. Observe a composição dos órgãos normativos, das entidades supervisoras e dos operadores. Órgãos normativos Entidades supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional - CMN Banco Central do Brasil - Bacen Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Bancos de Câmbio Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Comissão de Valores Mobiliários - CVM Bolsas de mercadorias e futuros Bolsas de valores Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Superintendência de Seguros Privados - Susep Resseguradores Sociedades seguradoras Sociedades de capitalização Entidades abertas de previdência complementar Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) Quadro 2.1 - Composição Fonte: Banco Central do Brasil, 2011. http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/CMN.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/CMN.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bacen.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bacen.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ifcdv.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ifcdv.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ifcdv.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ifcdv.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/dif.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/dif.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/dif.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/Bancos_Cambio.asp?idPai=?SFNCOMP http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/Bancos_Cambio.asp?idPai=?SFNCOMP http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/oif.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/oif.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/oif.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cvm.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cvm.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bmf.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bmf.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bmf.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bv.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bv.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cnsp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cnsp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cnsp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ssp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ssp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/ssp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/irb.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/saosp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/saosp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/sc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/sc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/epp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/epp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/epp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cgpc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cgpc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cgpc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cgpc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/spc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/spc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/spc.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/efpp.asp http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/efpp.asp 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Em seguida, você estudará as principais funções do Conselho Monetário Nacional. Quais as principais funções do Conselho Monetário Nacional? Entre as funções do Conselho Monetário Nacional, estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. Não lhe cabe função executiva. Essa função é delegada ao Banco Central do Brasil, que atua como órgão executivo, e à Comissão de Valores Mobiliários, que tem a função de normatizar e regulamentar o Mercado Acionário e de Balcão. Com base no exposto acima, o Conselho Monetário Nacional estabelece diretrizes e normas para o Sistema Financeiro, tendo como principal executor o Banco Central do Brasil. Agora você talvez esteja imaginando a importância do Banco Central do Brasil para o Mercado Financeiro, não é mesmo? Quais as principais funções do Banco Central do Brasil? Você sabia que o BACEN é uma autarquia Federal com funções normativas e executivas que constitui o ápice do Sistema Financeiro Nacional? Sua função é a de operacionalizar as decisões adotadas no âmbito do Conselho Monetário Nacional, principalmente as relativas à execução da política monetária creditícia e cambial dos Mercados Financeiros e de Capitais e de controle da dívida pública. 39 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 Entre as principais funções do BACEN, estão: a) emitir papel-moeda e moeda-metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional e aprovados pelo Congresso Nacional; b) receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os depósitos voluntários das instituições financeiras, bancárias e não bancárias que operam no país; c) realizar as operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras que operam no país; d) emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com condições estabelecidas pelo CMN; e) formular, executar e acompanhar a política monetária; f) controlar as operações de crédito em todas as suas formas, no âmbito do sistema financeiro; g) formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o exterior; h) organizar, disciplinar e fiscalizar o Sistema Financeiro Nacional, o Sistema de Pagamentos Brasileiro e o Sistema Nacional de Habitação, e ordenar o mercado financeiro; i) formular normas aplicáveis ao Sistema Financeiro Nacional; j) conceder autorização para o funcionamento das instituições financeiras e de outras entidades, conforme legislação em vigor; e k) fiscalizar e regular as atividades das instituições financeiras e demais entidades por ele autorizadas a funcionar; l) regulamentar, autorizar e fiscalizar as atividades das sociedades administradoras de consórcios para a aquisição de bens; 40 Universidade do Sul de Santa Catarina m) normatizar, autorizar e fiscalizar as sociedades de arrendamento mercantil, as sociedades de crédito imobiliário e as associações de poupança e empréstimo, bem como regular todas as suas operações; n) normatizar as operações do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), consolidar suas informações por meio do Registro Comum das Operações Rurais (Recor) e administrar o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); e o) desenvolver trabalho de comunicação social, tanto de caráter técnico – por meio de publicações como o “Boletim Mensal”, o “Relatório Anual”, as “Notas à Imprensa” e página da Internet –, como deorientação, por meio de serviços de atendimento ao público, instalados em todas as gerências administrativas regionais. Deste modo, agora você já conhece quais são as principais funções do Banco dos Bancos. Para saber mais A Secretaria do Tesouro Nacional realiza a gestão da dívida pública interna e externa do Governo Federal. Você pode ter acesso a dados e relatórios através do site da instituição. O que é Imposto Compulsório? Imposto compulsório são depósitos bancários que as instituições financeiras são obrigadas a depositar no Banco Central. O objetivo é evitar que o volume de dinheiro em circulação no país seja alto, o que poderia pressionar a inflação. 41 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 Para que serve? O Banco Central, quando reduz a alíquota do recolhimento compulsório, visa a controlar a inflação, a reduzir o crédito e a frear o consumo. Quando eleva esta alíquota do compulsório, permite injetar recursos no mercado, ampliando o crédito, estimulando a produção e a geração novos empregos. Alguns Tipos de Compulsório Depósitos à vista, Depósitos a prazo e Caderneta de Poupança. Para cada tipo de depósito são praticadas taxas de compulsórios diferenciadas. Efeito Multiplicador da Moeda Veja como se multiplicam $100 de depósito em banco, supondo encaixe de 10%: Tabela 2.1 - Efeito Multiplicador da Moeda EFEITO MULTIPLICADOR NOVO DEPÓSITO COMPULSÓRIO NOVO EMPRÉSTIMO Depósito inicial 100 10 90 Depósito 1 90 9 81 Depósito 2 81 8,1 72,9 Depósito 3 72,9 7,29 65,61 Depósito 4 65,61 6,561 59,05 ............................... ............. .................. ................... Efeito total 1.000 100 900 Fonte: CAVALCANTE (2005). 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Como se vê, um depósito de 100 gera 900 de empréstimos (o que só seria conseguido com um depósito de 1.000). O ciclo se encerra quando o encaixe se iguala ao depósito inicial. Assim, quanto maior for o percentual do compulsório, menor será o efeito multiplicador. Fórmula: 1 % Imposto compulsório Desta forma, um depósito inicial de $100 gerou um total de depósitos de $1.000, ou seja, foi multiplicado por 10. Embora a CVM tenha aperfeiçoado os mecanismos de acompanhamento, controle e punições aos que cometem infrações no mercado, ainda está distante da SEC americana. Compare: Duas realidades Compare a CVM com sua congênere americana, a SEC(1)... Orçamento anual (em dólares) Número de funcionários CVM 60 milhões 500 SEC 1 bilhão 3 700 ...e o tamanho dos mercados que cada uma tem de vigiar Empresas listadas na bolsa Valor total das empresas (em dólares) Bovespa 420 1 trilhão Bolsa de Nova York 2 782 18,2 trilhões (1) Securities and Exchange Commission Fontes: CVM, Bovespa, SEC e grupo Nyse Fonte: Revista Exame. Ed. 0897, jul. 2007. 43 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 Lá fora o cerco é mais fechado O controle da SEC (órgão que regula o mercado de capitais americano) é mais rígido que o da CVM (que rege o mercado brasileiro) SEC CVM Busca de dados Um sistema armazena dados sobre operações realizadas por insiders, que rapidamente são cruzados com a variação anormal do valor das ações Não há sistema eletrônico de coleta e cruzamento de informações. Os funcionários perdem tempo manipulando dados dispersos Transparência Os dados de operações realizadas por insiders estão disponíveis na internet - o que pode dar a investidores e analistas pistas de atuações irregulares As informações de operações individuais de insiders deixaram de ser públicas em 2005 - sob a alegação de que os dados serviriam a ações de sequestradores Quebra de sigilo A instituição consegue obter em até dois dias na Justiça autorização para quebrar sigilo bancário e telefônico do investigado A Justiça pode demorar até um ano para autorizar a quebra de sigilo bancário e telefônico - o que pode levar ao arquivamento de casos por falta de prova Punição A comprovação de uso de informação privilegiada pode levar um insider à cadeia em até seis meses após o início das investigações A CVM pode demorar em média dois anos para concluir as investigações e a Justiça outros dez anos para decidir pela prisão do acusado Fontes: CVM e advogados Revista Exame. Ed. 0897, jul. 2007. 44 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 3 – Quais as principais funções da Comissão de Valores Mobiliários? De acordo com a lei nº 6385, que a criou a Comissão de Valores Mobiliários, este órgão exercerá suas funções a fim de: � assegurar o funcionamento eficiente e regular dos Mercados de Bolsa e de Balcão; � proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; � evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; � assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; � assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no Mercado de Valores Mobiliários; � estimular a formação de poupança e sua aplicação; � estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; � promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do Mercado de Ações e estimular as aplicações permanentes em Ações do capital social das companhias abertas. 45 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 Síntese Nesta unidade você aprendeu o que é o Sistema Financeiro Nacional, seus principais órgãos e seu papel na economia. Você aprendeu também como funciona o Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil e sua importância para todo o Sistema. E finalmente, você estudou sobre a Comissão de Valores Mobiliários, órgão responsável pela regulamentação, normatização e fiscalização das Bolsas de Valores. A CVM tem como objetivo principal dar transparência às negociações no Mercado Acionário brasileiro. E, para isso, impõe ao Mercado regras de comportamento rígidas e tratamento da informação de maneira pública para que todos tenham acesso ao mesmo nível de informação. Atividades de autoavaliação Leia os enunciados com atenção e responda as questões que seguem. 1) Defina Sistema Financeiro Nacional. 46 Universidade do Sul de Santa Catarina 2) Quais as principais funções do Conselho Monetário Nacional? 3) Explique a importância do Banco Central do Brasil para todo sistema. 4) Descreva as funções da Comissão de Valores Mobiliários. 47 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 Saiba mais Consulte o site da Comissão de Valores Mobiliários e realize no link Desafios do Investidor os exercícios propostos sobre GEM e Sistema Financeiro Nacional. Para saber mais sobre a história da Comissão de Valores Mobiliários, recomenda-se a leitura da obra: Mercado de Capitais: uma trajetória de 50 anos, de Roberto Teixeira da Costa. Você sabia que a lei n° 6385 criou a Comissão de Valores Mobiliários? Conheça mais detalhes sobre essa lei a seguir: DISPÕE SOBRE O MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS E CRIA A COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS Lei: 6385 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º - Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades: & Artigo alterado pela lei n º 10.303/01 - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; II - a negociação, e intermediação no Mercado de Valores Mobiliários; III - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; IV - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; V - a auditoria das companhias abertas; VI - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. Art. 2º - São valores mobiliários sujeitos ao regime desta lei:& Artigo alterado pela Lei n º 10.303/01 - as ações, partes beneficiáriase debêntures, os cupões desses títulos e os bônus de subscrição; II - os certificados de depósito de valores mobiliários; 48 Universidade do Sul de Santa Catarina III - outros títulos criados ou emitidos pelas sociedades anônimas, a critério do Conselho Monetário Nacional. Parágrafo único - Excluem-se do regime desta lei n º 10.303/01 I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; II - os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures. Art. 3º - Compete ao Conselho Monetário Nacional: I - definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do Mercado de Valores Mobiliários; II - regular a utilização do crédito nesse Mercado; III - fixar a orientação geral a ser observada pela Comissão de Valores Mobiliários no exercício de suas atribuições; IV - definir as atividades da Comissão de Valores Mobiliários que devem ser exercidas em coordenação com o Banco Central do Brasil; V - aprovar o Quadro e o Regulamento de Pessoal da Comissão de Valores Mobiliários, bem como fixar a retribuição do presidente, diretores, ocupantes de funções de confiança e demais servidores. & Inciso acrescentado pela lei nº 6.422/77. Parágrafo único - Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscalização do Mercado Financeiro e de Capitais continuará a ser exercida, nos termos da legislação em vigor, pelo Banco Central do Brasil. Art. 4º - O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários exercerão as atribuições previstas na lei para o fim de: & Artigo alterado pela lei n º 10.303/01 I - estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários; II - promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do Mercado de Ações, e estimular as aplicações permanentes em Ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais; III - assegurar o funcionamento eficiente e regular dos Mercados da Bolsa e do Balcão; IV - proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do Mercado contra: a) emissões irregulares de valores mobiliários; 49 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 b) atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários; V - evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinada a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no Mercado; VI - assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; VII - assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas no Mercado de Valores Mobiliários; VIII - assegurar a observância, no Mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários 2004, LEI 6404 Art 17 - Estabelece como vantagem adicional das Ações Preferenciais o direito de recebimento de dividendos no mínimo dez por cento maiores do que os atribuídos às Ações Ordinárias, salvo no caso de Ações com dividendos mínimos ou fixos. Essa vantagem não existia anteriormente. Art 45 - O valor do reembolso para acionistas dissidentes poderá ser estipulado com base no valor econômico da companhia, caso o estatuto assim o possibilite. O valor econômico será determinado com base em avaliação realizada por peritos, e poderá ser menor do que o valor patrimonial da companhia, calculado com base no patrimônio líquido constante do último balanço aprovado em Assembléia Geral. Anteriormente o valor de reembolso era determinado com base no valor patrimonial. Art 117 - Fica incluída, entre as modalidades de exercício abusivo de poder, a subscrição de Ações para fins de aumento de capital com bens estranhos ao objeto social da companhia. Art 123 - Os acionistas preferenciais, desde que representantes de pelo menos cinco por cento do capital social da companhia, passam a ter competência para a convocação da Assembléia Geral para qualquer finalidade, desde que o pedido esteja devidamente fundamentado e contenha indicação das matérias a serem tratadas. Essa competência anteriormente era exclusiva dos acionistas ordinários. Alem disso, criase a competência para que acionistas ordinários e preferenciais, desde que detentores de cinco por cento do capital votante e não-votante, respectivamente, para convocação da assembléia para instalação do Conselho Fiscal. 50 Universidade do Sul de Santa Catarina Art 137 - Elimina o direito de retirada nos casos de cessação do estado de liquidação e dissolução da companhia . Fica mantido o direito de recesso nos casos de fusão da companhia, sua incorporação por outra ou participação em grupos de sociedades (incisos IV e V), mas com a ressalva de que só terão direito de recesso os acionistas titulares de Ações que não integrem índices representativos de carteiras de Ações admitidos à negociação em Bolsas de Futuros e/ou de Ações de companhias abertas que tenham em circulação no Mercado menos da metade das ações por ela emitidas (entendendo-se Ações em circulação no Mercado como o total das Ações emitidas menos as de propriedade do controlador. Isto é, fica eliminado, nos casos especificados, o direito de retirada dos acionistas detentores de Ações de companhias com boa liquidez no Mercado. Art 152 - Benefícios de qualquer natureza e verbas de representação dos administradores passam a ser fixados em Assembléia Geral. Anteriormente esta exigência contemplava apenas a remuneração dos administradores. Art 162 - Reembolso obrigatório das despesas de locomoção e estada necessárias ao exercício da função dos membros do Conselho Fiscal passa a ser fixado pela Assembléia Geral que os eleger. Anteriormente essa exigência contemplava apenas a remuneração dos membros do Conselho Fiscal. Art 163 - Qualquer membro do Conselho Fiscal poderá solicitar esclarecimentos aos auditores independentes, sem necessidade de votação. O Conselho Fiscal poderá solicitar à diretoria a indicação de um perito para ajudar na apuração de fato cujo esclarecimento seja considerado necessário para o exercício de sua função. Art 170 - Estabelece os seguintes critérios para determinação do preço de emissão de Ações para efeito de aumento de capital, de tal forma que não ocorra diluição injustificada das participações dos antigos acionistas, mesmo que estes tenham direito de preferência na subscrição: a perspectiva de rentabilidade da companhia; o valor do patrimônio líquido da Ação; e a cotação das Ações em Bolsa de Valores ou Mercado de Balcão Organizado, admitindo ágio ou deságio em função das condições de Mercado. A escolha de um ou de uma combinação desses critérios deve ser justificada por fatores econômicos. Art 223 - Quando da incorporação, fusão ou cisão de companhia aberta, as sociedades sucessoras devem ser abertas e promover a negociação de suas Ações no Mercado secundário em 120 51 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 dias. Caso isso não ocorra, os acionistas dissidentes passam a ter direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso (Art 45). Art 229 - Admite, em caso de cisão, que sejam atribuídas aos titulares Ações em proporção diferente das que possuíam na companhia cindida, desde que assim aprovado por todos os acionistas, inclusive os titulares de Ações sem direito a voto. Art 254 - Revogado. Com isso elimina-se a necessidade de prévia autorização da CVM para alienação do controle de companhia aberta e obrigatoriedade de tratamento equitativo dos acionistas minoritários quando da alienação do controle de companhia aberta mediante oferta pública de compra de Ações. Ou seja, nos casos de alienação, os acionistas minoritários perdem o direito de poder vender suas Ações pelo mesmo preço pago ao acionista controlador. Art 255 - Revogados os parágrafos 1º e 2º, que referiam-se ao mesmo tratamento equitativo aos acionistas minoritáriosnos casos de alienação de controle. Art 294 - O requisito para companhias fechadas gozarem de simplificação de procedimentos passa ser exclusivamente a existência de menos de 20 acionistas. Além das alterações acima descritas, diversas outras modificações no texto da lei 6404 foram aprovadas. Essas últimas, entretanto, são secundárias e destinam-se basicamente a adaptar o texto de outros artigos às alterações no direito de retirada ora promovidas. Um outro conjunto de modificações tratou de introduzir as adaptações necessárias em função do fim das Ações ao portador e endossáveis, determinado pela lei 8021/90. Apesar de não mais existirem Ações e outros valores mobiliários ao portador e endossáveis desde 1990, muitos artigos da lei 6404 ainda mantinham o texto anterior, carecendo da devida adequação, somente agora realizada. LEI 6385 Art 9º (V), Art 11 (III) - Sujeita os membros do Conselho Fiscal a inquérito administrativo promovido pela CVM e à pena de suspensão do exercício do cargo. Anteriormente apenas os administradores estavam sujeitos à pena. Art 11 (VIII) - Introduz a proibição temporária de atuar, direta ou indiretamente, no Mercado de Valores Mobiliários. Essa proibição pode atingir, por exemplo, investidores pessoas físicas, o que não estava previsto anteriormente. 52 Universidade do Sul de Santa Catarina Art 11 (§ 1º) - Aumenta significativamente os valores das multas, que não poderá exceder o maior dos seguintes valores: R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); cinqüenta por cento do valor da emissão ou operação irregular; e três vezes o montante da vantagem econômica obtida ou da perda evitada em decorrência do ilícito. Nos casos de reincidência poderão ser aplicadas multas até o triplo desses valores (§ 2º). A multa cominatória, aplicada pela inexecução de ordem da CVM, não excederá R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por dia de atraso (§ 11). Art 11 (§§5º a 9º) - Introduz o “termo de compromisso”, instrumento que permite que a CVM: i) suspenda o inquérito administrativo caso o acusado ou indiciado assine um termo comprometendo-se a cessar as práticas consideradas ilícitas e indenizar os prejuízos causados e ii) atenuar as penalidades de pessoas que espontaneamente confessem ilícitos ou se disponham a prestar informações e colaborar com a CVM na apuração dos ilícitos (§ 9º). Art 33 - Artigo incluído, estabelecendo o prazo de oito anos para a prescrição das infrações às normas legais e regulamentando diversos aspectos da prescrição. Finalmente, diversas modificações foram introduzidas nos artigos 15, 17, 21 e 22, com o objetivo de adequar o texto da lei 6385 à existência das entidades de Mercado de Balcão Organizado, regulamentadas pela Instrução CVM 243, de 1/3/96. Ou seja, a regulamentação do Mercado de Balcão Organizado pela CVM foi feita amparada pela lei, mas ao mesmo tempo criou a necessidade de adaptações no texto da mesma lei. Entre estas, destacam-se: Art 15 - As entidades de Mercado de Balcão Organizado são incluídas entre os integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários. Art 17 - Essas entidades são equiparadas às Bolsas de Valores como organizações autônomas, auto-reguladoras e auxiliares da CVM na fiscalização de seus membros e das operações realizadas. Art 21 - Serão administradas por entidades cujo funcionamento dependerá de prévia autorização da CVM. 53 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 2 Você poderá aprofundar os temas estudados nesta unidade pesquisando em: COSTA, Roberto T. da. Mercado de Capitais: uma trajetória de 50 anos. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006. KRUGMAN, P.; OBSTFELD, M. Economia internacional: teoria e política. São Paulo: Makron Books, 2002. MELLAGI, F. A.; ISHIKAWA, S. Mercado Financeiro e de Capitais. São Paulo: Atlas, 2000. PINHEIRO, L. J. Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2005. 3UNIDADE 3Títulos e valores mobiliários Objetivos de aprendizagem � Entender o que é um título. � Compreender o que são valores mobiliários. � Entender o que é um fundo de investimento. � Compreender risco sistemático e risco não sistemático. Seções de estudo Seção 1 Definição de título e algumas classificações Seção 2 Caracterização de valores mobiliários Seção 3 O que são fundos de investimentos? E quais os tipos? Seção 4 Definição de risco sistemático e risco não sistemático 56 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nesta unidade, a proposta é que você aprenda a distinguir as diferenças entre títulos e valores mobiliários, bem como conheça melhor as características de um fundo de investimento. Para tal, sua disposição será a chave. Siga em frente! Seção 1 – Definição de título e algumas classificações Você já estudou que os títulos são papéis que pagam taxas de juros numa data futura ao seu possuidor. E que título de renda fixa é um exemplo de como é realizada uma operação de empréstimo em que o tomador do dinheiro oferece um papel como comprovante da operação, fixando juro, prazos e condições para a devolução do capital, não é mesmo? Lembre-se de que os títulos podem ser públicos, quando emitidos por órgãos de Governo, ou privados, se emitidos por empresas ou instituições financeiras privadas. E que em relação ao rendimento podem ser prefixado, pós- fixado, misto ou atrelado ao dólar. Pois bem, saiba que nos títulos prefixados a taxa de juro é conhecida. Ao comprar o título, o investidor já sabe quanto vai receber no vencimento. No pós-fixado, o título é corrigido pelo índice de inflação ou taxa de juro. Outra diferença que você pode observar é entre título de renda fixa e título de renda variável. Nos títulos de renda fixa o valor dos rendimentos é estabelecido através de contrato, enquanto nos títulos de renda variável é incerto, dependendo do comportamento do ativo escolhido. 57 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 3 Neste caso, é importante ressaltar que os títulos de renda fixa embutem um risco menor do que os títulos de renda variável para o seu possuidor. Agora que você retomou alguns conceitos importantes sobre título, siga para o estudo da caracterização de valores mobiliários. Seção 2 – Caracterização de valores mobiliários Você sabia que valores mobiliários também são títulos ou contratos que dão direito de participação, de parceria ou mesmo de remuneração, cujos rendimentos se originam do esforço de terceiros? Pois é, as Ações e as debêntures são exemplos de renda variável que, quando ofertadas publicamente, são regidas pela Comissão de Valores Mobiliários. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários, renda variável são títulos como debêntures, Ações etc. Entretanto, nas Bolsas de Valores brasileiras, hoje, negociam-se basicamente Ações. Seção 3 – O que são fundos de investimentos? E quais os tipos? Fundos de investimento são condomínios constituídos com o objetivo de realizar a aplicação coletiva dos capitais de seus participantes. São regidos por um regulamento e têm uma assembleia geral dos participantes para a análise do investimento dos recursos. Os fundos de investimento em títulos e valores mobiliários constituem-se numa alternativa de aplicação por parte do 58 Universidade do Sul de Santa Catarina pequeno investidor e têm a finalidade de captar e investir recursos no Mercado de Capitais. O investimento se dá por meio da emissão de cotas. Reúnem-se aplicações de vários indivíduos para investimento em carteiras de títulos e valores mobiliários. A gestão do fundo pode ser realizada pelo próprio administrador do fundo ou pode ser terceirizada, isto é, realizada por uma pessoa física ou jurídica contratada especialmente para essa finalidade. Esse é o gestor da carteira. As informações relevantes de um fundo de investimento devem ser repassadas para todos participantes do fundo. Você precisa entender que existem dois tipos de fundos: � fundos de investimento financeiro (FIF): regulamentados e fiscalizadospelo Banco Central do Brasil, estando direcionados às áreas de commodities, taxas de juros interbancárias e outras modalidades; � fundos de investimento em títulos e valores mobiliários, que sucederam os fundos mútuos de Ações – carteira livre, regulamentados e fiscalizados pela CVM. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, você pode visualizar agora os benefícios oferecidos pelos fundos de investimento para o investidor: 1. acesso a modalidades de investimento que, pelo volume de recursos envolvidos, não estariam ao alcance de investidores individuais, especialmente os de menor capacidade financeira, aumentando, assim, a quantidade de alternativas de investimento disponíveis. A formação de uma carteira diversificada de Ações e outros ativos requer um volume de recursos que, na maioria das vezes, é superior às disponibilidades do pequeno investidor; 59 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 3 2. diluição, entre os participantes, dos custos de administração da carteira, com destaque para aqueles relacionados com a seleção dos ativos, que, normalmente, não são acessíveis aos investidores individualmente. A participação de vários investidores em um fundo permite que essas economias possam ser canalizadas coletivamente para o Mercado de Valores Mobiliários, viabilizando, portanto, a participação do pequeno investidor nesse segmento de investimentos; 3. assegurar ao investidor a comodidade de ter os seus investimentos administrados profissionalmente, sem que ele tenha de dominar a utilização de sofisticado instrumental de análise e acessar diferentes fontes de informação, requeridas para a administração profissional de uma carteira de investimentos. Seção 4 – Definição de risco sistemático e risco não sistemático No Mercado Financeiro há dois tipos de riscos: � risco não sistemático – que também é denominado risco diversificável em razão da possibilidade de resolução dentro do sistema econômico, ou seja, em outros investimentos. De acordo com HALPERN (2006, p.122) este tipo de risco é único de cada empresa, independente da economia ou política. Veja alguns exemplos: » desempenho alcançado da empresa comparado com as projeções; » disputas judiciais; » desempenho das concorrentes diretas; 60 Universidade do Sul de Santa Catarina » ameaças de concordatas; » perspectivas do desempenho futuro da empresa e do setor; » novas tecnologias desenvolvidas pela concorrência; » acidentes envolvendo a empresa; » greves pelos colaboradores da empresa; » negociação de dívidas, entre outros entraves. � risco sistemático – que também é denominado de risco não diversificável, que afeta todo o sistema econômico, é um risco relacionado às influências macroeconômicas, afetando todos os setores da economia. Para HALPERN (2006, p. 122), este tipo de risco é resultante de: crises políticas, escândalos, grande oscilações nas taxas de juros, guerras, alterações nas alíquotas de imposto pelo Governo, revoluções, falta de credibilidade por parte do consumidor, classificação do risco país, crises cambiais, crises financeiras nacionais ou internacionais, entre outros. Você precisa saber que esses riscos causam uma grande volatilidade dos Mercados Financeiros, fazendo com que as empresas, os investidores e os indivíduos busquem sempre uma maior proteção em relação ao risco, estimando modelos mais consistentes estatisticamente e, como consequência, realizando previsões financeiras mais acuradas. O aprimoramento de modelos, dando origem a novos modelos dinâmicos, traz maior segurança para o investidor ao longo do ciclo de negócios. O modelo CAPM The Capital Asset Pricing Model – Modelo de Precificação de Ativos Financeiros - mostra que o risco de um ativo financeiro é bem representado pelo coeficiente beta, que mede o risco de um título em relação ao Mercado. 61 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 3 Esse coeficiente representa a influência dos fatores macroeconômicos nos retornos dos Ativos, daí a importância de suas estimativas. O coeficiente beta pode ser visto como uma medida de volatilidade relativa dos retornos de um Ativo em relação aos retornos do Mercado. Devem-se esperar mudanças nas características fundamentais de uma empresa, assim como no ambiente macroeconômico. Assim, não é possível supor que o risco sistemático se mantenha estável. Curiosidades Não seja teimoso: não imagine que o Mercado mudará sua trajetória porque isso será bom para você. Procure Ações nas quais haja questões e dúvidas levantadas sobre os seus lucros. – Willian Gofen – US$ 2.5 bilhões em fundos, seguradoras e indivíduos. Você entende agora que o Mercado Acionário é muito mais complexo do que parece? Para praticar esses novos conhecimentos, realize as atividades de autoavaliação. 62 Universidade do Sul de Santa Catarina Síntese Esta unidade mostrou conceitos importantes sobre os Ativos do Mercado Financeiro. Nela você aprendeu o que é um título e o que são valores mobiliários. Com base nesses conceitos, você aprendeu sobre a importância dos fundos de investimento para a economia de um país. Para você conferir se alcançou os objetivos propostos, antes de ir adiante, reveja no início da unidade se os objetivos de aprendizagem foram atingidos. Atividades de autoavaliação Após você ter realizado uma leitura reflexiva e criteriosa sobre o conteúdo desta unidade, responda as questões a seguir. 1) Defina título e comente sobre suas classificações. 63 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 3 2) O que são valores mobiliários? 3) Para você, qual a importância dos fundos de investimento? 64 Universidade do Sul de Santa Catarina 4) Defina com suas palavras risco sistêmico e risco não sistêmico. Saiba mais Para aprofundar seu estudo nesta unidade, leia também o artigo apresentado a seguir. 65 Mercado de Capitais e Bolsa de Valores Unidade 3 Testando a Validade da Paridade do Poder de Compra na Economia Brasileira Wesley Vieira da Silva, M. Sc. Professor da Universidade do Sul de Santa Catarina e Doutorando em Engenharia de Produção pela UFSC. Campus Tubarão - SC E-mail: wesley@eps.ufsc.br <mailto:wesley@eps.ufsc.br> Elmo Tambosi Filho, M. Sc. Professor da Universidade do Sul de Santa Catarina e Doutorando em Engenharia de Produção pela UFSC. Campus Tubarão - SC E-mail: tambosi@matrix.com.br <mailto:tambosi@matrix.com.br> Newton Carneiro Affonso da Costa Jr., Dr. Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção pela UFSC. Florianópolis - SC E-mail: newton@eps.ufsc.br <mailto:newton@eps.ufsc.br> RESUMO Este trabalho teve como objetivo testar a validade da Paridade do Poder de Compra para a economia brasileira utilizando-se as variáveis taxa de câmbio real (R$/US$), Índice de Preços por Atacado (IPA) do Brasil e Índice de Preços ao Produtor (IPP) dos Estados Unidos. Os dados coletados foram mensais e abrangem o período de janeiro de 1990 a agosto de 2000. As metodologias empregadas foram os testes de raízes unitárias conhecidos como Dickey-Fuller (DF) e Dickey-Fuller Ampliado (ADF) além do teste de co-integração desenvolvido por Engle e Granger. Os resultados obtidos não confirmam a validade da teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC) para o Brasil, em razão da ausência de co-integração entre as variáveis envolvidas, ao nível de significância estatística de 1%, garantido coerentemente que para o período analisado, tal teoria não é válida para explicar as mudanças da taxa de câmbio real no longo prazo. Palavras-chave: Paridade do Poder de Compra, Co-Integração e Raízes Unitárias. 1. Introdução Poucos temas têm suscitado tanta controvérsia no Brasil nos últimos tempos como a discussão acerca dos principais fatores que determinam a taxa de câmbio no longo prazo. Essa teoria que procura explicar tais flutuações no longo prazo das taxas de câmbio é vista como a Paridade do Poder de Compra (PPC). Assim, com a arbitragem, a taxa
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