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Fazendo uma análise da história do povo brasileiro, desde sua origem, podemos identificar a formação da cultura desse povo. De imediato, percebe-se a quão rica ela é, pois é fruto de uma mistura de vários povos e etnias. Fica evidente, também, a quantidade de variações ocorridas ao longo da história, para que se chegasse à identidade cultural atual, além de sofrer constantes modificações. É salutar destacar que o Brasil, quando da sua formação cultural, encontrava-se num contexto histórico de ter sido descoberto e tornar-se colônia portuguesa, até conquistar sua independência e formar sua identidade nacional. Desse modo, podemos constatar que a formação cultural do Brasil teve por base a relação cultural de três povos distintos, sendo: nativos indígenas, colonizadores europeus (portugueses) e os africanos. Poucos lugares no mundo passaram por uma miscigenação tão intensa quanto o Brasil. Durante 15 gerações, aproximadamente, entre os séculos X VI e XVIII, foi o período em que se formou a estrutura genética da população brasileira. Teve início com os índios (primeiros habitantes), que foram encontrados pelos portugueses em 1500 (descobrimento do Brasil) e os africanos que foram trazidos por estes últimos, no processo de colonização. Os portugueses se encantaram com as mulheres indígenas e tiveram filhos, esses chamados de caboclos ou mamelucos, os mestiços de índios e brancos, que começaram a povoar o interior. Também temos os cafuzos, que é a mistura da raça africana com a indígena. Eles são minoria e acabaram povoando principalmente as regiões do norte e nordeste do país. Dentro do país, temos diferentes etnias e línguas. São basicamente 350 etnias e 274 línguas faladas. Os povos são divididos em categorias como: • Caboclos ou Mamelucos: que se originou do relacionamento entre colonizadores europeus e as índias que habitavam nas terras do Brasil; • Mulatos: são os filhos gerados entre negros africanos e os brancos, ou vice e versa; • Cafuzos: é a relação entre os negros africanos e os índios; Desta forma, verifica-se que os principais elementos da cultura brasileira decorrem da convivência dessa mistura étnica-cultural, entre os povos citados no parágrafo anterior. Sendo assim, sua identidade não decorre da história de um povo, mas da miscigenação cultural desses povos. A convivência entre esses povos possuía uma relação conflitante, pois baseava-se na exploração. Os portugueses, no topo dessa relação, utilizavam-se dos negros, como escravos, e índios para explorar as riquezas do Brasil colonial e retornar para a metrópole. Ademais eles não se viam como brasileiros e não possuíam nenhum sentimento de pertencerem às terras brasileiras. Entretanto, não apenas gerou-se uma relação conflitante, mas também um novo tipo de povo, a partir das relações biológicas entre eles, os chamados mestiços. Esses são identificados como mulatos (pais brancos e negros), cafuzos (pais negros e indígenas) e mamelucos (pais brancos e indígenas). Esses mestiços são os responsáveis por grande parte dos nossos padrões culturais, passando a ser identificados como brasileiros, até os dias atuais. • Povo Mestiço: Estes não possuem características idênticas do povo brasileiro, já que são a mistura entre os imigrantes, como italianos, alemães, japoneses, libaneses, dentre outros. Até aqui podemos ver como o Brasil pode ser considerado um país onde a sua população é extremamente diversificada. Dentro desta diversificação, ainda podemos subdividi-lo em “Brasis” como: • Brasil Crioulo: são as pessoas que nasceram nos engenhos nordestinos, ou seja, no trabalho escravo; • Caboclo: são as pessoas que nasceram da mistura entre índios com outros mestiços na região norte do país; • Sertanejo: são as pessoas trazidas pelos portugueses para trabalhar na açucareira, pastagem do gado e no garimpo; • Caipira: são homens com bandeiras que obrigavam um grupo de índios a trabalhar no cultivo de mandioca, feijão, milho, tubérculos, dentre outros; • Brasil Sulista: são pessoas que representam o crescimento paulista na região sul do Brasil. Estes possuem heterogeneidade cultural, sendo descendentes do luso-espanhóis com índios, gringos descendentes de imigrantes italianos, alemães, poloneses, dentre outros. No Brasil, a miscigenação ainda é um assunto muito debatido pelos movimentos negros e indígenas. Apesar da população brasileira ter sido formada pelos grupos étnicos acima citados, a miscigenação nunca foi vista com bons olhos. Principalmente quando falamos da miscigenação que dá origem a pessoa de pele escura – o negro. A elite sempre tentou extinguir os negros do Brasil. A classe incentivou a vinda de homens brancos para trabalhar nas fazendas de café, acreditando que assim diminuiriam a quantidade de negros no território nacional. A Miscigenação só começou a ser refletida positivamente com a publicação de Casa- Grande e Senzala, de Gilberto Freyre. Nas décadas de 30 e 40, mais conhecida como Era Vargas. Focando o estudo cultural, podemos destacar alguns pontos a serem observados, tipo: variedade de cor e raça, costumes, religião, hábitos alimentares e linguagem. Neste último, podemos exemplificar com a região norte do país, que é caracterizada pela linguagem indígena, em contraposição ao sul do país, onde é ensinado o idioma alemão em alguns povoados do interior da região. Portanto pode-se concluir que a cultura brasileira decorreu a partir de uma relação étnica conflitante e que durante essa convivência houve uma miscigenação de povos, os mestiços. Estes são os responsáveis pela formação cultural do Brasil.
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