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Engenharia Civil CCE0194 – FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES Boa Vista – 2020.1 Profª Esp. Eng. Civil Geny da Silva Bezerra Email: eng.geny@gmail.com mailto:eng.geny@gmail.com Plano de Ensino CCE0192 – FUNDAÇÕES E CONTEÇÕES– 8º Semestre EMENTA: Análise de perfil geotécnico para o projeto de fundação. Fundações superficiais: principais tipos, fundações rígidas e flexíveis; capacidade de carga e tensão admissível; projeto de fundação em blocos, sapatas rígidas e sapatas flexíveis de concreto armado. Fundações profundas: estacas, tubulões e caixões. Cálculo de estaqueamentos. Comportamento de fundações: cálculo de recalques de fundações; Estruturas de contenção: análise dos esforços e cálculo estrutural de estruturas de contenção. Plano de Ensino BIBLIOGRAFIA BÁSICA: RODRIGUEZ ALONSO, Urbano. Dimensionamento de fundações profundas. São Paulo: E. Blücher, 2003. HACHICH, Waldemar (Ed.) et al. Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: PINI, 2006. RODRIGUEZ ALONSO, Urbano. Exercícios de fundações. São Paulo: E. Blücher, 2006. VELLOSO, Dirceu de Alencar; LOPES, Francisco de Rezende. Fundações. São Paulo: Oficina de Textos, 2004. v1 Fundações e Contenções O que são Fundações? FUNDAÇÕES Toda e qualquer construção seja de pequeno, médio ou de grande porte, requerem estruturas de apoio o que denominamos de ¨ FUNDAÇÃO ¨. o As Fundações tem a função de transmitir o peso da estrutura à superfície do terreno; o Segurança contra a ruptura das peças estruturais (vigas, pilares, lajes); o Segurança contra ruptura do terreno; o Há a necessidade do conhecimento da resistência do terreno. A disciplina de Fundações e Contenção é de grande relevância na formação do engenheiro civil, tendo como objetivo apresentar os principais métodos de investigação geotécnica existentes, as definições, os métodos de dimensionamento e os processos executivos dos vários tipos de fundações e obras de contenção. Além disto, esta disciplina irá proporcionar ao aluno o conhecimento dos conceitos básicos necessários ao ingresso no vasto campo da Geotécnica, habilitando-o a reconhecer os principais problemas e dificuldades existentes, elaborando soluções que levem em conta os aspectos técnicos e econômicos. Importância e Objetivo • São elementos estruturais cuja função é, a transferência de cargas da estrutura para a camada resistente de solo. São as raízes do edifício CONCEITO IMPORTÂNCIA ECONÔMICA 3 a 7% do custo global podem chegar a 20% !!!!! IMPORTANTE Segundo NBR 6122/10, “Para fins de projeto e execução de fundações, as investigações do terreno de fundação constituído por solo, rocha, mistura de ambos ou rejeitos compreendem: • Investigações de campo; • Investigações em laboratório sobre amostras deformadas ou indeformadas, representativas das condições locais.” ESCOLHA DA FUNDAÇÃO Aspectos a considerar para a escolha da fundação? Quem define o tipo de fundação???? Obras de grande porte: Empresas de Projeto especializadas Obras de pequeno porte: O próprio construtor, engenheiro da obra que deve ter um conhecimento adequado. De quem é a responsabilidade???? Obras de grande porte: Empresas de Projeto especializadas Construtora: controle de execução Obras de pequeno porte: O construtor projeta Engenheiro Aspectos a considerar para a escolha da fundação? Quem executa as fundações???? Aspectos a considerar para a escolha da fundação? Depende do tipo de fundação Quem executa a fundação???? Obras de grande porte: Empresas de Projeto especializadas Construtora: controle de execução Obras de pequeno porte: O construtor projeta e executa Aspectos a considerar para a escolha da fundação? Solo: Nível do lençol freático Capacidade de suporte Carregamentos (intensidade) Pequenos edifícios Edifícios altos Aspectos a considerar para a escolha da fundação? Necessidade de Investigação geotécnica – Ensaios de Campo / Laboratório; Determinar o comportamento do solo, baseado na investigação executada (capacidade de suporte, resistência de ponta, resistência lateral, bulbo de tensões, etc); Verificar os mecânismos de interação solo-estrutura (transferência de carga, sobreposição de esforços, esforços horizontais, atrito negativo, etc). Critérios para escolha mais adequada da fundação: Geologia de Engenharia; Investigação Geotécnica; Fundações; Aterros, Taludes e Barragens; Pavimentos; Estabilização de Solos e Estruturas de Contenção; Geotecnia Ambiental. Fundamental importância o conhecimento de: Logo, todas estas caracteristicas e propriedades objetivam evitar: Recalque em Fundações; Ruptura de Taludes; Escolha inadequada do material a ser utilizado em aterros e barragens; Determinar situações criticas de percolação de água e rebaixamento de lençol freático; Escolha inadequada do tipo de fundação para determinado solo; Dimensionamento insuficiente da fundação (área, profundidade, tensões atuantes, outros); Campanha de investigações geotécnicas insuficientes. Logo, todas estas caracteristicas e propriedades objetivam evitar: Projeto do edifício Cálculo das cargas Investigação do terreno Definição da Fundação Processo Como saber se tem água ? SONDAGEM Poços exploratórios: Ø ~ 1,0 m Altura do lençol e intensidade Presença de lençol freático Capacidade de suporte do solo Como saber a capacidade de resistência do solo? SONDAGEM O que é Sondagem? Reconhecimento geotécnico que estão compreendidas as sondagens de simples reconhecimento à percussão, os métodos geofísicos e qualquer outro tipo de prospecção do solo para fins de fundação. As sondagens de reconhecimento à percussão são indispensáveis, levando- se em conta as peculiaridades da obra em projeto. Tais sondagens devem fornecer no mínimo a descrição das camadas atravessadas, os valores dos índices de resistência à penetração (S.P.T.) e as posições dos níveis de água. Sondagem É sempre aconselhável a execução de sondagens, no sentido de reconhecer o subsolo e escolher a fundação adequada, fazendo com isso, o barateamento das fundações. As sondagens representam, em média, apenas 0,05 à 0,005% do custo total da obra. Sondagem · Determinação dos tipos de solo que ocorrem, no subsolo, até a profundidade de interesse do projeto; · Determinação das condições de compacidade (areias) ou consistência (argilas) em que ocorrem os diversos tipos de solo; · Determinação da espessura das camadas constituintes do subsolo e avaliação da orientação dos planos (superfícies) que as separam; · Informação completa sobre a ocorrência de água no subsolo. Os requisitos técnicos a serem preenchidos pela sondagem do subsolo são os seguintes (Godoy, 1971): A sondagem é realizada contando o número de golpes necessários à cravação de parte de um amostrador no solo realizada pela queda livre de um martelo de massa e altura de queda padronizadas. A resistência à penetração dinâmica no solo medida é denominada S.P.T. - Standart Penetration Test. A execução de uma sondagem é um processo repetitivo, que consiste em abertura do furo, ensaio de penetração e amostragem a cada metro de solo sondado. Desta forma, em cada metro faz-se, inicialmente, a abertura do furo com um comprimento de 55cm, e o restante dos 45cm para a realização do ensaio de penetração. (Figura 3.1) SPT – Standart Penetration Test (Teste de Penetração Padrão) – NBR 6484/2001 As fases de ensaio e de amostragem são realizadas simultaneamente, utilizando um tripé, um martelo de 65kg, uma haste e o amostrador. (Figura 3.2) (Godoy, 1971) SPT – Standart Penetration Test SPT – Standart Penetration Test SPT – ESQUEMA GRÁFICO EQUIPAMENTO SPT – Fotos dos Esquipametos Número de golpes necessários para fazer cravar o amostrador padrão no solo três trechos sucessivos de 15 cm cada um; O valor de N é dado pelo número de golpes necessários à penetração dos 30 cm finais. Os primeiros 15 cm, normalmente não são levadosem consideração. Resistência à penetração Cravação do amostrador padrão no solo através da queda livre de um peso de 65kg (martelo) com altura de queda de 75cm. O martelo deverá possuir uma haste guia e um coxim de madeira. O martelo será erguido manualmente através da corda e polia. Resistência à penetração As amostras de solo são retiradas do amostrador padrão bi-partido com 5cm de diâmetro externo. Os números de golpes são contados para cravação de 15cm do amostrador padrão, completando 03 medições sucessivas, totalizando 45cm de comprimento. Para o caso de fundações de edifícios residências ou comerciais a NBR 1211 fixa diretrizes gerais a serem observadas na exploração do subsolo. Resistência à penetração Dentre as varias especificações deve-se salientar: • Número de furos; • Disposição dos Furos; • Profundidade da Sondagem. A quantidade dos furos depende do tipo de estrutura, de suas características especiais e das condições do subsolo. Resistência à penetração O amostrador é cravado 45cm no solo, sendo anotado o número de golpes necessários à penetração de cada 15 cm. O Índice de Resistência à Penetração é determinado através do número de golpes do peso padrão, caindo de uma altura de 75cm, considerando-se o número necessário à penetração dos últimos 30 cm do amostrador. Conhecido como S.P.T. A Tabela 3.1 apresenta correlações empíricas, que permite uma estimativa da compacidade das areias e da consistência das argilas, a partir da resistência à penetração medida nas sondagens. (Godoy, 1971) Resistência à penetração SPT – Standart Penetration Test Os pontos de sondagem devem ser criteriosamente distribuídos na área em estudo, e devem ter profundidade que inclua todas as camadas do subsolo que possam influir, significativamente, no comportamento da fundação. No caso de fundações para edifícios, o número mínimo de pontos de sondagens a realizar é função da área a ser construída (Tabela 3.2). Determinação do número de sondagens a executar Podemos ainda, avaliar o mínimo de furos para qualquer circunstância em função da área do terreno para lotes urbanos: · 2 furos para terreno até 200m²; · 3 furos para terreno entre 200 a 400m²; · No mínimo, três furos para determinação da disposição e espessura das camadas. Os furos de sondagens deverão ser distribuídos em planta, de maneira a cobrir toda a área em estudo. A Figura 3.3 apresenta alguns exemplos de locação de sondagens em terrenos urbanos. A distância entre os furos de sondagem deve ser de 15 a 25m, evitando que fiquem numa mesma reta e de preferência, próximos aos limites da área em estudo. Determinação do número de sondagens a executar Determinação do número de sondagens a executar Os dados obtidos em uma investigação do subsolo, são normalmente apresentados na forma de um perfil para cada furo de sondagem. A posição das sondagens é amarrada topograficamente e apresentada numa planta de locação bem como o nível da boca do furo que é amarrado a uma referência de nível RN bem definido (Figura 3.4). No perfil do subsolo as resistências à penetração são indicadas por números à esquerda da vertical da sondagem, nas respectivas cotas. A posição do nível d'água - NA - também é indicada, bem como a data inicial e final de sua medição (Figura 3.5). (Godoy, 1971) Perfil de Sondagem Planta de Locação da Sondagem Em relação a profundidade dos furos segue que: • A exploração deve ser levada à profundidade tais que incluam todas as camadas impróprias ou que sejam questionáveis como apoio de fundação. • Camadas que não venham prejudicar a estabilidade e o comportamento estrutural ou funcional do edifício. • As empresas em geral trabalham de 03 a 05 confirmações para paralização do ensaio, ou seja, camadas sucessivas com NSPT acima de pelo menos 30 golpes (30cm finais). Observações: Mais utilizado em: Brasil e América Latina; Estados Unidos; Inglaterra; Japão; Austrália; Índia; Espanha; Portugal; África do Sul, Israel, Turquia e em muitos outros países. Vantagens: Facilidade de execução; Normatizado no Brasil pela NBR 6484; Baixo custo; Obtenção da amostra de solo a cada metro de perfuração; Determinação da Profundidade do N.A; Inúmeras empresas executam o ensaio. Vantagens: Variações na Energia de Cravação: Variações na altura de queda do martelo; Perdas de energia no contato martelo e cabeça de bater - tipo e conservação das peças; Comprimento crítico das hastes Condições do Operador: Atenção as diversas etapas de execução; Cansaço Físico (execução manual). Desvantagens: Exemplos de Laudos de Sondagens Exemplos de Laudos de Sondagens Exemplos de Laudos de Sondagens Local da Realização da Sondagem; Data da Realização da Sondagem; Cota em Relação ao R.N adotado; Número do Furo de Sondagem; Coluna com Profundidade do Ensaio; Coluna com Profundidade da Camada; N° de Golpes; Gráfico de Evolução do Ensaio; Nível d’água; Classificação do Solo; Indicativo da Compacidade ou Consistência do Solo. Principais Informações s: Elabore um roteiro de atividades de como o estudo de sondagem deverá ser realizado para o empreendimento (em anexo). A partir, do roteiro identifique: 1. Número de furos para definição do perfil do terreno, segundo a norma NBR 6484/2001. 2. Qual método poderia ser utilizado na avaliação geotécnica? 3. Quais os indicativos que o ensaio SPT chegou ao final? Exercício de Fixação: s: Anexo: Trabalho em Equipe: s: Seminário sobre os tipo de processos geofísicos de reconhecimento só deve ser aceita se acompanhada por sondagens de reconhecimento à percussão ou rotatividas de confirmação. Obs: NBR 6122-1996 (Projeto de Fundações) – Iten 4.3.3 - Reconhecimento Geotécnico RECONHECIMENTO DO SUBSOLO O terreno faz parte integrante de qualquer construção, afinal é ele que dá sustentação ao peso e também determina características fundamentais do projeto em função de seu perfil e de características físicas como elevação, drenagem e localização. No que tange à mecânica dos solos, é importante conhecer os três tipos básicos de solos: arenoso, siltoso e argiloso. Para efeito prático de uma construção, é preciso conhecer o comportamento que se espera de um solo quando este receber os esforços. Para tanto, a Mecânica dos Solos divide os materiais que cobrem a terra em alguns grandes grupos: • Rochas (terreno rochoso); • Solos arenosos, • Solos siltosos, e • Solos argilosos. RECONHECIMENTO DO SUBSOLO O principal critério para fazer a classificação é o tamanho dos grãos que compõem o solo. O quadro a seguir mostra os diâmetros dos grãos (em mm) para cada tipo básico de solo: Com se pode deduzir da tabela acima, uma argila é formada por grãos extremamente pequenos, invisíveis a olho nu. As areias, por sua vez, têm grãos facilmente visíveis, separáveis e individualizáveis, o mesmo acontecendo com o pedregulho. Estas características mudam o comportamento do solo, conforme veremos adiante. RECONHECIMENTO DO SUBSOLO São aqueles em que a areia predomina. Esta compõe-se de grãos grossos, médios e finos, mas todos visíveis a olho nú. Como característica principal a areia não tem coesão, ou seja, os seus grãos são facilmente separáveis uns dos outros. Solos arenosos Por exemplo, pense na areia seca das praias, em como é fácil separar seus grãos. Quando a areia está úmida ganha algo como uma coesão temporária, tanto que até permite construir os famosos “Castelos” que, no entanto, desmoronam ao menor esforço quando secam. A areia úmida na praia serve até como pista de corrida graças a essa coesão temporária. Mas os solos arenosos possuem grande permeabilidade, ou seja, a água circula com grande facilidade no meio deles e secam rapidamente caso a água não seja reposta, como acontece nas praias. Solos arenosos Imagine a seguinte situação -- fazermos uma construção sobre um terreno arenoso e com lençol freático próximo da superfície. Se abrirmosuma vala ao lado da obra, a água do terreno vai preencher a vala e drenar o terreno. Este perderá água e vai se adensar, podendo provocar trincas na construção devido ao recalque provocado. A ilustração a seguir mostra o que pode acontecer: Solos arenosos Note-se que esta é uma situação clássica, e acontece diariamente na cidade de Santos, SP, onde são muito conhecidos os prédios inclinados na beira da praia. Estes foram feitos com fundação superficial que afundou quando mais e mais construções surgiram ao lado pois estas, além de aumentarem as cargas no solo, ajudaram a abaixar o nível do lençol freático que, por sua vez, já vinha diminuindo devido à crescente pavimentação das ruas. Solos arenosos Estradas construídas em terreno arenoso não atolam na época de chuva e não formam poeira na época seca. Isto porque seus grãos são suficientemente pesados para não serem levantados quando da passagem dos veículos, e também não se aglutinam como acontece nos terrenos argiloso. Estes, em comparação, quando usados em estradas sem pavimentação, torna as pistas barrentas nas chuvas e na seca formam um pisa duro. Já estradas com pisos siltosos geram muito pó quando os veículos passam, tudo isto em função do tamanho dos grãos e de como eles se comportam na presença da água. Solos arenosos O terreno argiloso caracteriza-se pelos grãos microscópicos, de cores vivas e de grande impermeabilidade. Como consequência do tamanho dos grãos, as argilas: • São fáceis de serem moldadas com água; • Têm dificuldade de desagregação. • Formam barro plástico e viscoso quando úmido. • Permitem taludes com ângulos praticamente na vertical. Solos argilosos É possível achar terrenos argilosos cortados assim onde as marcas das máquinas que fizeram o talude duraram dezenas de anos. Em termos de comportamento, a argila é o oposto da areia. Devido à sua plasticidade e capacidade de aglutinação, o solo argiloso é usado há milhares de anos como argamassa de assentamento, argamassa de revestimento e na preparação de tijolos. Solos argilosos A maior parte do solo Brasileiro é de solo argiloso e este tem sido utilizado de maneiras diferentes ao longo da nossa história, desde a taipa de pilão do período colonial até os modernos tijolos e telhas cerâmicas, sem falar dos azulejos e pisos cerâmicos. Os grãos de argila são lamelas microscópicas, ao contrário dos grãos de areia que são esferoidais. As características da argila estão mais ligadas à esta forma lamelar dos grãos do que ao tamanho diminuto. Solos argilosos Os solos argilosos distinguem-se pela alta impermeabilidade. Aliás, são tão impermeáveis que tornaram se o material preferido para a construção de barragens de terra, claro que devidamente compactadas. Quando não há argila nas imediações vai se buscar onde ela estiver disponível, em regiões que passam a ser denominadas “área de empréstimo”. Solos argilosos O Silte está entre a areia e a argila e é o “primo pobre” destes dois materiais nobres. É um pó como a argila, mas não tem coesão apreciável. Também não tem plasticidade digna de nota quando molhado. Solos siltosos Estradas feitas com solo siltoso formam barro na época de chuva e muito pó quando na seca. Cortes feitos em terreno siltoso não têm estabilidade prolongada, sendo vítima fácil da erosão e da desagregação natural precisando de mais manutenção e cuidados para se manter. Solos siltosos A divisão feita pela Mecânica dos Solos é meramente científica, na natureza os solos são encontrados em diversas proporções e recebem nomes populares dependendo de seu tipo, finalidade e da região do Brasil. Veja alguns outros termos: • Piçarra -- Rocha muito decomposta e que pode ser escavada com pá ou picareta. • Tabatinga ou turfa -- Argila com muita matéria orgânica, geralmente encontrada em pântanos ou locais com água permanente (rios, lagos), no presente ou no passado remoto. • Saibro – Terreno formado basicamente por argila misturada com areia. • Moledo -- Rocha em estado de decomposição mas ainda dura, tanto assim que só pode ser removida com martelete a ar comprimido. Apresentamos a seguir quadro com os usos mais aconselháveis para os três tipos de solo: Outras denominações Outras denominações Piçarra Tabatinga ou turfa Saibro Moledo Apresentamos a seguir quadro com os usos mais aconselháveis para os três tipos de solo: Apresentamos a seguir quadro com os usos mais aconselháveis para os três tipos de solo: O reconhecimento do tipo de solo pode ser complicado. Em geral, os solos estão misturados, é difícil achar um solo que seja 100% argila ou 100% areia. Por isto, usa-se denominações como “argila siltoarenosa”, “silte argiloso”, “areia argilosa” e similares. A determinação do tipo de solo é fundamental para a construção civil, em especial para o cálculo da movimentação de terra e para a escolha das fundações. Conclusão Esta divisão não é muito rígida, ou seja, nem sempre (quase nunca...) se encontra solos que se enquadram em apenas um dos tipos. Por exemplo, quando dizemos que um solo é arenoso estamos na verdade dizendo que a sua maior parte é areia e não que tudo é areia. Da mesma forma, um solo argiloso é aquele cuja maior proporção é composto por argila. “Capacidade de carga é a tensão que provoca a ruptura do maciço de solo em que a fundação está embutida.” Capacidade de Carga Considere uma sapata retangular, com largura B e comprimento L, assente à profundidade D (ou h) em relação à superfície do terreno. O aumento da carga P aplicada à sapata mobiliza tensões resistentes no maciço de solo, com valor médio dado por: Com o acréscimo da carga, há o surgimento de uma superfície potencial de ruptura no interior do maciço de solo, mobilizando sua resistência máxima até atingir a tensão de ruptura (σr), ou seja, a capacidade de carga do sistema sapata-solo. Capacidade de carga da sapata → depende do solo Sapatas idênticas em solos diferentes, a capacidade de carga não será a mesma! Capacidade de carga do solo → depende de características da sapata (geometria, profundidade de embutimento, etc.) Solos idênticos com sapatas diferentes → a capacidade de carga não será a mesma! Solos não saturados Solos acima do N.A. podem ser colapsíveis e se inundados por chuvas intensas, vazamento de tubulações, etc. Podem exibir um recalque abrupto e significativo → solos colapsíveis (sofrem significativa redução de volume quando umidecidos, com ou sem aplicação de carga adicional). ● Quanto mais seco → maior a capacidade de carga; ● Quanto mais úmido → menor a capacidade de carga; ● Solo saturado → capacidade de carga mínima Solos saturados ● Em solos saturados, principalmente em argilas moles, os parâmetros de resistência (coesão e ângulo de atrito) são dependentes das condições de drenagem, variando do não drenado (carregamento rápido ou segurança a curto prazo) ou drenado (carregamento lento ou segurança a longo prazo). ● Em termos de capacidade de carga, geralmente predomina como crítica a condição não drenada, pois a capacidade de carga tem a tendência de aumentar com a dissipação das poro- pressões (é a pressão que o fluido exerce no interior dos poros dos elementos porosos). Taxa Admissível dos Solos Metodologia para a determinação da pressão Admissível ( taxa admissível) Conforme recomenda a NBR 6122-Projeto e Execução de Fundações a pressão admissível dos solos pode ser determinada por um dos seguintes critérios: • por métodos teóricos; • por meio de prova de carga sobre placa; • por métodos semi-empíricos; • por métodos empíricos. Capacidade de Carga NBR 6122- Projeto e Execução de Fundações Métodos Empíricos Relação entre Tensão Admissível do Solo com o número de golpes (N) SPT Relação entre tensão admissível (qa) e número de golpes (N) SPT Métodos Empíricos São considerados métodos empíricos aqueles pelos quais se chega a uma pressão admissível com base na descrição do terreno (classificação e determinação da compacidade ou consistência através de investigações decampo e/ou laboratoriais). Obs: A tensão admissível consiste no valor limite da tensão a que um determinado material pode resistir em determinadas circunstâncias. Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Determinação por Métodos Empíricos Relação do N do SPT com Tensão Admissível Vários autores apresentam fórmulas empíricas com base na relações entre: • o número N; • o tipo de fundação; • a largura da base, e • a profundidade de assentamento da fundação. Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos – Métodos Empíricos Expressão de Meyerhoff (Aplicável para solos arenosos) qa = 3,3 N.B (1+D/B) 1/20 Dada em t/m2 onde: qa: tensão admissível do solo N: número de golpes dos 30cm finais do SPT; B: menor dimensão da fundação em metros; D: profundidade da fundação em metros. Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Meyerhoff EXEMPLO: Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de 1,20m de base, assente a 12m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa. N = 16 (número de golpes dos 30cm finais do SPT B= 1,20m (menor dimensão da fundação em metros ) D= 12m ( profundidade da fundação em metros) Solução: Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Meyerhoff EXEMPLO: Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de 1,20m de base, assente a 12m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa. N = 16 (número de golpes dos 30cm finais do SPT B= 1,20m (menor dimensão da fundação em metros ) D= 12m ( profundidade da fundação em metros) Solução: qa=3,3 N.B (1+D/B) 1/20 qa=3,3x16x1,2( 1+ 12/1,2)x 1/20 qa= 34,9 t/m2 ou qa= 3,49 kg/cm2 Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Expressão de Terzaghi Aplicável para solos arenosos B< 1,30m qa= N /8 ( Kg/cm2) B> 1,30m qa= N /10 ( Kg/cm2) qa: tensão admissível no solo N: número de golpes dos 30cm finais do SPT; B: menor dimensão da fundação em metros; Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Therzaghi EXEMPLO: Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de 1,20m de base , assente a 12m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 16 (número de golpes dos 30cm finais do SPT) B= 1,20m (menor dimensão da fundação em metros ) B< 1,30m Solução: qa= N /8 ( Kg/cm2) Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Therzaghi EXEMPLO: Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de1,20m de base , assente a 12m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 16 (número de golpes dos 30cm finais do SPT) B= 1,20m (menor dimensão da fundação em metros ) B< 1,30m Solução: qa= N /8 ( Kg/cm2) qa=16/8 qa= 2,00 kg/cm2 Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Ubirajara Marques Oliveira Aplicável para solos arenosos qa= N /5 ( Kg/cm2) qa: tensão admissível no solo N: número de golpes dos 30cm finais do SPT; Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Marques Oliveira EXEMPLO: Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de1,20m de base , assente a 12m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solução: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 16 (número de golpes dos 30cm finais do SPT qa= N /5 ( Kg/cm2) qa=16/5 qa= 3,20 kg/cm2 Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Marques Oliveira EXEMPLO: Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de1,20m de base , assente a 12m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solução: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 16 (número de golpes dos 30cm finais do SPT qa= N /5 ( Kg/cm2) Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Cálculo da Taxa Admissível dos Solos - Por Marques Oliveira EXEMPLO: Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de1,20m de base , assente a 12m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solução: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 16 (número de golpes dos 30cm finais do SPT qa= N /5 ( Kg/cm2) qa=16/5 qa= 3,20 kg/cm2 Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados Sondagem de Solo com Ensaio SPT Interpretação dos Resultados 1. Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de 1,20m de base , assente a 11 m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 12 (número de golpes dos 30cm finais do SPT. Exercícios 1. Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de 1,20m de base , assente a 11 m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 12 (número de golpes dos 30cm finais do SPT. qa=12/8=1,5kg/cm² Exercícios 2. Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de 1,35m de base , assente a 10 m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 5 (número de golpes dos 30cm finais do SPT) Exercícios 2. Estimar a taxa admissível do solo na base de um tubulão de 1,35m de base , assente a 10 m de profundidade, conforme elementos fornecido em sondagem: Solo na profundidade de assentamento: areia fina siltosa N = 5 (número de golpes dos 30cm finais do SPT) qa=N/10=5/10=0,5kg/cm² Exercícios Relação entre tensão admissível (qa) e número de golpes (N) SPT Relação entre tensão admissível (qa) e número de golpes (N) SPT Exemplo: Determinar a taxa admissível do solo na base de uma sapata quadrada de 2m (B=L), assente no horizonte de argila siltosa com N do SPT igual a 5, pela fórmula de Therzaghi. Exemplo: Determinar a taxa admissível do solo na base de uma sapata quadrada de 2m (B=L), assente no horizonte de argila siltosa com N do SPT igual a 5, pela fórmula de Therzaghi. DEFINIÇÕES o Capacidade de carga – é a carga que imposta ao terreno não é suscetível (capaz) de conduzir a ruptura do solo ou da infraestrutura. o Carga de ruptura – é a carga, que imposta a uma fundação, conduz a ruptura do solo, da infraestrutura ou a recalques excessivos, inutilizando ou impedindo a utilização da superestrutura. o Carga admissível – é a carga de ruptura dividida por um coeficiente de segurança, os quais variam de caso para caso. Portanto a carga ou taxa admissível, define a maior carga que se deve utilizar no projeto. o Carga de trabalho – é a carga que realmente age no elemento de fundação. Capacidade de Carga de Fundações Diretas Para o entendimento de como se comporta o sistema de uma fundação superficial, considera-se uma sapata de concreto armado, conforme figura 3.1. Figura 3.1: Vista com as dimensões de referência da sapata. Com aplicação da força P, pelo princípio da ação e reação, será produzida uma tensão em toda a área (B x L). Elevando essa força de tal maneira que o sistema sapata-solo atinja a ruptura, diz-se que o conjunto superou sua capacidade de carga, ou seja, a solicitação máxima resistida pela fundação, ainda em condições de uso, foi atingida (CINTRA,2011). Portanto, a capacidade de carga da fundação nada mais é, do que a tensão que coloca todo sistema sapata-solo na iminência da ruptura. Ruptura esta que poderá se desenvolver nas formas apresentadas a seguir. Capacidade de Carga de FundaçõesDiretas Essa ruptura se dá a partir das condições de carregamento que atua sobre o elemento de fundação. De maneira ampla, a ruptura do solo é caracterizada por recalques sem que o esforço atuante seja alterado, ou também, poderia ser o giro da sapata levantando uma porção de solo. Portanto, a palavra ruptura não significa que a fundação se despedaçou ou quebrou, mas sim que ela não apresenta condições de suporte para a estrutura que está sobre ela. Modo de Ruptura Considerando o solo como um meio elástico, homogêneo, isotrópico (que possui propriedades físicas que são independentes da direção), semi-infinito (é um corpo que se estende até o infinito em todas as direções exceto uma) e aplicando-se uma carga sobre uma fundação até que ela entre em colapso, poderão ocorrer três tipos de ruptura no solo: ruptura geral, ruptura local e ruptura por puncionamento. Modo de Ruptura Este tipo de ruptura é característico de solos que apresentam resistência mais elevadas, ou seja, solos compactos ou rijos. No caso das sapatas, outro fator que contribui para a ocorrência desse fenômeno é a pouca profundidade em que se apoia o elemento de fundação dentro do maciço de solo. Ruptura Geral Segundo Cintra (2011), a superfície em que ocorre a ruptura é contínua desde a borda esquerda da base da sapata até a superfície do terreno à direita da mesma, ou por simetria, da borda direita até o terreno à esquerda como pode ser observado na figura 3.2 (a). Observando a curva do gráfico carga x recalque na figura 3.2 (b), nota-se que existe um ponto bem definido de carga máxima, isso caracteriza a ruptura como súbita e catastrófica, podendo ocasionar o tombamento da sapata para um lado ou outro e produzir uma considerável saliência na superfície do terreno. Ruptura Geral Ruptura Geral Para Vesic (1975 apud CINTRA, 2011), a ruptura local é considerada como um caso intermediário entre a ruptura geral e a ruptura por puncionamento. Neste tipo de ruptura é formada uma cunha no solo, contudo, a superfície de deslizamento do maciço de solo não é bem definida, a menos que o recalque atinja um valor igual à metade da largura da fundação, conforme representado na figura 3.3 (a). A ruptura local ocorre geralmente em areias medianamente compactas ou argilas médias, sendo que a deformação ocorrida no solo é classificada como plástica. Ruptura Local Ruptura Local O terceiro caso possível para a ruptura se dá por puncionamento, este caso apresenta maior dificuldade de ser observado visto que não há a formação de protuberância (parte mais elevada, que se destaca numa superfície) na região externa à edificação. Com a ação do carregamento sobre a fundação, o elemento estrutural tende a afundar significativamente em decorrência da tensão de compressão exercida no solo subjacente (que vem de baixo) à sapata, como se observa na figura 3.4 (a). Além disso, nesse tipo de ruptura o equilíbrio vertical e horizontal da fundação é mantido. Assim, a ruptura só é verificada medindo-se os recalques da fundação. As situações que normalmente ocorre essa situação são solos muito compressíveis, em fundações profundas ou em radiers. Ruptura por Puncionamento Ruptura por Puncionamento É de singular importância destacar que o pioneiro no estudo dos modos de ruptura foi Terzaghi (1943 apud CINTRA, 2011). Ele caracterizou dois modos extremos de ruptura, não criando uma definição para a situação intermediária. Suas classificações foram: ruptura geral para solos resistentes (muito rígidos) e ruptura local para solos não resistentes (pouco rígidos). Assim, para evitar confusão de nomenclatura, deve ser interpretado que a ruptura local de Terzaghi (1943 apud CINTRA, 2011) equivale à ruptura por puncionamento de Vesic (1975 apud CINTRA, 2011). PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA Este ensaio procura reproduzir, no campo, o comportamento da fundação direta sob a ação das cargas que lhe serão impostas pela estrutura. Segundo Alonso (1983), o ensaio é normalmente realizado transmitindo-se uma determinada pressão ao maciço de solo por meio de uma placa rígida de ferro fundido com diâmetro de 80 cm. Esta placa é carregada por meio de um macaco hidráulico que reage contra um sistema de reação qualquer, que pode ser uma caixa carregada, ou um grupo de tirantes, conforme esquematicamente mostrado na Figura 3.5 e na Figura 3.6. PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA Com base no valor da pressão aplicada, que é lida em um manômetro acoplado ao macaco hidráulico, e no recalque medido traça-se a curva pressão x recalque, mostrada na Figura 3.7, que permite avaliar o comportamento do maciço de solo. PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA As curvas apresentadas esquematicamente na Figura 3.7 indicam que o solo pode apresentar duas formas de ruptura distintas: a ruptura geral e a ruptura global. Os solos que apresentam tensão de ruptura, ou capacidade de carga, bem definida ( σr) são denominados como solos de ruptura geral, sendo este tipo de comportamento típico de areias compactas e de argilas rijas (Cintra et al., 2003). Caso o material não apresente uma tensão de ruptura bem definida, diz-se que o mesmo apresenta uma ruptura local, sendo este um comportamento característico de solos de baixa resistência, como por exemplo, as areias fofas e as argilas moles (Cintra et al., 2003). PROVA DE CARGA SOBRE PLACAS – ENSAIO DE PLACA Vários são as metodologias para a interpretação da curva pressão x recalque e a determinação da tensão de ruptura, ou da capacidade de carga ( σr), como por exemplo, o processo gráfico de Van der Veen, descrito em Alonso (1998). Segundo Alonso (1983), a tensão admissível dos solos pode ser obtida de forma mais simplista a partir do ensaio de placa através das seguintes expressões: “Podem ser empregados, métodos analíticos (teoria de capacidade de carga) nos domínios de validade de sua aplicação, que contemplem todas as particularidades do projeto, inclusive a natureza do carregamento (drenado ou não drenado).” NBR 6122:2010 MÉTODOS TEÓRICOS As fórmulas de capacidade de carga são hoje um instrumento bastante eficaz na previsão da tensão admissível, destacando-se dentre as inúmeras formulações, a de Terzaghi, de Meyerhof, de Skempton, e de Brinch Hansen (com colaborações de Vesic). As fórmulas de capacidade de carga são determinadas a partir do conhecimento do tipo de ruptura que o solo pode sofrer, dependendo das condições de carregamento. MÉTODOS TEÓRICOS Hipóteses básicas: ● Sapata corrida: comprimento (L) bem maior que largura (B) → L/B > 5 ● Profundidade de assentamento inferior a largura da sapata (D ≤ B) → desprezar a resistência ao cisalhamento da camada de solo situada acima da cota de apoio da sapata → substituir a camada de solo de espessura h e peso especifico ɣ por uma sobrecarga q = ɣ.h ● Solo sob a base da sapata e compacto/rijo → Ruptura geral. Teoria de Terzaghi → Sapata corrida e Ruptura geral. MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI De acordo com o modelo proposto por Terzaghi, e esquematicamente mostrado, a ruptura do solo, quando submetido a uma tensão igual a σr, ocorrerá inicialmente na forma de puncionamento, que se caracterizará pelo deslocamento vertical da cunha formada na zona I abaixo do elemento de fundação, onde a superfície de ruptura apresenta um trecho reto. Este puncionamento originará empuxos laterais de terra sobre a zona II, que os transmitirá à zona III, fazendo com que toda a resistência ao cisalhamento do solo ao longo da superfície de ruptura que delimita as zonas II e III seja mobilizada. MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Para os solos de ruptura local os fatores de capacidade de carga a serem utilizados na determinação da capacidadede carga das fundações diretas pela formulação clássica de Terzaghi devem ser obtidos nas curvas para Nc’, Nq’ e Nγ’. MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Fatores de correção: Tipo de ruptura ● Formulação → sapatas corridas em solos possíveis de ruptura geral; ● Para os solos com ruptura por puncionamento, adequar a mesma equação com redução empírica nos parâmetros do solo: MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Fatores de Capacidade de Carga MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Fatores de Capacidade de Carga de Brinch Hansen Fatores de correção: Fatores de forma ● Formulação → sapatas corridas em solos possíveis de ruptura geral; ● Adaptar o trabalho original a realidade → sapatas circulares, retangulares e quadradas. MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Fatores de correção: Fatores de forma MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Quando não se dispõem de ensaios de laboratório em que constem coesão e atrito, podem-se em primeira aproximação, estimar esses valores, através de correlações, por meio da tabela abaixo: MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI • Solos puramente coesivos (f=0) → capacidade de carga independe da dimensão da sapata; • Solos não coesivos (c=0) → capacidade de carga depende diretamente das dimensões da fundação, mas a profundidade e mais importante que o tamanho da fundação. MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Exercício 1: Determinar o diâmetro de uma sapata com as seguintes características: cota de apoio, 1,2 m; Φ = 33º; γ = 17,5 kN/m³; coesão desprezível. Carga do Pilar de 550 kN MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI FS: o fator de segurança à ruptura. MÉTODOS TEÓRICOS 1. TEORIA DE TERZAGHI Exercício 1 Exercício 2 Detalhamento Construtivo - Sapatas Nas sapatas isoladas, o centro de gravidade da sapata deve coincidir com o centro de aplicação da ação do pilar; a menor dimensão deve ser 60 cm (NBR 6122/96, 6.4.1); a relação entre os lados deve ser A/B 2,5. Regularmente, os lados A e B devem ser escolhidos de modo que cA » cB , mostrados na Figura 7. Sapatas Isoladas Classificação Quanto a Rigidez Projeto de fundações por sapatas Dimensionamento: 1. Dados (informações) técnicos básicos: Taxa de trabalho do solo; Cargas da superestrutura; Seções arquitetônicas dos pilares; Planta baixa da localização dos pilares. 2. Pilar isolado: s P S 05,1 onde; S= área da base da sapata; P= carga solicitante do pilar; s = tensão admissível do solo; 1,05= coeficiente de segurança, considerando também o peso próprio da sapata; Para sapata flexível e 1,10 para sapata rígida. 2 ba S ba 4 )( 2 2.2 Como determinar e definir a dimensão da sapata. Princípio matemático básico inicial: S = A x B Onde; A = maior dimensão da sapata (comprimento); B = menor dimensão da sapata (largura). Sendo, a = maior dimensão do pilar e b = menor dimensão do pilar. Obs: As dimensões dos pilares são representadas e definidas pelo cálculo estrutural da construção. “projeto estrutural”. A – a = B – b A – B = a - b A = + Obrigado!Obrigado!
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