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Caso clinico Estágio III Francisco Willame da Silva Raquel Sales Rocha Sucupira Paciente GMD, 34 anos, compareceu ao consultório no final de 2019, com algumas queixas estéticas, relacionadas a restaurações antigas de amálgama. Na ocasião, as restaurações foram avaliadas e substituídas por Resina Composta. Hoje, o mesmo paciente ligou, queixando-se de uma dor muito forte, que não o deixou dormir durante o final de semana, na região inferior esquerda (primeiro pré-molar). Conforme o paciente, a dor era pulsátil, respondendo de maneira dolorosa ao frio e ao calor e demorando a passar. Diante do caso relatado, responda aos seguintes questionamentos com base na Literatura (devidamente referenciadas). a. Sugira, um protocolo a ser enviado por mensagem ao paciente, explicando e orientando as medidas de prevenção, controle e proteção tomadas na sua clínica ou consultório. Utilize sempre máscara; Deve comparecer ao consultório no horário marcado pelo profissional via contato telefônico; Permita aferição de temperatura na entrada do consultório; Higienize suas mãos com álcool em gel 70% na entrada e na saída; Evitar aglomeração de pacientes e acompanhantes na sala de espera, devendo manter distância de pelo menos 1 metro entre as pessoas; mantenha uma etiqueta respiratória e de tosse; evite levar as mãos aos olhos, nariz ou boca; evite o uso de celular; Revistas foram retiradas das salas de espera a fim de evitar essa transmissão por contato direto ao tocar objetos contaminados; em caso de contato recente com alguém contaminado ou próprio resultado positivo, evitar, se possível, ida ao consultório. (JB; DE CAMARGO; MPSM, 2020; FRANCO et al., 2020). b. Qual a sua conduta, caso o paciente relate que conviveu com uma pessoa que testou positivo ao CoronaVírus nos últimos 5 dias? Paciente com suspeita para COVID-19 e tratamento de urgência / emergência - o tratamento odontológico deve ser realizado com precaução padrão e adicionais para toda a equipe, Se forem necessárias suturas realiza-las com material absorvível. Fazer desinfecção terminal ao fim de cada atendimento no consultório odontológico. Descartes de EPI e materiais infectantes devem ser feitos em lixo apropriado. Realizar o suporte necessário após o atendimento de urgência / emergência via telefone, de forma evitar contato com o paciente. O paciente com suspeita de COVID-19 deve ser colocado imediatamente em isolamento domiciliar. O cirurgião-dentista ciente deve orientá-lo a procurar serviço de saúde somente em caso de agravamento dos sintomas. (Recomendações AMIB). c. Descreva a sequência de paramentação (enumerada) e o desenho correspondendo à paramentação final para o atendimento de urgência, bem como o de sua auxiliar. Antes da paramentação, a equipe deve estar com a roupa completa de trabalho (pijama cirúrgico ou roupa branca com sapatos adequadamente fechados, impermeáveis, com solado antiderrapante e meias grossas), deve remover adereços, tais como anéis, colares, brincos e relógio de pulso (CFO, 2020). A ordem de paramentação (de 1 a 6) assim como os momentos recomendados para a lavagem das mãos e os devidos EPI e EPR serão comentados abaixo. *Lavagem simples das mãos e secagem com papel toalha descartável 1- Jaleco impermeável descartável de polipropileno (TNT) de gramatura 50G/m2, com mangas longas, punhos com elástico, gola tipo colarinho (padre), comprimento 3/4, fechamento traseiro com tiras na altura dos ombros e da cintura. Usar fechado em todos os procedimentos e no caso de cirurgia deve estar esterilizado (CFO, 2020). 2- Máscara ou Respirador N95 (capaz de barrar 95% dos aerossóis) ou PFF2 (Peça parcial filtrante). Protege de aerossóis. Posicionar o elástico superior no alto da cabeça e o elástico inferior na nuca. Devido à escassez e alto custo, em alguns serviços de saúde, para aumentar a vida útil do respirador permite-se usar uma máscara cirúrgica por cima, pois uma vez úmido, sujo ou danificado, o respirador deve ser descartado (AMIB, 2020). Para melhor selamento facial, não usar maquiagem, estar com a barba feita e falar o mínimo necessário. Para aumentar a vida útil do respirador pode-se usar uma máscara cirúrgica por cima (BRASIL, 2020a). Vale alertar que a máscara N95/PFF2 com válvula expiratória não pode ser utilizada, pois permite a saída do ar expirado e, caso a pessoa esteja doente, poderá contaminar os pacientes e a equipe dentro do ambiente crítico (AMIB, 2020). 3- Óculos de proteção com vedamento e alça de elástico, tipo esquiador. Os óculos de grau nunca substituem os óculos de proteção (SILVA, 2009). 4- Gorro de polipropileno (TNT) gramatura 30G/m2, de tamanho que cubra todo o cabelo e orelhas (CFO, 2020). 5- Protetor facial ou escudo (face shield) com vedamento superior. Protege a face de gotículas (CFO, 2020). *Lavagem simples das mãos e secagem com papel toalha descartável. No caso de procedimentos cirúrgicos, fazer a degermação com clorexidina a 2% e secagem com campo cirúrgico estéril (CFO, 2020). 6- Luvas de procedimento de látex ou de vinil. Sobre luvas de plástico auxiliam em caso de tomadas radiográficas e outros procedimentos fora do campo operatório. No caso de cirurgia, as luvas devem ser as cirúrgicas que são estéreis. Se tocar com as luvas em algum lugar da clínica fora do campo operatório, as luvas devem ser trocadas imediatamente e, sempre da sua remoção, deve-se fazer nova lavagem simples das mãos com água e sabão líquido e secar com papel toalha descartável (BRASIL, 2006). (RIATTO et al., 2020) d. Quais procedimentos podem ser adotados, para a proteção do seu paciente, no momento que ele irá se sentar na sua cadeira odontológica? Higienizar as mãos frequentemente, preferencialmente com lavagem rigorosa ou com fricção com gel de alcool 70% se não estiverem com sujidade visível por no mínimo 20 segundos. Lavar as mãos antes e depois de retirar as luvas. Utilizar EPI's como luvas, óculos e proteção facial com máscaras e também viseiras. Em procedimentos onde serão gerados aerossóis, a máscara de proteção deverá ser a N95 ou PFF2 ou respiradores reutilizáveis que deverão ser limpos e desinfetados a cada paciente de acordo com recomendações do fabricante. As máscaras N95 ou PFF2 deverão ser trocadas a cada paciente ou mais de uma vez no mesmo paciente quando visivelmente molhadas. Realizar a desinfecção dos protetores de face após cada paciente. Profissional e equipe deverão usar além das máscaras, protetores oculares e gorros descartáveis, jalecos que poderão ser descartáveis ou não. Todo o material deverá ser esterilizado em autoclaves e as peças de mão deverão ser autoclavadas para cada paciente e deverão ter válvulas anti-refluxo. Realizar limpeza e desinfecção rigorosa de maçanetas, cadeiras, banheiros, pisos e paredes com Hipoclorito de Sódio a 1%. Nas superfícies tocadas pelos profissionais deverão ser usados Hipoclorito de Sódio a 1% , Álcool a 70%, após limpeza prévia, ou Ácido Perácético a 0,2%. Todas as superfícies tocadas deverão ser desinfetadas, usar barreiras de proteção que devem ser trocadas a cada paciente. Usar diques de borracha nos procedimentos sempre que possível. Quando o isolamento não for possível, dar preferência a instrumentos manuais para remoção de cáries e uso de extratores de cálculo ao invés de aparelhos ultrassônicos para minimizar a geração de aerossóis. Usar sugadores potentes, como os do tipo bomba a vácuo, para que diminua a disseminação de aerossóis para o ambiente. O trabalho a quatro mãos deve ser estimulado para controle de disseminação. Fornecer bochechos com Peróxido de Hidrogênio a 1% antes de cada atendimento (Covid-19 é vulnerável à oxidação) ou Iodopovidona a 0,2% são recomendados para reduzir a carga salivar. A clorexidina parece não ser eficaz contra o novo coronavírus. (Recomendações AMIB). f. Em relação ao procedimento de urgência, e os sintomas relatados pelo paciente, sugira exames clínicose complementares que irão lhe auxiliar a chegar na hipótese diagnóstica. Inspeção. A inspeção deve ser realizada de forma criteriosa, detalhada, devendo ser bem registrada no prontuário do paciente. É realizada através da avaliação da cor da coroa do dente, na presença de um campo operatório seco e bem iluminado; do estado das restaurações, avaliando se ocorreu ou não exposição pulpar; da presença ou não de cáries; da verificação da existência de edemas, fístulas e demais aspectos que possam afetar os tecidos moles. Testes de percussão vertical e horizontal- avaliam o grau de comprometimento dos tecidos periapicais e a existência ou não de inflamação no tecido periodontal. A percussão horizontal e a vertical são realizadas suavemente, lateralmente e verticalmente, respectivamente, nas bordas incisais dos dentes anteriores ou nas cúspides vestibulares e linguais dos demais dentes. Também pode ser empregado o dedo indicador, porém, se essa manobra não apresentar-se eficaz, sugere-se o cabo do espelho, no sentido vertical (perpendicular à coroa dentária) ou no sentido horizontal (paralelo à coroa dentária)). Contudo, a percussão vertical positiva estará associada à inflamação de origem endodôntica, e a percussão horizontal positiva estará relacionada à alteração periodontal. Exame radiográfico, a imagem radiográfica pode ser utilizada antes, durante e após o tratamento endodôntico, permitindo a avaliação de vários fatores, tais como presença de lesões cariosas, restaurações extensas próximas à câmara pulpar, verificação da completa obturação do canal radicular, além do acompanhamento pós- terapia endodôntica. Teste pelo calor. O teste de sensibilidade ao calor é utilizado quando se requer um diagnóstico diferencial, na qual o dente pertencente à patologia não é facilmente identificado. Devido esse teste promover vasodilatação nos dentes com inflamação pulpar sintomática, dependendo da extensão, a resposta dolorosa ao calor pode ser intensa e imediata. Teste elétrico O teste elétrico consiste na aplicação de uma corrente de baixa voltagem e intensidade crescente, utilizando o aparelho pulp test, com o objetivo de avaliar a vitalidade da polpa, estimulando as fibras mielinizadas A delta e A beta pulpar Esse teste sugere verificar a vitalidade ou não do tecido pulpar a partir da sensibilidade da resposta neural ao estímulo elétrico. Teste pelo frio- São muitos os recursos empregados para o teste do frio, dentre eles a neve carbônica, gás refrigerante, cloreto etílico, bastão de gelo e água gelada. Esses, por sua vez, promovem diferentes decréscimos de temperatura intrapulpar, estimulando as terminações nervosas por meio da vasoconstricção, causando dor. Quanto maior a redução da temperatura, maior o estímulo. (GALDINO et al., 2018). g. Frente aos seus achados clínicos, qual a sua hipótese de diagnóstico e sua conduta de atendimento, sendo considerada somente a urgência do paciente. HD: Pulpite irreversível. Conduta>Anestesia; Instalação do isolamento absoluto; Remoção total da dentina cariada; Abertura coronária completa com remoção das interferências; Remoção da polpa coronária com instrumentos afiados (p.ex.: curetas ou brocas); irrigação e aspiração com hipoclorito de sódio a 1,0% até redução do sangramento - com cânulas 30G (diâmetro 30/100mm) com CT – 2 a 3 mm; Exploração do canal com instrumentos #10 e #15 no Comprimento de Trabalho (CT); Remoção da polpa radicular no CT - descolamento da polpa com instrumento #08 ou #10 e remoção com extirpa nervo, ou - remoção por fragmentação por limagem no CT com instrumentos #10 e #15; => irrigação abundante com hipoclorito de sódio a 1,0% ; aspiração; secagem (aspiração com cânula de pequeno calibre e/ou cones de papel absorvente; introdução de medicação intracanal; acomodação de uma mecha de algodão sobre a embocadura do canal radicular; selamento provisório; Remoção dos componentes do Isolamento Absoluto; => Prescrição de Analgésico. Remarcar o paciente pra concluir o procedimento depois q acabar o período de isolamento dele, tendo em vista que ele teve contato com alguém que testou positivo. Disponível em: <https://wp.ufpel.edu.br/pecos/files/2010/01/01_pa_urgencias_odono_endo_0601 10.pdf> h. Sugira 2 substâncias a serem utilizadas para o processo de desinfecção das bancadas e cadeira odontológica, que tenham embasamento científico para tal. Deve ser feita a desinfecção rigorosa nos materiais e equipamentos do consultório odontológico, nas cadeiras, além das maçanetas e banheiro. Para isso, duas substancias sugeridas são hipoclorito de sódio a 0,1% e álcool a 70%. Isso é essencial, visto que há relatos de sobrevivência do coronavírus por 2 a 9 dias em superfícies. O álcool 70% exerce atividade bactericida, virucida e fungicida e é um dos principais desinfetantes de superfície utilizados em serviços de saúde. Já o hipoclorito de sódio pode alcançar a inativação do vírus após 1 minuto de uso. Usar preferencialmente a água sanitária 2-2,5%, diluindo uma parte de água sanitária para 3 partes de água, para obter 1 litro a 0,5% para desinfetar superfíceis como pisos, azulejos e paredes. Em caso de superfíceis sujas, recomenda-se limpá-la primeiramente com água e sabão ou detergente para após ser realizada a desinfecção. (FERREIRA et al., 2016; FRANCO et al., 2020) REFERENCIAS Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/pecos/files/2010/01/01_pa_urgencias_odono_endo_0 60110.pdf Acesso em: 27/05/2021 às 22:15h. FERREIRA, Rilton Emanuel Cavalcante et al. Eficácia de três substâncias desinfetantes na prática da radiologia odontológica. Revista Brasileira de Odontologia, v. 73, n. 1, p. 14, 2016. FRANCO, Amanda Gonçalves et al. Importância da conduta do cirurgião- dentista frente à contenção e prevenção do Covid-19. InterAmerican Journal of Medicine and Health, v. 3, 2020. GALDINO, Andrea Brilhante et al. Procedimentos destinados ao diagnóstico da condição pulpar: revisão de literatura. Rev. Salusvita (Online), p. 985- 1007, 2018. JB, FRANCO; DE CAMARGO, A. R.; MPSM, PERES. Cuidados Odontológicos na era do COVID-19: recomendações para procedimentos odontológicos e profissionais. Rev Assoc Paul Cir Dent, v. 74, n. 1, p. 18- 21, 2020. PARA ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO COVID, Recomendações AMIB. Comitê de Odontologia AMIB de enfrentamento ao COVID-19 Departamento de Odontologia AMIB. RIATTO, Sabrina Gonçalves et al. BIOSSEGURANÇA NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO EM CLÍNICA-ESCOLA EM TEMPOS DE PÓS- PANDEMIA POR COVID-19. Diálogos em Saúde, v. 3, n. 1, 2020. https://wp.ufpel.edu.br/pecos/files/2010/01/01_pa_urgencias_odono_endo_060110.pdf https://wp.ufpel.edu.br/pecos/files/2010/01/01_pa_urgencias_odono_endo_060110.pdf
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