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AO JUÍZO DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ÁGUAS CLARAS – RJ Processo nº XXX PAULO ANDRADE , já devidamente qualificado nos autos da ação de indenização em curso perante esse MM. Juízo, em que contende com EDUARDO SOUSA, já qualificado nos autos, cuja sentença julgou totalmente procedente o pleito autoral, vem, respeitosamente, interpor: Com fundamento nos arts. 1009 e seguintes do NCPC/2015, para Superior Instância contra a sentença, o que faz tempestivamente, requerendo a Vossa Excelência que se digne a receber o presente recurso nos seus devidos efeitos e encaminhá-lo, depois do devido processamento na forma da lei, com as razões de apelação. Termos em que, Pede e espera deferimento Águas Claras-RJ, 02 de junho de 21 ADVOGADO OAB Nº APELAÇÃO RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO Apelante: Paulo Andrade Apelado: Eduardo Sousa Autos nº xxx 3ª Vara Cível da Comarca de Águas Claras-RJ Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Do Rio de Janeiro-RJ Colenda Câmara Nobres Julgadores O apelado contratou o apelante para transportá-lo no dia 02 de março de 2020, do município de Águas Claras/RJ, até a capital do Estado, onde o apelado participaria de uma pré- seleção, para um concurso televisivo com mais de 20 mil inscritos. O apelante costuma fazer transportes de amigos em seu veículo particular, nas horas vagas, para complementar sua renda, assim o apelante aceitou prontamente o pagamento antecipado feito. Ocorre que no dia agendado, o apelado considerou inseguro colocar o veículo na estrada, vez que não havia sido feita a manutenção do mesmo. O apelante, então, avisou ao apelado que não poderia transportá-lo e no mesmo dia devolveu-lhe o dinheiro. O apelado, inconformado, ingressa com ação indenizatória contra o apelante, exigindo indenização por perdas e danos pelo inadimplemento do contrato de transporte e pela perda de uma chance de participar do concurso. A ação foi regularmente distribuída no Juízo de direito da Vara Cível da Comarca de Águas Claras/RJ. Citado o apelante alegou em contestação que Eduardo, ora apelado, errou ao não viajar de ônibus com embarque na Rodovia da Cidade, o que resolveria a necessidade de Transporte. BREVE SÍNTESE DOS FATOS 1. A hipótese é de responsabilidade contratual, motivo pelo qual o Art. 475 do Código Civil reconhece o direito do credor inadimplido a resolver o contrato e cobrar perdas e danos. O apelado não comprovou de fato o que ele efetivamente perdeu nem comprovou o que efetivamente deixou de lucrar. 2. O fato de Eduardo não ter tomado nenhuma medida para realizar a viagem para o Rio de Janeiro configura fato concorrente da vítima, nos termos do Art. 945 do Código Civil. 3. A figura da perda de uma chance exige, para a sua configuração, que exista a probabilidade séria e real de obtenção de um benefício, o que não restou demonstrado no presente caso, tendo em vista que não havia certeza mínima sequer quanto à participação de Eduardo do concurso televisivo. No caso, não restou comprovada essa probabilidade pelo apelado. A certeza de o apelado alcançar o prêmio, num cálculo de probabilidade simples, seria de 20/20000, o que daria 1/1000, ou seja, sua probabilidade seria de uma em mil. DAS RAZÕES RECURSAIS Por todo o exposto, requer: Sentença proferida no Juízo a quo, julgando procedentes totalmente os pedidos autorais deve ser anulada: (i) Não se justifica o arbitramento realizado pelo juízo sentenciante, pois não restou comprovada a existência do dano, exigência essa para a medida da indenização conforme preconiza o artigo 944 do CC/2002; (ii) A hipótese é de responsabilidade contratual , motivo pelo qual o Art. 475 do Código Civil reconhece o direito do credor inadimplido a resolver o contrato e cobrar perdas e danos ; (iii) A culpa concorrente do apelado é evidente na medida em que o mesmo não providenciou outro meio para realizar a viagem, conforme disciplinado no artigo 945 do CC/2002 e (iv) A perda da chance não restou comprovada, visto que como estabelece a jurisprudência superior há que se demonstrada a real probabilidade da chance de se alcançar o benefício. O Juízo sentenciante arbitrou no valor de ¼ (um quarto) do prêmio a indenização de uma chance de 20/20000 que proporcionalmente representa 1/1000, quase nula. Diante do exposto, deverá esse E. Tribunal de Justiça, dar provimento à apelação para anular a R. Sentença julgando improcedentes os pedidos formulados na petição inicial. Termos em que Espera e pede deferimento. Águas Claras,-RJ, 02 de junho de 21 ADVOGADO (A) OAB Nº XXX DOS PEDIDOS
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