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DOENÇAS NEUROMUSCULARES Ms. Antonie+a Cláudia Carneiro Ms. Juliana Teixeira DOENÇAS NEUROMUSCULARES • Agrupam-se diferentes afecções decorrentes do acome5mento primário da unidade motora, composta pelo motoneurônio medular, raiz nervosa, nervo periférico, junção mioneural e músculo. DNM • Engloba um conjunto de mais de 40 doenças • Caráter Progressivo Fraqueza muscular D.N.M. • Nas crianças, a maior parte destas afecções é gene$camente determinada, sendo as doenças neuromusculares adquiridas bem mais raras do que em adultos. DNM • Em estudo realizado no Centro de Reabilitação da AACD, em 2005, os dados epidemiológicos relacionados às estruturas afetadas, em pacientes classificados como DNM, foram: • 60% tecido muscular • 12% nervo periférico • 12% neurônio motor • 11% trato córKco-espinhal • 4% cerebelo e vias cerebelares • Nenhum acomeKmento da junção neuromuscular DNM • O aspecto unificante das D.N.Ms. é a FUNÇÃO MUSCULAR ANORMAL e a SEQUELA que dela resulta. • Sinais e sintomas crônicos que estão, em sua maioria, Fpicamente relacionados a FRAQUEZA MUSCULAR, incluem: • DIFICULDADE DE LOCOMOÇÃO • CONTRATURAS MUSCULARES • DEFORMIDADES MUSCULOESQUELÉTICAS • PERCEPÇÃO SENSORIAL ATERADA (nas neuropaKas) • ALTERAÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ACOMETIMENTO DO TRATO CÓRTICO- ESPINHAL PARAPARESIA ESPÁSTICA FAMILIAR • A paraparesia espásKca hereditária (PEH), ou doença de Strümpell-Lorrain, é uma doença neuro-degeneraKva incomum, caracterizada por fraqueza muscular e espasKcidade lentamente progressiva dos membros inferiores. • Subdivide-se em formas pura ou complexa, dependendo da paraparesia ser acompanhada ou não de outras anormalidades (neurológicas ou não neurológicas) • O padrão de hereditariedade pode ser autossômico dominante, autossômico recessivo e ligado ao cromossomo X, com considerável heterogeneidade genéKca. ACOMETIMENTO DO TRATO CÓRTICO- ESPINHAL PARAPARESIA ESPÁSTICA FAMILIAR • A forma PURA é caracterizada por início após os 2 anos de idade (em média de 7 – 15 anos), com espasKcidade lentamente progressiva, afetando primeiramente os MMII, depois tronco e MMSS, com dificuldade para a marcha. • CLÍNICAMENTE – pouca fraqueza e atrofia muscular, reflexos exaltados e sinal de Babinski presente. • Pode ter alteração sensiKva mínima (vibratória), disartria, incoordenação motora e queixas urinárias. ACOMETIMENTO DO TRATO CÓRTICO-ESPINHAL PARAPARESIA ESPÁSTICA FAMILIAR • Na forma COMPLICADA da PEH as manifestações clínicas são altamente variáveis, e a paraparesia espásKca é apenas mais uma caracterísKca de um fenóKpo extremamente complexo. • A PEH pode estar associada à atrofia ópKca, reKnopaKa, manifestações extrapiramidais, demência, ataxia, retardo mental, neuropaKa periférica e epilepsia. • O prognósKco e a gravidade da PEH são extremamente variáveis, entretanto a expectaKva de vida é normal. ACOMETIMENTO DO CEREBELO E VIAS CEREBELARES ATAXIAS HEREDITÁRIAS • A ataxia de Friedreich (FRDA) é a ataxia hereditária mais comum entre descendentes de europeus com aproximadamente 1 em 40.000 pessoas afetadas. • Podem ser subdivididas em de início precoce antes dos 25 anos (Ataxia de Friedreich e Ataxia Teleangiectasia) e de início tardio após os 25 anos (Ataxias Espinocerebelares). ACOMETIMENTO DO CEREBELO E VIAS CEREBELARES ATAXIA DE FRIEDREICH: • Doença de herança autossômica recessiva. Forma mais comum de ataxia da infância e da adolescência, com início dos 5 aos 25 anos. Mutação do gene FXN à Frataxina • Caracterizada por incoordenação motora, desequilíbrio, ataxia de marcha, disartria e fala escandida, nistagmo e arreflexia tendínea profunda. • Podem ainda apresentar: pés cavos, cifoescoliose, cardiomiopaLa, acomeLmento do pâncreas, e alterações esfincterianas, distúrbio de sensibilidade. • Evolução lenta e progressiva com perda da marcha entre 25 e 35 anos, com possibilidade de acomeLmento cardíaco e respiratório. ACOMETIMENTO DO CEREBELO E VIAS CEREBELARES ATAXIA TELANGIECTASIA • Doença genéKca rara de herança autossômica recessiva. Há degeneração das vias cerebelares e espinocerebelares decorrente de distúrbios imunológicos. • O gene responsável pela A-T, designado ATM (de A-T mutado), foi localizado no cromossomo 11q22-23, em 1998. • Caracterizada por ataxia de marcha e apraxia oculomotora (início com 1 a 3 anos), teleangiectasias oculares (início com 4 a 7 anos). ACOMETIMENTO DO CEREBELO E VIAS CEREBELARES ATAXIA TELANGIECTASIA • Com a evolução da doença nota-se atrofia muscular, retardo do desenvolvimento ponderal e sexual, infecções de repe5ção e déficit cogni5vo. • Evolução lenta e progressiva, com óbito ocorrendo entre 20 e 30 anos de idade, por infeções respiratórias ou neoplasias do sistema imunológico. ACOMETIMENTO DO NEURÔNIO MOTOR ATROFIA MUSCULAR ESPINHAL - AME • Doença genéKca de herança autossômica recessiva • DiagnósKco baseia-se no quadro clínico (hipotonia e fraqueza muscular proximal, arreflexia e fasciculações, cogniKvo preservado). • Existe uma deleção ou mutação do gene 1 de sobrevivência do motoneurônio (SMN1), localizado cromossomo 5q13. • O número de cópias de um gene semelhante a ele (SMN2), é o principal determinante da severidade da doença. Correlação entre o número de cópias de SMN2 e o 8po de AME Herança autossômica recessiva AME - CLASSIFICAÇÃO • Atrofia Muscular Espinhal (AME) é subdividida clinicamente em cinco Kpos, definidos pela idade de aparecimento dos sintomas e pelas habilidades motoras alcançadas. Atrofia Muscular Espinhal (AME) - TIPO 0 • É a forma mais grave de AME, e uma das mais raras. Tem início no período pré-natal e, além de acomeLmento motor e respiratório, pacientes com AME Tipo 0 podem apresentar alterações cardíacas e cerebrais. • Dificuldades respiratórias: Frequentemente necessitam de suporte venLlatório nos primeiros minutos ou horas após o nascimento. • Dificuldades motoras: hipotonia profunda, fraqueza grave e contraturas arLculares. • Dificuldades de alimentação: apresentam grave disfagia e incapacidade de sucção para mamar. • ExpectaLva de vida: a grande maioria dos pacientes acaba falecendo nos primeiros dias ou semanas de vida, em geral não ultrapassando seis meses de idade. Atrofia Muscular Espinhal (AME) - TIPO 1 • Também conhecida como doença de Werdnig-Hoffman, é o sub8po mais comum de AME, correspondendo a cerca de 60% dos casos reportados em literatura. Sinais e sintomas têm início antes dos seis meses de vida. • Dificuldades respiratórias: desenvolvem respiração paradoxal, e insuficiência respiratória é a principal causa de morbidade e mortalidade. A fraqueza e hipotonia da musculatura respiratória causam também deformidades no tórax. • Dificuldades motoras: não desenvolvem a capacidade de se sentar sem suporte e têm perda da maioria da movimentação ainda no primeiro ano de vida. Dificuldades de alimentação: o acome8mento de músculos da língua e faringe causa perda da capacidade de sucção ao mamar e disfagia. Expecta8va de vida: caso não sejam tomadas ações de tratamento, cerca de 68% dos pacientes morrem antes dos dois anos; e 84% antes dos quatro anos de idade. A adoção de cuidados respiratórios e nutricionais proa8vos pode reduzir a mortalidade antes dos 2 anos para 30%. Atrofia Muscular Espinhal (AME) - TIPO 2 • Doença de Dubowitz, é a forma intermediária da doença em que os sintomas geralmente se iniciam entre os seis e dezoito meses de idade. A8nge cerca de 29% dos casos reportados na literatura. • Dificuldades respiratórias: os pacientes podem desenvolver hipoven8lação, inicialmente durante o sono, requerendo o uso de suporte para respirar no período noturno, além de manobras para remoção de secreção. • Dificuldades motoras: pessoas com AME 8po 2 desenvolvem a capacidade de se sentar sem a necessidade de suporte, mas podem perder essa habilidade coma progressão da doença. Alguns pacientes conseguem ficar em pé, mas não conseguem andar de maneira independente. Muitos apresentam contraturas e deformidades ar8culares, incluindo escoliose grave. • Dificuldades alimentação: com a progressão da doença, podem desenvolver disfagia e fraqueza de mas8gação e deglu8ção. • Expecta8va de vida: estudos de história natural mostram que pacientes com AME 8po 2 chegam à idade adulta, no entanto, mostram mortalidade precoce em relação à população em geral. Atrofia Muscular Espinhal (AME) - TIPO 3 • Também conhecida como doença de Kugelberg-Welander, a7nge cerca de 13% dos casos. Os primeiros sintomas aparecem após os dezoito meses de idade. • Dificuldades respiratórias: alguns pacientes desenvolvem dificuldade respiratória mais tardiamente, quando comparados ao 7po 2. • Dificuldades motoras: conseguem desenvolver a capacidade de andar independentemente, porém, em algum momento da vida, podem perder essa habilidade. Quanto mais precoce o início dos sintomas e sinais, mais cedo pode ocorrer a perda da marcha. As dificuldades ortopédicas, incluindo a escoliose, se agravam a par7r do momento em que param de andar. • Dificuldades de alimentação: em casos mais graves ou com mais tempo de doença, podem desenvolver dificuldades para engolir. • Expecta7va de vida: estudos mostram que a expecta7va de vida destes pacientes pouco se diferencia da população não afetada. Atrofia Muscular Espinhal (AME) - TIPO 4 • Forma mais branda da doença, a AME Lpo 4 é também uma das mais raras, representando menos de 5% dos novos casos. • Na maioria das vezes, os primeiros sintomas aparecem a par0r da segunda ou terceira década de vida. Pessoas com AME Lpo 4 não apresentam dificuldades respiratórias ou de alimentação. Dificuldades motoras: os pacientes podem apresentar hipotonia e reflexos musculares diminuídos, apresentando dificuldades, por exemplo, para subir e descer escadas ou para se levantar do chão. No entanto, levam a vida muito semelhante à população sem a doença. ExpectaLva de vida: estes pacientes apresentam uma expectaLva de vida semelhante à da população sem a doença. SMA - Tratamento Não Medicamentoso SMA - Tratamento Medicamentoso Spinraza (nusinersena): • É um tratamento que induz o RNA do paciente a produzir a proteína SNM, assim, atua desacelerando o avanço da doença. Contudo, essa medicação se dá por meio de uma punção lombar em centro cirúrgico a cada 4 meses; Zolgensma (onasemnogene abeparvovec-xioi): • É uma terapia gené8ca recombinante baseada no AAV9 (adeno associated virus). • No laboratório, se re8ra o DNA do AAV9 e se subs8tui por uma cópia funcionante do SMN humano. Em seguida, o vírus é inserido no corpo e entrega o gene SMN aos neurônios motores, sem se tornar parte do DNA do paciente. Desse modo, os novos genes induzem à produção de novas proteínas repe8das vezes e, assim, a função das células motoras é man8da. • Assim que o vírus entrega o gene, ele é degradado e excretado do corpo. ACOMETIMENTO DO NERVO PERIFÉRICO CHARCOT-MARIE-TOOTH • NeuropaKa periférica hereditária sensiKvo-motora, de herança variável (autossômica dominante, recessiva ou ligada ao cromossomo sexual X). • Mutações nos genes que codificam proteínas fundamentais para o funcionamento do axônio e mielina do nervo periférico. • Fibras sensiKvas e motoras • Atrofia muscular difusa e progressiva, simétrica. • Deformidades: pés (cavo), mãos • Reflexos diminuídos • Insuficiência respiratória ACOMETIMENTO DO NERVO PERIFÉRICO CHARCOT-MARIE-TOOTH • TIPO 1 – mais comum, herança autossômica dominante, mielínica. • Fraqueza, atrofia, deformidades (por desequilíbrio muscular), predominante distal dos MMII. • Sexo masculino 3:1 • Sintomas iniciam entre 10 e 20 anos de idade, com alterações na marcha. • Atrofia músculos intrínsecos da mão. • Pode evoluir com escoliose • Câimbras, parestesias e discreta hipoestesia distal táKl e dolorosa. • Evolução lenta e progressiva • Maioria consegue manter-se deambulando por toda a vida. ACOMETIMENTO DO NERVO PERIFÉRICO CHARCOT-MARIE-TOOTH • TIPO 2 – Herança autossômica dominante, axonal. • Início dos sintomas mais tardiamente • Evolução mais lenta • Pode haver comprome5mento sensi5vo em MMII e maior comprome5mento em MMSS. • Diagnós5co pelo quadro clínico e exames complementares como ENMG. ACOMETIMENTO DO NERVO PERIFÉRICO CHARCOT-MARIE-TOOTH • TIPO 3 – SÍNDROME DE DEJERINE- SOTTAS • Herança autossômica dominante, mielínica • Forma severa e precoce, com início antes dos 3 anos • Hipotonia importante • Atraso no DNPM • Atraso na marcha • Diminuição da sensibilidade dos MMII • Ataxia discreta • Dificuldade de alimentação e respiração. ACOMETIMENTO DO TECIDO MUSCULAR DISTROFIAS MUSCULARES E MIOPATIAS CONGÊNITAS ESTRUTURAIS • Doenças que afetam os músculos do tronco, membros, face, sendo que a distribuição e progressão dessa fraqueza muscular variam de acordo com o Kpo de distrofia muscular. • Em geral são causadas por defeitos genéKcos em proteínas específicas do tecido muscular. Grupo de Doenças Fraqueza muscular Intensidade Época de Início Atrofia Muscular Tipo de transmissão DM DUCHUNNE • A miopaLa mais frequente ( 1: 3000- 4000) • Doença genéLca de herança recessiva ligada ao X (Xp 21) • 1/3 resultado de nova mutação XAXa XaY DM DUCHUNNE Alteração na codificação da Distrofina (Ausente) Provocando fendas e instabilidades na membrana celular DM DUCHENNE • DiagnósKco: • História Clínica • CreaKnofosfoquinase elevado (CPK) à10 – 100 X aumentada • DNA • Biopsa muscular (Alteração no tamanho fibras e tecido conjunKvo) DM DUCHUNNE • Sinais e Sintomas: • Fraqueza muscular Progressiva a parKr dos 3-5 anos • Atraso no início da marcha • Quedas frequentes • Dificuldade de correr e subir escada • Pseudo-Hipertrofia Infiltração de tec. ConjunKvo e gorduroso • Sinal de Gower’s Sinal De Gower DM DUCHUNNE • Sinais e Sintomas: • Fraqueza Simétrica • Proximal à Distal (mmii àmmss à Tronco) • Hiperlordose (compensatória) • Marcha Anserina • 30% déficit aprendizagem Marcha Miopá;ca • Hiperlordose • Báscula Pélvica • Base aumentada • Pés em flexão plantar/ não realiza a baKda de calcanhar Adaptação Biomecânica Fase de Apoio: Conta Inicial –Resposta a carga – Apoio Médio –Apoio Terminal – Pré -balanço Fase de Balanço: Balanço Inicial – Balanço Médio – Balanço Terminal DM DUCHENNE • Evolução: • Perda da capacidade de deambular aos 9-12 anos • Deformidades de coluna e membros (90% escoliose progressiva após 2 anos de CR) • CardiomiopaKa (adolescência) • Insuficiência respiratória (Causa de óbito 20-25 anos) Ataluren • Atalureno é o princípio aLvo do medicamento comercializado como Translarna®, que atua na transcrição da proteína distrofina, essencial para integridade muscular, e assim busca reverter a mutação nonsense do DNA que resulta num códon de terminação prematuro no interior de um RNA mensageiro. DM Becker • Alteração PARCIAL da distrofina • CompromeLmento e evolução mais lento • 1: 20.000 sexo masculino • CPK 5 X elevada • Primeiros sintomas: 5-20 anos • Fraqueza simétrica e progressiva • Perda da marcha aos 16 anos • Óbito entre 40-50 anos DM de Cinturas • Caráter Progressivo com grande variabilidade clínica e genéKca. • Herança Autossômica dominante ou recessiva (90%) • Ambos os sexos são afetados • Proteínas: sarcoglicanas, calpaína, disferlina e teletonina DM de Cinturas • A progressão é extremamente variado. Alternando períodos de rápida progressão com períodos estacionários • Fraqueza inicial na cintura escapular e pélvica DM FacioEscapuloUmeral • Herança Autossômica Dominante • 1: 20.000 nascidos. • Forma mais benigna das distrofias musculares. • Fraqueza muscular inicial: face, cintura escapular e porção proximal dos membros superiores. Posteriormente pode aKngir outras regiões •10% dependentes de cadeira de rodas em fase avançada. MIOPATIAS CONGÊNITAS • As miopaKas congênitas são genericamente definidas como miopaKas primárias com início na infância, frequentemente de natureza hereditária e lentamente progressivas. • Caracterizadas por fraqueza muscular, podem estar associadas a deformidades esqueléKcas e dismorfismos faciais. • São definidas pela presença de alterações na biópsia muscular, tais como predominância e/ou atrofia de fibras Kpo I, associadas a lesões estruturais específicas no interior das fibras musculares. TRATAMENTO Fraqueza Muscular Deformidades OsteoarFculares Agravam função Motora e Respiratória FISIOTERAPIA • Prolongar a capacidade funcional • Melhorar a capacidade respiratória • Retardar as deformidades qsicas • Promover melhor qualidade de vida
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