Buscar

Livro Prática I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

01. A Evolução
Histórica da
Contabilidade e suas Escolas
Introdução
A contabilidade como conhecemos hoje, se vale de uma série de
conhecimentos humanos que foram agregados a ela e esses vão desde os
números, o alfabeto e o pensamento matemático, então para que possamos
entender como foi construída essa ciência precisamos entender a origem mais
antiga da contabilidade. 
Sem números mas com contabilidade.
A necessidade contábil remonta à tempos pré - históricos, alguns autores, nos
contam que para relacionar seus rebanhos o homem pré histórico fazia uso de
ferramentas como conchas e pedras, associando-as com o objeto que queria
controlar, uma espécie de inventário que existia muito antes da invenção dos
números, achados arqueológicos remontam que essas "fichas" são datadas
de 8.000 a.C. 
Corroborando com esse pensamento IUDÍCIBUS, MARION E FARIA (2018),
ressaltam ainda que se houvessem naquela época a moeda e a matemática,
teríamos um inventário completo, mas para isso a "fase empírica da
contabilidade" ainda precisaria se desenvolver em três fases evolutivas
definidas como: sendo a primeira chamada de correspondente, onde conforme
já descrito no parágrafo inicial da seção se atribuía uma pedra ou concha para
o que se quisesse contar, a segunda fase chamada contagem concreta, que
se valia de registros gráficos agrupados por similaridade para o "inventário" e
por último a contagem abstrata já com o advento dos números. 
A contabilidade na Bíblia.
Sendo a contabilidade uma necessidade humana tão antiga, seria natural que
ela se fizesse presente na Bíblia, destacam que o Livro de Jó como o mais
antigo e com ele apontam para detalhamento da riqueza de Jó destacada no
primeiro capítulo, versículo terceiro “E era o seu gado sete mil ovelhas, e três
mil camelos, e quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas.”
Existem outras passagens bíblicas relatando detalhadamente diversos bens e
outros ativos ressaltando necessidade de controle dos ativos, presente desde
o tempos do homem das cavernas, com destaque para o evangelho de São
Mateus, que era contador antes de ser apóstolo e é considerado o padroeiro
da profissão contábil.
A contabilidade se aprimora.
A Partir do século XIII que a contabilidade se apropria do sistema de números
indo-arábico (0, 1, 2, 3…) aqui destaca-se a obra Liber Abacci de de Leonardo
Pisano (também conhecido como Fibonacci), introduzindo os numerais tais
como os conhecemos e assim possibilitando a execução de cálculos sem a
necessidade do ábaco e neste livro, Pisano tece alguns comentários sobre
comércio, juros, lucro. Neste ponto inicia-se a contabilidade moderna. 
Além de Pisano, merecem registro duas outras obras que são determinantes
na história do pensamento contábil, são elas: em 1948 Benedetto Cotrugli
lança "Della mercatura et del mercante perfeto" uma obra considerada pelos
historiadores o grande marco no estudo da contabilidade até que um frei
franciscano revolucionou a contabilidade.
Luca Bartolomeo de Pacioli, era um frei franciscano, intelectual com
conhecimentos em teologia, matemática, e foi Pacioli que em 1494 escreveu a
obra "Summa de arithmetica, geometria proportion et proportionated" e é em
um determinado capítulo desse livro que Luca Pacioli cria a contabilidade por
partidas dobradas, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito
corresponde a teoria dos números positivos e negativos e assim com o
conjunto. 
As Escolas do Pensamento Contábil
Com as obras de Pisano, Cotrugli e Pacioli, a contabilidade tem seus primeiros
pensadores e vieram outros com outros, debates intensos sobre a função, o
objeto e o objetivo da contabilidade entre outros, a essas diferenças de
percepção chamamos de escolas. E as escolas que mais merecem destaque,
temos o contismo, o personalismo, o controlismo, o aziendalismo e o
patrimonialismo. Seus pensadores, tiveram o relevante papel de pensar a
contabilidade, enquadrando-a como um objeto merecedor de estudos,
deixando contribuições que são perceptíveis até hoje na contabilidade.
A Escola Contista.
A escola contista, ou contismo tinha esse nome pois eram as contas como
objeto de estudo e surgiu no século XV e teve como grande pensador Pacioli,
embora a obra de Cotrugli também seja relevante, dentro do contismo, sua
teoria se manteve intacta até o século XVIII, sua grande contribuição foi gerar
uma compreensão mais sofisticada da contabilidade.
O Contismo, se deu historicamente em uma fase de grande prosperidade
econômica no qual surgiram muitas empresas, ocorrendo a criação da conta
de capital, representando uma dívida da empresa com o proprietário,
registrada no passivo, com a separação da entidade e do proprietário em
contas distintas.
É do contismo algumas das definições que até hoje estão presentes na
contabilidade como a natureza devedora das contas de ativo, e natureza
credora das contas de passivo, pois, para o contismo quem recebe deve (tem
um débito), por isso o ativo foi considerado devedor. O registro contábil era
das pessoas que transacionavam com a empresa, por exemplo, se alguém era
responsável pelo caixa, por exemplo, esta pessoa recebia o dinheiro da
empresa, portanto, devia o valor recebido. 
Por outro lado, quem quem entrega algo tem em haver (tem um crédito),
caracterizando um direito de terceiros em relação à empresa, ou seja, os
terceiros que prestam serviços fornecem alguma coisa ou emprestam para a
empresa, tinham um crédito em relação à empresa.
O foco do contismo era o comércio, que na época era considerada a atividade
mais importante e é possível verificar isso pelas contas mais utilizadas:
mercadorias, o dinheiro, contas a pagar, as contas a receber e lucros e perdas.
A Escola Personalista.
Já no século XIX, o desenvolvimento da contabilidade entrou numa nova fase,
a Escola Personalista ou Personalismo, se diferenciava do contismo pelo foco
nas pessoas envolvidas na empresa, os personagens, e não às contas, tidas
como a essência da escola contista. A escola personalista tinha como
fundamento as relações jurídicas entre gestores, proprietários e a riqueza que
como objeto da contabilidade.
A escola personalista também teve seus pensadores: seu iniciador foi
Francesco Marchi, já o construtor se sua teoria foi Giuseppe Cerboni.
Como característica de sua escrituração está a classificação das contas em
quatro grupos, chamados de: (1) consignatários (empregados); (2)
correspondentes; (3) administradores; e (4) proprietários.
Uma característica muito peculiar do Personalismo é a presença de seis
axiomas inseridos por Cerboni, os axiomas são por definição uma proposição
que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um
consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria. 
São os axiomas da escola personalista : 
1° - A administração da riqueza (azienda) estará a cargo do proprietário,
porém este deve estabelecer relações adequadas com agentes e
correspondentes. 
2° - É preciso distinguir o papel do proprietário e do administrador,
embora possam unir-se na mesma figura (proprietário administrador).
Deve haver separação clara entre negócio e família.
3° - O papel do administrador é gerenciar o negócio, sem usar a riqueza
para usufruir de benefícios pessoais.
4° - A todo devedor corresponderá um credor e vice-versa.
5° - O proprietário, administrando ou não a azienda, é, de fato, credor da
substância e devedor das passividades pertinentes àquela riqueza.
6°- A riqueza do proprietário (débito e crédito) varia conforme os lucros e
perdas ou acréscimos e decréscimos de capital.
Escola Controlista.
A Escola Controlista, ou simplesmente controlismo, tem seu foco no controle
econômico. Seu principal pensado foi Fabio Besta (1845 - 1922), podemos
citar algumas caracterísiticas do controlismo como a preocupação com o
usuário interno, a definição como o patrimônio é a soma de valores positivos
(ativo) e negativos (passivo), através de uma visão econômica e não jurídica, e
a administração geral é considerada a ação de administrar (visão clara deadministração); já a administração econômica se refere somente às riquezas
da entidade.
Besta também ressaltou três fases da administração econômica: a gestão
econômica que visa a administração do patrimônio, a direção que tem como
objetivo a harmonização entre a administração econômica e as relações
internas e externas da entidade; e o controle que visa impedir o desperdício,
antes, durante e depois (papel da contabilidade). 
O Controlismo, também tem sua influência na contabilidade moderna pois, de
acordo com essa escola, para se conhecer o estado da riqueza é necessário
que os fatos administrativos sejam escriturados, a movimentação das contas
se classifica segundo os fatos administrativos, em: ·
● Permutativos: ocorre mudança entre elementos do ativo e do passivo
(mudam duas contas); · 
● Modificativos: ocorre mudança entre elementos do ativo ou do passivo e
patrimônio líquido (mudam duas contas); 
● Mistos: ocorre mudança entre elementos do ativo ou do passivo e
patrimônio líquido (mudam três contas)
Podemos assumir que, na Escola Controlista a contabilidade tem funções mais
amplas que o próprio registro dos fatos econômicos - ela deve ser
compreendida e aplicada como um singular sistema de controles internos.
Fundamentalmente, o controlismo pressupõe um controle econômico no qual
imperava o registro contábil dos fatos combinado com critérios organizacionais
de controle conforme a direção que interesse à administração da azienda.
Finalizando poderíamos concluir que a escola controlista definiu grande parte
dos conceitos que hoje estudamos em controladoria. Resumindo, era a ciência
do controle econômico.
Escola Aziendalista
Podemos correlacionar o nascimento da escola aziendalista em 1922, o
contexto histórico nos mostra uma busca da comunidade contábil de uma
compreensão da empresa como um objeto científico, com toda sua
complexidade. Era importante que esse enquadramento científico não se
limitasse ao patrimônio, o nome de referência dessa escola foi o italiano Gino
Zappa.
Para o correto entendimento dessa escola é preciso nos debruçar sobre o
conceito de azienda que é um complexo de pessoas e bens (riqueza,
patrimônio). Nesse sentido, a preocupação e as ações da contabilidade se
direcionam a um todo complexo maior que o patrimônio contábil.
Para o aziendalismo, o resultado é o mais importante fenômeno de uma
entidade, para entender ess fenômeno o aziendalismo tem dois grandes
segmentos: a tentativa de inegrar em uma única disciplina todos os
conhecimentos da vida econômica da empresa e desenvolver uma teoria para
a contabilidade a partir do resultado.
A escola aziendal pensa no resultado como grande fenômeno da entidade e
isso a distingue das demais porque enquanto as outras escolas tinham no
patrimônio seu objeto de estudo. 
O sistema de resultado afirma que todas as operações da entidade são
interdependentes e complementares, não sendo possível apurar o resultado
de uma operação, ou de um conjunto de operações isoladamente, novamente
evidencia-se a preocupação da escola aziendalista com a empresa como um
todo. 
O resultado do exercício pode ser definido como incremento ou decréscimo do
capital em determinado período. Além disso, o resultado e o capital são
considerados como duas visões do mesmo fenômeno. O capital é o conjunto
de elementos ativos e passivos que vão gerar o resultado; o resultado, por sua
vez, é a variação dos componentes patrimoniais em um período.
Para uma melhor análise desse resultado, a escola aziendalista dividia o
resultado em 3 contas. 
● As contas de rédito demonstram o desempenho da gestão, que podem
ser definidas como receitas, custos e despesas. 
● As contas numerárias representam o aspecto monetário da gestão, caixa
contas a pagar e contas a receber. 
● E as contas de capital representam o capital, reservas e resultado do
exercício.
Escola Patrimonialista
Essa escola de pensamento contábil teve em Vincenzo Masi (1893-1977) seu
principal pensador, Masi em 1923 propôs que o patrimônio deveria ser o objeto
de estudo da contabilidade, dividindo sua análise em estática patrimonial,
dinâmica patrimonial e levantamento patrimonial.
Segundo a escola patrimonialista, o objeto da contabilidade é o patrimônio os
patrimonialistas divergem dos contistas, estes, por atribuírem demasiado valor
ao mecanismo da escrituração contábil, sem se preocupar com o conteúdo, na
escola patrimonialista a escrituração é apenas uma ferramenta utilizada pela
contabilidade. 
Divergem também do aziendalimo, pois o sistema aziendal compreende um
sistema de ciências muito amplo, que engloba a administração e a economia.
O estudo do patrimônio, segundo os patrimonialistas, com- preende três partes
distintas: · estática patrimonial: equilíbrio funcional e financeiro dos elementos
patrimoniais; · dinâmica patrimonial: obtenção e emprego do capital; ·
revelação patrimonial: conjunto de princípios que regulam a representação
qualitativa e quantitativa do patrimônio.
A principal conta para os patrimonialistas é a do patrimônio, que é dividida em
três contas básicas: contas de ativo, contas de passivo e contas diferenciadas
ou de resultado. 
A Contabilidade atualmente
Uma das primeiras manifestações contábeis brasileiras ocorreu em 1808, no
reinado de D. João VI, através da publicação de um alvará obrigando os
contadores gerais da Real Fazenda a aplicarem o método das partidas
dobradas na escrituração mercantil. Uma das primeiras grandes
manifestações da legislação foi o Código Comercial de 1850, que instituiu a
obrigatoriedade de escrituração contábil e elaboração anual da demonstração
do balanço geral.
Em que pese o Brasil, não desenvolveu nenhuma escola de pensamento
contábil já demos muitas contribuições ao desenvolvimento da contabilidade
no mundo, inclusive nos posicionando dentro da busca da harmonização das
regras contábeis globais, primeiro com a Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de
1976 - Lei das Sociedades por Ações que estabelece critérios de registro e
mensuração de eventos e pela estrutura dos relatórios contábeis que eram
próprios da contabilidade americana e mais recentemente partir de 2005, com
a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e com a
promulgação da Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007, onde se prevê
vários ajustes contábeis no intuito de ajustar a contabilidade brasileira à
internacional.
Assim, o Brasil consolida a convergência de sua estrutura contábil às normas
internacionais de contabilidade (IFRS), regras oriundas do International
Accounting Standards Board (lASB), órgão europeu de normatização contábil.
02. Constituição de Sociedades
Empresariais.
Introdução
O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades, aqui
logicamente constituição de uma empresa é o primeiro passo para que a
contabilidade possa atuar, e cumprir seu papel, e nesse momento ressalta-se
a inter-relação entre a contabilidade e outras áreas, nesse caso o Direito,
precisamos primeiro definir entidade como Pessoa Jurídica. No Brasil
classificam-se as Pessoas Jurídicas em duas as Pessoas Jurídicas de direito
público, e as Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 
As pessoas jurídicas de direito público estão previstas no Código Civil em seu
artigo 41 e são: a União, os Estados, Distrito Federal e Territórios, Municípios,
Autarquias e associações públicas. Já as pessoas jurídicas de direito privado
estão fundamentadas no artigo 44 e são elas ,associações, sociedades,
fundações, as organizações religiosas, partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada.
Tanto a pessoa jurídica de direito público como a pessoa jurídica de direito
privado têm seus ritos constitutivos e necessitam, por exigência legal de
contabilidade, mas delimitaremos nosso nas sociedades e nas empresas
individuais de responsabilidade limitada; A primeira pela complexidade e
abrangência do tema e a segunda pela popularidade. 
Sociedades Empresárias
Após entendermos o conceito de pessoa jurídica, delimitaremos ainda mais o
nosso escopo de estudo focandonas sociedades, cabe aqui para fins de
ilustração citar que a palavra sociedade deriva de "societas" palavra italiana
que quer dizer agrupamento de pessoas, aqui no Brasil é uma pessoa jurídica
de direito privado que ocorre quando um empresário, que é quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços, admite sócios.
É importante ressaltar que existem algumas vedações para ser empresário, ou
seja existem alguns tipos de impedimentos legais ao ato se tornar um
empresário são elas:
1. Ser menor de 16 anos,
2. Estar falido e não reabilitado, 
3. Ser funcionário público,
4. Ser militar,
5. É devedor do Instituto Nacional de Seguridade Social.
Em não ocorrendo nenhuma dessas vedações a pessoa está apta a exercer a
atividade empresária e admitir sócios. Entretanto antes de conhecer cada um
dos tipos de sociedade disponíveis, devemos nos ater no Contrato Social que
é o objeto básico de constituição de qualquer sociedade e que regulará alguns
aspectos muito importantes do negócio, além de cláusulas acordadas entre os
sócios, o Código Civil em seu artigo 997 é muito claro sobre alguns objetos
mínimos que devem obrigatoriamente constar em um contrato social, sendo
eles: 
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios,
se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede
dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação
pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em
serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e
seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais.
Importa destacar que qualquer pacto separado, ou popularmente conhecido
como, contrato de gaveta, não produz efeitos com terceiros, apenas para os
sócios. 
Tipos de Sociedade
O Código Civil distingue as sociedades em sociedade em dois tipos: as
sociedades não personalizadas, quando a sociedade é desprovida de
personalidade jurídica, porque seu ato constitutivo não foi registrado no
cartório competente. Essas sociedade mesmo que tenham nome comercial ou
tentem adotar tipos de sociedade, desta forma não terão personalidade
jurídica, e o segundo tipo são as sociedades personalizadas, que são as
sociedades formalizadas, cabendo a escolha do tipo para aquelas pessoas
que desejam constituir, levando em consideração forma, funcionamento e
responsabilidade. Vamos ver agora cada tipo societário.
Sociedade em Conta de Participação.
Ocorre quando duas ou mais pessoas, sendo ao menos uma comerciante, se
reúnem sem firma social, para lucro conjunto. A sociedade em conta de
participação deve ser enfocada em dois planos distintos: interno e externo. No
plano externo, não possui personalidade jurídica, sendo classificada como
sociedade não personalizada. A atividade social é desempenhada unicamente
pelo chamado sócio ostensivo, com o qual terceiros estabelecem vínculos
jurídicos, que esse sócio é o único que se responsabiliza por esses vínculos.
No plano interno, existe uma relação jurídica entre os sócios ostensivo e
participantes, sendo que os últimos não podem tomar decisões na entidade,
sob pena de responsabilização solidária pela entidade essa relação é
governada por um contrato social de efeitos internos. Sua regulamentação
está prevista no Código Civil art. 991 a 996.
Sociedade Simples
Esse tipo de sociedade foi criada junto com o código civil de 2002 e substituiu
a antiga sociedade civil, está prevista nos artigos 997 a 1044, é uma
sociedade personalizada e ocorre quando duas ou mais pessoas se reúnem
para exercer a mesma atividade de natureza intelectual, essa atividade pode
ser prestação de serviços por sociedades profissionais como contadores,
advogados, médicos e etc.
Quanto à forma, essa sociedade apresenta dois tipos e ambos estão
vinculados às formas de capital e responsabilização dos sócios, Limitadas e
as Simples Puras. A responsabilidade limitada, estipula proporções de lucros e
responsabilidades dos sócios proporcional, ou limitada a seu capital na
sociedade, já na sociedade simples pura os sócios têm o patrimônio pessoal e
empresarial envolvido na atividade.
Outra característica peculiar dessa sociedade é possibilidade de da admissão
de um sócio de serviço que participará da divisão de lucros, mas seu capital
será oriundo da prestação de seus serviços. 
Sociedade em Nome Coletivo
Esse tipo de sociedade é muito antiga, surgiu na Itália, na idade média com o
nome de Sociedade Geral e em 1807 na França, foi denominada Sociedade
em Nome Coletivo. No Código Civil ela é está amparada nos artigos 1039 e
1044, e tem as seguintes peculiaridades, apenas pessoas físicas podem ser
sócias e todas respondem solidariamente pela sociedade com seus
patrimônios pessoais, e administração só pode ser feita por um sócio. 
Essa sociedade tem algumas vantagens como ser possível a continuidade da
entidade por morte ou exclusão de um sócio, pode ser transformada em outro
tipo de sociedade, e as cotas dos sócios não podem ser penhoradas em
função de dívidas individuais. Por outro lado, como já dissemos os sócios
respondem solidariamente com seu patrimônio pessoal, além que para aceitar
outro sócio todos os demais tem que aprovar, o mesmo vale para transferência
de quotas. 
Sociedade em Comandita Simples
Essa sociedade se caracteriza por ter dois tipos de sócios com
responsabilidades distintas dentro da mesma sociedade, um sócio investidor e
outro sócio administrador essa sociedade tem sua previsão legal nos artigos
de 1045 a 1051 do código civil 
O sócio investidor chama-se comanditário, têm responsabilidade limitada em
relação às obrigações da sociedade, respondendo apenas pela integralização
das quotas subscritas, não podendo contribuir de nenhuma outra forma para o
funcionamento da empresa, ficando de fora , inclusive, da administração. 
Por outro lado, os sócios comandados contribuem com capital e trabalho, além
de serem responsáveis pela administração da atividade da empresa. Sua
responsabilidade perante terceiros é ilimitada, respondendo inclusive com
seus bens pessoais. A firma ou razão social da sociedade somente pode
conter nomes de sócios comanditados, sendo que a presença do nome de
sócio comanditário,sujeita a responder de forma ilimitada.
Sociedade Limitada.
É a mais comum das sociedades, a grande característica dessa sociedade
afirma que a responsabilidade de cada sócio é proporcional a seu capital
subscrito na entidade, porém todos respondem solidariamente pela
integralização do capital. 
É vedada aos sócios a integralização do capital na sociedade em forma de
serviços, outra característica interessante é que obrigatoriedade da menção a
palavra "limitada" na razão social, pois caso não ocorra a entidade pode ser
responsabilizada como se fosse Sociedade em Nome Coletivo. 
Uma sociedade limitada pode ser administrada por uma pessoa estranha ao
quadro de sócios, desde que aprovada pelos sócios, que responderá pelos
inventários, levantamento das peças contábeis e obrigações junto a terceiros. 
EIRELI, MEI e EI
Interessa destacar que, recentemente pelas mudanças do ambiente negócios,
passaram a existir sociedades limitadas unipessoais, ou seja só a presença de
um sócio só, como as Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada -
EIRELI, que é a empresa de uma pessoa só com o capital social é no mínimo
100 vezes o salário mínimo e totalmente integralizado, na prática a grande
vantagem é separar o patrimônio pessoal do empreendedor, a grande intenção
do legislador com o advento da EIRELI é acabar com o sócio fictício. 
Outra possibilidade, é a possibilidade o Microempreendedor Individual, ou
simplesmenteMEI, que tem como objetivo, regularizar os autônomos que
trabalhavam de informalmente, existe um limite de faturamento periodicamente
estabelecido e não precisa declarar capital social. Algumas restrições
existentes na forma jurídica Microempreendedor Individual, não pode constituir
uma Microempresa Individual quem já é sócio de outra empresa e servidores
públicos. 
Em alguns casos o empresário, extrapola o limite de faturamento cabível ao
Microempreendedor Individual, para esses casos existe a possibilidade do
Empresário Individual, que prevê faturamentos maiores, adesões ao
SIMPLES, e ao Lucro Presumido.
Sociedade Anônima
É uma sociedade empresária que tem seu regramento previsto na Lei 6.404/76
com fins lucrativos que tem seu capital dividido em ações que são negociadas
em bolsa específica para este fim. O foco dessa sociedade são as ações que
são divididas em partes iguais, não os sócios, a responsabilidade do acionista
é limitada ao valor de compra da ação não restando qualquer outra
responsabilidade para o sócio portador da ação mesmo em caso de falência. 
As ações podem ser negociadas ou trocadas, livremente em mercado
específico para esse fim, sejam em bolsa de valores para sociedade anônima
de capital aberto ou através de negociação direta, em sociedade anônima de
capital fechado, mas ambos os mercados são regulados pela Comissão de
Valores Mobiliários - CVM. 
Sociedades Cooperativas
As sociedades cooperativa, regidas pela Lei 5.764/71 são sociedades de
pessoas, que se organizam para um fim em conjunto, tal organização é de
maneira democrática ou seja, os sócios elegem que será o presidente da
entidade, as cooperativas são entidade não sujeitas a falências, e além desses
tem as seguintes características específicas: Variabilidade do capital social, já
que este é parte para ingresso e um direito na saída do sócio ele está sempre
variando, número mínimo de sócios para constituição e dispensa de número
máximo, intransferibilidade das quotas sendo essas pessoais, direito a um voto
só, independente do número de quotas que o cooperado possuir e distribuição
do resultado de maneira proporcional ao valor das operações efetuadas. 
Sociedade de Propósito Específico
É um tipo de sociedade constituída normalmente para isolar determinada
atividade de outras, ou seja tem o objeto social atrelado a atividade que irá
exercer, também se utiliza uma Sociedade de Propósito Específico para
compartilhar os riscos financeiro de uma atividade com aqueles sócios,
normalmente utilizadas, grandes e pequenas empresas podem constituir SPE,
desde que utilizadas para uma atividade específica. 
Em suma uma Sociedade de Propósito Específico, têm personalidade jurídica
própria, escrituração contábil e demais características de uma limitada,
inclusive podendo adquirir imóveis, bens e investimentos. 
Com isso aprendemos que existem diferentes tipos de sociedades
empresárias e que cada uma tem sua peculiaridade e suas características
sendo que para cada necessidade existe uma opção mais adequada.
03. Escrituração e Razonetes
Conceitos Iniciais
A escrituração contábil é o cerne de uma contabilidade e atividade privativa de
profissional habilitado, e é a técnica por onde são registrados os fatos
administrativos e econômicos que ocorreram desde a constituição da entidade,
quanto suas formas, são admitidas em formas manual, mecânica ou digital,
mas o importante é que ela forneça de forma verdadeira e específica todas as
informações necessárias para fazer o controle de patrimônio da empresa.
A realização desse procedimento contábil é obrigatória e prevista em uma
série de dispositivos legais e infralegais que aqui listamos por antiguidade, a
saber: 
● Decreto Lei 486 de 3 de março de 1969.
● Lei 10.406 de em nos artigo 1.179 a 1.195
● Interpretação Técnica Geral 2000 emitida pelo Conselho Federal de
Contabilidade
Entender a escrituração é fundamental pois somente a partir dela pode-se
realizar outras técnicas contábeis, como levantamento e análise de peças
contábeis, auditorias e perícias. 
Método das Partidas Dobradas
Como já vimos, o campo de estudo da contabilidade é o patrimônio das
entidades, e é através da escrituração que registramos as modificações desse
patrimônio, mas o que a contabilidade entende como patrimônio ? Para
contabilidade patrimônio é tudo aquilo que interfere na riqueza, sejam eles
bens, direitos, e obrigações, de maneira a ficar mais fácil a contabilidade
sintetiza essas variáveis em uma equação : 
BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES = RIQUEZA LÍQUIDA
Bens são tudo aquilo que a pessoa jurídica dispõe imediatamente, direitos são
aqueles acréscimos (que podem ser em dinheiro, ou outros bens) que a
empresa terá em data futura, obrigação são os contratos que a empresa
deverá cumprir (que podem ser em dinheiro, entrega de mercadoria ou
execução de serviços) e riqueza líquida é a variação dessa equação e esta
pode se dar de três aspectos : 
● Positiva: ou seja se a empresa gerou mais bens e direitos que
obrigações ele tem uma obrigação com os sócios que colocaram o
capital inicial para formação da empresa. 
● Neutra : Os bens e direitos são de mesmo valor que as obrigações, ou
seja o capital do sócio se mantém, como fundamental para as
operações 
● Negativa : A empresa contraiu mais dívidas do que bens e direitos.
Para melhor entendimento e padronização desse estudo de patrimônio,
podemos de forma simplificada chamar Bens e Direitos de Ativo, Obrigações
de Passivo e Riqueza Líquida de Patrimônio Líquido.
Então, ao imaginarmos que determinada empresa foi constituída com $100 de
capital dos sócios, existe em uma operação duas áreas impactadas, a primeira
é o capital, a segunda é o caixa que passa a contar com $ 100. Em seguida
imaginemos que foi comprada $50 em mercadorias, dá-se a saída do caixa e o
ingresso de $50 em mercadorias, novamente a descrição contábil de um fato
envolve uma origem e aplicação de recurso, e essa é a dinâmica do Método
das Partidas Dobradas, razão pela qual a escrituração contábil se dá.
O mecanismo de origem e aplicação de recurso, se dá quando aliamos um
montante de recursos e uma "conta" conta dentro da ciência contábil é a
denominação onde se reúne elementos ou conceitos de natureza semelhante.
Assim, temos a conta Caixa, a conta Bancos, a conta Estoques etc.
Então seguindo a racionalização do processo do método de partidas dobradas
precisamos aliar um montante de recursos de uma conta de origem sendo
destinados a uma conta de destino, mas ainda assim falta a exatidão de como
operar essa saída e a aplicação desse recurso. Para resolver essa questão
temos os mecanismos de "débito" e "crédito". 
As palavras "débito" e "crédito" estão na contabilidade como herança da
escola contábil contista, pois aquela conta que recebe o recurso estaria em
débito com a empresa e aquela que forneceu o recurso teria um crédito com a
empresa. Vamos voltar no exemplo acima. 
Imaginamos que uma empresa foi constituída com $100,00 de capital social
dos sócios, logo os sócios teriam um crédito com a empresa e esse está no
caixa da empresa, então a empresa teria um débito de $100. 
Então contabilmente, convencionou-se que débito e crédito são os
mecanismos por onde o método das partidas dobradas são operados, agora
temos uma montante, uma conta de origem uma conta de destino e
mecanismos de débito e crédito agora só falta uma classificação geral, 
Essa classificação geral veio pela natureza das contas, que compõem o
patrimônio: 
BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES = RIQUEZA LÍQUIDA
Os bens e os direitos, são chamados de ATIVOS as obrigações são chamados
de PASSIVOS e a riqueza líquida, de PATRIMÔNIO LÍQUIDO, mas a
classificação não é apenas de ordem conceitual ela é também de ordem
gráfica, pois visualmente também é possível ordenar as contas com saldos
devedor e credor. conceitua-se em uma classificação as contas de ativo são
apresentadas de um lado, o esquerdo e as contas de passivo e patrimônio
líquido ao lado direito então também podemos dizer que as contas se saldo
devedor encontram-seà esquerda e as contas de saldo credor encontram-se à
direita.
Essa dinâmica de segregação gráfica entre as contas devedoras e credoras,
aliada ao cerne do método das partidas dobradas, que preceitua cada origem
deve ter uma aplicação,ou ainda, que todo débito deve ter um crédito
correspondente, gera uma ideia de equilíbrio, invocando a ideia de uma
balança, que é uma boa analogia ao balanço patrimonial, principal peça
contábil e visualmente muito similar ao razonete. 
Razonetes
Depois de estudarmos o fundamento das partidas dobradas, o mecanismo da
escrituração e sua representação gráfica, e compormos uma analogia entre o
Balanço Patrimonial e o Razonete, vamos esmiuçar essa ferramenta gráfica
fundamental para o desenvolvimento do raciocínio contábil.
O razonete leva esse nome, pois é uma simplificação do Livro Razão, que é a
demonstração da movimentação de cada conta e consequentemente a
apuração do saldo. 
O razonete tem a seguinte estrutura: 
O esquema acima exemplifica bem como é e como funciona o razonete, ele é
em forma de " T ", ele é usado tanto para desenvolver raciocínios contábeis
como para confirmar a natureza do saldo.
Título da Conta
Débito
 
Crédit
o
Como dito acima, os Bens e Direitos, ou seja o Ativo de uma entidade são
considerados contas de saldo devedor, logo, quando quisermos aumentar
essa contas teremos que debita-las, colocar o valor do lado esquerdo se
quisermos diminuí-las usaremos o lado direito, do crédito. 
O mesmo raciocínio vale para as contas de Obrigações e Patrimônio Líquido,
que por sua vez tem saldo credor, quando quisermos aumentar essas contas
teremos que creditá-las, ou seja, colocar o valor do lado direito, se quisermos
diminuí-las usaremos o lado direito. 
Vamos construir um exemplo para que possamos ver na prática a construção
dos razonetes e entendimento prático da escrituração, como por exemplo: 
● Constituição de uma empresa com $100.000 de capital todo
integralizado em depósito bancário.
 
Capital Social 
100.00
0
 Bancos c/c
100.00
0
Vejam que foram abertos um razonete para cada conta, e que de acordo com
a natureza do ocorrido foram registrados de acordo com a natureza do saldo
em questão.
O Capital Social é uma conta de Patrimônio Líquido, portanto tem o saldo
credor, para aumentá-la, ou seja, para aumentar seu respectivo saldo,
precisamos credita-la, seguindo o lançamento, de acordo com método das
partidas dobradas, cada crédito deve ter um débito de igual valor, e nesse
momento abrimos outro razonete para a conta Bancos Conta Corrente, que é
um direito da empresa, logo é um Ativo e tem saldo devedor, o capital foi
aplicado lá então precisamos aumentar o saldo, pelo lançamento de mesmo
valor só do lado direito, do débito. 
Também podemos escriturar o lançamento da seguinte forma, aponta-se a
conta que está se debitando através da letra "D" e na linha abaixo inserimos
a conta que utilizamos para o crédito sinalizada antes com a letra "C" ao lado o
valor do lançamento. 
D- Bancos Conta Corrente
C- Capital Social …………………….100.000
São duas formas de fazer a mesma escrituração e lançamento contábil.
A escrituração contábil como mecanismo, independente da forma de registro é
um processo lógico onde registram-se sequencialmente os lançamentos
contábeis, utilizando o método das partidas dobradas que preceitua que para
todo débito deve haver um crédito, mas para além dessa simplificação existem
outras formalidades que a escrituração contábil deve respeitar que são
estipuladas pelo Conselho Federal de Contabilidade na Interpretação Técnica
Geral 2000, são elas: 
a) A escrituração deve ser em idioma e em moeda corrente nacional;
b) De acordo com a técnica contábil;
c) Respeitando a ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em
elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis. 
Percebam que agora além da técnica já explicada agora a escrituração contém
preceitos mínimos de estruturação e característica de conjunto, de forma, mas
em seu conteúdo deve conter, no mínimo o seguinte conteúdo:
a. Data do registro contábil;
b. Conta devedora;
c. Conta credora ;
d. Histórico representando a essência da transação;
e. Valor do registro;
Agora além de características quanto a forma, constam as características do
conteúdo do lançamento em si. 
Ampliando o leque de informações sobre a escrituração contábil, temos a
metodologia de como realizar um lançamento, as formas desses lançamentos
e seu conteúdo mínimo para ser chamado de lançamento contábil. 
Mas e se na construção da escrituração, em um conjunto de lançamentos,
identificar-se um erro ? Qual o procedimento de correção ? 
Existem 3 maneiras de efetuar a correção de lançamentos errados, o primeiro
é o estorno, que é um lançamento inverso ao lançamento original, por
exemplo, retirou-se $ 100,00 do caixa para compra de matéria, e por um erro
troca-se a natureza das contas
D- Caixa
C- Matéria Prima………..R$ 100,00 
Vejam que o lançamento está errado porque, pelo histórico o caixa está
diminuindo e no lançamento estamos debitando-o, logo aumentando e o
inverso está ocorrendo com a matéria prima, para a correção temos que lançar
inversamente.
D- Matéria Prima
C- Caixa………….R$ 100,00
Vejam que o saldo agora é zero, não há influência nesses dois lançamentos. 
A segunda forma de lançamento é a transferência, seguindo o mesmo
exemplo original mas supomos que o lançamento errado foi ao invés de retirar
o dinheiro do caixa, foi lançado que a retirada de dinheiro foi do banco:
D- Matéria Prima
C- Banco………………….R$ 100,00 
Para a correção por transferência, trocamos a conta através de um
lançamento, em que corrige o saldo da conta contábil banco através de um
lançamento no mesmo valor mas desta vez a débito, e a contrapartida como
saída (crédito) de caixa, como resultado o saldo da conta contábil banco não
registra impacto.
D- Banco
C - Caixa……………...R$ 100,00 
Por fim, a última forma é a complementação que é quando o lançamento fica
incompleto, ainda com o mesmo exemplo original, compra de matéria prima
com R$ 100,00 de caixa, e o operador lançou apenas 10,00 
D- Matéria Prima
C - Caixa………………...R$ 10,00 
O saldo, logicamente está R$ 90,00 a menor e para corrigi-lo devemos efetuar
de novo o mesmo lançamento, com a parcela que falta para o saldo 
D - Matéria Prima
C - Caixa ……………...R$ 90,00 .
04. Operações com Mercadorias e
Prestação de Serviços
Introdução
Como foi afirmado na introdução, agora vamos realizar algumas
demonstrações de como os capítulos anteriores se integram e possibilitam que
a contabilidade proveja informações aos gestores, bem como é possível o
entendimento do negócio apenas "lendo" a escrituração contábil. 
 Para isso é necessário um entendimento de um fluxo natural de atividade,
onde inicia-se na formação da sociedade, aporte de recursos, e a partir daí
podemos ter uma série de possibilidades para aplicação daquele capital.
O Capital 
 Já vimos que uma empresa pode ter diversas formas societárias, mas o que
conecta essas formas societárias à contabilidade é o capital social, que nada
mais é que o ponto de partida de qualquer empresa, então vamos estudar
mais detalhadamente o capital social como fato contábil. 
O capital social tem duas fases na constituição de uma empresa, a primeira é
a constituição do capital que é quando o proprietário ou os sócios decidem
montar sua empresa e providenciam o registro legal visando formalizar a
personalidade jurídica.
Na segunda etapa que é chamada de integralização de capital é quando os
sócios ou proprietários de fato entregam para a empresa a quantia
especificada como capital, podendo ser em dinheiro, depósito bancário ou até
mesmo em bens. 
Então vamos supor que os sócios Miguel e Pedro constituíram uma empresa
chamada MPHG para explorar o comércio de material de construção e
prestação de serviços de terraplanagem, situado na Rua Clark Kent, 1982. O
Capital social da empresa ficou estipulado em R$ 50.000,00 e será
integralizado da seguinteforma.
R$ Sócio Forma de Integralização
25.000,00 Miguel Dinheiro
25.000,00 Pedro Móveis 
Vejam que cada um dos sócios irá integralizar o capital de maneiras distintas,
vamos ver agora como isso vai impactar em nossos registros contábeis. 
Ainda que a forma seja distintas entre as duas formas de integralização, as
duas são contas que representam bens da entidade, logo são ativos e tem sua
natureza devedora, então se quisermos aumentar um ativo deve se debita-lo. 
O capital social é uma conta de patrimônio líquido, que fica do lado do passivo,
portanto tem sua natureza credora, ou seja, para aumentá-la precisamos
creditar, então vamos construir nossos primeiros registros contábeis. 
D- Caixa
C- Capital Social Integralização Sócio Miguel……...R$ 25.000,00 
D- Móveis e Utensílios
C - Capital Social Integralização Sócio Pedro……….R$ 25.000,00 
Com isso montamos nossos primeiros lançamentos e demos constituímos a
empresa MPHG.
Agora vamos realizar a compra de mercadorias para que a empresa
constituída consiga realizar seu objeto social que é comércio de material de
construção e serviços de terraplanagem, as mercadorias compreendem todos
os bens que as empresas comerciais compram para revender. 
Operações com Mercadorias
O conjunto de mercadorias que o empreendedor possui para revenda
chama-se estoque de mercadorias, antes de partir para a contabilização em si
é fundamental destacar o seguinte ponto. 
Os estoques são ponto muito delicado para o sucesso de qualquer empresa,
pois é da diferença e sobretudo controle do preço de compra e de vendas que
se dá o lucro de qualquer entidade, esse controle é também chamado de
inventário. 
Para controlar esses estoques existem dois modos, que a empresa deverá
escolher apenas um, como forma de manter a harmonização das práticas
contábeis: 
a. inventário permanente: trata-se de controlar de forma constante o valor
do estoque de mercadorias. Dá-se da seguinte forma, para toda compra
efetuada, o custo da compra é adicionado ao estoque; por outro lado, em cada
venda realizado o custo da respectiva venda é diminuído do estoque. Dessa
forma, o estoque de mercadorias fica atualizado de forma constante
b. Inventário periódico: o valor do estoque de mercadorias só é conhecido
no final do período, após a realização da contagem física de todas as
mercadorias existentes.
Importa ressaltar que as indústrias também têm estoques, de outros tipos
como, matérias primas, produtos em fabricação e produtos acabados.
Então agora que já conhecemos os métodos de inventários, podemos passar a
realizar operações com mercadorias, primeiro vamos adquirir nossas
mercadorias para formação do estoque, a compra de mercadorias ocorreu dia
20/03/2020 do fornecedor Textual que emitiu a NF 1506 no valor de R$
17.000,00 e o valor foi pago em dinheiro. 
Então já temos o que precisamos para realizar nosso lançamento, a conta que
será aumentada será o estoque, que é um bem da empresa e portanto tem
sua natureza devedora, a conta que será diminuída será o caixa, que apesar
da sua natureza devedora, como ela terá seu valor reduzido temos que
credita-la, então o lançamento fica assim pela compra de mercadorias. 
D - Compra de Mercadorias
C - Caixa………………………………...R$ 17.000,00
Também possível comprar mercadorias a prazo, e vamos supor que a nossa
empresa tenha comprado outras mercadorias dia 23/03/2020 no valor de R$
10.000,00 do fornecedor Jacutinga Ltda que emitiu a NF 6500 o lançamento
ficaria assim 
D - Compra de Mercadorias
C - Fornecedores a Pagar……………….R$ 10.000,00 
Aumentamos uma conta de ativo, os estoque, por isso debitamos o estoque e
aumentamos uma conta de passivo, que tem originalmente sua natureza
credora, por isso creditamos os fornecedores. 
Agora vamos realizar uma venda à vista de mercadoria. 
Dia 26/04/2020 Venda de Mercadorias conforme NF 1653 no valor de R$
4.000,00
D- Caixa
C- Venda de Mercadorias ……………….R$ 4.000,00 
No exemplo acima utilizamos a conta caixa como recebimento, mas poderia
ser venda parcelada, a diferença seria que teríamos a conta devedora ao invés
de Caixa seria Clientes a Receber. 
Vejam que utilizamos as contas Compra e Venda de mercadorias, pois aqui
para fins de ilustração e didática escolhemos a forma de inventário periódico,
as questões de inventário permanente como método de avaliação de estoques
serão vistas em momento oportunos no curso. 
Resultado das Operações com Mercadorias
Então, após exemplificar lançarmos todas as operações de compra e vendas,
vamos aprender a apurar os resultados e assim poderemos entender se as
operações foram lucrativas. 
Vamos supor que uma empresa ao final do exercício de 2020 com os
seguintes saldos. 
● Estoque Inicial de Mercadorias (natureza devedora) R$ 5.000,00
● Compra de Mercadorias (natureza devedora) R$ 10.000,00
● Venda de Mercadorias (natureza credora) R$ 6.000,00
● Saldo de Estoque em 31/12/2020 R$ 11.000,00
Existem duas maneiras para que apuremos os resultados com operações com
mercadorias, de forma extra contábil e de forma contábil. 
A apuração do resultado das Operações com Mercadoria de forma extra
contábil se primeiramente apurando-se o Custo da Mercadoria Vendida (CMV)
a fórmula é a seguinte : 
Custo da Mercadoria Vendida (CMV) = Estoque Inicial (EI) + Compras (CO) -
Estoque Final (EF) 
Então ao colocar na fórmula os dados acima teremos CMV = 5.000 + 10.000 -
11.000, logo o custo da mercadoria vendida foi R$ 4.000.
Após descobrirmos o Custo da Mercadoria Vendida vamos descobrir o
Resultado da Operação com Mercadorias que nada mais é que as Vendas
menos o Custo da Mercadoria Vendida, logo seria R$ 6.000 - R$ 4.000 o que
nos dá um lucro de R$ 2.000,00. Se o custo da mercadoria vendida fosse
maior que o valor da venda teríamos como resultado dessa equação um
número negativo, o que seria um prejuízo na operação. 
Logo, de forma extra contábil verificamos que a operação em questão foi
lucrativa e agora temos que realizar os lançamentos para que a contabilidade
também possa apurar esse lucro. 
Tal como de forma extra contábil temos que começar compondo o Custo da
Mercadoria e em contabilidade significa que temos que transferir para a conta
de Custo da Mercadoria Vendida os lançamentos citados no início, então
começamos transferindo o Estoque Inicial.
D- Custo da Mercadoria Vendida
C- Estoque Inicial…………………………………….R$ 5.000,00 
Depois fazemos a mesma situação com as compras. 
D- Custo da Mercadoria Vendida
C - Compras de Mercadorias…………………..R$ 10.000,00 
Em seguida, passamos para o estoque final. Como o Estoque Final ainda está
na loja, devemos fazer um levantamento físico, e em seguida eu retiro do
Custo da Mercadoria Vendida através do seguinte lançamento. 
D- Estoque de Mercadorias
C - Custo da Mercadoria Vendida……………..R$ 11.000,00
Então teremos o seguinte razonete da conta de Custo de Mercadoria vendida 
Custo da Mercadoria Vendida
5.000,00 11.000,00
10.000,00
Saldo 4.000,00 (5+10-11) 
Percebam que chegamos no mesmo valor agora por meio da escrituração
contábil, agora vamos seguir para realizar a apuração do resultado. 
Vamos começar a transferir para conta Resultado de Operação com
Mercadorias, a venda de mercadorias. 
D- Venda de Mercadorias
C- Resultado de Operações de Mercadorias……………….R$ 6.000,00 
Percebam que para realizar a transferência de saldo da conta Venda de
Mercadorias, utilizamos o débito e para aumento de saldo na conta Venda de
Mercadorias utilizamos o crédito, pois como é uma conta de resultado de
receita, tem seu saldo como natureza credora, conforme puderam acompanhar
pela Venda de Mercadoria. 
Após, vamos transferir para conta Resultado de Operações de Mercadorias, o
Custo da Mercadoria Vendida para contrapor a venda e extrair contabilmente o
lucro da operação. 
D - Resultado de Operações de Mercadorias
C- Custo da Mercadoria Vendida………………………..R$ 4.000,00 
Novamente precisamos entender porque a conta Custo da Mercadoria Vendida
foi creditada, pois originalmente ela tinha saldo devedor e devemos transferireste saldo para a conta Resultado de Operações de Mercadoria e para isso
precisamos do mecanismo oposto a natureza da conta, ou seja, precisamos
creditar.
Então vamos demonstrar o razonete, para a apuração do resultado. 
Resultado da Operação com Mercadorias
4.000,00 6.000,00 
Vejam que o saldo é R$ 2.000,00 de forma credora, agora precisamos
transferir este saldo para uma conta que demonstre fidedignidade no registro
da operação 
D- Resultado da Operação com Mercadorias
C - Lucro sobre Vendas de Mercadorias……………………R$ 2.0000,00 
Assim finalizamos todo o fluxo de operações com mercadorias,
recomendamos que você pratique e possa ler a bibliografia citada para que
possa praticar mais. 
Operações com Serviços 
As operações com serviço são podem ser feitas de forma mais simplificada
realizando diretamente a conta de recebimento contra a conta de receita, por
exemplo vamos supor que a empresa MPHG realizou serviços de
terraplanagem no valor de R$ 1.500,00 que foram pagos em dinheiro.
A contabilização pode ser feita de maneira mais simplificada como :
D- Caixa
C - Receita com Serviços de Terraplanagem………….R$ 1.500,00 
Atentem que não há o controle de custos de serviços prestados, e que estes
também podem ser lançados diretamente em uma conta de resultado sem
precisar de contas mistas ou intermediárias com o Custo da Mercadoria
Vendida
D- Despesa com Diesel para terraplanagem
C- Caixa………………………………………….…...R$ 500,00 
Vejam que houve uma saída de caixa para o serviço de terraplanagem a
apuração se dará por meio da Demonstração do Resultado do Exercício.
Mas atenção não é porque a contabilização de operações com vendas de
serviços é mais simplificada que ela deve ser feita de forma menos cuidadosa,
na apuração dos custos e despesas, bem como na alocação desses na
contabilidade. 
05. A origem do ICMS e suas
aplicabilidades incluindo DIFAL e
ST
Introdução
O Imposto de Circulação de Mercadoria e Serviço é um dos impostos que
ocupa a maior parte do tempo dos profissionais ligados a tributos, já que a
base de toda a economia são as transações de aquisição e venda de produtos
e serviços. 
Mas exatamente o que é o ICMS ? O ICMS é um imposto de competência
estadual, que incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias,
prestação de serviços interestaduais e intermunicipais, e serviços de
comunicação, ainda que iniciados no exterior como visto em aula
anteriormente. É ainda, um imposto não cumulativo, que funciona no sistema
de débitos e créditos. Ao adquirir bens ou serviços tributados pelo ICMS o
contribuinte adquire um crédito (direito de compensação futura) junto ao fisco,
relativo ao imposto pago em sua aquisição.
É importante destacar que a base para a apuração e recolhimento desses
tributos é a nota fiscal, no caso de operações entre empresas do país, e as
declarações de importação e exportação, quando as transações são com
empresas estrangeiras, em que pese seja ato corriqueiro as empresas se
queixarem dos elevados tributos incidentes sobre suas vendas, é importante
ressaltar que, de fato, quem assume o pagamento e o ônus desses impostos é
o consumidor final, ou seja, aquele que adquire pela última vez dentro do
processo de industrialização e venda e consome o produto.
 A consideração principal sobre esses tributos é que, apesar de pagos pelo
consumidor, eles são, por determinação legal, arrecadados pelas empresas
comerciais e industriais, o que faz com que ICMS não seja classificado como 
despesa.
Ainda sobre a contabilização do ICMS, ele está incluído no custo das compras
e integra o valor das vendas. E a empresa comercial recolher ao tesouro
estadual a diferença entre ambas as operações em cada mês.
Podemos detalhar as características de incidência do ICMS sobre:
a) As operações de circulação de mercadorias: mercadorias são as coisas
móveis destinadas ao comércio;
b) A prestação de serviços de transporte e comunicação, de caráter
oneroso;
c) A produção, importação, circulação, distribuição e consumo de
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos e de energia elétrica;
d) As operações de extração, circulação, distribuição e consumo de
minerais;
e) A entrada de bem ou mercadoria importados por pessoa física ou
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja
sua finalidade, assim como o serviço prestado no exterior cabendo o imposto
ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do
destinatário da mercadoria, bem ou serviço.
Da mesma forma que existem as condicionantes para a incidência do ICMS,
também existem os fatores da imunidade tributária, ou seja as condições nas
quais o ICMS não pode incidir, são elas : 
 a) não incide ICMS sobre operações que destinem mercadorias para o
exterior, nem sobre serviços a destinatários no exterior, assegurados à
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas
operações e prestações anteriores; 
b) não incide sobre operações que destinem a outro Estado petróleo, inclusive
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia
elétrica; 
c) não incide sobre ouro; 
d) não incide nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
Para entender melhor como funciona o cálculo e a contabilização do
ICMS vamos fazer um exemplo: Uma empresa comercial varejista sediada em
Brejo Santo (CE) adquiriu a prazo em outubro, de uma empresa atacadista
situada em Ouricuri (PE), mercadorias para revenda no valor de R$ 20.000,00.
Sobre tais mercadorias, quando em operação interestadual entre Estados do
Nordeste, incide ICMS com alíquota de 12%.
Ao emitir a nota fiscal o atacadista destacou que sobre a operação
incidiu ICMS no valor de R$ 2.400,00. O montante destacado irá compor a
movimentação de entradas e saídas para recolhimento ao estado de
Pernambuco.
O comerciante varejista revende, no mesmo mês, também a prazo,
metade das mercadorias que havia comprado por R$ 30.000,00, para um
consumidor final residente na mesma cidade. O ICMS devido para tais
operações, quando dentro do Estado do Ceará é de 17%. O ICMS devido
nesta operação é destacado na nota será de R$ 5.100,00.
Ao final do período de apuração, o imposto devido pela empresa
varejista ao Estado do Ceará será o somatório de imposto incidente sobre as
saídas (débitos) e entradas (créditos) de mercadorias.
Entradas:
R$ 20.000,00 x 12% = R$ 2.400,00
Saídas:
R$ 30.000,00 x 17% = R$ 5.100,00
Saldo a recolher:
R$ 5.100,00 – R$ 2.400,00 = R$ 2.700,00
Uma vez que o total de débitos foi maior do que o de créditos, a empresa terá
que recolher a diferença para o fisco estadual.
Uma vez entendida a lógica de funcionamento do ICMS, vamos agora
executar a escrituração da operação: 
● Pela compra de mercadorias para revenda:
D - Estoque/ Mercadorias (Ativo) R$ 17.600,00
D - ICMS a Recuperar (Ativo) R$ 2.400,00
C - Fornecedores (Passivo) R$ 20.000,00
● Pela venda das mercadorias:
D - Duplicatas a Receber (Ativo) R$ 30.000,00
C - Receita de Vendas de Mercadorias (Resultado) R$ 30.000,00
● Pelo ICMS incidente sobre a operação de venda de mercadorias:
D - Imp. e Cont. Incidentes s/Vendas/ICMS (Resultado) R$ 5.100,00
C - ICMS a Recolher (Passivo) R$ 5.100,00
● Registro do custo da mercadoria vendida (50% do estoque, conforme
dados do exemplo):
D - Custo da Mercadoria Vendida (Resultado) R$ 8.800,00
C - Estoque/Mercadorias (Ativo) R$ 8.800,00
Ao final do período de apuração:
Débito ICMS a Recolher R$ 2.400,00
Crédito ICMS a Recuperar (Ativo) R$ 2.400,00
Substituição Tributária
A figura da substituição tributária foi criada para que os estados tenham mais
controle sobre os tributos, diminuir a inadimplência e facilitarem o ambiente de
negócios.Funciona assim, imputa-se a um determinado elo da cadeia
produtora a responsabilidade de antecipar os recolhimentos que ocorreriam
nas transações seguintes, é fundamental destacar que o imposto é sempre
calculado com base em um supostovalor final de venda.
No caso da substituição tributária o contribuinte responsável pelo recolhimento
do ICMS por conta dos demais elos da cadeia deverá somar ao preço cobrado
o imposto incidente nas operações subsequentes.
Em face da eficiência desse instituto, uma vez que a sua aplicação fez diminuir
a evasão fiscal e facilitou a fiscalização, a atual Constituição Federal, no seu
artigo 150, parágrafo 7º, incorporou-o definitivamente e a Lei Complementar nº
87/96 veio a legitimá-la.
No estudo da Substituição Tributária, existem algumas nomenclaturas que
devem ser bem entendidos são eles o Contribuinte Substituto que é o
responsável pela retenção e recolhimento do imposto incidente em operações
ou prestações antecedentes, concomitantes ou subsequentes, inclusive do
valor decorrente da diferença entre as alíquotas interna e interestadual nas
operações e prestações de destinem mercadorias e serviços a consumidor
final. Em regra geral será o fabricante ou importador no que se refere às
operações subsequentes.
Temos ainda o Contribuinte Substituído que é aquele que tem o imposto
devido relativo às operações e prestações de serviços pago pelo contribuinte
substituto.
E finalizando temos o Responsável que é quem de fato receberá, de dentro ou
de fora do Estado, mercadoria sujeita à substituição tributária, sem que tenha
sido feita a retenção total na operação anterior, fica solidariamente
responsável pelo recolhimento do imposto que deveria ter sido retido. Na
hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou
prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou
prestações será pago pelo responsável em alguns casos específicos 
A lista de mercadorias elegíveis para Substituição Tributária foi determinada
por Convênios/Protocolos subscritos por todos os Estados e/ou por uma
maioria podemos citar: fumo; tintas e vernizes; motocicletas; automóveis;
pneumáticos; cervejas, refrigerantes, chope, água e gelo; cimento;
combustíveis e lubrificantes; material elétrico.
Existem, ainda , mercadorias que foram objetos de Protocolo subscrito apenas
por algumas Unidades da Federação que estão sujeitas ao regime da
substituição tributária apenas em operações interestaduais que devem ser
analisadas caso a caso. 
Agora que nós já entendemos um pouco do ICMS, sua contabilização e
entendemos um pouco mais das particularidades da Substituição Tributária,
vamos estudar a Base de Cálculo que está prevista na Lei Complementar nº
87/96 em seu artigo 8º, ao tratar do regime de sujeição passiva por
substituição, determina que a base de cálculo será o valor correspondente ao
preço de venda a consumidor acrescido do valor do frete, IPI e demais
despesas debitadas ao estabelecimento destinatário, bem como a parcela
resultante da aplicação (sobre esse total) do percentual de valor agregado
(margem de lucro). Esse percentual é estabelecido em cada caso de acordo
com as peculiaridades de cada mercadoria, que pode ser resumido nessa
equação: 
BC = (Valor mercadoria + frete + IPI + outras despesas) x margem de lucro
A margem de lucro da mercadoria submetida ao regime de substituição
tributária em operação interestadual terá a margem de valor agregado
estabelecida em Convênio ou Protocolo. 
Como o contribuinte substituto gera o fato gerador ao promover a saída das
mercadorias de seu estabelecimento e, pela sistemática do regime, paga o
ICMS em relação aos fatos geradores futuros praticados pelos contribuintes
substituídos, sabemos que este terá o ICMS da operação própria e o ICMS
das operações subsequentes.
Consideramos, para fins de ilustração, uma operação realizada por um
fabricante de lâmpadas estabelecido no Estado do Rio de Janeiro com destino
a um cliente localizado no Estado do Rio de Janeiro, cujo valor da venda é de
R$ 1.000,00 e com IPI calculado a uma alíquota de 15%, teremos:
● ICMS da operação própria – R$ 1.000,00 x 19% (origem RJ destino RJ)
= R$ 190,00
● Base cálculo da ST – R$ 1.000,00 + R$ 150,00 (IPI) + 40% (margem de
valor agregado) = R$ 1.610,00
● R$ 1.610,00 x 19% (alíquota interna praticada no Estado do RJ) = R$
305,90
Logo o valor do imposto substituição será a diferença entre o calculado de
acordo com o estabelecido no subitem “Base de cálculo” e o devido pela
operação normal do estabelecimento que efetuar a substituição tributária,
teremos : R$ 305,90 – R$ 190,00 = R$ 115,90
Diferencial de Alíquotas - DIFAL
O ICMS impacta as mercadorias de uma forma tão relevante que não basta
ele ser um tributo não cumulativo e com o instituto da Substituição Tributária,
que até mesmo as entidades que vendiam para o consumidor final foram
afetadas através do DIFAL, que é a sigla para diferencial de Alíquotas do
ICMS. O DIFAL é um cálculo usado para operações interestaduais para
consumidor final e não contribuinte de ICMS.
A cobrança desse diferencial se dá pela razão de que cada unidade federativa
possui tarifas de ICMS distintas. O DIFAL ou Diferencial de Alíquotas foi criado
para proteger a competitividade do estado em que o comprador reside.
O Difal era recolhido para o estado de origem, por isso, muitos estados
ficavam prejudicados, uma vez que a maioria das empresas de e-commerce
situa-se em São Paulo e Rio de Janeiro. O Convênio ICMS 93/2015 que tem
como escopo equilibrar o cenário de arrecadação do ICMS dos outros estados,
a partir de 2019 é todo destinado ao estado de destino.
O recolhimento do Diferencial de Alíquota do ICMS passou a ser de
responsabilidade do vendedor quando a venda for a não contribuintes do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, como consumidores
finais.
Já nas transações entre contribuintes, o Difal é de responsabilidade da
empresa que está adquirindo o produto ou serviço, ou seja, do estado de
destino. Vamos calcular um exemplo de uma venda de R$ 100,00 com estado
de origem São Paulo a um consumidor final no Rio de Janeiro. 
Vamos agora olhar a aíquota do ICMS estado de origem: 12% e Alíquota do
ICMS estado de destino: 18%, logo temos :
ICMS estado de origem: R$ 100,00 x 12% = R$ 12,00
ICMS estado de destino: R$ 100,00 x 18% = R$ 18,00
 Valor do Diferencial de Alíquotas: R$ 6,00
No entanto, é preciso considerar também que neste cálculo pode incidir o valor
pertencente ao Fundo de Combate à Pobreza que é um fundo que pode
majorar esse valor e é regulamentado de estado para estado.
06. Controles e Métodos de
valorização de estoques 
Antes de começar o presente capítulo vamos recapitular e aprofundar alguns
pontos já apresentados, nas operações com mercadorias o comerciante deve
manter o controle do preço de compra e dos custos destas mercadorias de
forma a conseguir apurar o resultado dessas operações, para isso, este
controle chama-se inventário e ele pode ser feito de duas maneiras :
O inventário periódico ocorre quando os estoques existentes são avaliados por
meio de contagem física, na data de encerramento do Balanço. O estoque,
assim avaliado, é denominado Estoque Final e o preço utilizado para sua
avaliação é o preço de compra (também chamado de custo) ou de mercado,
dos dois o menor. 
Aqui cabe destacar que essa possibilidade de valorar o estoque pelo menor
preço entre o custo ou mercado é prevista no Inciso II, do art. 183, da Lei no
6.404, de 15 de dezembro de 1976 e também na Resolução
2018/REVISAONBC01 que aprovou o Pronunciamento Técnico 16 referente a
Estoques, não vamos neste capítulo discorrer sobre quando o preço de
mercado de um determinado produto é menor que seu custo, visto que isto é
um tópico de contabilidade mais avançada, mas é importante deixar registrado
tal possibilidade e suas fundamentações legais. 
Uma outra forma de inventário é chamada de inventário permanente, que tem
sua principal característica o controle permanente de estoques por parte
empresa, ou seja existe a operacionalização de um controle sendo realizado a
cada operação de compra ou venda. Para efetuar tal controle de estoque
utiliza-se a Ficha de Controle de Estoque, sendo uma ficha para cada tipo de
produto ou de material.O inventário permanente possibilita controle contínuo no Estoque de
Mercadorias e assim possibilita a baixa do Custo das Mercadorias Vendidas
(CMV) a cada venda. Esse controle permanente é efetuado sobre todas as
mercadorias que estiverem à disposição para venda, isto é, esse controle é
efetuado sobre as mercadorias vendidas possibilitando a apuração em tempo
do CMV e também atualizando o saldo sobre as mercadorias que não foram
vendidas gerando assim o Estoque Final. Com a soma dos custos de todas as
vendas, tem-se o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) total do período,
dentro da fórmula já ensinada : Custo da Mercadoria Vendida = Estoque Inicial
+ Compras - Estoque Final. 
Importante destacar que esses inventários sejam de forma periódica ou
permanente servem tanto para o comércio quanto para a indústria.
E é exatamente dentro dos inventários permanentes que este capítulo se
debruça, quais são os tipos de inventários permanentes, suas vantagens e
desvantagens. 
Começamos dizendo que existem três tipos de inventários permanentes, são
eles, Custo Médio Ponderado (CMP), Primeiro que Entra Primeiro que Sai
(PEPS) e Último que Entra Primeiro que Sai (UEPS), cabe destacar que a
entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que
tenham natureza e uso semelhantes, entretanto quando os estoques que
tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de
valoração, essa recomendação visa preservar uma harmonização das políticas
contábeis da entidade. 
Registrando a Compra e Venda dos
Estoques na Contabilidade 
Aqui cabe destacar que a operacionalização desses estoques se dão em
ambientes diferentes, o primeiro contábil onde usamos a linguagem da
escrituração, para debitar e creditar, e aqui reforçamos para entendimento, a
escrituração da compra de estoques, cabe aqui deixar registrado a
necessidade do cumprimento das formalidades de lançamento contábil já
explicadas neste livro. 
D- Mercadorias em Estoques
C- Caixa / Bancos / Fornecedores 
Já quando ocorre a venda, utilizamos os seguintes lançamentos: o primeiro
que registra a venda em si, pelo preço de venda. 
D- Caixa / Bancos ou Clientes a Receber
C - Venda de Mercadorias
Após registrar a venda temos que transferir o custo ou seja repassar o custo
dessa venda para nosso resultado que se dá pelo seguinte lançamento. 
D- Custo da Mercadoria Vendida
C- Mercadorias em Estoque
Após revistarem os lançamentos contábeis, para compra e venda de
mercadorias, agora vamos conhecer as fichas de inventários permanentes e
seus respectivos métodos de trabalho, que é onde se darão a movimentação
dos estoques. 
Custo Médio Ponderado (CMP)
Também conhecido como Preço Médio Ponderado (PMP), atualmete é o
critério popular no Brasil para avaliação de estoques pela facilidade de
entendimento e aplicação do seu cálculo, esse método é aceito pela Receita
Federal do Brasil e pelo Conselho Federal de Contabilidade em seu
Pronunciamento Técnico 16, Outro fator que faz com que esse critério seja
muito utilizado é a sua operacionalidade e conceito de arquivo. Enquanto os
outros critérios obrigam a um controle rigoroso compra a compra, esse critério
mantém uma única linha de controle das quantidades em estoques,
simplificando os cálculos e facilitando a operação que pode ser feita em
qualquer sistema de planilhas simples, entretanto no Brasil, temos outro fator
que faz com que esse critério seja utilizado. É o problema da inflação, em que
os preços das mercadorias sofrem constante mutação e a quantidade de
compras de preços diferentes é relativamente muito maior que em outros
países, em que a economia é mais estabilizada
De forma objetivo é assim que o Custo Médio Ponderado (CMP) funciona
para a cada nova entrada recalcula-se o custo unitário da mercadoria ou
produto de forma ponderada, isto é, em função das quantidades, que resulta
na seguinte equação: valor total atual dividido pelas quantidades atuais.
Vamos visualizar um exemplo de funcionamento da metodologia de Custo
Médio Ponderado (CMP), didaticamente passamos a narrar os fatos por
tabelas que facilita o entendimento.
Data Evento Quantidade Valor Unitário
02/04 Estoque Inicial 200 R$ 1,00
15/04 Compra 300 R$ 1,20
17/04 Venda 200 ●
18/04 Compra 300 R$ 1,40
Agora que temos os fatos narrados vamos preencher a ficha de movimentação
de estoques. 
CMP Entradas CM Saídas Saldo Final
Data Evento Qtd R$
/un
R$/
total
CMP
/un
Qtd R$
/un
R$/
total
Qtd R$/
total
02/0
4
Est.
Inicial
20
0
200,0
0
15/0
4
Compr
a
30
0
1,20 360,0
0
50
0
560,0
0
17/0
4
Venda 1,12 20
0
1,12 224,0
0
30
0
336,0
0
15/0
4
Compr
a
30
0
1,40 420,0
0
60
0
756,0
0
TOTAL 60
0
780,0
0
20
0
224,0
0
60
0
756,0
0
A estrutura da tabela, constante na primeira linha já fornece uma ideia muito
boa sobre o funcionamento do método do Custo Médio Ponderado e da tabela
em si, CMP é Custo Médio Ponderado, na sequência temos um setor onde se
pormenoriza as entradas em quantidade, preço unitário e preço total, após
temos o Custo Médio unitário (CM), que será utilizado para balizar o custo
médio das vendas, após, a pormenorização referente às saídas do estoque de
forma igual às entradas, e por fim o Saldo Final. 
Vamos agora analisar a construção da ficha e perceber que existem uma
sequência de passos lógicos que são construídos tal como a descrição dos
fatos, o primeiro lançamento é o do estoque inicial, onde lançamos a
quantidade e valor unitário dentro da área de Saldo Final, logo após
registramos a compra, especificamos a unidade e valor total, dentro da área
destinada a entrada de mercadorias e em ato contínuo atualizo o saldo final
somando as quantidades e somando os valores totais (R$ 200,00 + R$
360,00) .
Na sequência vamos registrar uma venda, que é uma saída do estoque,
atentem que antes temos que avaliar e especificar o Custo Médio Unitário, que
realizado da seguinte forma, dividimos o valor final do estoque (R$ 560,00)
pela quantidade de estoque (500 un), no caso temos R$ 1,12 este será o custo
médio do produto vendido, atentem que o preço de venda não faz parte desse
método sendo ele um inventário permanente para apurar o Custo da
Mercadoria Vendida, como vendemos 200 unidades o custo total será 200
multiplicado pelo custo unitário, no caso R$ 1,12.
O processo se repete sempre lançando a entrada pelo custo nominal calculado
com base na nota fiscal de compra e a saída fazendo a média do saldo final do
lançamento anterior à saída. Ressaltando que sempre ao final da ficha de
lançamento o saldo final encontrado será o saldo inicial do mês subsequente.
Primeiro que Entra, Primeiro que Sai -
PEPS
O nome é uma maneira de facilitar o entendimento desse método de
valorização do estoque, que também tem que ser chamado pelo nome em
inglês First In, First Out - FIFO. 
Neste critério, ao fazer a saída (venda) do material, usa-se como referência de
custos os preços mais antigos registrados no estoque, permanecendo assim
as mercadorias com os preços mais recentes sempre em estoque, o método
também previsto no Pronunciamento Contábil 16 e pela Receita Federal do
Brasil 
Vamos construir um exemplo utilizando a mesma base de eventos utilizada no
método Custo Médio Ponderado. 
Data Evento Quantidade Valor Unitário
02/04 Estoque Inicial 200 R$ 1,00
15/04 Compra 300 R$ 1,20
17/04 Venda 200 ●
18/04 Compra 300 R$ 1,40
Agora vamos montar a ficha de movimentação 
PEPS Entradas Saídas Saldo Final
Data Evento Qtd R$
/un
R$/
total
Qtd R$
/un
R$/
total
Qtd R$/
total
02/0
4
Est.
Inicial
20
0
200,0
0
15/0
4
Compr
a
30
0
1,20 360,0
0
50
0
560,0
0
17/0
4
Venda 20
0
1,00 200,0
0
30
0
360,0
0
15/0
4
Compr
a
30
0
1,40 420,0
0
60
0
780,0
0
TOTAL 60
0
780,0
0
20
0
200,0
0
60
0
780,0
0
Na primeira venda efetuada, a mercadoria que foi dado baixa no estoque foi as
que estavam remanescentes do estoque inicial, pois existia no estoque uma
quantidade suficiente para completar a saída, ficando no estoque apenas as
mercadorias mais recentes e com um custo nominalmais elevado, em caso de
nova venda o valor unitário de custo seria de R$ 1,20 e se a venda fosse maior
em quantidade que as 300 peças com custo unitário de R$ 1,20 a diferença
seria coberta com peças a custo de R$ 1,40 porque a lógica é sempre de
vender, e apropriar o custo daquelas peças que entraram primeiro no estoque. 
O PEPS é um método de controle dos materiais recomendado especialmente
quando as mercadorias a serem vendidas estão sujeitos à deterioração,
decomposição, mudança de qualidade, assim temos a certeza de que sempre
serão usados na venda os produtos mais antigos, evitando que estes venham
a perder sua validade ainda estando dentro do estoque da empresa.
Por outro lado, o uso desse método, leva à tendência de que o produto venha
a ficar avaliado por um custo menor do que quando se usa o custo médio,
tendo-se em vista a situação normal de preços crescentes, essa desvantagem
pode de alguma maneira tornar menos preciso o método de avaliação de
estoque e seu saldo final.
Último que Entra Primeiro que Sai - UEPS
Também chamado em inglês de, Last In First Out (LIFO), funciona de forma
invesa ao método do PEPS visto no tópico anterior, este usa como custo da
mercadoria vendidade o custo dos das compras mais recentes, mantendo no
custo do estoque as entradas mais antigas, ou seja, a cada saída ele utiliza a
última nota fiscal que deu entrada no estoque, per- manecendo assim no
mesmo as notas mais antigas e com isso reduzindo o custo nominal do
estoque.
Esse método é praticamente o inverso do PEPS e não é aceito pela Receita
Federal, nem é previsto pelo Conselho Federal de Contabilidade em seu
Pronunciamento Técnico 16. 
Ainda que não seja aceito pela Receita Federal nem previsto pelo Conselho
Federal de Contabilidade, vamos demonstrar seu funcionamento, pois é de
valia entender essa possibilidade, como forma de entendimento da matéria. 
Data Evento Quantidade Valor Unitário
02/04 Estoque Inicial 200 R$ 1,00
15/04 Compra 300 R$ 1,20
17/04 Venda 200 ●
18/04 Compra 300 R$ 1,40
Agora vamos montar a ficha de movimentação 
UEPS Entradas Saídas Saldo Final
Data Evento Qtd R$
/un
R$/
total
Qtd R$
/un
R$/
total
Qtd R$/
total
02/0
4
Est.
Inicial
20
0
200,0
0
15/0
4
Compr
a
30
0
1,20 360,0
0
50
0
560,0
0
17/0
4
Venda 20
0
1,20 240,0
0
30
0
320,0
0
15/0
4
Compr
a
30
0
1,40 420,0
0
60
0
740,0
0
TOTAL 60
0
780,0
0
20
0
200,0
0
60
0
780,0
0
Ao analisar a ficha percebe-se que é exatamente o inverso do cálculo do
PEPS, nesse caso as últimas notas que dão entrada no estoque são sempre
as primeiras a saírem, como demons- tra o cálculo do dia 17/04 em que a
venda foi efetuada com o estoque da compra do dia 15/04 e com isso ficou o
saldo de 100 unidades dessa compra e mais todo o saldo incial de estoques. 
Comparações 
Da verificação da resultante dos cálculos entre os três critérios podemos
deduzir o seguinte:
 •O PEPS termina por valorizar o estoque final a preços mais recentes e
consequentemente o custo das saídas a preços mais antigos.
 •UEPS termina por valorizar o estoque final a preços mais antigos e
consequentemente o custo das saídas a preços mais recentes. 
•CUSTO MÉDIO PONDERADO equaliza tanto o estoque final como o custo
das saídas a um preço médio único.

Continue navegando