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FERIDAS E CURATIVOS 2

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Senac Taubaté 1 
 
Formação Inicial e 
Continuada 
Aperfeiçoamento 
 
 
Tratamento de Feridas e Curativos 
 
 
 
 
Taubaté SP 
novembro/2017 
 
 
Docente: Edmara Teodoro dos Anjos 
 
 
 
Senac Taubaté 2 
 
 
Tratamento 
de Feridas 
e Curativos. 
 
 
Taubaté –SP 
novembro de 2017 
 
 
_____________________________________________________________ 
Nome do aluno 
 
 
 
 
Senac Taubaté 3 
 
Sumário 
CAPÍTULO 1 – Ética e humanização ................................................................. 7 
1.1. Ética Profissional ..................................................................................... 7 
1.2 - Humanização x Enfermagem ................................................................. 8 
INTRODUÇÃO: ................................................................................................ 11 
CAPÍTULO 2 .................................................................................................... 12 
ANATOMIA DA PELE ...................................................................................... 12 
Embriologia ................................................................................................... 12 
Histologia ...................................................................................................... 13 
Epiderme ...................................................................................................... 13 
Células de epiderme ..................................................................................... 16 
Derme ........................................................................................................... 18 
Hipoderme .................................................................................................... 21 
Funções da pele ........................................................................................... 22 
Proteção mecânica e comunicação .............................................................. 22 
Absorção da radiação ultravioleta ................................................................. 23 
Barreira físico-química e imunológica ........................................................... 23 
Órgão imunológico ........................................................................................ 24 
Termorregulação e hemorregulação ............................................................. 24 
Metabolismo ................................................................................................. 24 
Sensibilidade e percepção ............................................................................ 25 
CAPÍTULO 3 .................................................................................................... 26 
FERIDA ............................................................................................................ 26 
 
Senac Taubaté 4 
 
Fases do processo cicatricial ........................................................................ 26 
Fatores que interferem na cicatrização ......................................................... 28 
Perda total de tecido ..................................................................................... 28 
Aparência ...................................................................................................... 28 
Nutrição ........................................................................................................ 29 
Medicamentos em uso .................................................................................. 29 
Idade ............................................................................................................. 29 
Vascularização ............................................................................................. 30 
Outros ........................................................................................................... 30 
CAPÍTULO 4 .................................................................................................... 32 
AVALIAÇÃO DO CLIENTE COM FERIDA ....................................................... 32 
Visão sistêmica da assistência ..................................................................... 32 
Métodos de avaliação da ferida .................................................................... 33 
Aspectos Gerais ........................................................................................... 33 
Aspectos Específicos .................................................................................... 33 
Classificação das feridas .............................................................................. 34 
Quanto à etiologia: ........................................................................................ 34 
Quanto ao tipo de cicatrização: .................................................................... 34 
Quanto à extensão do tecido envolvido: ....................................................... 36 
Classificação de acordo com: ....................................................................... 37 
Exsudato: ...................................................................................................... 37 
Leito da ferida: Tecidos viáveis ..................................................................... 38 
Área perilesional: .......................................................................................... 39 
 
Senac Taubaté 5 
 
Infecção ........................................................................................................ 39 
Particularidades envolvendo o tratamento de pacientes com úlceras .......... 42 
venosas, arteriais ou mistas, pé diabético, lesão por pressão. ..................... 42 
Úlceras venosas: .......................................................................................... 42 
Úlceras arteriais: ........................................................................................... 43 
Úlceras mistas: ............................................................................................. 47 
Pé diabético: ................................................................................................. 48 
Lesão por pressão: ....................................................................................... 50 
Avaliação de Risco para Lesão por pressão:................................................ 57 
CAPÍTULO 5 .................................................................................................... 59 
TECNOLOGIA EM CURATIVOS ...................................................................... 59 
FITOTERÁPICOS ......................................................................................... 70 
Terapias adjuntas utilizadas no tratamento de feridas .................................. 72 
Terapia por pressão positiva- Hiperbárica .................................................... 73 
CAPÍTULO 6 .................................................................................................... 76 
GRUPO DE CURATIVO ................................................................................... 76 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 78 
Sites de pesquisa: ........................................................................................ 79 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 6 
 
UC: Tratamento de Feridas e Curativos. 
 
Objetivo do curso: 
Promover conhecimento relativos a identificação e tratamento de feridas, bem 
como a aplicação das tecnologias em curativos adequada a cada uma delas. 
 
Indicadores: 
 Realizar curativo utilizado a técnica indicada para cada tipo de ferida. 
 
Habilidades: 
 Diferenciar os tipos de feridas. 
 Correlaciona os tipos de coberturas e produtos com os tipos de feridas. 
 Diferenciar as técnicas de curativos. 
 
Valores titudes:
 Atua respeitando normas da biossegurança. 
 Respeito à individualidade do paciente. Respeito aos limites de atuação ética e legal da profissão. 
 Sigilo nas informações do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 7 
 
 
A Enfermagem 
 
No decorrer dos anos vem conquistando muitos espaços na área de saúde, cada vez 
mais trazendo para si novas atividades, assumindo novos cargos, enfim, muito mais 
responsabilidade do que nos seus primórdios. Contudo, ao mesmo tempo em que isso 
traz orgulho para os profissionais, também os expõem a maiores riscos e 
responsabilidades no âmbito jurídico. Vicente Grossi Sobrinho* Eloá Carneiro 
Carvalho** 
 
CAPÍTULO 1 – Ética e humanização 
 
1.1. Ética Profissional 
 A ética profissional é o conjunto de normas que formam a consciência 
do profissional e representam imperativos de sua conduta. Ser ético é agir 
dentro dos padrões convencionais, proceder bem, não prejudicar o próximo, 
cumprir os valores estabelecidos e todas as atividades de sua profissão, 
seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de 
trabalho. 
O código de ética profissional é elaborado por Conselhos Profissionais, que 
representam e fiscalizam o exercício da profissão, contendo um conjunto de 
normas que deverão ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu 
trabalho. 
 Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar 
ligeiramente, graças a diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos 
da ética profissional que são universais e por isso aplicável a qualquer 
atividade profissional, como a honestidade, responsabilidade, competência, 
dentre outros. 
 
 
 
Senac Taubaté 8 
 
1.2 - Humanização x Enfermagem 
Até o momento não existe consenso quanto ao conceito de humanização da 
assistência hospitalar, embora o Ministério da Saúde tenha proposto algumas 
definições no programa que posteriormente transformou-se em política criado 
para incentivar a humanização nas organizações de saúde (Ministério da 
Saúde, Política Nacional de Humanização Hospitalar, 2003). 
 Os termos humanização, humanização da assistência hospitalar ou 
humanização em saúde já são de domínio público, embora haja certo 
“estranhamento” e resistência por parte de muitos profissionais da saúde em 
aceitá-los. O argumento principal é que a humanização é inerente à prática de 
quem cuida de seres humanos. 
 Alguns conceitos ou tentativas de definição de humanização encontrados na 
literatura são: 
 Humanização é o ato de humanizar, ou seja, dar estado ou condições de 
homem, no sentido de ser humano (Grande Biblioteca Larousse Cultural, 
1998). 
 Humanização é o aumento do grau de corresponsabilidade na produção 
de saúde e de sujeitos (Ministério da Saúde, Política Nacional de 
Humanização Hospitalar, 2003). 
 Humanização diz respeito à mudança na cultura da atenção dos 
usuários e da gestão dos processos de trabalho (Ministério da Saúde, 
Política Nacional de Humanização Hospitalar, 2003). 
Ao pensar na relação humanização/trabalho em enfermagem nos remete a 
duas situações diferentes; à humanização do trabalho de enfermagem ou ao 
trabalho humanizado da enfermagem. O primeiro caso refere-se ao 
desenvolvimento de uma assistência de enfermagem humanizada e, no 
segundo, a um processo de trabalho que humanize as relações do trabalho de 
enfermagem. Ambos os casos tratam da razão e do sentido que esses 
 
Senac Taubaté 9 
 
conceitos abarcam na profissão enfermagem, pois a enfermagem é, 
essencialmente, cuidado, e cuidado prestado ao ser humano, individualmente, 
na família ou na comunidade. 
 Ao falar do cuidado de enfermagem (seja voltado para a assistência ou 
para as relações de trabalho) implica, essencialmente, em cuidado 
humanizado. Contudo, é importante ressaltar que, muitas vezes, devido à 
sobrecarga imposta pelo cotidiano do trabalho, a enfermagem presta uma 
assistência mecanizada e tecnicista, não reflexiva, esquece-se de humanizar o 
cuidado justamente por entender que em si o cuidado deve ser humanizado. 
Da mesma maneira, as relações de trabalho, em função de fatores internos e 
externos à enfermagem, vêm se dando de modo pouco humanizado, 
interferindo diretamente na própria assistência. 
 Tanto a humanização da assistência de enfermagem quanto a 
humanização das relações de trabalho de enfermagem surgem de uma 
necessidade social e historicamente construída. 
 A racionalidade dos processos tanto de humanização da assistência 
quanto de humanização das relações de trabalho da enfermagem vai ao 
encontro da construção de uma "cultura organizacional pautada pelo respeito, 
pela solidariedade, pelo desenvolvimento da autonomia e da cidadania dos 
agentes envolvidos e dos usuários". 
 Trata-se de produzir atos em saúde que levem em consideração o respeito ao 
outro como um ser autônomo e digno, que busquem compreender os limites 
dos sujeitos envolvidos nessa relação, as singularidades de cada um, bem 
como as especificidades das necessidades apresentadas em cada momento 
em particular. 
 Assim, humanizar passa a ser responsabilidade de todos, é ir além da 
competência técnico-científica-política dos profissionais, compreende o 
desenvolvimento da competência nas relações interpessoais, no respeito à 
 
Senac Taubaté 10 
 
vida, na solidariedade, na sensibilidade de percepção das necessidades 
singulares dos sujeitos envolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 11 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
As informações contidas nessa apostila servem como material de apoio ao 
profissional de enfermagem que queira se atualizar em relação a cuidados ao 
cliente com ferida. É necessário ressaltar que o estudo exclusivo deste material 
não prepara o profissional para atuação com o cliente com alterações 
tegumentares, mas contribui com subsídios teóricos para sua atuação na 
prática. 
Na intenção de o profissional assistir ao cliente com ferida e colocar em prática 
os conhecimentos obtidos nesta apostila, deve ter responsabilidade e contar 
com outros profissionais capacitados técnica e cientificamente, com habilidade 
para acompanhá-lo até que este possua os conhecimentos necessários para a 
assistência de enfermagem adequada; respeitando o código de ética de 
enfermagem no que se refere às competências de cada categoria e realizando 
assistência livre de imperícia, negligência e imprudência. 
Atender o doente com ferida requer do profissional constante aperfeiçoamento, 
pois o processo de cicatrização é algo complexo que requer muito mais do que 
definir a tecnologia ou realizar o curativo, já que as questões biopsicossociais e 
espirituais devem também ser consideradas. Há muitos anos, fala-se em 
tratamentos de feridas por meio de curativos, bálsamos, retalhos ou por 
tecnologias modernas, meios que atualmente os profissionais possuem. 
Embora a cicatrização de feridas seja um assunto muito estudado, continua 
sendo um desafio para os pesquisadores que constantemente descobrem 
novas tecnologias no tratamento do doente com ferida. Para que os 
profissionais de enfermagem possam utilizar as atuais tecnologias em 
curativos, precisam, antes de conhecê-las, entender o processo de 
cicatrização, os fatores que podem facilitar ou prejudicar a cicatrização das 
 
Senac Taubaté 12 
 
feridas e compreender de forma sistêmica o processo do cuidado ao cliente 
com ferida. 
 
CAPÍTULO 2 
ANATOMIA DA PELE 
 
A pele é um revestimento epitelial que isola as estruturas internas do ambiente 
externo. Sua espessura pode variar de 1,5mm a 4mm, com peso médio (seca) 
de aproximadamente 2 a 4kg envolvendo toda a superfície externa do corpo, 
estendendo-se pelos orifícios naturais por meio das membranas mucosas. 
 
Embriologia 
 
Durante a formação do embrião, são formados três folhetos germinativos: 
Ectoderma, mesoderma e endoderma. O ectoderma e o mesoderma dão 
origem a pele e seusanexos, sendo que, do ectoderma origina-se o tubo 
neural e a epiderme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 13 
 
 
 
 
Histologia 
 
A pele é dividida em dois tecidos principais: a epiderme (camada externa) e a 
derme, (camada interna), as quais se separam por uma estrutura chamada 
membrana basal (Vide figura 1): 
 
 
Fonte internet 
 
 
Epiderme 
 
A epiderme é avascular e sua espessura varia de 1,3mm (palma da mão) a 
0,06mm (face). Por ser avascularizada todos os nutrientes são transportados 
por ela através de capilaridade. 
 
Senac Taubaté 14 
 
É constituída por células epiteliais dispostas em camadas, sentido da superfície 
para dentro: camada córnea, camada lucida, camada granulosa, camada 
espinhosa e camada basal. 
As células epiteliais se alteram estruturalmente e quimicamente a medida que 
ganham a superfície, perdem o núcleo na altura da camada córnea e 
descamam-se. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte internet 
 
A camada basal é constituída por células matrizes e células proliferativas. Os 
queratinócitos que compõem a camada basal são alongados e alinhados 
perpendicularmente a membrana basal. Nela também se localizam também: 
 
Senac Taubaté 15 
 
• melanócitos: células produtoras de melanina responsáveis pela pigmentação 
da pele. 
• células de Langerhans: atuam na defesa imunológica da pele. 
• células de Merkel: responsáveis pela percepção tátil. 
A epiderme atua como barreira protetora contra o ambiente externo evitando a 
entrada de substancias estranhas ao organismo e ao mesmo tempo reter água, 
eletrólitos e nutrientes. 
 
A camada espinhosa é composta por células espinhosas e poligonais. Nessa 
fase inicia-se o processo de queratinização. 
 
A camada granulosa se caracteriza pela presença de grânulos de queratina 
nas células. 
 
A camada lúcida é intermediária entre a camada córnea e a granulosa, 
presente apenas nas áreas de pele mais espessa, como a sola dos pés. 
Origina-se pela fricção e exerce função de proteção mecânica. 
 
A camada córnea é a camada mais externa da epiderme, é perfurada apenas 
por glândulas sudoríparas e pelos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 16 
 
 
 
 
Células de epiderme 
Os principais componentes da epiderme são os queratinócitos. No entanto 
possui as células de Merkel, células de Langerhans e melanócitos. 
 
 
 
 
 
Os queratinócitos são produzidos pela camada basal e são os mais 
numerosos. São responsáveis por sintetizar a queratina e à medida que 
passam de uma camada para outra alteram-se até chegarem a superfície 
formando a camada córnea ou queratinizada, quando são eliminadas. A 
queratina é uma proteína que dá firmeza a pele, garante a impermeabilização 
da camada córnea e protege contra a desidratação. 
 
Senac Taubaté 17 
 
A perda das células superficiais resulta do atrito e outras causas externas 
sofridas pela pele. A renovação de epiderme ocorre em média a cada 25 a 50 
dias, variando de acordo com a idade. 
 
Os melanócitos são células especializadas presentes na camada basal e são 
responsáveis pela síntese de melanina, pigmento escuro cuja função é 
proteger a pele contra os raios UV do sol. A melanina é responsável pela cor 
da pele, mucosas, do cérebro (área branca e área cinzenta), dos olhos, dos 
cabelos. O tom da pele é resultante da combinação da melanina, hemoglobina, 
carotenóides e da condição do estrato córneo. 
A quantidade de melanócitos não varia em relação as raças, e sim, sua 
morfologia. A pele negra possui melanócitos maiores, logo possuem maior 
quantidade de melanina. A melanina absorve os raios de luz e não permite a 
sua reflexão. Esse mecanismo é responsável pela maior resistência da pele 
escura aos efeitos maléficos dos raios UV. A exposição ao sol e aos raios UV 
estimula os melanócitos, tornando a pele mais avermelhada, escura ou 
bronzeada. Logo o bronzeamento é uma forma de proteção a lesão celular. 
 
As células ou discos de Merkel atuam como receptores cutâneos de tato e 
pressão, servindo para evitar traumas à pele, através da condução de 
informações do ambiente como um todo. São encontrados em pequenas 
quantidades entre a epiderme e a derme. 
 
As células de Langerhans são células imunitárias que possuem um formato 
estrelado. São produzidas pela medula óssea e migram para epiderme onde 
atuam como macrófagos e contribuem para ativação do sistema imunológico. 
 
 
 
Senac Taubaté 18 
 
 
 
Derme 
 
A segunda camada da pele, disposta abaixo da epiderme e acima da 
hipoderme chama-se derme. É formada por tecido conjuntivo que sustenta a 
epiderme, sendo resistente e flexível, dividindo se em derme papilar, derme 
reticular e derme profunda. 
Sua espessura varia ao longo da estrutura corporal (0,5 a 3,0mm) sendo mais 
espessa na parte anterior do corpo, na pele das mãos e planta dos pés. As 
principais células encontradas na derme são os fibroblastos, que produzem 
colágeno e elastina. O colágeno e a elastina são responsáveis pela 
sustentação dos elementos dérmico, extensibilidade e resistência da pele, mas 
diminuem progressivamente com a idade. 
Ainda na derme encontram-se vasos sanguíneos, nervos e componentes 
celulares contendo células matrizes, fibroblastos, miofibroblastos e macrófagos. 
Amplamente vascularizada a derme tem papel importante no controle da 
temperatura do corpo por meio da dilatação dos vasos sanguíneos. Os vasos 
sanguíneos também são responsáveis pela nutrição da epiderme, que se dá 
através da difusão de nutrientes e oxigênio para as camadas celulares mais 
profundas. A ausência de nutrição e oxigenação causa a morte de células 
epiteliais das camadas mais superficiais. 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 19 
 
 
 
 
Na derme encontramos também os anexos cutâneos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte internet 
 
Os folículos pilosos (pelos) quando expostos ao frio são levantados pelos 
músculos eretores aprisionando bolhas de ar junta a pele que retardam as 
trocas de calor. 
 
Senac Taubaté 20 
 
As glândulas sebáceas são responsáveis pela oleosidade da pele. Mais 
numerosas na face, couro cabeludo e na porção superior do tronco, não sendo 
encontradas na palma das mãos e nas plantas dos pés. 
As glândulas sudoríparas são responsáveis pelo controle da temperatura 
corporal através de dois mecanismos: perda de água transepidermal e 
sudorese, que se caracteriza por secreção intensa. Essas glândulas podem ser 
de três tipos: 
 
 Glândulas sudoríparas apócrinas: produzem suor contendo materiais 
gordurosos. Presentes nas axilas, e área genital. Sua atividade é a principal 
causa do odor de suor. No homem seu papel não está bem definido, nos 
mamíferos em geral a principal função dessas glândulas são a atração sexual 
em consequência da produção de substâncias odoríferas. 
 Glândulas sudoríparas écrinas: secretam suor altamente diluído. São 
encontradas em todo o corpo, exceto em mucosas. Sua função é controlar a 
temperatura quando o corpo é exposto ao calor excessivo ou atividade intensa. 
Sua secreção não provoca alteração do odor da pele. 
 Glândulas sudoríparas apoécrinas: são glândulas écrinas que respondem a 
impulsos de origem emocional e não somente a alterações de temperatura 
corpórea, estão localizadas nas mãos, sola dos pés e testa. 
 
Na sudorese essas glândulas são controladas diretamente pelo sistema 
nervoso central 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 21 
 
Hipoderme 
 
Camada mais profunda da pele. Situa-se logo abaixo da derme reticular, 
fazendo interface com estruturas moveis como fáscia muscular e tendões. 
Mantém-se aderida à derme através das fibras de colágeno e elastina que 
conferem a ela uma estrutura de extrema maleabilidade. 
É considerado um órgão endócrino, pois armazena energia através dos 
adipócitos, que se agrupam para formar o tecido adiposo,protegendo o 
organismo de choques e variações externas de temperatura. Além dos 
adipócitos, na hipoderme encontra-se também os fibroblastos que produzem 
colágeno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sua espessura varia de acordo com sua localização, sexo e idade. Representa 
cerca de 15 a 30% do peso corporal. 
 
 
 
Senac Taubaté 22 
 
Funções da pele 
As funções da pele passaram a ser melhor compreendias a partir dos anos 
1960. Atualmente algumas funções podem ser bem descritas, são elas: 
 
 Proteção mecânica e comunicação; 
 Proteção contra raios UV e radiações ionizantes; 
 Funções físico-química e imunológica; 
 Termorregulação e hemorregulação; 
 Metabolismo; 
 Sensibilidade e percepção; 
 
Proteção mecânica e comunicação 
A proteção mecânica deve-se à camada gordurosa (hipoderme) que funciona 
como um amortecedor, reduzindo impactos e lesões aos órgãos internos. É um 
mecanismo importante, mas em recém-nascidos e nos idosos esse 
amortecimento é deficiente devido a diminuição da camada gordurosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 23 
 
A pele tem estreita relação com a comunicação do ser humano, já que é visível 
e caracteriza a pessoa no meio em que ela vive. Revela também eventos 
ligados a história do indivíduo, como presença de cicatrizes cutâneas 
provocados por eventos fisiológicos ou funcionais ocorridos ao longo da vida e 
em determinadas culturas são uma forma de expressar a própria imagem 
(tatuagens, cicatrizes, piercings). Outras cicatrizes são oriundas de traumas, 
incisões cirúrgicas que dependendo da localização prejudicam a autoestima e 
até mesmo as relações sociais. 
 
Absorção da radiação ultravioleta 
A radiação ultravioleta ocasiona a formação de radicais livres, responsáveis por 
elevar a número de lesões não reparadas alterando o metabolismo celular dos 
melanócitos, queratinócitos e células de Langerhans, provocando o 
envelhecimento precoce da pele e aumentando o risco de câncer cutâneo. A 
pele não agredida pelo sol se caracteriza por não ter manhas, pigmentação 
homogênea e textura macia, e quando exposta, o aspecto é oposto. 
 
Barreira físico-química e imunológica 
A pele constitui a defesa inicial contra a invasão de microrganismos. O pH 
ácido 4,7 a 5,75 e a degradação das ceramidas presentes no manto 
hidrolipídico conferem atividade bactericida. O manto hidrolipídico evita 
infecções e protege a pele contra agressores externos como pólen e pó. 
Quando a comprometimento do manto esses agentes irritam a pele, causando 
dermatites. Além disso, o efeito de lavagens múltiplas e o uso de produtos 
podem modificar a composição e/ou eliminar o manto hidrolipídico, alterando as 
funções da camada córnea e o pH da pele, que demoram 14 horas para serem 
restaurados. Em idosos o banho demorado pode prejudicar ainda mais a 
barreira lipídica. 
 
Senac Taubaté 24 
 
 
Órgão imunológico 
Atua como órgão imunológico por intermédio das células de Langerhans que 
apresentam os antígenos aos linfócitos T, nos gânglios. Sua natureza 
dendrítica (As células dendríticas são células de defesa do organismo que ajudam 
na identificação de agentes agressores como vírus e bactérias, por exemplo, 
sendo muito importante no combate a doenças. Elas são produzidas pela medula 
óssea e encontram-se no sangue, na pele e em vários outros órgãos do corpo 
humano.) permite que constituam uma rede na epiderme, favorecendo a 
captura de antígenos que ultrapassam o estrato córneo. 
 
Termorregulação e hemorregulação 
 A pele interfere na regulação da temperatura corporal através da: 
 Manutenção e regulação do débito circulatório; 
 Processo de vasoconstrição e vasodilatação. 
 Atuação das glândulas sudoríparas écrinas, que controlam a evaporação 
do calor, perda de água e eletrólitos. 
 Ereção dos folículos pilosos que retardam as trocas de calor. 
 
Metabolismo 
 Hormônio testosterona induz na pele a produção de sebo e acne e 
pode causar alopecia. 
 Hormônio estrogênio e progesterona são responsáveis pela textura 
da pele feminina, pela distribuição da gordura corporal e contribuem 
para síntese do sebo, estimulam a produção de fibroblastos e colágeno. 
 
Senac Taubaté 25 
 
Sua falta causa diminuição do brilho da pele, aumento das rugas flacidez 
cutânea e redistribuição de gordura corporal, principalmente no abdome. 
 Hormônio cortisol seu excesso pode causar eritema fácil, erupções 
acneicas, aumento de deposito de gordura. 
 Síntese e metabolização da vitamina D: a pele desempenha um papel 
ativo na síntese e metabolização da vitamina D, nutriente que atua em 
diversos órgãos e tecidos, promovendo a regulação diferenciação 
desses tecidos, liberação de agentes inflamatórios, além de atuar na 
proteção da pele. 
 
 
 
Sensibilidade e percepção 
As terminações nervosas livres e os receptores cutâneos de superfície 
presentes na pele quando estimulados contribuem no mecanismo de defesa do 
organismo. A saber: corpúsculos de Vater-Pacini são responsáveis pela 
interpretação dos estímulos desencadeados por pressão, os receptores de 
Krause e Ruffini interpretam respectivamente estímulos de temperatura fria e 
calor e os receptores de Meissner interpretam os estímulos táteis. 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 26 
 
CAPÍTULO 3 
 
FERIDA 
 
“Ferida é uma ruptura na pele, na membrana mucosa ou em qualquer outra 
estrutura do corpo causada por um agente físico, químico ou biológico”. 
BORGES, 2001 
 
Fases do processo cicatricial 
 
“Cicatrização é uma questão de tempo, mas também de oportunidade” 
 
(Hipócrates) 
 
“O processo de cicatrização é universal e após ocorrer uma ferida, há uma 
sequência de reações físicas, químicas e biológicas com a finalidade de 
reconstituir o tecido que foi rompido. Esta sequência pode ser dividida em três 
fases: inflamatória, fibroblástica ou proliferativa e a de maturação ou 
remodelação, que embora sejam distintas, se sobrepõem de tal maneira que 
numa delas pode-se observar elementos da fase subsequente e vice-versa” 
(HADDAD et all, 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 27 
 
A fase inflamatória pode ser descrita como a fase de hemostasia e limpeza. A 
vasoconstrição e a vasodilatação são respostas vasculares que regulam o 
processo de coagulação e a oxigenação. A quimiotaxia para neutrófilos, 
monócitos e macrófagos regula o processo de limpeza do leito da ferida. Nas 
feridas agudas esse processo dura aproximadamente de 3 a 5 dias e é 
completado em três semanas. Esta fase ocorre imediatamente após o trauma e 
manifesta-se clinicamente pelo aparecimento dos sinais e sintomas 
inflamatórios: calor, hiperemia, dor, edema, perda da função (sinais flogísticos/ 
sinais cardeias). 
 
A fase proliferativa ou fibroblástica é caracterizada pela deposição do 
colágeno, neoangiogênise, formação do tecido de granulação, contração da 
ferida e reepitelização. 
É a fase onde ocorre a migração das células endoteliais da periferia para o 
centro da lesão e tem duração aproximadamente de três semanas. A contração 
é o sinal mais evidente nessa fase onde ocorre a aproximação das margens da 
lesão. 
 
A fase de remodelação ou maturação tem início após a terceira semana após 
a ocorrência do dano tecidual, podendo estender-se até dois anos, 
dependendo da extensão e o local da lesão. Clinicamente é uma cicatriz 
imatura que apresenta sinais como eritema, edema, prurido. Ocorre a 
substituição do colágeno III pelo colágeno I que confere maior resistência 
tensional a cicatriz. Nas cicatrizes queloidianas ou hipertróficas essa 
substituição não ocorre. 
 
 
 
 
Senac Taubaté 28 
 
 
 
Fatores que interferem na cicatrização 
 
• Margens da ferida e pele circundante. 
• Maceração, descoloração, eritema, hematomas, sinus, túneis e tipo de 
cobertura utilizada para o tratamento tópico. 
• Dor. 
• Idade, doenças preexistentescomo hipertensão ou diabete, peso, hábitos 
alimentares, sono e repouso. 
 
Perda total de tecido 
 
•Envolve perda total de epiderme e derme, podendo se estender ao tecido 
subcutâneo, fáscia muscular e osso. Quanto maior a quantidade de tecido 
perdido e as camadas atingidas, maior a dificuldade da cicatrização e 
possibilidade de necessidade de enxerto por não ser possível ocorrer a 
cicatrização. 
 
Aparência 
• Necrose, infecção, esfacelo, extensão do tecido. 
• Vale ressaltar que a necrose pode ser um tecido de diferentes cores como 
preta, cinza ou amarela. 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 29 
 
 
Nutrição 
 Auxilia no reparo da ferida e previne infecção. 
 O indivíduo desnutrido pode não possuir na sua alimentação diária 
quantidades suficientes de proteínas que são necessárias para o 
crescimento da pele, além de prevenir a infecção e atuar na síntese de 
colágeno. Já a vitamina C, que também é importante para a cicatrização, 
auxilia na formação do fibroblasto. 
 Célula que atua na formação do tecido conjuntivo – e interfere na 
síntese do colágeno. 
 Outras substâncias essenciais para a cicatrização são a água e 
alimentos energéticos que darão condições para o trabalho das células 
durante o processo de cicatrização. 
 
 
Medicamentos em uso 
• Exemplo: corticoides diminuem a resistência e a tensão de feridas 
cicatrizadas, inibem a contração das feridas e suprimem o sistema imune, 
deixando o indivíduo mais suscetível a infecção, fator que interfere 
negativamente na cicatrização. 
• Anti-inflamatários não esteroidais, que provocam vasoconstrição e suprimem 
a resposta inflamatória, dificultam a cicatrização, já que o processo só ocorre 
após a resposta inflamatória. 
 
Idade 
Quanto mais avançada for a idade, maior a dificuldade do organismo em 
realizar o processo de cicatrização pelo envelhecimento natural das células 
 
Senac Taubaté 30 
 
que, associado a doenças como hipertensão ou diabetes, causa, além da 
demora no processo, o risco de infecção no leito da ferida. 
 
Vascularização 
Em pessoas com doenças como insuficiência vascular, o tempo de cicatrização 
é maior tendo em vista que a circulação sanguínea é comprometida e, como 
conseqüência, menos células de proteção e que realizam a reconstituição do 
tecido chegarão ao local. 
 
Outros 
• Tabagismo e agentes tópicos como antissépticos interferem na cicatrização, 
pois as substâncias químicas podem lesionar células necessárias ao processo 
de cicatrização como o iodo, que agride os fibroblastos. 
• Como foi apresentado, vários são os fatores que alteram a cicatrização da 
ferida e podem não apenas contribuir para o fechamento da lesão, mas 
também servir como meios de preveni-la, ou prejudicá-la. Se pensarmos em 
um cliente desnutrido que esteja internado e tenha recusa da alimentação, este 
terá maior probabilidade de desenvolver uma ferida do que o doente com boa 
aceitação alimentar e cardápio balanceado de acordo com suas necessidades 
fisiológicas e patológicas. Quando o assunto é prevenção de ferida, não 
podemos deixar de citar a preocupação que os profissionais de enfermagem 
devem ter em relação ao desenvolvimento de úlceras por pressão que podem 
acometer os doentes acamados aumentado o tempo de internação, 
propiciando o risco de infecção, entre outras situações. 
 Para auxílio no controle da formação das Lesões por pressão, a enfermagem 
poderá utilizar a “escala de Braden”, traduzida em português, que alerta os 
profissionais da saúde sobre os riscos dos clientes internados, de acordo com 
 
Senac Taubaté 31 
 
o perfil de cada um, por meio de escores, o que propicia ao enfermeiro instituir 
meios de prevenção de acordo com o risco de cada cliente. 
• A prevenção da lesão por pressão não deve ser uma preocupação apenas da 
enfermagem, uma vez que ela é causada por questões multifatoriais, como 
alimentação, mobilidade reduzida, alterações psicológicas, etc. 
Por tal motivo, a prevenção também deve ser multidisciplinar e envolver 
profissionais, como enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, 
médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, etc. 
• A assistência de enfermagem ao cliente com ferida, assim como a prevenção 
da lesão por pressão, também deve ser pensada de forma sistematizada, 
envolvendo uma equipe multidisciplinar, já que a cicatrização é um processo 
complexo que necessita de intervenções de vários profissionais. Pensando na 
complexidade da cicatrização, atualmente existem os grupos de feridas ou 
curativos para assistência aos clientes com alterações cutâneas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 32 
 
CAPÍTULO 4 
AVALIAÇÃO DO CLIENTE COM FERIDA 
 
Deve-se entender que o termo avaliação da ferida não foi citado, e sim 
avaliação do cliente com ferida, uma vez que não podemos esquecer que a 
ferida faz parte do cliente e que sem a visão sistêmica da assistência (holismo) 
o objetivo de cicatrização não será alcançado. 
 
Visão sistêmica da assistência 
Refere-se à necessidade de pensarmos que o tratamento de ferida envolve: 
• atendimento à legislação profissional. 
 
“Ao enfermeiro compete privativamente”: 
– Cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica; 
– Participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal da 
saúde, particularmente nos programas de educação permanente. 
 
“Ao técnico de enfermagem cabe”: 
– Assistir ao enfermeiro; 
– Prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave. 
Para mais informações, pesquisar em: www.corensp.org.br (Conselho regional 
de Enfermagem). 
• recursos financeiros: operadora de saúde e auditoria de enfermagem (nos 
casos de hospital particular), glosas se os materiais e recursos não forem 
adequadamente planejados e utilizados. Questões relacionadas a lixo 
hospitalar e prevenção do meio ambiente; 
• conhecimento, habilidade e atitude adquiridos pelo estudo técnico-científico. 
 
 
 
Senac Taubaté 33 
 
Métodos de avaliação da ferida 
 Sistematizada 
 Documentada 
 Periódica 
 Individualizada 
 
Aspectos Gerais 
Dados pessoais 
Condições socioeconômicas e ambientais 
Suporte familiar/ social 
Condições psicológicas/ espirituais 
Saúde: doenças, medicamentos, exames, alergias, mobilidade, nutrição, 
eliminações fisiológicas, sono, higiene, dor. 
 
Aspectos Específicos 
Histórico: como e quando começou tratamentos anteriores, evolução. Etiologia 
da ferida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 34 
 
Classificação das feridas 
Quanto à causa: 
 
• intencional ou cirúrgica; 
• acidental ou traumática. 
 
Quanto à etiologia: 
• aguda: quando há ruptura da vascularização com desencadeamento do 
processo de hemostasia caracterizada por reação inflamatória aguda 
(exsudativa); 
 
• crônica: quando há desvio na sequência do processo cicatricial fisiológico 
caracterizada por resposta mais proliferativa. 
 
Quanto ao tipo de cicatrização: 
 
Feridas de cicatrização de primeira intenção: não há perda de tecidos, as 
margens da pele ficam justapostas. Este é o objetivo das feridas fechadas 
cirurgicamente. 
Feridas de cicatrização por segunda intenção: houve perda de tecidos e as 
margens da pele ficam distantes. A cicatrização é mais lenta do que primeira 
intenção. 
Feridas de cicatrização por terceira intenção: é corrigida cirurgicamente após a 
formação de tecido de granulação, a fim de que apresente melhores resultados 
funcionais e estéticos. 
 
 
 
 
Senac Taubaté 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 36 
 
 
Quanto à extensão do tecido envolvido: 
 
 
Estruturas envolvidas Estadiamento 
Epiderme 
 
 
 
 
Ferida superficial 
Estágio 1 LPP 
Grau 0 pé diabético 
Epiderme e derme Perda parcial 
Estágio 2 LPP 
Grau 1 pé diabético 
 
Epiderme, derme e hipoderme 
 
Perda total 
Estágio 3LPP 
Grau 2 pé diabético 
 
Epiderme, derme, hipoderme, 
Músculos, ossos e 
tendões. 
 
Perda total 
Estágio 4 LLP 
Grau 3 pé diabético 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 37 
 
 
 
 
Classificação de acordo com: 
 
Conteúdo microbiano Agente causador 
• limpa; 
• contaminada; 
• infectada. 
• Incisa ou cortante; 
• lacerante; 
• perfurante; 
• penetrante; 
• contusa; 
• escoriação; 
•. Patológica 
 
 
 
Exsudato: 
 
Volume Consistência / cor Odor 
Grande 
Moderado 
Pequeno 
Ausente 
Seroso 
Serosanguinolento 
Sanguinolento 
Purulento 
Sui generis 
Fétido 
Pútrido 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 38 
 
Leito da ferida: Tecidos viáveis 
 
Tecidos viáveis Tecidos inviáveis 
Granulação 
 Vermelho vivo 
 Brilhante 
 Róseo ou vermelho opaco 
 Hipergranulado 
Epitelização 
Cor 
Consistência 
Viscosa 
Macia 
Firme 
Seca coriácea 
Aderência 
Aderido 
Frouxo 
Solto 
Espaços mortos 
Descolamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 39 
 
Área perilesional: 
Margens da ferida Pele perilesional 
Regulares 
Irregulares 
Aderidas 
Não aderida 
Maceradas 
Ressecadas 
Queratosadas 
Isquemiadas 
Necrosadas 
Epitelizada 
Granuladas 
Solapadas 
 
Integra 
Isquemiada 
Queratosada 
Macerada 
Ressecada 
Quente 
Hiperemiada 
Edemaciada 
 
 
Infecção 
Sinais clínicos: 
 Dor 
 No momento da consulta 
 Pior dor na última semana 
 Média da dor na maior parte do tempo 
 Frequência 
 Contínua 
 Intermitente 
 
 
 
 
Senac Taubaté 40 
 
 Horário 
o Durante a troca do curativo 
o Após a troca do curativo 
o Noite/ repouso 
 Calor 
 Rubor 
 Edema 
 Odor 
 Aumento do exsudato 
 
Documentação: 
 Classificação 
 Localização 
 Dimensão 
 Exsudato 
 Leito 
 Margens 
 Pele ao redor 
 Sinais flogísticos 
 
Localização: 
Auxilia a identificação da etiologia 
Influencia o prognóstico de cicatrização 
Restringe a escolha da cobertura 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 41 
 
 
 
Dimensão: 
Usa-se a régua para medir, em centímetro, o maior comprimento e a maior 
largura da superfície da ferida. Para obter a área total deve-se multiplicar o 
comprimento x largura, para obter a área em cm2; 
Área = Extensão + Profundidade 
 Medida linear 
 Desenho 
 Instilação 
 Moldes 
 Planimetria computadorizada 
 
 
 
Senac Taubaté 42 
 
 
Particularidades envolvendo o tratamento de pacientes com úlceras 
venosas, arteriais ou mistas, pé diabético, lesão por pressão. 
 
As terapias tópicas no tratamento dessas lesões e pele perilesionais seguem 
os mesmos conceitos expostos no início desde capitulo e que serão expostos 
no capítulo seguinte, em Tecnologias em curativos. 
No entanto existem particularidades envolvendo a etiologia e tratamento, 
Sobretudo pensando em questões preventivas, que nos levam a citá-las 
separadamente a seguir. 
 
Úlceras venosas: As úlceras venosas têm características facilmente 
identificadas no exame físico. 
Sua localização é na porção inferior da perna, maléolo medial, próxima a veia 
safena. O leito da lesão apresenta tecido de granulação, vermelho vivo, com 
margens irregulares, exsudação moderada a intensa. A pele circundante 
apresenta dilatação venosa. 
Além da terapia tópica através de coberturas que serão abordadas no capítulo 
seguinte, é preciso, muitas vezes lançar mão de medidas completares que irão 
auxiliar na completa cicatrização da lesão, as quais destaca-se terapia 
compressiva e elevação de membros inferiores. 
Terapia por compressão: consiste na aplicação de pressão estática ou 
dinâmica, nas extremidades dos membros inferiores, já que elas auxiliam o 
retorno venoso. A compressão estática é por meio de bandagens ou meias de 
compressão. È importante ressaltar que ambas necessitam de repouso com 
elevação dos membros inferiores por um período de 15_30 minutos antes da 
aplicação. Elas podem ser rígidas como a bota de unna ou elásticas como as 
ataduras e meias elásticas. 
 
Senac Taubaté 43 
 
Sua indicação deve ser embasada numa avaliação criteriosa e é de 
exclusividade do médico, enfermeiro estomaterapeuta ou ainda enfermeiro 
generalista capacitado. O profissional deve garantir que perfusão periférica 
esteja assegurada e fornecer ao paciente orientações de emergência, sob 
quais condições esta atadura deverá ser retirada. 
A bota de unna, por se tratar de uma bandagem rígida, somente é indicada aos 
pacientes que deambulam e sua eficácia diminui a medica que o edema 
regride. Esse tratamento tem como princípio ativo o oxido de zinco, que pode 
acentuar a epitelização e reduzir a inflamação. No entanto a atadura nem 
sempre absorve o volume total de exsudato, provocando maceração das 
margens, e pele perilesional. Sendo assim os curativos com alginato 
impregnados de cálcio e sódio, espumas com prata podem ser utilizadas como 
curativos primários com bons resultados. 
Elevação dos membros inferiores: tem papel fundamental no tratamento de 
úlceras venosas pois auxiliam no retorno venosos com a ajuda da gravidade. 
Outra forma de favorecer o retorno venoso é elevar os pés da cama. 
 
Úlceras arteriais: São menos frequentes que as ulceras venosas. Decorrem 
na isquemia grave do tecido e são bastante dolorosas. São mais comuns na 
área pré-tibial, dorso dos artelhos, dorso do pé e calcâneos. A forma das 
úlceras é geralmente irregular, com margens bem definidas. O leito da lesão há 
presença de tecido necrótico amarelo ou esverdeado. A quantidade de 
exsudato é reduzida devido ao fluxo sanguíneo reduzido, com pouco tecido de 
granulação. Geralmente são profundas com exposição tendinosa. A pele 
perilesional é seca e descamativa. 
Além do tratamento tópico com coberturas citadas no capítulo seguinte, 
conforme avaliação criteriosa destaca-se a importância de evitar terapias 
compressivas, pois restringem o fluxo sanguíneo. Estimular repouso no leito 
 
Senac Taubaté 44 
 
com a cabeceira elevada de 5 a 7 graus, pois produz aumento na tensão de 
oxigênio e na temperatura da perna isquêmica. As extremidades devem ser 
aquecidas com algodão ortopédico sem garrotear o membro. Também os 
artelhos e todas as proeminências ósseas dos membros inferiores devem ser 
protegidas do atrito e cisalhamento. Utilizar emolientes neutros para evitar 
ressecamento e fissuras. Cortar as unhas com cantos retos. Estimular a 
deambulação quando não a dor e lesão presente para melhorar a circulação 
colateral. 
 
No quadro a seguir descreve-se os sinais e sintomas das úlceras venosas 
e arteriais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 45 
 
Características: Úlcera Venosa: Úlcera Arterial: 
Local Maléolo medial Dedos, 
calcâneos, lateral 
da perna 
Evolução Lenta Rápida 
Aparência da úlcera Margem superficial, não afeta tecidos 
profundos 
Geralmente 
profunda e 
envolve tecidos e 
músculos 
Aparência da perna Marrom, manchas varicosas eczema, 
quente ao toque 
Pele brilhante, 
fria, descorada 
quando 
levantada e 
azulada quando 
abaixada 
Características: Úlcera Venosa: Úlcera Arterial: 
Edema Presente, piora no fim do dia Presente quando 
em repouso 
Dor Variável, associada a edema e infecção Muito dolorosa, 
piora à noite, 
melhora quando 
deixa os MMII 
pendentes 
Pulso pedioso, femural e 
poplíteo 
Presente Ausente ou 
reduzido 
Historia Trombose venosa profunda, flebite e 
varizes 
Doença vascular 
periférica, 
cardiopatias e 
DM. 
 
Senac Taubaté 46 
 
 
 
Avaliação da insuficiência arterial através do Índice Tornozelo-Braço (ITB) 
Para verificação do ITB são necessários um aparelho de pressão e um 
ultrassom portátil. A medida é feita através da pressão sistólica do braço (com 
manguito e estetoscópio) e pressão sistólica do tornozelo (com manguito e 
doopler). Verifica-se a pressãosistólica dos braços e dos tornozelos. A divisão 
do maior valor de pressão sistólica do braço pelo maior valor de pressão 
sistólica do tornozelo oferece o índice de pressão tornozelo braço. 
Os valores de referência são: 
 
VALOR DE ITB INTERPRETAÇÃO 
= 1 
Entre 0,8 e 1 
<0,8 
<0,5 
 
Suprimento arterial normal 
Alguma isquemia presente 
Insuficiência arterial 
Insuficiência arterial severa 
 
 
 
 
Senac Taubaté 47 
 
 
 
 
 
 
Úlceras mistas: Tem sua etiologia ligada a fatores venosos e arteriais. O 
principal desafio nesse caso é adequar à terapia compressiva, que pode ser 
indicada em casos de linfedema importante, mas deve ser suspensa em caso 
de piora da dor. Exercícios de curto período de elevação dos membros 
inferiores devem ser estimulados. Lembrando sempre que a piora do quadro de 
dor pode estar associada à piora da perfusão arterial, sendo necessária nova 
avaliação com especialista. 
 
 
Senac Taubaté 48 
 
 
Pé diabético: Além de tratar as lesões deve-se orientar as pessoas com 
diabetes quanto a proteção adequada dos pés. A saber: Verificar os pés 
diariamente; hidratar os pés após bem secos; testar a temperatura da água do 
banho para evitar lesões por queimadura; não andar descalço; não cortar os 
calos; cessar uso de tabaco; manter controle dos níveis de glicose e seguir 
dieta rigorosa. 
Duração/ anos DM Incidência Neuropatias: 
20 35% 
30 45% 
40 75% 
 
Orientar essas medidas é importante quando se pensa em minimizar 
complicações causadas pelo diabetes. As úlceras de pé diabético são 
classificadas de acordo com a escala de Wagner, explicada no quadro a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 49 
 
 
 
Escala de Wagner: úlceras de pé diabético: 
 
 
Grau Descrição 
0 Lesões pré-ulcerativas 
1 Úlcera superficial 
2 Acometimento de tendão 
3 Abscesso e/ou osteomielite 
4 Gangrena de antepé 
5 Gangrena de todo o pé 
 
 
 
Senac Taubaté 50 
 
 
Lesão por pressão: O National Pressure Ulcer Advisory Panel redefiniu a 
definição de uma lesão de pressão durante NPUAP 2016 Staging Conferencia 
de consenso, que foi realizada 08-09 de Abril 2016 em Rosemont (Chicago). 
 
 
Uma lesão por pressão é localizada danos na pele e do tecido mole 
subjacente geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada 
com um dispositivo médico ou outro. 
(NPUAP) 
 
 
 
 
 
“É uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, 
geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou 
de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento” (NPUAP & EPUAP). 
Sua origem está ligada a fatores como: intensidade de pressão exercida; 
duração da pressão maior que duas horas; tolerância tecidual (cisalhamento x 
fricção); umidade; déficit nutricional. 
O sistema de classificação em estágios da LPP foi criado pelo “National 
Pressure Ulcer Advisory Panel” (NPUAP) em 1989 e validou em Abril de 2016 
as novas terminologias que representa a quantidade de perda ou destruição 
tecidual ocorrida. A seguir será descrito em detalhes essa classificação. 
 
 
 
 
Senac Taubaté 51 
 
Sistema de estadiamento atualizado inclui as seguintes definições: 
 
Estagio 1 Lesão por Pressão: Eritema não branqueável da pele intacta. 
 
A pele intacta, com uma área localizada de eritema não branqueável, que pode 
aparecer de forma diferente em pele pigmentada. Presença de eritema 
branqueável ou alterações na sensação, temperatura, ou firmeza podem 
preceder mudanças visuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 52 
 
Estagio 2 Lesão por Pressão: Perda de pele de espessura parcial com derme 
exposta. 
 
O leito da ferida é viável, rosa ou vermelho, úmido e também pode apresentar 
como uma bolha cheia de soro intacto ou rompido. Tecido Adiposo (gordura) 
não é visível e tecidos mais profundos não são visíveis. Tecido de granulação, 
fibrina e de escara não estão presentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 53 
 
Estagio 3 Lesão por Pressão: Perda da pele de espessura total. 
 
Em que o tecido adiposo é visível no tecido da úlcera e granulação a 
profundidade do dano tecidual varia conforme a localização anatômica, áreas 
de adiposidade signicativa podem desenvolver feridas profundas. Fáscia, 
músculo, tendão, ligamento, cartilagem e ou osso não expostos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 54 
 
Estagio 3 Lesão por Pressão: Pele de espessura total perda de tecido da 
pele e do tecido perda de espessura total com a exposta ou diretamente 
palpável fáscia, músculo, tendões, ligamentos, cartilagem ou osso na úlcera. A 
escara pode ser visível, túneis muitas vezes ocorrem, a profundidade varia 
conforme a localização anatômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 55 
 
Lesão por Pressão não Classificável: Perda de tecido da pele e do tecido 
perda da espessura total em que a extensão do dano tecidual dentro da úlcera 
não pode ser confirmada porque é obscurecida por escaras. Se a escara é 
removida uma lesão pressão estágio 3 ou 4 será revelado. Escara estável (ou 
seja, seca, aderente, intacta, sem eritema) no calcanhar ou membro isquêmico 
não deve ser atenuado ou removido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 56 
 
Dispositivos médicos lesão por pressão relacionadas: 
 
Lesões por pressão relacionados com dispositivo médico resultar do uso de 
dispositivos concebidos e aplicados para fins de diagnósticos ou terapêuticos. 
A lesão pressão resultados geralmente está em conformidade com o padrão ou 
forma do dispositivo. A lesão deve ser interpretada usando o sistema de 
estadiamento. 
 
 
 
Senac Taubaté 57 
 
 
Avaliação de Risco para Lesão por pressão: 
 
A Escala de BRADEN é um instrumento de avaliação de risco para o 
desenvolvimento de Lesão por pressão. Esta escala apresenta uma 
sensibilidade maior e é mais específica, oferecendo maior eficiência na 
avaliação. O grau de escores tem valores entre 4 e 23. 
O escore de 16-23 indica pequeno risco para desenvolvimento de Lesão por 
pressão; de 11-15, observa-se um moderado risco e de 6-10 considera-se um 
elevado risco. Essa avaliação deve ser realizada imediatamente após a 
internação do paciente. Após sua aplicação e somatório dos pontos o paciente 
é classificado quanto ao risco para aparecimento das lesões. São analisados 
os fatores de risco associados e medidas específicas de prevenção são 
implantadas. 
 
 
 
Escore: Risco: 
16-23 Pequeno risco 
11-15 Moderado risco 
6-10 Elevado risco 
 
Senac Taubaté 58 
 
 
Escala de BRADEN: 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 59 
 
CAPÍTULO 5 
TECNOLOGIA EM CURATIVOS 
 
Escolher o produto a ser utilizado deve ser uma das preocupações do 
enfermeiro, ser integrante do processo do cuidar. Porém, ao escolher a 
tecnologia em curativo, a enfermagem, profissão que realiza, na grande 
maioria, os curativos, deve padronizar a técnica para acompanhamento da 
terapia empregada e verificar a evolução da ferida. 
 
Coberturas e produtos 
 
Para que ocorra a cicatrização da ferida é necessário conhecer 
minunciosamente as coberturas disponíveis no mercado, seu mecanismo de 
ação, indicação, advertências, modo de usar e intervalo de troca. Dentre os 
produtos de última geração estão: alginato de cálcio e sódio, hidrogel, carvão 
ativado com prata, hidrocoloide, adesivo de hidropolimero, filmes 
semipermeáveis, espumas, silicone, colágeno. 
Atualmente as coberturas são classificadas da seguinte forma: 
 
As coberturas passivas têm função de proteger e cobrir as feridas. As 
coberturas interativas matem um microambiente úmido facilitando a 
cicatrização, já as coberturas bioativas fornecem elementos necessários à 
cicatrização estimulando a cura da ferida.Sendo que podem utilizadas como 
coberturas primárias quando aplicadas diretamente sobre a ferida ou 
coberturas secundarias quando aplicadas sobre o curativo primário. 
 
 
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A indicação das coberturas deve ser personalizada, sendo essencial a 
avaliação continua da lesão para ajustar a cobertura às necessidades 
individuas, tendo em mente a fase em que a ferida se encontra e o objetivo que 
se quer alcançar. 
A escolha do tipo de cobertura deve atender aos princípios que otimizem o 
processo cicatricial e está intimamente relacionada com sua função que pode 
ser: prevenir e controlar infecções, remover tecidos inviáveis, controlar 
exsudato, preencher espaços, controlar odor e proteger a ferida 
 
Filme transparente 
 
Composição: membrana de poliuretano, semipermeável, adesiva e 
transparente. 
 
Mecanismo de Ação: Permeável a gases e vapor de água e é impermeável a 
líquidos e bactérias. 
Estas propriedades permitem a respirabilidade da ferida (trocas gasosas) e 
evita o acúmulo de umidade entre a pele e o filme, atua também como uma 
barreira de proteção para a pele ou para o curativo primário, fixado pelo filme. 
Pode permanecer na ferida por até 7 dias. 
 
Indicação: Fixação de curativos primários; cobertura de curativos e suturas; 
fixação de tubos, drenos e bolsas de perna; proteção de atritos nas 
proeminências ósseas (calcâneo, cotovelo, joelho, região sacra, trocanteriana) 
e cobertura protetora da pele; 
 
Como usar: 
• Para prevenção de ulceras por pressão aplicar o filme diretamente na área. 
 
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• Para fixação de cateteres, aplicar diretamente sobre o local puncionado; 
• Para fixação de curativos, aplicar sobre o curativo primário 
 
 
Hidrocolóides 
 
Composição: Carboximetilcelulose, gelatina e a pectina, podendo estar 
sozinhos ou combinados. Apresentações: placa, fibra, gel, pasta e pó. 
Transformam-se em um gel no contato com o exsudato da ferida. 
Existe no mercado hidrocolóide em placa associados a alginatos de cálcio e 
prata, com objetivo de absorver mais exsudato e reduzir proliferação bacteriana 
no leito da lesão. Deve ser trocado quando estiver saturado, podendo 
permanecer na lesão por até 7 dias. 
 
Indicação: Proteger áreas do corpo em risco para a lesão por fricção; feridas 
não infectadas, com baixo exsudato; ferida cirúrgica limpa com ou sem sutura 
(ideal que seja hidrocolóide de espessura fina); barreira para efluente de 
fistulas ou estomas 
 
Contraindicações: Áreas úmidas e feridas infectadas; 
 
Como usar: Aplicar diretamente na área. 
 
 
 
 
 
 
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Alginato de cálcio e sódio 
 
Composição: fibras extraídas de algas marinhas marrons, compostas pelos 
ácidos gulurônico e manurônico, acrescidos em seu processo de fabricação de 
íons cálcio e sódio. 
 
Mecanismo de ação: Absorção da exsudação da ferida formando um 
hidrofílico e não aderente, que proporciona um meio úmido sobre a superfície 
da ferida, promovendo o desbridamento autolítico e absorvendo o excesso de 
exsudato, permitindo a remoção sem trauma, com pequeno ou nenhum dano 
para o tecido recém-formado criando, desse modo, um meio adequado para o 
processo de cicatrização. 
 
Indicações: Feridas exsudativas, com sangramento, limpas ou infectadas, 
agudas ou crônicas, superficiais ou profundas, desbridamento de pequenas 
áreas com esfacelo, áreas doadoras de enxerto. 
 
Contraindicações: Não deve ser utilizado em associações com antibióticos 
tópicos, pois componentes da formulação podem inibir o processo de 
geleificação do alginato de cálcio; não é indicado para queimaduras de terceiro 
grau e não é indicado para prevenção de ulceras por pressão. 
 
Como usar: aplicar sobre a lesão, preenchendo cavidades, descolamentos, 
túneis e sinus. Requer curativo secundário. 
 
 
 
 
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Ácido Graxo Essencial 
 
Composição: ácido caprílico, ácido cáprico, ácido caprólico, ácido láurico, 
ácido linoléico, vitamina A, vitamina C e lecitina de soja. 
 
Indicação: feridas de todos os tipos em processo de cicatrização, 
preferencialmente na fase proliferativa. 
 
Como usar: aplicar sobre a lesão pode ser associado à alginato de cálcio e 
sódio e compressas não aderentes. 
 
Importante: o produto deve ter registro no Ministério da Saúde, certificado de 
responsabilidade técnica do fabricante, emitido pelo conselho regional 
competente. 
Avaliação da propriedade bactericida e bacteriostática do produto, realizado em 
laboratório reconhecido nacionalmente, lauda da matéria prima utilizada, em 
papel timbrado pelo fornecedor. Essas especificações entre outras garante a 
qualidade do produto a ser usado. 
O profissional que usa produtos que não atendam à essas especificações está 
comprometendo a sua ética profissional. 
 
 
Carvão ativado 
 
Composição: É curativo primário e/ou secundário composto de tecido de 
carvão ativado impregnado com prata. Pode ser recortável ou em sache. 
 
 
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Mecanismo de ação: O tecido de carvão ativado adsorve os gases voláteis, 
responsáveis pelo mau cheiro e os microorganismos produtores desta 
substância. A prata impregnada no tecido de carvão exerce efeito bactericida 
sobre os microorganismos auxiliando no controle de infecção da ferida. 
Apresentações com e sem prata, recortáveis e não recortáveis. 
 
Precauções: Não secar o leito da ferida, pois este procedimento pode causar 
trauma ao tecido de granulação. 
 
Como usar: Como curativo primário: 
- Irrigar bem o leito da ferida com solução fisiológica 0,9% 
- Secar somente a região periférica 
- Colocar o carvão ativado com prata sobre a ferida 
- Ocluir com uma cobertura estéril 
Como curativo secundário: 
- Irrigar bem o leito da ferida com solução fisiológica 0,9% 
- Secar somente a região periférica 
- Colocar curativo primário sobre a ferida 
- Aplicar e fixar carvão ativado com prata 
 
Intervalos de troca: 
Como curativo primário: A cobertura pode permanecer sobre a ferida até seu 
completo saturamento, podendo ser trocada no máximo a cada 7 (sete) dias. 
Inicialmente, pode ser necessário trocar nas primeiras 24 – 48 h. É importante 
ressaltar que a frequência da troca dependerá do volume do exsudato, controle 
da infecção e odor devendo ser definida pelo profissional responsável e de 
forma individualizada. 
 
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Como curativo secundário: Trocar a cobertura secundária sempre que estiver 
saturada, ou conforme troca do curativo primário. A cobertura secundária não 
deverá permanecer na lesão por mais de 7 (sete) dias. 
 
 
 
 
Silicones 
 
Os curativos de silicones são fisiologicamente inertes, não-tóxicos que, por sua 
natureza hidrofóbica promovem troca atraumática de curativos. Evita lesão 
quando o tecido da úlcera ou área ao redor é frágil ou friável. São utilizados 
para prevenir e tratar cicatrizes hipertróficas e queloides. 
 
Hidrogel 
 
Composição: É um gel estéril destinado ao tratamento de feridas que possui 
em sua formulação água deionizada, propilenoglicol e óleos de origem vegetal; 
 
Mecanismo de ação: Promove a hidratação da ferida, mantendo um ambiente 
úmido ideal para cicatrização e para o desbridamento autolítico. Este processo 
de hidratação alivia a dor pela umidificação das terminações nervosas expostas 
na ferida. O produto é um curativo primário, não aderente e fácil de aplicar que 
preserva o tecido de granulação recém-formado durante as trocas de curativos, 
pois é removido facilmente pela irrigação da ferida com solução fisiológica. 
 
 
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Indicação: É indicado para promover o desbridamento autolítico e estimular a 
cicatrização em feridas secas; superficiais ou profundas; com ou sem infecção, 
necrose ou esfacelo. Além disto, o hidrogel é ideal para a manutenção da 
viabilidade de ossos e tendões expostos em feridas profundas.• Manter o meio úmido em feridas com tecido de granulação; 
• Desbridamento autolitico de necroses secas ou esfacelos. 
 
Contraindicações: O produto não deve ser utilizado em pacientes com 
conhecida sensibilidade ao gel ou a algum de seus componentes, grandes 
queimados, ou em lesões com exsudato em média ou grande quantidade. 
 
Como usar: Aplicar uma fina camada sobre a área a ser desbridada ou 
hidratada, requer curativo secundário. 
Intervalos de troca: Seu uso não é viável por mais de setenta e duas horas. O 
curativo também pode ser trocado quando a cobertura secundária apresentar 
sinais de saturação 
 
Compressa com emulsão de petrolatum 
 
Composição: É um curativo primário, estéril, não aderente, constituído por 
uma malha de acetato de celulose (Rayon) impregnada com uma emulsão de 
petrolatum. 
Mecanismo de ação: O petrolatum é um eficiente umectante, contribuindo 
para a hidratação de pele íntegras ou lesadas. O tecido de Rayon é sintético, 
inodoro, poroso, isento de substâncias alergênicas e apresenta bordas bem 
acabadas. Por ser poroso, o curativo permite a respirabilidade da ferida e o 
fluxo do exsudato para que seja absorvido pelo curativo secundário, evitando o 
acúmulo de fluido no local da lesão. Além disso, o tecido de Rayon pode ser 
 
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recortado para atender a necessidade de diferentes tamanhos de feridas sem 
provocar o desprendimento de filamentos. 
 
Indicação: Feridas com tecido de granulação. 
 
Como usar: Aplicar a compressa sobre a lesão e deve ser combinado com um 
curativo secundário estéril para que seja possível a absorção do exsudato da 
ferida. 
 
Intervalos de troca: Deve ser monitorado por um profissional da saúde que 
indicará a frequência adequada das trocas do curativo. O produto deverá ser 
substituído sempre que for observada a diminuição de sua característica não 
aderente. 
 
Contraindicações: Não deve ser utilizado em pacientes com conhecida 
sensibilidade ao produto ou a algum de seus componentes. Além disso, seu 
uso não é indicado para pacientes que estejam recebendo tratamento por 
câmara hiperbárica. 
 
Curativos impregnados com prata 
 
Composição: Existe no mercado coberturas de hidrofibra com prata, alginato 
com prata, espumas com prata 
 
Mecanismo de ação: A prata é conhecida pelas suas características 
antimicrobianas, sendo embora utilizada desde meados do século passado no 
tratamento de feridas, sob as mais variadas formas, vários curativos com prata 
em formatos e concentrações diferentes estão disponíveis com a proposta de 
 
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da liberação graduada de pequenas quantidades de íons de prata, durante um 
determinado período de tempo, diminuindo da frequência de trocas. 
 
Indicação: Feridas de moderada a altamente exsudativas, com sangramento, 
agudas ou crônicas, superficiais ou profundas; feridas infectadas de qualquer 
etiologia, barreira física para prevenção da penetração de micro-organismos. 
 
Como usar: Escolher o tamanho e/ou apresentação do curativo que melhor se 
adapte, de modo que seja mínima a sobreposição na região ao redor da ferida. 
Ocluir se necessário, com uma cobertura secundária estéril. 
 
Intervalos de troca: A frequência de troca irá depender da condição da ferida 
e do nível de exsudação. O curativo poderá ser mantido na ferida por até 7 
dias. Para feridas limpas exsudativas, efetuar a troca quando o curativo 
secundário estiver saturado ou de acordo com a orientação do profissional da 
saúde. Após a retirada do curativo secundário, se o leito da ferida estiver seco, 
saturar o curativo com solução salina estéril antes da remoção. 
 
Contraindicações: Sensibilidade aos componentes do produto. Feridas secas 
(nesse caso necessitam de umidificação periódica do curativo sobre o leito da 
ferida, correndo-se o risco de reduzir a temperatura do leito da lesão. 
 
Espumas 
 
Composição: espuma de poliuretano impregnadas com prata ou ibuprofeno. 
 
Mecanismo de Ação: Sua principal função é controlar a umidade no leito da 
ferida. O líquido se expande para preencher cavidades. Camada interna 
 
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hidrofílica é absorvente e a camada externa é hidrofóbica que age como 
protetor. Apresentação associada à prata e ibuprofeno. 
 
Indicação: Feridas exsudativas 
 
Como usar: aplicar diretamente sobre a lesão, requer cobertura secundária 
 
Contraindicações: feridas pouco exsudativas. 
 
Papaína 
 
Composição: Enzima proteolítica liofilizada do látex do mamão Carica papaya. 
Encontrada na forma de pó liofilizado (solúvel em água destilada ou soro 
fisiológico); gel ou creme. 
 
Mecanismo de ação: Provoca dissociação das moléculas de proteína, 
resultando em desbridamento químico, embora esta não seja sua única ação. É 
bactericida e bacteriostática, além de estimular a força tênsil das cicatrizes, o 
que promove uma ferida mais resistente e com menor possibilidade de 
reabertura. 
Como usar: Aplicar sobre a lesão de acordo com o tipo de tecido encontrado 
(necrose, granulação, esfacelo), devem ser utilizadas diferentes percentuais: 
2%, 4%, 6% ou 10%. 
 
Indicação: Feridas com pouco a moderado exsudato; feridas com necrose. 
 
Contraindicações: pacientes alérgicos à látex. 
 
 
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FITOTERÁPICOS 
 
 CALÊNDULA 
 BABOSA 
 CAMOMILA 
 PAPAÍNA 
 AGE 
 
• NOME POPULAR- Calêndula, mal-me quer, bem-me quer 
• NOME CIENTÍFICO- Calendula officinalis/ flores e folhas 
• USO MEDICINAL: - Lesões de pele (ulcera venosa, Lesão de pressão, 
queimadura, fissuras de mamilo, foliculite, furunculose, eczema 
seborreíco/ protetor da pele-mucilagem e ácido oleanóico; ação 
antiinflamatória-flavonoídes); 
• dermatite amoniacal, acne(diminui oleosidade e aumenta tonicidade da 
pele), 
• PREPARAÇÕES: Uso interno (chá, tintura); Uso externo (tintura ou 
extrato glicólico- 5ml em 50 ml de água fervida ou soro- lavar ou 
compressas 2 a 4 vezes/dia creme ou pomada 10%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• NOME POPULAR: Babosa 
• NOME CIENTÍFICO: Aloe Vera / polpa da folha 
• USO MEDICINAL: -Lesões de pele (queimaduras,ulcera venosa, ulcera 
de pressão/ antiinflamatória, emoliente, umectante devido a mucilagem, 
ação regeneradora de tecido e refrescante devido ao aleferom, estimula 
fibroblastos; 
• afecções de pele (psoríase, eczemas, erisipela, acne, picadas de 
insetos, seborreía e queda de cabelos 
• hemorroída uso tópico /antimicrobiano 
• PREPARAÇÕES: Uso interno- tintura, pó; uso externo- gel mucilaginoso 
fresco, creme 25%; contra-indicado 
• Gravidez e menstruação(contração) e aleitamento. 
 
• NOME POPULAR: Camomila, matricária 
• NOME CIENTÍFICO: Chamomilla recutita/ sum. floridas 
• USO MEDICINAL: Afecções da pele: queimaduras de sol, ulcera 
venosa, dermatite amoniacal, rachadura de mamilo, conjuntivite, 
irritações oculares, inflamações de garganta e gengiva, hemorroidas. 
• OUTRAS AÇÕES: analgésica, antialérgica, antipruriginoso, 
antifúngico(candida albicans). 
• PREPARAÇÕES: Uso interno: Chá infusão (1 colher de chá (1 a 2 g) 
das flores secas, 1 xícara de chá de água- adulto1 xícara de chá 3 x 
/dia, tintura, extrato fluido. 
• Uso externo: creme e loções- extrato glicólico 
 
 
 
 
 
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Terapias adjuntas utilizadas no tratamento de feridas 
 
Terapia por pressão negativa- Vácuo 
 
Devido à dificuldade em se obter bons resultados no tratamento das feridas 
complexas, foi proposto no ano de 1997 por Argenta e Morykwasa utilização de 
pressão negativa (Vacuum Assisted Closure – V.A.C.- KCI, USA ) como terapia 
adjunta no tratamento de feridas. 
A pressão negativa atua no leito da ferida através de esponja hidrofóbica ou 
espuma de poliuretano de poliuretano conectada por um tubo plástico à bomba 
de vácuo. A pressão pode ser ajustada de 50 a 125 mmHg e usada de forma 
continua ou intermitente. Essesistema é usado colocando quantidade 
suficiente de esponja no leito da ferida para cobrir toda sua extensão e 
vedando-a com filme transparente, obtendo-se assim um selo hermeticamente 
fechado. A bomba ao ser ligada produz pressão negativa no sistema e na 
ferida. Essa pressão negativa promoveria drenagem do excesso de fluidos do 
leito da ferida e do espaço intersticial, reduzindo a população bacteriana e o 
edema, além de aumentar o fluxo sanguíneo local e a formação do tecido de 
granulação, efeitos que levariam à melhor cicatrização das feridas complexas. 
 
 
 
 
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Terapia por pressão positiva- Hiperbárica 
 
O oxigênio molecular, desempenha papel importante no processo de 
cicatrização. A hiperoxia causada pela oxigenação hiperbárica (OHB) aumenta 
a tolerância dos tecidos à isquemia, incrementando os mecanismos biológicos 
de defesa contra radicais livres e aumentando a capacidade dos tecidos de 
suportar a isquemia tecidual. 
A OHB tem efeito protetor na microcirculação, possivelmente por interferir na 
ação deletéria causada pela ativação dos neutrófilos sobre o endotélio 
microvascular. Essa habilidade de interferir nos neutrófilos estimula a 
angiogênese e aumenta a atividade da síntese de fibroblastos e de colágeno. 
Tal terapia tem sido indicada para o tratamento adjunto de úlceras varicosas, 
diabéticas e Lesão por pressão. 
 
 
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Laser 
Dentre as alternativas de tratamento para feridas tem-se como opção a 
laserterapia. O laser é uma forma de luz caracterizado como modalidade 
terapêutica atérmica. 
O termo laser é um acrônimo para “Light Amplification by Stimulated Emission 
of Radiation” (amplificação da luz pela emissão estimulada da radiação) O que 
a torna diferente são as propriedades de ser monocromática coerente e a 
direcionalidade. Seu uso advém dos efeitos fototérmicos e de fotoablação do 
tecido, usados para cortar, soldar e destruir tecidos. Foi a partir do final da 
década de 1970 que os estudos se aprofundaram para as interações atérmicas 
do laser com o tecido, através do laser de baixa intensidade. 
Na interação laser-tecido encontramos efeitos primários como: o bioquímico, o 
bioelétrico e o bioenergético. Contudo, no caso da laserterapia à baixa 
intensidade, a ênfase, por definição, incide sobre as reações não - térmicas da 
luz com o tecido. 
Na prática clínica, as principais indicações dos lasers da baixa intensidade têm 
sido identificadas como sendo, primeiramente, o tratamento de feridas, através 
 
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do efeito de fotobioestimulação. Assim os lasers têm sido usados em condições 
que estão relacionadas com úlceras varicosas, diabéticas e por pressão. A 
investigação tem demonstrado que a irradiação através do laser é 
particularmente bem sucedida em tendinopatias e situações clínicas onde 
hematomas estão presentes, bem como nas bursites e lesões vulgares dos 
tecidos moles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 6 
GRUPO DE CURATIVO 
 
Composição 
 
• o coordenador deve ser, preferencialmente, especialista na área, 
estomaterapeuta. 
• deve-se ter elaboração de plano de assistência. 
• fichas e impressos específicos para registros. 
• anotações em prontuário. 
• atuação em conjunto com equipe multidisciplinar. 
• Participação em projetos, em conjunto com a educação permanente. 
• assessoria técnica de empresas especializadas que fornecem cobertura para 
tratamento de feridas e consultoria de profissional especializado. Os grupos de 
curativo podem atuar na realização dos curativos ou na orientação dos 
profissionais que realizarão curativos; pesquisa e ensino sobre o tema, 
contribuindo para publicações de trabalhos científicos e comprovando, junto ao 
setor de compras e diretoria do hospital, a eficiência de coberturas e 
padronização de materiais; ou ainda, realizando as duas funções. A escolha da 
atuação do grupo dependerá da filosofia, visão, missão e valores da instituição 
onde se trabalha. 
 
 
 
 
 
 
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Algumas ações do grupo de curativo 
 
• deve visar à implantação de protocolos, que contribuem na segurança de 
procedimentos, mas não substituem a necessidade do amplo conhecimento do 
profissional que está desempenhando a assistência ao cliente com ferida. 
• Padronização de materiais: tecnologias em curativos. 
• Ter registro sobre os clientes que assiste (na prevenção ou no curativo de 
ferida). 
• Avaliações e reavaliações sobre a eficácia da atuação. 
• Acompanhar a evolução dos clientes com ferida. 
• Trabalhar em conjunto e orientar a equipe multiprofissional. 
• Conseguir perante a instituição novidades em tecnologia em curativo. 
• Realizar estatística da sua atuação. 
• Participar de ensino e pesquisa sobre o assunto “ferida’’. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Hospital das Clínicas – grupo de Estudos de feridas, 1999. 
DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. (2a ed) São 
Paulo: atheneu, 2001. 
FERREIRA MC, PAGGIARO A. Terapia por pressão negativa - vácuo. Rev Med 
(São Paulo). 2010 jul.-dez.;89(3/4):142-6. 
HARRIS, M.I.N.C. Pele: estrutura, propriedades e envelhecimento. 3ªed. São 
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003) 
DOMANSKY, RC; BORGES, EL. Manual para prevenção de lesões de pele: 
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OLIVEIRA, CAG. Associação da laserterapia com papaína na cicatrização de 
úlceras diabéticas em membros inferiores. São José dos Campos: Univap, 
2007. 
PRAZERES, SJ. Tratamento de feridas: teoria e prática. Porto Alegre: Moriá 
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SMELZER, S. C. & BARE, BG. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem 
médico e cirúrgico. (7a ed) 1. vol. rio de Janeiro: guanabara Koogan, 1998. 
SILVA, RCL et al. Feridas: fundamentos e atualizações em enfermagem. São 
Caetano do Sul: Yendis, 2007. 
 
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ROCHA, FST. Efeito da oxigenação hiperbárica e da N-acetilcisteína na 
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Sites de pesquisa: 
 
www.abennacional.org.br (acesso em 16/09/2015) 
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www.corensp.org.br (acesso em 16/09/2016) 
www.soben.org.br (acesso em 16/09/2015) 
www.sobest.org.br (acesso em 16/09/2016) 
www.scielo.org (acesso em 16/09/2015) 
www.npuap.org (acesso em 10/10/2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Senac Taubaté 80 
 
 
Assistência de enfermagem no tratamento de Feridas e curativos. 
 
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Outros materiais