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1 Área 01, Aula 01 Conceitos básicos, objetivos e evolução da Vigilância em Saúde 1ª Edição Junho de 2018 CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo Copyright © 2018, Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo. Todos os direitos reservados. A cópia total ou parcial, sem autorização expressa do(s) autor(es) ou com o intuito de lucro, constitui crime contra a propriedade intelectual, conforme estipulado na Lei nº 9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais), com sanções previstas no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1° ao 3°, sem prejuízo das sanções cabíveis à espécie. Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS Quadro Geral da Organização DIRETORIA EXECUTIVA Presidente – Mauro Guimarães Junqueira Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins Vice-Presidente – Wilames Freire Bezerra Diretora Administrativo – Cristiane Martins Pantaleão Diretora administrativo- Adjunto- Silva Regina Cremonez Sirena Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida Diretora Financeiro-Adjunto – Iolete Soares de Arruda Diretor de Comunicação Social – Diego Espindola de Ávila Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Maria Célia Valladares Vasconcelos Diretora de Descentralização e Regionalização – Stela dos Santos Souza Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Soraya Galdino de Araújo Lucena Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Carmino Antônio de Souza Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Erno Harzheim Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Murilo Porto de Andrade Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Débora Costa dos Santos Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Vanio Rodrigues de Souza Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Adjunto – Afonso Emerick Dutra 2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – André Luiz Dias Mattos 1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago 2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima 1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Januário Carneiro Neto 1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Luiz Carlos Reblin 2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Geovani Ferreira Guimarães 2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Rubens Griep Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Angela Maria Lira de Jesus Garrote Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste –Aparecida Clestiane de Costa Souza Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste–Maria Angélica Benetasso Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Tereza Cristina Abrahão Fernandes Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa Conselho Fiscal 2º Membro – Região Sul- Sidnei Bellé Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges de Medeiros RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS COSEMS - AC - Tel: (68) 3212-4123 Daniel Herculano da Silva Filho COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859 Izabelle Monteiro Alcântara Pereira COSEMS - AM - Tel: (92) 3643-6338 / 6300 Januário Carneiro da Cunha Neto COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390 Maria de Jesus Sousa Caldas COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946 Stela Santos Souza COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099 Josete Malheiros Tavares COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287 Andréia Passamani Barbosa Corteletti COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412 Gercilene Ferreira COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985 Domingos Vinicius de Araújo Santos COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815 Eduardo Luiz da Silva COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108 Wilson Braga COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406 Silvia Regina Cremonez Sirena COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333 Charles César Tocantins de Souza COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366 Soraya Galdino de Araújo Lucena COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256 Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511 Leopoldina Cipriano Feitosa COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417 Cristiane Martins Pantaleão COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763 Maria da Conceição de Souza Rocha COSEMS - RN - Tel: (84) 3222-8996 Débora Costa dos Santos COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371 Afonso Emerick Dutra COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817 Helenilson José Soares COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833 Diego Espíndola de Ávila COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242 Sidnei Belle COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960 Enock Luiz Ribeiro COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146 Carmino Antonio de Souza COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782 Vânio Rodrigues de Souza Equipes do Projeto EQUIPE TÉCNICA Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas Elton da Silva Chaves José Fernando Casquel Monti Kandice de Melo Falcão Márcia Cristina Marques Pinheiro Marema de Deus Patrício Nilo Bretas Júnior EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas Catarina Batista da Silva Moreira Cristiane Martins Pantaleão Fábio Ferreira Mazza Hisham Mohamad Hamida Jônatas David Gonçalves Lima José Fernando Casquel Monti Joselisses Abel Ferreira Kandice de Melo Falcão Luiz Filipe Barcelos Murilo Porto de Andrade Nilo Bretas Júnior Sandro Haruyuki Terabe Wilames Freire Bezerra Sobre o CONASEMS Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de municípios brasileiros. Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país. Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br. Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo - ProEpi Supervisão Érika Valeska Rossetto Coordenação Sara Ferraz Coordenação Pedagógica Hirla Arruda Gestão Pedagógica e de Tecnologia da Informação Renato Lima Conteudista Walter Ramalho Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico Danielly Xavier Revisão Daniel Coradi José Alexandre Menezes Sara Ferraz Ilustração Guilherme Duarte Mauricio Maciel Diagramação Mauricio Maciel Design Instrucional Guilherme Duarte Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília Supervisão Jonas Brant Sobre a ProEpi Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir para o aprimoramento da saúde pública no Brasil e no mundo. Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdos educacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias. A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho transformadoras. Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede: converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br. Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde Pública Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais de saúde de todo o país. Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº 0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde Pública. Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de segurança no trabalho serão discutidos. As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas aprendidas aqui. Sucesso! Sumário AULA 1- Vigilância em Saúde – Conceitos básicos, objetivos e evolução ....... 12 1. Conceito, histórico e evolução da Vigilância em Saúde ........................... 13 1.1 Histórico da Vigilância em Saúde no Brasil .................................... 25 2. A Vigilância, a ação e o monitoramento.................................................... 32 Vamos relembrar? ........................................................................................ 41 12 AULA 1- Vigilância em Saúde – Conceitos básicos, objetivos e evolução Olá! Vamos iniciar esta área de competência com o conteúdo “Vigilância em Saúde – conceitos básicos, objetivos e evolução” da ferramenta EAD autoinstrutiva de Vigilância em Saúde Pública. Aqui, o foco é a discussão sobre a gestão da saúde centrada na vigilância em saúde. Você vai estudar a forma como as instituições abordam a questão da Vigilância no seu cotidiano. Ao final, você será capaz de: Compreender o histórico, a evolução e os conceitos de Vigilância em Saúde; Compreender o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, a influência no seu trabalho da rotina e a integração entre os setores. Para começar, o que você conhece da Vigilância em Saúde do seu município? Você sabe quando se organizaram as vigilâncias de saúde em seu município? Como as informações de saúde são obtidas? Nesta unidade, mostraremos um panorama nacional da Vigilância em Saúde e do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde no Brasil. Reflita sobre os conceitos 13 e ao final, conte-nos em nossa Comunidade de Prática como ocorre a vigilância em seu estado ou município. Aguarde! Anunciaremos o lançamento da Comunidade de Prática Guardiões da Saúde aqui! 1. Conceito, histórico e evolução da Vigilância em Saúde Campanha de Prevenção da Dengue - Participe e divulgue! Conceitualmente, a vigilância em saúde compreende as ações de atenção primária que são desenvolvidas de forma intersetorial e devem ser dirigidas à prevenção de riscos e danos. As ações de vigilância em saúde são direcionadas para grupos populacionais específicos e devem servir para reorientar as demandas na área da saúde pública. Na prática do SUS, a vigilância em saúde é um setor que deve conter e integrar diferentes segmentos, atuando em contínua articulação. A vigilância é uma das atividades mais antigas da Saúde Pública! 14 Atividades de saúde pública - Fonte: Desconhecida Ao olharmos esse mosaico, possivelmente alguma das imagens nos parecerá familiar na rotina de trabalho. A caixa onde estão contidas todas as imagens poderia então representar o setor da Vigilância em Saúde onde diferentes áreas como as doenças transmissíveis, promoção à saúde, laboratório, entre outras, estão incluídas. Contudo, esse mosaico também pode ser útil para que possamos refletir, por exemplo, onde se processa a integração? É sempre necessário e possível integrar todas as áreas? Quais ações propiciam essa integração? 1.1 - Um pouco de história Na Grécia antiga, Hipócrates, considerado o pai da medicina, já realizava observações sobre as doenças e estabelecia relações entre suas características e as do ambiente como as estações, o solo, a água e outras. 15 Hipócrates examinando um paciente - Fonte: Desconhecida Além disso, ele já registrava os dados em um instrumento próprio! Esse instrumento foi um modelo primitivo para coleta de dados e análise de situação de saúde. A análise dos dados permitiu diferenciar formas de ocorrência das doenças, epidemias e endemias que são conceitos fundamentais da vigilância epidemiológica. Depois de Hipócrates, foram poucos os avanços em relação aos estudos das doenças e suas causas. Entre esses, podemos citar: - Lucretius (séc I-II a.C.) - Relacionou a maior letalidade das doenças às que eram transmitidas de pessoa a pessoa ou do lugar à pessoa; - Galeno (129-200 d.C.) - Codificou e consolidou a teoria hipocrática; 16 - Fracastoro (1478-1553) - Primeira “Teoria do germes” – as doenças são transmitidas por entidades e autopropagam-se. - Paracelsus (1493-1541) – A doença era atribuível a causas ambientais de vários níveis considerando, por exemplo, as de causas cósmicas e causas mundanas. Também identificou uma fonte de doenças a partir da exploração de minas de prata e construiu um argumento de que as doenças respiratórias eram causadas por “venenos ambientais” a partir dessas observações. Galeno, médico e filósofo romano de origem grega – Fonte: Vigneron, 1865 (Domínio Público) Claudius Galenus ou Galeno de Pérgamo: médico e filósofo de origem grega foi, provavelmente, o mais talentoso médico investigativo da sua época. Saber como as pessoas morrem, isto é, coletar dados sobre mortalidade, foi a matéria prima para as primeiras análises das condições que afetam a saúde da população. A partir do Século XVII, alguns cientistas se dedicaram muito aos estudo sobre mortalidade. Podemos citar como importantes marcos na vigilância em saúde: William Farr, John Graunt e John Snow - Fonte: Desconhecida 17 Jonh Graunt (1620-1674) – Cientista e demógrafo britânico é precursor na construção de Tábuas de Mortalidade, procedendo tratamento dos dados com exame crítico das fontes, uso de frequência e aplicação de métodos estatísticos para lidar com alguns tipos de problemas nos dados. Mais adiante, no século XIX, Willian Farr iniciou a coleta e a análise sistemática das estatísticas de mortalidade na Inglaterra e País de Gales. Graças a essa iniciativa, Farr é considerado o pai da estatística vital e da vigilância. Sem esquecer obviamente um dos pioneiros da epidemiologia, o anestesiologista inglês John Snow, que foi contemporâneo de William Farr e que falaremos melhor sobre o trabalho dele em outros módulos. No mundo contemporâneo, muitos desafios são impostos na saúde pública global e a vigilância em saúde tem um papel essencial. Entre esses desafios mais recentes, podemos destacar: A ameaça de uma nova pandemia de gripe através da cepa H5N1 do vírus da Influenza (Gripe Aviária) que demandou uma grande mobilização dos cientistas, sanitaristas e gestores de saúde de vários países nos anos de 2004 a 2006 na construção de um plano de preparação para a pandemia de gripe. Conheça uma das primeiras versões do plano brasileiro em bit.ly/planoinfluenza. Um dos aspectos centrais na preparação desse plano de contingência foi a necessidade de reunir diferentes setores (saúde, agricultura, educação, comunicação social, segurança pública, entre outros) em um verdadeiro esforço coletivo de produzir um documento prático que funcionasse efetivamente para orientar os governos e instituições federais, estados e municípios. Como na foto abaixo, da época da gripe aviária. Um exemplo da necessidade de integrar a comunicação social na construção de um plano de resposta, visando esclarecer as pessoas e reduzir o impacto das imagens difundidas indiscriminadamente pela mídia. 18 Aves são recolhidas durante pandemia de gripe aviária - Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e- saude/noticia/2012/06/pandemia-de-gripe-aviaria-em-humanos-e-possivel-dizem-cientistas.html A epidemia de Ebola iniciada em 2014 foi outro importante exemplo e grande desafio para o exercício da vigilância em saúde global em organizar estratégias de ação para intervir em uma situação crítica de saúde pública que ameaçava transpor os limites geográficos de países onde a doença é endêmica a pelo menos quatro décadas. A maior epidemia de Ebola presenciada desde a descoberta do vírus em 1976 gerou grande preocupação da população e autoridades a nível mundial. A cultura, a geografia e os sistemas de saúde frágeis de alguns países africanos como Guiné, Libéria e Serra Leoa foram pontos decisivos na perspectiva da epidemia ultrapassar os limites geográficos da área mais atingida. A elevada letalidade do vírus Ebola, a facilidade de propagação do vírus, sobretudo em função de sua forma de transmissão, além da mídia e a intensa mobilidade de pessoas em viagens de negócios e lazer foram fatores essenciais durante toda essa conjuntura e impulsionaram maior atenção para os países afetados e África e para as possíveis consequências desta epidemia se transformar em pandemia. 19 Vale destacar que a epidemia de Ebola gerou a necessidade de uma das mais importantes mobilizações de diferentes instituições governamentais e não governamentais na perspectiva da atuação frente uma ameaça de saúde global. Ações de vigilância e controle foram necessárias e decisivas em função da congregação de inúmeras organizações e instituições que intervieram para a assistência dos casos e para prevenção da expansão da epidemia. Podemos citar: Médicos Sem Fronteiras responsáveis por grande parte dos cuidados clínicos desde o início da epidemia assim como também por organização de centros de tratamento e fornecimento de financiamentos. The World Food Programme promovendo a entrega de alimentos, a limpeza de terrenos para novos cemitérios, assim como a utilização de helicópteros para obtenção de respostas rápidas nas áreas mais remotas dos países afetados. A instituição Save The Children assumindo a responsabilidade pela gestão de um centro de tratamento construído pelo governo do Reino Unido. A UNICEF promovendo a saúde infantil, o parto seguro e liderando boa parte da mobilização social. Centers for Disease Control and Prevention /CDC-USA que mobilizou equipes técnicas de apoio, rastreamento, gerenciamento e realização de diagnóstico laboratorial e desenvolvimento de testes para detecção do vírus Ebola além de recursos financeiros e logísticos. O governo cubano, que enviou dezenas de profissionais médicos e enfermeiros para apoiar a assistência aos doentes. A International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies − IFRC e seus voluntários colaboraram oferecendo às famílias das vítimas enterros seguros e dignos. A International Medical Corps, International Rescue Committee e a International Organization for Migration foram importantes ao lidarem com a administração das instalações de tratamento estabelecidas. 20 Segundo a OMS, entre as ações de vigilância e controle da epidemia do Ebola desencadeadas, vale destacar: Ações no nível local: logística para prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, monitoramento do deslocamento de pessoas para outras cidades; Ações à nível nacional: estabelecimento de um centro de coordenação para questões logísticas, tais como compartilhamento de informações e compra de equipamentos para pessoal da área de saúde, finanças e controle das fronteiras; E ações de caráter Internacional: compartilhamento de informação entre países e por meio de instituições, OMS, Nações Unidas, ONGs, captação de recursos financeiros para a contenção da epidemia e cooperação na área de vacinas e medicamentos testados contra o vírus. Profissionais durante epidemia No Brasil do século XVII, mesmo sem o conhecimento da relação entre as doenças infecto contagiosas e os agentes etiológicos causadores, encontramos um importante documento “Tratado Único da Constituição Pestilencial de Pernambuco” que é uma fonte significativa para a história da vigilância em saúde no país. 21 O tratado foi produzido pelo médico João Ferreira da Rosa, impresso em Lisboa, no ano de 1694. Rosa descreveu com detalhes a causa, difusão e tratamento dos males que assolava em Recife desde 1685. Considerado o segundo livro em vernáculo sobre a medicina oficial no Brasil colônia, Rosa não se dirige apenas ao corpo doente, mas a todos os âmbitos sociais e suas descrições médicas revelam os primeiros indícios da epidemia de febre amarela no Brasil e a relação entre doença e cotidiano nas últimas décadas do século XVII em Pernambuco. Ferreira da Rosa destacou os impactos da epidemia nos mais distintos âmbitos sociais, com consequências relacionadas tanto à fiscalização de costumes dos moradores como no que dizia respeito à limpeza das ruas (Dos Anjos, 2016). Podemos dizer que os registros de Ferreira da Rosa, apontam não só para o registro dos casos de febre amarela, mas também para diferentes fatores associados à epidemia. Trattado Único da Constituição Pestilencial de Pernambuco - Fonte: Rosa, 1694 Disponivel em :http://arquivohistoricomadeira.blogspot.com/2009/04/trattado-unico-da-constituicao.html 22 Você sabe qual a diferença entre Epidemia e Endemia? Na Vigilância em Saúde, trabalhamos rotineiramente com os dois termos. Muitas pessoas os confundem, mas, atenção: Epidemia e Endemia são coisas bem diferentes! Relação entre endemia de epidemia - Fonte: Própria Epidemia é um termo usado para definir o aumento inesperado do número de casos de determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas regiões e em um determinado período de tempo. Exemplo: no final de 2014, o Brasil sofreu uma epidemia de uma doença febril aguda que provoca manchas vermelhas pelo corpo, e só alguns meses depois foi diagnosticada como Zika vírus. Naquele momento, a epidemia por Zika vírus, além do elevado número de casos de forma inesperada pelo setor saúde e pelas autoridades, também provocou consequências graves como o nascimento de crianças com malformações como a microcefalia entre outras definidas posteriormente como síndrome congênita pelo Zika vírus. 23 1 - Sintomas de febre zika, 2 - Exemplo de um bebê com microcefalia - Fonte: 1 - Beth.herlin (File:ZIKA.png) (Licença CC BY-SA 4.0), 2 - CDC (domínio público) - Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Sintomas_da_Febre_Zika.png; Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microcephaly-comparison-500px.jpg Endemia é o termo usado para definir a ocorrência de doenças em determinada região (país, estado, cidade, localidade) e apresenta uma frequência esperada de casos ao longo do tempo, podendo ser contínuos ou sazonais (cíclicos). Exemplos: A febre amarela na região amazônica aumentando e diminuindo durante o tempo de forma cíclica ou a esquistossomose em cidades, principalmente do Nordeste, que ocorre continuamente com um número esperado de casos ao longo dos anos. Você acabou de ver alguns conceitos importantes sobre a vigilância em saúde incluindo a diferença entre epidemia e endemia, sendo assim: De acordo com o conceito de Waldman, 1991, vigilância em saúde é: a. um setor do SUS que atua apenas no controle de epidemias e endemias b. uma área da saúde pública onde a primordial é a notificação de doenças transmissíveis c. compreende as ações de atenção primária que desenvolvidas de forma intersetorial e devem ser dirigidas à prevenção de riscos e danos, dirigidas para grupos populacionais 24 d. uma disciplina que estuda o comportamento das doenças sobre a população afetada O que entendeu por epidemia? Marque a opção correta: a. Conjunto de ações necessárias para o combate de doenças infecciosas. b. Nome de uma área de Vigilância em Saúde c. Termo usado para definir o aumento inesperado do número de casos de determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas regiões e em um determinado período d. Nome de um animal que transmite epidemias O que é endemia? Marque a resposta correta. a. É um termo usado para definir qualquer tipo de doença. b. É um termo utilizado para definir o aumento inesperado de uma determinada doença. c. É o termo usado para definir a ocorrência de determinada doença com frequência esperada em determinado local. d. Endemia é quando uma doença se espalha por várias cidades. É provável que as mais antigas medidas antecessoras das modernas práticas de vigilância possam ser atribuídas a práticas que iniciaram na Europa Ocidental ao final da Idade Média com o objetivo de enfrentar epidemias. Este foi o momento em que as primeiras iniciativas de monitoramento de doenças foram adotadas. Foi nessa época que começaram a controlar alguns aspectos da vida nas cidades, como o uso dos cemitérios e mercados, determinando local e regras de higiene para o seu funcionamento, levando em consideração o conhecimento dos processos de saúde-doença da época para prevenir a propagação de doenças. Também nessa época, foi instituída a notificação obrigatória da doença e estabelecido um conselho para determinar as medidas de isolamento sobre as pessoas, as embarcações e as mercadorias. O Porto de Veneza, na Itália, foi o primeiro a estabelecer regras com o intuito de tentar impedir a chegada de uma 25 grande epidemia de peste vinda da Ásia Central denominada de Morte Negra (não seria Peste Negra). O processo de isolamento durava 40 dias e por isso ficou conhecido como quarentena, uma importante medida que foi uma das primeiras formas de vigilância exercida sobre as pessoas doentes. Você sabe por que durante a Idade Média eram estabelecidos 40 dias de isolamento para os doentes? Qual é o significado disso? Por que usávamos a quarentena? Apesar de não compreenderem ainda o que seria o período de incubação, médicos e cientistas da época acreditavam que após 40 dias, não haveria mais risco de desenvolver a doença, por isso o isolamento durante esse período seria importante. É possível também levar a um sentido religioso, pois foi de 40 dias a duração do dilúvio que purificou a Terra. Nesse caso, a adoção de 40 dias teria a função de purificar a pessoa da enfermidade. Ainda podemos dar um significado alquímico! Naquela época, os alquimistas acreditavam que um elemento químico poderia se transformar em outro em 40 dias. Sendo assim, o “elemento” que estivesse na pessoa causando a doença se transformaria após os 40 dias. 1.1 - Histórico da Vigilância em Saúde no Brasil Como já foi mencionado acima o registro dos casos de febre amarela pelo médico português João Ferreira Rosa em 1694 no Recife, é um dos primeiros levantamentos de uma epidemia no Brasil. 26 No ano de 1808, com a transferência da Coroa Portuguesa para o Brasil, adotou- se a prática da quarentena e de outras medidas sanitárias em todo o território nacional. Foi criada a Visita de Saúde, com inspeção em todas as embarcações que entrassem no porto do Rio de Janeiro a fim de evitar a ocorrência de epidemias. O plano apresentado pelo procurador-geral da Real Junta de Comércio, Agostinho da Silva Hofman, ao príncipe regente, continha onze artigos nos quais regulamentava a inspeção às embarcações, o funcionamento da Visita de Saúde, estabelecendo suas atribuições, nomeando funcionários, além de estipular suas remunerações. Naquela época, a intenção dessa ação, que podemos citar como um das primeiras medidas oficiais de saúde pública, era proteger os integrantes da Coroa e garantir o comércio de mercadorias, livrando o porto de doenças como peste, escorbuto, sarnas, lepra e febre amarela (Brasil, 2010). Ilustração do livro “Lágrimas de sangue” de Alisson Eugênio, publicado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). Que mostra os males comuns aos escravos na época do Brasil Colônia Em 1889, já na República, com o intuito de prevenir a chegada de epidemias e possibilitar um intercâmbio seguro de mercadorias, a legislação sanitária foi aperfeiçoada em todo o território nacional com a adoção da Regulamentação dos Serviços de Saúde dos Portos. No começo do século XX, o país estava passando por um difícil quadro sanitário e que se tornava ainda mais agudo na então capital federal, o Rio de Janeiro, já pressionado pelo processo de urbanização e pela carência de infraestrutura. Em 1903, Oswaldo Cruz assumiu a Direção Geral de Saúde Pública (DGSP) do Ministério da Justiça e Negócios Interiores com a responsabilidade de promover mudanças institucionais para novas ações de prevenção e controle de doenças. 27 No ano seguinte, foi aprovada a legislação que promovia a reorganização dos Serviços de Higiene e conferia ao Governo Federal a responsabilidade de coordenar as ações de prevenção e controle de doenças. Ainda neste documento, foi criado o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela. Este serviço instituiu a obrigatoriedade da vacina antivariólica. Depois da vacinação se tornar obrigatória, a população se recusou a ser vacinada e formou um movimento de resistência que ficou conhecido como a “Revolta da Vacina”. Se quiser saber mais sobre a Revolta da Vacina, leia o artigo de Denis Gasco para o blog PaleoNerd “Na minha bunda não! - A Revolta da Vacina”, que você pode acessar em bit.ly/naminhabundanao Há também um vídeo sobre o período! Assista: A revolta da Vacina. Direção: Eduardo Vilela. Produção: Maria Cristina de Azevedo. Brasil: Setor de Imagem e Movimento do Departamento de Arquivo e Documentação Casa de Oswaldo Cruz. 1994. Disponível em: Vídeo Saúde Distribuidora da Fiocruz. Acesse em bit.ly/revoltadavacina. Na Bíblia, cerca de 400 anos antes de Cristo, encontramos registros de casos de pessoas com hanseníase, popularmente conhecia como lepra. Os doentes, chamados de leprosos, eram isolados fora das cidades para não contaminarem outros moradores. É possível perceber na história a identificação dos primeiros registros de medidas de isolamento para separar os portadores de doenças das pessoas sadias como a relatada na época do Antigo Testamento. Ao começar o século XX, a hanseníase era endêmica na maioria das regiões brasileiras porque se alastrava de forma progressiva e incontrolável em um Clique aqui Clique aqui 28 quadro favorecido pelas precárias condições de vida e agravado pela falta de conhecimentos clínicos e laboratoriais sobre a doença. Em 1903, Oswaldo Cruz assume a Diretoria Geral de Saúde Pública e dedica uma atenção maior à hanseníase, resultando, no ano seguinte, na publicação do Regulamento Sanitário da União, com a exigência de notificação compulsória e isolamento obrigatório em domicílio, colônias agrícolas, sanatórios, hospitais e asilos. Foto de 1968 mostra a entrada do antigo leprosário de Bauru, no interior de SP Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36800589, retirado de ACERVO: JAIME PRADO Para saber mais, leia: • Spinalonga, a ilha grega onde leprosos eram abandonados para esperar a morte, por Elizabeth Warkentin da BBC-Travel, disponível em bit.ly/spinalonga • A hanseníase e sua história no Brasil: a história de um “flagelo nacional”, disponível em bit.ly/flagelonacional Clique aqui Clique aqui 29 Durante a maior parte do século XX, o Estado brasileiro se organizou em modelos de programas centralizados, ou seja, o Governo Federal era responsável por todas as ações e programas de saúde, desde o planejamento até a execução. As ações da vigilância em saúde eram restritas a campanhas em que os agentes de controle percorriam os territórios onde determinadas doenças eram mais frequentes. Nesta época, o modelo de vigilância era direcionado para uma população rural que tinha grande dificuldade de locomoção. Foto retirada do Livro, História da Peste e outras endemias de Celso Arcoverde de Freitas, publicado em 1988 pela Editora Coleção Memória da Saúde Pública. Mostra equipe de coleta de material para diagnóstico laboratorial, em um óbito por peste na cidade de Pesqueira-Pernambuco, 1941. Em 1968, o Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE) foi criado e abrigado na Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP). O CIE se tornou parte da estrutura do Ministério da Saúde e se consolidou como o primeiro órgão que buscou aplicar os conceitos e as práticas da moderna vigilância em saúde. Esta moderna vigilância em saúde surgiu nos Estado Unidos na década de 50. O CIE implementou o primeiro sistema nacional de notificação regular para um conjunto de doenças com importância para monitoramento de sua situação epidemiológica. 30 O CIE também foi responsável pela primeira aplicação de estratégia de vigilância desenvolvida nos Estados Unidos. As estratégias foram aplicadas no programa de erradicação da varíola com a implementação da notificação rápida de casos suspeitos para a realização do bloqueio vacinal e a consequente interrupção da cadeia de transmissão. Conceito: Bloqueio vacinal ou vacinação de bloqueio — É a vacinação feita com o objetivo de imunizar toda uma comunidade em caso de surto, visando impedir que apareçam novas ocorrências de determinada doença. Quando começam a acontecer registros de alguma doença em uma comunidade, em número fora do esperado, as autoridades de Saúde podem decidir vacinar toda esta comunidade para evitar que o agente infeccioso encontre mais pessoas desprotegidas e continue se espalhando. Esta ação não impedirá a doença em pessoas que já foram contaminadas; a vacina protegerá aqueles que ainda não tiveram contato com o agente infeccioso, mas que convivem com os que estão doentes ou infectados, bloqueando a transmissão. O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) foi criado em 1975, após a V Conferência Nacional de Saúde (CNS) por meio da promulgação da Lei N° 6.259, regulamentada pelo Decreto Presidencial N° 78.231 de 1976. Este foi o momento em que o Ministério da Saúde instituiu a “notificação compulsória de casos e/ou óbitos por 14 doenças para todo o território nacional”. A Vigilância Epidemiológica foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) pela Lei N° 8.080, de 1990, denominada Lei Orgânica da Saúde (LOS), na qual a vigilância passou a assumir uma função mais ampla. A definição de vigilância epidemiológica na LOS é a seguinte: § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. 31 Como exemplo da ampliação do escopo da vigilância epidemiológica, temos que, atualmente, a lista de doenças de notificação compulsória é muito mais ampla que as 14 doenças transmissíveis da primeira lista. Além disso, faz parte das ações da vigilância epidemiológica a vigilância de agravos e doenças que não são transmissíveis e a vigilância de fatores de risco para essas doenças De forma básica, antes da Lei 8080/1990, a vigilância em saúde trabalhava com o controle de epidemias e surtos (incluindo a coleta de dados, diagnóstico da doença e aplicação de medidas de controle) com a LOS passou a trabalhar com a promoção, prevenção e controle dos agravos monitorando todas ações. Durante a aula você viu o Decreto Presidencial e o Lei Orgânica da Saúde, se quiser conhecer todo o texto das duas leis você pode acessar as duas por meio dos links! A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/1990) regulamenta o SUS e você pode acessar em bit.ly/lei8080. O Decreto nº 78.231 de 1976 regulamenta a Vigilância em Saúde no Brasil e você pode ler em bit.ly/decreto78231. É possível notar que a Vigilância está presente em nossas vidas há muito tempo e que evoluiu bastante. De acordo com o texto, marque verdadeiro ou falso. ( ) Na Idade Média as pessoas com lepra e pestes podiam viver normalmente entre a população. ( ) No Século XV, doenças começam a ser monitoradas, foram criados os cemitérios e medidas de isolamento foram vistas no porto de Veneza. ( ) No século XX, Oswaldo Cruz, assumiu a Direção Geral de Saúde. Clique aqui Clique aqui 32 ( ) Em 1990, doenças e agravos não transmissíveis não foram incorporadas no Sistema Nacional. 2. A Vigilância, a ação e o monitoramento O termo “vigilância” apresenta diferentes conceitos em distintas áreas de conhecimento da ciência. Mesmo nas ciências da saúde, a vigilância assume significados diferentes. Neste curso, vamos adotar a seguinte definição de vigilância: conjunto de medidas coletivas que visam o conhecimento e ação diante de situações adversas à saúde. (não achei esta definição em nenhum texto. Não seria melhor adotar um conceito consolidado ou mesmo a da lei?) A compreensão do significado e da finalidade da vigilância em saúde nos dias atuais pode ser resumida em “vigilância é informação para a ação”. Nas últimas décadas, diversos fatores têm provocado novas emergências ou re- emergências mais complexas que desafiam a saúde da população. Produzir evidências para gerar respostas aos novos agravos em saúde requer constante atualização para acompanhar mudanças nos setores econômicos, na política, nos hábitos e comportamentos da sociedade, assim como na intensa urbanização e a mobilidade da população. Epicity é um município do interior de um país chamado Proepilândia e possui pouco mais de 500 mil habitantes. Imagine que o município de Epicity está enfrentando um surto de Sífilis. Há uma preocupação especial com as grávidas porque a doença está relacionada a malformações fetais. Por isso, o município organizou uma estratégia em que todas as grávidas devem realizar o teste rápido para a sífilis. 33 As grávidas que foram identificadas com a doença foram notificadas por meio da ficha de notificação de agravos e doenças. As fichas foram encaminhadas para a Secretaria Municipal de Saúde de Epicity e depois para a Secretaria Estadual de Saúde. O estado encaminhou os casos ao Ministério da Saúde de Proepilândia por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foi possível analisar a situação da sífilis utilizando os dados das notificações. Dessa maneira, o estado e o município puderam estimar a quantidade de insumos necessários para o tratamento das grávidas e de seus parceiros. Além disso, uma campanha para a prevenção da sífilis foi realizada, com incentivo ao uso de de preservativos e realização do teste rápido. No exemplo, podemos listar as ações que foram realizadas em Epicity: Aplicação do teste rápido; Notificação dos casos por meio do SINAN; Análise da situação da sífilis no município; Estimativa e compra de insumos e medicamentos para a assistência dos acometidos com sífilis; e Campanha de prevenção da sífilis no município. O conjunto das ações pode ser definido como o processo de trabalho de vigilância e controle da sífilis em Epicity. Atualmente, velhos e novos problemas em saúde coexistem, criando um cenário complexo em que se observa uma sobreposição de problemas de saúde com determinantes distintos, com formas de expressões e impactos diversos sobre a saúde pública. São vários os fatores de risco para doenças transmissíveis e não transmissíveis, acidentes, violências e os riscos ambientais em destaque que merecem atenção da vigilância em saúde. 34 Como exemplo de fator de risco para a dengue, doença transmissível por vetor, podemos citar a presença de focos de mosquitos do gênero Aedes aegypti. Também podemos citar a obesidade como um fator de risco para hipertensão e diabetes, que são doenças crônicas não transmissíveis. Para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e agravos, é necessário: desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos vulneráveis; pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas tecnologias; e avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de proteção, promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento. No Brasil, várias experiências de sucesso deixaram um grande legado histórico da vigilância em saúde, que inclui a redução da carga de determinadas doenças e a eliminação de outras. Podemos citar como exemplos de sucesso a estratégia de vacinação, o oferecimento de medicamentos para doenças prioritárias, a redução de sódio em alimentos, a criação de uma vigilância ambiental, entre outros. A vacina da poliomielite é um exemplo de sucesso! O Brasil não registra nenhum caso da doença desde 1990 graças à alta cobertura vacinal de crianças. Além disso, a vacinação eliminou a doença em vários países e atualmente há apenas 3 países com registros da doença no mundo: Nigéria, Paquistão e Afeganistão, segundo o site da Iniciativa Global Para a Erradicação da Pólio (tradução livre). Ficou curioso? Visite o site da maior iniciativa global contra a poliomielite em bit.ly/polionow. Clique aqui 35 Campanha de Imunização - Fonte: Ministério da Saúde Redução da mortalidade infantil é um importante exemplo de resultado fundamentado em estratégias integradas de vigilância e assistência à saúde com outros setores fora da saúde que impactam sobretudo nos fatores determinantes em saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou em seu relatório publicado em 2016, que o Brasil reduziu a mortalidade infantil 20% acima da média mundial. O índice, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), previa a redução em 2/3 (66%) da mortalidade no período. No Brasil, a redução foi de 60,8 óbitos por mil nascidos vivos, em 1990, para 16,4, em 2015 (queda de 73%). Globalmente, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu de 91 mortes por mil nascidos vivos, em 1990, para 43 mortes por mil nascidos vivos, em 2015 (queda de 53%). O sucesso no combate à morte entre crianças entre 1990 e 2015, segundo a OMS, são decorrentes de um conjunto de políticas públicas aplicadas no País. Entre as ações estão a ampliação da cobertura da atenção básica, do acesso à vacinação, das taxas de aleitamento materno e do nível de escolaridade da mãe, além da diminuição da pobreza obtida pelo programa Bolsa Família. Essas ações se somam a outras políticas que levaram à quase extinção de internações por desnutrição, por doenças imunopreveníveis (sarampo, difteria, tétano neonatal, poliomielite, varíola, rubéola, meningites) e por diarreia ou pneumonia. 36 Programa Nacional de Controle do Tabagismo: Em novembro de 2005, a adesão do Brasil à Convenção-Quadro da OMS para Controle do Tabaco (CQCT/OMS) foi ratificada pelo Congresso Nacional e em janeiro de 2006 promulgada pelo Presidente da República. Com isso, a implementação nacional desse tratado internacional de saúde pública ganhou o status de uma Política de Estado. Ao longo dos últimos anos, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo se destaca na articulação para implementação dessa política, principalmente quanto a educação, comunicação, treinamento e conscientização do público; as medidas de redução de demanda relativas à dependência e medidas para o abandono do tabaco. Além disso, por meio de seu trabalho em rede, cria uma capilaridade que contribui na promoção e no fortalecimento de um ambiente favorável à implementação de todas as medidas e diretrizes de controle do tabaco no país, ainda que não estejam diretamente sob a governabilidade do setor saúde (Brasil, 2011). Destaca-se como medidas regulatórias a proibição de propagandas no rádio e TV e a proibição de fumar em locais fechados. Caixas de cigarro - Fonte: Desconhecida A Eliminação do vírus autóctone da rubéola no Brasil, pode ser dito também como um exemplo exitoso de ações conjuntas da vigilância em saúde e assistência em saúde. O Brasil desenvolveu uma série de ações estratégicas, ao longo dos anos, para atingir esse objetivo, como campanhas de prevenção e a intensificação das ações de rotina de vacinação desde de 2004. Em 2008, o 37 Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, vacinou 67,9 milhões pessoas durante a campanha nacional contra a doença, que alcançou 96,7% do público-alvo, formado por 70,1 milhões pessoas, entre 20 e 39 anos. Nas Américas, foram vacinadas mais de 250 milhões adolescentes e adultos contra rubéola e sarampo. Vale destacar que a melhoria da qualidade das ações de vigilância epidemiológica e do diagnóstico dos possíveis genótipos circulantes também foi fundamental nessa estratégia. Em maio de 2005, o Ministério da Saúde estabeleceu que todas as internações hospitalares, relativas a agravos de notificação compulsória da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10), fossem avaliadas pela equipe da vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar ou pela vigilância epidemiológica do estado ou do município. Essa grande estratégia de ações para eliminação da rubéola conjuntamente com o sarampo contou com a presença de assessores técnicos de vigilância da rubéola e sarampo do Ministério da Saúde em cada um dos estados brasileiros. Esses assessores, desempenharam papel importante na interlocução entre municípios, estados e o Ministério da Saúde, sobretudo relacionadas às informações epidemiológicas, investigação imediata de casos suspeitos e estratégias de vacinação da população. A soma desses fatores levou à ausência de novos casos autóctones desde 2009. Previsões para um futuro cenário epidemiológico podem ser alteradas tanto pela emergência de uma doença transmissível que se dissemine rapidamente ou ainda pelo desenvolvimento de estratégias mais eficientes de prevenção e controle que podem produzir alterações importantes nas tendências das taxas de morbimortalidade de doenças transmissíveis e não transmissíveis. Ficou curioso com as previsões do futuro na área da saúde? Acesse bit.ly/saudeamanha e acompanhe o projeto "Saúde Amanhã" da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 38 O “Saúde Amanhã” também tem um artigo sobre o planejamento em Saúde chamado Epidemiologia: informação para o planejamento em saúde, de Marina Schneider, disponível em bit.ly/planejamentoemsaude. Para a vigilância em saúde é importante detectar e responder adequadamente às emergências em saúde pública. Isso funciona como uma preparação para o previsível, para o inusitado e para o futuro. É como uma antecipação aos riscos para a resposta adequada e oportuna às emergências em saúde pública. A Vigilância, sendo uma instância governamental, precisa agir com determinação para fortalecer a estrutura e a organização dos serviços e aumentar a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde-SNVS. As diretrizes orientadoras que regulamentam e definem responsabilidades relativos ao SNVS no Brasil, estão descritas nas Portarias publicadas pelo Ministério da Saúde (3.252/2009 e 1.378 de 2013). Na portaria nº1.378 (disponível em bit.ly/portaria1378) estão descritas as orientações e diretrizes de funcionamento do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Na Lei n. 8080 (disponível em bit.ly/lei8080), que cria o Sistema Único de Saúde no Brasil, você irá encontrar aspectos importantes sobre a regulamentação das ações de vigilância em saúde. Clique aqui Clique aqui Clique aqui Clique aqui 39 Você já teve contato com alguma dessas vigilâncias? Como foi a experiência? O Sistema Nacional de Vigilância de Vigilância em Saúde está composto por Subsistemas coordenados pelo Ministério da Saúde. I- Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, de doenças transmissíveis e de agravos e doenças não transmissíveis; II - Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental, incluindo ambiente de trabalho; III - Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, nos aspectos pertinentes à Vigilância em Saúde; IV - Sistemas de informação de Vigilância em Saúde; V - Programas de prevenção e controle de doenças de relevância em saúde pública, incluindo o Programa Nacional de Imunizações; VI - Política Nacional de Saúde do Trabalhador; e VII - Política Nacional de Promoção da Saúde. O que é preciso para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e agravos? Marque as respostas corretas. a. Desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos vulneráveis. b. Oferecer um tratamento igual para todas as doenças e agravo. c. Pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas tecnologias. d. Avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de proteção, promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento. 40 Agora que você conhece a Vigilância em Saúde, pode compartilhar conosco sua vivência! Escreva para nós um relato sobre seu município com base nas questões: 1. Considerando sua vivência como trabalhador do SUS, como é a Vigilância em Saúde de seu município? 2. Como se organizam as vigilâncias em saúde do seu município ou estado (Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, Vigilância Entomológica, Vigilância Sanitária…)? 3. Como são obtidas as informações de saúde no seu município ou estado? A partir da sua vivência de trabalho na vigilância, sugerimos a leitura do documento disponível em bit.ly/boletimvigilancia para estimular a reflexão sobre o trabalho integrado entre diferentes setores da Vigilância em Saúde e da Assistência em Saúde. Complete com as palavras corretas para a frase: Para a vigilância em saúde é _______________ detectar e responder adequadamente às _______________ em saúde pública. Isso funciona como uma preparação para o _______________, para o inusitado e para o _______________. A _______________, sendo uma instância governamental, precisa _______________ com determinação para _______________ a estrutura e a _______________ dos serviços e aumentar a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde-SNVS. Clique aqui 41 Vamos relembrar? Nessa aula você conheceu que desde o início da civilização já eram aplicadas ações Vigilância. No Antigo Testamento, o isolamento de pessoas doentes já era realizado como forma de controle de doenças. Você também conheceu Hipócrates: o pai da medicina. Mesmo sem muitos recursos ele já fazia algumas observações relacionando as características das estações, o solo, água e outros fatores para detectar alguma doença nos pacientes. Essas observações são consideradas um modo primitivo de vigilância em saúde. Aprendeu um pouco sobre o crescimento da Vigilância pelo mundo, incluindo seus principais fatores e as medidas que foram realizadas para evitar epidemias. Com o conhecimento que adquiriu na aula, pode diferenciar os conceitos de endemia e epidemias, emergência de reemergência. Já no Brasil, mostramos como a vigilância se desenvolveu com a criação do SNVE, CIE, a LOS, e a implementação de um sistema de notificação para registrar um conjunto de doenças. Também mostramos que o desenvolvimento da vigilância é dinâmico e está sempre sendo atualizado. No Brasil, você conheceu a portaria onde os estados, Distrito Federal e municípios são fortalecidos no papel de gestores da vigilância, para ampliar as ações denominadas de Vigilância em Saúde, que são: • Vigilância Epidemiológica 42 • Promoção da Saúde • Vigilância da Situação de Saúde • Vigilância em Saúde Ambiental • Vigilância da Saúde do Trabalhador • Vigilância Sanitária Na próxima aula, vamos aprofundar os conhecimentos sobre as diferenças entre cada uma das vigilâncias e apresentaremos o significado de risco em saúde. 43 Ajude o conhecimento a chegar mais longe! Se você foi beneficiado(a) por este conteúdo, considere contribuir para que ele alcance mais pessoas. Fazendo uma doação para a ProEpi, você viabiliza o desenvolvimento e a tradução para outros idiomas de mais recursos educacionais como esse, ajudando colegas a se capacitarem e protegerem melhor a saúde da população. Mais de 3.000 pessoas já foram beneficiadas por nossos cursos a distância e outras centenas participaram de nossos treinamentos presenciais em áreas como Investigação de Surto, Comunicação de Risco e Gestão de Projetos de Vigilância em Saúde. Torne-se um membro da nossa rede: Faça uma doação: ou acesse proepi.org.br/doacao 44 Referências ALMEIDA FILHO N, BARRETO ML. Epidemiologia & Saúde: Fundamentos, Métodos, Aplicações. Koogan G, editor. Rio de Janeiro, 2011. 699 p. BRASIL, MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. A SAÚDE E A HIGIENE PÚBLICA NA ORDEM COLONIAL E JOANINA. Arquivo Nacional. Disponível em: http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?i nfoid=2168&sid=163. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasília, 816 p. (2009). BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Ministério da Saúde confirma relação entre vírus Zika e microcefalia. http://por talsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/noticias- svs/21016-ministerio-da-saude-confirma-relacao-entre-viruszika-e-microcefalia (acessado em 30/Nov/2015) BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O controle do tabaco no Brasil: uma trajetória. Rio de Janeiro: INCA, 2012. CARVALHO AO & EDUARDO MBP. Sistemas de Informação em Saúde para Municípios, vol. 6. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. (Série Saúde & Cidadania). CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Guidelines for Evaluation Public Health Surveillance Systems. MMWR Supplements, 06 May. 1988 /37 (S-5): 1-18.14p. Disponível em: < www.cdc.gov/mmwr/preview/ mmwrhtml/00001769.htm > Acesso em: 27 jan. 2004. CHURCHILL, R. E.; TEUTSCH, S. M. Principles and Practice of Public Health Surveillance. 2.ed. 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Conjunto de ações necessárias para o combate de doenças infecciosas. b. Nome de uma área de Vigilância em Saúde c. Termo usado para definir o aumento inesperado do número de casos de determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas regiões e em um determinado período de tempo d. Nome de um animal que transmite epidemias O que é endemia? Marque a resposta correta. a. É um termo usado para definir qualquer tipo de doença. b. É um termo utilizado para definir o aumento inesperado de uma determinada doença. c. É o termo usado para definir a ocorrência de determinada doença com frequência esperada em determinado local. d. Endemia é quando uma doença se espalha por várias cidades. 48 2. É possível notar que a Vigilância está presente em nossas vidas há muito tempo e que evoluiu bastante. De acordo com o texto, marque verdadeiro ou falso. (F) Na Idade Média as pessoas com lepra e pestes podiam viver normalmente entre a população. (V) No Século XV, doenças começam a ser monitoradas, foram criados os cemitérios e medidas de isolamento foram vistas no porto de Veneza. (V) No século XX, Oswaldo Cruz, assumiu a Direção Geral de Saúde. (F) Em 1990, doenças e agravos não transmissíveis não foram incorporadas no Sistema Nacional. 3. O que é preciso para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e agravos? Marque as respostas corretas. a. Desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos vulneráveis. b. Oferecer um tratamento igual para todas as doenças e agravo. c. Pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas tecnologias. d. Avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de proteção, promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento. 4. Complete com as palavras corretas para a frase: Para a vigilância em saúde é importante detectar e responder adequadamente às emergências em saúde pública. Isso funciona como uma preparação para o previsível, para o inusitado e para o futuro. A Vigilância, sendo uma instância governamental, precisa agir com determinação para fortalecer a estrutura e a organização dos serviços e aumentar a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde-SNVS.
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