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AULA 1 - VIGILANCIA (APOSTILA)

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1 
 
Área 01, Aula 01 
Conceitos básicos, objetivos e evolução da Vigilância em 
Saúde 
 
 
1ª Edição 
Junho de 2018 
CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde 
ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo 
 
 
 
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Campo. 
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intuito de lucro, constitui crime contra a propriedade intelectual, conforme 
estipulado na Lei nº 9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais), com sanções previstas 
no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1° ao 3°, sem prejuízo das sanções 
cabíveis à espécie. 
 
 
 
 
Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de 
Saúde - CONASEMS 
Quadro Geral da Organização 
DIRETORIA EXECUTIVA 
Presidente – Mauro Guimarães Junqueira 
Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins 
Vice-Presidente – Wilames Freire Bezerra 
Diretora Administrativo – Cristiane Martins Pantaleão 
Diretora administrativo- Adjunto- Silva Regina Cremonez Sirena 
Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida 
Diretora Financeiro-Adjunto – Iolete Soares de Arruda 
Diretor de Comunicação Social – Diego Espindola de Ávila 
Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Maria Célia Valladares Vasconcelos 
Diretora de Descentralização e Regionalização – Stela dos Santos Souza 
Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Soraya Galdino de Araújo Lucena 
Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Carmino Antônio de Souza 
Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Erno Harzheim 
Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Murilo Porto de Andrade 
Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Débora Costa dos Santos 
Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – 
Vanio Rodrigues de Souza 
Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – 
Adjunto – Afonso Emerick Dutra 
2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – André Luiz Dias Mattos 
1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago 
2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima 
1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Januário Carneiro Neto 
1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Luiz Carlos Reblin 
2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Geovani Ferreira Guimarães 
2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Rubens Griep 
Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos 
 
 
 
Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa 
Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Angela Maria Lira de Jesus Garrote 
Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste –Aparecida Clestiane de Costa Souza 
Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste–Maria Angélica Benetasso 
Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri 
Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Tereza Cristina Abrahão Fernandes 
Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa 
Conselho Fiscal 2º Membro – Região Sul- Sidnei Bellé 
Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges 
de Medeiros 
RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS 
COSEMS - AC - Tel: (68) 3212-4123 
Daniel Herculano da Silva Filho 
COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859 
Izabelle Monteiro Alcântara Pereira 
COSEMS - AM - Tel: (92) 3643-6338 / 6300 
Januário Carneiro da Cunha Neto 
COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390 
Maria de Jesus Sousa Caldas 
COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946 
Stela Santos Souza 
COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099 
Josete Malheiros Tavares 
COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287 
Andréia Passamani Barbosa Corteletti 
COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412 
Gercilene Ferreira 
COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985 
Domingos Vinicius de Araújo Santos 
COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815 
 
 
 
Eduardo Luiz da Silva 
COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108 
Wilson Braga 
COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406 
Silvia Regina Cremonez Sirena 
COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333 
Charles César Tocantins de Souza 
COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366 
Soraya Galdino de Araújo Lucena 
COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256 
Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima 
COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511 
Leopoldina Cipriano Feitosa 
COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417 
Cristiane Martins Pantaleão 
COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763 
Maria da Conceição de Souza Rocha 
COSEMS - RN - Tel: (84) 3222-8996 
Débora Costa dos Santos 
COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371 
Afonso Emerick Dutra 
COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817 
Helenilson José Soares 
COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833 
Diego Espíndola de Ávila 
COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242 
Sidnei Belle 
COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960 
Enock Luiz Ribeiro 
COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146 
 
 
 
Carmino Antonio de Souza 
COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782 
Vânio Rodrigues de Souza 
Equipes do Projeto 
EQUIPE TÉCNICA 
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas 
Elton da Silva Chaves 
José Fernando Casquel Monti 
Kandice de Melo Falcão 
Márcia Cristina Marques Pinheiro 
Marema de Deus Patrício 
Nilo Bretas Júnior 
EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL 
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas 
Catarina Batista da Silva Moreira 
Cristiane Martins Pantaleão 
Fábio Ferreira Mazza 
Hisham Mohamad Hamida 
Jônatas David Gonçalves Lima 
José Fernando Casquel Monti 
Joselisses Abel Ferreira 
Kandice de Melo Falcão 
Luiz Filipe Barcelos 
Murilo Porto de Andrade 
Nilo Bretas Júnior 
Sandro Haruyuki Terabe 
Wilames Freire Bezerra 
 
 
 
 
Sobre o CONASEMS 
 
Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de 
Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de 
municípios brasileiros. 
Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de 
saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e 
formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o 
intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país. 
Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br. 
 
 
 
 
Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de 
Epidemiologia de Campo - ProEpi 
 
Supervisão 
Érika Valeska Rossetto 
Coordenação 
Sara Ferraz 
Coordenação Pedagógica 
Hirla Arruda 
Gestão Pedagógica e de Tecnologia da Informação 
Renato Lima 
Conteudista 
Walter Ramalho 
Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico 
Danielly Xavier 
Revisão 
Daniel Coradi 
José Alexandre Menezes 
Sara Ferraz 
Ilustração 
Guilherme Duarte 
Mauricio Maciel 
Diagramação 
Mauricio Maciel 
Design Instrucional 
Guilherme Duarte 
 
Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília 
Supervisão 
Jonas Brant 
 
 
 
 
Sobre a ProEpi 
 
Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de 
Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e 
estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando 
dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino 
a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de 
oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir 
para o aprimoramento
da saúde pública no Brasil e no mundo. 
Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já 
alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como 
Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas 
mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco 
e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdos 
educacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos 
semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias. 
A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao 
redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde 
enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram 
para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho 
transformadoras. 
Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede: 
converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br. 
 
 
 
 
Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia 
Aplicada à Saúde Pública 
 
Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram 
no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima 
quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para 
sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo 
de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais 
de saúde de todo o país. 
Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do 
enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes 
aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº 
0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde 
Pública. 
Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a 
identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu 
comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como 
a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e 
armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais 
espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os 
métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de 
segurança no trabalho serão discutidos. 
As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua 
realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e 
promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo 
é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas 
aprendidas aqui. 
Sucesso! 
 
 
 
 
Sumário 
AULA 1- Vigilância em Saúde – Conceitos básicos, objetivos e evolução ....... 12 
1. Conceito, histórico e evolução da Vigilância em Saúde ........................... 13 
1.1 Histórico da Vigilância em Saúde no Brasil .................................... 25 
2. A Vigilância, a ação e o monitoramento.................................................... 32 
Vamos relembrar? ........................................................................................ 41 
 
12 
 
AULA 1- Vigilância em Saúde – Conceitos básicos, 
objetivos e evolução 
Olá! 
Vamos iniciar esta área de competência com o 
conteúdo “Vigilância em Saúde – conceitos básicos, 
objetivos e evolução” da ferramenta EAD 
autoinstrutiva de Vigilância em Saúde Pública. 
Aqui, o foco é a discussão sobre a gestão da saúde 
centrada na vigilância em saúde. 
Você vai estudar a forma como as instituições abordam 
a questão da Vigilância no seu cotidiano. 
Ao final, você será capaz de: 
 Compreender o histórico, a evolução e os 
conceitos de Vigilância em Saúde; 
 Compreender o Sistema Nacional de Vigilância 
em Saúde, a influência no seu trabalho da 
rotina e a integração entre os setores. 
 
Para começar, o que você conhece da Vigilância em Saúde do seu município? 
Você sabe quando se organizaram as vigilâncias de saúde em seu município? 
Como as informações de saúde são obtidas? 
Nesta unidade, mostraremos um panorama nacional da Vigilância em Saúde e 
do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde no Brasil. Reflita sobre os conceitos 
 
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e ao final, conte-nos em nossa Comunidade de Prática como ocorre a vigilância 
em seu estado ou município. 
Aguarde! Anunciaremos o lançamento da Comunidade de Prática Guardiões da 
Saúde aqui! 
1. Conceito, histórico e evolução da Vigilância em Saúde 
 
Campanha de Prevenção da Dengue - Participe e divulgue! 
Conceitualmente, a vigilância em saúde compreende as ações de atenção 
primária que são desenvolvidas de forma intersetorial e devem ser dirigidas à 
prevenção de riscos e danos. As ações de vigilância em saúde são direcionadas 
para grupos populacionais específicos e devem servir para reorientar as 
demandas na área da saúde pública. Na prática do SUS, a vigilância em saúde 
é um setor que deve conter e integrar diferentes segmentos, atuando em 
contínua articulação. 
A vigilância é uma das atividades mais antigas da Saúde Pública! 
 
14 
 
 
Atividades de saúde pública - Fonte: Desconhecida 
Ao olharmos esse mosaico, possivelmente alguma das imagens nos parecerá 
familiar na rotina de trabalho. A caixa onde estão contidas todas as imagens 
poderia então representar o setor da Vigilância em Saúde onde diferentes áreas 
como as doenças transmissíveis, promoção à saúde, laboratório, entre outras, 
estão incluídas. 
Contudo, esse mosaico também pode ser útil para que possamos refletir, por 
exemplo, onde se processa a integração? 
É sempre necessário e possível integrar todas as áreas? 
Quais ações propiciam essa integração? 
1.1 - Um pouco de história 
Na Grécia antiga, Hipócrates, considerado o pai da medicina, já realizava 
observações sobre as doenças e estabelecia relações entre suas características 
e as do ambiente como as estações, o solo, a água e outras. 
 
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Hipócrates examinando um paciente - Fonte: Desconhecida 
Além disso, ele já registrava os dados em um instrumento próprio! Esse 
instrumento foi um modelo primitivo para coleta de dados e análise de situação 
de saúde. 
A análise dos dados permitiu diferenciar formas de ocorrência das doenças, 
epidemias e endemias que são conceitos fundamentais da vigilância 
epidemiológica. 
Depois de Hipócrates, foram poucos os avanços em relação aos estudos das 
doenças e suas causas. Entre esses, podemos citar: 
- Lucretius (séc I-II a.C.) - Relacionou a maior letalidade das doenças às que 
eram transmitidas de pessoa a pessoa ou do lugar à pessoa; 
- Galeno (129-200 d.C.) - Codificou e consolidou a teoria hipocrática; 
 
16 
 
- Fracastoro (1478-1553) - Primeira “Teoria do germes” – as doenças são 
transmitidas por entidades e autopropagam-se. 
- Paracelsus (1493-1541) – A doença era atribuível a causas ambientais de 
vários níveis considerando, por exemplo, as de causas cósmicas e causas 
mundanas. Também identificou uma fonte de doenças a partir da exploração de 
minas de prata e construiu um argumento de que as doenças respiratórias eram 
causadas por “venenos ambientais” a partir dessas observações. 
 
 
Galeno, médico e filósofo romano de origem grega – Fonte: Vigneron, 1865 (Domínio Público) 
Claudius Galenus ou Galeno de Pérgamo: médico e filósofo de origem grega foi, 
provavelmente, o mais talentoso médico investigativo da sua época. 
Saber como as pessoas morrem, isto é, coletar dados sobre mortalidade, foi a 
matéria prima para as primeiras análises das condições que afetam a saúde da 
população. 
A partir
do Século XVII, alguns cientistas se dedicaram muito aos estudo sobre 
mortalidade. Podemos citar como importantes marcos na vigilância em saúde: 
 
William Farr, John Graunt e John Snow - Fonte: Desconhecida 
 
17 
 
Jonh Graunt (1620-1674) – Cientista e demógrafo britânico é precursor na 
construção de Tábuas de Mortalidade, procedendo tratamento dos dados com 
exame crítico das fontes, uso de frequência e aplicação de métodos estatísticos 
para lidar com alguns tipos de problemas nos dados. 
Mais adiante, no século XIX, Willian Farr iniciou a coleta e a análise sistemática 
das estatísticas de mortalidade na Inglaterra e País de Gales. Graças a essa 
iniciativa, Farr é considerado o pai da estatística vital e da vigilância. 
Sem esquecer obviamente um dos pioneiros da epidemiologia, o 
anestesiologista inglês John Snow, que foi contemporâneo de William Farr e que 
falaremos melhor sobre o trabalho dele em outros módulos. 
No mundo contemporâneo, muitos desafios são impostos na saúde pública 
global e a vigilância em saúde tem um papel essencial. Entre esses desafios 
mais recentes, podemos destacar: 
 A ameaça de uma nova pandemia de gripe através da cepa H5N1 do vírus 
da Influenza (Gripe Aviária) que demandou uma grande mobilização dos 
cientistas, sanitaristas e gestores de saúde de vários países nos anos de 
2004 a 2006 na construção de um plano de preparação para a pandemia 
de gripe. 
Conheça uma das primeiras versões do plano brasileiro em 
bit.ly/planoinfluenza. 
Um dos aspectos centrais na preparação desse plano de contingência foi a 
necessidade de reunir diferentes setores (saúde, agricultura, educação, 
comunicação social, segurança pública, entre outros) em um verdadeiro esforço 
coletivo de produzir um documento prático que funcionasse efetivamente para 
orientar os governos e instituições federais, estados e municípios. 
Como na foto abaixo, da época da gripe aviária. Um exemplo da necessidade de 
integrar a comunicação social na construção de um plano de resposta, visando 
esclarecer as pessoas e reduzir o impacto das imagens difundidas 
indiscriminadamente pela mídia. 
 
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Aves são recolhidas durante pandemia de gripe aviária - Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2012/06/pandemia-de-gripe-aviaria-em-humanos-e-possivel-dizem-cientistas.html 
 A epidemia de Ebola iniciada em 2014 foi outro importante exemplo e 
grande desafio para o exercício da vigilância em saúde global em 
organizar estratégias de ação para intervir em uma situação crítica de 
saúde pública que ameaçava transpor os limites geográficos de países 
onde a doença é endêmica a pelo menos quatro décadas. 
A maior epidemia de Ebola presenciada desde a descoberta do vírus em 1976 
gerou grande preocupação da população e autoridades a nível mundial. A 
cultura, a geografia e os sistemas de saúde frágeis de alguns países africanos 
como Guiné, Libéria e Serra Leoa foram pontos decisivos na perspectiva da 
epidemia ultrapassar os limites geográficos da área mais atingida. 
A elevada letalidade do vírus Ebola, a facilidade de propagação do vírus, 
sobretudo em função de sua forma de transmissão, além da mídia e a intensa 
mobilidade de pessoas em viagens de negócios e lazer foram fatores essenciais 
durante toda essa conjuntura e impulsionaram maior atenção para os países 
afetados e África e para as possíveis consequências desta epidemia se 
transformar em pandemia. 
 
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Vale destacar que a epidemia de Ebola gerou a necessidade de uma das mais 
importantes mobilizações de diferentes instituições governamentais e não 
governamentais na perspectiva da atuação frente uma ameaça de saúde global. 
Ações de vigilância e controle foram necessárias e decisivas em função da 
congregação de inúmeras organizações e instituições que intervieram para a 
assistência dos casos e para prevenção da expansão da epidemia. 
Podemos citar: 
 Médicos Sem Fronteiras responsáveis por grande parte dos cuidados 
clínicos desde o início da epidemia assim como também por organização 
de centros de tratamento e fornecimento de financiamentos. 
 The World Food Programme promovendo a entrega de alimentos, a 
limpeza de terrenos para novos cemitérios, assim como a utilização de 
helicópteros para obtenção de respostas rápidas nas áreas mais remotas 
dos países afetados. 
 A instituição Save The Children assumindo a responsabilidade pela 
gestão de um centro de tratamento construído pelo governo do Reino 
Unido. 
 A UNICEF promovendo a saúde infantil, o parto seguro e liderando boa 
parte da mobilização social. 
 Centers for Disease Control and Prevention /CDC-USA que mobilizou 
equipes técnicas de apoio, rastreamento, gerenciamento e realização de 
diagnóstico laboratorial e desenvolvimento de testes para detecção do 
vírus Ebola além de recursos financeiros e logísticos. 
 O governo cubano, que enviou dezenas de profissionais médicos e 
enfermeiros para apoiar a assistência aos doentes. 
 A International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies − 
IFRC e seus voluntários colaboraram oferecendo às famílias das vítimas 
enterros seguros e dignos. 
 A International Medical Corps, International Rescue Committee e a 
International Organization for Migration foram importantes ao lidarem com 
a administração das instalações de tratamento estabelecidas. 
 
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Segundo a OMS, entre as ações de vigilância e controle da epidemia do Ebola 
desencadeadas, vale destacar: 
 Ações no nível local: logística para prevenção, diagnóstico e tratamento 
da doença, monitoramento do deslocamento de pessoas para outras 
cidades; 
 Ações à nível nacional: estabelecimento de um centro de coordenação 
para questões logísticas, tais como compartilhamento de informações e 
compra de equipamentos para pessoal da área de saúde, finanças e 
controle das fronteiras; 
 E ações de caráter Internacional: compartilhamento de informação entre 
países e por meio de instituições, OMS, Nações Unidas, ONGs, 
captação de recursos financeiros para a contenção da epidemia e 
cooperação na área de vacinas e medicamentos testados contra o vírus. 
 
Profissionais durante epidemia 
No Brasil do século XVII, mesmo sem o conhecimento da relação entre as 
doenças infecto contagiosas e os agentes etiológicos causadores, encontramos 
um importante documento “Tratado Único da Constituição Pestilencial de 
Pernambuco” que é uma fonte significativa para a história da vigilância em saúde 
no país. 
 
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O tratado foi produzido pelo médico João Ferreira da Rosa, impresso em Lisboa, 
no ano de 1694. Rosa descreveu com detalhes a causa, difusão e tratamento dos 
males que assolava em Recife desde 1685. 
Considerado o segundo livro em vernáculo sobre a medicina oficial no Brasil 
colônia, Rosa não se dirige apenas ao corpo doente, mas a todos os âmbitos 
sociais e suas descrições médicas revelam os primeiros indícios da epidemia de 
febre amarela no Brasil e a relação entre doença e cotidiano nas últimas décadas 
do século XVII em Pernambuco. 
Ferreira da Rosa destacou os impactos da epidemia nos mais distintos âmbitos 
sociais, com consequências relacionadas tanto à fiscalização de costumes dos 
moradores como no que dizia respeito à limpeza das ruas (Dos Anjos, 2016). 
Podemos dizer que os registros de Ferreira da Rosa, apontam não só para o 
registro dos casos de febre amarela, mas também para diferentes fatores 
associados à epidemia. 
 
Trattado Único da Constituição Pestilencial de Pernambuco - Fonte: Rosa, 1694 
Disponivel em :http://arquivohistoricomadeira.blogspot.com/2009/04/trattado-unico-da-constituicao.html 
 
 
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Você sabe qual a diferença entre Epidemia e Endemia? 
Na Vigilância em Saúde, trabalhamos rotineiramente com os dois termos. 
Muitas pessoas os confundem, mas, atenção: Epidemia e Endemia são coisas 
bem diferentes! 
 
Relação entre endemia de epidemia - Fonte: Própria 
Epidemia é um termo usado para definir o aumento inesperado do número de 
casos de determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas regiões 
e em um determinado período de tempo. 
Exemplo: no final de 2014, o Brasil sofreu uma epidemia de uma doença febril 
aguda que provoca manchas vermelhas pelo corpo, e só alguns meses depois 
foi diagnosticada como Zika vírus. 
Naquele momento, a epidemia por Zika vírus, além do elevado número de casos 
de forma inesperada pelo setor saúde e pelas autoridades, também provocou 
consequências graves como o nascimento de crianças com malformações como 
a microcefalia entre outras definidas posteriormente como síndrome congênita 
pelo Zika vírus. 
 
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1 - Sintomas de febre zika, 2 - Exemplo de um bebê com microcefalia - Fonte: 1 - Beth.herlin (File:ZIKA.png) (Licença 
CC BY-SA 4.0), 2 - CDC (domínio público) - Disponível em: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Sintomas_da_Febre_Zika.png; Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microcephaly-comparison-500px.jpg 
Endemia é o termo usado para definir a ocorrência de doenças em determinada 
região (país, estado, cidade, localidade) e apresenta uma frequência esperada 
de casos ao longo do tempo, podendo ser contínuos ou sazonais (cíclicos). 
Exemplos: A febre amarela na região amazônica aumentando e diminuindo 
durante o tempo de forma cíclica ou a esquistossomose em cidades, 
principalmente do Nordeste, que ocorre continuamente com um número 
esperado de casos ao longo dos anos. 
 
Você acabou de ver alguns conceitos importantes sobre a vigilância em saúde 
incluindo a diferença entre epidemia e endemia, sendo assim: 
De acordo com o conceito de Waldman, 1991, vigilância em saúde é: 
a. um setor do SUS que atua apenas no controle de epidemias e endemias 
b. uma área da saúde pública onde a primordial é a notificação de doenças 
transmissíveis 
c. compreende as ações de atenção primária que desenvolvidas de forma 
intersetorial e devem ser dirigidas à prevenção de riscos e danos, dirigidas 
para grupos populacionais 
 
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d. uma disciplina que estuda o comportamento das doenças sobre a população 
afetada 
O que entendeu por epidemia? Marque a opção correta: 
a. Conjunto de ações necessárias para o combate de doenças infecciosas. 
b. Nome de uma área de Vigilância em Saúde 
c. Termo usado para definir o aumento inesperado do número de casos de 
determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas regiões e 
em um determinado período 
d. Nome de um animal que transmite epidemias 
O que é endemia? Marque a resposta correta. 
a. É um termo usado para definir qualquer tipo de doença. 
b. É um termo utilizado para definir o aumento inesperado de uma 
determinada doença. 
c. É o termo usado para definir a ocorrência de determinada doença com 
frequência esperada em determinado local. 
d. Endemia é quando uma doença se espalha por várias cidades. 
É provável que as mais antigas medidas antecessoras das modernas práticas 
de vigilância possam ser atribuídas a práticas que iniciaram na Europa Ocidental 
ao final da Idade Média com o objetivo de enfrentar epidemias. 
Este foi o momento em que as primeiras iniciativas de monitoramento de 
doenças foram adotadas. Foi nessa época que começaram a controlar alguns 
aspectos da vida nas cidades, como o uso dos cemitérios e mercados, 
determinando local e regras de higiene para o seu funcionamento, levando em 
consideração o conhecimento dos processos de saúde-doença da época para 
prevenir a propagação de doenças. 
Também nessa época, foi instituída a notificação obrigatória da doença e 
estabelecido um conselho para determinar as medidas de isolamento sobre as 
pessoas, as embarcações e as mercadorias. O Porto de Veneza, na Itália, foi o 
primeiro a estabelecer regras com o intuito de tentar impedir a chegada de uma 
 
25 
 
grande epidemia de peste vinda da Ásia Central denominada de Morte Negra 
(não seria Peste Negra). 
O processo de isolamento durava 40 dias e por isso ficou conhecido como 
quarentena, uma importante medida que foi uma das primeiras formas de 
vigilância exercida sobre as pessoas doentes. 
Você sabe por que durante a Idade Média 
eram estabelecidos 40 dias de isolamento 
para os doentes? Qual é o significado disso? 
Por que usávamos a quarentena? 
 Apesar de não compreenderem ainda o que 
seria o período de incubação, médicos e 
cientistas da época acreditavam que após 40 
dias, não haveria mais risco de desenvolver a doença, por isso o 
isolamento durante esse período seria importante. 
É possível também levar a um sentido religioso, pois foi de 40 dias a 
duração do dilúvio que purificou a Terra. Nesse caso, a adoção de 40 
dias teria a função de purificar a pessoa da enfermidade. 
Ainda podemos dar um significado alquímico! 
Naquela época, os alquimistas acreditavam que um elemento químico 
poderia se transformar em outro em 40 dias. Sendo assim, o “elemento” 
que estivesse na pessoa causando a doença se transformaria após os 
40 dias. 
1.1 - Histórico da Vigilância em Saúde no Brasil 
Como já foi mencionado acima o registro dos casos de febre amarela pelo 
médico português João Ferreira Rosa em 1694 no Recife, é um dos primeiros 
levantamentos de uma epidemia no Brasil. 
 
26 
 
No ano de 1808, com a transferência da Coroa Portuguesa para o Brasil, adotou-
se a prática da quarentena e de outras medidas sanitárias em todo o território 
nacional. Foi criada a Visita de Saúde, com inspeção em todas as embarcações 
que entrassem no porto do Rio de Janeiro a fim de evitar a ocorrência de 
epidemias. O plano apresentado pelo procurador-geral da Real Junta de 
Comércio, Agostinho da Silva Hofman, ao príncipe regente, continha onze 
artigos nos quais regulamentava a inspeção às embarcações, o funcionamento 
da Visita de Saúde, estabelecendo suas atribuições, nomeando funcionários, 
além de estipular suas remunerações. 
Naquela época, a intenção dessa ação, que podemos citar como um das 
primeiras medidas oficiais de saúde pública, era proteger os integrantes da 
Coroa e garantir o comércio de mercadorias, livrando o porto de doenças como 
peste, escorbuto, sarnas, lepra e febre amarela (Brasil, 2010). 
 
Ilustração do livro “Lágrimas de sangue” de Alisson Eugênio, publicado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas 
Gerais (Fapemig). Que mostra os males comuns aos escravos na época do Brasil Colônia 
Em 1889, já na República, com o intuito de prevenir a chegada de epidemias e 
possibilitar um intercâmbio seguro de mercadorias, a legislação sanitária foi 
aperfeiçoada em todo o território nacional com a adoção da Regulamentação 
dos Serviços de Saúde dos Portos. 
No começo do século XX, o país estava passando por um difícil quadro sanitário 
e que se tornava ainda mais agudo na então capital federal, o Rio de Janeiro, já 
pressionado pelo processo de urbanização e pela carência de infraestrutura. 
Em 1903, Oswaldo Cruz assumiu a Direção Geral de Saúde Pública (DGSP) do 
Ministério da Justiça e Negócios Interiores com a responsabilidade de promover 
mudanças institucionais para novas ações de prevenção e controle de doenças. 
 
27 
 
No ano seguinte, foi aprovada a legislação que promovia a reorganização dos 
Serviços de Higiene e conferia ao Governo Federal a responsabilidade de 
coordenar as ações de prevenção e controle
de doenças. 
Ainda neste documento, foi criado o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela. Este 
serviço instituiu a obrigatoriedade da vacina antivariólica. 
Depois da vacinação se tornar obrigatória, a 
população se recusou a ser vacinada e formou um 
movimento de resistência que ficou conhecido como 
a “Revolta da Vacina”. 
Se quiser saber mais sobre a Revolta da Vacina, leia 
o artigo de Denis Gasco para o blog PaleoNerd “Na 
minha bunda não! - A Revolta da Vacina”, que você 
pode acessar em bit.ly/naminhabundanao 
Há também um vídeo sobre o período! Assista: 
A revolta da Vacina. Direção: Eduardo Vilela. Produção: Maria Cristina de Azevedo. 
Brasil: Setor de Imagem e Movimento do Departamento de Arquivo e 
Documentação Casa de Oswaldo Cruz. 1994. Disponível em: Vídeo Saúde 
Distribuidora da Fiocruz. Acesse em bit.ly/revoltadavacina. 
Na Bíblia, cerca de 400 anos antes de Cristo, encontramos registros de casos 
de pessoas com hanseníase, popularmente conhecia como lepra. Os doentes, 
chamados de leprosos, eram isolados fora das cidades para não contaminarem 
outros moradores. É possível perceber na história a identificação dos primeiros 
registros de medidas de isolamento para separar os portadores de doenças das 
pessoas sadias como a relatada na época do Antigo Testamento. 
Ao começar o século XX, a hanseníase era endêmica na maioria das regiões 
brasileiras porque se alastrava de forma progressiva e incontrolável em um 
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28 
 
quadro favorecido pelas precárias condições de vida e agravado pela falta de 
conhecimentos clínicos e laboratoriais sobre a doença. 
Em 1903, Oswaldo Cruz assume a Diretoria Geral de Saúde Pública e dedica 
uma atenção maior à hanseníase, resultando, no ano seguinte, na publicação do 
Regulamento Sanitário da União, com a exigência de notificação compulsória 
e isolamento obrigatório em domicílio, colônias agrícolas, sanatórios, hospitais e 
asilos. 
 
Foto de 1968 mostra a entrada do antigo leprosário de Bauru, no interior de SP Fonte: 
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36800589, retirado de ACERVO: JAIME PRADO 
Para saber mais, leia: 
• Spinalonga, a ilha grega onde leprosos eram abandonados para esperar 
a morte, por Elizabeth Warkentin da BBC-Travel, disponível em 
bit.ly/spinalonga 
• A hanseníase e sua história no Brasil: a história de um “flagelo nacional”, 
disponível em bit.ly/flagelonacional 
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29 
 
Durante a maior parte do século XX, o Estado brasileiro se organizou em 
modelos de programas centralizados, ou seja, o Governo Federal era 
responsável por todas as ações e programas de saúde, desde o planejamento 
até a execução. 
As ações da vigilância em saúde eram restritas a campanhas em que os agentes 
de controle percorriam os territórios onde determinadas doenças eram mais 
frequentes. 
Nesta época, o modelo de vigilância era direcionado para uma população rural 
que tinha grande dificuldade de locomoção. 
 
Foto retirada do Livro, História da Peste e outras endemias de Celso Arcoverde de Freitas, publicado em 1988 pela 
Editora Coleção Memória da Saúde Pública. Mostra equipe de coleta de material para diagnóstico laboratorial, em um 
óbito por peste na cidade de Pesqueira-Pernambuco, 1941. 
Em 1968, o Centro de Investigações Epidemiológicas (CIE) foi criado e abrigado 
na Fundação Serviços de Saúde Pública (FSESP). 
O CIE se tornou parte da estrutura do Ministério da Saúde e se consolidou como 
o primeiro órgão que buscou aplicar os conceitos e as práticas da moderna 
vigilância em saúde. 
Esta moderna vigilância em saúde surgiu nos Estado Unidos na década de 50. 
O CIE implementou o primeiro sistema nacional de notificação regular para um 
conjunto de doenças com importância para monitoramento de sua situação 
epidemiológica. 
 
30 
 
O CIE também foi responsável pela primeira aplicação de estratégia de vigilância 
desenvolvida nos Estados Unidos. 
As estratégias foram aplicadas no programa de erradicação da varíola com a 
implementação da notificação rápida de casos suspeitos para a realização do 
bloqueio vacinal e a consequente interrupção da cadeia de transmissão. 
Conceito: 
Bloqueio vacinal ou vacinação de bloqueio — É a vacinação feita com o objetivo 
de imunizar toda uma comunidade em caso de surto, visando impedir que 
apareçam novas ocorrências de determinada doença. Quando começam a 
acontecer registros de alguma doença em uma comunidade, em número fora do 
esperado, as autoridades de Saúde podem decidir vacinar toda esta comunidade 
para evitar que o agente infeccioso encontre mais pessoas desprotegidas e 
continue se espalhando. Esta ação não impedirá a doença em pessoas que já 
foram contaminadas; a vacina protegerá aqueles que ainda não tiveram contato 
com o agente infeccioso, mas que convivem com os que estão doentes ou 
infectados, bloqueando a transmissão. 
O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) foi criado em 1975, 
após a V Conferência Nacional de Saúde (CNS) por meio da promulgação da 
Lei N° 6.259, regulamentada pelo Decreto Presidencial N° 78.231 de 1976. Este 
foi o momento em que o Ministério da Saúde instituiu a “notificação compulsória 
de casos e/ou óbitos por 14 doenças para todo o território nacional”. A Vigilância 
Epidemiológica foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) pela Lei N° 
8.080, de 1990, denominada Lei Orgânica da Saúde (LOS), na qual a vigilância 
passou a assumir uma função mais ampla. A definição de vigilância 
epidemiológica na LOS é a seguinte: 
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que 
proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança 
nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com 
a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças ou agravos. 
 
31 
 
Como exemplo da ampliação do escopo da vigilância epidemiológica, temos que, 
atualmente, a lista de doenças de notificação compulsória é muito mais ampla 
que as 14 doenças transmissíveis da primeira lista. Além disso, faz parte das 
ações da vigilância epidemiológica a vigilância de agravos e doenças que não 
são transmissíveis e a vigilância de fatores de risco para essas doenças De 
forma básica, antes da Lei 8080/1990, a vigilância em saúde trabalhava com o 
controle de epidemias e surtos (incluindo a coleta de dados, diagnóstico da 
doença e aplicação de medidas de controle) com a LOS passou a trabalhar com 
a promoção, prevenção e controle dos agravos monitorando todas ações. 
Durante a aula você viu o Decreto Presidencial e o Lei Orgânica da Saúde, se quiser 
conhecer todo o texto das duas leis você pode acessar as duas por meio dos links! 
A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/1990) regulamenta o SUS e você pode acessar 
em bit.ly/lei8080. 
O Decreto nº 78.231 de 1976 regulamenta a Vigilância em Saúde no Brasil e você 
pode ler em bit.ly/decreto78231. 
 
É possível notar que a Vigilância está presente em nossas vidas há muito tempo e 
que evoluiu bastante. De acordo com o texto, marque verdadeiro ou falso. 
( ) Na Idade Média as pessoas com lepra e pestes podiam viver normalmente 
entre a população. 
( ) No Século XV, doenças começam a ser monitoradas, foram criados os 
cemitérios e medidas de isolamento foram vistas no porto de Veneza. 
( ) No século XX, Oswaldo Cruz, assumiu a Direção Geral de Saúde. 
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32 
 
( ) Em 1990, doenças e agravos não transmissíveis não foram incorporadas no 
Sistema Nacional. 
2. A Vigilância,
a ação e o monitoramento 
O termo “vigilância” apresenta diferentes conceitos em distintas áreas de 
conhecimento da ciência. 
Mesmo nas ciências da saúde, a vigilância assume significados diferentes. Neste 
curso, vamos adotar a seguinte definição de vigilância: conjunto de medidas 
coletivas que visam o conhecimento e ação diante de situações adversas à 
saúde. (não achei esta definição em nenhum texto. Não seria melhor adotar um 
conceito consolidado ou mesmo a da lei?) 
A compreensão do significado e da finalidade da vigilância em saúde nos dias 
atuais pode ser resumida em “vigilância é informação para a ação”. 
Nas últimas décadas, diversos fatores têm provocado novas emergências ou re-
emergências mais complexas que desafiam a saúde da população. 
Produzir evidências para gerar respostas aos novos agravos em saúde requer 
constante atualização para acompanhar mudanças nos setores econômicos, na 
política, nos hábitos e comportamentos da sociedade, assim como na intensa 
urbanização e a mobilidade da população. 
Epicity é um município do interior de um país chamado Proepilândia e possui pouco 
mais de 500 mil habitantes. 
Imagine que o município de Epicity está enfrentando um surto de Sífilis. Há uma 
preocupação especial com as grávidas porque a doença está relacionada a 
malformações fetais. 
Por isso, o município organizou uma estratégia em que todas as grávidas devem 
realizar o teste rápido para a sífilis. 
 
33 
 
As grávidas que foram identificadas com a doença foram notificadas por meio da 
ficha de notificação de agravos e doenças. 
As fichas foram encaminhadas para a Secretaria Municipal de Saúde de Epicity e 
depois para a Secretaria Estadual de Saúde. 
O estado encaminhou os casos ao Ministério da Saúde de Proepilândia por meio do 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). 
Foi possível analisar a situação da sífilis utilizando os dados das notificações. Dessa 
maneira, o estado e o município puderam estimar a quantidade de insumos 
necessários para o tratamento das grávidas e de seus parceiros. 
Além disso, uma campanha para a prevenção da sífilis foi realizada, com incentivo 
ao uso de de preservativos e realização do teste rápido. 
No exemplo, podemos listar as ações que foram realizadas em Epicity: 
 Aplicação do teste rápido; 
 Notificação dos casos por meio do SINAN; 
 Análise da situação da sífilis no município; 
 Estimativa e compra de insumos e medicamentos para a assistência dos 
acometidos com sífilis; e 
 Campanha de prevenção da sífilis no município. 
O conjunto das ações pode ser definido como o processo de trabalho de vigilância 
e controle da sífilis em Epicity. 
Atualmente, velhos e novos problemas em saúde coexistem, criando um cenário 
complexo em que se observa uma sobreposição de problemas de saúde com 
determinantes distintos, com formas de expressões e impactos diversos sobre a 
saúde pública. 
São vários os fatores de risco para doenças transmissíveis e não transmissíveis, 
acidentes, violências e os riscos ambientais em destaque que merecem atenção 
da vigilância em saúde. 
 
34 
 
Como exemplo de fator de risco para a dengue, doença transmissível por vetor, 
podemos citar a presença de focos de mosquitos do gênero Aedes aegypti. 
Também podemos citar a obesidade como um fator de risco para hipertensão e 
diabetes, que são doenças crônicas não transmissíveis. 
Para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e agravos, é 
necessário: 
 desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos 
vulneráveis; 
 pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas 
tecnologias; e 
 avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de proteção, 
promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento. 
No Brasil, várias experiências de sucesso deixaram um grande legado histórico 
da vigilância em saúde, que inclui a redução da carga de determinadas doenças 
e a eliminação de outras. 
Podemos citar como exemplos de sucesso a estratégia de vacinação, o 
oferecimento de medicamentos para doenças prioritárias, a redução de sódio em 
alimentos, a criação de uma vigilância ambiental, entre outros. 
 A vacina da poliomielite é um exemplo de sucesso! O Brasil não registra nenhum 
caso da doença desde 1990 graças à alta cobertura vacinal de crianças. Além 
disso, a vacinação eliminou a doença em vários países e atualmente há apenas 3 
países com registros da doença no mundo: Nigéria, Paquistão e Afeganistão, 
segundo o site da Iniciativa Global Para a Erradicação da Pólio (tradução livre). 
Ficou curioso? Visite o site da maior iniciativa global contra a poliomielite em 
bit.ly/polionow. 
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35 
 
 
Campanha de Imunização - Fonte: Ministério da Saúde 
 Redução da mortalidade infantil é um importante exemplo de resultado 
fundamentado em estratégias integradas de vigilância e assistência à saúde com 
outros setores fora da saúde que impactam sobretudo nos fatores determinantes 
em saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou em seu relatório 
publicado em 2016, que o Brasil reduziu a mortalidade infantil 20% acima da média 
mundial. O índice, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), 
previa a redução em 2/3 (66%) da mortalidade no período. No Brasil, a redução foi 
de 60,8 óbitos por mil nascidos vivos, em 1990, para 16,4, em 2015 (queda de 
73%). Globalmente, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu de 91 
mortes por mil nascidos vivos, em 1990, para 43 mortes por mil nascidos vivos, 
em 2015 (queda de 53%). 
O sucesso no combate à morte entre crianças entre 1990 e 2015, segundo a OMS, 
são decorrentes de um conjunto de políticas públicas aplicadas no País. Entre as 
ações estão a ampliação da cobertura da atenção básica, do acesso à vacinação, 
das taxas de aleitamento materno e do nível de escolaridade da mãe, além da 
diminuição da pobreza obtida pelo programa Bolsa Família. Essas ações se 
somam a outras políticas que levaram à quase extinção de internações por 
desnutrição, por doenças imunopreveníveis (sarampo, difteria, tétano neonatal, 
poliomielite, varíola, rubéola, meningites) e por diarreia ou pneumonia. 
 
36 
 
 Programa Nacional de Controle do Tabagismo: 
Em novembro de 2005, a adesão do Brasil à Convenção-Quadro da OMS para 
Controle do Tabaco (CQCT/OMS) foi ratificada pelo Congresso Nacional e em 
janeiro de 2006 promulgada pelo Presidente da República. Com isso, a 
implementação nacional desse tratado internacional de saúde pública ganhou o 
status de uma Política de Estado. Ao longo dos últimos anos, o Programa Nacional 
de Controle do Tabagismo se destaca na articulação para implementação dessa 
política, principalmente quanto a educação, comunicação, treinamento e 
conscientização do público; as medidas de redução de demanda relativas à 
dependência e medidas para o abandono do tabaco. Além disso, por meio de seu 
trabalho em rede, cria uma capilaridade que contribui na promoção e no 
fortalecimento de um ambiente favorável à implementação de todas as medidas e 
diretrizes de controle do tabaco no país, ainda que não estejam diretamente sob a 
governabilidade do setor saúde (Brasil, 2011). Destaca-se como medidas 
regulatórias a proibição de propagandas no rádio e TV e a proibição de fumar em 
locais fechados. 
 
Caixas de cigarro - Fonte: Desconhecida 
 A Eliminação do vírus autóctone da rubéola no Brasil, pode ser dito também 
como um exemplo exitoso de ações conjuntas da vigilância em saúde e 
assistência em saúde. O Brasil desenvolveu uma série de ações estratégicas, ao 
longo dos anos, para atingir esse objetivo, como campanhas de prevenção
e a 
intensificação das ações de rotina de vacinação desde de 2004. Em 2008, o 
 
37 
 
Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, vacinou 67,9 
milhões pessoas durante a campanha nacional contra a doença, que alcançou 
96,7% do público-alvo, formado por 70,1 milhões pessoas, entre 20 e 39 anos. 
Nas Américas, foram vacinadas mais de 250 milhões adolescentes e adultos 
contra rubéola e sarampo. 
Vale destacar que a melhoria da qualidade das ações de vigilância epidemiológica e do 
diagnóstico dos possíveis genótipos circulantes também foi fundamental nessa 
estratégia. 
Em maio de 2005, o Ministério da Saúde estabeleceu que todas as internações 
hospitalares, relativas a agravos de notificação compulsória da Classificação 
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10), fossem avaliadas 
pela equipe da vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar ou pela vigilância 
epidemiológica do estado ou do município. 
Essa grande estratégia de ações para eliminação da rubéola conjuntamente com o 
sarampo contou com a presença de assessores técnicos de vigilância da rubéola e 
sarampo do Ministério da Saúde em cada um dos estados brasileiros. Esses assessores, 
desempenharam papel importante na interlocução entre municípios, estados e o 
Ministério da Saúde, sobretudo relacionadas às informações epidemiológicas, 
investigação imediata de casos suspeitos e estratégias de vacinação da população. 
A soma desses fatores levou à ausência de novos casos autóctones desde 2009. 
Previsões para um futuro cenário epidemiológico podem ser alteradas tanto pela 
emergência de uma doença transmissível que se dissemine rapidamente ou 
ainda pelo desenvolvimento de estratégias mais eficientes de prevenção e 
controle que podem produzir alterações importantes nas tendências das taxas 
de morbimortalidade de doenças transmissíveis e não transmissíveis. 
Ficou curioso com as previsões do futuro na área da saúde? Acesse 
bit.ly/saudeamanha e acompanhe o projeto "Saúde Amanhã" da Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz). 
 
38 
 
 
O “Saúde Amanhã” também tem um artigo sobre o planejamento em Saúde 
chamado Epidemiologia: informação para o planejamento em saúde, de Marina 
Schneider, disponível em bit.ly/planejamentoemsaude. 
Para a vigilância em saúde é importante detectar e responder adequadamente 
às emergências em saúde pública. Isso funciona como uma preparação para o 
previsível, para o inusitado e para o futuro. É como uma antecipação aos riscos 
para a resposta adequada e oportuna às emergências em saúde pública. A 
Vigilância, sendo uma instância governamental, precisa agir com determinação 
para fortalecer a estrutura e a organização dos serviços e aumentar a 
capacidade de resposta do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde-SNVS. As 
diretrizes orientadoras que regulamentam e definem responsabilidades relativos 
ao SNVS no Brasil, estão descritas nas Portarias publicadas pelo Ministério da 
Saúde (3.252/2009 e 1.378 de 2013). 
Na portaria nº1.378 (disponível em bit.ly/portaria1378) estão descritas as 
orientações e diretrizes de funcionamento do Sistema Nacional de Vigilância em 
Saúde. 
Na Lei n. 8080 (disponível em bit.ly/lei8080), que cria o Sistema Único de Saúde 
no Brasil, você irá encontrar aspectos importantes sobre a regulamentação das 
ações de vigilância em saúde. 
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39 
 
Você já teve contato com alguma dessas vigilâncias? Como foi a experiência? 
O Sistema Nacional de Vigilância de Vigilância em Saúde está composto por 
Subsistemas coordenados pelo Ministério da Saúde. 
I- Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, de doenças transmissíveis e 
de agravos e doenças não transmissíveis; 
II - Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental, incluindo ambiente de 
trabalho; 
III - Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, nos aspectos pertinentes 
à Vigilância em Saúde; 
IV - Sistemas de informação de Vigilância em Saúde; 
V - Programas de prevenção e controle de doenças de relevância em saúde pública, 
incluindo o Programa Nacional de Imunizações; 
VI - Política Nacional de Saúde do Trabalhador; e 
VII - Política Nacional de Promoção da Saúde. 
 
O que é preciso para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e 
agravos? Marque as respostas corretas. 
a. Desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos 
vulneráveis. 
b. Oferecer um tratamento igual para todas as doenças e agravo. 
c. Pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas 
tecnologias. 
d. Avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de proteção, 
promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento. 
 
 
40 
 
Agora que você conhece a Vigilância em Saúde, pode compartilhar conosco sua 
vivência! 
Escreva para nós um relato sobre seu município com base nas questões: 
1. Considerando sua vivência como trabalhador do SUS, como é a Vigilância 
em Saúde de seu município? 
2. Como se organizam as vigilâncias em saúde do seu município ou estado 
(Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, Vigilância Entomológica, 
Vigilância Sanitária…)? 
3. Como são obtidas as informações de saúde no seu município ou estado? 
 
A partir da sua vivência de trabalho na vigilância, sugerimos a leitura do documento 
disponível em bit.ly/boletimvigilancia para estimular a reflexão sobre o trabalho 
integrado entre diferentes setores da Vigilância em Saúde e da Assistência em 
Saúde. 
 
Complete com as palavras corretas para a frase: 
Para a vigilância em saúde é _______________ detectar e responder 
adequadamente às _______________ em saúde pública. Isso funciona como uma 
preparação para o _______________, para o inusitado e para o _______________. 
A _______________, sendo uma instância governamental, precisa 
_______________ com determinação para _______________ a estrutura e a 
_______________ dos serviços e aumentar a capacidade de resposta do Sistema 
Nacional de Vigilância em Saúde-SNVS. 
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41 
 
Vamos relembrar? 
Nessa aula você conheceu que desde o início da 
civilização já eram aplicadas ações Vigilância. No 
Antigo Testamento, o isolamento de pessoas doentes 
já era realizado como forma de controle de doenças. 
Você também conheceu Hipócrates: o pai da medicina. 
Mesmo sem muitos recursos ele já fazia algumas 
observações relacionando as características das 
estações, o solo, água e outros fatores para detectar 
alguma doença nos pacientes. Essas observações são 
consideradas um modo primitivo de vigilância em 
saúde. 
Aprendeu um pouco sobre o crescimento da Vigilância 
pelo mundo, incluindo seus principais fatores e as 
medidas que foram realizadas para evitar epidemias. 
Com o conhecimento que adquiriu na aula, pode 
diferenciar os conceitos de endemia e epidemias, 
emergência de reemergência. 
Já no Brasil, mostramos como a vigilância se 
desenvolveu com a criação do SNVE, CIE, a LOS, e a 
implementação de um sistema de notificação para 
registrar um conjunto de doenças. 
Também mostramos que o desenvolvimento da 
vigilância é dinâmico e está sempre sendo atualizado. 
No Brasil, você conheceu a portaria onde os estados, 
Distrito Federal e municípios são fortalecidos no papel 
de gestores da vigilância, para ampliar as ações 
denominadas de Vigilância em Saúde, que são: 
• Vigilância Epidemiológica 
 
42 
 
• Promoção da Saúde 
• Vigilância da Situação de Saúde 
• Vigilância em Saúde Ambiental 
• Vigilância da Saúde do Trabalhador
• Vigilância Sanitária 
Na próxima aula, vamos aprofundar os conhecimentos 
sobre as diferenças entre cada uma das vigilâncias e 
apresentaremos o significado de risco em saúde. 
 
 
43 
 
Ajude o conhecimento a chegar mais longe! 
Se você foi beneficiado(a) por este conteúdo, considere contribuir para 
que ele alcance mais pessoas. 
Fazendo uma doação para a ProEpi, você viabiliza o desenvolvimento e 
a tradução para outros idiomas de mais recursos educacionais como esse, 
ajudando colegas a se capacitarem e protegerem melhor a saúde da população. 
Mais de 3.000 pessoas já foram beneficiadas por nossos cursos a 
distância e outras centenas participaram de nossos treinamentos presenciais em 
áreas como Investigação de Surto, Comunicação de Risco e Gestão de Projetos 
de Vigilância em Saúde. 
 
Torne-se um membro da nossa rede: 
 
 
Faça uma doação: 
 
ou acesse proepi.org.br/doacao 
 
 
44 
 
Referências 
ALMEIDA FILHO N, BARRETO ML. Epidemiologia & Saúde: Fundamentos, 
Métodos, Aplicações. Koogan G, editor. Rio de Janeiro, 2011. 699 p. 
BRASIL, MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. A SAÚDE E A HIGIENE PÚBLICA NA 
ORDEM COLONIAL E JOANINA. Arquivo Nacional. Disponível em: 
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?i
nfoid=2168&sid=163. 
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Guia de Vigilância 
Epidemiológica. 7. ed. Brasília, 816 p. (2009). 
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Ministério da Saúde 
confirma relação entre vírus Zika e microcefalia. http://por 
talsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/noticias-
svs/21016-ministerio-da-saude-confirma-relacao-entre-viruszika-e-microcefalia 
(acessado em 30/Nov/2015) 
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José de Alencar 
Gomes da Silva. Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O controle do tabaco no 
Brasil: uma trajetória. Rio de Janeiro: INCA, 2012. 
CARVALHO AO & EDUARDO MBP. Sistemas de Informação em Saúde para 
Municípios, vol. 6. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de 
São Paulo, 1998. (Série Saúde & Cidadania). 
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Guidelines for 
Evaluation Public Health Surveillance Systems. MMWR Supplements, 06 
May. 1988 /37 (S-5): 1-18.14p. Disponível em: < www.cdc.gov/mmwr/preview/ 
mmwrhtml/00001769.htm > Acesso em: 27 jan. 2004. 
CHURCHILL, R. E.; TEUTSCH, S. M. Principles and Practice of Public Health 
Surveillance. 2.ed. Oxford: University press, 2000. p. 1. 
DOS ANJOS, Bianca Cruz. Tratado Único da Constituição Pestilencial de 
Pernambuco: primeira descrição dos “males” por João Ferreira da Rosa no 
 
45 
 
século XVII.Temporalidades – Revista Discente do Programa de Pós-Graduação 
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47 
 
Respostas dos exercícios (em ordem de aparição) 
1. Você acabou de ver alguns conceitos importantes sobre a vigilância em saúde 
incluindo a diferença entre epidemia e endemia, sendo assim: 
De acordo com o conceito de Waldman, 1991, vigilância em saúde é: 
a. um setor do SUS que atua apenas no controle de epidemias e 
endemias 
b. uma área da saúde pública onde a primordial é a notificação de 
doenças transmissíveis 
c. compreende as ações de atenção primária que desenvolvidas de 
forma intersetorial e devem ser dirigidas à prevenção de riscos e 
danos, dirigidas para grupos populacionais 
d. uma disciplina que estuda o comportamento das doenças sobre a 
população afetada 
O que entendeu por epidemia? Marque a opção correta. 
a. Conjunto de ações necessárias para o combate de doenças 
infecciosas. 
b. Nome de uma área de Vigilância em Saúde 
c. Termo usado para definir o aumento inesperado do número de casos 
de determinada doença, geralmente infecciosa, em determinadas 
regiões e em um determinado período de tempo 
d. Nome de um animal que transmite epidemias 
O que é endemia? Marque a resposta correta. 
a. É um termo usado para definir qualquer tipo de doença. 
b. É um termo utilizado para definir o aumento inesperado de uma 
determinada doença. 
c. É o termo usado para definir a ocorrência de determinada doença 
com frequência esperada em determinado local. 
d. Endemia é quando uma doença se espalha por várias cidades. 
 
 
48 
 
2. É possível notar que a Vigilância está presente em nossas vidas há muito 
tempo e que evoluiu bastante. De acordo com o texto, marque verdadeiro ou 
falso. 
 (F) Na Idade Média as pessoas com lepra e pestes podiam viver 
normalmente entre a população. 
 (V) No Século XV, doenças começam a ser monitoradas, foram criados 
os cemitérios e medidas de isolamento foram vistas no porto de Veneza.
(V) No século XX, Oswaldo Cruz, assumiu a Direção Geral de Saúde. 
(F) Em 1990, doenças e agravos não transmissíveis não foram 
incorporadas no Sistema Nacional. 
3. O que é preciso para enfrentar os fatores de risco para as diversas doenças e 
agravos? Marque as respostas corretas. 
a. Desenvolver e implantar estratégias especiais para os grupos 
vulneráveis. 
b. Oferecer um tratamento igual para todas as doenças e agravo. 
c. Pesquisar e introduzir rapidamente e de forma sustentável novas 
tecnologias. 
d. Avaliar o impacto, a oportunidade e a qualidade das ações de 
proteção, promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento. 
4. Complete com as palavras corretas para a frase: 
Para a vigilância em saúde é importante detectar e responder adequadamente 
às emergências em saúde pública. Isso funciona como uma preparação para o 
previsível, para o inusitado e para o futuro. 
A Vigilância, sendo uma instância governamental, precisa agir com 
determinação para fortalecer a estrutura e a organização dos serviços e 
aumentar a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Vigilância em 
Saúde-SNVS.

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