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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE EDUCAÇÃO PEDAGOGIA EMPRESARIAL: O EXERCÍCIO DA PEDAGOGIA NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS Luciana Barbosa Santos¹ Viviane Carneiro Florêncio² Ana Cristina S. Baptistella de Oliveira³ RESUMO Este estudo tem a intenção de analisar a atuação e importância do Pedagogo no espaço empresarial. Desta forma, faz-se necessário identificar as funções e atividades que são exercidas pelo pedagogo nesta área, verificando as dificuldades encontradas na execução do trabalho e analisando a contribuição que os Pedagogos podem apresentar para a formação e desempenho profissional. A pesquisa de campo foi realizada a partir de observações e acompanhamento do trabalho que um pedagogo desempenha no espaço extra-escolar. A realização desta pesquisa é um estudo de caso do planejamento á avaliação de treinamento produzido pelo olhar de um Pedagogo. PALAVRAS-CHAVE: Curso de Pedagogia, Gestão de Pessoas e Pedagogia Empresarial. 1 INTRODUÇÃO 1Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE lucianabsantos27@hotmail.com ² Concluinte de Pedagogia – Centro de Educação – UFPE vianne_pe@hotmail.com ³ Porfª. Drª. Do Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional acbaptistella@terra.com.br Durante a nossa formação como pedagogas, o curso esteve voltado, essencialmente, à docência. O interesse por este foco surgiu a partir da percepção que encontramos trabalhando a disciplina de Recursos Humanos, a qual nos proporcionou uma visão diversificada da área de atuação do pedagogo. Diante disso, percebemos um fator que nos mostrou essa realidade, a fim de apresentar as contribuições que o pedagogo pode trazer para as atividades do setor empresarial. Contudo, passamos a direcionar nossos olhares e pensamentos as várias possibilidades de estudos a serem realizados, dentre eles no setor de treinamento. O pedagogo deve ser formado para atuar em diferentes áreas, além da docência, é preciso compreender como ocorre fora do espaço escolar à construção do saber. A pedagogia contribui para o desenvolvimento das atividades do setor de treinamento, à medida que ocorre no mundo um processo de globalização, passa a ser evidente a crescente busca por uma intervenção pedagógica no segmento empresarial. Conforme aponta Libâneo, (2005): A educação, enquanto atividade intencionalizada, é uma prática cunhada como influencia do meio social sobre o desenvolvimento dos indivíduos na sua relação ativa com o meio natural e social, tendo em vista, precisamente, potencializar essa atividade humana para torná-la mais rica, mais produtiva, mais eficaz, diante das tarefas da práxis social postas num dado sistema de relações sociais. (p.82) Desta forma, dentro de um contexto educacional, social e histórico, no qual o modelo de educação seguido não se enquadra apenas em espaço escolar, demanda um novo perfil de ser humano com habilidades e potencialidades, as quais passam a ser consideradas dentro do processo de aquisição do saber. Visando a propagação da construção do conhecimento, a partir da interação pedagógica junto a outros profissionais da área de Gestão de Pessoas. O pedagogo passa por mudanças para atender novas necessidades 2 do indivíduo no processo contínuo de busca de seus valores como cidadão e profissional. Desta forma a Educação cumpre com seu objetivo qual é contribuir para o desenvolvimento integral do individuo. O desafio maior é promover um novo paradigma que atenda as especificidades sociais do ser humano na construção da humanização. Segundo Ávila citando Betini, (2002, p.42), em cada período histórico ocorre uma quebra de paradigma de acordo com a necessidade do contexto educacional. A partir do momento que a empresa amplia seu espaço para a atuação do pedagogo, seu cenário passa a ser pautado pela busca da informação, o termo Gestão do Conhecimento passa a ser utilizado para sintetizar a mudança ocorrida no setor de Recursos Humanos, o qual, a cada novo paradigma se reinventa visto que, é o reflexo da sociedade contemporânea na qual o conhecimento é a peça chave para criação de estratégias transformadoras. Partindo desse pressuposto lançamos um olhar reflexivo para a questão de como ocorre à articulação entre pedagogo, intervenções pedagógicas e indivíduos dentro da empresa. Ao analisar a atuação e importância de um pedagogo dentro da empresa, podemos perceber a finalidade de haver uma abertura de discussão a cerca da contribuição social do pedagogo mesmo que atuando no espaço não escolar. Visto que, o pedagogo será um professor onde quer que desenvolva atividades pautadas no pedagógico. Mas nem todo profissional, o qual repassa informações em um treinamento pode ser chamado de professor como diz Libâneo “pedagogia é a Ciência da Educação” (1996). Sendo assim, o pedagogo deve fazer-se presente em outros espaços desenvolvendo didaticamente habilidades e competências no indivíduo contribuindo para seu crescimento. Cabe a nós percebermos como ocorre essa contribuição do pedagogo, segundo suas ações. Além desses fatores é relevante identificar quais atividades desenvolvidas por um pedagogo na empresa, visam uma maior compreensão do papel pedagógico deste profissional. Diante das transformações as quais ocorrem no ambiente organizacional, criando espaços para sua prática, 3 descrevemos o treinamento desde as etapas do planejamento até a avaliação final, demonstrando a dimensão do campo de atuação do pedagogo e a importância da sua contribuição na construção do conhecimento. CURSO DE PEDAGOGIA: FORMAÇÃO DOCENTE? A formação de professores no Brasil através da tradição de que “o pedagogo é alguém que ensina algo” (LIBÂNEO, 2006, p.62), teria se estabelecido a partir da década de 1930, com a influência dos precursores da Escola Nova. O curso de Pedagogia se apresenta como formador de docentes para atuar na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental (1ª à 4ª série), desta forma nos leva a compreender que a educação nos remete a pensar na alfabetização de criança, jovens e adultos. Ocorre uma dinamização da Pedagogia e na formação de professores, já que estamos afirmando dois fatos distintos, pois “... todo professor é um pedagogo, mas nem todo pedagogo é um professor” (LIBÂNEO, 2006, p.61). O pedagogo é um profissional da educação cuja área de atuação está se ampliando, na medida em que o mercado de trabalho necessita da colaboração do pedagogo em ambientes não escolares. Brandão (1981, p.13) afirma que, a educação acontece em diversos lugares e não apenas em ambientes escolares, podendo ocorrer em organizações sociais na transmissão do conhecimento de uma geração a outra. A propagação do campo educativo ocorre em diversos locais entre eles: família, trabalho, rua, política, meio de comunicação, por isso, se refere a um enorme grupo de outras práticas educativas. Tudo isso nos leva a refletir o quanto o Curso de Pedagogia em algumas instituições de ensino oferece uma formação restrita à docência, tornando a área pedagógica voltada apenas para sala de aula, quando existem outras áreas de atuação para esse profissional. Libâneo em “Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas”, diz que: Pedagogia é, antes de tudo, um campo científico, não um curso. O 4 Curso quelhe corresponde é o que forma o investigador da educação e o profissional que realiza tarefas educativas seja ele docente ou não diretamente docente. “Somente faz sentido um curso de Pedagogia pelo fato de existir um campo investigativo – o da Pedagogia – cuja natureza constitutiva é a teoria e a prática da educação ou a teoria e a prática da formação humana.” (p.60). Diante disso, verificamos que o Curso de Pedagogia forma o profissional de educação que atua na formação humana. A educação abrange a metodologia, didática e competências que intercedem no progresso humano e na sua formação ativa com o meio natural e social, num delimitado contexto de relações sociais (LIBÂNEO, 2006). Através do Curso de Pedagogia adquirimos conhecimentos e capacidade para conhecer melhor os indivíduos; desta forma, o pedagogo torna-se facilitador do processo de formação do profissional dentro da empresa, capaz de demarcar o perfil de uma pessoa em pouco tempo, Ribeiro (2005, p. 60) destaca que: “A pedagogia empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes diagnosticados como indispensáveis / necessários à melhoria da produtividade”. QUAIS AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO? O pedagogo é o profissional, o qual suas práticas educativas ampliam suas áreas de atuação diversificada, a partir da contribuição metodológica em outros campos sem ser a escola. Diante disso, quais são as áreas que o pedagogo contribui com a sua experiência? As atuações pedagógicas não se encontram apenas na instituição escolar, o surgimento de outros campos de atuação amplia a realidade do trabalho e aprendizagem, uma diversidade de práticas educativas na busca pelo conhecimento apresenta o profissional da educação como agente de transformação da sociedade, com a capacidade de atuar em vários em vários campos, entre eles: formadores, animadores, atividades ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social, consultores, 5 técnicos, orientadores, meios de comunicação, movimentos sociais, ONGS, editoras e outras. Conforme aponta Nichetti, (2006): Mas, qual profissional poderia desenvolver atividades educativas nas empresas? Partindo do princípio que o pedagogo é o profissional da educação que reúne as qualidades necessárias para atuar em empresas, como ainda é assunto novo e uma nova área a ser explorada, é importante que se desenvolvam estudos relativos ao tema para tornar claro aos profissionais de educação de que forma poderá atuar nas empresas, quais os caminhos a seguir. (p. 1) As atividades pedagógicas desenvolvidas no meio extra-escolar são muito vastas, mas não contemplam a preparação de todos os profissionais mencionados, pois há profissionais que são pedagogos capacitados através de cursos de especialização ou, por exemplo, curso de extensão. Ocorrem da mesma forma na formação dos educadores sociais que atuam em áreas privadas e sociais. AS TRANSFORMAÇÕES DO SETOR DE TREINAMENTO O mercado de trabalho vem passando pelo processo de reconstrução produtiva, de forma a causar transformações no que diz respeito à formação profissional nas empresas. Tornou-se necessário a presença do pedagogo no novo cenário organizacional brasileiro. A transformação comportamental resultante da busca do conhecimento gerando progresso do desempenho na produção o qual é visto como o objetivo pedagógico empresarial. Antes, as empresas estavam fazendo transformações no processo educativo em torno do treinamento, o que acarretou em mudanças neste processo. Como afirma Ávila citando Bonfim (2005), bastando apenas para o operário aprender a executar algumas ações já que o trabalho era padronizado. Toda evolução relacionada ao treinamento, mesmo de maneira lenta, se mostra como um meio para conquistar o resultado que as 6 organizações desejam atingir, beneficiando as técnicas da produção e elevando os resultados. O treinamento nas empresas, partindo de uma visão tecnicista, nos mostram que as experiências educativas permaneciam fixadas na concepção tradicional, pertencendo ao transmissor à realização do ensino, e ao funcionário assimilar a execução com agilidade e aptidão à atividade a ele indicada. Nesta perspectiva, LOPES (2005, p.46), afirma que (...) os setores pecam no quesito pragmático já que entre os conteúdos em sala de aula sortiram lacunas referentes ao conhecimento da prática do dia a dia do professor, culminando com “receitas prontas” pouco úteis para aprendizado. .Existe uma relação próxima entre a Educação e o Trabalho, que estabelece habilidades e competências as quais possibilitam o crescimento do profissional em sua área de atuação, desta forma facilitando o desenvolvimento tanto econômico como pessoal do individuo. O modelo empresarial influenciou de forma extensa os domínios da Escola, pois a Escola abriu as portas para a aplicação deste modelo. O surgimento das escolas profissionalizantes para beneficiar o aparelho produtivo das organizações, com destaque para as fábricas ocasionou uma postura dominante em relação à Escola influenciando na formação profissional dos indivíduos, pois desta maneira facilitaria para as empresas o processo de treinamento. O empregado passa a ser visto e tratado apenas como uma fonte de mão de obra que contribui para o lucro da empresa. A partir de 1970, surgem modificações no cenário empresarial quanto ao modo de ver o individuo. Segundo ÁVILA citando MALVEZZI (2005), com um recurso humano que necessita de investimentos em capacitações, as quais não levavam o individuo a refletir sobre suas ações, mas apenas na execução de tarefas bem realizadas, pois se acreditava que assim ocorreria o crescimento da produção. O treinamento empresarial ainda não oferecia assessoria pedagógica a seus funcionários, mas como os responsáveis pela administração das 7 empresas desconheciam os métodos de aprendizagem, foram solicitadas as ciências comportamentais o oferecimento de dados confiáveis a respeito das situações e recursos de aprendizagens. As técnicas de assimilação das atividades necessárias a cada função disponibilizada nas organizações foram estimuladas por estudos da Psicologia. Os treinamentos ministrados pelos especialistas de RH, resumiam-se em realização de atividades mecânicas, isto é, um processo utilizando a velocidade da transmissão das informações, e assim conquistar o desempenho que foi delimitado no planejamento. Baseadas no texto de Pedagogia Empresarial (2006): (...) o empresário adota em relação aos seus funcionários, uma atitude de cobrança de resultados para assegurar o crescimento e a manutenção de seu negócio no mercado. Ele ainda não despertou para a necessidade de implantar mudanças profundas na maneira como se relaciona com os Recursos Humanos disponíveis em sua empresa; somente se preocupa em aumentar a produção e investir em aumentar a produção e investir em sua maior produtividade que são seus colaboradores. (LOPES, 2006, P.37) Desta forma, o homem era visto como uma ferramenta de trabalho (meio de produção), em que não havia possibilidade para o estimulo de idéias, criatividade e nem a apropriação delas, para o surgimento de bases nas relações trabalhistas. As empresas encontraram a competitividade como uma nova estratégia para garantir o avançoda expansão das produções internas e inserir sua permanência no mercado internacional. O trabalhador é cobrado por um novo modelo profissional voltado para uma formação polivalente. É necessário esse trabalhador incluir as antigas e novas habilidades a serem empregadas nas atividades desempenhadas nas funções de cada funcionário. Antigamente, o que estava em destaque era a obtenção de habilidades exclusivamente técnicas, mas ocorreram transformações no discurso e na prática, o que interferiu de maneira positiva nas mudanças do trabalhador, pois a partir desse momento enfatizam a valorização da criatividade, competência, 8 subjetividade, o trabalho em grupo e capacidade de comunicar-se. Nas empresas, como diz ÁVILA, (2005): Se antes a lógica predominante era a especialização, centralização e autocracia, agora transferem a formação global, descentralização e democracia. Se antes, a formação deveria levar o profissional a “aprender a fazer” e “aprender a aprender”, agora, o importante passa a ser o “aprender a pensar”, pois uma mente pensante é capaz de aprender e também fazer. Desta forma vai se modelando a construção do novo discurso pedagógico. (p. 48) As mudanças do novo modelo trabalhista só poderiam ser implantadas por meio de transformações no sistema educacional. As organizações partem para o investimento da formação do capital humano, desta forma, criando estratégias para a permanência do desenvolvimento e investimento no diferencial do mercado: o capital intelectual. Hoje, a maioria das empresas líderes da economia mundial investem em capital humano. Em uma perspectiva de mudança e viabilizando uma expansão para o crescimento das elaborações de programas de treinamentos para todos os funcionários surge a presença do pedagogo nas empresas, contribuindo com um processo de aprendizagem para a construção do conhecimento do funcionário. A atuação do Pedagogo nas empresas acontece há vários anos e no momento atual tem causado discussões em relação ao assunto, essencialmente porque com a globalização ocorreram mudanças no perfil deste profissional. O papel do pedagogo voltou-se para a área de treinamento, pois realizava o levantamento das necessidades de treinamento, planejava, ministrava, avaliava e ainda dirigia alguns processos de escolarização que aconteciam no interior das empresas. Tinha, também, deferir as necessidades e conveniência das organizações. A partir da década de noventa, com o novo processo de produção o pedagogo passou a ser requisitado nas empresas, porque a globalização permite que o individue tenha acesso ao maior número de informações, as quais proporcionam a obtenção do conhecimento. 9 Hoje as empresas buscam mais que mãos de obra, procuram pessoas as quais desenvolvam seu potencial crítico social à medida que atuam no mercado de trabalho, Toffler afirma que as pessoas na organização devem ser capazes de fazer julgamentos e tomar decisões em vez de executar mecanicamente ordens transmitidas de cima para baixo (TOFFLER apud AGNALDO, 1999, p. 98). O PAPEL HUMANIZADOR DO PEDAGOGO A Pedagogia forma indivíduos para a vida e se preocupa com um desenvolvimento completo, crítico, de seres pensantes, com idéias capazes de serem percebidas e transformadas favorecendo o crescimento social e profissional. No sentido de humanizar práticas pedagógicas voltadas para a capacitação, à postura do pedagogo deve ser direcionada às dificuldades do indivíduo e não apenas para técnicas mecanicistas. A construção do conhecimento não se reduz ao ambiente de trabalho, tendo reflexo nas atitudes sociais do indivíduo, na família, na comunidade, uma vez que o homem é um ser social. Através da convivência com outros indivíduos, ensinamos e aprendemos. Assim, é o pedagogo que possua em sua essência o compromisso em mediar à construção do conhecimento. Dentro dos padrões pessoais, o ser humano, ao interagir com outros, modifica seu modo de pensar e agir, logo os conceitos os quais trás consigo, e assimilação de novas vivencias proporcionando ao individuo uma ressignificação de valores sociais. O pedagogo participa desta ressignificação à medida que humaniza as relações dentro da instituição, utilizando o treinamento não só para aperfeiçoamento profissional dos seus participantes. Entre as diversas funções do pedagogo na área de Gestão de Pessoas ocorre a preocupação de integrar o novo funcionário a organização, estimulando um plano de carreira; participando da orientação pedagógica e 10 avaliação de desempenho; capacitando o indivíduo a exercer com maior eficácia suas atribuições e proporcionando a oportunidade de desenvolvimento pessoal e crítico. O ser humano ao interagir com outros, constroem valores os quais são adquiridos à medida que convivem entre si. O pedagogo coloca-se como mediador do processo educacional, com o objetivo de desenvolver competências e habilidades. Por meio dos resultados e respostas adquiridas do pedagogo será possível ter o conhecimento, se o seu trabalho o qual está produzindo o efeito desejado e verificar possíveis transformações de estratégia, de metodologia e de maneiras novas de ensinar e aprender. “O curso de pedagogia deve formar o pedagogo Stricto sensu, isto é um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não – formal e informal decorrentes de novas realidades - novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer mudanças nos ritmos de vida, presença nos meios de comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentável [...] nas empresas”. (LIBÂNEO 2005, p.38; 39). METODOLOGIA Para as observações de campo, foi selecionada a Coca-Cola Refrescos Guararapes, uma empresa privada da cidade do Jaboatão dos Guararapes, localizada no bairro de Prazeres que disponibiliza de um Centro de Desenvolvimento de Negócio: espaço destinado a treinamentos. Esta empresa foi proposta por oferecer uma estrutura pedagógica a qual oferece condições satisfatórias para a realização da nossa pesquisa, a qual envolva desde o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação de um treinamento e como o campo de atuação de um pedagogo ao longo desse processo. Escolhido como campo de atuação apenas uma empresa, este trabalho é apresentado como um estudo de caso cuja preocupação central em planejamento, execução e a avaliação do treinamento em uma empresa. De 11 acordo com Gil (2002), estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. Realizamos o acompanhamento da atuação de um pedagogo em processo de desenvolvimento e aplicação de treinamento de funcionário, através da área de Gestão de Pessoas. Realizamos pesquisa bibliográfica consultando autores e seus conceitos como Gil (1994), Libâneo (2006), Ávila (2004) e Chiavenato (1999). A técnica de registros de dados foi a entrevista por acreditar que se trata de uma estratégia que permite uma maior possibilidade de compreensão dos assuntos apresentados a entrevistada. A entrevista foi gravada e depois transcrita. Os dados foram coletados através de dez visitas presenciais à empresa. A abordagem utilizada foi à qualitativa, por entendermosque desta forma enriqueceu nossa pesquisa. “A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigado, via de regra através de trabalho intensivo de campo.” (LUDK E ANDRE apud OLIVEIRA, 1994, P. 56). A abordagem qualitativa foi a mais adequada ao desenvolvimento de nossa pesquisa por permitir que o investigador esteja envolvido, e tenha acesso ao campo e contato com o objeto de estudo. Desta forma, tornaram-se possível o uso de procedimentos como observações, e gravações de entrevistas, meios os quais alcançamos os dados que contribuíram para nossa pesquisa. Utilizamos observações das quais foram realizadas sem nenhum caráter interventivo, sob a supervisão da Pedagoga e analista sênior, com a finalidade de descrever, analisar procedimentos adotados nos treinamentos para nossas análises. Portanto, o caminho escolhido privilegiou uma abordagem qualitativa, já que o foco do interesse é saber a importância do pedagogo no ambiente empresarial. 12 ANÁLISE DOS DADOS A partir das pesquisas realizadas através das observações, leituras e entrevistas fizeram uma análise dos pontos que se destacaram para atingirmos nossos objetivos que constam no conhecimento da atuação e a importância do pedagogo em uma empresa privada, mais especificamente na área de Gestão de Pessoas. Diante disso, realizamos, a princípio, uma breve apresentação da empresa a qual pesquisamos, em seguida, uma análise da entrevista realizada a pedagoga da empresa referente ao exercício da pedagogia no processo de construção e gestão do conhecimento. A EMPRESA PESQUISADA A organização a ser acompanhada atua no segmento de alimentos, especificamente bebidas, no Estado de Pernambuco. O ambiente de trabalho da profissional é amplo, com recursos tecnológicos, as reuniões do setor são realizadas na própria sala, um local exclusivo para a realização dos treinamentos entre outros. No Centro de Desenvolvimento de Negócio apresenta um auditório para exercer as atividades relacionadas ao treinamento dos funcionários, dispondo de uma área que contribui para a visualização prática dos produtos utilizados nos treinamentos. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS POR UM PEDAGOGO NA EMPRESA Na empresa pesquisada a pedagoga entrevistada é formada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO), tendo trabalhado algum tempo como professora de escolas antes de ingressar na área empresarial. Fez ainda, vários cursos extras: Teologia, Oratória, Montessori e o Curso de Paulo Freire. 13 Diante das informações sobre a formação da pedagoga perguntamos sobre a função exercida no setor de RH, a fim de adquirirmos informações que proporcionasse conhecer melhor a atuação do pedagogo empresarial. Desta maneira, a entrevistada declara atuar como Supervisora Analista de Desenvolvimento de Mercado Sênior, afirma que suas funções estão atribuídas ao Centro de Desenvolvimento de Negócio (CDN) com dois pilares: uma para o atendimento de cliente externo e outro ao atendimento do cliente interno, onde coordena esses dois centros. Através da entrevista realizada, identificamos em suas funções o exercício de diversas atividades, dentro do setor de Gestão de Pessoas que se expandem e alcançam todos os setores da Companhia. Como afirma a Pedagoga: “(...) eu coordeno esses dois centros, um desenvolvendo treinamentos especificamente e ministrando e outro diretamente só coordenando a equipe que trabalha desenvolvendo esses treinamentos.” A pedagoga nos mostrou nas suas respostas que trabalha coordenando a equipe a qual faz parte, utiliza a observação para tirar suas conclusões para interferir no andamento das decisões a serem tomadas e contribuindo de maneira a estimular o desempenho da equipe, e assim, alcançar ao objetivo tanto da empresa como o de cada membro de equipe. Nas observações realizadas na atuação da pedagoga constatamos a existência de fatores que vão além das suas habilidades e competências, ampliando sua atuação profissional para o trabalho em equipe, colaboração e decisões coletivas. Em uma de nossas visitas à empresa acompanhamos a reunião de fechamento do mês, ou seja, todo final do mês é realizado um encontro com profissionais de outros estados do nordeste para a troca de informações e integração dos setores. Diante disso, presenciamos a criação de uma estratégia para ser implantada nos próximos treinamentos, a utilização do lúdico no ambiente empresarial: o surgimento de um jogo. As atividades eram divididas, cada colaborador era responsável por uma atividade e a pedagoga 14 exercia a função de coordenadora, com o objetivo de chegar a um resultado coletivo. A equipe é composta por profissionais com formação em: Psicologia, Administração de Empresas, Publicidade e Pedagogia. A líder do setor é uma psicóloga, mas na sua ausência quem responde pelo setor é a pedagoga. O desenvolvimento do treinamento também faz parte da rotina das atividades que um pedagogo desempenha, o inicio do treinamento se dá pelo seu planejamento, um processo minucioso que requer habilidades para adequar metodologias e conteúdos a serem enfatizadas de acordo com o público o qual será atingido. Depois, o pedagogo ministra o treinamento utilizando uma maneira didática para obter a compreensão dos funcionários participantes. A pedagoga ressalta por que decidiu atuar na área extra escolar: “Eu não decidi, eu me apaixonei pela Educação, pela transformação das pessoas, não fiquei da sala de aula institucional daquela onde o poder manobra a verdadeira função da escola (...)”. A pedagoga entrevistada enfatizou em suas respostas a construção do conhecimento de acordo com a necessidade do indivíduo e da empresa, citando Paulo Freire ela nos diz que: “só se aprende com a construção e não com nada feito”. Para ocorrer o aprendizado é necessário construir o saber e respeitar o aprendizado do outro, pois o conhecimento está sempre em construção, ou seja, um eterno vir a ser. É função do pedagogo o qual atua na empresa aplicar a educação dentro das organizações, pois a educação é a essência da Pedagogia. Percebemos que o trabalho desenvolvido pelo pedagogo (a) no setor de Gestão de Pessoas, envolve a articulação com outros setores, desta forma, havendo um contato com realidades diversas, visto que, o nível de escolaridade varia, levando os responsáveis dos setores a trabalharem em conjunto com o pedagogo para reformular estratégias pedagógicas as quais atendam as necessidades de cada um. Esta ação se apresenta quando a pedagoga relata como sua visão pedagógica contribui para solucionar problemas, afirma a entrevistada: 15 “Toda hora. Hoje mesmo nesta questão do treinamento, foi pedido que reformulasse pedagogicamente com estratégia, com metodologia para que depois acontecesse na área de marketing, uma coisa que é fundamental na estratégia de uma empresa.” De acordo com o que foi coletado, a metodologia usada nos treinamentos, é flexível entendendo o pedagogo como suporte para desenvolvimento de novas ações. O incentivo à criatividade, uma das características da era da Gestão do Conhecimento, é trabalhar de acordo com a subjetividade, pois estamos nos referindo aos indivíduos, onde tal processo é desenvolvido pela pedagoga em questão. Outras atribuições da pedagoga estão interligadas e dizem respeitoà padronização de informações e estabelecimento de vínculos dentro do processo de comunicação. Estas ações são verificadas quando questionada, sobre as formas de comunicação adotadas pela empresa, pois é solicitado da pedagoga o aval pedagógico sempre que haja interesse de que a comunicação circule de forma oficial para padronizar as informações a serem dadas por todos os multiplicadores. Um dos papéis da pedagoga no setor de Gestão de Pessoas são a coordenação e controle do processo de formação profissional interligando-o aos outros setores, através dos objetivos que não são exclusivos do setor de treinamento, ou seja, o sucesso da equipe depende do crescimento dos seus setores também. A IMPORTÂNCIA DE UM PEDAGOGO NO SETOR DE GESTÃO DE PESSOAS Ao ser questionado sobre a importância da formação do pedagogo para sua atuação na área de Gestão de Pessoas, percebemos através da preocupação da pedagoga com a formação continuada, que é muito importante os constantes aprimoramentos profissionais devidamente integrados aos outros setores da empresa. 16 Um trecho muito importante o qual mostra a intencionalidade pedagógica no ambiente organizacional é quando a pedagoga nos diz que: “analisar pessoas como pessoas e não como cifras”. Fica claro neste momento, como a formação pedagógica da profissional é importante para que a equipe tenha uma leitura humanizada de como e qual didática deve ser aplicada em treinamentos com finalidades que vão desde conhecimentos específicos à motivação. Diante dessas informações, é preciso considerar as diversas áreas de atuação do pedagogo em seu exercício profissional e assim: (...) os focos de atuação e as realidades com que lidam embora se unifiquem em torno das questões de ensino, são diferenciados, o que justifica a necessidade de formação de profissionais da educação não diretamente docentes. Ou seja, níveis distintos de prática pedagógica e requisitos específicos de exercício profissional que um sistema de formação de educadores não pode ignorar. (LIBÂNEO, 2005, p.61) A grande preocupação da equipe está em torno do “erro” e como não expor o indivíduo, motivando-o a aprender, isso é uma característica específica do pedagogo que transformou a visão empresarial nas últimas décadas ampliando o campo de atuação do pedagogo. Sua visão mais apurada sobre aprendizagem e metodologia na aprendizagem não vê apenas o lado comportamental, mas também o social e o humano. Como estamos vivendo a era do conhecimento, na empresa não podia ser diferente, o pedagogo contribui para que a área de Gestão de Pessoas corresponda essa nova realidade. A atuação da pedagoga é comparada a de um maestro que se mantêm atenta à afinação dos instrumentos e entrosamento dos músicos. TREINAMENTO: DO PLANEJAMENTO À AVALIAÇÃO Quanto ao planejamento, percebemos que o planejamento pedagógico ocorre em sintonia com o planejamento da empresa que “elabora dez anos antes o planejamento, tal planejamento é reajustado aos setores os quais são 17 elaborados ano a ano, mês a mês”, como afirma a pedagoga. As estratégias são criadas utilizando ferramentas pedagógicas para a criação de um planejamento que alcance as necessidades do individuo de forma ampla, visto que, “caso haja necessidade de participação em cursos fora irá fazer com certeza” é o que relata a pedagoga ao falar sobre plano de carreira. O planejamento é desenvolvido para um triângulo empresa, publico em geral e funcionário, exigindo uma metodologia flexível de forma que atenda a necessidade de todos. De acordo com Gil (1994, p.70), o planejamento é um processo desenvolvido a partir da realidade fornecida pelo diagnóstico e que visa proporcionar com a máxima eficácia possível o desencadeamento das ações necessárias para o alcance dos objetivos pretendidos. Assim o planejamento é uma ferramenta essencial que possibilita perceber a realidade e construir um referencial futuro para estruturar o processo a que o planejamento se destina. No campo de pesquisa, tivemos a oportunidade de observar como o planejamento é construído: o primeiro passo é delimitar o foco do treinamento, ou seja, para qual será a área de atuação será realizado e quais objetivos desejam atingir, em seguida, é elaborado o material didático que será utilizado na execução desse treinamento. Percebemos que a execução do treinamento pode ser ministrada na empresa executado por um funcionário que exerce o papel de multiplicador ou fora da empresa como afirma a pedagoga: (...) se for da nossa orçada ministrar esse treinamento aqui a gente vai e ministra se não, entrará a outra parte do RH a qual é responsável pelos planos de carreira, irão ministrar treinamentos e dar suporte às pessoas, se precisar de outros cursos fora da empresa, irá fazer (...). Quando é o pedagogo que executa o treinamento, é possível verificar em seu discurso o domínio do conteúdo e a forma a qual esta sendo passado, ou seja, enxergar o que é falado por meio da metodologia adequada. Quanto à execução do treinamento Gil (1994) afirma: (...) centra-se na relação instrutor - treinando. Os instrutores podem ser pessoas da mesma organização ou de fora, especialistas ou 18 experientes em determinada área ou atividade, que transmitem suas instruções de maneira organizada aos treinandos. Os treinandos poderão ser pessoas situadas em qualquer nível da organização, de quem se espera que adquiram os conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas para o desempenho de suas atribuições. (p.78) A atuação da pedagoga executando o treinamento, constatamos que utiliza suas habilidades pedagógicas nos conteúdos a serem abordados de acordo com o público alvo que pretende atingir; utiliza uma linguagem acessível para facilitar sua interação com os treinandos, assim estimular a comunicação promovendo uma troca de conhecimentos. A avaliação é um mecanismo de um todo. Inicia-se pelas competências técnicas visto que o indivíduo é admitido pela habilidade técnica, e em seguida, passa a fazer parte de um processo contínuo de avaliação com a finalidade de perceber seu potencial para desenvolver novas habilidades sejam técnicas ou comportamentais. Segundo Chiavenato a avaliação do desempenho é: (...) uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. A avaliação de desempenho é um processo que serve para julgar ou estimar o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa e, sobretudo, a sua contribuição para o negócio da organização. (1999, p.189) O propósito profissional e o pedagógico andam juntos, desde a hora da contratação, a qual é realizada pela verificação do potencial técnico do contratado, ou seja, como desempenhará suas funções. Não menos importante, o propósito pedagógico ocorre após a contratação, são as estratégias para que o profissional evolua como ser humano e utilize as habilidades adquiridas ao longo desse processo dentro da empresa. “Existe a avaliação mensal a qual avalia o desempenho do funcionário, e a avaliação trimestral que é geral e avalia o funcionário no contexto da empresa”, informa a pedagoga que exerce o papel de mediadora ao emitir juízo de valor tendo o papel de passar o resultado para o funcionário. 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a vivência ao longo do processo acadêmico,no curso de Pedagogia existe uma presente necessidade de buscar uma compreensão da realidade, que nos acrescente algo, percebemos à medida que encontramos dados consistentes o quanto a Pedagogia tem a contribuir em outra área. Através deste estudo, buscamos esclarecer enquanto pedagogos interessados em ampliar nosso campo de atuação, e assim desenvolver uma pesquisa na área de Gestão de Pessoas que demonstrasse o quanto a formação do pedagogo pode vir a contribuir para o desenvolvimento de outros ambientes e não apenas a instituição escolar. No cenário empresarial, a Pedagogia é um fator, o qual, hoje é extremamente valorizado de acordo com o posicionamento a respeito da aprendizagem desenvolvida neste segmento. A importância da Pedagogia no Setor Empresarial é fundamental para que o processo educacional deste Setor ocorra de forma satisfatória. Desta forma, identificamos as atividades desenvolvidas por um pedagogo na área extra escolar e compreendemos como a prática pedagógica se propaga no setor de Gestão de Pessoas e as contribuições que traz para seu desenvolvimento enquanto setor responsável pelo investimento intelectual da empresa. Hoje, apesar da área de atuação do pedagogo estar em constante ampliação, constatamos que durante as buscas para encontrar a empresa como campo de pesquisa, os profissionais de algumas empresas apresentavam desconhecimento em relação ao trabalho do pedagogo dentro da organização. Por isso, o acesso do profissional de educação é dificultado pelos profissionais que desconhecem seu o campo de atuação. Assim, o pedagogo com suas habilidades e competências pode fazer diferença em outros espaços não escolares por que a palavra pedagogia traz sempre sessonâncias metodológicas, processuais que a própria etmologia da palavra 20 pedagogia explica com o seu significado conduzir (por um caminho até determinado lugar). (Saviani, 1985). Diante disso, acreditamos ter alcançado os objetivos desta pesquisa, pois pretendíamos oferecer uma visão da atuação do pedagogo, na a área de Gestão de Pessoas. 21 BIBLIOGRAFIA AGNALDO A. Neri. Gestão de RH por competências e a empregabilidade. Papirus 1999. ÁVILA, Rebeca Contrera. Pedagogia Empresarial no Brasil: Uma Reflexão Sobre os Condicionantes Históricos. Revista Symposium. Faculdades Integradas Adventistas, Minas Gerais, 2º semestre 2004, Vol. 2 nº 2, p. 39-50. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. 1ª. Ed. Brasiliense, 1981. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Ed. Compacta, 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Ed. Compus, 21ª. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999. GIL, Antonio Carlos. Administração de Recursos Humanos: um enfoque profissional. Ed. Atlas, 1ª Ed. São Paulo, 1994. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Ed. Atlas, 4ª Ed. São Paulo, 2002. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê. 8ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2005. LOPES, Izolda et al. Pedagogia Empresarial: Uma Nova Visão de Aprendizagem nas Organizações. 1ª Ed. Rio de Janeiro, 2005. 22 NICHETTI, Maria Aparecida Martins de Oliveira. Pedagogia Empresarial Tendências e Perspectiva de Atuação do Pedagogo e Transformação Social. http://www.pdfgeni.com/htm/20080905/PEDAGOGIAEMPRESARIAL- pdf.html2008 OLIVEIRA, Ana Cristina Baptistella de. Qual sua formação, professor? Campinas, SP: Papirus, 1994. PIMENTA, Selma Garrido, et.al. Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectiva. 2ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2006. RIBEIRO, A. E. do Amaral. Pedagogia Empresarial, atuação do pedagogo na empresa. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Wak, 2005. 23 ANEXOS 24 Entrevista com a Pedagoga da Empresa Coca-Cola Refrescos Guararapes. 1-QUE FUNÇÃO VOCÊ EXERCE NO SETOR DE RH DESTA EMPRESA? E QUAIS AS SUAS ATRIBUIÇÕES? Atuo como Supervisora Analista de Desenvolvimento de Mercado Sênior. Sou responsável pelo (CDN) Centro de Desenvolvimento de Negócio com dois pilares: um para o atendimento de cliente externo e outro ao cliente interno, onde eu coordeno esses dois centros, um desenvolvendo e ministrando treinamentos especificamente e outro diretamente só coordenando a equipe a qual trabalha desenvolvendo esses treinamentos. 2-COMO SE DEU O INGRESSO NESTA EMPRESA? HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ VEM EXERCENDO ESSA FUNÇÃO? DESDE O COMEÇO A MESMA FUNÇÃO? Foi um convite há quatro anos. Comecei ministrando treinamento depois fui convidada a desenvolver projetos de negócio, já que tinha uma experiência vasta na área, fui gerente de vendas mais ou menos dezesseis anos, paralelo a profissão de professora, por conta disso, fui convidada a desenvolver. 3-POR QUE VOCÊ DECIDIU ATUAR NA ÁREA EXTRA-ESCOLAR? E POR QUE O SETOR DE RH? Não decidi me apaixonei pela Educação, pela transformação das pessoas, não fiquei da sala de aula institucional onde o poder manobra a verdadeira função da escola, resolvi brigar pela educação e continuo brigando até hoje, mas não com pseudo-educação, a transformação do ser humano no setor de RH. 4- ENCONTRA ALGUMA DIFICULDADE PARA REALIZAÇÃO DE SUAS FUNÇÕES? 25 Sim encontro, e é natural por que são as dificuldades que faz com que você cresça, desenvolva, pense e consiga convencer o outro do que está acontecendo e tentar conciliar, além de respeitar principalmente o aprendizado do outro, o caminhar do outro. 5- COMO VOCÊ RESOLVE OS PROBLEMAS QUE SURGEM? Depende. Sou muito passiva ao problema, assim ele não me atinge diretamente, consigo trabalhar com ele como um problema o qual têm solução, um fato não tem solução, um fato convive-se com ele. Fato ou problema, definido isso, parto para escolha das estratégias. 6- JÁ HOUVE MOMENTOS NO QUAL SUA VISÃO DE PEDAGOGA CONTRIBUIU PARA SOLUCIONAR ALGUNS PROBLEMAS? EM QUAIS ASPECTOS? Toda hora. Hoje mesmo nesta questão do treinamento, foi pedido que reformulasse pedagogicamente com estratégia, com metodologia para que depois acontecesse na área de marketing, uma coisa que é fundamental na estratégia de uma empresa. 7-VOCÊ CONSIDERA QUE O QUE SE APRENDE DURANTE A GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA É SUFICIENTE PARA DESENVOLVER ATIVIDADES NA ÁREA DE RH? Basicamente, sim, mas compreendendo que nenhum conhecimento é fechado que é contínuo para ter o início do aprendizado sim, entendendo que nada o que se aprende tem que ser só aquilo, é sim, o começo para desenvolver uma atividade por que dentro do RH deve-se continuar aprendendo, ter uma visão de todas as áreas para poder desenvolver o conceito de RH todo, não é aprender o conteúdo, é aprender como aquele setor funciona por que vai trabalhar diretamente com você, para fazer link ministrar treinamento é preciso 26 entender como todas as áreas funcionam e quais as estratégias de todas as áreas, e como vão estar interligadas. 8-ALÉM DO CURSO DE PEDAGOGIA, VOCÊ FEZ OUTROS CURSOS? QUAIS? Fiz o curso de Teologia no Rio de Janeiro, isso me fundamentou muito na parte humana a qual é muito latente, isso facilita muito para trabalhar com pessoas por que você começa a analisar as pessoas por pessoas, e não como uma cifra. 9-NA SUA OPNIÃO, QUAL É A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NESTE SETOR? Fundamental, de extrema importância, por que é o pilar da estrutura não tem para onde correr. 10-QUAL A CONTRIBUIÇÃO DO SEU TRABALHO COMO PEDAGOGA NESSES TREINAMENTOS? Fundamental, por que fazer os treinamentos? Como olhar o desenvolvimento da pessoa educacional? Então dentro do desenvolvimento educacional vou perceber o que agrega ao individuo e o que não agrega e o que vai ser desenvolvido nele como indivíduo sempre pensar em treinamento como desenvolvimento do indivíduo. Se for trabalhado um treinamento técnico só com a pessoa, não precisa da presença do pedagogo, mas o pedagogo na empresa ele desenvolve qualquer treinamento aqui passa por essa questão do pedagogo por que ele vai estar na transformação do indivíduo e fazendo com que ele vá se transformando. 11- DE QUE MANEIRA A SUA FORMAÇÃO CONTRIBUIU PARA A SUA PRÁTICA NA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS? 27 Cem por cento. Não faço nada com alguém que não seja ensinando, é um propósito de vida, desde arrumar a casa, forrar a cama, ensinar meus filhos. Existe uma forma de criar. 12-QUAL A VISÃO QUE SE TEM DO TRABALHADOR NESSA EMPRESA? O funcionário para Coca-cola é um ser integral, e sendo pessoa ele tem as limitações de pessoa tem que ser desenvolvido como pessoa, não pode ser tratada somente como um número, não é e nem pode ser assim, a empresa que pensa assim a ficha não caiu, quem faz a empresa são pessoas. 13- COMO É FEITO O RECRUTAMENTO E A SELEÇÃO DE NOVOS FUNCIONÁRIOS? Por setor, a área indica que precisa e solicita ao RH essa vaga, a partir daí os currículos são cadastrados e vasculhados dentro da área que se pede para fazer a entrevista e passar pelo processo de escrita a qual é uma seleção básica dos conteúdos preliminares de acordo com cada função, com redação e matemática, é fundamental esse conteúdo. São aplicadas dinâmicas, dependendo daquilo do que se queira, dentro do perfil do funcionário, por ultimo a pessoa do setor acompanha a ultima dinâmica e decide, e a psicóloga vai definir junto com RH quem foi escolhido. 14- QUAIS AS HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E PRÉ-REQUISITOS MAIS IMPORTANTES PARA UM FUNCIONÁRIO? Depende da função, por que haverá características as quais serão fundamentais para função. Por exemplo: Se vou selecionar para a função de telemarketing, é para falar muito? Não, pelo contrário para ouvir. A mais quietinha vai ser ela. Se ela não for apática, se ela for daquelas de ficar ouvindo o que os outros estão falando. 28 15-COMO SÃO FEITOS OS TREINAMENTOS DOS PROFISSIONAIS DESTA EMPRESA? Se for um treinamento dos funcionários da empresa, eles têm um plano de carreira, todos, existe um currículo comercial e existe também uma grade para todos eles, são habilidades que precisam ser desenvolvidas para que tenha uma carreira na empresa, então de acordo, se for da nossa orçada ministrar esse treinamento aqui a gente vai e ministra se não, entrará a outra parte do RH a qual é responsável pelos planos de carreira, irão ministrar treinamentos e dar suporte às pessoas, se precisar de outros cursos fora da empresa, irá fazer. Existe uma programação de treinamento para todos os funcionários dependendo da área em que ele vai atuar da mesma forma existe um rodízio muito grande por que todos têm que ir, não pode está direcionado, existe a preocupação do que vai agregar aquele grupo, serve como fator multiplicador, se um curso na área de treinamento ou execução no mercado. 16-COMO É FEITA A ESCOLHA DA METODOLOGIA PARA SER USADA NOS TREINAMENTOS? Depende. Não tenho uma metodologia fixa, sempre adequou à metodologia a necessidade deles a partir do que é desenvolvido no setor, vamos construir de acordo com a necessidade primeiro da empresa vou construir em cima disso, vai ser um triangulo: o público, a empresa, o funcionário, vou ter que juntar essas três equações para desenvolver uma metodologia a qual possa sair bem para todo mundo, não existe uma metodologia fixa, trabalhamos dez anos antes o planejamento, não temos o direito de errar, vou reajustando ano a ano, vai ser gradativo, a metodologia é essa, uma forma de agregar ou arrumar o caminho o qual vá conseguir introduzir essa educação que dê esse rastro firme para poder sempre aguçar. 29 17- QUANDO E COMO ACONTECEM AS CAPACITAÇÕES, ESPECIALIZAÇÕES OU APERFEIÇOAMENTO PARA OUTROS FUNCIONÁRIOS? Para todos os funcionários da mesma forma, o treinamento é constante para todos e se houver necessidade o líder indica ou até mesmo a pessoa solicita treinamento, caso esteja dentro do orçamento e se o líder perceber que esta ação vai agregar para o setor e para a função exercida pelo funcionário ele vai, tem o plano de carreira que informa, de acordo com a avaliação mostrou para qual área tem interesse de migrar, pontos fortes, pontos de melhoria, resultados que obtivermos nos treinamentos, primeira avaliação, segunda avaliação. 18- COMO E QUANDO É FEITA A AVALIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS? COMO ACONTECEM AS PROMOÇÔES INTERNAS? O mecanismo de avaliação é de um todo, primeiro avalia-se na área de desenvolvimento profissional como pessoa e toda parte comportamental por que o que acontece hoje nas empresas é querendo ou não, admitir as pessoas pelo técnico. 19-COMO SÃO FEITAS AS COMUNICAÇÕES INTERNAS E EXTERNAS DA EMPRESA? Através do setor de comunicação, o qual vai trabalhar colocando faixas, ou por meio de TV, se forem algumas propagandas isso vêm de Atlântica, reproduzido aqui, as pessoas que não tem acesso ao computador, existe um projeto de implantar um totem na empresa para que tenham acesso à internet para estudar, pesquisar, terão àquela hora de lazer podendo digitar, estar interligados. 30 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
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