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XÔ TRISTEZA - BEM VINDA ALEGRIA

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XÔ TRISTEZA, 
BEM-VINDA, ALEGRIA!
Copyright 2018 Autor da Fé Editora
Categoria: Vida cristã
Primeira edição – 2018
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou
parcial sem a permissão 
escrita dos editores.
As citações bíblicas foram extraídas
da edição Almeida Revista e Corrigida
Autora: Angela Sirino
Diagramação: Cainã Meucci
Capa: Daniel Gonçalves
Preparação: Matheus Neves
Revisão: Nathália Lambert
Coordenação editorial: Filipe Mouzinho
Dedico este livro a todos os que vivem em busca de alegria, 
mas que, por algum motivo, ainda não a encontraram com-
pletamente. Espero que este livro sirva como uma bússola 
rumo à sua felicidade, e que você descubra os sentimentos 
que roubaram o seu contentamento.
A Deus, autor da minha história.
Ao meu amigo de todas as horas, meu marido, Osmildo 
Sirino, por me completar, me entender e me apoiar.
Aos meus preciosos filhos Angélica, Annelise e Sirino Júnior.
A todos os leitores que apreciam minhas obras, principal-
mente aqueles que compartilham seus testemunhos, pois os 
e-mails e os depoimentos que recebo me incentivam a conti-
nuar colocando meus pensamentos em muitos outros livros. 
SUMÁRIO
Introdução ...............................................................................9
1 - Como podemos definir a alegria? .................................13
2 - O que é baixa autoestima? ............................................21
3 - Problemas que acompanham a baixa autoestima ...27
4 - Atitudes que roubam a alegria e trazem depressão .59
5 - Bem-vinda, alegria ...........................................................83
Conclusão ................................................................................97
Oração .....................................................................................111
9
Um dos sentimentos que movem o ser humano e que nos fazem prosseguir na vida, mesmo diante dos 
problemas, é a alegria. No livro da humanidade, a Bíblia 
Sagrada, está escrito, em Neemias 8-10d: “Não vos entriste-
çais, porque a alegria do Senhor Deus é a nossa força”. 
A alegria é como uma espécie de energético que motiva 
nossa alma, nosso corpo e nosso espírito. Ela nos move, 
nos traz saúde, nos faz conseguir as coisas desejadas e nos 
projeta a planos superiores, levando-nos ao sucesso na vida, 
mas é certo também que existem coisas que nos tiram essa 
energia chamada alegria. Entre elas podemos citar o medo, 
o sentimento de culpa, a autopiedade, a inveja, a falta de 
perdão e o perfeccionismo.
O estado constante de alegria nos leva à felicidade, mes-
mo diante de fatos e situações de estresse e de problemas 
presentes no nosso cotidiano.
INTRODU ÃO
X Ô T R I S T E Z A , B E M - V I N D A , A L E G R I A
10
Conta-se que existia uma vez um rei que, apesar de ser 
muito rico, era triste, pois não conseguia aumentar o seu 
tesouro. Ele estava sempre de mau humor, e isso causava 
enormes problemas a todos, pois seus decretos, rudes e 
injustos, massacravam o povo com exigências descabidas. 
Por fim, o rei acabou entrando em profunda depressão. Seus 
médicos lhe disseram que a única cura para a sua doença era 
a alegria. O monarca, então, ofereceu um excelente prêmio a 
quem pudesse lhe trazer a felicidade de volta.
Muitos tentaram, mas ninguém conseguiu arrancar um só 
sorriso do rei. Nada conseguia alegrá-lo. Nem os músicos, 
nem o bobo da corte, nem as dançarinas, nem os lançadores 
de enigmas, nem os mímicos ou os encantadores.
Os amigos do rei resolveram consultar um grande sábio que 
vivia ali. Ele lhes disse que, se o rei vestisse a camisa do homem 
mais feliz daquele reino, a alegria voltaria ao seu coração.
Iniciou-se, então, uma intensa investigação para desco-
brir quem era o homem mais feliz de todos.
Para surpresa dos investigadores, o homem mais feliz da-
quele reino morava longe do luxuoso palácio real, num casebre 
muito simples. Ele, sua mulher e seus filhos trabalhavam de sol 
a sol no cabo da enxada para conseguir se manter, mas, sempre 
unidos, passavam o dia rindo e cantando.
Os investigadores contaram-lhe o problema que os havia 
trazido ali e pediram-lhe que ele lhes desse uma de suas 
A N G E L A S I R I N O
11
camisas, para que a alegria pudesse voltar ao coração do rei. 
Só então compreenderam porque aquele homem trabalhava 
na lavoura de peito nu: ele não tinha nenhuma camisa.
Um dos investigadores, espantado, perguntou-lhes como 
conseguiam ser tão felizes tendo tão pouco, ao contrário do 
rei, que tinha tanto, mas era infeliz:
Somos felizes porque o reino de Deus está em nossos corações, 
respondeu-lhe o homem. 
(Autor desconhecido)
No manual da humanidade, a Bíblia Sagrada, Jesus disse: 
“O ladrão veio para roubar, matar e destruir, mas Eu vim 
para trazer vida, e vida em abundância”.
A vida abundante se resume em ter uma existência de 
alegria, de paz, felicidade, de vitória e de amor. Tornamo-
-nos assim quando descobrimos que dentro de nós habita 
a maior de todas as riquezas: “A presença de Deus conosco, 
sempre, em todos os momentos.” Esta é a presença que nos 
ensina conceitos e atitudes que nos conduzem a uma vida 
melhor e nos dirigem ao caminho da felicidade.
Aquele que quiser desfrutar de uma alegria interior deve 
colocar sua vida e sua história sem reservas nas mãos de 
Deus. Você já fez isso? Se não o fez, aproveite e faça-o agora.
13
P odemos subentender que alegria é qualquer grau de bem-estar, desde o simples contentamento ou a 
ausência de tristeza, estendendo-o até a experiência mais 
intensa de alegria ou de realização.
A melhor definição de alegria é a seguinte: um senti-
mento mais profundo do que o prazer, não é limitado pelas 
circunstâncias externas nem vinculado exclusivamente a 
elas. A alegria é um dom de Deus. 
Uma pessoa alegre é uma excelente esposa ou um exce-
lente marido, é uma pessoa amorosa e feliz. É uma pessoa 
que completa o cônjuge, completa os filhos e ainda os educa 
de uma forma sadia, formando adultos curados para a vida. 
A pessoa feliz se torna bonita e contagiante a ponto de atrair 
coisas boas para si. 
COMO PODEMOS DEFINIR 
A ALEGRIA?
C A P Í T U L O 1
X Ô T R I S T E Z A , B E M - V I N D A , A L E G R I A
14
“A alegria nos faz belos, pois o coração alegre 
aformoseia o rosto.” 
(Provérbios 15:13) 
Para descobrir se você é uma pessoa alegre, basta olhar-
-se no espelho e perceber o que sua expressão reflete. Que 
sentimentos são refletidos em sua face? É a tristeza, o medo, 
a amargura, a insegurança, o pessimismo, ou refletem-se a 
paz, o otimismo e a alegria?
A verdadeira alegria nasce no coração, e não nas circuns-
tâncias da vida. 
“O coração alegre serve de bom remédio e aumenta nossa 
eficiência no que fazemos, mas o espírito abatido seca os 
nossos ossos”. 
(Provérbios 17.22)
O coração é o órgão que simboliza a alma, com o seu 
poder de expressão e de vontade.
O oposto da alegria é a tristeza, e ela nos incapacita para a 
realização dos nossos deveres, sonhos e das nossas vontades. 
Traz desânimo, pessimismo, mágoas e decepções. 
Do ponto de vista psicológico, o indivíduo não pode 
experimentar a alegria enquanto está preocupado com sua 
própria segurança, com seu prazer ou interesse. Há estudos 
sobre doenças emocionalmente induzidas que afirmam que 
85% de enfermidades provenientes dos nossos dias têm cau-
A N G E L A S I R I N O
15
sas emocionais. Por exemplo, a insegurança e a desconfiança 
causam problemas reais. Mas, por outro lado, a alegria e o 
bom humor são remédios para a nossa alma.
Uma pessoa triste é um grande estrago no casamento, na 
família, no trabalho, na igreja e na sociedade, porque:
• Ela deixa de contagiar os outros de forma positiva e 
otimista;
• Ela deixa de amar a si mesma. Como ela poderá amar 
os outros?
• Ela fica atrofiada nas emoções e nas ações, deixando 
de se expressar com amor através de seus lábios. Ela 
não ouve as necessidades dos outros, deixa de sorrir, 
não anda para ajudar o próximo em suas necessi-
dades,não usa as mãos para amparar, amar, tocar e 
abençoar as pessoas, se torna uma pessoa incapaz 
de se apaixonar e muitas vezes não corresponde um 
amor recebido.
E você, se considera uma pessoa feliz? Ou está em busca 
da felicidade? Você acha que é possível ser feliz, mesmo 
vivendo em meio a problemas como um acidente, uma 
enfermidade, um divórcio, um abandono, um vício ou um 
filho que está nas drogas, ou ainda em meio a tanta violên-
cia? Ou, quem sabe, diante da reprovação no vestibular, na 
situação da empresa que faliu, no desemprego, na traição do 
cônjuge, no namoro que acabou ou num noivado rompido? 
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Esses problemas trazem traumas e feridas emocionais e 
roubam nossa alegria, e é justamente nesses momentos que 
percebemos o quanto somos frágeis. 
Você conhece uma árvore chamada carvalho? Essa árvo-
re é usada pelos botânicos e geólogos como um medidor 
de catástrofes naturais do ambiente. Quando eles querem 
saber o índice de temporais e tempestades que ocorrem 
numa determinada floresta, eles logo observam um carva-
lho existente no local, pois é um vegetal que naturalmente 
mais absorve as consequências de desastres. Quanto mais 
tormentas e vendavais o carvalho enfrentar, mais resistente 
ele fica. Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na 
terra e seu caule se torna mais robusto, sendo impossível 
uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo. Mas não 
pense que os cientistas precisam realizar todas estas análises 
para saber isso. Basta apenas eles olharem para o carvalho 
e observar os efeitos e impactos das tempestades que cica-
trizam a própria árvore. Ela, robusta e linda, assume uma 
aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita 
força, muitas vezes adquirindo uma aparência triste. Cada 
tempestade para um carvalho é mais um desafio a ser ven-
cido, e não uma ameaça. Numa grande tempestade, muitas 
árvores são arrancadas, mas o vegetal permanece firme. 
Assim somos nós. Devemos tirar proveito das situações 
contrárias às nossas vidas e ficarmos cada vez mais fortes! 
Um pouco marcados, muitas vezes com a aparência abatida, 
mas resistentes, com raízes bem firmes e profundas na terra. 
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17
Podemos, com isso, compreender o que o nosso Pai celeste 
maravilhosamente quis nos ensinar quando disse: “Podemos 
todas as coisas naquele que nos fortalece”. Por isso, quando você 
olhar pela manhã um lindo alvorecer, lembre-se de que não há 
motivo para se desesperar diante das tempestades do dia a dia, 
porque DEUS está contigo. Ele nos fortifica e nos protege. 
Se você está passando por muitas crises, mágoas, ou 
lembranças dolorosas, pense no carvalho, veja tudo isso 
somente como mais uma tempestade que o tornará mais 
forte. Observe, nas adversidades, oportunidades do Senhor 
para você crescer e se tornar mais forte! 
(Autor desconhecido - Modificado por mim)
Todos nós carregamos marcas em nossas almas. Elas são 
cicatrizes ou feridas abertas de mágoas antigas e dolorosas 
que vivemos desde as nossas infâncias e que se instalam nas 
nossas vidas quando adultos. Muitos ouviram o pai dizer 
que não dariam nada na vida, que só faziam coisas erradas; 
viram a mãe defendendo e preferindo a outra irmã, negando 
elogios para a nossa aparência física, por limparmos a casa 
ou por arrumarmos a mesa do almoço. 
Há feridas que se instalaram na adolescência: as críticas 
no colégio e os apelidos constrangedores, tais como: Olívia 
Palito, Mancha, Esqueleto, Gordo, Bujão de Gás, Quatro 
Olhos, etc.
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Existem, ainda, as decepções com os pais, com o divórcio, 
com a morte trágica de alguém querido ou a traição de um 
amigo, do cônjuge ou de alguém que considerávamos ser 
uma pessoa especial. Entretanto, não podemos nos esquecer 
que nossos pais, professores, amigos e colegas são pessoas 
comuns, que também são cheias de erros, acertos, carências, 
sonhos, dúvidas, e que são tão tendentes a errar e ferir os 
outros como nós mesmos. Julgar e depreciar as pessoas é 
mais fácil do que amar, compreender e perdoar. Não cobre 
das pessoas o que elas não lhe conseguiram dar, mas semeie 
aquilo que você deseja colher. 
Feridas na alma costumam ficar abertas ao longo 
do tempo, depois elas provocam “mágoas e amarguras 
inexplicáveis”. Muitas vezes colocamos um remedinho 
nelas, mas de vez em quando algumas situações fazem 
reaparecer sentimentos que nos trazem de volta à triste-
za. Eles ficam gravados em nossa mente e, se não forem 
tratados, ao longo do tempo vão trazendo consequências 
que afetam diretamente nossos conceitos, nossos sonhos, 
nossos relacionamentos e o modo como encaramos a 
vida. Também afetam o modo como acreditamos em 
Deus e como nos relacionamos com Ele, com os outros e 
principalmente com nós mesmos. 
A verdade é que pelos frutos conhecemos a árvore, mas 
pela situação das raízes podemos compreender os frutos 
sem julgá-los apressadamente ou com severidade. Conhe-
cendo as raízes, saberemos entender e detectar o porquê de 
A N G E L A S I R I N O
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estarem podres ou machucados. Ou ainda mais, podemos 
cuidar a tempo para que os frutos possam ser transforma-
dos em bons e sadios. Assim é conosco, cuidando e curando 
das feridas enraizadas e abertas em nós, nossos frutos serão 
mudados. Nossas atitudes são a causa daquilo que está no 
nosso coração.
“A boca fala daquilo que está cheio o coração”. 
(Mateus 15:18)
Se o nosso coração está cheio de amargura, ódio, res-
sentimento, vingança e egoísmo, é isso que se refletirá em 
nossas ações. Esse órgão é a nossa raiz danificada, ferida ou 
curada! Como está o seu coração? Ele carrega alegrias ou 
tristezas? Está curado ou ferido? Quais são os frutos que ele 
tem produzido?
Veremos neste livro as principais doenças emocionais 
que originam uma série de problemas, feridas e sentimentos 
que roubam nossa alegria. Espero que, ao final dessa leitura, 
todos possamos dizer “Xô, tristeza! Bem-vinda, alegria”, 
para que a felicidade venha morar em nossos corações.
 
 
21
U m dos maiores ladrões da alegria é a baixa autoes-tima. Para entendermos o que é baixa autoestima, 
primeiro precisamos saber o que é autoestima. Você sabe 
o que ela significa? É a avaliação que uma pessoa faz de si 
mesma, que pode ser positiva ou negativa, ou seja, é o que 
eu penso de mim mesmo, o valor que me dou e a opinião e 
o sentimento que cada um tem de si mesmo. 
Podemos também chamá-la de amor próprio. Esse senti-
mento de autovalorização e de amor a si mesmo fortalece, 
dá energia e motivação aos que a possuem. Quando temos 
uma boa autoestima, nos convencemos do nosso potencial 
e expandimos nossa capacidade de sermos felizes.
As experiências como decepções, críticas, situações de 
perda vivenciadas na infância, na adolescência e na juven-
O QUE É BAIXA 
AU TOESTIMA?
C A P Í T U L O 2
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tude, exercem influência significativa na nossa autoestima 
quando ficamos adultos. Quando a autoestima está baixa, 
nos sentimos inadequados, inseguros, incertos do que re-
almente somos e com um sentimento vago de não sermos 
capazes de fazer nada, nem de chegar a um objetivo. Ela 
pode se expressar em forma de angústia, dor no peito, cho-
ro, pesadelos, vazio, agressividade, depressão, punição aos 
outros e a si mesmo, além de desencadear doenças físicas 
e/ ou emocionais, tais como gastrite, úlcera, câncer e fobias.
Geralmente, as pessoas com feridas emocionais culpam 
os outros pelos próprios erros e encaram todas as críticas 
como ataques pessoais, além de se tornarem dependentes 
de relações maléficas. Os maiores indicadores de uma 
pessoa com baixa autoestima são percebidos quando essa 
pessoa sente intensa necessidade de agradar os outros, 
quando não conseguem dizer "não" e quando buscam 
aprovação e reconhecimento por tudo o que fazem, que-
rendo se sentir importantes diante das pessoas. A baixa 
autoestimaacaba atraindo ou mantendo relacionamentos 
destrutivos e dolorosos.
Da mesma forma, a autoestima influencia tudo o que 
fazemos, pois é o resultado de tudo o que acreditamos ser, 
por isso o autoconhecimento é de fundamental importância 
para aumentá-la. 
A N G E L A S I R I N O
23
Ou seja, para fazer com que a nossa autoestima se eleve, é 
necessário saber aonde se quer chegar, confiar em si mesmo, 
respeitar seus limites, reconhecer seus valores, expressar 
seus sentimentos sem medo de ser rejeitado e, ainda, sentir-
-se competente e capaz de se tornar feliz, independente da 
aprovação dos outros.
É imprescindível entender que quem não acredita e não 
valoriza a si mesmo dificilmente alcançará a confiança dos 
outros e arduamente vencerá os obstáculos da vida. Prova-
velmente não chegará ao sucesso em qualquer área do viver, 
pois o vencer começa de dentro para fora. Gosto muito de 
uma frase escrita na Bíblia Sagrada, em Provérbios, 23.7: 
“Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é” em outra 
linguagem: “Como imaginou em sua alma, assim é” 
E você? Como você se imagina dentro de si? O que você 
pensa a seu respeito? Você acredita que é um vencedor, ainda 
que atravesse crises na vida, ou acredita ser um derrotado? 
Lembre-se que a baixa autoestima nos faz acreditar que não 
somos nada nem ninguém. Traz consigo sentimentos de 
inferioridade e incapacidade que nos levam a fracassar.
A visão que temos a nosso respeito determinará nosso 
futuro. Isso é muito sério! Se acreditamos que nascemos 
para vencer, certamente seremos vencedores e superaremos 
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24
as crises da vida e as feridas em nossas almas, mas, por 
outro lado, se não acreditarmos em nossa capacidade de 
vencer e se nos considerarmos pequenos, frágeis , fracos e 
incapazes, isso determinará o nosso fracasso. Sua visão com 
respeito a si mesmo determina sua queda ou sua vitória. 
Você se vê como vencedor ou derrotado? Você é otimista 
ou pessimista? Você se considera um verme ou um gigante? 
Um ninguém ou uma pessoa especial?
Diante de acontecimentos complicados, as respostas 
que damos e o nosso estado emocional são mais im-
portantes. O reforço positivo de nossos pontos fortes é 
capaz de impedir que deixemos de ser controlados pela 
negatividade; ele nos faz entender que a reação positiva 
nos permite não só sobreviver, mas também crescer em 
face das adversidades.
Este é o primeiro passo para a cura de suas feridas: “Ter uma 
imagem positiva a seu respeito e acreditar em seu potencial”.
Deus não o vê como um fracassado, Ele sempre pegou 
pessoas pequenas para marcar gerações, Ele confundiu 
sábios e entendidos ao longo da história, usando quem pa-
recia pequeno para fazer grandes coisas, ensinando a todos 
que nele somos mais do que vencedores! Podemos todas as 
coisas naquele que nos fortalece, inclusive vencer.
A N G E L A S I R I N O
25
Tire um tempinho agora e faça sua autoavaliação. Quem 
é você? Como você se vê? Aonde você quer chegar? E lem-
bre-se que saber não basta. Diante de qualquer objetivo na 
vida, é preciso ter planos específicos e viáveis para fazer com 
que as boas intenções se concretizem.
“Para o barco que não tem destino, qualquer porto serve.” 
(Autor desconhecido)
Escolha um porto cuja paisagem seja o sucesso, a felicidade 
e a consciência tranquila para ancorar seus sonhos e objetivos. 
27
 
Uma autoimagem negativa gera alguns problemas:
• Paralisa nosso potencial, nos atormenta com a dúvida 
e incerteza do que somos e do que podemos ser no 
amanhã;
• Destrói os nossos sonhos;
• Destrói os nossos relacionamentos;
• Prejudica nossa disposição em servir e ser útil na 
família, na Igreja, no trabalho e na sociedade.
Esses problemas são refletidos através de nossas atitudes. 
As mais comuns são:
PROBLEMAS QUE ACOMPANHAM 
A BAIXA AU TOESTIMA
C A P Í T U L O 3
X Ô T R I S T E Z A , B E M - V I N D A , A L E G R I A
28
1. A ausência de romantismo no casamento e as escolhas 
erradas
Pessoas feridas fazem escolhas baseadas nas suas de-
fesas, com medo de se ferir de novo. Ou ainda oferecem 
um tipo de amor ou relacionamento baseadas em suas 
decepções e conceitos. 
Neste livro, quero compartilhar depoimentos verídicos de 
pessoas que acompanhei – a muitas ainda aconselho ao longo 
dos anos. Essas pessoas me fizeram entender as raízes da amar-
gura, das mágoas e das feridas na alma, e muito me ajudaram 
no aconselhamento. Vou apenas substituir os seus nomes por 
um pseudônimo, para preservar suas identidades. 
“A ausência de romantismo de Paulo para com sua esposa 
estava baseada em sua rejeição na infância.”
Paulo e Renata se casaram bem jovens, Paulo era filho 
único, e Renata também. Tinham apenas duas diferenças: 
a esposa era extremamente amada; seus pais a elogiavam, 
beijavam, a colocavam para frente, reforçavam sua beleza e 
sua autoestima. Seus pais eram seus heróis. Encheram-na de 
amor e carinho. Por outro lado, Paulo era um belo menino, 
porém o sonho de seus pais era ter uma menina. Nunca 
o trataram como menina, mas sempre que viam um casal 
de amigos com uma filha diziam que ainda teriam uma 
pequenina! Entretanto, o destino os presenteou apenas com 
o pequeno Paulo, pois sua mãe não engravidou mais. Então 
um casal de amigos dos pais de Paulo ganha outra filha, e 
A N G E L A S I R I N O
29
esta se torna afilhada deles. Sempre que Paulo ganhava um 
presente, a afilhada também ganhava, além disso, ela ga-
nhava o amor dos pais de Paulo, participava das viagens em 
família, dos passeios de carro e ainda ganhava outros pre-
sentes. Desde pequeno ele se tornou uma criança fechada, 
autossuficiente e decidido a se amar acima de tudo. Sempre 
ouvia que seus pais queriam uma menina, mas em vez de 
se entregar à tristeza, procurou ser autossuficiente, sem de-
monstrar necessidade de receber e dar carinho, como quem 
dissesse: “Sou mais eu!”.
Na fase adulta, ele se tornou rude, seco e frio, como quem 
quisesse anunciar: “Não preciso de amor, afeto e carinho”. 
Foi criado em um lar cristão, e a mãe lhe ensinava sexuali-
dade como algo extremante perigoso. “Cuidado com a afi-
lhada da mamãe”, “Não mexa com ela”, “Homem brinca sem 
cuidado”, “Não a olhe no banheiro”, “Não a veja trocando de 
roupa” e “Cuidado com ela!”. 
Sem Paulo perceber, ele transferiu isso tudo para o casamen-
to e, em menos de um ano de casado, começou a tratar a esposa 
como rival porque, quando se casaram seus pais tinham dito: 
“Ela é a filha que queríamos ter!”. Seu sentimento foi de que 
“antes era a afilhada, agora é minha mulher”. Que problemão! 
Renata me procurou, dizendo: “Preciso de ajuda, ele era ro-
mântico, amoroso, nossa primeira noite foi um sonho! Depois 
fomos morar na casa de seus pais, minha sogra e meu sogro são 
uma bênção, nos damos muito bem, eles até dizem que eu sou 
a filha que eles queriam ter! Não entendo porque meu marido 
X Ô T R I S T E Z A , B E M - V I N D A , A L E G R I A
30
se tornou tão rude e bruto. Quando eu chego perto dele sem 
roupa para procurá-lo, ele me manda sair de perto, manda-me 
vestir, diz que não é hora para aquilo, me chama de gorda, diz 
que eu estou feia e tem agido com frieza”.
Renata é uma mulher lindíssima, chama a atenção por 
onde passa. É elogiada por onde quer que ande, e seu marido 
a trata dessa forma. Eu fiquei sem entender. Com a direção 
de Deus, perguntei como fora a infância de ambos, se ele 
já havia falado sobre sua criação, e, para minha surpresa, 
ela me disse o que relatei acima. Ele não passava de um 
jovem ferido e com baixa autoestima. Toda sua reação com 
sua esposa era fruto de suas feridas não curadas, abertas na 
infância e presentes em sua vida na fase adulta. Tudo o que 
ele viveu com a afilhada dos pais, toda rivalidade, tudo foi 
transferido para a esposa, que era agora tão querida. 
Felizmente, após aconselhamento, a jovem esposa se 
prontificou a ajudá-lo, ainda que ele não soubesse que suas 
atitudes eram resultados de suasferidas. Tive oportunidade 
de conversar com ele e, com sabedoria, pude abrir os seus 
olhos para que o homem enxergasse o valor de sua esposa. 
De maneira semelhante à história de Paulo e Renata, 
alguns de nós vivemos com problemas nesta área, sem com-
preender que são frutos de feridas que precisam ser curadas. 
Lembre-se: pela raiz podemos entender os frutos. 
“Cláudia, na sua mocidade, escolheu um marido, e sua 
escolha foi baseada em suas feridas.” 
A N G E L A S I R I N O
31
Eu havia feito uma palestra em um hotel, no Rio de Janei-
ro, para mulheres na Adhonep, quando fui ao quarto para 
descansar e prosseguir viagem no dia seguinte. De repente, 
meu marido me disse que o pessoal da recepção informara 
que uma mulher queria falar comigo. Então fui atendê-la. 
Era Cláudia, uma mulher com o rosto triste e paralisado 
pela expressão. Ela perguntou se eu poderia ouvi-la por 
uns 20 minutos. Prontamente, eu disse que sim! Afinal de 
contas, este é meu chamado da parte de Deus, ouvir e ajudar 
as pessoas. 
Ela tinha sérios problemas de baixa autoestima, que ori-
ginaram uma série de outros problemas e escolhas erradas. 
Cláudia nascera em uma família muito próspera, seus 
pais trabalhavam muito em suas empresas. Durante sua 
infância e adolescência, ela viveu um terrível pesadelo. Eles 
moravam em uma grande casa, e nas horas em que os seus 
pais estavam nos afazeres da residência, ficava por conta de 
uma antiga empregada da família. Esta começou a levar seu 
filho para a casa de Cláudia. Ele era adolescente e Cláudia 
ainda uma criança, e eles brincavam juntos enquanto o dia 
passava. Porém, em um determinado dia, Pedrinho, filho da 
empregada, começa a agarrar, a beijar e a passar as mãos por 
todo o corpo da pequena e indefesa menina. Ela corre, grita 
e conta para a mãe de Pedrinho, que logo dá uma bronca 
em Cláudia e diz para ela parar de mentira. “Pedrinho, não 
faz isso!” E ainda agressivamente diz: “Se ele não puder vir 
comigo, não posso trabalhar em sua casa”. À noite, quando 
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seus pais chegaram, Cláudia procura contar o que estava 
acontecendo, procurando “proteção”, mas para sua surpresa 
seus pais também disseram para ela parar de conversa, e 
concluíram: “Pedrinho cresceu conosco, deixa de inventar 
história, mocinha”. Ela contou na linguagem de criança e 
os pais não deram ouvidos. Entretanto, isso persistiu por 
meses ela era agarrada, beijada e tocada por todo o corpo 
sem poder se defender, afinal, ninguém acreditava nela. 
Contou que um dia procurou os pais chorando, repetindo 
a mesma história. Como solução, o pai pediu para ela brincar 
sozinha no quarto, porque precisava da mãe de Pedrinho em 
casa para o papai e a mamãe poderem ir trabalhar, visto que era 
uma funcionária antiga da família. Cláudia passou a brincar de 
menina amargurada, ferida e, dentro do próprio quarto, con-
tava para suas bonecas o que o pai havia feito. A garota dizia 
que o pai acreditava mais no Pedrinho do que nela, que era sua 
filha, e que a mãe não se importava com ela. 
Da janela do seu quarto, ela olhava Pedrinho, correndo 
pelo quintal da casa e banhando-se na piscina, com toda 
liberdade que era para ser dela, “filha dos donos da casa”. 
Cláudia cresceu com uma profunda mágoa dos pais, prin-
cipalmente do pai. Passou a ter aversão à figura masculina. 
Seu pai fora muito rude e duro com ela, e a privou de des-
frutar do seu tempo de criança em sua própria casa. Sem 
que os pais percebessem, Cláudia não reclamava mais das 
coisas que Pedrinho lhe fizera, mas começou a se trancar no 
quarto como uma forma de autodefesa. 
A N G E L A S I R I N O
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Imaginem a mente desta criança entrando na adolescên-
cia! Cláudia passou a ter um desejo imenso de se casar e 
saiu em busca do homem protetor e menos rude do que seu 
pai. Ela havia tomado aversão à presença masculina, sempre 
procurava homens mais mansos, amigos e menos duros do 
que seu pai e seus irmãos. 
Bem nova, ela contraiu matrimônio com um tenente 
da marinha, um jovem dócil, meigo e romântico. Era um 
homem muito doce, amigo, companheiro, delicado, total-
mente o oposto de Pedrinho, aquele agressivo adolescente 
que a violentou, e também o oposto de seu insensível pai. 
Seis anos de casados se passaram, Cláudia agora era mãe e 
procurava se dedicar ao marido e ao filho, dando ternura e 
proteção a eles. 
No relacionamento de marido e mulher, ela se encantava 
com a sensibilidade de seu marido pelo universo feminino. 
Até que, em um determinado dia, ela saiu para uma viagem 
e deixou seu marido sozinho em casa. No trajeto para seu 
destino, percebeu que havia esquecido algo em casa. Então 
retorna e entra em casa, silenciosamente, para não pertur-
bar o descanso do esposo, afinal de contas, era apenas pegar 
o objeto esquecido e retornar para seu destino. Porém, ela 
percebe um barulho de gente em sua casa, especialmente 
em seu quarto. Preocupada e apreensiva, ela vai até o quarto 
bisbilhotar o que seria aquilo, quando foi terrivelmente 
surpreendida por algo que mais uma vez transpassou seu 
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coração. Ela presencia seu marido na sua própria cama fa-
zendo sexo com outro homem, um colega de trabalho dele. 
O mundo de Cláudia mais uma vez desaba. Ela foi 
outra vez ferida, passou a odiar ainda mais os homens e a 
si mesma pela escolha que havia feito. Ela se perguntava 
constantemente onde havia errado. 
No aconselhamento, ela mesma se autodiagnosticava, 
percebia que, ao pensar em se casar, sempre que chegava 
um pretendente, ela se lembrava dos problemas com o 
Pedrinho na infância e da dureza do pai, então ela passou 
a procurar um marido que menos parecesse com aqueles 
dois homens. Ela escolheu alguém que se preocupasse 
com o universo feminino e não notou características que 
poderiam ser observadas se ela não tivesse passado pelos 
problemas citados.
 Depois disso, Cláudia se entregou à depressão profunda, 
e passou a ter transtorno de bipolaridade e síndrome do pâ-
nico, além de ter obsessão para provar aos pais, aos irmãos e 
a todos que ela poderia viver feliz e sozinha, sem depender 
de ninguém, muito menos de um homem. Seu objetivo era 
ser bem sucedida na vida profissional, a fim de mostrar a 
todos que, apesar de não ter sido “protegida e amada” como 
filha e esposa, poderia ser alguém na vida. Ela percebeu que 
estava vivendo e fazendo escolhas, procurando se vingar 
dos homens e da família. Sua vida estava sendo nutrida pela 
decepção, pela mágoa e pelo desejo de vingança. 
A N G E L A S I R I N O
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Claro que os pais de Cláudia erraram, e muito, mas 
ela não poderia continuar a vida procurando se vingar e 
remoendo as decepções que sofrera na vida desde sua in-
fância. Naquela noite, chorei com ela, oramos juntas, disse 
que ela já sabia porque havia feito escolhas erradas, e que 
o primeiro passo era deixar de culpar os pais e a vida pelos 
seus sofrimentos. O segundo passo era perdoar Pedrinho, 
a empregada, seus pais e sua família, e, ainda, perdoar a 
Deus e a si mesma. Constantemente ela repetia: “Por que 
Deus permitiu isso comigo? Eu não sei o que fiz de errado 
para ter que colher isso!”.
Concluí com ela no nosso primeiro aconselhamento 
dizendo que, depois do perdão, ela deveria procurar 
reescrever em sua vida uma nova história. Mantivemos 
contato por muito tempo, via e-mail, oramos juntas e 
acompanhei seus desabafos.
Um dia, Cláudia me escreveu dizendo que sabia que 
aquela ferida jamais seria curada. Então, pacientemente, eu 
lhe disse que, quando ferimos uma parte do nosso corpo 
que sangra, vamos ao médico, fazemos um curativo e depois 
colocamos remédio até cicatrizar e, quando cicatrizado, 
olhamos para a ferida, e ela não dói mais, porém lembra-
mo-nos dos dias em que nos lesionamos, e vemos apenas 
a cicatriz. Chega um tempo em que a gente vê a marca e 
nem se lembra mais exatamente como foram os detalhes do 
acidente que causou a ferida,já cicatrizada. Disse a ela que 
remoer o passado é persistir em um caminho de fracasso. 
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Cláudia pôde se reerguer gradativamente, com altos e bai-
xos, se perdoando, perdoando os envolvidos no problema, 
e depois passou a desfrutar de uma vida melhor com Deus. 
Cuidado com escolhas feitas baseadas em suas feridas 
emocionais. Cláudia era uma criança sem maturidade para 
superar a dor da sua história e sem discernimento para 
suas escolhas, mas se você a partir de hoje pode perceber 
as origens de sua baixa autoestima, escolha um caminho de 
sucesso e de vitória para sua vida. Não se prenda ao passado, 
coloque seus objetivos nas mãos de Deus.
2. Frieza sexual e conjugal
Eu havia acabado de falar sobre sexualidade só para as 
mulheres e, no final, uma senhora muito simpática me pro-
curou, a fim de saber o nome do remedinho que ajudava as 
mulheres a aumentarem a libido. Enquanto eu dizia o nome 
do medicamento e ela anotava, a mulher fez um comentário 
que me chamou a atenção: “Meu marido é tudo isso que você 
disse hoje: carinhoso, me diz que me ama constantemente, 
um excelente pai, amigo de meus filhos, além de me dar 
flores, presentes e muito carinho, o tempo todo. O problema 
sou eu! Eu queria o remédio para ver se eu melhoro, afinal 
de contas, ele merece, pois faz tudo para mim, mas, todos 
os dias quando o sol se põe, eu sinto dor de cabeça e medo 
da hora em que ele me procura para a intimidade sexual.” 
Ainda concluiu dizendo: “Sou eu que não gosto de sexo de 
forma alguma”. 
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Eu perguntei se ela tinha ido ao médico para ver se era 
algum problema hormonal. Ela disse que já tinha tentado 
de tudo e, quando olhei nos olhos dela, seu rosto havia mu-
dado completamente, e seu semblante era de muita tristeza. 
Ela continuou, dizendo: “Quando ele me procura, mudo 
completamente. Ele tem muita paciência, e eu tenho muita 
pena dele. Porém, é incontrolável a tristeza que sinto, nunca 
gostei de sexo!”.
Os anos de aconselhamento e, é claro, a presença de Deus 
em nossa vida, nos trazem discernimento e a visão dos 
fatos. Naquele momento, com ousadia, eu lhe perguntei, 
impulsionada por uma convicção de Deus dentro de mim: 
“Querida, você foi violentada em sua infância?”. Fitando 
seus olhos nos meus, ela respondeu: “Fui... e sofri muito!”
Perguntei se ela queria compartilhar comigo, dizendo a 
ela que eu tinha todo tempo naquela tarde para ouvi-la. 
Então ela me contou: “Eu tinha de 11 para 12 anos de 
idade, eram meados de 1979, naquela época as mães diziam 
que os bebês eram deixados nas portas das casas por alguém 
ou que eles eram trazidos pela cegonha, embora ninguém 
jamais houvesse visto uma cegonha, mas achávamos que era 
verdade. Não era comum as famílias terem TV, só havia na 
cidade, nas casas dos ricos, e também havia censura”. 
Continuou ela: “Morávamos em uma fazenda, meu pai 
era o vaqueiro, e o fazendeiro ia constantemente à proprie-
dade. Ele era um homem bom, tratava a gente com respeito 
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e carinho, ele deixava até seus filhos brincarem conosco. 
O filho dele brincava muito comigo, dizia que, quando se 
tornasse homem, talvez se casaria comigo. Gostávamos de 
brincar de família, ele deitava perto de mim, brincava de 
beijar e de outras coisas, mas dizia que era só brincadeira, 
que eu não era sua namorada. De repente, meu corpo come-
çou a mudar de forma, fiquei com a barriga grande e minha 
mãe descobriu que eu estava grávida. Eu não sabia o que 
era aquilo e nem como acontecera. Eu era muito inocente, 
muito pequena e não sei se tinha sido na marra...” 
Um silêncio a interrompeu. Atemorizada, ela concluía: 
“Minha mãe queria saber quem era o pai, então ela me 
contou que os bebês não vinham pela cegonha e me expli-
cou como acontecia, então eu disse que havia sido o filho 
do patrão. Nos dias que se seguiram, meu pai processou o 
fazendeiro, que deu uma pequena chácara para ele ficar ca-
lado e não exigir o registro da criança. Meu pai concordou. 
Porém, ele e minha mãe passaram a me chamar de vagabun-
da, desgraçada, e diziam que eu era a vergonha da família. 
Trancaram-me dentro de casa para ninguém ver que eu 
estava grávida, entretanto eles estavam satisfeitos com a ‘sua 
chácara, fruto da minha desgraça’”. 
Eu ouvia tudo com muita atenção e aperto no coração.
“Dias depois, me deram algumas xícaras de chá com 
remédios e o bebê nasce de parto normal em nossa casa. 
Meu pai me pegava pelo braço, me jogava no chão, tudo 
isso enquanto minha mãe trazia o bebê, um menino, até que 
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meu pai pegou um frasco de “Buscopam” (remédio para dor 
e cólicas), uma seringa sem agulha e despejou boa parte do 
medicamento dentro da seringa, com a intenção de abrir 
forçadamente a boca do bebê. Com o remédio em uma das 
mãos, segura a boquinha do meu filho. O recém-nascido 
torceu o corpo e deu uns repuxados. Meu pai colocou o 
bebê de lado, pegou uma enxada, cavou a terra, e enterrou a 
criança, até hoje eu acho que ele ainda estava vivo! Depois, 
meu pai me puxou para dentro de casa, me deu uma sacoli-
nha com uma peça de roupa, chamou um tio, que estava em 
nossa casa passando por aquela região, mas que morava em 
São Paulo, e lhe disse: ‘leva essa vagabunda, essa sem-vergo-
nha, e solta nas ruas de São Paulo. Ela é a nossa vergonha, 
e não deve mais ficar aqui.’ O tio me levou consigo, sem 
falar nada, me abandonou nas ruas de São Paulo, e lá eu fui 
violentada, usada e abusada. Nem gosto de lembrar!”
Ela prosseguiu: “Mas, um dia, eu deveria estar com 
uns 15 anos de idade, passou um carro cheio de mulheres 
pela rua onde eu dormia. Elas davam agasalho, comida 
e falavam de Deus e sobre seu filho, Jesus. Elas carinho-
samente se aproximaram de mim e me levaram para um 
abrigo, depois fui trabalhar na casa de uma delas, e aquela 
mulher me deu muito amor. Conheci um rapaz da casa 
de recuperação, contei tudo para ele, e ainda assim ele se 
casou comigo. Nunca mais vi o monstro do homem que se 
dizia ser meu pai, e nem meu tio... bom... Acho que você já 
pode entender porque sexo é tão ruim para mim. Sexo não 
sinaliza prazer, e sim desgraça!” 
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Ela então concluiu, dizendo: “Agora só você e meu marido 
sabem disso, aqui, nesta cidade, nem minhas filhas, que já 
são moças, sabem!”. 
Amadas, enquanto ela me contava isso, não pude con-
ter minhas lágrimas. Era muita dor abafada no coração 
daquela mulher e, ao mesmo tempo, uma covardia sem 
tamanho, mas ainda assim lhe disse que ela precisava 
perdoar: “o monstro do seu pai, o tio e o filho do patrão!”. 
Chorando, ela disse que só odiava o pai. Não culpava a 
Deus, não culpava o rapaz. Falei sobre a vontade permitida 
de Deus! Ela havia conhecido Jesus depois disso tudo! Fa-
lei sobre a gravidade do fato, sobre a maldade do pai, sobre 
os costumes nordestinos daquela época. Disse que eu, 
filha de nordestino, conhecia bem a situação, mas também 
falei sobre perdão, sobre como ele nos liberta para sermos 
curados e por fim, sobre a dor de Deus em ter dado Jesus 
pela humanidade. 
Como Jesus deveria ter se sentido naquele dia, quando 
o próprio Pai o entregara para ser morto pela nossa vida? 
Perguntei a ela se aquele bebezinho, que ela dera à luz, pu-
desse falar na hora em que seu pai o matara. Porém, frisei a 
necessidade do perdão, para ela desfrutar de felicidade em 
sua vida e, principalmente, em seu relacionamento conju-
gal. Ressaltei que ela poderia, depois de ser curada daquela 
ferida, transformar tudo aquilo em bênção, ajudando outras 
pessoas com aconselhamento. Então oramos, e eu a acom-
panhei por um tempo, depois ela sumiu. 
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Meses depois fui palestrar em sua igreja, quando ela me 
procurou e disse, sorrindo: “Meu marido está tão feliz, e 
quer conhecê-la. Depois daquela palestra sobre sexualidade 
e daquele tempoque você conversou comigo, eu passei a 
pedir ajuda a Deus para perdoar meu pai e me ajudar a 
gostar da intimidade com meu marido! Quer dizer, já virei 
os pezinhos umas duas vezes! (Rsrsrsrs, esta é a expressão 
que eu costumo usar para as mulheres como definição sobre 
plenitude sexual no relacionamento). 
Naquela hora eu a abracei, choramos e rimos juntas! 
E, de repente, seu marido, um senhor muito educado, se 
aproximou de mim, pegou em minha mão e, emocionado, 
agradeceu: “Obrigado!”. 
A senhora ainda concluiu: “Contei minha história para 
minhas filhas, elas ficaram emocionadas! Quero ajudar 
outras pessoas. Se precisar de mim, estou à sua disposi-
ção para testemunhar”. Este era o sinal de que sua ferida 
estava curada. 
O perdão pôde trazer para aquela mulher plena saúde 
para seu relacionamento. Ela precisava apenas entender que 
a mágoa prejudica mais aquele que a guarda dentro de si. 
Existem milhares de mulheres que não desfrutam de uma 
vida sexual satisfatória porque guardam mágoa:
• De uma violência ou de um abuso sexual sofrido na 
infância, adolescência ou mesmo na fase adulta;
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• De uma frase dita pelo marido no início do casamento; 
• De coisas insignificantes que se tornam verdadeiros 
gigantes dentro do nosso relacionamento. 
3. Conflitos com a família do cônjuge 
A baixa autoestima pode atrapalhar nossos relaciona-
mentos familiares. Existem pessoas que já foram tão feridas 
pelos pais, irmãos, tios ou primos que, ao se casarem, vestem 
uma capa de indiferença e se fecham para a sua nova família, 
a fim de obter respeito. Eu agi assim com a família do meu 
marido. Quando percebi que as brincadeiras e as críticas 
eram parecidas com as que eu ouvia na minha adolescência, 
simplesmente me fechei e me isolei, a fim de me proteger 
de novas feridas. Era como se eu dissesse dentro de mim: 
“Agora já sei como me defender!”.
Passei a tratar friamente meus cunhados e cunhadas, 
afinal, eu não queria ser golpeada por mais ninguém. Acre-
ditava que me fechar seria a solução, o que na verdade gerou 
mais problemas entre mim e minha sogra, meus cunhados, 
concunhados e até meu marido. Feridas abertas geram mais 
feridas e outros problemas! A solução é buscar cura para 
nossas emoções e aprender a conviver com as pessoas, sem 
sermos “casca de ovo”, sem sermos extremamente sensíveis 
e, ao mesmo tempo, com sabedoria vinda de Deus, fazer 
com que as pessoas, com as quais convivemos entendam 
que precisamos ter o nosso ponto de vista, as nossas ideias e 
as nossas personalidades respeitadas.
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Não se feche para os relacionamentos, com medo de ser 
ferido novamente, procure ser curado para ajudar outros e 
para desfrutar de uma vida repleta de alegria!
4. Problemas com os filhos 
Feridas emocionais não curadas geram problemas na 
educação dos nossos filhos. Pais feridos agem com dureza, a 
fim de moldar nos filhos aquilo que gostariam de ser. Outros 
inconscientemente descontam nos filhos toda mágoa que os 
pais lhe causaram e, pior ainda, é quando se tornam vítimas 
de suas mágoas e fazem de tudo pelos filhos, dão tudo que 
pedem e não estabelecem limites. 
Eu estava palestrando no norte do Brasil e fiquei hospe-
dada em uma casa em que mãe e filha estavam em constante 
discussão. A mãe, uma mulher abençoada, cheia de ativi-
dades, amiga de todos, não conseguia dominar sua filha. 
Em aconselhamento, decepcionada, ela me disse: “Sempre 
dei o melhor que pude às minhas filhas. Como não tive o 
melhor, para elas não poupei brinquedos, roupas, passeios, 
empregadas à disposição para elas aproveitarem a infância 
da melhor maneira possível. Até que então veio a crise fi-
nanceira, e não pude mais dar tudo isso.”. 
Ao chegar à sua casa, depois do aconselhamento, presen-
ciei uma cena muito triste. Sua filha, que estava grávida de 
três meses, dentro de casa, aguardando a data do casamen-
to, sentiu vontade de comer e estava muito nervosa porque 
sua mãe não chegava para fazer um lanche para ela. A 
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mãe, envergonhada pela situação, disse docemente à moça: 
“Filha, porque você não fez um sanduíche? Tem presunto, 
pão e queijo na geladeira.” A moça, com um tom de ironia, 
responde: “Não faço! Foi você quem me criou assim, agora 
aguenta!”. Em outras palavras, ela quis dizer: “Sempre tive o 
que quis nas mãos e não vou fazer nada”.
Meu coração de mãe se partiu e, ao mesmo tempo, 
refleti: “Será que eu não estava sendo boa demais com 
meus filhos, tentando dar a eles tudo aquilo de que fui 
privada na minha infância?”. 
Quantas pessoas foram feridas por maus tratos dos pais, 
por professores ou colegas, por dificuldade financeira, com 
problemas de saúde ou de qualquer outra natureza, e ali-
mentam o seu emocional com o remédio errado, para curar 
suas feridas? Ou, ainda, geramos outras pessoas feridas 
porque não fomos curadas? 
Naquela tarde, aquela mulher me dizia: “Estamos tão 
apertados financeiramente! Estou em conflito! Os sonhos 
dos meus filhos estão passando da hora de serem realizados, 
o sonho do balé, o sonho da coleção de boneca, o sonho do 
carrinho de controle, da moto ou do carro 0km”.
Amados, na hora em que a filha lhe dizia: “agora aguenta”, 
eu chamei aquela mãe no cantinho e disse: “Amada, sua cri-
se é permissão de Deus. Suas filhas podem sonhar e desejar 
realizar todos os sonhos delas, mas Deus, vendo o amanhã, 
está através da crise financeira que agora vocês atravessam, 
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dando uma ajuda para lhe ensinar que você estava estragan-
do seus filhos. Seu trauma de miséria na infância a estava 
levando a gerar filhos doentes. Eles podem sonhar, porém 
precisam valorizar os caminhos para alcançar os seus so-
nhos. Você precisa ser curada para ensinar isso a eles”. 
Que lição eu aprendi naquela tarde! Quantas vezes eu, 
mãe, estava dando aos meus filhos tudo o que eu não tive. 
Aquela mulher estava com suas filhas na juventude, e eu 
com os meus ainda na infância. Estava em tempo de cor-
rigir! Pedi a Deus que curasse também o meu coração, pois 
muitas vezes me preocupei com os sonhos dos meus filhos.
Você já percebeu quantas vezes protegemos demais nos-
sos filhos e erramos tentando acertar? 
5. Dificuldades financeiras
Feridas emocionais abertas nesta área podem nos colocar 
em dificuldades financeiras. Quantas vezes, diante de ame-
aças de crises, nos aprofundamos em dívidas parceladas, 
empréstimos, cartões de crédito e em decisões erradas para 
mostrarmos às pessoas que estamos bem! Alguns fazem 
festas, compram carros caros, casas maravilhosas, roupas de 
marca e sapatos caríssimos, simplesmente pensando em se 
reafirmarem para alguém ou para um grupo social. “Dizem 
que STATUS se tem quando se compra o que não se precisa, 
com o dinheiro que não se tem, para mostrar o que não se é, 
para quem nem é a gente (Autor desconhecido).” 
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6. Solidão, isolamento e tédio 
Outro problema comum é que as pessoas que possuem 
baixa autoestima não acreditam no amor dos outros. No 
subconsciente, existe uma pergunta: “Como alguém poderá 
amá-la, se nem ela mesmo se ama?” 
Há pessoas que nunca aceitaram o amor de terceiros, e 
ainda implantam nos filhos a teoria do isolamento, que leva 
à solidão. Não se pode chamá-las de amadas ou queridas, 
não costumam aceitar elogios, sempre acham que o carinho 
vem motivado por algum tipo de interesse ou falsidade e 
geram filhos doentes, solitários e isolados. Não conseguem 
encontrar uma amizade verdadeira em meio a sete bilhões 
de habitantes que povoam o globo terrestre. Vivem solitárias 
no meio do mundo.
Uma amiga reclamou que, num determinado dia, chegou 
na casa de sua mãe, que é uma pessoa com essa característica 
de isolamento e desamor, e disse que ela e as crianças almo-
çariam na casa da vovó. Era feriado, e ela havia aproveitado 
para matar a saudade damãe e levar os netos para revê-la. 
Entretanto, ao informar sua mãe do seu objetivo, esta logo 
retrucou dizendo que estava muito ocupada, cuidando da 
poeira da casa, respondendo agressivamente: “Eu não vou 
fazer almoço, se quiser vá para a cozinha”. Ela, com os olhos 
marejados de lágrimas, me disse: “A limpeza, a casa e os 
afazeres, para minha mãe, eram mais importantes do que 
sentar à mesa para um simples almoço, com a filha e os dois 
netos”. A amiga disse que segurou as lágrimas, sorriu meio 
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sem graça e disse à mãe que estava brincando. Frustrada, 
saiu e foi almoçar em um restaurante. 
A mãe daquela amiga tinha perdido sua mãe muito 
cedo, com aproximadamente 14 anos de idade, e seu pai 
logo se casou e preferiu a madrasta em vez dos filhos. 
Deixou que os filhos se criassem sozinhos. Imagine o que 
é o amor para aquela mãe? Seu próprio pai a trocou por 
uma mulher! Infelizmente, as pessoas dão o que recebem. 
Ela não tinha recebido amor, estava ferida e não tinha 
passado por um processo de cura da alma, por isso ela 
não sabia oferecer afeto, pois não tivera um referencial 
desse sentimento. 
A falta de amor próprio gera isolamento, que traz solidão, 
que, por sua vez, afasta as pessoas. Deixe Deus curar suas 
emoções para que você possa desfrutar de alegria em sua vida.
7. Problemas de saúde
Como já mencionamos acima, é comprovado pela me-
dicina que algumas doenças, como gastrite, úlcera, câncer 
e infarto (entre outras) podem ter sua origem em fatores 
emocionais. Ainda é comprovado que grandes decepções 
que geraram mágoa, amargura, ressentimentos e depressão 
são os maiores causadores de câncer. 
O coração ferido traz enfermidades. “Mas o espírito abati-
do seca os nossos ossos”. (Provérbios 17.22b)
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8. Envelhecimento
A falta de alegria nos faz perder o desejo de sorrir e de 
cuidar de nós mesmos. Nos deixa com o rosto fechado e 
com a tendência para reações negativas a elogios e atitudes 
de carinho. O rosto fechado também molda as famosas 
linhas de expressão antes do tempo (previsto naturalmente) 
e ainda tira os nossos sonhos, transformando jovens rapida-
mente em pessoas envelhecidas de alma e de espírito.
9. Inadequação 
Este sentimento é uma das características de quem tem 
baixa autoestima, e faz com que a pessoa se sinta perdida 
em meio a uma multidão. É expresso através do suor nas 
mãos e do medo de atravessar sozinho um lugar público, 
com a impressão de que todos o estão olhando. As pessoas 
que possuem esse sentimento não arriscam novas amizades 
ou um novo trabalho e evitam falar com pessoas que não 
fazem parte do seu grupo, com medo de serem rejeitadas. 
Geralmente, pessoas que têm este sentimento foram crian-
ças que ouviram “Fica calado, menino! Você me mata de 
vergonha. Você só abre a boca para falar besteira. Você anda 
todo desengonçado. Oh menina feia”. O pior é que essas 
frases foram ditas pelas pessoas que deveriam ser referência 
de amor e afeto na vida. 
Eu fui assim. Na minha infância, eu não ouvia elogios, as 
pessoas só elogiavam minhas irmãs, eu era o patinho feio 
de casa, cresci muito rápido e tentava andar encurvando os 
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ombros para ficar na altura das minhas amigas da escola. 
Deveria ter entre 12 ou 13 anos de idade, e não ouvia nin-
guém me dizer: “Que linda você está ficando, mocinha!”, 
mas eu ouvia e via meus irmãos e colegas a rirem de mim e 
a dizer que eu era desengonçada, que meu nariz era grande 
e minha boca muito pequena, e que eu só abria a boca para 
falar besteira. 
Nessa época, passei a frequentar as reuniões sociais com 
meus pais, e quando eu atravessava um salão, acidentalmen-
te, eu costumava cair. Só andava com um pacote nas mãos, 
pois o pacote significava minha segurança para ninguém 
olhar meus braços compridos balançando entre meu corpo. 
Eram os complexos de uma adolescente que precisavam ser 
tratados! Descobri que caía ao caminhar, porque entortava 
as pernas, procurando ficar menos desengonçada. O tempo 
passou, e, ao me encontrar com Jesus, ele curou minhas 
feridas emocionais, e me fez superar os ladrões de alegria 
que afligiam minha vida e meus sentimentos dia e noite. 
(Adquira o DVD “Minha vida, minha história”, e seja forta-
lecido pelo meu testemunho de superação). 
O sentimento de inadequação também gera insegurança, 
que é um sentimento que impede a pessoa de terminar o 
que começa. A insegurança é gerada por uma falta de con-
fiança e de credibilidade no próprio potencial. Geralmente, 
a pessoa insegura é aquela que constantemente ouviu que 
não conseguiria ser capaz de vencer na vida, que não seria 
capaz de realizar os seus sonhos. Isso mesmo, a insegurança 
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é gerada por coisas bem simples, como por exemplo, por 
frases ouvidas desde a infância: “Você não vai conseguir 
andar de bicicleta, fazer a tarefa de casa, pegar o chinelo do 
papai, acertar a bola e fazer um gol no quintal de casa. Você 
é muito pequeno para isso!”
Você está achando que é alguma coisa? 
As pessoas que foram marcadas com essas frases se tor-
nam inseguras e geralmente desistem do que começam. Não 
confiam em si mesmas e não acreditam em seu potencial. 
A mãe de Renata dizia que tudo o que ela fazia dava er-
rado, chamava-a de feia, de desengonçada e ainda chegava 
a dizer que mulher só nascia para sofrer, e que se ela, como 
mãe, pudesse escolher o sexo dos filhos, gostaria que todos 
nascessem homens. Renata era a única filha mulher em uma 
casa com três filhos, e ouvia isso desde pequena. Ela era uma 
adolescente muito retraída, insegura, e se sentia inadequada 
para conviver com qualquer grupo. Ela quase não conver-
sava, mas às vezes tinha extremos ataques de gargalhadas, 
tentando ser interessante e legal.
Eu era recém casada e trabalhava com os adolescentes da 
Igreja. Como tive muitos problemas de autoestima, e Deus 
havia me curado das minhas feridas e traumas emocionais, 
eu sabia, ainda que fosse inexperiente, diagnosticar proble-
mas de baixa autoestima. Então perguntei à mãe de Renata se 
ela sabia fazer alguma coisa na cozinha, um doce ou um bolo, 
qualquer coisa serviria. A mãe me respondeu ironicamente: 
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“Ela não faz nada que presta, só um bolo de cenoura e que 
ainda fica mais ou menos”. Sorri e lhe disse: “Esse serve!”. 
Convidei Renata para passar uma tarde comigo e, lá em 
casa, pedi para ela me fazer um bolo de cenoura, disse a 
ela que sua mãe me falara que o seu bolo de cenoura era 
delicioso! Ela, desconfiada, me afirmou que sua mãe criti-
cava o bolo de cenoura que ela fazia! Eu sorri e afirmei toda 
convicta: “Isso é medo de falar que o seu bolo fica melhor 
do que o dela!”. Ela fez o bolo, eu orei o tempo todo para que 
a receita ficasse boa, depois comemos e o bolo realmente 
ficou muito bom. 
No domingo, contei aos adolescentes da sala da escola 
dominical que Renata fazia um bolo de cenoura delicioso, 
então aproveitamos e marcamos um lanche para a turma 
toda experimentar o bolo da Renata. No dia, eu comia e 
fazia “Hummmmmmm! Que delícia!” Quem era doido de 
discordar da tia? (Rsrsrsrs) Percebi uma crescente estima 
naquela mocinha! Comecei a levá-la para me ajudar a fazer 
lanches para a turma da sala, ela sempre fazia o bolo de 
cenoura, e ainda passou a fazer outras receitas. Aonde eu ia, 
ela me acompanhava. 
Um dia eu fui decorar a Igreja para uma festividade, e 
no final da tarde seus pais foram buscá-la no local, mas 
naquele dia Renata não havia feito nada mais do que colocar 
argila nos vasos e umas folhas de samambaias nos arranjos. 
Mesmo assim, eu agradeci aos seus pais por deixá-la sempre 
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comigo, olhei sorrindo para a mãe, puxei Renata para perto 
de mim, abracei-a e disse: “O que seria de mim sem a ajuda 
de Renata, aqui, hoje?”. Percebi lágrimas nos olhos da mãeque, depois, me procurou e disse que sua filha estava trans-
formada, se tornara uma menina alegre, comunicativa e 
autoconfiante. Naquele dia, a sua mãe compartilhou comigo 
que estava entendendo que o problema da filha eram suas 
críticas, induzindo-a a ser uma fracassada. 
Os anos se passaram, e hoje Renata é uma mulher linda, 
capaz, autoconfiante, inteligente e se tornou uma psicóloga! 
Ela só precisava que alguém lhe mostrasse que ela era capaz 
de fazer coisas especiais, que ela era importante para a vida 
de alguém, ainda que fosse para fazer um bolo de cenoura 
ou carregar uma porção de argila para decorar o vaso de 
uma festa. Ela precisava ser amada e valorizada. 
Pessoas que foram criticadas e rejeitadas costumam ter 
um sentimento de inadequação e de insegurança. Ainda 
que você tenha sido hostilizado, ouvindo constantemente 
que você não conseguiria ser nada na vida, acredite em seu 
potencial e, se as críticas e as palavras que a feriram ainda 
remoem dentro de você, dê a volta por cima e descubra a 
capacidade que você tem de realizar os seus sonhos e fazer a 
diferença em sua geração. 
10. Perfeccionismo 
O perfeccionista é aquele que vive constantemente com 
o sentimento de que ainda não atingiu o padrão desejado, 
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sempre precisa melhorar, e, quando acha que já chegou a 
um bom grau de acertos no seu perfeccionismo, passa a se 
considerar melhor e mais correto do que os outros. Geral-
mente, critica tudo o que as pessoas ao seu redor fazem e, 
por mais que alguém tente agradá-lo, sempre fica faltando 
alguma coisa. 
É extremamente exigente até mesmo consigo e, por isso, 
quando não alcança os seus objetivos, tem um sentimento 
de culpa. Por outro lado, pode também se tornar uma pessoa 
arrogante, porque, por sempre tentar fazer o melhor, ainda 
que não saia perfeito, acha que o que faz é melhor do que o 
que as outras pessoas fazem. 
Os perfeccionistas também produzem uma imagem dis-
torcida de Deus e acham que nunca podem agradá-lo, pois 
eles mesmos são assim “difíceis de agradar”. 
Geralmente os perfeccionistas foram formados por pais 
que nunca estavam satisfeitos com o que quer que o filho 
fizesse. Pais cujo amor era condicionado. As frases mais 
comuns eram: “Vou ficar feliz se você tirar 10 em todas as 
matérias”, “Vou lhe dar um beijo se você ficar caladinho 
enquanto os adultos conversam”, “Não me decepcione, não 
suje a roupa quando for brincar”, “Você pode fazer melhor”, 
“Oh, menina ingrata, não faz nada de que eu goste” ou “Me-
nino desobediente, você nunca me obedece”.
Outro fator que gera perfeccionismo é a falta de equilíbrio 
emocional dos pais. Ora batem e ora beijam pela mesma atitu-
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de. Um dia pode entrar em casa com os pés sujos, outro dia não 
pode entrar, sem ao menos explicarem o motivo a eles! Esses 
são filhos de pais imprevisíveis, irracionais. Criam adultos 
perfeccionistas que só sabem cobrar, exigir e questionar. 
Os perfeccionistas têm dois extremos. Uns se tornam 
arrogantes, por acharem que fazem melhor, outros vivem 
depressivos, com sentimento de culpa, por pensarem que 
nunca vão conseguir agradar ou acertar.
As frases mais comuns dos perfeccionistas defensivos são: 
“Se ao menos eu conseguisse parar de...”, “Eu não consegui 
chegar a tempo por que...”, “Bati o carro porque...”; “Devo 
melhorar da próxima vez” e “Da próxima vez vou cozinhar 
melhor, ainda não ficou bom”. Pessoas assim carregam um 
sentimento de culpa por algo que não deu certo, mas jogam 
a responsabilidade sobre coisas ou outras pessoas. 
Já as frases mais comuns dos perfeccionistas arrogantes e 
ofensivos são: “Filho, eu não erro!”, “Eu sou a super mãe, a 
pontual, a correta, a mulher e a mãe maravilha!”, “Não está 
errado, eu não me engano!” e “Se fosse eu quem tivesse feito 
isso, aí não teria saído errado”. É impossível viver com su-
per-heróis. Eles só existem em contos de fadas ou na ficção. 
Já sabemos o fim deles, tudo é perfeito, todos os outros são 
vilões, tudo deles é melhor, é correto e é certinho. Entretan-
to, muitos pais tentam criar seus filhos como super-heróis, 
procurando criar pessoas que não erram e que na realidade, 
se tornam pessoas doentes e com dificuldade de viver uns 
com os outros. 
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Tenho uma colega superperfeccionista. Um dia lhe pedi 
para buscar minha filha na escola. Ela não erra e, quando 
alguma coisa parece dar errado, culpa os outros ou fica 
doente. Lembro-me de que, naquele dia, minha filha entrou 
no carro da minha amiga chorando, porque eu não pude 
comparecer a comemoração do Dia do Índio na escola e, 
como se não bastasse, minha amiga vira para minha filhi-
nha, ainda na pré-escola, talvez com sete anos de idade na 
época, uma criança indefesa, e diz: “Sua mãe disse que vinha 
e não veio? Então ela não tem palavra! Já eu, se eu prometer, 
ainda que chova canivete, eu chego a tempo!”.
Misericórdia! Quando a Angélica, minha filha, chegou na 
empresa e desceu do carro da minha amiga, ela estava cho-
rando e me disse: “Mamãe, você não tem palavra!”. Assus-
tada, eu procurei saber o que tinha havido. Decepcionada 
com a atitude da minha amiga, eu lhe agradeci pelo favor, 
mas disse com amor que ela não poderia gerar a mesma 
doença do perfeccionismo nos outros. 
Eu trabalhava muito e, mesmo sendo a proprietária da 
empresa, tinha tarefas que não poderiam passar da hora. Não 
haviam condições de ir a todos os eventos da escola, ainda que 
eu me esforçasse para tal. Depois conversei com minha filha 
e ela se desculpou. Geralmente, o perfeccionista foi muito co-
brado, pois buscava admiração de alguém e sempre fracassava. 
O perfeccionista se torna ansioso porque sempre quer ser 
e fazer melhor. Ele sempre cobra o melhor de si mesmo e 
das pessoas que vivem ao seu redor. 
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11. Sentimento de desvalor 
Este sentimento é aquela sensação de incapacidade e de 
inutilidade. É aquela voz interior que insiste em nos dizer: 
“Ninguém gosta de mim”, “Não sirvo para nada”, “Nunca 
serei alguém na vida” ou “Tudo que eu faço dá errado”. Ge-
ralmente, quem possui esse sentimento teve na sua infância, 
na adolescência ou na fase adulta alguém que tentou minar 
os seus sonhos, talvez inconscientemente. 
Aqueles que têm o sentimento de desvalor são pessoas que 
foram desmotivados e que vivem em depressão, sem vontade 
de viver e sem desejo de elogiar os outros. Talvez foram criadas 
por pessoas que já haviam perdido a motivação para viver, ou, 
quem sabe, foi aquela criança que costumava ouvir: “Se você 
não fizer o que lhe estou pedindo, não vou gostar mais de você’. 
Por isso, amar se torna condicionado a agrados e não parece 
algo incondicional. Somos amados por que falamos coisas 
bonitas, somos bonzinhos, arrumamos o quarto, etc. e pessoas 
feridas geralmente ferem outras pessoas. 
12. Depressão 
Depressão é um estado de profunda tristeza e desejo de 
desistir de tudo, principalmente da vida. Os sintomas da 
depressão são muito variados, caminhando desde a sensa-
ção de tristeza, passando pelos pensamentos negativos, até 
alcançar as alterações da sensação corporal. Nem todos os 
casos de depressão são patológicos, mas a maioria é gerada 
por momentos de tristeza, mágoas, perdas ou decepções 
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com as quais nós não soubemos lidar. Os principais sinto-
mas de depressão são: 
• Perda de energia ou de interesse pela vida;
• Humor deprimido com o sentimento de tristeza ou 
de fracasso;
• Dificuldade de concentração;
• Alterações do apetite e do sono; 
• Lentidão das atividades físicas e mentais; 
• Preocupação excessiva com críticas;
• Dificuldade de tomar decisões;
• Irritabilidade ou impaciência;
• Carência afetiva;
• Necessidade de que chamar atenção e de ser aceito 
por um grupo;
• Sentimento de achar que não vale a pena viver, desejo 
de morrer;
• Chora à toa ou tem dificuldade para chorar; 
• Sensaçãode que nunca vai melhorar (desesperança);
• Dificuldade de terminar as coisas que começou;
• Sentimento de pena de si mesmo (autopiedade);
• Persistência de pensamentos negativos;
• Queixas frequentes (murmuração);
• Sentimentos de culpa injustificáveis;
• Perda do desejo sexual.
 
59
Existem atitudes que nos trazem tristeza e caminham para nos deixar depressivos. Os sintomas mais comuns 
apresentados nas pessoas com tendência depressiva são:
1. Pessoas com tendências depressivas culpam os outros 
ou a vida
Os deprimidos sempre encontram um culpado para o seu 
fracasso. Usam essa estratégia para esconder a incapacidade 
de prosseguir. Sempre dizem: “Ah, se meu pai tivesse me 
ajudado!”, “Se minha professora fosse a Tia Maria!” ou “Se eu 
tivesse um carro!”. Ou seja, meu problema tem um culpado.
Para quem quer vencer, não existem obstáculos. Proble-
mas são desafios que precisam ser vencidos. “Quem quer 
vencer entende que vencer com lutas e obstáculos é triunfar 
com mais honra”.
ATITUDES QUE ROUBAM A
ALEGRIA E TRAZEM DEPRESSÃO
C A P Í T U L O 4
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Meu pai não me deixou fazer faculdade de psicologia, 
como era o meu sonho. Eu dependia financeiramente dele, 
e a realidade nos anos 80 era bem diferente dos dias atuais. 
Entretanto, não desisti do meu sonho eu lia tudo sobre 
psicologia e sobre cura interior. 
A vida ainda me presenteou ao longo dos anos com inú-
meras crises, problemas, perdas, dores e angústias. Porém, 
entendo que, se hoje sou doutorada na faculdade da vida e 
sou PHD em crises superadas, foi pela ajuda e amparo do 
próprio Deus para comigo. Entendo que foram as supera-
ções que tive na vida que me deram bagagem emocional 
para ajudar milhares de pessoas. 
Costumo dizer que eu não faria em um consultório de 
psicologia o que Deus faz, através de mim no Brasil e no 
mundo, palestrando. O melhor disso tudo é que, onde 
minha voz não vai, meus livros vão e ajudam as pessoas 
que precisam. 
Entretanto, foram as lutas e as dificuldades da vida, as 
feridas abertas e depois curadas que me doutoraram, por 
isso me refiro à “faculdade de vida”. Bendita hora que me 
negaram a faculdade, pois o diploma da vida, ou seja, mi-
nhas experiências, falam mais alto.
Decidi não procurar culpados para as diferentes fases 
difíceis da minha vida, mas procurei superar as dificulda-
des, a fim de escrever em minha existência uma história 
de superação.
A N G E L A S I R I N O
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 2. Pessoas com tendências depressivas possuem necessi-
dade de agradar a todos, para sentirem-se aceitas
Por mais que tentemos, é impossível agradar a todos. Não 
se preocupe se nem todos vão gostar do seu novo emprego, do 
seu novo carro, da sua roupa nova, ou de qualquer outra coisa!
Gosto muito de ilustrações. Até escrevi uma série de 
livros com o nome “Leite e Pão”, só com contos e fatos, uma 
para cada dia do ano. Quero compartilhar com vocês uma 
história sobre este tema. 
Conta-se que vivia numa fazendinha um homem muito 
velho, que tinha um neto como companhia. Certo dia, 
o velho resolveu descer ao povoado com o seu jumento, 
a fim de vendê-lo e juntar o dinheiro para comprar um 
burro. Chamou o seu neto e eles partiram. Seguiam a pé, 
o velho à frente seguido do jumento, e atrás o neto. Ao 
passarem por um povoado, vários homens os viam e logo 
os criticaram: “Olhem aqueles bobos ali, estão com um 
jumento e vão andando a pé”. 
O velho disse ao neto que montasse no jumento, e este 
assim fez. Um pouco mais adiante, passaram junto de um 
grupo de idosos que logo opinaram: “Que vergonha! Um 
garoto forte como este montado no jumento e o pobre do 
velhinho, coitado, vai a pé”.
Então o velho, meio sem graça mandou o neto descer e 
montou ele mesmo no jumento. 
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Andaram um pouco mais, até que encontraram um grupo 
de mulheres jovens, casadas e todas com seus filhos ao redor 
delas, brincando. Elas assustadas e indignadas exclamaram: 
“Olhem para isso. Uma covardia, a pobre criança vai a pé e 
esse maldoso todo confortável no jumento.”
Ordenou então o velho ao neto: “Sobe, rapaz, seguimos 
os dois montados no jumento”. O rapaz obedeceu de ime-
diato, e eles continuaram a viagem. Mas, um pouco mais 
adiante, um grupo de defensores dos animais viu aquela 
cena, dois montados no pobre do jumento, e brutalmente 
disseram: “Desçam daí, homens cruéis, querem matar o 
pobre do jumentinho?”.
Imediatamente, os dois desceram do animal. Entretanto, 
andando mais um pouquinho, eles encontraram um grupo 
de jovens que riam sem parar, expressando: “Aonde vão os 
dois bobos, andando a pé com um jumento ao lado? Será 
que não sabem para que serve o animal?”.
Então aquele velho apelou, pegou um pedaço de corda, 
amarrou as patas do jumento, cortou um galho de árvore 
bem forte, colocou o animal na forquilha. 
O repousou sobre seus ombros e sobre os ombros do neto, 
mas chegando à feira, onde o jumento seria vendido, o povo 
de longe começou a rir. O animal assustado se mexeu tanto 
que caiu com a cabeça em uma pedra e morreu. 
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O sonho de vender o jumento para comprar um burrinho foi 
por água abaixo. Descobriram tarde que não poderiam agradar a 
todos e que cada cabeça tem sua sentença. 
(Texto alterado por mim. Autor: Desconhecido).
Amados, não vivam querendo agradar a todos. Descu-
bram aquilo que Deus tem para vocês e o que é melhor para 
o futuro, para a família, para o trabalho e para a vida. “Quem 
busca a aprovação de todos cai no fracasso”.
John Kennedy, um dos mais célebres presidentes que os 
Estados Unidos já possuiu, afirmou: "Eu não sei o caminho 
para o sucesso; mas, sem dúvida, o caminho para o fracasso 
é tentar agradar a todo mundo".
3. Pessoas com tendências depressivas vivem em busca de 
reconhecimento ou de aplausos
Você conhece as pessoas que são conhecidas como “cascas 
de ovos?” São aquelas extremamente sensíveis. Suas frases 
mais comuns são: “Ninguém me viu!”, “Ninguém elogiou 
minha comida!”, “Meu patrão não me parabenizou esta 
semana!” e “Ninguém valoriza o que eu faço”. Na verdade, 
tudo se resume mais ou menos assim: “Socorro, alguém me 
veja, preciso de atenção”.
Alguns, para chamar a atenção, contam piadas o tempo 
todo, dão gargalhadas escandalosas, gritam com as pessoas, 
falam palavrões, ou ainda ficam emburrados, ferem-se com 
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facilidade, dramatizam doenças, fingem mal-estar a fim de 
chamar a atenção para si ou para ter reconhecimento.
Os adolescentes com necessidade de reconhecimento e de 
atenção, geralmente, dão trabalho na escola, usam drogas, 
se envolvem em rachas, moças chegam tarde em casa, se 
envolvem em prostituição ou se exibem com roupas sensu-
ais, etc. Enfim, só querem ser notados. Ou, ainda, se tornam 
pessoas com tendência depressiva e se fecham, procurando 
ser adulados.
Eu era recém-casada e, para preencher meu tempo, le-
cionava no ginásio em uma escola particular, uma vez por 
semana, a disciplina de Ensino Religioso. Havia um aluno 
que adorava fazer qualquer coisa inusitada para chamar a 
atenção. Um determinado dia, ele me atrapalhou durante a 
aula, então pedi a todos silêncio, coloquei uma cadeira no 
centro da sala, pedi ao Márcio (esse menino) para subir no 
objeto e solicitei a todos que o aplaudissem, assobiassem e 
pedi às meninas para lhe jogarem beijinhos. 
Ele ficou sem graça, por isso concluí dizendo: “Já está 
bom o seu show por hoje? Já chamou atenção que deseja-
va?”. Ele ficou muito sem graça e depois me desculpei com 
ele, pois minha atitude também não havia sido correta 
como professora. Porém, nas minhas aulas ele não me deu 
mais trabalho. Eu não deveria expô-lo desta forma, mas eu 
sabia que ele precisava de atenção e usava formas erradas 
para obtê-la. 
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As pessoas que gostam de chamar a atenção são carentes 
em sua vida. Precisam de palco para suprir a necessidadede 
se sentirem parte de algo importante.
Quantos de nós em nosso dia a dia se tornam assim? 
Somos chatos, quase que insuportáveis, porque queremos 
ser o centro das atenções. Você já teve uma amiga que não 
para de “falar” de suas histórias e que é “péssima ouvinte”? 
Ou um amigo que não para de contar vantagens do que sabe 
fazer, que se acha o melhor de todos? Este é outro extremo: 
ter necessidade de chamar atenção.
Se você tem esse problema, peça a Deus para Ele te ajudar 
a diagnosticar suas feridas e curar isso em você. 
4. Pessoas com tendências depressivas se preocupam com 
críticas
Quem se preocupa com críticas está buscando a apro-
vação dos outros, e quem critica está tentando insinuar 
fracasso, incapacidade ou perda. É claro que há pessoas que 
fazem críticas construtivas. Sempre teremos alguém nos 
criticando, por isso devemos aprender a lidar com isso, sem 
que elas nos deixem tristes ou depressivos.
Conta-se que um cavalo caiu no buraco. Não chegou a se 
ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso, o 
animal chorou fortemente durante horas, enquanto o cam-
ponês pensava no que fazer. Finalmente, o camponês tomou 
uma decisão cruel: concluiu que o cavalo já estava muito 
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velho e que o poço, que já estava mesmo seco, precisaria 
ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena se 
esforçar para tirar o animal dali. Ao contrário do esperado, 
chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o cavalo 
de estimação. Cada um deles pegou uma pá e começou a 
jogar terra dentro do poço. O mamífero se deu conta do 
que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente. 
Porém, para surpresa de todos, de repente o cavalo se aquie-
tou, depois de várias pás de terra que levou.
O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e 
se surpreendeu com o que viu. A cada pá de terra que caía 
sobre suas costas, o cavalo sacudia, dando um passo sobre 
esta mesma terra que caía ao chão. Assim, em pouco tempo, 
todos viram como o animal conseguiu chegar até a boca do 
poço, passar por cima da borda e sair dali trotando.
Nos nossos dias de passagem por esse mundo, a vida e as 
pessoas vão nos jogar muita terra, de todo o tipo, principal-
mente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para 
sair é sacudir a terra que levamos nas nossas costas e dar 
um passo sobre ela. Cada um de nossos problemas deve ser 
visto como um degrau que nos conduz para cima. Podemos 
sair dos mais profundos buracos, se não nos dermos por 
vencidos nem nos preocuparmos com o que as pessoas 
falam e pensam a nosso respeito. 
Por mais difícil que pareça, nunca se desespere em alguma 
situação em sua vida. Não deixe que as críticas machuquem 
sua autoestima, tornando-a uma pessoa extremamente sen-
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sível ou amargurada; não aja precipitadamente querendo 
se defender; não tire satisfação com as pessoas que falam 
de você, “dizem que a hora mais escura da nossa vida dura 
apenas 60 minutos, depois a gente descobre uma maneira de 
chegar ao pódio”. Se você, porventura, ouviu alguma crítica, 
use-a para seguir adiante! Não deixe entrar no seu coração o 
ódio, a amargura e o desejo de vingança. Tire de sua mente 
as preocupações, dê mais de si e espere menos dos outros.
Só receba pedra da árvore que dá frutos. Como aconteceu 
na história do cavalo, procure ver na terra que jogam sobre 
você algo de bom, quem sabe até mesmo como solução de 
algo que você espera, e não como um problema. Nem tudo 
o que parece ser ruim e mau é verdadeiramente ruim.
5. Pessoas com tendência depressiva vivem com senti-
mento de culpa
Você já se culpou por alguma coisa que não deveria ter 
feito? Ou já se pegou dizendo: “Ah, se eu pudesse voltar 
atrás faria tudo diferente!”. 
Quanto ao passado, o próprio nome já significa “já pas-
sou”. Não pode ser alterado, o presente é para vivermos, e o 
futuro para construirmos.
A resposta para aqueles que desejam voltar atrás é simples: 
certamente errariam do mesmo jeito, porque não estariam 
enxergando o futuro.
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Quem vive preso ao passado se torna uma pessoa amar-
gurada, ressentida e infeliz. Vive com o sentimento de culpa, 
acorda, passa o dia e dorme com o sentimento de fracasso, 
vive nervoso, fere as pessoas e se torna agressivo porque 
não suporta nem a si mesmo. Livre-se do sentimento de 
culpa, agarre-se a Deus. Com esse sentimento, as pessoas se 
tornam amargas e revoltadas, grossas e agressivas, matam 
pessoas física, emocional e espiritualmente. 
Assim que nos casamos, meu marido viajava muito pelos 
interiores do estado de Goiás, negociando compra e venda 
de veículos. Lembro-me que havia um corretor de veículos 
que comprava carros para ele, em uma dessas cidades, que 
era muito fechado, sem educação e extremamente rude. 
Entretanto, eu procurava suportá-lo. 
Um dia, meu marido chegou em casa e conversou comigo 
preocupado com o tal homem, e me disse que sua esposa o 
havia procurado, em particular, pedindo ajuda. A mulher 
lhe informou que ele cometera constantes tentativas de sui-
cídio e que se tornara muito agressivo com a esposa e com 
os dois filhos, porém justificou que o amava e que ele não 
era assim. Tudo isso começou num dia, quando ele estava 
em casa, era início de noite, na época ele era caminhoneiro, 
então ele colocou no carro um som bem alto e foi saindo 
com o caminhão para colocá-lo para pernoitar no posto de 
gasolina, próximo de sua casa. O som do caminhão estava 
muito alto e, sem perceber, o caminhoneiro sempre alegre e 
cheio de entusiasmo, passou a roda do caminhão por cima 
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do seu próprio filho, de três anos de idade, e o acidente foi 
fatal. Imagine a situação desse homem e o sentimento de 
culpa que ela carregava pela vida! Imagine o sofrimento 
desta mãe e desses irmãos!
Os anos se passaram e a esposa, com muita dor, havia 
perdoado o marido, ela tinha ciência de que fora uma 
fatalidade, como ela poderia culpar o homem, que sempre 
foi um excelente pai? Juntos, todos procuravam superar a 
dor, mas o sentimento de culpa e a cena diária voltando à 
sua mente fez daquele homem uma pessoa amargurada, 
rancorosa e que não se perdoava. Se ele não se perdoava, 
como poderia aceitar o perdão da esposa e dos filhos que 
ficaram vivos? Afinal, em seu psicológico, ele era um assas-
sino e um pai descuidado. A família mudou de cidade, ele 
mudou de profissão, porém isso não resolveu sua situação 
emocional e mental. 
Meu marido, muito comovido com aquela história, 
acompanhou o homem e felizmente conseguimos que ele 
voltasse a ter vontade de viver para cuidar dos outros filhos, 
mas o que mais ajudou foi o amor da esposa e o amor dos fi-
lhos. Certo dia, um deles disse ao pai, chorando: “Perdemos 
nosso irmãozinho, mas não queremos perder nosso pai, não 
suportaríamos.”
Aquela frase penetrou no coração do homem, mostrando 
que, apesar do seu erro, ele tinha valor. Ele perguntava a 
Deus onde Ele estava quando deixou que seu filhinho 
morresse acidentalmente nas rodas do caminhão. Dissemos 
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a ele que Deus estava justamente no mesmo lugar quando 
PROPOSITALMENTE E PLANEJADAMENTE, um dia, há 
mais de dois mil anos, entregou seu filho unigênito, Jesus 
Cristo, para morrer na cruz pelo perdão dos nossos pecados. 
Jesus ainda pediu: “Pai, se possível for, afaste de mim esse 
cálice”, mas que Deus, ainda assim, não voltou atrás em sua 
decisão. Dissemos àquele senhor: “o Senhor entende a sua 
dor! Só Ele é capaz de penetrar no íntimo do nosso coração 
e curar nossas feridas. Só compreendendo este amor, que 
excede a todo entendimento humano, podemos suportar e 
aceitar a cura divina para nossa alma angustiada”.
Existe alguma situação que aconteceu em sua vida que 
precisa de conserto? Então volte atrás nas lembranças e nas 
memórias difíceis que matam sua alma aos poucos. Perdoe

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