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1 UNIPLAN CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL PROFESSORA MIRIZETE DE JESUS DOS SANTOS Matéria: ECONOMIA E MERCADO Material para fins didáticos 2021 2 Conceito de Economia A origem da palavra economia, ou oikosnomos, vem do grego. Oikos (casa) Nomos (norma, lei) No sentido genérico, entende-se, como “Administração da coisa pública”. Pode ser definida como: “ A Ciência Social que estuda como o indivíduo e a sociedade empregam os recursos produtivos, a fim de satisfazer as necessidades humanas, que são crescentes e ilimitadas.” OBJETIVO: O Objetivo do estudo da Ciência Econômica é a de analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida. A inter-relação da Economia com outras áreas de conhecimento: Economia e Política Economia e Geografia Economia e a História Economia, Moral, Justiça e Filosofia Economia e Matemática, Estatística física e Biologia. São necessários conhecimentos teóricos sólidos para poder analisar os problemas econômicos que nos rodeiam, sem altas doses de empirismo. Questões Econômicas: Aumento de preços Diferenças Salariais Desvalorização Cambial Taxas de juros Elevação de impostos Um Sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica, pela qual está organizada uma sociedade. É um sistema de organização da produção, distribuição e consumo dos bens e serviços que as pessoas utilizam, buscando uma melhoria no padrão de vida e bem estar. O termo economia apresenta vários significados, tais como: 1. Economia (no sentido popular) – fazer economia, poupar, gastar menos em um determinado ato de consumo. 2. Economia (no sentido do sistema econômico) – quando alguém pergunta como é a economia de um determinado país. Existem algumas classificações que levam em consideração a evolução do modo de produção como: escravista, feudal, mercantilista, socialista e capitalista. 3 3. Economia (no sentido de ciência econômica) – pode ser definida como a ciência social que estuda a maneira pela qual os homens decidem empregar recursos escassos, a fim de produzir diferentes bens e serviços e atender às necessidades de consumo. Assim, economia, é uma ciência social, já que objetiva atender às necessidades humanas. Entretanto, depende das restrições físicas, devido à escassez de recursos ou fatores de produção (mão-de-obra, capital, terra, matérias-primas). Pode-se dizer que o objetivo de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja, como “economizar” recursos. A escassez surge devido às necessidades humanas ilimitadas e à restrição física de recursos. Afinal, o crescimento populacional renova as necessidades biológicas; o contínuo desejo de elevação do padrão de vida e evolução tecnológica fazem com que surjam “novas” necessidades (computador, freezer, DVD, CD, etc.). Nenhum país, pobre ou rico, dispõe de todos os recursos produtivos para satisfazer as necessidades da população. O Japão, por exemplo, precisa importar a maior parte das matérias-primas que utiliza. Se não houver escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem abundantes (bens livres), não haveria necessidade de estudarmos questões como inflação, crescimento econômico e desemprego. Alguns economistas atuais dizem que a economia é o estudo do sucesso, pois busca entender porque ocorrem os problemas econômicos com as pessoas, com as empresas e com os governos e como fazer para resolvê-los. A Questão da Escassez e os Problemas Econômicos Fundamentais Todas as sociedades (sejam economias de mercado “capitalistas”, sejam centralizadas “socialistas”) tem que fazer opções, escolhas entre alternativas, já que os recursos não são abundantes. Devem fazer escolhas sobre O QUE E QUANTO, COMO E PARA QUEM PRODUZIR: O QUE E QUANTO produzir: a sociedade deve decidir se produz mais bens de consumo ou bens de capital. Em economias de mercado, o que e quanto produzir é sinalizado pelos consumidores (o que é chamado de “soberania do consumidor”). Em economias planificadas ou centralizadas, tipo chinesa, cubana e, soviética, a decisão é tomada por um Órgão Central de Planejamento. COMO produzir: trata-se de uma questão de eficiência produtiva: serão utilizados métodos de produção capital intensivos (aplicar todo capital) Ou terra intensivos (utilizar toda capacidade da terra). Isso depende da disponibilidade de recursos de cada país. PARA QUEM produzir: a sociedade deve decidir quais os setores que serão beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou externo? Região sul ou norte? 4 Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica. Resumindo: . Problemas econômicos fundamentais: O QUE E QUANTO PRODUZIR? Identifica a natureza das necessidades humanas, e respectivas quantidades a serem fabricadas. COMO PRODUZIR? É uma questão técnica, que indica as várias maneiras de combinar os fatores de produção CAPITAL + TRABALHO + RECURSOS NATURAIS PARA QUEM PRODUZIR? Envolve a questão da Distribuição dos bens produzidos. Os sistemas econômicos podem ser classificados em: Sistema CAPITALISTA, ou economia de mercado. Em resumo, capitalismo é um sistema econômico caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção, e pela existência de mercados livres, de trabalho assalariado. Na historiografia ocidental, a ascensão do capitalismo é comumente associada ao fim do feudalismo, ocorrido na Europa no final da Idade Média. Outras condições comumente associadas ao capitalismo são: a presença de agentes que investem em troca de um lucro futuro; o respeito a leis e contratos; a existência de financiamento, moeda e juro; a ocupação de trabalhadores segundo um mercado de trabalho. As sociedades modernas possuem, em geral, economias mistas, isto é, uma mistura de propriedade privada e controles governamentais. Sistema SOCIALISTA, ou economia Centralizada, ou economia Planificada. Economia planificada, também chamada de "economia centralizada" ou "economia centralmente planejada", é um sistema econômico no qual a produção é previa e Necessidades humanas Ilimitadas - o que e quanto produzir - como produzir X → escassez → escolha → - para quem produzir Recursos produtivos Escassos 5 racionalmente planejada por especialistas, na qual os meios de produção são propriedade do estado e a atividade econômica é controlada por uma autoridade central que estabelece metas de produção e distribui as matérias primas para as unidades de produção. Nesse sistema a escolha da proporção entre quanto do PIB deve ser investido, e quanto deve ser consumido, torna-se uma decisão política centralizada. Os fluxos reais e monetários da economia O funcionamento de uma economia de mercado depende do entendimento de quem são os principais agentes econômicos que interferem no sistema econômico e que papel cada um deles exerce dentro da organização desse sistema econômico. Os principais agentes econômicos são as famílias, as empresas e o governo – e mais tarde o resto do mundo. São esses agentes os responsáveis por toda a atividade econômica de uma determinada sociedade. As famílias são proprietárias dos fatores de produção e os fornecem para as empresas, ao mesmo tempo em que consomem os bens e serviços produzidos por essas mesmas empresas, as quais utilizam os fatores de produção fornecidos pelas famíliase, por meio de sua combinação, produzem bens e serviços fornecidos para o consumo dessas famílias. O governo cuida da segurança, da educação, da saúde, da defesa dos cidadãos e de seus direitos. Além disso, ele também assegura o pleno funcionamento da economia pela coordenação e regulação dos mercados (bens e serviços e mercado de fatores de produção). Ao longo do século XX, o governo assumiu outras funções, atuando como empresário, fornecendo bens públicos. Numa economia de mercado, esses diferentes agentes econômicos podem ser agrupados em três grandes setores: o setor primário, que engloba a agricultura, a pesca, a pecuária e a mineração; o setor secundário, em que há combinação de fatores de produção para a transformação de bens e inclui as atividades industriais; e o setor terciário, ou setor de serviços, que inclui serviços, comércio, transporte, bancos, educação, entre outros. Para entender melhor o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma economia de mercado sem interferência do governo, sem transações comerciais nem financeiras com o exterior e sem um setor financeiro desenvolvido. As atividades econômicas estarão centradas nas ações de dois grandes agentes: as empresas, que reúnem os fatores produtivos para a produção de bens e serviços, e as famílias, constituídas pelos indivíduos, as quais são proprietárias dos recursos de produção (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial). 6 Logo, as unidades familiares fornecem recursos produtivos para as empresas; e estas fornecem bens e serviços finais para aquelas. A interação entre as famílias e as empresas é feita pelo mercado de bens e serviços e o mercado de fatores de produção. Dessa interação, resultam dois fluxos: Fluxo real da economia ou circulação real: quando houver deslocamento físico do bem; pode ser definido pelo fornecimento de recursos de produção, uso desses recursos e por sua combinação na produção de bens e serviços intermediários e finais. Há emprego efetivo de fatores produtivos e dos produtos gerados. Há troca material de recursos produtivos e de bens e serviços. Engloba o mercado de recursos de produção e o mercado de bens e serviços. O fluxo real da economia, no entanto, só se tornará possível com a presença da moeda, utilizada para pagar os bens e serviços e os fatores de produção. Paralelamente ao fluxo real, temos o fluxo monetário da economia. Divisão do estudo econômico: A economia pode ser definida assim: o estudo de como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir bens variados. Pode-se fazer a seguinte divisão no estudo econômico: 7 MICROECONOMIA: Estuda os agentes econômicos individualmente, como o consumidor e a empresa. Analisa mercados específicos. MACROECONOMIA: Estuda os agentes econômicos em seu conjunto. Analisa o comportamento dos grandes agregados nacionais, como o PIB (produto interno bruto), nível geral dos preços, o nível de renda e poupança. RESPONDAS AS QUESTÕES DE APLICAÇÃO: 1- Por que as necessidades humanas são sempre crescentes e ilimitadas? Exemplifique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2- Cite algumas das “Questões Econômicas”, que estão presentes no nosso cotidiano. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3- Explique os problemas econômicos fundamentais: O que e Quanto produzir? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Como Produzir? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Para Quem produzir? (ou como distribuir) ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4- Dê as principais características dos Sistemas: Capitalista 8 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Socialista ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5- O que estuda a Microeconomia e a Macroeconomia? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Noções Gerais de Economia e Funcionamento do Sistema Econômico Definição de economia e mercado MERCADO: Entende-se por mercado um local ou contexto em que compradores (procura/demanda) e vendedores (oferta) de bens, serviços e recursos estabelecem contatos e realizam transações. O mercado consumidor pode ser dividido no consumo das famílias, que visa satisfazer suas necessidades básicas e supérfluas, o consumo das empresas, que são compradores de recursos (trabalho, terra e capital) para realizar a produção e o consumo do governo, que compra recursos para dotar a sociedade de bens e serviços (infra-estrutura). Do ponto de vista econômico o mercado é um conceito que não implica necessariamente a existência de um lugar geográfico no qual as transações são efetivadas. Na prática as mercadorias podem ser comercializadas pelos mais diversos canais de distribuição como feiras, lojas, bolsas de valores etc. sendo o conceito de mercado aplicado em todos os casos. Mercado – é toda instituição social na quais bens e serviços, assim como fatores de produção, são trocados livremente. O mercado é a forma mais eficiente, civilizada e de baixos custos para realizá-la as trocas (que podem resolver os problemas econômicos). 9 Mecanismo de mercado O mecanismo de mercado é o conjunto de mercados que integram uma economia de mercado, é o que permite o funcionamento coerente de uma economia, tal como concebemos hoje. Se pararmos um instante para pensar na complexidade do sistema econômico que diariamente nos abastece de todos os bens e serviços de que necessitamos, parecerá um milagre que tudo ocorra sem que ninguém dirija as coisas de maneira centralizada ou de forma coercitiva. Milhões de empresários (agrícolas, industriais e de serviços) e de consumidores coordenam-se voluntariamente por meio de um conjunto de mercados. Em uma economia de mercado, os recursos são alocados graças às decisões descentralizadas de muitas empresas e famílias, à medida que elas interagem entre si nos mercados de bens e serviços. Quando nos referimos a um sistema de economia de mercado, não devemos esquecer que, além das instituições econômicas, em que se coordenam compradores e vendedores, existem outras instituições, destacando-se as de caráter público, como os organismos estatais encarregados de regular a atividade econômica, sob uma perspectiva tanto micro quanto macroeconômica. Essas instituições também têm papel relevante no adequado funcionamento dos mercados. O setor público pode corrigir e melhorar a forma pela qual os mercados atuam. Quando essas instituições nas quais se desenvolve a atividade econômica não funcionam adequadamente,os mercados por si só não conseguem garantir a ordem institucional. O mecanismo de mercado é um instrumento de comunicação para inter-relacionar o conhecimento e as ações de milhões de indivíduos. Sem que ninguém se encarregue de projetá-lo, o mecanismo de mercado permite resolver, da melhor forma possível, os problemas de consumo, produção e distribuição. Nesse mecanismo, os preços desempenham um papel-chave. Riqueza Riqueza social ao é o conjunto de coisas materiais e imateriais que são escassas. São os próprios homens que produzem e que consomem riquezas. Mas o significa produzir? E o que quer dizer consumir? O homem experimenta diversas necessidades: ele precisa alimentar-se, vestir-se, morar, viajar etc., e a natureza no seu estado puro não está apta a satisfazê-lo. Portanto, ele precisa trabalhar a fim de reduzir essa inadaptação dele decorrentes. Assim, o homem é obrigado a se dedicar a uma obra de transformação da natureza, ou seja, ele deve ser capaz de criar riquezas. Desta forma, produzir é precisamente criar essas riquezas, e consumir é satisfazer diretamente as necessidades humanas mediante a sua utilização. E, uma vez que o tempo renova as necessidades do ser humano, o processo é contínuo. 10 Os bens e serviços constituem a riqueza social. Suas características são terem utilidade para os homens e estarem à disposição em quantidade limitada. Exemplificando: Bens – máquina, edifício, quadro, anel, comida, mala, avião etc. Serviços – transportes, bancos, correios, agências de viagens etc. Dessa forma, se não houvesse bens e serviços que são relativamente escassos, denominados bens econômicos, dificilmente haveria o estudo da economia. Todos os bens seriam livres, existentes em quantidade ilimitada, como o ar atmosférico, a luz do sol, a areia do deserto. Tudo o que é raro e existe em menor quantidade do que as necessidades é um bem econômico. Assim, em virtude dessa carência, necessitam ser produzidos, tomando a forma de bens (materiais) ou de serviços (imateriais). A essa transformação chamamos de atos de produção que se desenvolvem em três setores da economia. Principais setores da atividade econômica Setor primário – são as atividades de produção que têm contato direto com a natureza. Por exemplo: a agropecuária, a pesca, a extração de minérios, a horticultura etc. Setor secundário – são as atividades de produção que abrangem as indústrias, tais como: de construção, de maquinaria, de energia etc. Setor terciário – são as atividades de produção que envolvem todos os serviços. Por exemplo: de transporte, de lazer, de hospedagem, de comunicação, de educação etc. E mais recentemente se propôs a existência do setor quaternário, de pesquisa e desenvolvimento. De forma geral, os bens e serviços produzidos em todos os setores constituem a riqueza de um país e, segundo Adam Smith, significa o conjunto de bens e serviços que os homens podem dispor para fins econômicos. Necessidade A necessidade humana é a sensação de carência de algo, unido ao desejo de satisfazê-lo. Podemos afirmar que a necessidade humana é uma variável relativa, visto que depende de vários fatores para quantificá-la. Um dos fatores importantes para influenciar as necessidades humanas é o conhecimento. Faz valer aqui a célebre frase: “Quanto mais se aprende mais se tem a aprender”. NÍVEIS DE NECESSIDADES 11 Necessidades do ego Necessidades sociais Necessidades vitais ou primárias Necessidades vitais ou primárias são consideradas individuais, pois dependem, basicamente, de satisfazê-las, para garantir a sobrevivência do ser humano. Exemplos: Alimentação, vestuário, moradia, saúde, etc. Necessidades sociais são as consideradas individuais ou da sociedade. São necessidades da interação do indivíduo no meio social. Exemplos: festa de casamento, lazer, ajuda comunitária, etc. Necessidades do ego são as consideradas individuais ou necessidades civilizadas. São aquelas necessidades relacionadas ao ego, à segurança. Exemplos: bens de luxo ou supérfluos, aquelas apenas de gosto, segurança subjetiva ou excentricidade, etc. Verifica-se, que as necessidades são mais variadas, diferindo para cada indivíduo, para cada classe social, para cada país, mas, caracterizando-se sempre por um número ilimitado, porque à medida que vão sendo satisfeitas, outras vão aparecendo. Bens e Serviços De um modo geral, o objetivo de uma indústria é produzir bens e serviços para vendê-los e obter lucros. De forma global, bem é tudo aquilo que permite satisfazer as necessidades humanas. Segundo o caráter, os bens podem ser: bens livres: São aqueles que existem em quantidade ilimitada e pode ser adquirido com pouco ou nenhum esforço (não tem preço). Não fazem parte da preocupação dos economistas. (o ar, o mar, a luz do sol). bens econômicos: Tem um valor, relativamente escasso que supõem a ocorrência de esforços humanos na sua obtenção. Apresentam como característica básica o fato de terem um preço. Esses bens são classificados em dois grupos: bens materiais: são de natureza material, podem ser estocados, tangíveis (podem ser tocados), como roupas, alimentos, livros, TV, etc.; 12 bens imateriais: Refere-se a prestação de serviços: não podem ser tocados (intangíveis). Ex: serviço de um médico, marcas dos produtos, consultoria de um economista, serviços de um advogado. E acabam no mesmo momento de produção. Não podem ser estocados. Serviços são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais se destinam direta ou indiretamente a satisfazer necessidades humanas. Tipos de Bens: BENS DE CONSUMO: Destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. Podem ser classificados como duráveis: eletrodomésticos, automóveis. E não duráveis: alimentos, produtos de higiene, etc. BENS DE CAPITAL: São bens utilizados na fabricação de outros bens, mas que não se desgastam totalmente no processo produtivo. Ex: máquinas, equipamentos. BENS INTERMEDIÁRIOS: São aqueles que são transformados ou agregados na produção de outros bens e que são consumidos totalmente no processo produtivo. Ex: matérias primas, insumos, etc. Os bens podem ser classificados, ainda, em: bens públicos: são bens não exclusivos e não disputáveis. Destinado a população como um todo Referem-se ao conjunto de bens fornecidos pelo setor público: transporte, segurança e justiça; bens privados: são bens exclusivos e disputáveis. São produzidos e possuídos privadamente: TV, carro, computador, etc. Resolva os seguintes questionamentos: 1. Você poderia imaginar uma situação em que todos os bens fossem livres (não haveria bens econômicos)? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. O ar que se respira comumente é dado como exemplo de um bem livre. Descreva uma situação em que o ar deixe de ser um bem livre e passe a ser um bem econômico. ___________________________________________________________________ 13 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. Em que circunstâncias a água deve ser vista como um bem livre? E como um bem econômico? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. “Um automóvel pode ser tanto um bem de consumocomo um bem de capital, dependendo do uso que se faça dele.” Diga se concorda ou não com essa afirmativa, explicando. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Como você classificaria os bens abaixo segundo seu caráter, sua natureza e sua função? a) Computador utilizado num escritório de advocacia; ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ b) Automóvel de passeio de uso exclusivo do proprietário; ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ c) Água utilizada num bloco residencial; ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ d) Edifício que abriga uma fábrica de calçados. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6. Os três problemas econômicos relativos a “o que”, “como” e “para quem” produzir existem: a) Apenas nas sociedades de planejamento centralizado (socialista) b) Apenas nas sociedades de “livre empresa” ou capitalistas, onde o problema da escolha é mais agudo. c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de organização política. d) Apenas nas sociedades “subdesenvolvidas”, uma vez que desenvolvimento é, em grande parte, enfrentar esses três problemas. 14 e) Todas as respostas estão corretas. 7. O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é: a) A pobreza. b) O controle dos bens produzidos. c) A escassez. d) A taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda. e) A estrutura de mercado de uma economia. 8. A riqueza de um país é constituída pelo bens e serviços produzidos nos setores da economia. Quais são estes setores? Dê exemplos. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 9. Como você classificaria os bens abaixo segundo seu caráter e sua natureza? a) Automóvel adquirido para frota de táxi. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ b) Ar que se respira comumente. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ c) Museus, teatros, rodovias. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________ 10. Aponte a alternativa falsa. Os bens são procurados porque: a) São raros. b) São escassos. c) São livres. d) São ofertados. e) Apenas a alternativa c está errada. 10. Explique o que são e dê exemplos de: Bens de Capital 15 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Bens de Consumo ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Bens Intermediários ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 12. A diferença entre bens livre e bens econômicos: a. ( ) os bens livres são abundantes e não apropriáveis e os bens econômicos são escassos e apropriáveis b. ( ) os bens livres são escassos e não apropriáveis e os bens econômicos são abundantes e apropriáveis c. ( )os bens livres são abundantes e apropriáveis e os bens econômicos são escassos e não apropriáveis d. ( )Nenhuma das alternativas está correta. CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO (CPP) Devido à escassez de recursos, a produção total de um país tem um limite máximo. A Curva de Possibilidades de Produção (ou Curva de Transformação) mostra quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existente e com determinada tecnologia. A Curva de Possibilidade de Produção (CPP) nos mostra as diversas alternativas de uso dos fatores disponíveis que propiciam combinações diferentes de produção máxima. A CPP é a fronteira máxima que a economia pode produzir, dados os recursos produtivos limitados. O principal objetivo é ilustrar a questão da escassez de recursos e as opções ou escolhas que as sociedades devem fazer (os chamados problemas econômicos fundamentais: o que e quanto, como e para quem produzir). Supondo apenas dois, X e Y, essa curva pode ser mostrada graficamente como segue: Bem Y A G 16 B D C 0 Bem X Os pontos A, B e C representam combinações de produções alternativas de X e Y onde todos os recursos produtivos estão sendo utilizados (pleno emprego dos fatores de produção). A escolha de uma das infinitas alternativas disponíveis em cima da curva dependerá das preferências da sociedade. No ponto D, a sociedade não está ocupando totalmente seus recursos (desemprego de fatores de produção). O ponto G não pode ser atingido com os recursos atualmente disponíveis; isso só ocorrerá com o aumento desses recursos, ou progresso tecnológico. Exemplo Suponhamos que a economia produza apenas dois bens: canhões e manteiga, nos quais são empregados todos os recursos produtivos. F 3.000 A A CPP é o limite máximo de produção. Dada a escassez de recursos, a sociedade deve decidir qual ponto da curva escolherá: A, B, C, D, E ou F. No ponto A, decidiu- se alocar todos os recursos na produção de canhões; no ponto F, aloca-se tudo para produzir manteiga. Custo de Oportunidade E D C B M A NT E I G A Canhões 6 8 14 mil 10 6.000 9.000 12.000 15.000 17 É o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção de um bem, em termos da produção sacrificada. Assim por exemplo: Custo de oportunidade de passa da alternativa C para D, para produzir-se mais 3.000 toneladas de manteiga = 2.000 canhões ou então: Custo de oportunidade de passa da alternativa E para D, para produzir-se mais 2.000 toneladas de canhões = 3.000 toneladas de manteiga Se houver aumento na disponibilidade de recursos produtivos, então desenvolvimento tecnológico (métodos que levem à melhoria na eficiência da utilização dos recursos existentes), a curva se desloca para a direita, assim: Manteiga 10 8 6 4 2 12 14 Canhões Se, por exemplo, ocorrer uma melhoria tecnológica apenas na produção de manteiga, teria: Manteiga 10 8 0 14 Canhões 18 Resumindo PROBLEMAS FUNDAMENTAIS EM ECONOMIA Como existem recursos limitados para se satisfazerem todas as necessidades Humanas, é preciso que se escolha o que será produzido na sociedade, em que quantidade e com qual tecnologia. Estas questões cabem as empresas e ao governo, que oferecem bens e serviços à sociedade. Além disso, as empresas, as famílias, o governo e os indivíduos têm um orçamento restrito e estão sempre se perguntando, “o que comprar e em qual quantidade?” De forma a conseguir distribuir seus gastos, entre os diversos bens e serviços que necessitam com o máximo proveito possível de seus recursos. O Custo de Oportunidade – de um bem ou serviço é a quantidade de outros bens ou serviços que se deve abrir mão para obtê-lo. Pleno Emprego – situação em que os recursos disponíveis são plenamente utilizados na produção de bens ou serviços, garantindo o equilíbrio econômico das atividades produtivas. Exemplo - Uma fábrica com seus empregados, máquinas e equipamentos pode ser utilizada para a produção de armas e computadores. Se todos os recursos forem utilizados exclusivamente na produção de armas, a produção mensal será de uma tonelada de armas. Ao se optar por fabricar somente computadores, a produção mensal será de cem mil computadores. Os pontos A, B, C e D são conhecidos em economia como curva ou fronteira de possibilidade de produção ou ainda curva de transformação. Transformação não é física, mas sim feita através da transferência de recursos de um processo produtivo para o outro. A curva ou fronteira de possibilidade de produção reflete as opções que se oferecem à sociedade e a necessidade de se escolher entre elas. Uma economia esta situada sobre fronteira de possibilidades de produção quando todos os recursos ou fatores de produção estão sendo empregados na fabricação de bens e serviços, isto é, quando há pleno emprego. D C B A c o m p u t a d o r e s armas 0,5 0,8 1 tom 0,9 40.000 60.000 80.000 100.000 19 Baseado no gráfico acima Responda no caderno às questões abaixo: 1) Quais pontos representam pleno emprego de recursos? 2) Qual é produção máxima de computadores? 3) Qual a produção máxima de armas? 4) Qual a área de desemprego de recursos? 5) Qual o custo de oportunidade de passar do ponto C para B? 6) Para a fábrica aumentar a produção dos bens produzidos o que deve fazer? Exercícios Curva de Possibilidades de Produção 1) Considera-se a situação em que a economia dispõe de recursos produtivos fixos, plenamente utilizados na produção de trigo e milho. Se a decisão do produtor for a de produzir mais trigo, sacrificará então uma parte da produção de milho. A esta situação chama-se: a.( )pleno emprego dos fatores produtivos b.( )desemprego dos fatores produtivos c.( )custo de oportunidade d.( )custo direto 2) A curva ou fronteira de possibilidades de produção expressa a capacidade máxima de produção da sociedade. Os fatores que alteram a CPP são: a.( )tecnologia e a disponibilidade de recursos naturais b.( )tecnologia e a disponibilidade de recursos produtivos c.( )tecnologia e disponibilidade de capital d.( )tecnologia e disponibilidade de recursos físicos e intelectuais 3) Enumere as três perguntas econômicas básicas de uma sociedade. __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4) Qual dessas três perguntas a curva de possibilidades de produção ajuda a responder? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Responda com V (verdadeiro) ou F (falso). 20 a. ( ) Os bens econômicos tem custos zero e são escassos, por exemplo, o sol enquanto bem livre, tem um custo na sua utilização e está disponível em abundância, por exemplo, carros, imóveis, alimentos. b. ( ) A CPP representa a escolha da sociedade de que bens produzir. Qualquer ponto que esteja localizado no interior da curva representaria a produção máxima de um bem. 6) Responda: a) Porque a economia é a “ciência da escassez”? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ b) O conceito de custo de oportunidade implica a necessidade de escolha? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ c) O que você entende por custo de oportunidade? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ d) O que mostra a curva de possibilidade de produção? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ e) Diferencie bem econômico de bem livre. 21 __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ f) Quando a economia está operando no nível de produção eficiente? __________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7) A “Curva de Possibilidades de Produção” é utilizada nos manuais de economia para ilustrar um dos problemas fundamentais do sistema econômico: por um lado, os recursos são limitados (escassez) e não podem satisfazer a todas as necessidades ou desejos: por outro, é necessário realizar escolhas. Essa curva, quando construída para dois bens, mostra: a) Os desejos dos indivíduos perante a produção total desses dois bens. b) A quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total da mão-de-obra. c) A quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades dos indivíduos dessa sociedade. d) Quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existente e com determinada tecnologia. e) A impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade, visto que os recursos são escassos. 8) Dada a curva de possibilidades de produção, aponte a alternativa errada: Bem X B 15-------------------------------- A D 10---------------------------------------------- E C 57 59 Bem Y a) A economia não pode atingir B, com os recursos de que dispõe. b) O custo de oportunidade de passar de C para D é zero. 22 c) O custo de oportunidade de aumentar a produção de X em 5, a partir do ponto E, é igual a 2 unidades de Y. d) Nos pontos C e D, a economia apresenta recursos produtivos desempregados. e) Somente as alternativas a, b, d estão corretas. 9) Em relação à curva de possibilidade de produção abaixo. Responda as questões a seguir: Trigo 8 - ------------------ A 5 --------------------------------- B 0 5 7 Feijão a) Qual é o custo de oportunidade quando se decide aumentar a produção de feijão para 7000 tonelada? _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ b) Qual é o custo de oportunidade quando se decide aumentar a produção de trigo para 8000 tonelada? _______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 10) O quadro abaixo, nos fornece as possibilidades de produção de uma sociedade que, por hipótese, produz apenas dois tipos de bens: manteiga e canhões. Diante dos dados, responda as seguintes questões: Alternativas de Produção A B C D E F 23 Manteiga (em mil ton.) 0 3 6 8 9 10 Canhões (em mil ton.) 15 14 12 10 7 0 a) Desenhe a curva de possibilidades de produção (CPP) desta economia; b) Mostre os pontos de pleno emprego de recursos? c) Se esta economia escolher alocar os seus recursos escassos no pontos A, o que estaria acontecendo? FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO ESTRUTURAS DE MERCADO Mercado é um mecanismo por meio do qual compradores e vendedores interagem para fixar preços e, ao mesmo tempo trocam bens e serviços. As economias de mercado podem ser analisada por dois sistemas: o Sistema de concorrência pura (sem interferência do governo); o Sistema de concorrência mista (com a interferência do governo). Sistema de concorrência pura Num sistema de concorrência pura ou perfeitamente competitivo, predomina o laissez-faire: milhares de produtores e milhões de consumidores têm condições de resolver os problemas econômicos fundamentais (o que e quanto produzir, como produzir e para quem produzir), como que guiados por uma “mão invisível”. Isso sem a necessidade de intervenção do Estado na atividade econômica. Isso se torna possível mediante o chamado mecanismo de preços, que resolve os problemas econômicos fundamentais e promove o equilíbrio nos vários mercados, da seguinte forma: Se houver excesso de oferta (ou escassez de demanda), irá formar estoques nas empresas, que serão obrigadas a diminuir os preços para escoar a produção, até que se atinja um preço no qual os estoques estejam 24 satisfatórios. Existirá concorrência entre empresas para vender os bens aos escassos consumidores. Se houver excesso de demanda (ou escassez de oferta), irá formar filas, com concorrência entre consumidores pelos escassos bens disponíveis. O preço tende a aumentar, até que se atinja um nível de equilíbrio em que as filas não mais existirão. ESTRUTURA DE MERCADO DE BENS FINAIS E SERVIÇOS Os mercados estão estruturados segundo o número de empresas produtoras atuantes e a homogeneidade (igualdade) ou diferenciação dos produtos de cada uma das empresas. Portanto podemos identificar e classificar as seguintes estruturas da seguinte forma: 1) Concorrência Perfeita à é o tipo de mercado onde há um grande numero de compradores (consumidores) e vendedores (empresas) e cada um é tão pequeno que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço da mercadoria. Neste caso os produtos são também homogêneos. Exemplos: mercados de produtos agrícolas. 2) Monopólio à é a situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos. É uma situação totalmente oposta à da concorrência perfeita, visto que do lado da oferta não há concorrência e nem produto concorrente. Neste caso os consumidores aceitam as condições estipuladas pelo monopolista, ou então abandonam o mercado deixando de consumir o produto. Exemplos: empresas que possuem patentes ou controle sobre uma fonte de recursos essencial para a elaboração do produto. 3) Concorrênciamonopolista à é uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenciados, mas que são substitutos próximos entre si. É uma estrutura intermediaria entre a concorrência perfeita e o monopólio. Os aspectos que diferenciam os produtos podem ser: a qualidade, forma, desenho, apresentação, embalagem, etc. Isto faz com que os produtores sejam praticamente os únicos a produzirem tal bem, o que lhes confere, ainda que temporariamente um certo poder monopolístico. Exemplos: produtos de higiene (creme dental, sabonete, cremes diversos, condicionadores, 25 desodorantes) e limpeza (sabão em pó, detergente, limpadores de múltiplo uso, desinfetantes, etc). 4) Oligopólio à é uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um produto. Esse produto pode ser homogêneo ou diferenciado. Um exemplo de oligopólio diferenciado é a indústria automobilística. ESTRUTURA DE MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO No mercado de fatores de produção, os indivíduos constituem-se nos vendedores dos recursos produtivos, ao passo que as firmas são compradores dos mesmos. Esses fatores de produção terão um preço determinado pelos mercados (salários, alugueis, juros e lucros, conforme o caso), havendo então um pagamento por parte das firmas aos indivíduos quando das aquisições desses recursos. As estruturas de mercado para os fatores de produção são: 1) Monopsônio à É o regime ou estrutura de mercado em que um único comprador concentra em suas mãos a totalidade de compra dos fatores de produção, não obstante ele se defronte com grande número de vendedores ou ofertantes de tais fatores. Nesse caso, os preços não são determinados pelos vendedores, mas pelo único comprador. É comum dizer-se que o monopsônio freqüentemente deriva de um monopólio instalado. De fato, um monopólio na venda de um produto pode determinar o monopsônio na compra dos fatores de produção de um referido produto. Exemplos: Uma situação típica de monopsonista é a de um produtor de automóveis que depende de um determinado número de fornecedores de algumas peças que não são utilizadas por outros fabricantes. Por essa razão, os pequenos fabricantes produzem peças apenas para essa marca de automóveis. O produtor de automóveis é um monopsonista. Outro bom exemplo seria o caso do fumo, pois em certa região produtora, existe apenas uma única empresa que adquire a folha do fumo para industrialização. 2) Oligopsônio à Esse tipo de estrutura de mercado é caracterizado pela existência de poucos compradores (sendo que, se houver apenas dois, se denomina duopsônio), de modo que as ações de um ou mais podem ter um efeito significativo sobre o preço de mercado dos outros compradores. É, portanto, um mercado com poucos participantes (em número), mas grandes em tamanho, fazendo com que haja uma forte interdependência entre as firmas, a exemplo do que ocorre com os oligopólios. Exemplos: No agronegócio brasileiro, muitos casos se aproximam do status de oligopsônio. Isso acontece para o produto agrícola processado (como na indústria de óleos vegetais, café solúvel, chocolate, cigarros frutas, verduras, suco de laranja, suco de maracujá e carnes processadas, entre outras), ou seja, poucas grandes empresas processadoras comprando produtos agropecuários diretamente dos agricultores ou por meio de cooperativas. 26 A tabela abaixo resume as características das principais estruturas de mercado consideradas na teoria microeconômica. Estruturas de Mercado Características Concorrência Perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência Monopolística Número de vendedores "Grande” * Um único. Pequeno número. Potencialmente grande (há livre entrada de firmas). Número de compradores Grande Grande Grande Grande Interdependênci a entre as empresas Uma empresa não influencia as demais. Não existe. As políticas de uma empresa afetam as demais: cada empresa age levando em conta o comportamento das outras. Cada empresa não leva em conta a reação das demais quando fixa o preço de seu produto. Acesso ao mercado Acesso livre (livre entrada de novos vendedores). Impossível Acesso difícil (existem barreiras à entrada), mas não impossível. Livre entrada de novos produtores no mercado 27 Homogeneidade do produto Perfeita homogeneidade. Produto único. Não homogêneos: há diferenciação dos produtos pelos consumidores, influenciada pela propaganda. Não homogêneos: há diferenciação dos produtos pelos consumidores, influenciada pela propaganda Controle de preços pelo ofertante Nenhum: há perfeita concorrência baseada em preços. Total. Certo controle, mas há espaço para concorrência de preços: podem ocorrer guerras de preços ou, ao contrário, coalizões e cartéis**, embora a concorrência pela propaganda (diferenciação e guerras de publicidade) seja mais comum. Certo controle: cada produtor é monopolista de seu produto, embora seja esse um monopólio sujeito a contestação pela propaganda e pela entrada de novos ofertantes. Exemplos Mercados atacadistas de produtos agrícolas e mercados financeiros se aproximam da concorrência perfeita. Distribuição de água em uma cidade (monopólio natural), produtos patenteados, vendedores que detêm com exclusividade um "ponto" de vendas. Bancos, empresas de transporte aéreo, empresas produtoras de automóveis, grandes redes de supermercado, distribuidoras de combustível. Calças jeans, refrigerantes, comércio de varejo, bares, rest * Um número “grande” de vendedores significa um número suficientemente grande para não haver combinação ou ação comum entre eles (em diferentes mercados, o conceito de “grande” pode variar). ** Um cartel é o resultado de um acordo formal entre firmas a respeito do estabelecimento do preço e/ou divisão do mercado; Resumo TIPOS DE MERCADOS O Que São os Mercados? Mercado: local onde compradores e vendedores se encontram para trocar mercadorias ou serviços. 28 Possibilita ganho através da especialização e comércio. Qualquer instituição, mecanismo ou acordo que facilite o comércio. O mercado é um grupo de compradores e vendedores de um bem ou serviço. Compradores determinam a Demanda. Vendedores determinam a Oferta. Preços Indica o quanto consumidores querem que determinado produto ou serviço seja produzido. Determinado através de um processo de descoberta (“teia de aranha”). Preços relativos. Computado dividindo-se o preço absoluto de um bem por outro. Competição Perfeita Monopólio Oligopólio Competição Monopolística Monopsônio Oligopsônio - Competição Perfeita Características: Muitos compradores e vendedores Produto idêntico, independente de quem o produz Um único preço Livre entrada e saída de firmas no mercado Ex: mercado agrícola in-natura Monopólio Características: Muitos compradores e um único vendedor Produto único, não tem concorrente nem mesmo similar Preço determinado pela empresa Não há livre entrada e saída de firmas no mercado Ex: CEB e CAESB Oligopólio Características: Muitos compradores e poucos vendedores Cada vendedor produz um bem similar ao seu concorrente Preço determinado pela empresa e as concorrentes 29 Há livre entrada e saída de firmas no mercado Ex: Refrigerantes, cerveja, manteiga, shampoo, sabonete, óleo, etc… Competição Monopolística Características: Muitos compradores e muitos vendedores Cada vendedor produz um bem similar ao seu concorrente Preço determinado pela empresa Há livre entrada e saída de firmas no mercado Ex: acarajé, hot-dog, cabeleireiro, padaria, restaurante a quilo.Monopsônio Características: Muitos vendedores e um único comprador Preço determinado pelo comprador Não há livre entrada e saída de compradores no mercado Ex: “atravessador” que compra a produção agrícola de uma região, nova fábrica instalando-se em uma cidade pequena do interior, Governo licitando livros Oligopsônio Características: Muitos vendedores e poucos compradores Preço determinado pelo comprador e concorrentes Há livre entrada e saída de compradores no mercado Ex: cana-de-açúcar para álcool, soja para óleo de cozinha Exercícios para fixação 1) Como são classificados os mercados? 2) Conceitue mercado. 3) Qual a semelhança entre a concorrência monopolista e concorrência perfeita? 4) Caracterize os tipos de estrutura de mercado abaixo, com os números correspondentes a cada definição. Estruturas de Mercado Características Concorrência Perfeita Concorrência Monopolística Monopólio Oligopólio Monopsônio Oligopsônio Número de vendedores Número de compradores 30 Dificuldades e entrada ao mercado Quem Determina o preço Homogeneidade do produto Exemplos 1 = Um 2 = Muitos 3 = Poucos 4 = Pequena 5= Grande 6 = Total 7 = Impossível 8 = Nenhum 9 = Padronizado 10= Não há substitutos satisfatório 11 = Vendedor com limitação 12= Vendedor 13 = Comprador 14= feira livre 15 = lojas de roupas 16 = cimento, cerveja 17 = Cia d’água 18 = Setor público na aquisição de produtos específicos 19 = agroindústria Aspectos Microeconômicos O objetivo deste tópico é estudar a microeconomia. A seguir temos algumas definições para o termo “microeconomia” presentes nos livros indicados nas referências bibliográficas. “A microeconomia ocupa-se da análise do comportamento das unidades econômicas, como as famílias, ou consumidores, e as empresas. Estuda também os mercados em que operam os demandantes e ofertantes de bens e ser5viços. A perspectiva microeconômica considera a atuação das diferentes unidades econômicas como se fossem unidades individuais” (TROSTER & MOCHON). “A análise microeconômica, ou teoria dos preços, como parte da ciência econômica, preocupa-se em explicar como se determina o preço dos bens e serviços, bem como dos fatores de produção. O instrumental microeconômico procura responder também, as questões aparentemente triviais; por exemplo, por que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem deve cais, coeteris paribus?” (VASCONCELOS & GARCIA). 31 “A microeconomia estuda as unidades (consumidores, firmas, trabalhadores, proprietários dos recursos, etc.) componentes da economia e o modo como suas decisões e ações são inter-relacionadas.” (MENDES). “A Teoria Microeconômica, ou Microeconomia, preocupa-se em explicar o comportamento econômico das unidades individuais de decisão representadas pelos consumidores, pelas firmas e pelos proprietários de recursos produtivos. Ela estuda a interação entre firmas e consumidores e a maneira pela qual produção e preço são determinados em mercados específicos.” (PASSO & NOGAMI). Microeconomia é o ramo da ciência econômica voltado ao estudo do comportamento das unidades de consumo ( indivíduos e famílias ); ao estudo das empresas e ao estudo da produção de preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. Em resumo, a luz dos conceitos, a “microeconomia” é o estudo de como as unidades individuais em economia (empresas e famílias) se comportam no processo de alocação dos recursos e realizam suas transações. Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Em sistemas econômicos capitalistas onde se destaca o Livre Mercado (não interferência externa na determinação dos preços e quantidades ofertadas e consumidas), além da estrutura do mercado, os comportamentos dos compradores e dos consumidores são fatores determinantes no processo de Formação de Preço de Venda dos Produtos (preço de mercado). Para que se possa conhecer realmente o funcionamento de um mercado é necessário conhecer também alguns aspectos relacionados ao comportamento dos consumidores (demanda) e dos vendedores (oferta) conforme será apresentado a seguir. Lei da utilidade marginal decrescente Um dos modelos básicos que explicam o comportamento do consumidor é a lei da utilidade marginal decrescente. Para que se possa entender melhor o que diz esta lei é necessário conhecer bem a definição de utilidade. Utilidade Pode ser considerada como o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e aos serviços. Por exemplo, uma viagem para o campo pode proporcionar utilidade diferentes e inferiores para um viajante que aprecia mais um viagem para a praia. Como o consumidor não pode ter tudo que deseja, ele é obrigado a escolher. Se preferir mais de um determinado bem e serviço é obrigado a aceitar uma 32 quantidade menor de outros. Mas, qualquer que seja a situação, o consumidor age racionalmente no sentido de obter a máxima satisfação de seu gastos. Desta maneira, os bens e serviços apresentam a características de que à medida que são consumidos, em um determinado período de tempo, vão proporcionando unidades de satisfação cada vez menores do que as iniciais. Tal fato é denominado de princípio da utilidade marginal decrescente, significando que a utilidade (satisfação) proporcionada para o consumidor de um determinado bem ou serviço decresce à medida que ele consome mais unidades do mesmo. O exemplo clássico é o do “copo com água”, ou seja, a satisfação (utilidade) de bebê-lo quando se está com sede, decresce à medida que outros copos são tomados não proporcionarão a mesma satisfação que o primeiro. Além disso, o consumidor estabelece uma escala de preferências entre os bens e serviços alternativos que deseja adquirir. Ou seja, o consumidor deve escolher aqueles que lhe dão a máxima satisfação, uma vez que os recursos são limitados. Por exemplo, um turista ao realizar uma viagem de férias deve estabelecer um escala de preferências dos lugares que deseja conhecer, bem como dos hotéis, do período de permanência, dos meios de transporte etc. Utilidade em economia pode ser descrita como a satisfação que o consumidor obtém ao adquirir uma unidade de um produto. A utilidade apresenta algumas características: é individual e subjetiva. Isto é, varia de pessoa para pessoa e não tem unidade de medida padrão (exemplo de unidades de medida: kg, metro, litro). Na verdade uma pessoa apenas consegue distinguir que um determinado produto possui maior ou menor utilidade para ela naquele momento. Exemplo: Se cada aluno de uma sala de aula ganhasse R$ 50,00, provavelmente, cada um iria comprar um produto diferente porque cada um tem uma utilidade maior para o produto que escolheu comprar. A satisfação obtida pela aquisição de um bem ou serviço pode estar associada a uma necessidade básica (alimentação e vestuário, por exemplo) ou psicológica (como uma calça de uma grife famosa: a pessoa certamente pagará caro por uma peça de vestuário assim, mas ela está comprando mais do que uma roupa, ela está comprando status, reconhecimento social, beleza, conforto). O fato é que cada pessoa de acordo com as suas necessidades, seu padrão de vida, suas preferências e gostos, seu estilo de vida, entre outras variáveis irá determinar a utilidade que cada produto (bem ou serviço) tem para si. O que não muda é a lei da utilidade marginal decrescente que diz o seguinte: Aumentando apenas o consumo de um produto (A) e mantendo-se constante o consumo de todos os demais bens, a utilidade, para o consumidor, de cada unidade adquirida a mais do produto (A) será menor que a utilidade da unidade consumida antes. Um bom exemplo da aplicação desta lei é o caso de uma pessoa que esteja viajando de férias porSão Joaquim (um dos municípios mais frios do país) e resolva passar a noite naquela cidade. Ao acordar pela manhã a pessoa depara-se com uma queda brusca de temperatura e por não ter levado nenhuma peça de roupa de inverno sai para comprar roupas. 33 Ao entrar na primeira loja de vestuário que encontra aberta a pessoa logo pede uma blusa de lã, uma camisa de manga longa e uma calça de lã. Por estas peças de roupa a pessoa aceitará pagar um preço mais elevado do que o normal, pois a utilidade da roupa é muito grande já que está passando frio. Após ter adquirido esta muda de roupa talvez a pessoa até pense em comprar outras peças de roupa de inverno, mas certamente já não irá aceitar qualquer preço. Provavelmente, irá até mesmo fazer uma pesquisa de preço antes de efetuar a compra. O mesmo tipo de raciocínio fica fácil de ser feito com uma pessoa que esteja com muita fome ou sede. E qual o significado da lei da utilidade marginal decrescente para o estudo da oferta e demanda? Ora, se a utilidade das unidades adicionais é cada vez menor para o consumidor isto significa que ele só consumirá estas unidades adicionais se o preço também for menor. Para o consumidor quantidade e preço são grandezas inversamente proporcionais. Portanto, se formos analisar as quantidades que um consumidor está disposto à adquirir de determinado produto, veremos que esta quantidade aumenta conforme diminui o preço do produto. No estudo de demanda aqui apresentado sempre estaremos relacionando, prioritariamente, o preço do produto e a quantidade consumida. Exemplo: Quantidades consumidas de pãezinhos nos diferentes níveis de preço, em um mês. Preço ($) Consumo Mensal (Unidade) 0,15 82 0,20 73 Demanda Desta forma é possível começar a estruturar a nossa definição de demanda (também pode ser chamada procura) como: a quantidade de um produto que o consumidor está disposto a consumir aos diferentes níveis de preço. A primeira coisa que temos que observar na demanda é a disposição do consumidor em comprar, e não o fato da compra. Assim podemos dizer que se o preço for R$ 0,15 a demanda será de 82 pãezinhos/mês, mas se o preço for R$ 0,20 o consumo será de 73 unidades/mês. Contudo, outras variáveis importantes devem ser incorporadas à definição de demanda. A primeira diz respeito ao período de tempo ao qual nós estamos nos referindo. Assim como na definição do mercado, na definição de demanda é necessário que se conheça claramente qual o intervalo e o período de tempo ao qual estamos nos referindo. Exemplo: Demanda mensal de pneus em março de 2015 ou o Consumo de pneus semanal em março de 2015. Aos mesmos preços, as quantidades serão diferentes. 34 Da mesma forma o consumo mensal de pneus em fevereiro de 2015, poderá também ser diferente do consumo em março de 2015. Também é importante que sejam limitadas às variações nos demais fatores capazes de afetar a disposição dos consumidores em querer comprar mais ou menos do produto em questão. Exemplo: Se a renda dos consumidores mudar, eles provavelmente estarão dispostos a consumir uma quantidade maior ou menor do produto, mesmo que o preço e o período de tempo se mantenham constantes. Da mesma forma acontece com outros fatores como preços de outros produtos, gosto e moda, etc. Demanda portanto pode ser descrita como as quantidades que os consumidores estão dispostos a adquirir, de determinado produto, aos diferentes níveis de preço, num determinado período de tempo, mantendo-se constante todas as demais condições. Observação: Em economia é comum supor que outras variáveis além das que estão sendo consideradas (neste caso preço e quantidade) se mantenham constantes. Isso é feito para que se possa estabelecer uma relação de causa e efeito a partir de alterações em cada uma das variáveis estudadas. É comum referir- se a esta suposição como Ceteris paribus. Entre os fatores capazes e afetar a demanda destacam-se: a) Preço; b) Renda dos consumidores; c) Preço dos produtos substitutos (ver definição abaixo); d) Preço dos produtos complementares (ver definição abaixo); e) Gostos e preferências (moda; faixa etária da população; escolaridade; religião; processos de urbanização; avanços tecnológicos; propaganda; hábitos culturais; clima; épocas do ano). f) Expectativas futuras com relação ao comportamento do preço. Produtos substitutos: são aqueles que podem ser utilizados para satisfazer as mesmas necessidades humanas. Exemplos: a) Diferentes marcas de sabão são substitutas entre si; b) Na sua decisão de saciar sua fome durante o intervalo na praça de alimentação podemos considerar substitutos: “pastel” e “empada”. O que fará com que o consumidor escolha um ou outro produto é o preço e o grau de homogeneidade destes produtos, perante o consumidor, para satisfazer a sua necessidade. Se o consumidor não considerar os produtos homogêneos ele escolherá aquele que tenha maior "utilidade" para ele. Produtos complementares: aqueles que são consumidos juntos. Isto é, um complementa a utilidade do outro. Dois produtos podem ter diferentes graus de complementaridade. 35 Exemplos: Arroz e feijão - normalmente quando se come feijão se come com arroz, mas nem sempre que se come arroz se come com feijão. Eles são ditos produtos complementares, mas o grau de complementaridade do arroz em relação ao feijão não é igual ao grau de complementaridade do feijão em relação ao arroz. São também exemplos de produtos complementares: leite e achocolatados (Nescau, Toddy, etc), pneus e combustíveis, pão e margarina, goiabada e queijo, TV e DVD, shampoo e condicionador, café em pó e açúcar refinado, macarrão e molho de tomate, etc. Teoria elementar do funcionamento do mercado Costuma-se definir a procura, ou demanda individual, como a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor estaria disposta a consumir em determinado período de tempo. É importante notar, nesse ponto, que a demanda é um desejo de consumir, e não sua realização. Demanda é o desejo de comprar. A Teoria da Demanda é derivada da hipótese sobre a escolha do consumidor entre diversos bens que seu orçamento permite adquirir. Essa procura individual seria determinada pelo preço do bem; o preço de outros bens; a renda do consumidor e seu gosto ou preferência. A Demanda é uma relação que demonstra a quantidade de um bem ou serviço que os compradores estariam dispostos a adquirir a diferentes preços de mercado. Assim, a Função Procura representa a relação entre o preço de um bem e a quantidade procurada, mantendo-se todos os outros fatores constantes. Quase todas as mercadorias obedecem à lei da procura decrescente, segundo a qual a quantidade procurada diminui quando o preço aumenta. Isto se deve ao fato de os indivíduos estarem, geralmente, mais dispostos a comprar quando os preços estão mais baixos. Relação de demanda para maçãs: Consumidores Preço ( $ por unidade ) Quantidade demandada (milhões/semana) A 10,00 50 B 08,00 100 C 06,00 200 D 04,00 400 Assim se torna fácil a observação de que as relações preço - quantidade são inversas. Enquanto a relação da demanda descreve o comportamento dos compradores, a relação da oferta descreve o comportamento dos vendedores, evidenciando o quanto estariam dispostos a vender, a um determinado preço. Os vendedores possuem uma atitude diferente dos compradores, frente aos preços altos. Se estes desalentam os consumidores, estimulam os vendedores a 36 produzirem e venderem mais. Portanto quanto maior o preço maior a quantidade ofertada. A Função Oferta nos dá a relação entre a quantidade de um bem que os produtores desejam vender e o preço desse bem, mantendo-se o restante constante. Relação de oferta de maçãs: Fornecedor Preço ( $ por unidade ) Quantidade ofertada (milhões por semana) A 10,00 260 B 08,00 240 C 06,00 200 D 04,00 150 Pela tabela é possívelperceber que as quantidades ofertadas aumentam à medida que os preços aumentam. São diretas as relações preço - quantidade. O equilíbrio da oferta e da procura num mercado concorrencial é atingido com um preço que faz igualar as forças da oferta e procura. O preço de equilíbrio é aquele com o qual a quantidade procurada é precisamente igual à quantidade oferecida. Como se disse, a quantidade de um produto que os compradores desejam adquirir depende do preço. Porém a quantidade que as pessoas desejam comprar depende também de outros fatores. Relação entre as quantidades demandadas e o preço dos bens: levando-se em conta apenas o preço do bem se observa quando a demanda aumenta ocorreu uma diminuição no preço; quando ele diminui é um resultado de um aumento do preço. Relação entre a procura de um bem e o preço de outros bens: A ) aumento no preço do bem Y acarreta em aumento na demanda do bem X: isso significa que os bens X e Y são substitutos ou concorrentes. Um exemplo é a relação entre o chá e o café. B ) aumento do bem Y ocasiona a queda da demanda do bem X: os bens em questão, nesse caso, são complementares. São bens consumidos conjuntamente, como o café e o açúcar. Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor: A ) Bem Normal: são aqueles cuja quantidade demandada aumenta quando aumenta-se a renda. B ) Bem de luxo: ao se aumentar a renda a quantidade demandada aumenta em maior Proporção. C ) Bem de primeira necessidade: ao se aumentar a renda a quantidade demanda se Mantém inalterada pois, ao se tratar de algo de primeira necessidade já fazia parte das antigas aquisições do indivíduo. D ) Bem inferior: são aqueles cuja quantidade demandada diminui quando a renda aumenta. Geralmente são bens para os quais há alternativas de melhor qualidade. Até agora se viu como os deslocamentos da demanda e oferta afetam os preços. O 37 conceito de elasticidade - preço nos permite uma maior compreensão do sistema de preços e das reações observadas no mercado. Equilíbrio de Mercado O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela demanda (procura). Demonstrado do no gráfico abaixo as curvas de oferta e procura de um bem e serviço qualquer, a intersecção das curvas é o ponto de equilíbrio E, ao qual corresponde o preço pe e a quantidade qe. E Esse ponto “E” é o único: a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente igual à quantidade que os produtores desejam vender. Ou seja, não há excesso ou escassez de oferta ou de demanda. Existe coincidência de desejos. Exercícios de Fixação 1) Conceitue microeconomia. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Defina a função procura e função oferta. Destacando o respectivo comportamento do consumidor e vendedor. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ p e q e Quant./tempo Procura (D) Oferta (S) Preço 38 _________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) Defina bem (normal, de luxo e inferior). ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ . 4) Fernando, como muitos brasileiros, tem um automóvel. Ele compraria as seguintes quantidades de gasolina, por mês, se os preços fossem os apresentados na seguinte tabela. Preços do litro $ Quantidade de litros por mês 35 40 30 45 25 50 20 55 15 60 10 65 5 70 a) Trace a curva de procura indicada pela relação preço quantidade. b) Quando o preço decrescer de 30 para 25 reais, que acontecerá a quantidade procurada? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5) Uma mercadoria que é demandada em quantidades maior, quando a renda do consumidor cai é um: a) Bem Normal b) Bem inferior 39 c) Bem complementar d) Bem substituto e) Nenhuma das respostas. 6) Dada a Curva de demanda de um produto X (qualquer), por Px+Xd = 11 Pede-se: a) As quantidades procuradas aos preços de 2, 4, 6, 8 reais respectivamente. Representar graficamente; b) Os preços, se as quantidades procuradas forem, respectivamente, 10, 8, 6, 4. a) P= 2,4,6 e 8 Px+Xd = 11 2 +Xd = 11 Xd= 11- 2 Xd = 9 Px+Xd = 11 4 +Xd = 11 Xd= 11- 4 Xd = 7 Px+Xd = 11 6 +Xd = 11 Xd= 11- 6 Xd = 5 Px+Xd = 11 8 +Xd = 11 Xd= 11- 8 Xd = 3 P 8 -------- 6 ------------------- 4----------------------------- 2--------------------------------------- Demanda 0 3 5 7 9 Q 40 7) Dada a Curva de demanda de um produto X (qualquer), por Px+Xd = 20 Pede-se: a) Os preços, se as quantidades procuradas forem, respectivamente, 10, 8, 6, 4. b) As quantidades procuradas aos preços de 2, 4, 6, 8 reais respectivamente. Representar graficamente; 8) A curva de demanda de um bem é D = 35 – 3P. A curva de oferta é S = 2P. Pede-se: a) Preço e a quantidade de equilíbrio; b) Representar graficamente. Oferta = Demanda S = D 2P = 35-3P 2P+3P = 35 5P = 35 P = 35/5 P = 7 (preço de equilíbrio) S = 2P D = 35-3P S = 2(7) D = 35-3(7) = D = 35-21 S= 14 D = 14 9) Dadas as curvas de procura e oferta de lagosta, no Estado da Bahia por: Qd = 100 - 8P e Qs = 4P - 8 41 Pede-se: a) O preço e a quantidade de equilíbrio; 10)Dada a curva as seguintes equações de oferta e de procura: Qs = 26+5P Qd = 100-4P Pede-se: a) Preço e quantidade de equilíbrio; b) Qual o excedente ou a escassez, quando o preço for 10? 11) Dado o mercado de um produto caracterizado por: Xd = 10 –2P² Xs = 2P² - 6 Pede-se: a) Determinar o preço e quantidade de equilíbrio. b) Representar graficamente. 12) Nos exercícios abaixo suponha sempre que as curvas de oferta e demanda tenham a inclinação usual, como no gráfico abaixo, e que os 42 mercados sejam de concorrência perfeita, de tal forma que o preço e a quantidade transacionada tendam aos níveis de equilíbrio pe e qe, respectivamente. Explique o que ocorre quando o preço de um bem está acima do preço de equilíbrio, determinado pela interseção das curvas de demanda e oferta. Faça a mesma coisa para a situação de preço abaixo do de equilíbrio.
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