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Presidência da República Secretaria - Geral Secretaria Nacional de Juventude Coordenação Nacional do ProJovem Coleção ProJovem Guia de Estudo Programa Nacional de Inclusão de Jovens Arco Ocupacional Administração 2006 PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS (ProJovem) Administração: guia de estudo / coordenação, Laboratório Trabalho & Formação / COPPE - UFRJ / elaboração, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Departamento Nacional Brasília : Ministério do Trabalho e Emprego, 2006. 136p.:il. — (Coleção ProJovem – Arco Ocupacional) ISBN 85-285-0088-8 1. Ensino de tecnologia. 2. Reconversão do trabalho. 3. Capacitação para o trabalho. I. Ministério do Trabalho e Emprego. II . Série. CDD - 607 T675 Ficha Catalográfica Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva Secretaria Geral da Presidência da República Ministro Chefe - Luiz Soares Dulci Ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias Ministro da Educação Fernando Haddad Ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho Secretaria-Geral da Presidência da República Ministro Chefe - Luiz Soares Dulci Secretaria Executiva Secretária Executiva - Iraneth Monteiro Secretaria Nacional da Juventude Secretário - Luiz Roberto de Souza Cury Secretaria Nacional Adjunta Regina Célia Reyes Novaes Coordenação Nacional do Programa Nacional de Inclusão de Jovens - ProJovem Coordenadora Nacional Maria José Vieira Féres Assessoria do ProJovem Articulação com os Municípios Gilva Alves Guimarães Administração e Planejamento Maurício Dutra Garcia Gestão da Informação Rosângela Rita Guimarães Dias Vieira Gestão Orçamentária Financeira Sérgio Jamal Gotti Gestão Pedagógica Renata Maria Braga Santos Márcia Seroa Motta Brandão Supervisão e Avaliação Tereza Cristina Silva Cotta Comitê Gestor do ProJovem Coordenadora Iraneth Monteiro Integrantes Luiz Roberto de Souza Cury – SNJ Maria José Vieira Féres – CNProJovem Jairo Jorge da Silva – MEC Ricardo Manuel dos Santos Henriques – MEC Márcia Helena Carvalho Lopes – MDS Osvaldo Russo de Azevedo – MDS Marco Antonio Oliveira – MTE Antônio Almerico Biondi Lima – MTE Comissão Técnica Interministerial Coordenadora Maria José Vieira Féres Integrantes Renata Maria Braga Santos – CNProJovem Aidê Cançado Almeida – MDS José Eduardo de Andrade – MDS Timothy Ireland – MEC Ivone Maria Elias Moreyra – MEC Antonio Almerico Biondi Lima – MTE Ricardo André Cifuentes Silva – MTE Comissão Técnica Interministerial ESPECIALISTAS DO PROJOVEM Juventude Regina Célia Reyes Novaes Educação Básica Vera Maria Massagão Ribeiro Ação Comunitária Renata Junqueira Ayres Villas-Bôas Coordenadora Pedagógica Maria Umbelina Caiafa Salgado Equipe Pedagógica Ana Lúcia Amaral Maria Regina Durães de Godoy Almeida Equipe do Ministério do Trabalho e Emprego Antônio Almerico Biondi Lima Misael Goyos de Oliveira Francisco de Assis Póvoas Pereira Marcelo Silva Leite Revisores de Conteúdo / Pedagogia Leila Cristini Ribeiro Cavalcanti (Coppetec) Marilene Xavier dos Santos (Coppetec) Arco Ocupacional Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia - COPPE Programa de Engenharia de Produção - PEP Laboratório Trabalho & Formação - LT&F Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Departamento Nacional Coordenação dos Arcos Ocupacionais Fabio Luiz Zamberlan Sandro Rogério do Nascimento AUTORES Elaboração Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - Departamento Nacional Pesquisa de Conteúdo e Redação Cláudio Ulysses F. Coelho Maria Valéria Martins Stycer Marília Pessoa Projeto Gráfico de Referência (miolo/capa) Lúcia Lopes Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica Christiane Abbade Revisão Jane Muniz e Lucília Soares Fotos Zeca Guimarães e Rodrigo Lopes Ilustrações Márcio Levyman Montagem Foto Capa Eduardo Ribeiro Lopes Caros participantes do ProJovem! Chegamos ao fim da primeira etapa deste processo de Qualificação para o Trabalho. Nos meses passados, vocês tomaram conhecimento e debateram aspectos do trabalho que estão presentes em quase todas as ocupações, dentro da Formação Técnica Geral (FTG). Estudaram conceitos, conteúdos e técnicas relacionadas aos temas: Mobilidade e Trabalho; Atividades Econômicas na Cidade; Organização do Trabalho, Comunicação, Tecnologia e Trabalho; Gestão e Planejamento; Organização da Produção; Outras Possibilidades de Trabalho. Enfatizamos sua participação em muitas atividades, na escola e fora dela. Vocês não só resolveram as coisas no papel, mas também exercitaram os conhecimentos, movimentaram-se na cidade, buscaram informações, fizeram contatos e conversaram sobre o que estudaram. Teoria e prática andaram juntas. Parabéns pelos estudos que concluíram! Após terem feito essa travessia, é chegada a hora de acrescentarmos conhecimentos que os fortaleçam na formação para o mundo do trabalho. Agora tem início uma nova fase da Qualificação para o Trabalho, na qual serão tratados os temas específicos dos Arcos Ocupacionais. Cada Arco Ocupacional é composto por quatro ocupações e foi construído com conteúdos que possibilitarão a vocês diversificada iniciação profissional, abrindo espaço de atuação nessas ocupações. Esta formação não os tornarão um especialista em cada uma delas, mas vocês conhecerão muito mais amplamente o trabalho desenvolvido no conjunto das ocupações. Por exemplo, você escolheu Administração, vai iniciar-se em Arquivador, Almoxarife, Contínuo (office-boy / oficce-girl) e Auxiliar Administrativo. Essa variedade de ocupações certamente aumentará as possibilidades de obtenção de traba- lho e emprego. Desejamos a vocês bom trabalho nesta fase de seus estudos. Abraços e boa sorte a todos! Anita Sumário 1 O mundo do trabalho 08 O funcionário “curinga” 10 Quais as perspectivas profissionais? 11 O que faz cada um 12 Os aspectos emocionais 15 O que é e como funciona uma empresa? 17 Onde estão o arquivador, o almoxarife, o auxiliar administrativo e o contínuo (office-boy/office-girl)? 26 2 Arquivador 28 Para que serve o arquivo? 30 O perfil do arquivador 31 O local e o material de trabalho 33 O futuro do arquivo 35 Classificação dos arquivos 37 Classificação dos documentos 38 Regras de classificação de documentos 40 Técnicas de trabalho 41 3 Almoxarife 54 Como isso acontece? 56 O local de trabalho 58 O futuro do almoxarifado 63 O que você deve saber 64 A organização do estoque 64 Planejamento de estoques 65 Controle de estoques 70 Para não esquecer 72 4 Contínuo (office-boy/ office-girl) 74 Apresentação pessoal e comportamento no trabalho 78 O que você deve saber 82 A importância da comunicação 84 A rotina de trabalho 85 Como se preparar para tantas responsabilidades 90 5 Auxiliar administrativo 92 Apresentação pessoal e comportamento no trabalho 94 O que você deve saber 96 A atuação do auxiliar 97 Uma palavra final 118 6 Guia de consulta rápida 120 8 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O O mundo do trabalho IL U ST R A Ç Ã O M A R C IO L EV Y M A N 9 1 O M U N D O D O T RA BA LH O Para quem é jovem e quer entrar no mundo de trabalho, um bom caminho é candidatar-se a uma vaga como auxiliar ou assis- tente de apoio administrativo em uma empresa. Em geral, as ta- refas administrativas são desempenhadas por funcionários con- tratados. Mas quem tem o seu próprio negócio, também precisa saber administrá-lo. Por isso, seja qual for a relação de trabalho que você pretenda estabelecer ou que já tenha, as informações e as técnicas que você vai aprender neste material devem ser bas- tante úteis para a sua vida profissional. Este livro traz informações sobre quatro ocupações ligadas ao apoio administrativo: arquivador, que trabalha organizando e guardando documentos; almoxarife, que trabalha no almoxarifa- do ou estoque; contínuo (office-boy / office-girl ou ), um verda- deiro quebra-galhos em qualquer equipe; auxiliar administrativo, termo que designa mais o cargodo que a função, uma espécie de “faz-tudo” na empresa. Mas afinal, o que é apoio administrativo? Como o nome diz, é a área de trabalho que dá suporte, ou apóia os demais setores da empresa. Essa área engloba todas as tarefas necessárias à atividade-fim de um escritório, uma indús- tria ou uma empresa de serviços. Auxiliar ou assistente administrativo é o nome dado aos fun- cionários que desempenham essas funções. Um exemplo Em um escritório de advocacia, a atividade-fim é defender os direitos dos clientes. Os advogados cuidam disso, mas a empresa precisa do trabalho de muitas outras pessoas para funcionar bem. O auxiliar administrativo ajuda a secretária a separar os documentos e a atender os clientes. O almoxarife cuida para que não falte papel para as impressoras, nem material de limpeza no estoque. O arquivador se encarrega de organizar e guardar os processos e recibos nos arquivos. O contínuo vai ao banco pagar contas, vai ao correio, leva e traz mensagens o tempo todo. Assim, tal qual numa partida de futebol – onde todos os joga- dores de um mesmo time se unem para fazer gols – o pessoal do apoio administrativo é fundamental para que uma empresa possa ter sucesso na execução da sua atividade ou serviço. 10 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O O funcionário curinga Nos dias de hoje, a tendência é que as empresas tenham equi- pes cada vez mais enxutas. Isso significa ter poucas pessoas traba- lhando, mas todos capazes de realizar várias tarefas com eficiên- cia. Assim, todo funcionário precisa ser um pouco como o curin- ga do baralho, aquela carta que, dependendo da situação, faz o papel de outras e quase sempre ajuda a vencer o jogo. Portanto, mesmo que você se sinta mais identificado com uma das ocupa- ções descritas no livro, é importante conhecer também as outras para ter uma visão mais completa do trabalho em uma empresa e ser capaz de desempenhar diferentes funções como: � Receber, separar e distribuir documentos internos. � Cuidar da correspondência e até mesmo redigir cartas e e-mails. � Operar o microcomputador, digitando textos, trabalhando com tabelas e planilhas, recebendo e encaminhando e-mails, consultando a internet. � Atender o cliente com gentileza e eficiência, por telefone ou pessoalmente. � Preparar e fazer depósitos e outras transações bancárias. � Despachar encomendas por malote ou por correio. � Organizar a compra e venda do material a ser usado pela empresa e controlar o estoque. � Tirar cópias de documentos. � Cuidar do equipamento e do mobiliário da empresa, provi- denciando consertos. � Classificar, arquivar e saber recuperar de modo rápido e eficiente os mais diversos documentos. F O T O Z E C A G U IM A R à E S 11 1 O M U N D O D O T RA BA LH O Lembre-se Muita coisa, não é mesmo? Mas se à primeira vista parece um pouco difícil dar conta de tantas atribuições, tudo se torna fácil quando aprendemos como fazer. Nas próximas páginas, você re- ceberá as principais informações sobre cada um desses serviços. Mas atenção: aqui estão só algumas ferramentas e cabe a você aprender a usá-las. Para isso, é preciso ter vontade de aprender; ser perseverante, qualidade fundamental para prosseguir em qual- quer aprendizado; empenho e esforço para acertar. Ah! Muito im- portante: não ser resistente ao que é novo e ainda não conhecido. Quais as perspectivas profissionais? O mercado de trabalho atual é altamente competitivo e exi- gente. Por isso, antes mesmo de pensar em uma carreira, é neces- sário fazer a si mesmo três perguntas básicas: � Qual é minha maior habilidade? � O que eu mais gosto de fazer? � O que desejo para minha vida? Conhecer suas habilidades e o que você gosta de fazer vai ajudá-lo a se orientar no caminho profissional. Por exemplo, se você é uma pessoa que gosta de conversar e de lidar com o públi- co, provavelmente vai gostar das funções de um office-boy ou office-girl, que tem a vida movimentada, anda para todo canto e faz contato com todo tipo de pessoa. Depois de reconhecer o estilo de trabalho ou as atividades que mais combinam com seu jeito de ser, é hora de procurar identificar o que deseja para sua vida. Quais são seus planos? Seus projetos? Seus sonhos? Seu futuro depende da sua capacidade de sonhar e de tentar transformar seu sonho em realidade. Se você souber cultivar e desenvolver essas qualidades, já será muito bom. Se juntar a isso o bom desempenho nas suas tarefas, o sucesso será uma possibilidade real e próxima, e não um sonho distante atribuído apenas àqueles que “têm sorte”. Lembre-se Se você quer crescer profissionalmente e conquistar um futuro legal, é preciso se conhecer, batalhar a sua vida e não interromper os estudos. 12 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O Além do que você vai aprender, para exercer cada uma das ocupações tratadas neste livro, para trabalhar na área administra- tiva, é preciso conhecer um pouco de informática, especialmente recursos como a internet e programas de texto e de planilhas. Saber alguma coisa de inglês ou de espanhol também ajuda bas- tante. Parece muito...? Não é não. De modo geral, o mercado de trabalho exige muito do traba- lhador. Por isso, além da formação, ele precisa ser comprometi- do com a empresa e o trabalho, interessado e dedicado. Tomara que você esteja com disposição para vencer esses desafios e construir uma sólida carreira profissional. O que faz cada um Arquivador Enquanto houver papel, recibos e paga- mentos, ele terá trabalho. Hoje, a maioria das informações circula de modo informatizado, mas certos documentos, como os boletos de pagamento e guias de recolhimento de impos- tos, por exemplo, precisam ser guardados. Sem falar nos contratos, nas escrituras e nas certidões. Todas as empresas lidam com esses docu- mentos e precisam guardá-los de forma or- ganizada e segura. Ou seja, precisam de pes- soas habilitadas a cuidar do arquivo. Depen- dendo do tipo de trabalho da empresa, equi- pes inteiras trabalham exclusivamente nas fun- ções de arquivo. Você sabia que existe até um curso de nível superior para formar esses pro- fissionais chamados arquivistas? Almoxarife O mercado de trabalho para essa ocupa- ção também é amplo. Além da guarda de ma- teriais de consumo, as empresas das áreas de indústria e de comércio trabalham com gran- des almoxarifados de matérias-primas, peças e produtos. Quem trabalha em um almoxari- fado de produtos faz parte de um esquema muito valorizado no mundo empresarial, a F O T O S Z E C A G U IM A R à E S 13 1 O M U N D O D O T RA BA LH O chamada logística. Hoje, as grandes redes de supermercados, restaurantes, lanchonetes e lojas de departamento têm serviços de entrega. Para isso, contratam empresas especializadas em logística, que trabalham também com remessas de grandes car- gas e distribuição de livros, jornais e revistas. Nessas empresas, os almoxarifes têm lugar de destaque. Uma curiosidade: como você viu na definição acima, a palavra logística tem uma origem militar. O termo foi usado pela primei- ra vez numa situação de guerra para designar o trabalho de rece- ber, armazenar, conservar, transportar e distribuir munição, co- mida e tudo o que era necessário para os soldados vencerem no campo de batalha. Atualmente, essa palavra é muito usada nas empresas para as atividades de receber, armazenar, conservar, transportar e distribuir os materiais e produtos. Contínuo (office-boy/office-girl) Essa ocupação pode ser uma boa “porta de entrada” no mercado de trabalho. Muitos pro- fissionais que começam na atividade de office- boy/office-girl – ou contínuo –, depois de algum tempo, muita dedicação e também outros estu- dos, conseguem ocupar cargos mais altos dentro da empresa ou sair em busca de novas oportuni- dades profissionais, levando a experiência de li- dar com situações inesperadas e a capacidade de tomar decisões rapidamente. Auxiliar administrativo Como já foi dito, o funcionário que ocupa esse cargo pode atuar em várias áreas da em- presa, e sempre consegue ter uma visão geraldo trabalho. O caminho profissional na área administrati- va oferece muitas possibilidades e diversas es- pecializações, como divulgação e propaganda, recursos humanos, contabilidade entre outras. logística2. [Do fr. logistique.] S. f. 1. Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: a) projeto e desenvolvi- mento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, repa- ração, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos). (...) In Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Existem muitos outros usos para este termo. Se você quiser conhecê-los, procure a palavra logística no dicionário. 14 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O Leia as descrições abaixo. Depois, localize no desenho cada um dos personagens, identificando seu nome e a sua ocupação: � João trabalha em uma loja de roupas. Mas ele não é vendedor. Todos os dias vai ao banco pagar as contas, dá uma passada no Correio para postar as correspondências e, às vezes, leva mercadorias à casa de clientes que merecem tratamento especial. No fim do dia, ajuda a arrumar as roupas nas prateleiras. Qual é a sua ocupação?............................................................ � Márcia trabalha em um banco. Não no saguão de atendimento, mas no escritório. Ela recebe muitos documentos por dia. Classifica-os, separando-os por tipo, e depois guarda muito bem cada um deles para futuras consultas. A sala onde ela trabalha tem muitos móveis cheios de gavetas. Ela é uma............................................................................... � Manoela trabalha em um mercadinho. Adora o movimento da loja, que ela vê pelo vidro. Suas atividades principais são separar documentos, redigir cartas e criar tabelas no computador para organizar as informações. Além disso, ela atende o telefone que toca sem parar. Seu trabalho ajuda muito os responsáveis pela contabilidade da empresa. Seu cargo é ........................................................................ � Marcos trabalha em uma gráfica. Ele é o encarregado de com- prar o papel e a tinta usados na produção de livros e calendários. Recebe o material, guarda-o de forma organizada, fica de olho para não faltar nada e ainda embala a mercadoria que irá para os clientes. Qual é a sua ocupação?............................................................ Atividade 1 IL U S T R A Ç Ã O M A R C IO L E V Y M A N 15 1 O M U N D O D O T RA BA LH O autoconhecimento. [De aut(o)-1 + co- nhecimento.] S. m. Psic. 1. Conhecimento de si mesmo. In Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Os aspectos emocionais Estudar é o caminho para crescer profissionalmente. Co- nhecer bem a empresa em que trabalha, suas regras, os concor- rentes e os clientes, ajuda muito. Mas existem os aspectos emo- cionais, que também são impor- tantes para a carreira. Por exem- plo: um bom profissional deve ser honesto, aceitar críticas, co- municar dúvidas e buscar apren- der com seus erros. Para desenvolver essas habilidades, é preciso conhecer bem a si mesmo. Você acha que se conhece bem? Reflita sobre estas per- guntas: � Existe alguma coisa que o faz “perder a cabeça”? � Alguma vez, num momento de raiva, você disse coisas que magoaram uma pessoa querida e depois se arrependeu? � Alguma vez, você se sentiu como “um bobo” numa deter- minada situação? � Como você reage quando alguém lhe faz uma pergunta que não sabe responder? Essas são situações difíceis que a vida nos apresenta. Quem se conhece bem sabe escapar dessas armadilhas como um jogador de futebol que dribla os adversários. O primeiro passo para se conhecer melhor é refletir sobre o seu comportamento em casa, com a família e com os amigos. Aí vão algumas dicas e práticas para atingir esse autoconhecimento: � Pensar antes de agir. � Não julgar os outros. � Não procurar desculpas se for repreendido, mas tentar en- xergar o que poderia ter feito melhor. O autoconhecimento nos ajuda a perceber melhor o outro. Essas mesmas práticas devem continuar sendo feitas quando você estiver trabalhando em uma empresa. Além de muitas ou- tras que o convívio profissional exige. F O T O Z E C A G U IM A R à E S 16 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O Outras competências emocionais importantes são: Motivação. Procure fazer o seu trabalho de forma prazerosa. Algumas atividades são mais agradáveis que outras, mas todas fazem parte do seu trabalho e devem ser realizadas com a mesma dedicação. Compreensão. Devemos cultivar a capacidade de compreen- der o outro. Podemos até não concordar com o que uma pessoa diz ou faz, mas é sempre bom tentar enxergar o ponto de vista da outra pessoa. Isso facilita a comunicação. Sociabilidade. A capacidade de convivência nos ajuda a traba- lhar em harmonia com os outros. O trabalho em equipe é muito valorizado nas empresas, e essa competência é uma das mais im- portantes. Discrição. Ser discreto significa não alimentar fofocas e não passar adiante informações que não sirvam para a empresa. Gentileza. Todos devem ser tratados de forma adequada. Se for necessário, use “senhor” e “senhora”. Outro aspecto impor- tante é a voz, considerada um indicador de temperamento. Não se pode falar tão baixo a ponto de não ser bem ouvido, nem tão alto a ponto de atrapalhar o serviço dos que estão por perto. Sem o controle deste recurso, podemos passar um tom mais agressi- vo, o que não é nada recomendável. Se nos excedemos no tom da voz – mesmo quando temos razão –, podemos prejudicar o diá- logo e transformar uma simples conversa em discussão. Um exemplo Esteja sempre atento e observe o que o seu chefe ou colega podem estar expressando, mesmo sem palavras. Eles parecem ocupados? Estão irritados? Precisam de ajuda? Então anote: a capacidade de entender as necessidades dos outros é uma competência muito valiosa. 17 1 O M U N D O D O T RA BA LH O Lembre-se Organização. Deixar as tarefas se acumularem e tentar resolvê- las na última hora é um erro grave. Quem faz isso em casa geral- mente age do mesmo modo no trabalho. Comece a treinar em casa. Organize sua agenda, suas tarefas e seus papéis. Iniciativa. Quem tem essa capacidade, em geral, consegue en- frentar bem os problemas e as dificuldades do cotidiano. Atenção. Saber ouvir é uma qualidade que nos leva a prestar atenção ao que estão dizendo com interesse verdadeiro. Muitas vezes, estamos ocupados ou com o pensamento em outra coisa. Quando isso acontece, demonstramos desinteresse pelo que os outros dizem. Agindo assim, passamos a idéia de distração, arro- gância e impaciência. Boa vontade. Há situações em que vale a pena demonstrar que você é uma pessoa prestativa, interessada em ajudar, principal- mente quando surgem tarefas de última hora ou quando os cole- gas estão mais atarefados. Informação. Ler jornais e manter-se atualizado quanto aos acon- tecimentos do país e do mundo são indicadores de que você está preparado para novos desafios. O que é e como funciona uma empresa? Antes de explicar o que é uma empresa, devemos falar sobre “organização”. As empresas surgem quando um grupo de pesso- as se organiza e trabalha para atingir um objetivo comum. Uma organização pode ser uma fábrica, um hospital, uma loja, um es- critório, uma igreja, um clube ou uma associação de bairro ou de profissionais. Criar um método para desenvolver bem o seu trabalho ajuda bastante. Comece perguntando a si mesmo: o que é mais importante e deve ser feito primeiro? Se tiver dúvidas, pergunte ao seu chefe. F O T O Z E C A G U IM A R à E S 18 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O Lembre-se Tipos de empresa Existem vários tipos de empresa. Elas podem variar de acordo com: a atividade específica que desenvolvem; o porte (tamanho); a organização jurídica (maneira pela qual o governo as reco- nhece); os objetivos; a estrutura de seu capital (como se organizam os bens, o dinheiro e as ações de uma empresa).É importante saber reconhecer uma empre- sa, pois isso tornará mais claro o trabalho que você vai realizar dentro dela. A seguir, você terá informações que o ajudarão nessa tarefa. O ramo de atividade também é uma forma de classificar as empresas. Elas podem perten- cer ao ramo industrial, comercial ou de presta- ção de serviços. Industrial. São as fábricas ou indústrias que pro- duzem peças e artigos variados a partir da trans- formação de matérias-primas em mercadorias. Exemplo: uma fábrica que transforma o al- godão colhido nos campos em fios e tecidos para a confecção de roupas. Comercial. São as lojas, distribuidoras ou re- presentantes comerciais que vendem mercado- rias. As vendas podem ser por atacado (grandes quantidades para serem revendidas depois) ou a Um exemplo No caso de um clube, o dinheiro das mensalidades é usado para pagar os salários dos funcionários, comprar material de limpeza, consertar equipamentos, fazer obras de manutenção. O dinheiro que sobra é aplicado em melhorias na estrutura de lazer do próprio clube. Por isso, apesar de funcionar como uma empresa, ele é considerado uma entidade sem fins lucrativos. No caso de uma loja, o dinheiro das vendas é usado para pagar os vendedores, comprar novas mercadorias etc. Porém, o dinheiro que sobra é distribuído entre os sócios, para seu uso particular. A diferença é que a loja tem como objetivo o lucro. Empresa é toda organização que produz ou oferece bens e serviços, visando, em geral, à obtenção de lucro. F O T O S Z E C A G U IM A R à E S 19 1 O M U N D O D O T RA BA LH O varejo (vendas direto ao públi- co consumidor). Exemplo: um supermercado (varejo), uma loja de eletrodo- mésticos (varejo), uma distribui- dora de bebidas (atacado). Prestadora de serviços. Em- presas que oferecem algum tipo de serviço ao consumidor. Exemplo: salão de beleza, curso de inglês, correio. Embora as empresas presta- doras de serviço não tenham como finalidade principal a venda de produtos, isso pode acontecer. É o caso, por exemplo, de um salão de beleza. Sua atividade principal é oferecer aos clientes serviços de embelezamento de cabelos, de unhas, maquiagem, depilação. Mas nada impede que o salão venda alguns produtos como, por exemplo, a linha de xampus e cremes de cabelo que usa em seus serviços. Do mesmo modo, um estabelecimento comercial que tem como finalidade principal a venda de produtos, pode oferecer serviços aos seus clientes. É o caso, por exemplo, de uma loja de roupas que oferece aos clientes o serviço de conserto (faz bai- nhas, alarga ou aperta as roupas etc.). Continuando então... Quanto ao porte, uma empresa pode ser classificada como micro, pequena, média ou grande. Essa classificação depende de quanto ela lucra por ano (faturamento anual bruto). Assim, temos: Microempresa – fatura até R$ 120 mil por mês. Pequena empresa – fatura entre R$ 120.001,00 e R$ 720 mil por mês. Média ou grande empresa – faturam a partir de R$ 720 mil por mês. As micro e pequenas empresas têm vantagens fiscais. Elas respeitam uma legislação especial que está no artigo 179 da Constituição Federal. A Lei 9.317, de 05/12/1996, que trata do tributo federal SIMPLES, as classifica de acordo com seu faturamento anual bruto. Na prática, isso significa que pagam menos impostos que as médias e grandes empresas. Você sabia? capital. [Do lat. capitale.] Adj. 2 g. 1. P. us. Relativo à cabeça. 2. Principal, essen- cial, fundamental, primário. (...) S. f. 4. Cidade que aloja a alta administração de um país ou de um estado, província, de- partamento, etc. (...) S. m. 8. Riqueza ou valores disponíveis. 9. Econ. Conjunto de bens produzidos pelo homem que participam da produção de outros bens (basicamente, máquinas e equipamentos). 10. Econ. Recursos monetários investi- dos ou disponíveis para investimento. 11. Econ. Fundo de dinheiro ou patri- mônio de uma empresa; cabedal. In Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Existem muitos outros usos para este termo. Se você quiser conhecê-los, pro- cure a palavra capital no dicionário. 20 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O Quanto à organização jurídica, uma empresa pode ser: Privada. É a empresa que pertence a uma pessoa ou a um gru- po, e trabalha para produzir riqueza e gerar lucro. Esse lucro é distribuído entre os sócios, para seu uso particular. Exemplo: a padaria perto da sua casa é uma empresa privada. Uma parte do lucro é investido novamente no negócio e a outra vai para o bolso do dono do estabelecimento e dos seus sócios. Pública. A função da empresa pública é prestar serviços à co- munidade, preparando e executando ações e projetos do gover- no. Elas podem ser municipais, quando pertencem à prefeitura, que é o governo do município; estaduais, ligadas ao governo do estado; ou federais, que pertecem e trabalham para o governo do país. As empresas públicas são mantidas com os impostos pagos pela população. Essas empresas não têm por objetivo o lucro (isso é com as empresas privadas). Existem vários tipos de empresas públicas, mas todas têm por finalidade cumprir aquilo que é estabelecido pelo poder municipal, estadual ou federal. Exemplo: o governo de cada estado tem secretarias de Cultu- ra, de Meio Ambiente, de Educação, entre outras. Cada secreta- ria deve criar projetos dentro de sua área de atuação e trabalhar para que eles sejam realizados. Em alguns casos, a forma de organização pode ocorrer de maneira muito especial. As autarquias, por exemplo, são entida- des independentes, subordinadas ao governo federal, e sua fun- ção é prestar serviços à população. Exemplos: o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), as universidades federais, o Banco Central do Brasil. De economia mista. Nesse tipo de empresa, participam o go- verno (sempre com o poder de decisão) e acionistas ou empresas do setor privado. Por lei, as empresas de economia mista não podem ter o lucro como finalidade. Elas foram criadas para per- mitir que o governo federal explorasse atividades econômicas importantes para o país. acionista. [De ação + -ista, seg. o pa- drão erudito.] (...) S. 2 g. 2. Econ. Sócio de empresa constituída sob forma de sociedade por ações (q. v.); acionário. Existe outro uso para este termo. Se você quiser conhecê-lo, procure a palavra acionista no dicionário. patrimônio. [Do lat. patrimoniu.] S. m. (...) 4. Bem, ou conjunto de bens cultu- rais ou naturais, de valor reconhecido para determinada localidade, região, país, ou para a humanidade, e que, ao se tornar(em) protegido(s), como, p. ex., pelo tomba- mento, deve(m) ser preservado(s) para o usufruto de todos os cidadãos. (...) Existem muitos outros usos para este termo. Se você quiser conhecê-los, pro- cure a palavra patrimônio no dicionário. patrimônio líquido. 1. Cont. Conjunto dos recursos dos sócios ou acionistas aplicados numa empresa, abrangendo o capital inicial, reservas e lucros retidos; passivo não exigível. In Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Um exemplo Você já ouviu falar na Petrobras, não é mesmo? Pois bem, a Petrobras é uma empresa de energia e atua em várias áreas desse setor. Ela explora, refina e distribui petróleo. A Petrobras é a maior empresa brasileira de economia mista. Uma parte dela é pública e a outra pertence aos acionistas. 21 1 O M U N D O D O T RA BA LH O Você pensa que acabou? Ainda não. Existem outros tipos de organização como as fundações; as organizações não governamen- tais, conhecidas como ONGs; as cooperativas e as associações. As fundações podem ser privadas ou públicas, isto é, subordi- nadas ao governo. Em ambos os casos, as características são as mesmas: são organizações sem fins lucrativos que têm a função de administrar e cuidar de determinado patrimônio, público ou privado. E as Organizações Não Governamentais, as ONGs? Você já deve ter ouvido falar delas, não é? As ONGs e as Ocipes (Organizações da Sociedade Civilde Interesse Público) não têm fins lucrativos e formam o chamado Terceiro Setor. Só para saber, o Estado é considerado o Primei- ro Setor e a iniciativa privada (as empresas privadas) estão no Segundo Setor. Essas organizações foram criadas para ofe- recer, de forma coletiva ou comunitária, ser- viços básicos como saúde, educação, defesa dos direitos humanos, entre outros. No início, essas organizações eram mantidas por doações feitas pelas empresas, pelo governo, por or- ganizações internacionais ou por pessoas físi- cas. A mão-de-obra era principalmente com- posta por voluntários, isto é, pessoas que tra- balham sem remuneração, pelo simples pra- zer de ajudar. Com o tempo, algumas dessas organizações cresceram, se profissionalizaram e hoje dão emprego a muita gente. Um exemplo A Fundação Nacional do Índio, a Fundação Casa de Rui Barbosa e a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são órgãos públicos que se organizaram como fundações por questões fiscais e jurídicas. Já as fundações privadas sem fins lucrativos, chamadas FASFIL, são legalmente constituídas e auto-administradas. Elas atuam, em geral, nas áreas de habitação, saúde, cultura, pesquisa, religião e meio ambiente. FO T O Z E C A G U IM A R à E S 22 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O Atividade 2 Conheça um pouco das atividades de cada empresa apresentada abaixo. A seguir, responda qual o seu ramo de atividade: �C&A é uma cadeia internacional que vende roupas femininas, masculinas e infantis, e que está presente nos grandes shoppings de vários estados do país. Para desenvolver sua atividade de varejo, a rede tem um serviço de crédito, com cartões próprios, e trabalha com produtos diversificados para atender à sua faixa de público. Recentemente fez uma grande campanha na televisão cuja estrela foi a famosa modelo Gisele Bündchen. O objetivo era valorizar a sua clientela, mostrando uma top model que desfila na Europa vestida com as roupas que qualquer um de nós pode encontrar na loja. Esta é uma empresa do ramo....................................................................... �A Votorantim Cimentos, do Grupo Votorantim, é uma das maiores empresas fornecedoras de material para a construção civil. Foi fundada em 1936, no interior de São Paulo. Hoje, é líder do mercado de cimento e cal. Desde 2001, passou a atuar também no exterior, depois de comprar a St. Marys Cement do Canadá. Em 2002, assumiu a liderança no mercado de concreto com a compra da Engemix. A partir de 2003, passou a atuar também nos Estados Unidos. Essa empresa atua no ramo.................................................. �O Hospital Municipal é o único que existe na cidade. Nele são atendidos desde casos simples e rotineiros – como mal-estar, gripe e pequenos acidentes domésticos – até pacientes graves. Realiza, em média, 50 cirurgias por mês. Lá trabalham médicos de diversas especialidades, uma grande equipe de enfermagem e funcionários administrativos. Um hospital é uma empresa do ramo.............................................. Mas você já viu que, além do ramo de atividade e do faturamento, existem outros critérios para classificar uma empresa, como a sua organização jurídica: empresa pública, privada ou de economia mista. Marque nos círculos a classificação de cada uma dessas empresas ou instituições, usando 1 para empresas públicas, 2 para empresas privadas e 3 para empresas de economia mista. 23 1 O M U N D O D O T RA BA LH O � Universidade Federal do Ceará. � Indústria de laticínios. � Rede de lanchonetes. � Secretaria Estadual de Saúde. � Petrobras. � Ministério da Educação. � Banco. � Armarinho. IL U S T R A Ç Ã O M A R C IO L E V Y M A N 24 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O As cooperativas. São associações de pessoas ou grupos profis- sionais que se reúnem para trabalhar numa mesma atividade. Es- sas pessoas dividem os custos da administração do negócio e os seus resultados. Já as Associações são entidades formadas por um grupo de pessoas que se reúnem para tratar de objetivos comuns. As asso- ciações em geral não têm caráter empresarial e nem visam lucros. Um exemplo são as associações de moradores de um bairro, que se juntam para prestar serviços e cuidar dos interesses da comu- nidade, buscando melhorar as condições de vida de quem mora nesse bairro. Estrutura organizacional da empresa Imagine uma festa de família. Será um almoço para 20 pessoas, entre primos, tios etc. A dona da casa, sozinha, não conseguirá dar conta de fazer as compras, preparar a comida, encomendar a bebida, cuidar da sobremesa. Então, ela chama três parentes para ajudá-la e divide as tarefas: um irá ao supermercado com- prar os ingredientes e as bebidas; outro arrumará a casa e fará uma decoração especial; e o terceiro ajudará na cozinha. Todos trabalharão juntos, executando tarefas diferentes para que a festa seja um sucesso. Da mesma forma, uma empresa tem diferentes departamen- tos que trabalham juntos. Eles formam a estrutura organizacional da empresa, que inclui a divisão de tarefas e o trabalho de cada grupo de pessoas. Essa divisão dá origem aos departamentos. Um exemplo Os vinhos da Cooperativa Vinícola Aurora são vendidos em supermercados de todo o Brasil. Essa cooperativa foi fundada por 16 famílias de imigrantes vindos do norte da Itália. Isso aconteceu em 1931, na região de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Hoje, 1.200 famílias trabalham juntas na plantação, na colheita de uvas e na produção de vinhos, que são consumidos até no exterior. Uma parte dos lucros do negócio é dividida entre as famílias e a outra é usada para modernizar o parque industrial e também para adquirir novas tecnologias. Outro exemplo é o da CopaRoca – Cooperativa de Costureiras da Rocinha, no Rio de Janeiro, formada pelas moradoras da favela. Vários estilistas e designers têm trabalhado em parceria com essas costureiras nas suas coleções. tecnologia. [Do gr. technología, ‘tratado sobre uma arte’.] S. f. 1. Conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determina- do ramo de atividade: tecnologia mecânica. 2. A totalidade desses conhecimentos. In Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 25 1 O M U N D O D O T RA BA LH O O tamanho da empresa e a natureza de suas operações determi- nam o número de departamentos e orientam a distribuição de tarefas. Por exemplo, em uma pequena empresa é comum haver departamentos com uma só pessoa executando diferentes tare- fas (o tal funcionário curinga de que falamos antes). Nas empresas maiores, as pessoas executam tarefas mais especializadas. De modo geral, o funcionamento de qualquer organização – pequena, média ou grande – apóia-se em quatro serviços funda- mentais: produção ou operação, marketing e vendas, finanças e recursos humanos. O setor ou departamento de produção ou operação se en- carrega da atividade-fim de uma empresa. Ou seja, se for uma indústria é o setor que transforma as matérias-primas no pro- duto final. Se for uma empresa de prestação de serviços, como um escritório de arquitetura, por exemplo, a parte operacional é a que responde pelas plantas, pelos projetos de construção e reforma etc. Já a área ou departamento de vendas costuma reunir, além da atividade comercial específica da empresa, as ações de promo- ção, propaganda e marketing. A área financeira costuma reunir a contabilidade, que registra todas as transações da empresa, envolvam elas dinheiro ou não; a tesouraria, que controla o dinheiro e onde fica o Caixa; e também os setores de contas a pagar e cobrança. O setor de recursos humanos é o encarregado de administrar as relações entre a empresa e os funcionários. Já aconteceu com você? Enquanto fazia compras em um supermercado, alguma pessoa veio lhe oferecer uma nova marca de suco ou de queijo para provar? Pois essa pessoa é um promotor devendas e isso que ela fez foi uma estratégia de marketing. As lojas costumam usar esse recurso para apresentar um novo produto ao cliente e fazer com que ele o compre. FO T O R O D R IG O L O P E S 26 1 A D M IN IS TR A Ç Ã O Onde estão o arquivador, o almoxarife, o auxiliar administrativo e o contínuo? De um modo geral, as ocupações de arquivador, almoxarife, auxiliar administrativo e contínuo atendem a todos os setores de uma empresa privada. Mas cada uma delas pode ser especialmen- te útil a um ou mais departamentos. Veja: � O auxiliar de arquivo será mais necessário em setores que lidam com muita papelada, como o de finanças (contas, reci- bos etc.) e o de recursos humanos (fichas de funcionários, có- pias de carteiras de identidade etc.). � O almoxarife está mais ligado ao setor de produção, pois ele recebe, guarda e distribui tanto os materiais necessários à operação da empresa, quanto as mercadorias que ainda serão postas à venda. � O auxiliar administrativo atua em todos os setores, atenden- do especialmente os departamentos que cuidam do marketing, das finanças e dos recursos humanos. � O contínuo é o funcionário que transita entre todos os seto- res e também cuida do trabalho externo. IL U S T R A Ç Õ E S M A R C IO L E V Y M A N 27 1 O M U N D O D O T RA BA LH O E o que acontece em uma empresa pública? Nesse tipo de empresa, os cargos e a divisão de trabalho se organizam de forma diferente. Para começar, a entrada na em- presa se dá por meio de um concurso público. Quando há neces- sidade de novos funcionários, anúncios em jornais avisam que se- rão abertas inscrições para um concurso a fim de preencher certas vagas. Para participar, os candidatos pagam uma taxa de inscri- ção e precisam estudar muito, já que a concorrência é grande. Quem é aprovado ganha um emprego vitalício, ou seja, para toda a vida. Vale lembrar que as empresas públicas têm seu próprio plano de carreira e que os seus cargos são divididos de acordo com níveis hierárquicos (diferentes níveis de autoridade). Para avançar, mui- tas vezes é necessário participar de novos concursos, uma exigên- cia legal para a contratação em empresas públicas. Nos próximos capítulos você vai conhecer melhor as ativida- des e as responsabilidades de cada uma dessas ocupações. Bom estudo. 28 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Arquivador IL U S T R A Ç Ã O M Á R C IO L E V Y M A N 29 2 A RQ U IV A D O R Arquivar quer dizer guardar, conservar na memória ou em um lugar seguro as informações e os documentos. Essa é a primeira característica de um arquivo: as coisas que são guardadas ali são importantes, seja porque vamos precisar delas, seja porque têm um valor histórico ou mesmo afetivo. Ninguém arquiva um papel sem utilidade, um folheto desses que recebemos na rua ou um bilhete do colega de trabalho avi- sando que foi ao banco. Os arquivos são necessários à vida de qualquer organização, seja ela do tamanho que for. Mas nem só as empresas precisam de arquivos. Na nossa vida fora do trabalho também temos de guardar papéis, documentos e comprovantes. Ou seja, também devemos ter um arquivo pes- soal, mesmo que ele seja uma simples pasta ou até uma gaveta... A palavra arquivo tem vários empregos e significados. É o termo usado para nomear o conjunto de correspondências e do- cumentos que devem permanecer guardados e é também o nome do móvel, geralmente de metal e com gavetas, usado para guar- dar os documentos. E mais: costumamos chamar de arquivo o lugar ou a sala onde ficam esses móveis. Um exemplo Quem é prudente e organizado costuma guardar a nota de compra e o certificado de garantia dos eletrodomésticos que comprou. Às vezes o aparelho apresenta defeito antes do término do prazo de garantia, mas se temos a nota fiscal e o certificado de garantia, basta entrar em contato com a loja onde foi comprada a mercadoria e pedir o conserto ou a substituição do aparelho. Agora, se a nota foi para o lixo e o certificado de garantia sumiu... Esse é um exemplo bastante comum e certamente você conhece essa situação. 30 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Atividade 3 Aconteceu comigo Procure lembrar de alguma vez em que você precisou muito de um documento e não conseguiu achar. Reflita sobre como e onde são guardados seus documentos pessoais e os de sua família. Agora, escreva algumas linhas sobre esses dois assuntos: Para que serve o arquivo? No ambiente de uma empresa, o arquivo é definido como: “um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma organização ao longo de sua existência, e que são organizados e conservados para consultas e comprovações.” Isso quer dizer que a finalidade do arquivo é preservar a situação fiscal, a memória e a histó- ria da instituição que o mantém. Outra função importante do arquivo de uma empresa é ajudar na comprovação de tempo de serviço de antigos funcionários que querem se apo- sentar e não têm todos os documentos necessários. Os documentos podem ser guardados segundo diversos crité- rios de arquivamento: data, numeração, assunto etc. Esses critéri- os formam o que chamamos de método de arquivamento. É im- portante conhecer a “lógica” usada em cada arquivo. Se você não ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ IL U S T R A Ç Ã O C V D E S IG N 31 2 A RQ U IV A D O R sabe qual foi o critério utilizado para classificar e guardar os do- cumentos, certamente terá dificuldade de encontrar aquele que estiver procurando. Métodos de arquivamento são as formas encontradas para se- parar e classificar os documentos. Normalmente utiliza-se mais de um método de arquivamento, pois é difícil que um único mé- todo dê conta do serviço. Enquanto alguns documentos são me- lhor ordenados por assunto, outros são por nome, local, data ou número. Você verá mais adiante cada um desses métodos. É claro que comprovantes de pagamento, con- tas e certidões, por exemplo, são papéis ou do- cumentos que devem ser arquivados. Ainda nes- te capítulo vamos falar de alguns deles. Depois, se você precisar relembrar o nome e a função de algum documento, procure uma ajuda no capí- tulo final deste livro. Agora, vamos ver algumas características e habilidades que o profissional deve ter para desempenhar bem as funções de arquivador. O perfil do arquivador Espírito de equipe, gentileza e boa vontade são qualidades que não podem faltar. Quem trabalha com arquivo precisa ter habilidade para lidar com o público. Achou estranho? Pensou que o trabalho do arquivador fosse só ficar com a cara enfiada numa gaveta de ar- quivo? Nada disso. Esse setor pode ser bem movimentado e aten- der a diversos outros departamentos ou funcionários da empre- sa. Afinal, como você já viu, um arquivo guarda o registro da vida de uma empresa e de seus empregados. O arquivo não é propriedadedo arquivador – ele serve a todos os departamentos – e, em alguns casos, aos colegas de trabalho também. Lembre-se Nem todo papel é documento. Nem todo documento precisa ser guardado. Por isso é preciso também ter critérios para diferenciar os documentos que merecem ser arquivados daqueles que não terão valor no futuro. FO T O S Z E C A G U IM A R à E S 32 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Lembre-se Papéis não se desmancham no ar. Quando algum some é porque foi colocado no lugar errado. O profissional de arquivo também precisa de uma boa capaci- dade de concentração e atenção. Essas características serão muito valiosas na hora de classificar um documento que chega para ser arquivado. Classificar significa definir em que pasta deverá ser guar- dado. Afinal, não adianta ter métodos de arquivamento sofistica- dos se o arquivador se distrai e o papel vai parar na gaveta errada. E por falar em “lembre-se”, outra coisa importante é a memória. Ela vai ajudar muito na hora de recuperar informa- ções e localizar documentos. Você é jovem e certamente tem boa memória. Em geral, quando os jovens não conseguem se lem- brar bem de alguma coisa é porque faltou atenção. Então, a dica é esta: prestar atenção e trabalhar com interesse para registrar e fixar o que está fazendo. discernimento s. m. (...) 2. Faculda- de de julgar as coisas clara e sensata- mente; critério, tino, juízo. 3. Aprecia- ção, análise. (...) Existem muitos outros usos para es- tes termos. Se você quiser conhecê- los, procure a palavra discernimento no dicionário. Um exemplo O computador do setor de design da Agência XPTO apresentou um problema. É um defeito grave, mas, por sorte, o equipamento ainda está na garantia. Quem irá salvar o setor? O arquivo, onde certamente estará o certificado de garantia e a nota fiscal de compra. Por isso, dizemos que o setor de arquivo presta serviços para toda a empresa. F O T O Z E C A G U IM A R à E S 33 2 A R Q U IV A D O R Outra qualidade do arquivador é a paciência. Muitas vezes, mesmo em um arquivo organizado é difícil localizar um docu- mento, sobretudo aqueles mais antigos ou que não são usados com freqüência. Então não adianta se afobar. Não deixe a impa- ciência tomar conta da sua emoção. Para procurar alguma coisa é bom ter cabeça fria, determinação, atenção e... paciência. Só isso? Não. Outro atributo a ser desenvolvido é a capacidade de avaliação, que também chamamos de discernimento. O velho bom senso. Mas não se assuste. Todos esses atributos ou qualidades po- dem ser cultivados, treinados e aperfeiçoados com o tempo. No início é melhor não arriscar muito. Na dúvida, pergunte. Por último, uma recomendação útil: muitas vezes o arquivador lida com informações sigilosas ou confidenciais como, por exem- plo, aspectos da vida pessoal de algum funcionário, questões legais ou fiscais que não devem ser divulgadas. Como arquivador, você provavelmente terá acesso a essas informações e não pode sair contando quanto ganha o fulano, nem que a empresa está sendo processada. Por isso deve ter cuidado, responsabilidade e ética. Quando falamos de ética estamos falando de valores e de virtudes. Estamos falando de comportamento humano e das regras de convivência na socie- dade, no grupo familiar e no trabalho. O local e o material de trabalho O bom funcionamento de um arquivo depende não só dos profissionais que trabalham nele, mas também do local e dos equipamentos escolhidos para sua montagem. A área onde ficam os arquivos deve ser fácil de limpar, pois a poeira e o mofo são inimigos mortais dos documentos. Outro aspecto a ser observado é a ventilação, já que o calor excessivo, por exemplo, torna os papéis amarelados. O recurso do ventila- dor pode representar um perigo, já que o vento pode fazer os papéis voarem e se perderem. Nem sempre é possível reunir as condições ideais, mas uma coisa é imprescindível: segurança. Por isso, atenção ao prazo de validade dos extintores de incêndio. Lembre-se A ética refere-se à conduta humana do ponto de vista do bem e do mal. Essa palavra, que vem da Grécia, também está ligada à capacidade interna que o indivíduo tem de reagir ao certo e ao errado de acordo com a sua cultura. sigiloso. (ô). Adj. Que contém ou envolve sigilo; secreto, sigilado. confidencial. Adj. 2 g. 1. Dito ou escrito em confidência; secreto. S. f. 2. Comunicação ou ordem sob sigilo. In Novo Dicionário da Língua Por- tuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 34 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Lembre-se Os móveis devem ser adequados ao tipo e ao tamanho dos documentos que serão arquivados. Existem arquivos especiais para guardar mapas e plantas de arquitetura – as mapotecas –, revistas, jornais e muitos outros documentos e publicações de formatos variados. Os arquivos de documentos e correspondências costu- mam ser de aço, com gavetas deslizantes, nas dimensões das pas- tas que ficam apoiadas nos trilhos. Por isso são chamadas de pas- tas suspensas. Existem ainda os arquivos de fichas que são coloca- dos em cima de mesas. Além de lápis, papel, caneta e envelopes, o arquivador trabalha com alguns materiais específicos. Conheça alguns deles: Ficha – retângulo de cartolina, pequeno ou grande, com linhas (pauta) ou liso, onde é registrada a informação. Pode ser branca ou colorida. Guia divisória – retângulo de cartão resistente que serve para separar as seções do arquivo. Sua função é marcar a divisão dos gru- pos de documentos, facilitando a busca e volta da ficha ou docu- mento para o arquivo. A guia di- visória tem uma saliência na parte superior para anotar o assunto, as letras em ordem alfabética ou os números. Pasta – Folha de papelão resis- tente, dobrada ao meio, que serve para guardar e proteger os docu- mentos. É muito importante fazer sempre uma cópia dos arquivos eletrônicos. Essa cópia de segurança é chamada de back-up. �� ����� ����� 35 2 A RQ U IV A D O R Lembre-se O futuro do arquivo Apesar da tendência de informatizar o trabalho e digitalizar os documentos por questões de agilidade e de espaço, o arquivo físico, com papéis e gavetas, mantém seu lugar e os arquivos de papéis continuam importantes. É preciso não esquecer que determinados documentos têm valor legal e fiscal – como os relativos ao Imposto de Renda, por exemplo. Por isso precisam ser guardados pelo prazo estabeleci- do pelo órgão competente. Os documentos relativos à vida fun- cional dos empregados não podem ser descartados nunca. Mesmo que o empregado saia da empresa é preciso manter a sua pasta. Para outros tipos de documentos como correspondências e informações, muitas empresas já adotam apenas o arquivo ele- trônico. Mas mesmo esse arquivo eletrônico precisa ser organi- zado. As informações e os documentos devem ser classificados e são “guardados” em pastas que ficam nos diferentes diretórios do computador. Na linguagem da informática, guardar é salvar. Sugestivo, não? Um arquivo digital tem várias vantagens. Se as pastas e subpastas estiverem bem nomeadas e organizadas, ele terá a vantagem da rapidez e da agilidade na localização dos documentos. Em geral, os softwares têm instrumentos de busca para facili- tar o trabalho. Para achar um documento, basta escrever uma palavra-chave que tenha a ver com o assunto e a máquina fará a busca automaticamente. Apesar de toda tecnologia, a necessidade de organização da informação e a profissão de arquivista ou auxiliar de arquivo vão permanecer. Só que as rotinas e métodos de trabalho vão mudar e se atualizar de acordo com a evolução dos métodos de arquivamento. �� � A economia de espaço é outra vantagem. Ao contrário dos arquivos eletrônicos, papéis e documentos exigem um grande es- paço físico para serem guardados. Até mesmo alguns documen- tos contábeis podem ser gerados e armazenados em computa- dor, sem necessidade de impressão. 36 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Atividade 4 Onde estão os erros? A cena abaixo se passa no setor de arquivo de uma empresa. Mas existem algumas coisas forade ordem. Aponte três erros e diga como se deve corrigi-los. ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ IL U S T R A Ç Ã O M Á R C IO L E V Y M A N 37 2 A RQ U IV A D O R Guardar para não pagar duas vezes Com a troca dos papéis por arquivos digitais, muitos docu- mentos não são arquivados fisicamente. Entretanto, existem alguns que devem ser arquivados em papel, como os compro- vantes de pagamento de impostos. O documento impresso e au- tenticado é a prova de que o tributo foi realmente pago. Por isso é preciso cuidado ao arquivá-lo. Imagine a empresa ser obrigada a pagar novamente o imposto, com multa de até 20% sobre o valor devido, mais juros, porque não conseguiu comprovar o pa- gamento. Por isso, esteja muito atento ao manusear documentos. O capítulo final deste livro traz uma tabela com os prazos de guarda dos documentos mais importantes para uma empresa. Em caso de dúvida, consulte-a. Classificação dos arquivos Pare um minuto e pense nos variados tipos de arquivo que podem ter alguma relação com a sua vida: � O arquivo de fotos da sua família. � O arquivo da escola em que estudou, onde há uma ficha com informações sobre você, mesmo que já tenha saído da escola. � O arquivo do clube ou da academia de gi- nástica, com as fichas dos freqüentadores. � Carteira de vacinação. Além dos arquivos pessoais, existem outros que dizem respeito às instituições, às cidades, ao país, às empresas etc. Assim, os arquivos podem ser: Públicos – arquivos de instituições do governo federal, estadual ou municipal. Exemplo: o arquivo da prefeitura da sua cidade. Institucionais – arquivos de escolas, igrejas, associações, Orga- nizações Não Governamentais (ONGs) e de quaisquer organiza- ções sem fins lucrativos. Exemplo: o arquivo de um sindicato de trabalhadores. Empresariais – arquivos de firmas, corporações e companhias. Exemplo: o arquivo de uma loja ou de um banco. Existem arquivos históricos, arquivos de memórias, correspon- dências e documentos de vida, como os de alguns políticos, es- critores, intelectuais, jornalistas, pesquisadores, personalidades etc. Esses arquivos são tão importantes que costumam ser doados a alguma instituição ou mesmo vendidos para bibliotecas. F O T O S Z E C A G U IM A R à E S 38 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Os arquivos, de acordo com a sua evolução ou tempo de vida podem ser classificados como: Arquivo corrente – guarda a documentação mais atual, que é consultada com mais freqüência. Deve ser mantido em local de fácil acesso, para facilitar a consulta. Também é conhecido como arquivo de movimento. Exemplo: arquivo de uma escola, com docu- mentos referentes ao ano letivo atual. Arquivo intermediário – inclui documentos que vieram do ar- quivo corrente porque deixaram de ser usados com freqüência. Sua permanência no arquivo é temporária, pois estão aguardan- do para serem jogados fora ou mandados ao arquivo permanen- te. Exemplo: arquivo com os documentos reunidos ao longo dos últimos 10 anos de uma empresa. Arquivo morto – guarda documentos que perderam o valor e cujo uso deixou de ser freqüente. São conservados somente por causa de seu valor histórico, com fins de pesquisa. Exemplo: ar- quivo de um hospital público, com as fichas de pacientes que foram atendidos há mais de 30 anos. Atividade 5 Marque P para arquivo Público, I para Institucional, E para Empresarial e F para Familiar ou Pessoal: � A imobiliária MJ Imóveis possui um arquivo com mais de 500 apartamentos de diferentes tamanhos e preços. � Maria guardava num bauzinho bem trancado os bilhetes de amor e fotos que recebeu. Não só do atual namorado, como dos antigos paqueras e “ficantes”. � D. Vânia, bibliotecária da biblioteca estadual, tem muito orgulho de seu variado acervo. Ela costuma dizer que só sai de lá sem um livro quem não sabe ler. � Os boletins de ocorrência ficam arquivados na delegacia da cidade ou do bairro. Classificação dos documentos Em toda empresa circula muita papelada. São notas fiscais, cartas, formulários, listas. Todos, sem exceção, devem ser consi- derados importantes, pois podem servir para promover mudan- ças, tomar decisões, participar novidades, dar ordens, compro- var transações envolvendo dinheiro. Se a empresa for grande, maior ainda será a quantidade desses papéis. 39 2 A RQ U IV A D O R Todos os dias chegam diversas correspondências, contas e documentos à empresa. Em geral, além das contas, são cartas trocadas entre as empresas ou entre a empresa e os clientes, assim como folhetos de propaganda. Essa é a chamada correspondên- cia externa, ou seja, circula fora da empresa. Mas existe também a correspondência interna, que são as circulares, os comunicados e os memorandos. Alguns documentos são fundamentais para o funcionamento de uma empresa. São eles muitas vezes que permitem que a em- presa execute suas operações. Os mais comuns, mas nem por isso menos importantes, são os recibos, as notas fiscais, as guias de recolhimento de impostos ou de contribuições, as requisições de mate- riais e pedidos de compras. Recibo é o comprovante que a pessoa assina quando recebe alguma encomenda, um documento importante ou algum pa- gamento. Nota fiscal é um documento que acom- panha a remessa de mercadorias expedidas pelo fornecedor do material. Nela estão re- lacionados os produtos com a descrição das quantidades e dos preços, além da data da operação. Na nota fiscal também estão dis- criminados os impostos, os eventuais des- contos e o valor do frete. Um exemplo Uma empresa compra vários móveis de escritório de uma grande loja de departamentos. A quantidade de mesas e cadeiras, os modelos adquiridos, além do valor pago por elas estão detalhados na nota fiscal. Uma semana após a compra, porém, uma das cadeiras quebrou. Para conseguir uma troca é necessário ter a nota fiscal. Ela é a prova de que a cadeira foi comprada naquela data, naquela empresa, e pelo preço descrito. As guias de recolhimento são uma espécie de boleto bancário usado para o pagamento de impostos. Para cada imposto, há uma guia diferente. As requisições de materiais ou pedidos de compra são formu- lários usados nas empresas para solicitar materiais de consumo ou produtos ao almoxarifado, ou ainda, para solicitar a compra de materiais que não estão no estoque. 40 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Existem ainda muitos outros documentos, atas, relatórios, ca- dastros etc. Alguns deles estão descritos no último capítulo. Os que você conheceu agora são os mais importantes e comuns a todas as empresas. Regras de classificação de documentos Você já sabe que existem vários tipos de arquivo e diferentes documentos. A seguir, vamos ver algumas regras usadas para clas- sificar os documentos e guardá-los com segurança. Essas regras facilitam a organização do arquivo. Documento escrito – contratos, certidões,tabelas, questioná- rios etc. Em geral são arquivados em pastas e guardados em ar- quivos de aço. Documento iconográfico – iconografia, de acordo com o dicio- nário, é a arte de representar algo através de imagens. Documen- tos iconográficos são, portanto, fotos, quadros etc. Esses docu- mentos são guardados em móveis maiores, de gavetas largas e rasas, chamados de mapotecas. Documento cartográfico – cartografia, de acordo com o dicio- nário, é a arte ou a ciência de compor mapas. Os documentos cartográficos são os próprios mapas, que também são guardados em mapotecas. Quanto à natureza, os documentos podem ser ostensivos, como, por exemplo, a escala de plantão de porteiros em um edi- fício residencial, comunicados públicos, avisos a sócios ou condôminos etc. Outros documentos, entretanto, têm circulação restrita. Isto é, são enviados apenas às pessoas interessadas no assunto. Dentre estes existem ainda os confidenciais e os secretos. Confidencial – seu assunto, embora não exija alto grau de se- gurança, só deve ser do conhecimento de pessoas autorizadas. Exemplo: propostas entregues pelas empre- sas durante um processo de licitação, docu- mentos do setor de pessoal etc. Secreto – seu assunto exige alto grau de segurança, mas pessoas autorizadas podem ter acesso a ele. Exemplo: informações de interesse político, planos de expansão da empresa, pesquisas de desenvolvimento de produtos etc. 41 2 A RQ U IV A D O R Técnicas de trabalho Desde o momento em que um documento chega à empresa, deve haver uma preocupação com seu possível arquivamento. Veja esses três tipos de documento e imagine que chegaram de manhã cedo na empresa: � Uma carta para um empregado do departamento financei- ro, com etiqueta indicando que é pessoal. � Vários exemplares de um jornal do sindicato da classe, para os funcionários. � Dois envelopes endereçados ao departamento jurídico, que foram entregues por um mensageiro de outra empresa. Que tipo de encaminhamento a pessoa responsável deveria dar a cada um deles? Anote seu pensamento numa folha de papel e depois compare com a resposta abaixo. � Carta com etiqueta “pessoal” – não é preciso abrir, nem registrar a carta, pois se trata de uma correspondência particu- lar. Basta encaminhá-la a quem se destina. Não é necessário arquivá-la. � Jornais do sindicato – não é preciso registrá-los, pois não são documentos oficiais. Devem ser distribuídos aos funcionários. Atividade 6 Complete as lacunas de acordo com a natureza do assunto: 1) O relatório de pesquisas de um novo medicamento feito por um laboratório farmacêutico é um documento .............................. 2) O resultado da avaliação de desempenho de um funcionário feita pelo setor de Recursos Humanos é um documento ............................................. 3) As provas feitas pelos alunos de uma turma de ensino médio são consideradas documentos .................................. 4) A lista de classificação de um exame de seleção ou vestibular é um documento ........................................... 5) O depoimento prestado por uma testemunha confirmando a participação de uma pessoa em um crime é um documento ........................................................... ostensivo. [Do lat. Ostensu, part. pass. de ostendere, ´mos- trar´+ -ivo.] Adj. 1. Que pode mostrar ou ostentar; ostensível, ostensório. (...) In Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Existem muitos outros usos para este termo. Se você qui- ser conhecê-los, procure a pa- lavra ostensivo no dicionário. 42 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Lembre-se � Envelopes endereçados ao departamento jurídico – esses, sim, são documentos oficiais. Precisam ser abertos, registrados e encaminhados. O andamento desses documentos dentro da empresa deverá ser acompanhado e, após cumprir sua finali- dade, deverão ser arquivados. Serviços de protocolo As regras de protocolo são criadas pela própria empresa, de acordo com suas necessidades. Mas, de modo geral, o trabalho funciona assim: � A correspondência chega pelo correio ou é entregue em mãos. � É preciso separar a correspondência oficial da particular. � A correspondência particular é distribuída. � A correspondência da empresa é separada por destina- tários. � A correspondência é registrada (se a empresa adotar um registro geral de correspondências) e, depois, distribuída ou expedida. � Quando a empresa adota um registro de entrada de corres- pondência, o funcionário encarregado dessa atividade deve preencher a ficha de protocolo em duas vias, indicando a data e o departamento para onde a correspondência será encami- nhada. Essas anotações também podem ser feitas num livro. Assim, cada vez que precisarmos saber onde está o documen- to, bastará olhar a ficha de protocolo ou consultar o livro. Depois que o documento circula nos departamentos da em- presa e cumpre sua finalidade, ele é arquivado. Esse arquivo pode ser do próprio setor ou um arquivo central. Nesse caso, ele pode ser recuperado a qualquer momento para consultas, por meio de empréstimo. ����� ����� O recebimento, o registro e a expedição da correspondência são chamados serviços de protocolo. Eles devem estar ligados ao arquivo, empréstimo ou consulta de documentos, ou aos serviços de arquivo. Em muitas empresas, o setor de arquivo e protocolo reúne esses dois serviços. 43 2 A RQ U IV A D O R Lembre-se Métodos de arquivamento Não importa onde a informação esteja armazenada – pode ser na memória de um computador, em disquetes, CDs, numa biblio- teca, em microfilme ou num arquivo –, para as pessoas que usam o arquivo, o importante é encontrar o que estão procurando. Para tornar isso possível, existem vários métodos de classificação de documentos: � Alfabético � Geográfico � Numérico � Por assunto Como escolher um desses métodos? Imagine uma empresa prestadora de serviços. Um dos do- cumentos mais comuns nela é a nota fiscal. Sabemos que ela possui um número, o nome do comprador, a data da compra, a descrição das mercadorias, o valor pago etc. Mas é pelo nú- mero que é identificada. Já um relatório, embora tenha uma data e nome do autor, será mais procurado pelo assunto. Um prontuário médico, por sua vez, ainda que apresente um nú- mero e a data de internação, tem como elemento mais impor- tante o nome do paciente. Por isso: � A nota fiscal deverá ser arquivada pelo número. � O projeto deverá ser arquivado pelo assunto. � O prontuário médico deverá ser arquivado pelo nome do paciente. Vamos examinar agora os principais métodos de arquivamento. destinatário. S.m. (...)1. Aquele a quem se destina ou se remete alguma coisa. (...) Os serviços de arquivo englobam a atividade de arquivar documentos e também de emprestá-los para consulta, sempre que necessário. prontuário. [Do lat. Promptuariu.] S. m. (...) 3. Bras. Ficha (médica, policial, etc.) com os dados referentes a uma pessoa. (...) In Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Existem muitos outros usos para estes termos. Se você quiser conhecê-los, pro- cure essas palavras no dicionário. 44 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Método alfabético Antes de explicar o método, uma pergunta: você sabe o que é ordem alfabética? Significa arrumar as palavras ou nomes prestando atenção à sua primeira, segunda e terceira letras, lembrando da ordem em que aparecem no alfabeto. Veja a série de palavras abaixo: Banco Xícara Árvore Idéia Ao serem arrumadas em ordem alfabética, ficariam assim: Árvore Banco Idéia Xícara Por quê? Porque, no alfabeto, a letra A vem em primeiro lu- gar, o B vem em seguida e assim por diante. Agora, vamos complicar um pouco. Imagine diversas palavras começando com a letra A. Almanaque Abelha Avanço Amor Nesse caso, prestamos atenção à segunda letra da palavra, logo após o A. Esta arrumação em ordem alfabética ficaria assim: Abelha Almanaque Amor Avanço Por quê? Porque B vem antes de L, que vem antes de M, que vem antes de V. Para ter umaidéia melhor ainda, pegue um dicionário e veja como as palavras estão arrumadas. A ordem alfabética é que nos permite encontrar rapidamente o que estamos procurando. Agora sim, vamos ao método. O método alfabético é o mais simples de todos e é usado sem- pre que se quer fazer algum agrupamento de palavras ou ordena- ção de nomes. Um dicionário, por exemplo, é organizado em ordem alfabé- tica, como se fosse um arquivo de palavras. Em geral, esse tipo de arquivo é formado por fichas ou pastas individuais, arrumadas no arquivo na seqüência das letras do alfa- beto, separadas por guias divisórias marcadas com as letras: A, B, C etc. Porém, se o volume de pastas for muito grande, é preciso detalhar mais a ordem alfabética nas guias divisórias. Exemplo: Aa, Ab, Ac, Ad etc. Ou Da - Dh, Di - Dp, Dq - Dz etc. 45 2 A RQ U IV A D O R Imagine uma academia de ginástica onde as fichas com o programa de musculação de cada aluno estão organizadas em ordem alfabética: Gabriela Pereira José Francisco Gomes Mário Pedroso Roberta Martins Vitória Maria dos Santos Nesse caso, a referência de arquivamento foi o primeiro nome, mas em arquivos com muitos nomes, o mais comum e prático é organizar pelo sobrenome. Assim, ocorre uma inversão: Roberta Martins – Martins, Roberta José Francisco Gomes – Gomes, José Francisco Gabriela Pereira – Pereira, Gabriela Mário Pedroso – Pedroso, Mário Vitória Maria dos Santos – Santos, Vitória Maria dos Deu para perceber a regra? Essa organização é chamada indexação, ou seja, ordenação em forma de índice. Agora, vamos rearrumar os nomes considerando sua indexação: Gomes, José Francisco Martins, Roberta Pedroso, Mário Pereira, Gabriela Santos, Vitória Maria dos Observe que “Pereira” e “Pedroso” têm as duas primeiras le- tras iguais. Então, prestamos atenção à terceira letra: d vem antes de r. Por isso, o nome Pedroso vem antes de Pereira no arquivo. índice. s.m. (...) 2. O conjunto de indicações impressas, especial- mente de letras, feitas num livro ou num caderno para facilitar-lhe o manuseio, permitindo a localiza- ção ou o registro do assunto dese- jado. 3. O conjunto dos cartões divisórios dum fichário, dotados de orelhas com letras, palavras ou números indicativos. 4. Tabela, relação, lista.(...) In Novo Dicionário da Língua Por- tuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Existem muitos outros usos para este termo. Se você quiser conhecê- los, procure a palavra índice no dicionário. e b g h A bc d ef gA c df 46 2 A D M IN IS TR A Ç Ã O Atividade 7 1) Prepare uma lista com as palavras abaixo, organizando-as em ordem alfabética: recibo, arquivo, documento, contrato, ata, listagem, lista, relatório, documentos, gaveta, pasta, caixa, fatura, duplicata, arquivamento, assunto, prontuário, registro, caixas. ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ ........................................................................................................................ 2) Neste exercício, você deverá preparar duas listas. Primeiro organize os nomes abaixo em ordem alfabética, considerando o primeiro nome. De- pois, faça uma outra, indexando pelo sobrenome. Pedro Luiz Alvarenga José Antônio Veiga José Antônio da Silva Marcondes Lucia Pereira Lima Anita Sá Clarice Peixoto 3) Agora chegou a vez de vocês organizarem os próprios nomes. Façam uma lista com todos os nomes, sem qualquer ordenação. Depois estabeleçam o critério de indexação – se pelo primeiro nome ou pelo último. A partir daí, é só numerar na seqüência, de acordo com a ordem alfabética e o critério escolhido. Não se esqueçam da borracha. ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... ................................................................................................................... 47 2 A RQ U IV A D O R Método geográfico É o mais indicado nos casos em que consi- deramos a procedência ou o local como ele- mento principal de um documento, como, por exemplo, nos departamentos de venda, importa- ção e exportação de empresas. Existem duas maneiras de arrumar o arquivo de acordo com este método. 1) O estado de origem é considerado o elemento mais im- portante do documento. Nesse caso, os nomes dos estados são arrumados em ordem alfabética. Dentro deles, em primeiro lugar, vem o nome da capi- tal. Depois dela, vêm os nomes das cidades em ordem alfabética e, por fim, dentro das cidades, vêm os nomes dos clientes tam- bém em ordem alfabética. Veja um exemplo de um arquivo arru- mado dessa forma: Amazonas – Manaus – Almeida, José; Neves, Cláudio; Sobreira, Luíza Bahia – Salvador – Macedo, Francisco Jr. Pereira, Maria; Vidal, Antônia Bahia – Salvador – Andrade, Ulisses; Parreira, Luiz; Santos, Ronaldo Mato Grosso do Sul – Campo Grande – Félix, Cristiane; Mendes, Fernando; Ribeiro, Antônia; Minas Gerais – Belo Horizonte – Leal, Alberto; Leal, José; Leitão, Pedro Minas Gerais – Governador Valadares – Patrocínio, José do. Belo Horizonte – Minas Gerais – Leal, Alberto Jr. Campo Grande – Mato Grosso do Sul – Ribeiro, Antônia Governador
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