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UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Fisiologia Bloco Reprodutor • O crescimento está associado à hiperplasia e hipertrofia celular. Exemplos desse aumento de massa, seriam o crescimento ponderal (aumento de peso) e o crescimento linear (ganho em altura). • Já o desenvolvimento, está associado à aquisição de funções, uma progressão de habilidades. • A criança, ao nascer, tem a expansão das células neuronais, que seria o crescimento desse tecido nervoso; e ao mesmo tempo, progride em habilidades como a fala, articulação de palavras, frases, conversa. Período intrauterino • Sabe-se que a placenta transfere nutrientes da mãe para o feto, transporta produtos do metabolismo do feto para a mãe, age como uma barreira para patógenos e sintetiza e secreta hormônios, tais como: H. Lactogênio placentário. • Além disso, outros tecidos do organismo materno continuam produzindo hormônios, tais como: hormônios tireoidianos, insulina e fatores de crescimento semelhantes à insulina, como os IGFs. Esses atuam no feto, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento dele. Hormônio Lactogênio Placentário (hPL) • É um hormônio proteico, de estrutura química semelhante à da prolactina; • Secretado pela placenta. • Alcança a circulação sanguínea materna e fetal; • Atua através da interação com receptores de prolactina, pois têm estrutura semelhante a esse hormônio. • Ações do hPL: - Na mãe: aumenta a disponibilidade de glicose, ácidos graxos livres (AGL) e AAcirculantes, fazendo então com que esses substratos estejam mais biodisponíveis para que o feto possa utilizá-los. - No feto, o hPL aumenta a síntese de insulina, aumenta a síntese de IGF-1. Em consequência, há aumento da captação de AA e da síntese proteica pelo feto. Hormônios tireoidianos (HTs) • Produzidos nos folículos tireoidianos mediante a ligação do TSH ao seu receptor específico e à ativação de uma via de sinalização característica que resultará na síntese de T3, T4 e rT3. • Presentes na circulação sanguínea da mãe e do feto. Lembrando que a tireoide do feto começa a ser formada somente a partir da 8va semana de gestação. Até lá, o bebê depende totalmente dos hormônios tireoidianos maternos. • Ações dos HTs: - Produção da proteína neurotrofina-3, a qual estimula diferenciação, crescimento e sobrevivência dos neurônios. - Organização do citoesqueleto actina, a qual é estimulada pelo rT3 e fundamental para a formação de neuritos. - Estimulam a síntese de IGF-1, que por sua vez atua no desenvolvimento do músculo esquelético e cardíaco. - Estimulam a síntese de substância surfactante -líquido com lipídeos, fosfolipídios e proteínas- secretado pelas células que revestem os alvéolos. Ele reduz a tensão superficial da camada de revestimento alveolar, ou seja, reduz a tensão dentro do alvéolo e previne o colapso durante a respiração. Insulina • Hormônio secretado pelas células β-pancreáticas da mãe e do feto. • O metabolismo do feto também será regulado pela insulina produzida pelo pâncreas fetal, a partir da 9na semana de gestação. • Atua através da interação com os IRs -receptores específicos para insulina- e através dos receptores de IGF-1. • Presente na circulação sanguínea materna e fetal. Crescimento e desenvolvimento UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Fisiologia Bloco Reprodutor • Ações da insulina: - Anabolismo proteico e crescimento fetal expressivo. Isso pode ser obtivo de forma direta e indireta, através da síntese e secreção de IGF-1 no fígado fetal. A insulina passou a ser considerada um hormônio importante para o crescimento fetal a partir da observação de que todos os fetos bebês de mães diabéticas são macrossômicos. Logo, altos níveis de glicose no sangue da mãe diabética, proporciona um aporte demasiado de glicose para o feto. Como consequente, hiperinsulemia fetal e anabolismo/crescimento fetal exacerbado. Fator de crescimento semelhante à insulina – IGF • Hormônio peptídico produzido e secretado pelo fígado. • Sua síntese é estimulada pela insulina, HTs e HLP (no período intrauterino). A partir do nascimento, também será estimulado pelo GH. Isso já que no período intrauterino, os receptores para GH são hipofuncionais. • Presente na circulação sanguínea do feto e da mãe. • Possui homologia estrutural com a Insulina; • Há dois tipos: - IGF-I (também chamado de Somatomedina C): 70 AA. - IGF-II: 67 AA. Predominante no feto. • Ações do IGF: - Neurogênese, diferenciação neuronal, sinaptogênese, sobrevivência dos neuritos. - Crescimento do esqueleto fetal. - Desenvolvimento coclear -estrutura do pavilhão auditivo- - Morfogênese pulmonar e alveologênese. Via de sinalização do IGF • Aqui podemos observar a via de sinalização do IGF e vemos que ancorado na membrana plasmática está o IGF1R, receptor para o IGF. • Esse receptor tem uma parte voltada para o meio extracelular, onde o IGF-1 se liga; e uma outra parte, voltada para o meio intracelular. Uma vez que o IGF-I se liga ao seu receptor, ocorre a ativação desse, uma mudança conformacional e a ativação e recrutamento de várias proteínas que se encontram no citosol, tais como as proteínas IRS-2 e AKT. • A AKT ativada atuará em proteínas nucleares, que em conjunto, resultarão na diferenciação, mielinização e neuroproteção. • Tem uma outra via secundária, que é a via da RAS, MEK e ERKs, que também atuarão em fatores de transcrição, reforçando a função de proliferação celular no tecido neuronal, por exemplo. Período a partir do nascimento • Alguns hormônios que contribuem no crescimento e desenvolvimento nesse período seriam: HTs, hormônio do crescimento humano e os hormônios sexuais. Hormônio do crescimento humano (GH) • Hormônio secretado pela adeno-hipófise, que promove o crescimento dos tecidos. • Sua secreção é estimulada pelo GHRH e inibida pela somatostatina (GHRI). • Seus receptores passam a ser funcionantes no período neonatal e assim consegue se ligar ao seu receptor específico presente em diversas UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Fisiologia Bloco Reprodutor células do organismo. A partir desta ligação ele estimula a produção de outro hormônio, IGFs. • Ao estimular a produção de IGF, o GH estimula o crescimento dos tecidos de forma indireta. Mas também de forma direta. • Seu pico de secreção ocorre nas primeiras horas de sono profundo. Sendo assim, é importante que a criança durma cedo, para aproveitar toda a fisiologia com relação à secreção hormonal. Via de sinalização do GH • Observamos a representação de algumas estruturas. • No hipotálamo há a produção de GHRH, que uma vez secretado alcança a pituitária e estimula a secreção de GH. • Quando o GH é liberado, ele circula ligado à proteína de ligação (GHBP) ou de forma livre - em menor parte-. Todavia, é a forma livre que é capaz de se ligar ao receptor específico, ancorado na membrana plasmática da célula- alvo. • Uma vez que o GH se liga ao seu receptor específico, ele ativa proteínas que estão no citosol, tais como a JAK e a STAT. Uma vez ativada, a STAT forma um dímero, que por sua vez atua em um elemento responsivo no DNA, estimulando a síntese de proteínas: IGF-I -fator de crescimento semelhante à insulina- que por sua vez será liberado, ganhará a corrente sanguínea e se ligará aos seus receptores específicos presentes na membrana plasmática de diversas células do corpo, estimulando o crescimento. Secreção do GH • Observamos no esquema a liberação do GH e sua participação do crescimento de vários tecidos. • No hipotálamo, produz-se o GHRH que estimula a adenohipófise para produzir GH. • O GH vai para a circulação e sua forma livre se liga ao receptor específico, estimulando no hepatócitoa produção de IGF. O IGF se liga aos seus receptores específicos: - Ossos: estimulando o crescimento linear; - Pulmões e coração: estimulando desenvolvimento e crescimento desses órgãos. - Adipócitos: estimula a lipólise. - Músculo esquelético: estimulando o crescimento desse tecido. Crescimento e desenvolvimento dos órgãos em função da idade UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Fisiologia Bloco Reprodutor • Observamos no gráfico: abcissa: anos; ordenada, %. Além da representação do cérebro/medula espinhal, o corpo como um todo e os testículos/ovários. - O cérebro cresce e se desenvolve principalmente até aprox. os 5 primeiros anos de vida. - O corpo como um todo: -- O pâncreas secreta pouca amilase pancreática nos primeiros meses de vida, e essa por sua vez é deficiente no recém-nascido. -- Os rins excretam pouca bilirrubina nos primeiros dias de vida, devido à má conjugação dessa bilirrubina com ácido glicurônico. -- Trato gastrointestinal: a absorção de gorduras é menor comparada à criança mais velha. - Os testículos/ovários alcançam a maturação na adolescência, quando ocorre a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. Crescimento linear em função da idade e do sexo • Nos dois primeiros anos de vida, há altas taxas de crescimento e depois um estirão, nas mulheres por volta dos 12 anos e nos homens por volta dos 14. • No período neonatal, os receptores de GH passam a ser funcionantes. • Na adolescência, o eixo hipotálamo-hipófise- gonadal começa a funcionar e os hormônios sexuais estimulam a síntese de GH, indiretamente a síntese de IGF-I, além de aumentar a deposição de cálcio nos ossos. Crescimento durante a puberdade • A puberdade está associada a alterações morfológicas e fisiológicas nas gônadas e genitálias, preparando esses órgãos para a reprodução. • O marco principal seria a primeira ejaculação, nos homens; a menarca, nas mulheres. • Início da puberdade: No século XIX, as meninas com 15 anos e os meninos com 16 anos; no século XXI, as meninas com 12 anos e os meninos com 14 anos. A antecipação da puberdade está associada ao aumento do consumo de lipídeos, que por sua vez estimula a síntese de estradiol. Ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal • No início do processo puberal temos a contribuição de neurônios glutamaérgicos que estimulam a produção do GnRH no hipotálamo. O GnRH, por sua vez, atua na adeno-hipófise, estimulando a secreção LH/FSH e esses hormônios atuariam nas gônadas, que são os testículos/ovários. • Quando as gônadas são estimuladas, ocorre a produção dos hormônios sexuais. Senescência • É o envelhecimento. • Representa as mudanças deterioráveis progressivas durante a vida adulta e que UFRJ Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Fisiologia Bloco Reprodutor diminuem a capacidade de sobrevivência do organismo. • Pode ser do tipo primário ou secundário. Envelhecimento • Primário: Refere-se às mudanças intrínsecas que acontecem com a idade e não estão relacionadas com doenças. • Secundário: Refere-se às mudanças causadas pela interação fisiológica do envelhecimento primário com as doenças. Processos celulares e moleculares associados ao envelhecimento • Desequilíbrio na produção e eliminação das espécies reativas de oxigênio EROs; • Dano ao DNA mitocondrial, com redução da capacidade de produção de ATP e perda da função celular; • Diminuição do reparo do DNA e comprometimento da integridade do Genoma; • Alteração da homeostase celular, levando um desequilíbrio a favor da morte celular e consequentemente redução do número celular. Envelhecimento dos sistemas fisiológicos humanos • Perda de altura e massa magra, com ganho de tecido adiposo; • Fragilidade do sistema musculoesquelético: favorecendo o aparecimento de osteoporose, osteoartrite. • Diminuição da complacência arterial; • Diminuição da taxa de filtração glomerular; • Diminuição moderada na maioria das funções endócrinas: diminuição do IGF-1, bem como da Desidroepiandrosterona adrenal, testosterona (andropausa). Todavia, há um aumento do paratormônio. Todos esses processos levam à diminuição da massa muscular e uma fragilidade óssea, podendo aumentar a chance do aparecimento de doenças.
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